Entrevista
As displasias ósseas são condições ósseas raras de origem genética que afetam profundamente o esquel

Há quantos anos existe a ANDO Portugal e o levou à criação de uma associação dedicada às displasias ósseas?

A ANDO Portugal foi criada a 26 de maio 2015. Nessa altura, não havia nenhuma associação ativa para as displasias ósseas e era necessário criar uma estrutura para informação e apoio às pessoas com displasia óssea e para as famílias assim como atuar em muitas áreas onde havia necessidade de atuação. Faltava o quórum e o momento, até que em outubro de 2014 conheci num congresso o Dr. Sérgio Sousa, geneticista clínico expert em displasias ósseas, e também o Vítor Monteiro e a Margarida Noronha da Silva, que já tinham estado previamente envolvidos numa associação, os Pequenos Lusitanos, e vi que era o momento de avançar.

A Inês já tinha contacto com outras famílias com uma história de displasia óssea?

A minha segunda filha nasceu em 2012, e foi diagnosticada com acondroplasia um mês após o nascimento. Só em 2013, conheci uma pessoa adulta com a mesma displasia e em 2014 conheci o Vítor Monteiro e a Margarida Noronha da Silva. Foram momentos importantes a nível pessoal, mas essencialmente porque do encontro de 2014, deu ânimo à criação da ANDO.

Tratando-se de condições muito pouco conhecidas e ainda envoltas socialmente em estigmas, quais as principais dificuldades que sentiu no início, e o que mudou desde a constituição da ANDO - Associação Nacional de Displasias Ósseas?

Em 2012, deparei-me com um enorme desconhecimento sobre as displasias ósseas entre profissionais de saúde, ausência de seguimento multidisciplinar estruturado assim como reduzida informação disponível em Português. E as ações mais relevantes da ANDO a estes níveis tem sido a criação e revisão constante de informação em Português e a participação na criação da consulta multidisciplinar de displasias ósseas no Hospital Pediátrico de Coimbra – CHUC. Os Encontros anuais organizados pela ANDO também vieram permitir que as pessoas se pudessem conhecer e aproximar, criando uma oportunidade de partilha direta de experiências.  

De que forma têm apoiado as pessoas com displasia óssea? E quais as áreas de atuação da ANDO?

Os motivos que levam as pessoas a procurar a ANDO são muito distintos. Como exemplos está a vontade de conhecer outras pessoas com a mesma displasia, ter acesso a informações sobre a sua displasia num enquadramento específico, questões relacionadas com o acesso a diretos sociais e apoios à incapacidade motora; como e onde aprender a conduzir; adaptações no carro, em casa, no espaço de trabalho; orientações para a escola como esclarecimentos a dar os educadores e professores que acompanham crianças com displasia óssea; pedidos de referenciação clínica, entre muitos outros.

A ANDO atua assim a vários níveis: social, educativo, profissional, psicoemocional e informativo. E para lá do contacto direto com as pessoas com displasia óssea e famílias, temos realizado muito trabalho ao nível de desenvolvimento de parcerias e projetos de investigação focados nas displasias, assim como atuação a nível de instituições nacionais ligadas à saúde e medicamentos, e instituições europeias ligadas à saúde.

Que balanço faz destes 5 anos, desde a sua constituição? Que outros projetos existem para o futuro?

Tem sido um trabalho em andamento. ANDO não é somente um acrónimo, mas tem sentido como palavra, que segue num movimento ativo. Os passos iniciais foram mais complexos, principalmente nas dificuldades encontradas no contacto com as pessoas, que em vários casos se mostraram muito reticentes. Temos uma sociedade muito amistosa, mas ainda muito fechada no que refere à diferença física e foi preciso e continua ainda a ser muito preciso criar e apresentar um trabalho que as pessoas valorizem de forma a que confiem que vale a pena se aproximarem. O trabalho da ANDO foca-se nas pessoas e para estes passos de confiança para o qual trabalhamos.

Sendo que este é um grupo vasto de doenças, quais as que estão representadas na ANDO?

Temos atualmente conhecimento de pessoas com 22 displasias ósseas: acondroplasia, discondrosteose de Leri-Weil, Hipocondroplasia, Hipoplasia cartilagem cabelo (CHH), Pseudoacondroplasia, Displasia diastrófica, Displasia campomélica, Displasia espondilometafisaria, tipo Strudwick, Opsismodisplasia, Displasia epifisária múltipla, Displasia espondiloepifisária, tipo Kimberly, Hipofosfatémia ligada ao cromossoma x (XLH), Pcinodisostose, Displasia Espondiloepifisária congénita – SEDc, Síndrome 3M, Síndrome de Silver-Russell, Displasia Cleidocraniana, Displasia fibrosa poliostótica, Acrodisostose, Osteopetrose, Fibrodisplasia Ossificante progressiva, Osteocrondromas múltiplos.

Entre as displasias mais prevalentes estão a discondrosteose de Leri-Weil, a Osteogénese imperfeita, acondroplasia e a XLH.

O que falta fazer no sentido de melhorar a qualidade de vida das pessoas com displasias ósseas? Em termos sociais, existem apoios suficientes, por exemplo?

A qualidade de vida é um conceito multidimensional que reflete a visão de cada pessoa num dado momento relativamente às suas relações sociais, ao seu estado de saúde física e mental assim como ao seu nível de autonomia. Um dos projetos que a ANDO tem estado a desenvolver parceria com a consultora em saúde Exigo e com a APOI é desenvolver e validar um questionário para avaliação da Qualidade de vida relacionada com a saúde em pessoas com displasias ósseas em Portugal. Há muito para saber sobre as displasias ósseas começando pela sua história natural (o que a carateriza), de forma a saber como se pode melhorar a qualidade de vida, sendo que um registo é fundamental para isto. E neste sentido, a ANDO faz parte da equipa de trabalho da EuRR-Bone, o registo europeu para as doenças ósseas e minerais raras, criando em abril 2020. O aumento de registo de pessoas com displasias ósseas é fundamental para se conhecer as características e necessidades a colmatar para melhorar a qualidade de vida. Em termos de apoios sociais, há diversos apoios para a deficiência e incapacidade motora, alguns específicos para distintas fases etárias e que podem ser solicitados: apoios financeiros, educativos, profissionais, relativos à melhor das acessibilidades e adaptações em espaço de casa, escola e trabalho entre outros.  

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3ª Reunião do “Programa de Educação e Atualização em Patologia da Coluna”
A Sociedade Portuguesa da Coluna Vertebral (SPPCV) está a promover a terceira Reunião do seu “Programa de Educação e...

“Com esta iniciativa online pretendemos promover a partilha de conhecimentos científicos e estimular o interesse pelas patologias na coluna, neste caso pelas infeções na coluna vertebral, como por exemplo a espondilodiscite, uma doença rara que afeta doentes entre os 50-70 anos. Nesta reunião contamos com a presença de especialistas que partilharão os seus conhecimentos e perspetivas, abordando questões relacionadas com o diagnóstico, as causas, o tratamento e a prevenção”, explica Nuno Neves, secretário geral da SPPCV e Coordenador da 3ª Reunião do “Programa de Educação e Atualização em Patologia da Coluna.

As inscrições estão abertas até ao próximo dia 17 de dezembro.

Para mais informações e inscrições: Reunião SPPCV – Infeções da Coluna Vertebral - SPPCV

Desde o início da pandemia
A plataforma “Autoreport & Trace COVID-19”, desenvolvida pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pela SPMS – Serviços...

Mais de 132 mil utentes (132.710) em isolamento reportaram a evolução do seu estado de saúde na plataforma, através do “Registar Sintomas”, um sistema de auto-reporte que é preenchido diariamente num formulário digital.

Esta tem sido uma ferramenta fundamental no suporte à abordagem das pessoas com suspeita e confirmação de infeção por SARS-CoV-2 e seus contactos, apoiando diariamente a prestação de cuidados de saúde no âmbito da pandemia COVID-19 e a intervenção das autoridades de saúde e equipas de saúde pública.

Este modelo inovador, assente na telemedicina, foi elaborado com base na norma 004/2020 da DGS, que estabelece os procedimentos a adotar na abordagem ao doente com suspeita ou infeção por SARS-CoV-2.

Neste sentido, o serviço permite o acompanhamento de sintomas, vigilância e monitorização de doentes e suspeitos de COVID-19, bem como dos seus contactos, sem necessidade de presença física nos serviços de saúde. Desde junho, foram submetidas mais de 521 mil auto-vigilâncias, o que se traduz numa poupança de cerca de 50 mil horas de trabalho, ao longo destes meses.

Através da funcionalidade Autoreport COVID-19, o serviço permite aos utentes auto-reportar os seus sintomas, diariamente ou noutra periodicidade definida, de acordo com os critérios de qualidade e segurança definidos pela Norma 004/2020.

Esta solução permite, assim, um acompanhamento continuo, remoto e em grande escala aos utentes suspeitos ou diagnosticados com COVID-19, que se encontram em vigilância no domicílio.

Ontem, o projeto da DGS e da SPMS foi distinguido pela Federação Internacional dos Hospitais (International Hospital Federation-IHF), no âmbito do combate à pandemia.

No concurso ‘Programa de Reconhecimento da Resposta à COVID-19’ (‘IHF Beyond the Call of Duty for COVID-19’), a SPMS e a DGS foram duas das entidades vencedoras do Serviço Nacional de Saúde.

Esta foi a terceira vez que o modelo desenvolvido pela DGS e pela SPMS foi distinguido. Em novembro, o projeto recebeu a segunda menção honrosa na 7ª edição de Prémios Healthcare Excellence e, já este mês, foi finalista do prémio IPPS – ISCTE Políticas de Saúde – Categoria Administração Central.

Como combater os estados gripais
Os estados gripais são provocados por vírus da família Influenzae, mais presentes entre o início do

Este é um ano diferente, pois outro vírus nos bate à porta e nos assusta. A pandemia COVID-19 veio alterar as nossas vidas e o que pensávamos como adquirido estava, afinal, muito longe de ser real. Tivemos de nos adaptar a um “novo normal”, com todas as condicionantes inerentes à vida numa pandemia.

A adoção de medidas de prevenção contra a COVID-19, como a lavagem frequente das mãos, utilização de máscara e distanciamento físico, podem ajudar a diminuir a prevalência dos estados gripais.

E então… o que podemos fazer como prevenção?

Alimentação

A alimentação pode e deve ter um papel importante na prevenção dos estados gripais e de outras doenças respiratórias. Com a diminuição da temperatura torna-se difícil a ingestão da quantidade de água essencial e por isso a sopa é um alimento importante. Os hortícolas de cor verde escura bem como os de cor alaranjada fornecem grande parte das vitaminas e minerais de que necessitamos. Se a eles juntarmos a fruta da época, cítrica, muito rica em vitamina C e os frutos oleaginosos como as avelãs, nozes e amêndoas teremos a suplementação em selénio e zinco de que necessitamos.

Exercício físico

A prática de exercício físico moderado e contínuo é fundamental para aumentar a resposta imunológica do organismo. Melhora o bem-estar e ajuda-nos a diminuir o stress. Promove ainda uma melhor oxigenação celular e um melhor funcionamento do coração e pulmões.

Medicação e suplementação na prevenção e tratamento dos estados gripais

Existem, ainda, alguns suplementos que podem ajudar-nos a reforçar o sistema imunitário preparando o nosso corpo para lidar melhor com os estados gripais.

Vitamina D

Longe vai o tempo da toma de óleo de fígado de bacalhau durante os invernos. Este foi um dos primeiros suplementos usados para aumentar as nossas defesas imunitárias com uma forte concentração em Vitamina D e Vitamina A.

A Vitamina D pode atuar como imunomodulador, aumentando a nossa resposta defesa a vírus e bactérias.

Vitamina C

Esta vitamina aumenta capacidade de resposta do sistema imunitário e confere uma maior resistência do nosso corpo às infeções respiratórias.

Zinco

Atua na modulação imunológica do timo permitindo a proliferação celular de glóbulos brancos que nos defendem de vírus e bactérias.

Alho

Apresenta propriedades antibacterianas, antimicóticas e antivirais. É tradicionalmente usado nas infeções brônquicas, do aparelho digestivo e na circulação.

Equinácia

Planta com propriedades imunoestimulantes ativando a proliferação de leucócitos. Atua de forma preventiva e curativa em infeções respiratórias, apresentando uma ação anti-inflamatória e antiviral.

Medicamentos Homeopáticos

Vários são os medicamentos homeopáticos que podem ser utilizados para tratar e atenuar os sintomas dos estados gripais. Para a febre elevada poderá utilizar-se Belladonna ou Aconitum. Para febres mais baixas poderá utilizar-se Ferrum phosphoricum ou Gelsemium.

Para as dores no corpo, que melhoram com o repouso, Bryonia é uma boa opção. Para quando todo o corpo dói Eupatorium perfoliatum é a melhor escolha.

Se a tosse persistir e for seca pode experimentar Drosera, se piorar com a humidade Dulcamara e, se for de difícil expetoração, Antimonium tartaricum. Mas tão importante como a medicação é beber água.

Se precisar de ajuda para a melhor escolha no tratamento homeopático já sabe… é só pedir conselho ao seu farmacêutico!

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Insulina foi descoberta há 100 anos
A descoberta da insulina foi um marco revolucionário no tratamento da diabetes e um dos feitos mais memoráveis na história da...

A Comissão Executiva das Comemorações do Centenário da Descoberta da Insulina conta com elementos que acompanharam mais de meio século da história da insulina para trabalhar com Instituições e Sociedades ligadas ao tratamento da diabetes num programa vasto de atividades adequadas à ocasião, com a duração de um ano e com início em janeiro de 2021. O objetivo desta comissão é reforçar a importância da descoberta da insulina e os principais avanços que se fizeram sentir nos últimos cem anos.

“Estamos há quase cem anos a lutar contra a diabetes e comemorar o centenário da descoberta da insulina é celebrar a vida. Em 1921, a insulina foi isolada pela primeira vez em laboratório de forma bem-sucedida e foi aplicada numa pessoa, pela primeira vez, em janeiro de 1922. Desde então, é o principal tratamento na luta contra a diabetes. Esta era uma doença fatal e podemos referir que, antes deste acontecimento, a sobrevivência de uma criança com diabetes tipo 1 variava entre um mês e dois anos, no máximo. Atualmente, já conseguimos adaptar o tipo de insulina a cada doente, uma derradeira evolução na área da medicina.” explica Luis Gardete Correia, endocrinologista e presidente da Fundação Ernesto Roma.

“A descoberta da insulina veio prolongar a vida das pessoas com diabetes, sobretudo as que sofrem de diabetes tipo 1 e veio também abrir portas a mais e melhor investigação sobre novas insulinas e novos métodos de aplicação. Antes da descoberta da insulina, ter diabetes era equivalente a uma condenação à morte. O tempo de vida era curto e associado a complicações graves como a cegueira, as amputações dos membros, o acidente vascular cerebral, o enfarte do miocárdio, a insuficiência renal e a morte.” partilha José Luis Medina, especialista em Endocrinologia e professor catedrático jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

“Mesmo em tempos de pandemia não podemos deixar de assinalar este histórico acontecimento, manifestando o nosso apreço pelos investigadores de todo o mundo, que tanto contribuem para que a diabetes seja combatida com sucesso”, conclui Manuel Almeida Ruas, endocrinologista, fundador e ex-diretor do Serviço de Endocrinologia dos HUC – Coimbra.

No âmbito das comemorações será inaugurada a exposição “Uma Visita à História da Diabetes no Centenário da Descoberta da Insulina”, nos primeiros dias de janeiro de 2021, na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Trata-se de uma exposição itinerante que poderá, posteriormente, ser visitada nas cidades de Coimbra, Porto, Funchal e Ponta Delgada.

Os eventos que irão acontecer por todo o país, durante o decorrer do ano de 2021 e de iniciativa das entidades que se constituem enquanto Comissão Nacional das Comemorações do Centenário da Insulina, podem ser consultados no site oficial www.100anosinsulina.pt

Webinar
O potencial das células estaminais no tratamento da COVID-19 já foi comprovado por Luis Madero, especialista em Oncologia...

Luis Madero é responsável pelo departamento de Onco-hematologia no Hospital Infantil Universitário Niño Jesús e no Hospital Universitário Quirón Pozuelo, em Madrid. Para além do vasto contributo que tem dado em projetos de investigação na área da leucemia infantil, imunoterapia celular e oncolítica, este especialista tem liderado também estudos sobre o uso de células estaminais contra a COVID-19.

O estudo mais recente levado a cabo por Luis Madero, aprovado pela Agência Espanhola de Medicamentos, foi um ensaio clínico de fase II com doentes infetados pela COVID-19, com o objetivo de testar se existia um tratamento eficaz contra o SARS-CoV-2 com tecido do cordão umbilical. A ideia deste estudo passou por utilizar um tipo de célula estaminal: a célula estaminal mesenquimal, em que o tecido do cordão umbilical é especialmente rico, com propriedades imunomoduladoras – ou seja, com capacidade de controlar a resposta excessivamente agressiva do sistema imunitário de um doente, quando este é infetado pelo vírus.

Com este estudo pioneiro, Luis Madero e a sua equipa tinham como objetivo evitar a hiperinflamação, gerada pelo novo coronavírus, que em casos mais graves pode levar à morte. O especialista explica “A doença causada pelo vírus tem três fases: a primeira revela sintomas como febre, tosse ou mal-estar geral; de seguida em alguns doentes, o vírus penetra nos pulmões e causa uma pneumonia bilateral; e na fase final, alguns deles desenvolvem um processo inflamatório que pode levar à falência de múltiplos órgãos ou até mesmo à morte”, explica Luis Madero. Com a abordagem da utilização de células estaminais no tratamento da COVID-19, o que se procura é atuar na fase pulmonar da doença (fase 2), nos doentes com evolução para pneumonia bilateral, mas que ainda não atingiram a fase final de hiperinflação.

O webinar irá centrar-se na análise das fontes de células estaminais e vantagens da sua utilização, na aplicação terapêutica das células do sangue e do tecido do cordão umbilical em diversas doenças e, no panorama atual da pandemia por COVID-19, o potencial das células de Andreia Gomes, responsável pela Unidade de I&D da Bebé Vida. Esta sessão conta com a moderação de João Sousa, diretor de Qualidade da Bebé Vida e Presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Criopreservação (APEC).

Opinião
Ter um animal de estimação como parte integrante da família é uma experiência sensacional!

Neste sentido, oferecer um animal a um amigo ou familiar, sem antes ter a certeza de que estes estão preparados para assumir essa responsabilidade é muito arriscado. A adoção ou aquisição de animais de companhia “por impulso” está totalmente desaconselhada e contribui, de certa forma, para que os casos de abandono se perpetuem. Pode ser uma ótima experiência? Com certeza que sim, mas deve ser assente sobre uma grande probabilidade deste animal vir a ter uma vida digna e feliz, tal como ele merece! É fundamental assegurar-se que exista consenso familiar, que todos os membros da casa estão motivados a receber o novo elemento e se comprometem a apoiar, contribuindo para a sua educação e bem-estar ao longo do tempo.
Ter uma animal de estimação não é apenas um privilégio, é uma responsabilidade.

Como escolher

Depois da decisão tomada é necessário selecionar o tipo de animal que melhor se adaptará ao estilo de vida do seu futuro dono. Esta escolha não é um processo fácil! Muitas pessoas desvalorizam este passo e baseiam a sua decisão na beleza ou no porte do animal e esquecem-se dos aspetos particulares de cada espécie e raça.

Antes de iniciar a seleção, devem refletir sobre diversas questões: avaliar o espaço disponível. Tem um jardim para ele se exercitar ou ficará confinado a um apartamento? Algumas espécies e raças necessitam de muito exercício para que se mantenham em forma e emocionalmente equilibradas. Por exemplo, dentro da mesma espécie, um cão Jack Russel Terrier exige muito mais tempo de passeio, exercício físico e brincadeira do que um Bulldog Francês. Muitas vezes este fator leva a que a aquisição de um gato, coelho anão ou chinchila seja mais prudente.

No caso particular de haver crianças em casa, estas devem ser ensinadas a comportar-se de forma calma e a respeitar o seu animal de estimação. É muito

importante que tanto as crianças, como os animais sejam educados e supervisionados na sua interação, sobretudo durante a fase inicial de adaptação. Alguns animais são reconhecidos por serem extremamente tolerantes com crianças.

Converse com criadores e com outros donos sobre as diversos animais e suas características particulares, tais como o temperamento, necessidade de espaço e de exercício físico, características sociais, cuidados de higiene e cuidados de saúde específicos, bem como predisposição a determinadas doenças.

As vantagens da adoção

Obviamente, se deseja um animal de estimação, não necessita de o comprar. A adoção constitui uma ótima opção e tem muitas vantagens tanto para si como para o animal que terá uma oportunidade de ter uma vida digna e feliz. Se optar por um cachorro ou um gatinho de raça não definida e não conhecer os progenitores, não saberá tão facilmente que tamanho e caráter irá predominar. Se não quiser ter essa incerteza opte por adotar um cão ou um gato adulto, nesse caso não terá de lidar com a imaturidade própria destas idades, e pode avaliar com maior clareza a sua personalidade e temperamento, mas poderá ser confrontado com alguns hábitos já adquiridos. Estes animais costumam ser gratos, meigos e educados, sobretudo quando já passaram por inúmeras adversidades no seu passado.

Dar prendas aos animais

E porque não? Se isso proporcionar momentos de felicidade para toda a família, com certeza que o animal também usufruirá desta alegria, independentemente de não terem o mesmo entendimento que nós. Contudo é necessário escolher os artigos adequados, no que se refere aos materiais, tamanho, etc. É comum ingestão de brinquedos de uma forma involuntária que pode causar obstruções gastrointestinais graves.

Ajudar outros animais

Existem várias associações de proteção animal que vivem de contribuições voluntárias para alimentar e cuidar da saúde de centenas de animais. A ajuda de todos neste sentido é fundamental. Muitas destas associações permitem visitas e acolhimentos temporários destes animais. Para além disso existem famílias carenciadas e pessoas sem abrigo que também têm animais e que será importante uma ajuda suplementar de forma a que estes animais passem esta quadra natalícia mais felizes.

 

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Cuidados paliativos de adultos
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e o Hospital Arcebispo João Crisóstomo - Cantanhede (HAJC) estabelecem um...

Segundo o Centro Hospitalar “este protocolo pretende estabelecer os termos em que decorrerá a colaboração entre o HAJC e o CHUC, ao nível dos cuidados paliativos de adultos”.

O CHUC não dispõe ainda de uma Unidade de Cuidados Paliativos (UCP) para adultos, promovendo a referenciação dos utentes com necessidade de internamento em UCP para o HAJC, “numa lógica de utilização eficiente dos recursos públicos”.

Em comunicado o CHUC faz saber que “a articulação entre os dois hospitais, materializada através deste protocolo, é um passo importante na construção de um Serviço Nacional de Saúde (SNS) em rede e que é estimulado pela tutela, nomeadamente pela Administração Regional do Centro (ARSC) e o Ministério da Saúde”.

O Hospital Arcebispo João Crisóstomo – Cantanhede vai apoiar o CHUC através da sua Unidade de Cuidados Paliativos, que conta com 18 camas de cuidados paliativos. A “articulação entre as equipas das duas instituições e a partilha de informação clínica” vai ser uma das principais premissas desta iniciativa.

O protocolo vai ser assinado, amanhã, dia 18 de dezembro, “pelo presidente do Conselho de Administração do CHUC, Carlos Santos, e pela presidente do Conselho Diretivo do HAJC, Diana Breda”. O evento contará ainda com a presença da Presidente da ARSC, Rosa Reis Marques.

 

 

De acordo com a informação divulgada hoje pela página oficial do Serviço Nacional de Saúde, a Organização Mundial de Saúde (OMS...

Esta reacreditação significa que o laboratório do INSA cumpre as metodologias preconizadas pela OMS-Europa para o diagnóstico laboratorial, através de técnicas por RT-PCR e serológicas, dos vírus do sarampo e da rubéola.

Segundo a avaliação efetuada pela OMS-Europa, citada pela página do SNS, “o LNDEV dispõe de todo o equipamento específico e de pessoal qualificado para realizar o diagnóstico laboratorial destes dois vírus”, tendo a renovação da acreditação, válida para o ano de 2021, sido já comunicada às autoridades de saúde nacionais.

A avaliação das condições dos laboratórios nacionais de referência é efetuada regularmente pela OMS-Europa, com o objetivo de verificar as condições de funcionamento destas infraestruturas, bem como a uniformização dos algoritmos de diagnóstico dos vírus.

O LNDEV do Instituto Ricardo Jorge, que dispõe desta acreditação desde 2007, tem como missão a confirmação de todos os casos prováveis de sarampo, rubéola e rubéola congénita no âmbito do Plano Nacional de Eliminação do Sarampo e da Rubéola. O diagnóstico laboratorial para os vírus do sarampo e da rubéola envolve a deteção de anticorpos IgG e IgM, teste de avidez, deteção do RNA viral, isolamento viral e genotipagem.

 

 

Conferência
A Católica Global School of Law vai realizar esta quarta-feira (16 de dezembro), a partir das 17 horas, uma conferência online...

Esta iniciativa é realizada pouco tempo após a Comissão de Estupefacientes da Organização das Nações Unidas ter reconhecido oficialmente a utilidade médica da canábis, e depois da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos da América ter aprovado um projeto-lei que visa remover a canábis da lista federal de drogas consideradas perigosas.

À discussão vão juntar-se nomes como Kasia Malinowska, Diretora do Programa de Política Global para Drogas da Open Society Foundations, Daniel B. Rodriguez, Professor de Harold Washington na Northwestern Pritzker School of Law, Marie Sanchez, Sócia-fundadora da Nooa Avocats, e João Taborda da Gama, Sócio-fundador da Gama Glória Law Firm. A moderação ficará a cargo de Gonçalo Saraiva Matias, Diretor da Católica Global School of Law.

Para mais informações consulte a página do evento: https://catolicalaw.fd.lisboa.ucp.pt/pt-pt/eventos/future-cannabis-regulation-global-conversation-around-most-recent-events-un-us-and-eu-1466

 

 

Webinar
O próximo webinar do projeto Portugal Angels Nurses Task Force sobre o tema “Cuidados de enfermagem na fase pós-aguda”, com o...

A primeira sessão temática decorreu a 24 de setembro e foi dedicada à apresentação do projeto e à Via Verde do AVC; o segundo aconteceu a 29 de outubro e debateu os cuidados de enfermagem na fase hiperaguda; e a 19 de novembro foi organizado o terceiro encontro virtual, no qual se falou dos cuidados de enfermagem na fase aguda.

Segundo explicou Susana Salselas, enfermeira da ULSNE, Hospital de Macedo de Cavaleiros, este ciclo de webinars pretendeu criar “momentos de partilha de experiências dos enfermeiros sedeados nos diferentes hospitais do País - tanto em unidades centrais, como em hospitais mais periféricos – que se dedicam ao tratamento do doente que sofreu um AVC” e tiveram como mote debater as diferentes abordagens a este grupo específico de doentes.

Nestas quatro sessões pretendeu-se igualmente “percorrer o percurso do doente desde o seu internamento até à preparação da alta para casa, com as várias fases da recuperação do dente”, acrescentou a enfermeira Diana Oliveira, do Hospital de Santo André – Centro Hospitalar de Leiria – representado uma oportunidade para “rever e partilhar as experiências de cada enfermeiro sobre os cuidados prestados nas várias fases da recuperação do doente”.

Com a quarta sessão agendada, o grupo Portugal Angels Nurses Task Force está a planear iniciativas futuras para depois do mês de dezembro, quando termina este ciclo de webinars, em que os enfermeiros dedicados a esta patologia possam partilhar experiências e conhecimentos. “Tivemos muito boa adesão e isso significa que faz sentido, em dezembro, fazer um balanço e avaliar as sugestões apontadas ao longo dos webinares, avaliando também que necessidades aparecem e que oportunidades temos para agarrar”, apontou Cláudia Queiroga, coordenadora da iniciativa Angels em Portugal.

As inscrições no último webinar do ano de 2020 são gratuitas e podem ser realizadas AQUI.

As informações sobre o ciclo de sessões temáticas e os vídeos dos eventos já decorridos estão alojados na plataforma do evento, criada pela SPAVC: https://spavc.livewebinar.pt/nurses-task-force/

O Projeto Portugal Angels Nurses Task Force

O projeto global Angels Nurses Task Force nasceu há quatro anos numa iniciativa mundial que já chegou a mais de 90 países. Cláudia Queiroga explica que, “apesar de já existirem alguns grupos de enfermeiros que abordam as matérias da reabilitação, não existia nenhum grupo dedicado única e exclusivamente ao tema da enfermagem no âmbito da doença cerebrovascular” e, por esse motivo, fazia sentido criar uma estrutura no país onde estes profissionais pudessem debater as matérias mais importantes no tratamento e recuperação do doente que sofreu um AVC.

“O grande objetivo deste grupo é reforçar o contacto entre enfermeiros dedicados ao AVC de diferentes pontos do país, envolvendo o maior número de profissionais possível, de forma a otimizar o cuidado ao doente com AVC”, referiu Susana Salselas, “tendo sempre presente a multidisciplinaridade necessária para o seguimento do doente cerebrovascular”. O ponto fulcral é constituir um ponto de encontro e partilha entre colegas, tendo em vista acrescentar “experiências enriquecedoras e gratificantes no caminho de cada enfermeiro dedicado ao AVC”, fez notar Dora Teixeira, enfermeira da Unidade Local de Saúde da Guarda.

Hugo Gonçalves, enfermeiro do Centro Hospitalar São João, no Porto, acredita também ser “possível e desejável reforçar a participação e presença ativa da Enfermagem em congressos e eventos da especialidade”, considerando que este grupo, e respetivos webinars organizados, bem como atividades futuras, “podem servir como rampa de lançamento para este maior envolvimento”.

“Não somos mais importantes, não somos menos importantes, mas toda a gente deve ter a sua voz”, complementou Susana Salselas, deixando o convite a todos os interessados para acompanharem o grupo e se unirem às atividades programadas.

A SPAVC enaltece a iniciativa, salientando que “os enfermeiros são um grupo de profissionais indispensáveis em todo o circuito de tratamento do doente com AVC, criando elos de ligação entre equipas e apoiando diretamente os sobreviventes”, nas palavras do Prof. Castro Lopes, presidente da Direção desta Sociedade Científica.

Plataforma Saúde em Diálogo
Maria do Rosário Zincke mantém a presidência da Direção da Plataforma Saúde em Diálogo no quadriénio 2020-2023. As eleições dos...

“A estratégia para os próximos anos mantém o foco na promoção e defesa dos interesses, direitos e deveres das pessoas com doença e utentes de saúde, bem como dos seus familiares e cuidadores”, de acordo com a presidente eleita. Os outros dois pilares, assumidos no programa para o novo quadriénio, são a “capacitação e coesão associativas” e a “participação na formulação das políticas públicas de saúde ou com implicações na saúde”, com destaque para o atual tema da vacinação contra a COVID-19 e as preocupações das populações mais vulneráveis no âmbito do plano de vacinação delineado.

A Direção conta com Maria do Rosário Zincke, que representa a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer, Jaime Melancia (PSOPortugal - Associação Portuguesa da Psoríase), Paulo Cleto Duarte (ANF - Associação Nacional das Farmácias) e Francisco Pereira Alves (Fundação Portuguesa do Pulmão).

A presidência da Mesa da Assembleia Geral é assegurada por Isabel Saraiva (Respira - Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas), a vice-presidência cabe a Manuela Lourenço Marques (andLINFA - Associação Nacional de Doentes Linfáticos) e o secretário é João Diogo Carreira (APDPk - Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson). Do Conselho Fiscal fazem parte Paulo Gonçalves (SPEM - Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla), Filipa Branco (Associação de Doentes com Lúpus) e Hélder Martins (Associação Mellitus Criança).

 

 

Estudo
A associação de má visão com uma maior probabilidade de sofrer de depressão é um dos resultados de um estudo recentemente...

Este estudo foi realizado com o apoio do programa de investigação Eurovisão da União Europeia Horizonte 2020 e foi publicado na Acta Ophthalmologica, com a autoria de vários investigadores internacionais de optometria e oftalmologia.

A má visão contribui para impedir o desenvolvimento de todo o potencial das crianças, para a limitação de produtividade nos adultos e perda de autonomia na terceira idade. Também conduz ao isolamento, à sensação de insegurança e impotência e à degradação da autoconfiança. Como tal, contribui para os comportamentos depressivos de uma forma muito marcada.

Estes resultados enfatizam a necessidade de uma abordagem abrangente, de resposta eficaz integrada, na comunidade e de proximidade. Os cuidados para a saúde da visão são os cuidados de especialidade mais frequentes nos seres humanos e devem ser assegurados desde o nascimento e ao longo de toda a extensão da vida.

Cerca de 5 milhões de portugueses sofrem de erro refrativo, e ainda assim, o Estado Português ainda não implementou as recomendações da Organização Mundial de Saúde sobre a integração e planeamento da força de trabalho dos cuidados para a saúde da visão desde os cuidados primários aos cuidados hospitalares e de reabilitação. Estas recomendações foram recentemente reforçadas pela OMS para o rastreio da retinopatia diabética no dia 14 de novembro, onde mais uma vez se reforça o papel fundamental que os Optometristas devem desempenhar na prestação de cuidados primários para a saúde da visão. Até lá, cada vez mais portuguesas e portugueses vão ver pior o seu presente e futuro.

O artigo completo podem ser consultado na Acta Ophthalmologica:
Self‐reported visual difficulties in Europe and related factors: a European population‐based cross‐sectional survey - Leveziel - - Acta Ophthalmologica - Wiley Online Library

 

 

 

Entrevista
Deficiência auditiva, atraso no desenvolvimento ou défice motor estão entre as principais complicaçõ

A meningite na criança é um importante problema de saúde pública e, apesar dos avanços feitos nas últimas décadas, a mortalidade associada a esta doença tem-se mantido praticamente inalterada. Assim começo por lhe perguntar que entidade clínica é esta e porque pode ser assim tão grave?

A meningite é a inflamação das meninges, que são uma camada que reveste o nosso cérebro e medula espinal, geralmente causada por uma infeção. Como são estruturas vitais para o funcionamento do organismo, esta proximidade faz com que qualquer destruição que possam sofrer, no decorrer desse processo, pode causar danos irreversíveis, levando à morte ou ao surgimento de sequelas. É sempre importante ter presente que os neurónios (células do sistema nervoso) não têm capacidade de se dividir, pelo que a sua perda é, em grande parte das vezes, sinónimo de danos permanentes.

Que tipos de meningite existem? Destes, qual (ou quais) a mais grave? 

Existem diversos tipos, consoante o microrganismo que a provoca. Assim, podemos ter meningites víricas, bacterianas, fúngicas ou parasitárias. Na verdade, os dois primeiros são, sem dúvida os mais frequentes. De um modo geral, as meningites víricas são pouco graves e praticamente não deixam sequelas (salvo algumas exceções), não necessitando de nenhum tratamento em particular.

No entanto, em relação às meningites bacterianas o cenário é completamente diferente. São muito mais agressivas e necessitam sempre de cuidados hospitalares, com administração de antibióticos intravenosos. Têm uma mortalidade significativa é uma alta probabilidade de deixar sequelas nos sobreviventes.

Sendo que no início pode parecer uma gripe, a que sinais devemos estar atentos? Quais são os sintomas característicos da doença?

Os sintomas mais característicos são a febre, o mau estado geral, os vómitos e as dores de cabeça. Podem ainda surgir manchas na pele nas primeiras 24 horas de febre, o que constitui, só por si, um sinal de alarme. Como se pode perceber, estes sintomas são pouco específicos, pelo que o mais importante é avaliar bem o estado geral da criança, particularmente quando a febre baixa. Se a criança continuar prostrada, mesmo sem febre, é também um sinal de alarme. Por outro lado, a própria evolução do quadro é fundamental, porque o agravamento rápido nas primeiras horas pode também ser indicador de uma doença mais grave e implica sempre observação medica urgente.

Quem está em risco?

Virtualmente, não existe nenhuma pessoa que não esteja em risco. No entanto, sem dúvida que os bebés pequenos, particularmente nos primeiros meses de vida (e até aos 1-2 anos) são o grupo mais vulnerável. Também os adolescentes parecem ter um risco um pouco mais acrescido, pela proximidade física que têm uns com os outros, o que os coloca um pouco mais em risco de contactar com estes microrganismos.

Relativamente à meningite meningocócica, que agente a provoca e como é feita a sua transmissão?

A meningite meningocócica é provocada por uma bactéria que se chama meningococo. Existem diversos tipos, mas os que provocam doença são os do tipo A, B, C, W, X, Y. Em Portugal, e à semelhança dos outros países europeus, o tipo mais frequente é o B, seguido pelo Y e W. Este último tem aumentado em toda a Europa e reveste-se de particular gravidade, pelo facto de ser altamente agressivo e contagioso.

Em termos de contágio, é uma doença que se transmite por gotículas respiratórias, uma vez que o meningococo pode ser transportado no nariz de pessoas saudáveis, particularmente adolescentes e adultos jovens. A partir daí, pode ser transmitido através de gotículas respiratórias para pessoas que pertençam aos chamados grupos de risco, nomeadamente os bebés, crianças pequenas e idosos.

Existe um período de incubação? Quais os cuidados a ter nesta altura?

Sim, existe e pode ser entre 1 e 10 dias. No entanto, na maioria dos casos costuma ser de cerca de 3-4 dias, em média. Quando existe um contacto documentado com o meningococo (caso em Creche, por exemplo), todos os conviventes próximos (escola e domicílio) devem fazer um antibiótico de prevenção, a chamada quimioprofilaxia.

Qual o tratamento da meningite meningocócica?

O tratamento passa sempre pelo internamento com a administração intravenosa (“na veia”) de um antibiótico que seja eficaz contra esta bactéria e que consiga atravessar as meninges.

Qual a importância da vacinação em matéria de prevenção?

A vacinação é a única forma verdadeira de prevenir a meningite meningocócica e isso deve ser do conhecimento de todos. Claro que uma boa etiqueta respiratória, a higienização das mãos e superfícies e, inclusivamente, medidas mais atuais como o distanciamento social e o uso de máscara podem também ajudar, mas nenhuma destas medidas substitui a necessidade de vacinar contra este microrganismo, sempre que possível.

Quais as principais complicações desta doença? Que sequelas pode deixar para a vida?

A complicação mais grave de todas é a morte e é uma realidade em cerca de 5-10% dos casos. Para além disso, um em cada cinco sobreviventes pode ficar com sequelas, sendo as mais frequentes as seguintes:

  • Atraso de desenvolvimento
  • Surdez
  • Défices motores
  • Epilepsia
  • Amputações

Em jeito de chamada de atenção para o tema, que mensagem gostaria de deixar?

A minha mensagem final vai para a gravidade potencial desta doença, com uma elevada taxa de mortalidade e probabilidade de deixar sequelas. Apesar dos tratamentos serem cada vez mais eficazes, penso que é fundamental reforçar o papel fulcral da vacinação como único meio de prevenção desta doença.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Revista Nature
2020 é um ano que ficará para a história por muitas razões relacionadas com a pandemia, mas também pelos avanços registados na...

No início do ano, a edição impressa da revista Nature, divulgou a primeira realização experimental de padrões moiré óticos, depois seguiram-se a Nature Photonics onde a primeira observação de feixes localizadas óticos não lineares foi relatada, enquanto a revista Science reportou recentemente a primeira realização experimental de fases topológicas não triviais induzidas pela não linearidade.

As redes moiré resultam da superposição de duas estruturas periódicas idênticas ou semelhantes giradas ou deslocadas uma em relação à outra. Esses padrões aparecem em muitas situações, mesmo na vida quotidiana, incluindo design artístico, indústria têxtil, arquitetura, processamento de imagem, metrologia, interferometria e outros. A implementação de padrões moiré usando estruturas cristalinas bidimensionais (grafeno) já permitiu aos cientistas observar uma rica variedade de fenómenos físicos incomuns que abriram uma nova área no mundo da física bidimensional.

O artigo da Nature “Localization and delocalization of light in photonic moiré lattices” apresenta a primeira realização experimental de padrões moiré óticos, nomeadamente, a primeira demonstração experimental de transição bidimensional localização-deslocalização de feixes de luz em potenciais óticos puramente regulares. O trabalho foi desenvolvido no laboratório de Fanwei Ye, professor da Universidade Jiao Tong de Xangai, na China e contou com a colaboração teórica de Vladimir Konotop, professor do Departamento de Física e investigador do Centro de Física Teórica e Computacional da Ciências ULisboa, e com a colaboração dos laboratórios do Institute of Spectroscopy (IS), na Rússia, e ICFO – The Institute of Photonic Sciences, na Espanha. Na experiência realizada na China foram produzidas redes moiré óticas pitagóricas e hexagonais reconfiguráveis. A transição localização-deslocalização foi observada em redes reconfiguráveis na passagem entre fases comensurável (periódica) e incomensurável (aperiódica).

Baseando-se na tecnologia desenvolvida no artigo da Nature, o mesmo grupo de cientistas continuou o estudo de redes moiré fotónicas para meios não lineares. O artigo "Optical soliton formation controlled by angle twisting in photonic moiré lattices", publicado na Nature Photonics, apresenta esse trabalho, nomeadamente a formação de solitões, isto é, feixes óticos de área finita, em reticulados que passam suavemente de geometrias totalmente periódicas para aperiódicas, com propriedades de limiar que são uma manifestação direta pura da física de bandas planas.

Isoladores topológicos eletrónicos são sólidos que não conduzem eletricidade dentro do seu volume, mas ao mesmo tempo são condutores perfeitos ao longo da sua superfície.  Isoladores topológicos fotónicos criados pelas redes de guisa de onda são os análogos óticos de tais isoladores. Em fases, chamadas topológicas, eles guiam a luz ao logo das superfícies destes cristais fotónicos. A propagação de luz em isoladores topológicos, suportados pela estrutura matemática subjacente ao seu design, é dotada pela extrema robustez em relação a imperfeições ou perturbações externas.

No trabalho experimental desenvolvido no laboratório de Alexander Szameit, professor da Universidade de Rostock, na Alemanha, que também contou com o contributo teórico de Vladimir Konotop, bem como dos estudos numéricos do IS e ICFO foi demonstrado pela primeira vez que a fase topológica em cristais fotónicos pode ser induzida pela não linearidade. O trabalho "Nonlinearity-induced photonic topological insulator" foi publicado na revista Science no passado mês de novembro.

Os cientistas demonstraram que a não linearidade ótica pode induzir uma mudança topológica nas propriedades de uma rede fotónica. Em baixa potência, a luz da sonda vaza uniformemente para o resto da rede, uma fase oticamente trivial. Acima da potência limite, a não linearidade ótica induz uma mudança topológica nas propriedades da rede fotónica e a luz da sonda é confinada a se propagar ao longo da borda da estrutura. Os resultados ilustram uma rota para controlar dinamicamente a propagação da luz e levantam questões teóricas como a própria existência, definição, e propriedades de invariantes topológicos de sistemas não lineares.

Para Vladimir Konotop os resultados alcançados recentemente têm um grande interesse para a ciência: "tudo isto tem uma extrema relevância conceptual e novas aplicações da ótica, para a física em geral, e até para a Matemática, uma vez que nas experiências são envolvidos padrões até agora pouco explorados ou mesmo não explorados”.

Campanha “Este Natal dê um presente ao seu coração”
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está a alertar a população para a importância de cuidar da saúde...

Com o mote “Este Natal dê um presente ao seu coração”, a campanha relembra que deve ter cuidado com os excessos natalícios; deve seguir as orientações do seu médico assistente; e que não se deve esquecer de tomar a medicação habitual para as suas doenças crónicas. Deve também seguir outras orientações que lhe tenham sido dadas, e, se necessário, não hesitar em ligar o 112 em caso de emergência. Os espaços para tratamento da doença coronária são seguros em contexto Covid-19.

“Neste tempo de pandemia Covid-19, o seguimento e o tratamento das doenças crónicas não pode ser descurado. Apesar das atuais restrições, as pessoas com doenças coronárias e outras patologias crónicas devem lembrar-se de comprar e de tomar a medicação corretamente, como forma de prevenir possíveis complicações, que poderão ter consequências graves para a sua saúde ou ser fatais”, afirma João Brum Silveira, presidente da APIC.

E acrescenta: “Sobretudo nesta época natalícia, é importante ter atenção aos habituais excessos alimentares; manter-se ativo; e não ter receio em pedir ajuda médica, em caso de sintomas de enfarte. A via verde coronária está a funcionar e os laboratórios de hemodinâmica, salas onde se realiza o tratamento da doença coronária, são seguros em contexto Covid-19. Em caso de urgência ligue 112.”

O enfarte agudo do miocárdio, ou ataque cardíaco, resulta da obstrução de uma das artérias do coração, que faz com que uma parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes. Esta obstrução é habitualmente causada pela formação de um coágulo devido à rotura de uma placa de colesterol.

Os sintomas mais comuns, para os quais as pessoas devem estar despertas, são a dor no peito, por vezes com irradiação ao braço esquerdo, costas e pescoço, acompanhada de suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade. Normalmente, os sintomas duram mais de 20 minutos, mas também podem ser intermitentes. Podem ocorrer de forma repentina ou gradualmente, ao longo de vários minutos.

Na presença destes sintomas é importante ligar imediatamente para o número de emergência médica –112. Não deve tentar chegar a um hospital pelos seus próprios meios porque este poderá ser um centro sem capacidade para realizar o tratamento mais adequado, situação não acontece quando se liga para o 112.

Em todos os 27 Estados-Membros
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, quer a União Europeia a iniciar “tão cedo quanto possível” uma...

Na cimeira de líderes da União Europeia (UE) da semana passada, Ursula von der Leyen, sublinhou que “ninguém deve pensar que está a salvo, não quando mais de 3.000 europeus morrem de Covid-19 a cada dia”, mas apontou que “finalmente há boas notícias”, com o desenvolvimento de vacinas, sendo que a primeira deverá ser aprovada já no início da próxima semana.

Durante o debate no Parlamento Europeu na semana passada, também o Primeiro-Ministro, António Costa, apelou a que todos os Estados-membros da UE iniciem as campanhas de vacinação simultaneamente, para assegurar uma imunidade de grupo “à escala da UE”.

“Sugeri efetivamente que pudéssemos tentar coordenar o esforço para que arrancássemos todos no mesmo dia com o processo de vacinação. Para termos imunidade de grupo à escala da UE, não basta que um país alcance essa imunidade de grupo, é um esforço que tem de ser realizado simultaneamente em todos os Estados, e a melhor forma de todos o fazermos de uma forma coordenada é podermos arrancar todos ao mesmo tempo”, frisou o governante.

Investigação
Novo estudo com cerca de 3000 pessoas realizado em Espanha analisa se a hora do dia em que se pratica desporto pode influenciar...

Uma possível causa de cancro é a perturbação do ritmo circadiano, o desajuste entre os fatores ambientais, como as horas de luz e a ingestão de alimentos, e os nossos ritmos circadianos endógenos. Até agora, sabia-se que a prática de atividade física regular durante toda a vida pode reduzir o risco de desenvolver cancro. Este efeito protetor pode ser maior se a atividade física for realizada de manhã, de acordo com um novo estudo coordenado pelo Instituto de Salud Global de Barcelona (ISGlobal.), centro apoiado pela Fundação “la Caixa”, juntamente com o Departamento de Epidemiologia da Medical University of Vienna.

A maior parte das investigações sobre a perturbação do ritmo circadiano e o risco de cancro focaram-se no trabalho à noite. Estudos recentes sugerem que ser exposto a luz à noite e jantar tarde pode aumentar o risco de cancro. Não obstante, desconhece-se, até agora, se a altura do dia em que se realiza a atividade física pode influenciar o risco de desenvolver cancro devido à perturbação do ritmo circadiano.

Para abordar esta questão, a equipa de cientistas analisou os efeitos da hora em que se pratica atividade física de carácter recreativo sobre o risco de desenvolver cancro da mama e da próstata, num estudo populacional de caso-controlo. Foi colocada a hipótese de os efeitos benéficos da atividade física mais prolongada na redução do risco de cancro serem maiores se esta for realizada de manhã. A investigação baseou-se nos resultados de um estudo experimental que demonstrou que a prática de atividade física à tarde e à noite pode atrasar a produção de melatonina, uma hormona produzida sobretudo durante a noite e com propriedades anticancerígenas conhecidas.


Manolis Kogevinas, investigador e diretor científico da distinção Severo Ochoa do ISGlobal

A análise envolveu 2795 pessoas do estudo multicaso-controlo (MCC-Spain) em Espanha. Os investigadores descobriram que os efeitos benéficos da atividade física (a de maior duração praticada ao longo da vida) na redução do risco de cancro da mama e da próstata eram maiores quando a atividade era praticada regularmente de manhã (8h-10h). Nos homens, os efeitos foram igualmente significativos para a atividade noturna (19h-23h). Os resultados não sofreram alterações ao considerar a hora de atividade física mais extenuante. Os efeitos diferiam consoante os cronotipos, a preferência por dormir ou estar ativo num determinado momento do dia. A atividade realizada de manhã cedo (8h-10h) parecia particularmente protetora para os cronotipos vespertinos, pessoas que geralmente preferem estar ativas à noite.

No artigo publicado na revista International Journal of Cancer, os epidemiologistas analisam como a atividade física pode influenciar os ritmos circadianos e sugerem possíveis mecanismos biológicos (por exemplo, a alteração da produção de melatonina e de hormonas sexuais, o metabolismo dos nutrientes, etc.). De um modo geral, os resultados deste estudo indicam que “a hora do dia em que se pratica atividade física é um aspeto importante que pode potenciar o seu efeito protetor sobre o risco de desenvolver cancro”, destaca Manolis Kogevinas, investigador e diretor científico da distinção Severo Ochoa do ISGlobal, que coordenou o estudo. “A confirmarem-se estes resultados, será possível melhorar as atuais recomendações de atividade física para a prevenção do cancro. O que fica claro é que toda a gente pode reduzir o risco de desenvolver cancro se simplesmente praticar uma atividade física moderada durante, pelo menos, 150 minutos por semana”, acrescenta.

Resultados promissores em ensaios clínicos
Diferentes metodologias de multiplicação das células do sangue do cordão umbilical em laboratório têm obtido resultados muito...

Uma das metodologias em estudo, que se destaca pelos bons resultados obtidos nos últimos anos, utiliza a molécula nicotinamida como base da sua tecnologia de expansão, sendo o produto resultante da exposição denominado Omidubicel. Foram anunciados, este ano, resultados muito positivos sobre o desempenho de Omidubicel num ensaio clínico de fase III que incluiu 125 pessoas com doenças malignas do sangue, tratados em mais de 50 centros de transplantação. Neste estudo, observou-se que o tempo médio de recuperação hematológica após o transplante foi significativamente menor nos doentes que receberam Omidubicel, comparativamente aos que receberam sangue do cordão umbilical não expandido, associado a menos complicações e menor tempo de hospitalização. Prevê-se que o pedido de licença para disponibilização desta metodologia seja submetido à FDA, a agência reguladora do medicamento nos EUA, ainda este ano.

Outro método de expansão do sangue do cordão umbilical que tem apresentado bons resultados utiliza uma molécula designada UM171 e foi desenvolvido no Canadá. Em janeiro deste ano foram publicados na revista The Lancet Haemathology os resultados de um ensaio clínico de fase I/II, em que 22 adultos com doenças hemato-oncológicas foram transplantados com sucesso, usando sangue do cordão umbilical expandido com a molécula UM171. Neste estudo, tanto o tempo de recuperação hematológica, como as taxas de sobrevivência e de complicações pós-transplante revelaram-se muito favoráveis.

Segundo Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “o maior desafio da transplantação de sangue do cordão umbilical prende-se com o número de células de algumas unidades, que poderá ser insuficiente para tratar doentes com maior peso corporal, o que habitualmente resulta num maior tempo de recuperação hematológica.

A investigadora acrescenta ainda que “nestes casos, estas metodologias de multiplicação das células do sangue do cordão umbilical permitem escolher, para cada doente, a unidade de sangue do cordão umbilical com grau de compatibilidade mais adequado, ficando ultrapassada a questão do número de células inicialmente armazenado”.

Desde o primeiro transplante, em 1988, que o sangue do cordão umbilical se tem afirmado como uma importante fonte de células estaminais para transplante hematopoiético, capaz de tratar doenças hemato-oncológicas, imunodeficiências, doenças metabólicas, entre outras.

Uma estratégia que tem vindo a ser utilizada com sucesso nos últimos 20 anos é a transplantação de duas unidades de sangue do cordão umbilical. Outra solução que tem vindo a ser investigada é a expansão – ou multiplicação – das células do sangue do cordão umbilical em laboratório antes do transplante. Esta abordagem permite obter um grande número de células estaminais para transplante, a partir de um número inicial relativamente pequeno.

Referências:
Claveau JS, et al. Single UM171-expanded cord blood transplant can cure severe idiopathic aplastic anemia in absence of suitable donors. Eur J Haematol. 2020. 105(6):808-811.
Cohen S, et al. Hematopoietic stem cell transplantation using single UM171-expanded cord blood: a single-arm, phase 1-2 safety and feasibility study. Lancet Haematol. 2019. S2352-3026(19)30202-9.
https://investors.gamida-cell.com/news-events/press-releases/news-release-details/gamida-cell-announces-positive-topline-data-phase-3, acedido a 26 de novembro de 2020.
https://investors.gamida-cell.com/news-events/press-releases/news-release-details/gamida-cell-announces-omidubicel-secondary-endpoints, acedido a 26 de novembro de 2020.

É necessário mais investimento no SNS
Atrasos em rastreios ou falta de acesso a médicos de família, assim como a ausência de um plano de cuidados integrados são...

No passado dia 12 de dezembro assinalou-se o Dia Internacional da Cobertura Universal de Saúde, uma prioridade assumida por todos os países do mundo, no contexto das Nações Unidas, como parte da Agenda 2030 sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.  Neste sentido, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) não quer deixar passar este dia sem alertar para a importância do reforço de investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS), com o propósito de construir um futuro seguro e melhorar a cobertura universal da saúde dos portugueses.

“A pandemia do novo coronavírus levou-nos a uma nova realidade, com novos desafios e oportunidades para o avanço da cobertura universal da saúde. Contudo, é importante reforçar que não podemos esperar pelo fim desta pandemia para investir na saúde dos portugueses! Atualmente, há muitas pessoas no nosso país que não têm acesso a médico de família, há múltiplos rastreios e consultas em atraso e continuamos a deparar-nos com uma ausência de integração dos cuidados, um problema que se arrasta há alguns anos e que continua a preocupar-nos. A diabetes e as doenças crónicas recorrem a várias especialidades que raramente contactam entre si”, afirma José Manuel Boavida, presidente da APDP. 

A associação destaca ainda o papel das organizações da Sociedade Civil e a sua integração nas esferas da participação e decisão nas políticas públicas. “Afinal, temos de nos mover juntos e estabelecer mecanismos para envolver toda a sociedade por uma Saúde para todos”, destaca José Manuel Boavida.

 

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