Cancro da Próstata

Investigação valida biomarcador que prevê risco de recidiva de cancro da próstata

O urologista Pedro Bargão Santos acaba de concluir o seu doutoramento em Medicina na especialidade de Investigação Clínica, na Nova Medical School - Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, com uma dissertação sobre o papel dos marcadores celulares e moleculares para a estratificação prognóstica do cancro da próstata. A investigação valida o biomarcador CXCR7 como preditor de pior sobrevivência livre de cancro da próstata após prostatectomia radical.

"Which epigenetic and inflammation-related biomarkers can identify clinically aggressive prostate cancer” é o tema da tese de doutoramento de Pedro Bargão Santos, que teve como principal objetivo investigar novos biomarcadores que pudessem aperfeiçoar a estratificação dos doentes de acordo com o risco de progressão para cancro da próstata letal, possibilitando uma avaliação mais precisa do prognóstico e a definição da estratégia terapêutica de forma mais personalizada. 

No decorrer da investigação o Urologista do Hospital CUF Descobertas e do Hospital CUF Tejo correlacionou, entre outras variáveis, o conhecimento científico existente sobre biomarcadores pouco estudados no cancro da próstata comparando-o com as características clínicas e patológicas de progressão da doença (PSA, recorrência bioquímica e resultados clínicos de doentes, contemplando sobrevivência específica da doença, sobrevivência livre de doença e sobrevivência global). 

A principal conclusão do estudo é a validação do biomarcador CXCR7 como preditor independente de pior sobrevivência livre de doença, após a realização de prostatectomia radical. “Os resultados da investigação apontam que este pode vir a ser um bom marcador de recidiva de doença, após a cirurgia, mesmo antes da subida do PSA”, indica o investigador. O estudo retrospectivo vem, também, corroborar uma das teorias para a génese do cancro da próstata, a da inflamação prostática crónica, visto ser um marcador relacionado com a inflamação. 

O investigador acredita que este trabalho abre novas portas na compreensão e avaliação do comportamento do cancro da próstata, mas aponta que “mais investigações devem ser realizadas para que possamos usar estas ferramentas e melhorar substancialmente a forma como cuidamos dos doentes num futuro próximo”.

Fonte: 
CUF
Nota: 
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