Que antecede o pedido formal de autorização
O comité de medicamentos humanos da EMA (CHMP) iniciou uma revisão da NVX-CoV2373, a vacina Covid-19 que está a desenvolvida...

A decisão do CHMP de iniciar a revisão continuada baseia-se em resultados preliminares de estudos laboratoriais (dados não clínicos) e estudos clínicos precoces em adultos. Esses estudos sugerem que a vacina desencadeia a produção de anticorpos e células imunes que visam o SARS-CoV-2, o vírus causador do Covid-19.

A empresa está atualmente a realizar testes em pessoas para avaliar a sua segurança, imunogenicidade (quão bem desencadeia uma resposta contra o vírus) e sua eficácia contra a Covid-19. A EMA avaliará os dados desses e de outros ensaios clínicos à medida que estiverem disponíveis.

A revisão continuará até que haja evidências suficientes disponíveis para um pedido formal de autorização de marketing.

A autoridade europeia explica em comunicado que vai avaliar o cumprimento da vacina com as normas usuais de eficácia, segurança e qualidade farmacêutica. Embora não possa prever os cronogramas globais, deve levar menos tempo do que o normal para avaliar uma eventual aplicação por causa do trabalho feito durante a revisão de rolamento.

Como vai funcionar a vacina?

Como outras vacinas, espera-se que o NVX-CoV2373 prepare o corpo para se defender contra a infeção. A vacina é uma vacina à base de proteínas que contém partículas minúsculas feitas a partir de uma versão cultivada em laboratório da proteína spike (S) encontrada na superfície do coronavírus SARS-CoV-2. Também contém um "adjuvante", uma substância para ajudar a fortalecer as respostas imunes à vacina.

Quando uma pessoa recebe a vacina, seu sistema imunológico identificará as partículas proteicas como estranhas e produzirá defesas naturais - anticorpos e células T - contra elas. Se mais tarde, a pessoa vacinada entrar em contato com sars-CoV-2, o sistema imunológico reconhecerá a proteína de pico no vírus e estará preparado para atacá-lo. Os anticorpos e células imunes podem proteger contra a Covid-19 trabalhando juntos para matar o vírus, impedir sua entrada nas células do corpo e destruir células infetadas.

O que é uma revisão?

Uma revisão em curso é uma ferramenta regulatória que a EMA usa para acelerar a avaliação de um medicamento promissor durante uma emergência de saúde pública. Normalmente, todos os dados sobre a eficácia, segurança e qualidade de um medicamento ou vacina e todos os documentos necessários devem estar prontos no início da avaliação em um pedido formal de autorização de marketing. No caso de uma revisão em andamento, o comité de medicamentos humanos (CHMP) da EMA faz revisão dos dados à medida que se tornam disponíveis a partir de estudos em andamento. Uma vez que o CHMP decida que dados suficientes estão disponíveis, a empresa pode enviar uma solicitação formal. Ao avaliar os dados à medida que se tornam disponíveis, o CHMP pode chegar a uma opinião sobre a autorização do medicamento mais cedo.

Dia Mundial do Cancro
“Os superpoderes da Júlia” é o audiolivro infantil lançado pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) para assinalar o Dia...

Em Portugal, são diagnosticados cerca de 60 000 novos casos de cancro todos os anos, uma realidade que afeta milhares de famílias e cujo impacto emocional gera diferentes reações ao longo do processo de tratamento que, por vezes, leva a desequilíbrios nas dinâmicas familiares.

“Este livro é uma ferramenta essencial para minimizar uma das principais dificuldades sentidas pelas famílias com cancro, e que passa pela questão da comunicação. Através dele, a família pode facilmente introduzir o tema “cancro” e explicar de forma simples e adequada, o que é o cancro e as suas implicações. Poderá ser ainda um recurso útil na atuação dos profissionais de saúde em oncologia, além de um importante instrumento de literacia para a saúde, ao serviço das escolas e de todos os professores”, refere Sónia Silva, responsável pela área de Psico-Oncologia da LPCC do Núcleo Regional do Centro.

Os recursos e a informação disponível para ajudar os adultos a preparar emocionalmente uma criança para a situação de cancro num familiar direto são escassos. A decisão de contar ou não contar à criança a realidade da doença, como explicar o que é o cancro, como preparar a criança para lidar com as alterações físicas, emocionais e comportamentais do doente, nomeadamente nas pequenas tarefas do dia a dia, são desafios adicionais para quem vive com o diagnóstico de cancro.

“Os superpoderes da Júlia” é um audiolivro infantil, que partilha a história de uma menina alegre, corajosa e cheia de vida e de um pai lutador, que enfrentam o cancro com amor. A personagem Júlia vai descobrir que o pai tem uma doença chamada cancro – vai ficar mais cansado, terá de ir ao hospital fazer tratamentos e o seu cabelo vai acabar por cair. Com a ajuda da mãe, a Júlia vai também aprender que a doença não é contagiosa, que pode continuar a brincar e ajudar o pai a sentir-se melhor com os seus superpoderes.

A sessão de apresentação do projeto ocorrerá amanhã, dia 04 de fevereiro, pelas 18h na página de Facebook da LPCC. Os oradores da sessão serão: Dra. Cândida Cancelinha - Pediatra, coordenadora da Equipa Intra-hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos Pediátrica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, a Dr.ª Sónia Silva, Psicóloga Clínica Responsável da Unidade Psico-Oncologia da LPCC – NRC e contará com a mediação da Jornalista Claúdia Pinto.

O audiolivro está disponível no site da LPCC. Conheça esta história que nos ensina que quando um familiar tem cancro, é legitimo ter medo, mas não podemos ficar dentro da tenda como a Júlia. Vale a pena lutar contra o cancro. Saiba mais em : https://www.ligacontracancro.pt/ospoderesdajulia/

 

 

 

Ajuda no combate à pandemia
A equipa de profissionais alemães que vem reforçar a resposta a doentes críticos, chegou ao início desta tarde a Figo Maduro....

Acompanhada pelo Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho e o Embaixador da Alemanha em Portugal, Martin Ney, a Ministra da Saúde, Marta Temido, acompanhou a chegada da equipa de profissionais de saúde militares alemães ao Aeródromo de trânsito nº1 de Figo Maduro.

No local, a ministra agradeceu a ajuda alemã, sublinhando que “foi com grande apreço que registámos ofertas de disponibilidade de vários sistemas de saúde, entre elas a dos nossos anteriores colegas na presidência da União Europeia”, referindo ainda que a Alemanha estendeu “uma disponibilidade das mais úteis para um SNS que enfrenta aquilo que o nosso SNS enfrenta”, isto é, “disponibilidade de recursos humanos altamente diferenciados e preparados”.

De acordo com a governante, estes profissionais de saúde vão trabalhar numa nova unidade no Hospital da Luz, em Lisboa, garantindo que “todos os hospitais poderão utilizar estas camas”, no âmbito da colaboração com o Governo alemão.

O trabalho realizado na região de Lisboa e Vale do Tejo, permitiu encontrar disponibilidade do Grupo Luz Saúde para, realocando doentes, recursos e adaptando espaços, em tempo record, disponibilizar um núcleo de mais 8 camas de cuidados intensivos que permitirá à referida equipa trabalhar num espaço único, proporcionando-lhes condições de maior eficiência no tratamento de doentes graves provenientes de hospitais públicos da Região de Lisboa.

Marta Temido realçou que “esta resposta permite-nos garantir o funcionamento autónomo de mais uma estrutura, que estava perfeitamente equipada mas precisava de recursos humanos”.

A operacionalização desta colaboração será efetuada mediante acordo específico a celebrar entre a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e o Grupo Luz Saúde, estando desde já assegurado que a gestão das 8 camas agora disponibilizadas funcionará num quadro de articulação com a Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva para a Covid-19.

 

Covid-19 em Portugal
Portugal registou, nas últimas 24 horas, 240 mortes e 9.083 novos casos de infeção por Covid-19. O número de internados em UCI...

Segundo o boletim divulgado, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 130 das 240 mortes registadas em todo o País. Seguem-se as regiões centro com 46 e norte com 43. No Alentejo há 16 mortes a lamentar e no Algarve quatro.

Quanto aos arquipélagos, só a Madeira registou uma morte desde ontem  

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 9.083 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 4.544 novos casos e a região norte 2.356. Desde ontem foram diagnosticados mais 1.387 na região Centro, no Alentejo 389 casos e no Algarve mais 267. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 120 infeções e no dos Açores 11 novos casos.

Desde o início da pandemia, já foram confirmadas 740.944 infeções pelo novo coronavírus.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 6.684 doentes internados, menos 91 que ontem, sendo que as unidades de cuidados intensivos registaram uma subida, tendo atualmente mais 25 doentes, desde o último balanço. Ao todo estão 877 pessoas na UCI.

O boletim desta quarta-feira mostra ainda que, desde ontem, 11.218 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 563.174 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 164.513 casos, menos 2.375que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância também menos 6.275 contactos, estando agora 209.261 pessoas em vigilância.

 

 

 

Há unidades livres de Covid-19 a que os doentes podem recorrer
Na véspera de se assinalar o Dia Mundial do Cancro, o coordenador da Unidade Digestivo Alto do Instituto Português de Lisboa ...

Rui Casaca apelou aos doentes para não recearem ir ao hospital, que tudo fará “para receber o maior número de doentes” já diagnosticados.

“Os doentes não podem vir ao IPO só com queixas”, mas se tiverem o diagnóstico feito serão logo observados na segunda-feira, dia em que é realizada a consulta de primeira vez, sendo que «a referenciação terá de ser feita através do hospital da área de residência ou do médico de família».

O receio da infeção por SARS-CoV-2, que provoca a Covid-19, afastou os doentes das unidades de saúde, existindo por isso menos exames e situações identificadas para tratar.

Por outro lado, os médicos de família ficaram “muito assoberbados com o trabalho de seguimento de doentes Covid e isso diminuiu também um bocadinho os pedidos de exame de endoscopias digestivas altas”.

“Perante esta pandemia, e principalmente como a situação está agora, é impossível os hospitais e os centros de saúde responderem exatamente igual ao que era antes”, mas estão todos a tentar adaptar-se, defendendo que “neste momento devemos focar-nos no trabalho e na resolução do problema dos doentes”.

“É claro que não podemos responder a todos os hospitais de Lisboa e do Sul do país, mas tudo faremos para dar um maior apoio possível a todos os doentes oncológicos. É nesse sentido que nos organizamos”, rematou.

 

Potencial terapêutico
Cancro gastrointestinal, leucemia mieloide aguda e cancro do ovário entre as principais doenças oncológicas analisadas a nível...

No âmbito do Dia Mundial da Luta contra o Cancro, que se assinala a 4 de fevereiro, a BebéVida, banco de tecidos e células estaminais, analisa as potencialidades terapêuticas através do sangue e tecido do cordão umbilical no tratamento das doenças oncológicas, de acordo com os último estudos e investigações desenvolvidas para o efeito. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) o cancro é a segunda principal causa de morte, em todo o mundo, por esse motivo torna-se essencial a procura e desenvolvimento de novas terapias para o combate a esta patologia.

Um dos principais desafios dos doentes oncológicos é a fragilidade do seu sistema imunitário, uma vez que estes são doentes imunodeprimidos quer pela doença, quer pelos tratamentos mais frequentes como é o caso da quimioterapia e radioterapia. Com a finalidade de aumentar a imunidade dos doentes com cancro e para prevenir recaídas, ou prolongar o tempo de sobrevivência, recentemente foi feito um ensaio clínico com 130 doentes, voluntários, diagnosticados com diferentes cancros gastrointestinais em estádios II ou III no Hospital Universitário da Universidade Médica da Mongólia Interior e no Hospital de Reabilitação de Ordos (China) em colaboração com a Faculdade de Medicina da “University College London”.

Os voluntários foram aleatoriamente distribuídos em dois grupos: um grupo a quem foi administrada uma infusão de sangue do cordão umbilical (alogénico) e o segundo grupo sem infusão do sangue do cordão umbilical (grupo de controlo). Este ensaio clínico demonstrou que a infusão do sangue do cordão umbilical aumentou o número de células T e B e promoveu um aumento da doença estável, reduzindo significativamente a doença progressiva. Os resultados deste ensaio contribuíram para um importante passo no prognóstico do cancro gastrointestinal, concluindo-se que a transfusão de sangue do cordão umbilical, apresenta efeitos reparadores nas células e tecidos danificados e podem reconstituir a imunidade prejudicada em doentes com cancro com imunossupressão.

Em 2019, foi também realizado um ensaio clínico de fase II com a participação de 25 doentes com leucemia mieloide aguda, com idades entre os 60 e os 74 anos, que avaliou o efeito da combinação de medicamentos, seguida de uma infusão de sangue do cordão umbilical. Os resultados deste ensaio demonstraram que o grupo em que foi administrada esta terapia, conjunta com o sangue do cordão umbilical (alogénico), obteve uma taxa de sobrevida geral e uma taxa de sobrevida livre de progressão maior que o grupo sem esta combinação. O resultado deste ensaio demonstra, uma vez mais, a utilidade e importância da utilização do sangue do cordão umbilical, em combinação com outras terapias, no combate às doenças oncológicas.

No que diz respeito ao cancro do ovário, este é um dos cancros ginecológicos mais letais devido ao diagnóstico tardio e à eficácia terapêutica reduzida. O tratamento padrão deste tipo de cancro combina cirurgia e quimioterapia. Apesar de existirem avanços em estratégias de terapia múltipla, o resultado clínico não tem sido significativamente melhorado. Sendo por isso, o cancro do ovário, um dos que necessita também de novas estratégias e abordagens terapêuticas que conduzam ao seu combate.

Em 2020, Qi Liu e os seus colegas isolaram os neutrófilos do sangue cordão umbilical (alogénico) e ativaram esses neutrófilos usando LPS e interleucina-8. Ao avaliarem o efeito destes neutrófilos ativados provenientes do sangue do cordão umbilical nas células cancerígenas do ovário, observaram que houve uma inibição a proliferação, migração e invasão e indução da apoptose (morte) de células cancerígenas do ovário. Este estudo, demonstra um resultado importante ao nível do potencial da imunoterapia usando neutrófilos derivados de sangue do cordão umbilical nas células cancerígenas no ovário, resultando numa nova estratégia em terapia imunológica para este tipo de cancro. 

De acordo com os estudos e ensaios clínicos apresentados, que demonstram o valor terapêutico que o sangue e tecido do cordão umbilical pode ter no tratamento de algumas das doenças oncológicas mais graves, a BebéVida laboratório de criopreservação de células estaminais, criou em 2013 um Banco Solidário que já permitiu a criopreservação gratuita de mais de doze amostras de sangue do cordão umbilical.

Através desta iniciativa, várias famílias carenciadas podem usufruir gratuitamente do serviço de criopreservação do sangue do cordão umbilical de bebés cujos irmãos caso sejam portadores de doenças graves. Estes têm assim ao seu alcance uma potencial indicação para transplante.

A luta contra o cancro também passa pela sensibilização e alerta para a importância dos cuidados e o que cada um de nós pode ter ao seu alcance para prevenir o aparecimento desta patologia, por esse motivo a BebéVida está empenhada em apostar no aumento do conhecimento da população portuguesa sobre as potencialidades terapêuticas do sangue e do tecido do cordão umbilical nas doenças oncológicas.

 

Técnica inovadora com recurso a laser
O Hospital Lusíadas Albufeira tem disponível uma cirurgia inovadora com recurso a laser para o tratamento das hemorroidas, que...

Com uma incidência assinalável na população em geral, a doença hemorroidária constitui, em muitos casos, uma enorme condicionante à qualidade de vida de quem sofre com esta patologia. O cirurgião Eduardo Xavier revela que “a cirurgia no tratamento das hemorroidas é geralmente muito receada por ser sinónimo de um pós-operatório com dor violenta, recuperação penosa e possibilidade do aparecimento de complicações graves. Estes medos levam a que muitos doentes recusem o tratamento cirúrgico preferindo continuar a sofrer. Felizmente, e graças a este novo procedimento, este cenário não tem de ser uma realidade e tem, de facto, mudado a vida destas pessoas”.

“A utilização de laser na cirurgia das hemorroidas é uma técnica consolidada, bastante eficaz, com excelentes resultados e que, além de não implicar internamento, garante um pós-operatório quase indolor não necessitando de pensos ou outros cuidados após a intervenção. Esta solução permite aos doentes um regresso precoce e fácil à vida normal”, acrescenta o especialista.

Pela experiência já obtida, Eduardo Xavier afirma que “este procedimento inovador tem revelado excelentes resultados e um ótimo grau de satisfação testemunhado pelos doentes já operados. E, embora seja efetuada sob anestesia, por norma, o procedimento não exige internamento sendo a permanência no hospital limitada a apenas algumas horas”, finaliza.

 

Tumores
Segundo estimativas da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, o cancro do tubo digestivo mata, em

Englobando vários tipos de tumores, o Cancro do Tubo Digestivo é, a nível mundial o que apresenta maior incidência. De entre os tipos de cancro mais frequente encontram-se o cancro colorretal e o cancro do pâncreas, dois dos que mais contribuem para as elevadas taxas de mortalidade por neoplasia maligna. Mas se enquanto um, em 95% dos casos, é evitável, o outro raramente consegue ser diagnosticado a tempo, uma vez se trata de um cancro assintomático nas suas fases iniciais.

Tumores do tubo digestivo

Cancro do esófago

O cancro do esófago é um tumor que se forma no tecido que reveste o esófago (tubo muscular através do qual a comida passa da garganta para o estômago).

Os dois tipos principais de tumor que atingem o esófago são o carcinoma de células escamosas e o adenocarcinoma. Enquanto o carcinoma de células escamosas se forma nas células achatadas que revestem o esófago, o adenocarcinoma tem origem nas células que produzem e libertam muco e outros fluídos. Os dois ocorrem com a mesma frequência.

Quanto aos fatores de risco, sabe-se, por exemplo, que o carcinoma de células escamosas está associado ao consumo de álcool e tabaco e a uma dieta pobre em frutas e vegetais frescos, enquanto que o adenocarcinoma está relacionado refluxo gastroesofágico, que por seu lado se associa à obesidade.

Dificuldade em engolir, rouquidão, refluxo, dor de garganta ou costas, vómitos ou perda acentuada de peso, podem ser sintomas da doença. No entanto, há que relembrar que estes sintomas podem ser comuns a outras patologias, o que poderá dificultar o diagnóstico.

Para além do exame clínico, são requisitados alguns exames. A saber: exame endoscópico, exame radiológico (TAC torácica e abdominal. Por vezes, esofagrama) e exame histopatológico (biópsia) para confirmar o diagnóstico e definir características do tumor.

O tipo e extensão do tratamento depende do estadio do cancro, características do tumor e riscos envolvidos. Este pode consistir em cirurgia ou radioterapia, ou ainda terapia sistémica, como a quimioterapia. 

Cancro do estômago

De acordo com a Sociedade Europeia de Oncologia Médica, o cancro do estômago é um cancro que se forma nas células que revestem este órgão. A maioria dos cancros de estômago (cerca de 90% dos casos) têm origem nas células da mucosa do estômago sendo designados de adenocarcinomas. Nos restantes 10% de casos de cancro, incluem-se os linfomas gástricos, tumores do estroma gastrointestinal e tumores neuroendócrinos.

Os hábitos alimentares e fatores genéticos, como algumas mutações hereditárias, estão entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de adenocarcinomas. Por outro lado, também o tabagismo, sedentarismo e uma dieta rica em sal ou nitratos e pobre em fruta fresca e legumes pode aumentar o risco de desenvolver a doença.

Desconforto ou dor abdominal, sensação de enfartamento, azia, náuseas e vómitos (sobretudo se incluírem a presença de sangue), inchaço, falta de apetite ou perda de peso, constam como sinais de alerta. No entanto, estes sintomas podem ser comuns a outras patologias pelo que devem ser observados por especialista.

Para o seu diagnóstico, para além do exame clínico, são necessários exames endoscópicos, radiológicos (como TAC) e histopatológico.

O tratamento dependerá do estadio do tumor e pode incluir cirurgia para remoção do estômago e/ou outros órgãos adjacentes, remoção de gânglios linfáticos (em caso de gastrectomia total ou parcial também são removidos os gânglios linfáticos à volta do estômago. A resseção endoscópia da mucosa é opção para cancro limitados à mucosa ou camada interna do estômago.

A quimioterapia (pré ou pós-operatória) consiste numa terapêutica adjuvante. 

Cancro do fígado

O carcinoma hepatocelular é o tipo mais frequente de cancro do fígado (cerca de 90% dos casos). Ele tem origem nas principais células do fígado, designadas de hepatócitos. Uma minoria de casos diz respeito a angiossarcomas ou hemangiossarcomas, colangiocarcinomas (que se iniciam nas vias biliares), hepatoblastomas e, mais raramente, carcinomas fibrolamelares (que atinge os mais jovens).

Normalmente, o cancro do fígado é diagnosticado entre os 50 e os 60 anos de idade, sendo quase sempre precedido de cirrose hepática. Entre as principais causas da cirrose hepática estão a infeção crónica pelo vírus da hepatite B e da hepatite C, o consumo prolongado de álcool, algumas condições hepáticas raras e esteatose hepática, conhecida por fígado gordo.

Deste modo, é necessária vigilância sempre que estas condições estejam identificadas de modo a que seja possível detetar, tão cedo quanto possível, um potencial tumor no fígado.

Perda de peso, fadiga, náuseas ou vómitos, fígado ou baço dilatado, dor abdominal ou junto à omoplata direita ou icterícia são alguns dos principais sintomas a que deve estar atento.

Para o seu diagnóstico, para além do exame clínico, são necessários exames radiológicos (ecografia, TAC ou Ressonância Magnética), análises clínicas (para avaliar os níveis de alfa-fetoproteína, um marcador tumoral) e exame histopatológico (bioópsia).

O tratamento, que está dependente do estadiamento do tumor, pode incluir a ressecação por cirurgia, técnicas de ablação que permitem destruir as células cancerígenas, quimioembolização transarterial, quimioterapia ou radioterapia ou transplante hepático.

Nos casos em que o cancro está muito avançado e em que não possibilidade de cura, a terapêutica utilizada serve apenas para reduzir ou aliviar os sintomas da doença, como controlo da dor ou náuseas. 

Cancro do pâncreas

O cancro do pâncreas é o mais temido de todos os cancros ou não fosse este o que apresenta pior prognóstico, uma vez que raramente é diagnosticado a tempo de receber tratamento.

O tipo mais frequente de cancro do pâncreas é o adenocarcinoma pancreático, um tipo de tumor que desenvolve no pâncreas exócrino (o pâncreas tem dois tipos de tecidos, com funções distintas: exócrino e endócrino) que segrega enzimas no sistema digestivo. Na maioria dos casos este tipo de tumor desenvolve-se na cabeça ou pescoço do pâncreas (75% dos casos). Os restantes no corpo (de 15 a 20%) e na cauda (5 a 10%) deste órgão.

Mais raramente, pode desenvolver-se carcinomas de células acinares e pancretoblastomas.

Embora não se conheçam as causa para o cancro do pâncreas, foram associados alguns fatores de risco. Sabe-se, por exemplo, que algumas mutações genéticas estão associadas a um risco aumentado de desenvolvimento de cancro do pâncreas e que, em 25% dos casos, os doentes são ou foram fumadores por longos períodos de tempo.

A idade também surge associada a um aumento do risco deste tipo de tumor, uma vez que a idade média de diagnóstico se situa entre os 60 e os 80 anos. Por outro lado, sabe-se também que a pancreatite crónica aumenta o risco de adenocarcinoma pancreático.

Os principias sintomas associados são a perda de peso, icterícia e dor abdominal ou lombar. No entanto, nas suas fases iniciais, o cancro do pâncreas é assintomático pelo que dificilmente é possível realizar-se um diagnóstico precoce. Habitualmente, quando surgem sintomas, o cancro já se disseminou para outros locais.

Quanto do tumor é ressecável, a remoção pancreática é o tratamento convencional, coadjuvado pela quimioterapia e/ou radioterapia.

Quando não a cirurgia não é opção (nos casos de o tumor não ser ressecável ou já esta em estadios muito avançados, apresentando metástases), alguns doentes podem beneficiar de quimio e radioterapia. Nos restantes casos, está indicada a terapia paliativa.

Cancro Colorretal

O cancro colorretal é um tipo de cancro muito frequente. Pode afetar o cólon ou o reto (coletivamente conhecidos como o intestino grosso).

Habitualmente, este tipo de cancro inicia-se pelo aparecimento de pólipos, que são alterações causadas pelo crescimento anómalo de tecido no intestino grosso que com o tempo crescem e se transformam em cancro.

Entre os principias fatores de risco para o desenvolvimento de cancro colorretal estão a idade, síndromes genéticas, ou a história familiar de cancro. O consumo de tabaco ou álcool, a pouca atividade física, a dieta pobre em fibras e a obesidade são outros fatores que contribuem para o risco aumentado de cancro.

Embora numa fase inicial possa não apresentar sintomas, os sinais de alerta são a perda de sangue nas fezes, a alteração prolongada do padrão habitual do funcionamento do seu intestino, dor de barriga, cansaço fácil, fadiga e perda de peso.

A pesquisa de sangue oculto nas fezes por método imunoquímico (FIT) e a colonoscopia são os métodos que permitem o seu diagnóstico. No entanto, a pesquisa de sangue oculto nas fezes só se realiza aquando o rastreio. Na presença de sintomas, é realizada apenas a colonoscopia.

Após o diagnóstico de um cancro colorretal, poderão ser solicitados outros exames como uma tomografia computorizada (“TAC”) ou ressonância magnética para melhor caracterização e estadiamento do tumor.

O tratamento do cancro colorretal depende de vários fatores, entre eles o estadiamento da doença e o estado geral do doente, incluindo outras doenças que possa ter.

Entre as modalidades terapêuticas disponíveis encontram-se os tratamentos endoscópicos (definitivos ou paliativos), cirúrgicos, quimioterapia e/ou radioterapia.

Fontes:
https://www.esmo.org/content/download/96748/1722138/file/ESMO-ACF-Cancro-de-Eso%CC%81phago-Um-Guia-para-o-Doente.pdf
https://www.esmo.org/content/download/97731/1724273/file/ESMO-ACF-Cancro-do-Esto%CC%82mago-Um-Guia-para-o-Doente.pdf
https://www.esmo.org/content/download/98003/1726150/file/ESMO-ACF-Cancro-do-Fi%CC%81gado-Um-Guia-para-o-Doente.pdf
https://www.esmo.org/content/download/101559/1796949/file/ESMO-ACF-Cancro-do-Pa%CC%82ncreas-Um-Guia-para-o-Doente.pdf
https://www.esmo.org/content/download/98290/1727191/file/ESMO-ACF-Cancro-Colorretal-Um-Guia-para-o-Doente.pdf

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Medida abrange idosos com mais de 80 anos
Os centros de saúde da região de Lisboa e Vale do Tejo começam hoje a vacinar os utentes contra a Covid-19. Amanhã, esta fase...

Segundo a informação disponibilizada pela página oficial do Serviço Nacional de Saúde, a vacinação decorre esta quarta-feira nas Unidades de Saúde Familiar de Alvalade e do Parque, em Lisboa e Vale do Tejo, onde se espera que, até sexta-feira, devam ser administradas cerca de 300 vacinas contra a Covid-19.

Na quinta-feira, este processo de vacinação arranca na região Norte, em sete locais: Braga, Marão e Douro Norte, Porto Oriental, Póvoa de Varzim/Vila do Conde, Gaia, Gondomar e na Unidade Local de Saúde Nordeste. Nestes sete locais vão ser administradas perto de 900 vacinas até ao final da semana.

Durante a próxima semana, esta fase da vacinação estender-se-á às restantes administrações regionais de saúde do país.

Abrangendo cerca de 900 mil pessoas, esta é uma nova etapa da fase 1 do Plano de Vacinação contra a Covid-19, que se iniciou a 27 de dezembro, e que foi recentemente atualizado, passando a incluir a vacinação simultânea de pessoas com 80 ou mais anos de idade.

Cerca de 370 pessoas já confirmaram agendamento para vacinação

De acordo com os dados divulgados, já foram enviadas cerca de 850 SMS (serviço de mensagens curtas) a utentes que serão vacinados contra a Covid-19 nos centros de saúde.  Destes, 370 já agendaram para a toma da vacina.

O processo de convocatória e agendamento dos utentes para a vacinação é feito preferencialmente através deste tipo de mensagens telefónicas. Na ausência de resposta ao SMS, ou havendo recusa da proposta de agendamento, os utentes serão contactados telefonicamente pelo centro de saúde de modo a encontrar uma alternativa de agendamento. Na impossibilidade do contacto telefónico, será enviada uma carta.

 

Covid-19 em Portugal
Segundo dados da DGS, no último dia de janeiro Portugal tinha 33 crianças internadas por causa da covid-19, duas nos cuidados...

Citando dados da Direção Geral da Saúde, o jornal ‘Público’ avança hoje que Portugal tinha, no dia 31 de janeiro, 15 crianças até aos 9 anos internadas em enfermarias e uma em unidade de cuidados intensivos (UCI) por causa da covid-19. No mesmo dia, revela a publicação, outro jovem com idade entre os 10 e os 19 estava também em unidade de cuidados intensivos, numa faixa etária que tinha 16 internados em enfermaria.

Gonçalo Cordeiro Ferreira, diretor da pediatria do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, onde está incluído o Hospital de Dona Estefânia, explica que como “aumentou a circulação do vírus” responsável pela covid-19, “as idades que apanhavam menos apanham mais”. Àquele diário, o médico esclarece que “houve um aumento global” e isso reflete-se nos números dos mais jovens: “Se é mais grave a doença, não. Se há mais número de doentes com critérios de gravidade, sim. Porque aumentou o número absoluto”.

Os números avançados também hoje pelo ‘Jornal de Notícias’ mostram uma tendência crescente nas faixas etárias mais jovens. A publicação faz saber que em apenas um mês, o total de internados com covid-19 aumentou quase 142%, subindo de 2.840 doentes para 6.869. Nos grupos etários mais jovens, até aos 39, o número de internados quase triplicou, aumentando 188% — de 76 para 219 —, revelam os números divulgados pela DGS.

Já se forem contados apenas os jovens entre os 20 e os 29 anos, o número de internados teve um aumento de 511%, dos 9 para os 55 internados.

“Comparativamente à primeira onda talvez existam infetados mais jovens, mas não são de maneira nenhuma o grupo prevalente", esclarece Fernando Maltez, diretor do Serviço de Infeciologia do Hospital Curry Cabral. O especialista destaca que o maior grupo de internados daquele serviço tem mais de 50 anos. Aliás, a média de idades é de 73 anos, e o maior número de doentes continua a estar "acima dos 80 anos”, diz.

Estes números, no entanto, têm de ser lidos com “muita atenção”, avisa Gonçalo Cordeiro Ferreira. É que algumas crianças internadas nas chamadas “camas covid-19” estão nos hospitais por outras doenças. No entanto, esclarece, citado pelo jornal público, “como tiveram um resultado positivo num teste para detectar SARS-CoV-2, tiveram de ficar numa cama dedicada à doença e num quarto de isolamento. Mas não têm doença covid-19”.

Fernando Maltez acrescenta que "alguns [jovens] não têm comorbilidades associadas, nem se conhecem antecedentes que façam pensar em risco aumentado para a infeção”: "até há data eram saudáveis”.

No primeiro dia do mês de fevereiro, o Hospital Dona Estefânia tinha nove crianças e jovens internados: “quatro, dos 0 aos 9, e outros quatro, dos 10 aos 19, em enfermaria; e um em cuidados intensivos, entre os 10 e os 17”, revela o ‘Público’. Na manhã do dia seguinte, havia já 11 internados, dez em enfermaria e um em cuidados intensivos. Destes 11, sete tinham a doença covid-19, incluindo o internado em UCI. Os restantes estavam internados por outras doenças, tendo, porém, testado positivo ao novo coronavírus.

“Isso significa muito concretamente que haver muitos internados com SARS-CoV-2 não quer dizer que seja uma manifestação da doença covid-19, é mais uma relação de casualidade do que causalidade”, explica Gonçalo Cordeiro Ferreira.

Situação só se resolver com "confinamento a sério"
Henrique Oliveira, matemático e professor do Instituto Superior Técnico, considera que Portugal deve manter as medidas de...

Ouvido pela ‘SIC Notícias’, o especialista diz que “é preciso pressionar a União Europeia (UE) a ajudar as famílias e empresas, porque este confinamento não pode ser curto”, se assim for, antevê que iremos voltar “aos piores níveis mundiais”.

Deste modo, Henrique Oliveira, defende que o país deve ficar confinado como está atualmente, pelo menos até dia 22 de março. Após este período deve-se avaliar se há condições para reabrir o comércio, transportes e sobretudo as escolas.

De acordo com este especialista vai haver um abrandamento ligeiro do número de mortes, a partir da próxima semana, mas isso não é motivo para alívios. “Será uma descida muito vagarosa”, pelo que o nosso país deve registar “mais do que 100 óbitos diários, ainda durante 40 dias. Vai ser muito duro”, refere.

Para que os números desçam, o responsável reforça a necessidade de ser feito “um confinamento a sério, as pessoas têm de cumprir muito bem, usar máscaras de qualidade, fazer rastreios e a vacina tem que entrar muito depressa”. “Se for vacinada muita gente em fevereiro, em março já vamos começar a sentir” os seus efeitos, acrescenta.

 

Patologia Cerebrovascular
O Centro de Responsabilidade Integrado Cérebro-Cardiovascular do Alentejo (CRIA) do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE)...

“A angiografia cerebral permite o diagnóstico e melhor caracterização de patologias cerebrovasculares, como por exemplo os aneurismas cerebrais, malformações vasculares, patologia isquémica assim como o tratamento de algumas dessas patologias”, explica a responsável pela Unidade de Neurorradiologia.

“Esta Unidade tem como objetivo melhorar e reforçar a capacidade de resposta à população de referência e à comunidade médica da região do Alentejo, na área da patologia cerebrovascular. O desenvolvimento desta unidade permite uma aproximação de cuidados, promovendo a equidade no SNS. Desta forma, os doentes do Alentejo já não precisam de se deslocar aos grandes centros para realizar este tipo de exame”, afirma a neurorradiologista.

Para o Diretor do CRIA, Lino Patrício, “este é mais um passo para o desenvolvimento do CRIA: a formação de uma equipa multidisciplinar que consiga dotar o Hospital de Évora de mais respostas na área da patologia cerebrovascular para a região”, sublinhando que “esta é a primeira fase de um plano cujo objetivo principal será tratar o acidente vascular cerebral em fase aguda”.

 

Boletim Epidemiológico
Portugal registou, nas últimas 24 horas, 260 mortes e 5.540 novos casos de infeção por Covid-19. No entanto, o número de casos...

Segundo o boletim divulgado, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 116 das 260 mortes registadas em todo o País. Seguem-se as regiões norte com 65 e centro com 55. No Alentejo há 17 mortes a lamentar e no Algarve sete.

Quanto aos arquipélagos, não há mortes a assinalar.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 5.540 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 2.520 novos casos e a região norte 1.596. Desde ontem foram diagnosticados mais 940 na região Centro, no Alentejo 230 casos e no Algarve mais 126. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 110 infeções e no dos Açores 18 novos casos.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 6.775 doentes internados, menos 94 que ontem, sendo que as unidades de cuidados intensivos têm também menos 13 doentes, desde o último balanço. Ao todo estão 852 pessoas na UCI.

O boletim desta segunda-feira mostra ainda que, desde ontem, 17.572 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 551.956 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 166.888 casos, menos 12.292 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância também menos 4.817 contactos, estando agora 215.536 pessoas em vigilância.

Rastreio em todo o país
O Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRS-LPCC), em parceria com a Administração Regional de Saúde de...

Com este alargamento são mais 400 mil mulheres que poderão fazer o rastreio a partir de fevereiro de 2021, totalizando 600 mil mulheres a convidar no total dos concelhos da região sul, até 2023.

O protocolo entre as duas entidades, foi celebrado em 2020, e o arranque do rastreio vai ser assinalado no próximo dia 4 de fevereiro (Dia Mundial do Cancro), às 10h30, na Unidade Móvel da LPCC, junto ao Centro de Saúde de Alcochete, com a presença das entidades promotoras neste processo.

As mulheres dos distritos de Lisboa e de Setúbal vão, assim, poder contar com uma equipa técnica especializada na área do cancro da mama e com equipamentos digitais novos que potenciam uma melhor qualidade do diagnóstico.

 De acordo com um inquérito lançado pelo NRS-LPCC, 97% das utentes do rastreio do cancro mama sentiram-se seguras com as medidas adotadas nas instalações e com a equipa técnica, durante a pandemia COVID-19. O NRS-LPCC garante que todos os procedimentos de segurança e higienização vão continuar a ser feitos para manter o bom funcionamento do rastreio durante o atual período de pandemia.

 

Dados ANF e APOGEN
Os Medicamentos Genéricos (MG) dispensados nas farmácias comunitárias pouparam ao Estado e às famílias mais de 462 milhões de...

Estes são dados do contador online, lançado no ano passado pela Associação Nacional das Farmácias (ANF) e a Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (APOGEN). Este ano, a poupança ultrapassa já os 40 milhões de euros.

“Em 2020, a poupança promovida pelos Medicamentos Genéricos atingiu um valor recorde, o que demonstra, num ano de crise sanitária com impacto direto na economia das famílias, a importância e relevância destes medicamentos no equilíbrio do nosso sistema de saúde”, afirma Maria do Carmo Neves, presidente da APOGEN. “É de crer que este ano e nos próximos, haja ainda mais necessidade, por parte dos cidadãos e do SNS em geral, em recorrer cada vez mais à utilização dos medicamentos genéricos não só pela qualidade indiscutível, mas também, pelo equilíbrio financeiro que propomos ao sistema. Na APOGEN, todos os associados estão comprometidos em cumprir o seu papel”, conclui.

“As farmácias foram pioneiras na promoção de medicamentos genéricos e lutarão sempre para que os portugueses tenham acesso a medicamentos seguros, ao melhor preço possível. O Estado deve criar condições para que a nossa rede, a braços com uma crise que se arrasta há doze anos, possa prosseguir essa missão, que tão bom resultado tem dado para a saúde e as contas públicas”, declara Paulo Cleto Duarte, Presidente da ANF.

Qualquer pessoa pode consultar, em tempo real, em https://apogen.pt, o valor da contribuição dos Medicamentos Genéricos para o SNS e para as famílias, quando Portugal atravessa uma crise sanitária, económica e social sem precedentes.

 

SPO alerta para efeitos da pandemia nos rastreios e cuidados oncológicos
A Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) acaba de lançar a campanha digital “O Cancro não Espera em Casa” com a qual quer...

Esta campanha também reforça a importância de os doentes oncológicos continuarem a ser acompanhados por profissionais de saúde através de teleconsultas por forma a evitar um adiamento massivo de consultas. De acordo com a SPO, o impacto da pandemia causou uma quebra de 60 a 80% dos novos diagnósticos de cancro, números que os especialistas querem reverter em 2021.

Num contexto normal os doentes oncológicos têm frequentes admissões hospitalares eletivas, quer para tratamentos e exames complementares de diagnóstico ou seguimento, quer de urgência para controlo da toxicidade ou complicações da doença e tratamentos. A Covid-19 representa um risco acrescido uma vez que os doentes oncológicos são imunodeprimidos pela doença e pelo tratamento, o que se reflete no acesso às consultas e aos tratamentos por parte destes doentes.

No início do confinamento em Portugal, em março de 2020, o Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa anunciou desde logo a suspensão das cirurgias programadas não oncológicas e as oncológicas não urgentes e sem implicações na vida ou progressão da doença, como forma de controlar a transmissão do novo coronavírus. Também foram adiadas as consultas de acompanhamento não urgentes, como forma de o IPO conseguir garantir a atividade assistencial aos doentes oncológicos. Em maio de 2020, já se tinham registado menos 2.500 cirurgias oncológicas, entre janeiro e abril deste ano, face ao mesmo período homólogo do ano anterior.

No que diz respeito ao diagnóstico, mais de mil cancros da mama, do colo do útero, colorretal e de outros tipos ficaram por diagnosticar em 2020 devido à redução dos rastreios por causa da Covid-19, de acordo com estimativas da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).

Temendo os efeitos que esta diminuição de atividade assistencial e de rastreio possa ter ao longo de 2021, a SPO lança a campanha de sensibilização “O Cancro não Espera em Casa” que decorrerá nas páginas de Facebook da Sociedade Portuguesa de Oncologia e da Associação Movimento Oncológico Ginecológico (MOG), com o apoio de alguns influenciadores digitais.

Ana Raimundo, oncologista e presidente da SPO explica que “os diagnósticos que não são feitos em tempo útil serão feitos mais tarde e em fase mais avançada de doença, portanto, com menor potencial de cura e tratamentos mais complicados. Podemos prever que havendo tumores diagnosticados em fases mais avançadas, vá haver dentro de três, quatro ou cinco anos um aumento da taxa de mortalidade por cancro. E é por isso que queremos alertar a população portuguesa para a importância de aderir aos rastreios e, em caso de doença, não deixar de fazer os tratamentos por medo da Covid-19 pois tememos o efeito a longo prazo do abandono destes cuidados”.

Apesar de o combate à COVID-19 ter sido reforçado com o plano de vacinação iniciado a 27 de dezembro e estarem previstas até março de 2021 a administração de mais de um milhão de doses de vacinas, o fim da pandemia ainda está longe e por esse motivo a SPO reforça a necessidade de continuarmos a encontrar alternativas e mecanismos de resposta para os doentes oncológicos e de haver uma maior adesão aos rastreios do cancro ao longo do ano de 2021.

A importância do exercício físico para o doente oncológico
A importância do exercício físico para o doente oncológico durante o confinamento levou os médicos e outros profissionais de...

O ONCOMOVE(R) foi criado para otimizar o tratamento da pessoa que vive com e para além do cancro. É um programa multidisciplinar que integra médicos oncologistas, fisiatras e cardiologistas, enfermeiros de reabilitação e de saúde mental dedicados à Oncologia, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, fisiologistas e técnicos de exercício físico. Deste projeto fazem parte: o MAMA_MOVE Gaia Comunidade em parceria com o Solinca, um programa de exercício físico destinado a mulheres sobreviventes de cancro da mama que decorre nos ginásios desde novembro de 2017, e o PROSTATA_MOVE Comunidade, um programa baseado no walking football destinado a homens sobreviventes de cancro da próstata que decorre num pavilhão desportivo da Câmara Municipal de Gaia. Atualmente, são cerca de 60 pessoas inscritas em ambos os programas.

“Este projeto é muito importante para estas mulheres e para estes homens. Não podíamos ficar parados, até porque estamos todos muito envolvidos. Já em 2020 tínhamos feito aulas online e regressámos agora. Não só mantemos o convívio social, que é muito importante do ponto de vista psicológico e emocional, como evitamos o sedentarismo num grupo de pessoas que precisa de se manter ativo”, explica Ana Joaquim, médica oncologista do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho e vice-presidente da AICSO.

“O isolamento leva facilmente à diminuição da atividade física. Sem o estímulo das aulas presenciais, sabemos que os participantes correm o risco de ficar mais sedentários e mais suscetíveis a patologias do foro cardiovascular, o que agrava o prognóstico de doentes oncológicos”, acrescenta a vice-presidente da AICSO. “Por este motivo, é ainda mais importante envolvermo-nos, enquanto profissionais de saúde e de reabilitação, promovendo os treinos online”.

De acordo com Ana Joaquim, a realização de três sessões de atividade aeróbia moderada a vigorosa por semana com a duração de 30 a 60 minutos e duas a três sessões por semana de exercícios de força tem um impacto positivo nos sintomas de fadiga, na ansiedade e depressão, assim como na aptidão física, capacidade funcional e qualidade de vida.

Para reduzir o comportamento sedentário, a médica deixa alguns conselhos para os sobreviventes de doença oncológica nesta fase de confinamento: evitar permanecer mais de 30 minutos na posição sentada, reclinada ou deitada, quando estiver acordado; caminhar pela casa enquanto conversa ao telemóvel, por exemplo; participar nas tarefas domésticas, brincar ou realizar jogos ativos com as crianças ou realizar atividades no exterior como tratar do jardim.

Como reconhecer e gerir enxaquecas e cefaleias
A MiGRA Portugal, Associação Portuguesa de Doentes com Enxaqueca e Cefaleias, lançou, em conjunto com a Novartis, a campanha ...

A enxaqueca afeta mais de 15% dos portugueses, sendo mais prevalente no sexo feminino e em indivíduos em idade ativa. As cefaleias são a segunda causa de incapacidade na população Portuguesa em idade ativa.

A campanha será composta por três guias, em formato online e impresso, que, de uma forma visual e simples, ajudam a identificar os sintomas e os diferentes tipos de enxaqueca e cefaleias, procurar ajuda, conviver melhor com a doença e reduzir o seu impacto no dia a dia. Estes guias contam ainda com recomendações práticas de neurologistas. Além destes guias, estarão também disponíveis vídeos que permitem compreender a doença para uma melhor gestão da mesma.

De acordo com a presidente da MiGRA Portugal, Madalena Plácido, “a enxaqueca tem um impacto muito forte no dia a dia do doente, criando muitas limitações ao nível pessoal, profissional e das relações sociais. É muito importante que o doente saiba que não deve resignar-se ao impacto da enxaqueca na sua vida e que pode e deve procurar ajuda para controlar os sintomas.” A presidente desta associação de doentes relembra ainda que “apenas se conhecermos a doença e os seus sintomas, vamos conseguir geri-la melhor, por isso a capacitação dos doentes é um dos passos mais importantes da gestão da doença”.

Para debater estes temas, a MiGRA Portugal irá também realizar um Facebook Live “À conversa com a MiGRA Portugal”, no dia 3 de fevereiro às 21h. Este Facebook live será uma conversa entre doentes que permitirá qualquer doente ou familiar colocar questões acerca destes temas à equipa da MiGRA Portugal.

Os guias estão disponíveis no site da MiGRA Portugal, onde o doente encontra também mais informação sobre a doença e diferentes formas de apoio. Os vídeos podem ser vistos no canal Youtube da MiGRA Portugal, ou através do QR Code existente nos materiais. A campanha conta com o apoio da Novartis.

 

Aprovado pelo Infarmed
Acaba de ser lançado um site que permite agendar a realização de testes à Covid-19 em 62 locais em todo o país, existindo ainda...

A plataforma www.covidtesterapido.pt agrega os postos disponíveis em cada distrito, e nos quais é possível fazer o teste rápido de antigénio, efetuado através de uma zaragatoa, aprovado pelo INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde e pela Direção-Geral da Saúde, e que apresenta alta fiabilidade com desempenhos acima de 93%. O objetivo passa por sistematizar informação de modo a facilitar e a democratizar o acesso à marcação dos mesmos.

“Em função da minha atividade enquanto treinador de rugby, tive a oportunidade de tomar conhecimento e contacto com este tipo de testes desde cedo. Em conversa com a minha mulher, que é médica e fundadora deste projeto, sempre falamos no papel importante que os testes rápidos de antigénio poderiam ter, sendo uma forma muito eficaz de ajudar ao controlo de pandemia. O problema assentava em dois pontos: a falta de informação sobre estes testes e a falta de acesso. Com este site pretendemos informar mais as pessoas e liberalizar o acesso aos testes”, afirma João Monteiro, autor da iniciativa.

Assim, através de um portal na internet e da ligação em rede com uma série de entidades devidamente certificadas para o efeito, “disponibilizamos não só informação sobre o teste, os locais onde os mesmos podem ser realizados, permitindo ainda que as pessoas que o queiram fazer possam fazer a marcação do teste à Covid-19, seja em postos existentes próximos da sua área de residência ou mesmo ao domicílio, sendo que o mesmo se aplica também às empresas que o pretendam fazer junto dos seus colaboradores”, explica.

Atualmente a desempenhar a atividade de Production Delivery Manager na Farfetch, João Monteiro, 30 anos, considera que “era imperioso aplicar a tecnologia ao serviço deste momento tão desafiante que estamos a viver”. Anteriormente, este jovem empreendedor exerceu funções de marketing na empresa familiar de fabrico de chocolates Arcádia, lançou uma startup na área do turismo, foi professor executivo na Anje e no IPAM e foi um dos fundadores da Bastarda, uma agência de marketing e comunicação de renome no Porto.

O teste antigénio é nasofaríngeo (com recurso a zaragatoa) e serve para controlo regular e confirmação de casos suspeitos. O mesmo realiza-se em cerca de 2-3 minutos e os resultados são apresentados em 15 minutos. Após a realização do mesmo, é enviado um relatório médico a todos os casos positivos.

Saúde ocular
Podem ser benignos, mas são-no muitas vezes também malignos.

“Felizmente, os tumores malignos oculares são relativamente raros e embora possam surgir em qualquer idade, são mais frequentes em idade adulta, especialmente em idosos”, explica Rufino Silva, presidente da SPO. E são vários os fatores de risco, pessoais e ambientais, que podem contribuir para o desenvolvimento de lesões tumorais oculares, “nomeadamente a genética, o estado imunitário, a cor da pele, a exposição à luz solar ou UV, entre outros”, acrescenta o especialista.

Os tumores intraoculares podem, segundo Rufino Silva, ter origem no olho, conhecidos como tumores primários, mas podem estar também associados a um qualquer outro órgão ou tecido do corpo, “após o que invadem ou disseminam para o olho”, os chamados os tumores secundários. Neste último grupo, encontram-se mais frequentemente metástases de tumores da mama e do pulmão, assim como algumas doenças hematológicas. Por outro lado, os tumores primários do olho podem também enviar metástases à distância para outros órgãos alvo, mais frequentemente o pulmão e o fígado, podendo pôr em risco a vida do doente”.

Também as crianças podem ser vítimas de cancro ocular. Aqui, o retinoblastoma é o tumor mais frequente, surgindo até aos cinco anos de idade em mais de 90% dos casos. “A leucocória (reflexo pupilar branco) e o estrabismo são os sinais mais frequentes à apresentação. Sem tratamento, o retinoblastoma leva à morte em dois a quatro anos por invasão do sistema nervoso central e metastização à distância.” A boa notícia é que, se identificado e tratado precocemente, “apresenta uma sobrevida superior a 90%”.

Nas pálpebras podem também podem surgir lesões tumorais benignas ou malignas. “O carcinoma basocelular é o tumor palpebral maligno mais comum e corresponde a 90% de todas as lesões malignas palpebrais”, sendo a exposição solar um dos principais fatores de risco. Estar, por isso, atento “a alterações recentes do bordo palpebral, distorção da margem palpebral, perda de pestanas, ferida que sangra facilmente e que não cicatriza ou alterações da cor e textura da pele” é essencial. “Qualquer dúvida deve ser esclarecida com o seu oftalmologista, que fará o diagnóstico num exame de rotina. Quanto mais precoce for o diagnóstico e o tratamento, maior a probabilidade de cura.”

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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