Relatório do SICAD
Mortes relacionadas com o consumo de droga voltam a subir. Os dados constam no relatório divulgado esta quarta-feira pelo...

José Goulão, diretor-geral do SICAD, e Manuel Cardoso, subdiretor, apresentaram o documento, por videoconferência. O relatório que reporta a ano de 2019, mostra que houve uma evolução negativa no que diz respeito a drogas, toxicodependências e álcool.

Segundo os responsáveis, em 2019 registaram-se 63 óbitos por overdose, aos quais se somaram 262 mortes por outras causas, mas que apresentavam resultados toxicológicos positivos. Os dados revelam que as mortes por overdose aumentaram pelo terceiro ano consecutivo.

Quanto aos consumos, o relatório revela que em 2019 estiveram em tratamento em ambulatório 25.339 utentes com problemas associados ao consumo de drogas – 1.959 eram novos utentes e a canábis era a substância associada à maioria (53%) dos pedidos de tratamento. 

Já os utentes readmitidos, o total ascendeu a 1.512 no ano em questão, e a heroína (54%) era a droga principal.

O documento aponta ainda para uma “maior circulação de drogas no mercado nacional numa conjuntura de grandes desafios, como o crescente uso da Internet na comercialização de diversas substâncias psicoativas, eventuais alterações ao nível da produção interna de canábis e do papel do país nas rotas do tráfico internacional".

Quanto ao álcool, em 2019 estiveram em tratamento em ambulatório 13.926 utentes, número que representa um aumento de 4% face a 2018. Nesse ano estavam a iniciar tratamento 4.597 utentes, 1.181 readmitidos e 3.416 novos.

No mesmo ano, registaram-se 5.085 internamentos hospitalares nos quais o consumo de álcool era responsável pelo diagnóstico principal – 64% relacionados com doença alcoólica do fígado e 26% com dependência de álcool. Contudo, quando somados os internamentos com diagnósticos secundários ligados ao álcool, o número ascende aos 36.667.

Este relatório são fruto do trabalho do SICAD, no âmbito da execução do Plano Ação para a Redução dos Comportamentos Aditivos e Dependências, em estreita colaboração com os diversos serviços-fonte nacionais que providenciam informação sobre as suas áreas específicas, abordando não só o problema do ponto de vista da Procura como da Oferta.

Boletim Epidemiológico
Portugal registou, nas últimas 24 horas, mais 15.073 novos casos de Covi-19 e 293 mortes. Este é o pior registo de sempre.

Segundo o boletim divulgado, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 136 das 293 mortes registadas em todo o País. Seguem-se as regiões centro com 66 e norte com 59. No Alentejo há 26 mortes a lamentar e no Algarve cinco.

Quanto aos arquipélagos, só os Açores registaram uma morte.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 15.073 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 7.605 novos casos e a região norte 3.959. Desde ontem foram diagnosticados mais 2.309 na região Centro, no Alentejo 484 casos e no Algarve mais 500. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 191 infeções e no dos Açores 25 novos casos.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 6.603 doentes internados, mais 131 que ontem, sendo que as unidades de cuidados intensivos têm mais 18 doentes, desde o último balanço. Ao todo estão 783 pessoas na UCI.

O boletim desta quarta-feira mostra ainda que, desde ontem, 9.268 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 484.753 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 172.893 casos, mais 5.512 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm 220.256 contactos sob vigilância, mais 4.486 desde o último balanço.

Entrevista
“Os desafios colocados pela pandemia atual criaram um imperativo para as empresas reconfigurarem as

Em plena pandemia, e sem tempo para se prepararem, a verdade é que os hospitais tiveram de adaptar o seu modelo de gestão passando a integrar completamente as tecnologias de informação. O que é que mudou na organização dos serviços hospitalares?

No início do aparecimento deste vírus, a OMS e o Ministério da Saúde definiram o isolamento social como uma das medidas mais eficazes para impedir que o número de infetados aumentasse. Desta forma muitos dos serviços presenciais e programados foram adiados e cancelados. Perante este contexto, tornou-se urgente implementar novas soluções que possibilitassem continuar a prestar cuidados de saúde mesmo que à distância.

Surgiu então o eHealth, colocando a Telemedicina e a Telemonitorização como potenciais alternativas e soluções complementares para o sistema de saúde. Ainda que estas ferramentas não sejam exatamente uma novidade, não era até agora uma prática tão recorrente quanto se gostaria.

Mas, apesar das exigências colocadas, o sistema nacional de saúde conseguiu mudar rapidamente. E vários foram os exemplos implementados: médicos, enfermeiros, farmacêuticos e psicólogos, e nutricionistas que, de forma rápida, se reinventaram e estão a acompanhar os seus doentes à distância de um click.

Os modelos de colaboração remota são uma realidade que veio para ficar e tal como o trabalho remoto que assistimos noutros setores de atividade, vamos assistir a um novo modelo de prestação de cuidados de saúde no período pós pandemia. Segundo um estudo da McKinsey, “The next normal arrives: Trends that will define 2021—and beyond” (Jan, 2021), os CEO de alguns hospitais nos EUA acreditam que futuramente a telessaúde poderá representar 30 % de toda a sua atividade.

O desafio de curto prazo, então, é passar da reação à crise para construir e institucionalizar o que foi bem feito até agora. Para as indústrias de consumo, e particularmente para o retalho, isso pode significar melhorar os modelos de negócios digitais e omnicanal. Para a saúde, trata-se de estabelecer opções virtuais como norma. Os desafios colocados pela pandemia atual criaram um imperativo para as empresas reconfigurarem as suas operações - e uma oportunidade de transformá-las. Na medida em que o fizerem, haverá maior produtividade e mais saúde e bem-estar para cada pessoa.

Qual o balanço que faz da introdução da telemedicina, na sua generalidade, no Serviço Nacional de Saúde? Na sua opinião este é um serviço que veio para ficar?

Claramente! As TIC´s e os modelos de prestação de cuidados de saúde à distância já existiam mesmo antes da pandemia. A pandemia acelerou a sua implementação de forma mais alargada e persistida num período de meses e que por norma demoraria anos. Esta onda de aceleração tecnológica deve continuar no momento pós-pandemia, com uma arquitetura de referência que defina a resiliência das infraestruturas, a interoperabilidade, a recolha de dados de forma segura e anonimizada e a usabilidade das soluções por parte dos utentes, profissionais de saúde e gestores.

A telemedicina em concreto não substitui as consultas presenciais com os profissionais de saúde, mas deve ser considerada numa relação contínua médico/enfermeiro – utente, de forma a garantir os melhores resultados em saúde.

Para garantir a sustentabilidade financeira dos sistemas de saúde, cada país deve garantir que a saúde é hoje e no futuro suportada por tecnologias de informação que facilitem a jornada de cada pessoa e de cada profissional nas unidades de Saúde e fora delas.

As ferramentas de ehealth (telemedicina, telemonitorização, IA, machine learning…) vieram claramente para ficar muito para além da pandemia atual de COVID-19. Com um crescente interesse e disponibilidade entre médicos, consumidores e pagadores, é o momento de estimular e garantir a continuidade destas tecnologias no ecossistema alargado da saúde. Como referiu Robert Schuller, Tough Times Never Last, but Tough People Do.

Independentemente, de os hospitais estarem preparados para a introdução das tecnologias da informação no seu dia a dia, acha que o país está pronto para esta “conversão”? O que acontecerá às populações mais carenciadas, ainda que esta também seja uma oportunidade de aproximar doentes de zonas remotas aos seus médicos?

Tendo em conta, a alta taxa de transmissão deste vírus, é essencial que se otimize a assistência à saúde e se criem novos modelos de assistência populacional. Neste contexto, a telemedicina e telemonitorização podem ser, sem dúvida, fortes aliados dos sistemas de saúde, principalmente quando se considera a importância da prevenção e da necessidade de não continuar a sobrecarregar os hospitais e outras instituições de saúde.

A jornada de saúde e bem-estar de cada individuo é cada vez mais sustentada em tecnologia e numa lógica de “gamificação”. A “Gamificação” pode e deve ser implementada para que cada um de nós consiga gerir a sua saúde através de um smartphone. Na fase da doença, a gestão da doença cronica pode ser realizada com recurso a telemedicina e telemonitorização em conjunto, garantindo que a recolha dos nossos parâmetros em tempo real permite antecipar e evitar eventos agudos que têm impacto profundo na qualidade de vida dos doentes e nos sistemas de saúde e na produtividade dos países.

O envolvimento das pessoas na gestão da sua saúde com recurso a tecnologia permite um maior envolvimento no seu autocuidado e na sua procura constante por mais informação e mais qualificada. É importante que a implementação de tecnologia na área da saúde envolva desde início o cidadão, os profissionais de saúde, a entidades gestoras e as estruturas de proximidade para que ninguém fique excluído. Temos bons exemplos de implementação de tecnologia ao serviço do cidadão que podem ser adaptadas e implementadas na área da saúde.

No combate à pandemia, que recursos tecnológicos dispõem hoje os hospitais? Que soluções desenvolveu a Glintt?

Como exemplo, no dia 8 de abril de 2020 lançamos juntamente com a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), em colaboração com a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma ferramenta gráfica destinada a ser utilizada por especialistas seniores em planeamento de cuidados de saúde e decisores políticos. A ADAPTT Surge Planning Support Tool. A ferramenta é flexível, permitindo que os utilizadores dos vários países insiram os seus dados epidemiológicos, variem os cenários de mitigação (ao usar o modelo epidemiológico ilustrativo da ferramenta) e adaptem a ferramenta a diferentes attack rates. A ADAPTT possibilita a introdução das práticas e atividades hospitalares, assim como a capacidade de diferentes tipologias de camas e de recursos humanos (usando os códigos ISCO da OIT). Através desta ferramenta é ainda possível determinar os incrementos de necessidade de recursos humanos, devido à probabilidade de infeção dos profissionais de saúde.

Apostámos também em soluções teleconsulta, com parceiros e através do nosso software hospitalar – o Globalcare – que permitem a prestação de Cuidados Sociais e de Saúde sem barreiras e à distância de um click:

Para os mais céticos, ou para os “conspiracionistas”, quais as vantagens de um serviço nacional de saúde tecnológico?

Ficar em casa e recorrer numa primeira fase aos serviços digitais, contribui para a redução de deslocações e todo o desconforto a ele associado, promove também a diminuição do contágio e, por outro lado, permite uma recuperação mais célere e um maior conforto para o doente e respetivos familiares e/ou cuidadores informais. Os atos médicos, de enfermagem e de orientação farmacêutica presenciais não podem ser substituídos pelo acompanhamento remoto. As ferramentas digitais devem ser consideradas como um complemento para que seja possível mitigar o risco de contágio, encurtar as distâncias e garantir uma relação de continuidade entre o profissional de saúde e os seus utentes.

Caminhamos, atualmente, para uma visão centrada nas pessoas, onde a tecnologia é a base. O consumidor de cuidados de saúde tem vindo a tornar-se cada vez mais exigente e, como tal, procura mais tecnologia que possa contribuir para o seu bem-estar. Adicionalmente, o consumidor atual de cuidados de saúde procura mais conveniência e é a favor de uma relação de proximidade e confiança com o seu médico ou enfermeiro e, para isso, apoia-se nos meios tecnológicos de que dispõe.

Efetivamente, os profissionais de saúde mais digitais, os utilizadores e os fornecedores de sistemas de informação reconhecem a existência de um mundo de oportunidades no que à utilização de tecnologias como a IA, a IoT e da Telemedicina no setor da saúde dizem respeito. No entanto, torna-se urgente que estas ferramentas ganhem maturidade, assim como se deve apostar na credibilidade e na usabilidade deste tipo de soluções, para que cada vez mais os profissionais de saúde e os administradores hospitalares possam introduzi-las no seu dia-a-dia e acima de tudo que cada individuo as utilize no seu dia-a-dia.

E quanto a desvantagens? Acha que a tendência será perder a ligação entre médicos e pacientes?

Atualmente, é impossível falarmos de saúde sem automaticamente a associar à inovação tecnológica que está a ocorrer e que é cada vez mais notória neste setor. De facto, a tecnologia permite uma melhor gestão dos cuidados de saúde e torna-se fundamental para assegurar o princípio da equidade, beneficiando todos os cidadãos, sem exceção e sem marginalizar os que se encontram a grandes distâncias dos grandes centros urbanos ou com maiores dificuldades económicas.

Com o apoio da tecnologia, conseguimos aliviar o sistema e melhorar a perceção do utente sobre os sistemas de saúde. Por outro lado, estamos também a permitir que os médicos, enfermeiros e terapeutas se possam dedicar aos casos clínicos mais complexos e exigentes. A tecnologia tem de servir como um apoio, tanto do ponto de vista administrativo como clínico.

Como diz Michio Kaku, físico americano, “as próximas duas grandes indústrias a serem impactadas pelo mundo digital são a medicina e a educação. Teremos mais poder num smartphone do que um hospital universitário e moderno tem hoje. Apesar dos rápidos avanços da tecnologia, os humanos continuarão a ser fundamentais na tomada de decisão”.

Embora saibamos que o futuro será dominado pelo avanço da tecnologia, não deve ser aquilo em que nos tornamos. Todos somos muito mais felizes quando temos experiências pessoais e relacionamentos agradáveis. Importa saber balançar o contacto com o digital e a presença massiva de tecnologia na nossa vida com estas experiências pessoais, retirando apenas e só o de que melhor nos pode trazer a tecnologia. No campo da Saúde, sabemos que estamos a abraçar a ciência mais do que nunca, mas importa antecipar e garantir que a Saúde está preparada para abraçar esta onda digital.  

A relação contínua entre profissional de saúde e cidadão deve ser mais próxima através da tecnologia. Para que tal se concretize é fundamental apostar na formação continua na área do digital, na literacia em saúde e na definição de processos que permitam implementar de forma transversal as novas tecnologias na área da saúde.

Como imagina o futuro de medicina dentro de 10 anos, por exemplo?

Já não é possível falar de saúde sem considerar o papel da tecnologia. Os hospitais e as farmácias, por exemplo, tomam cada vez mais partido de plataformas informáticas, que se tornaram um apoio fundamental no seu dia a dia. Os softwares que existem, hoje em dia, permitem criar perfis e acompanhar cada utente, desde a fase da prevenção ao tratamento, possibilitando assim melhores cuidados de saúde, a custos controlados. A tecnologia assegura, cada vez mais, a sustentabilidade dos sistemas de saúde e o caminho é este.

Hoje em dia, a experiência num hospital continua a ser: chegar, dirigir-se a um posto administrativo, passar por uma triagem, ser encaminhado para um médico especialista, receber alta ou continuar a tratamento no hospital. O que é um processo moroso, de longas esperas e períodos sem qualquer tipo de informação, para um consumidor habituado a ter a conta bancária, por exemplo, sempre à mão. A triagem podia ser feita, por exemplo, por um algoritmo pré-definido e/ou com um chatbot, dependendo da severidade, que identifica se o utente tem de ir para uma sala de urgência ou se pode ser atendido, remotamente, por uma teleconsulta, ou se deve ir a uma unidade de cuidados primários.

O futuro da saúde passa por tratar dos saudáveis antes que fiquem doentes através da descentralização, da minituriazação e da personalização, capacitando o cidadão e habilitando os profissionais de saúde.

O que pode e deve melhorar nesta área?

Quanto ao que deve melhorar, Portugal enfrenta, atualmente, ainda alguns desafios em relação a um maior desenvolvimento neste campo. Apesar de 87% dos hospitais públicos recorrerem à telemedicina - de acordo com uma pesquisa realizada - apenas 44% dos profissionais de saúde estão, realmente, motivados para a sua utilização, segundo o Barómetro de IA e Telessaúde, desenvolvido pela Glintt em conjunto com a APAH em 2019. Além disso, ainda existe uma visível falta de know-how e de infraestruturas de TI adequadas nesta valência. Porém, e se antes já se tinha identificado que 64% dos consumidores afirmavam que era conveniente ter acesso à saúde virtual, agora, mais do que nunca, faz todo o sentido o desenvolvimento e adoção de soluções digitais neste setor.

No entanto, de acordo com o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Portugal assume uma posição muito interessante no que respeita a estatísticas relacionadas com a adoção de tecnologia e fundamentalmente, no que toca à implementação de medidas focadas na transformação digital, o que leva a crer que o nosso país tem muito potencial para se tornar um país altamente digitalizado no setor da Saúde e não só. A título de exemplo, em 2019, a informação de Saúde disponibilizada online situava-se nos 50,7% vs. 46,3% nos restantes países da OCDE. No que diz respeito à utilização de serviços e Governo, a percentagem é 46% vs. 45,6% nos restantes países da OCDE.

Perante esta realidade, Portugal é um país pioneiro e um modelo de sucesso em muitas iniciativas relacionadas com a transformação digital na área da saúde. A adoção massiva do Processo Clínico Eletrónico é um excelente exemplo disso, podendo ser considerado, nos dias de hoje, como uma das fontes agregadoras de informação clínica mais relevante no contexto da saúde digital. Por outro lado, a rápida adoção da prescrição eletrónica de medicamentos a nível nacional é um outro exemplo de colaboração entre entidades públicas e privadas para atingir um objetivo comum, que tem benefícios clínicos com um claro impacto na estrutura de custos para o país, sendo considerada uma referência Europeia.

Neste sentido, acredito que Portugal e, fundamentalmente, os vários stakeholders do ecossistema da saúde detêm a motivação certa para contribuir para um país extremamente competitivo e pioneiro na digitalização e sustentabilidade do setor da saúde.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Para Profissionais de Saúde e estudantes
A Escola de Medicina da Universidade do Minho realiza, esta sexta-feira às 21h30, o webinar “Vacinação COVID-19: o que há para...

“Esta sexta-feira, 29 de janeiro, iremos reunir dois especialistas de enorme importância no combate à pandemia para uma conversa sobre vacinação contra a COVID-19, numa fase em que já começámos a administrar a segunda dose em Portugal”, afirma Nuno Sousa, Presidente da Escola de Medicina da UMinho.

Alexandre Carvalho, docente da Escola de Medicina e internista no Hospital de Braga, receberá Cátia Ferreira, Global Medical Affairs Leader da Astrazeneca, numa conversa orientada para profissionais de saúde e estudantes da área, e na qual todos os participantes podem colocar as suas questões ao longo da conversa.

O webinar destina-se a profissionais de saúde e estudantes da área, embora seja aberto a todos os interessados. Será possível acompanhar através do Youtube, a partir das 21h30: https://youtu.be/H4-fJNcjvZA

 

Para responder a necessidades de saúde pública
A Sanofi vai apoiar a produção e a distribuição da vacina da BioNTech contra a COVID-19, que está a ser desenvolvida em...

Segundo um comunicado, a Sanofi irá ceder à BioNTech o acesso às suas infraestruturas de produção e à reconhecida experiência em vacinas para produzir mais de 125 milhões de doses da vacina contra a Covid-19, na Europa. As primeiras doses da vacina vão sair das instalações de produção da Sanofi, em Frankfurt, a partir do verão de 2021.

“Estamos totalmente conscientes que, quanto mais cedo estiverem disponíveis doses da vacina, mais vidas poderão ser potencialmente salvas. O anúncio feito hoje é um passo fundamental para dar resposta ao objetivo conjunto da indústria farmacêutica, que é focar todo o nosso esforço em ultrapassar esta pandemia”, disse Paul Hudson, CEO da Sanofi. “Embora as campanhas de vacinação tenham sido iniciadas mundialmente, a capacidade de alcançar as metas propostas tem sido limitada devido ao inesperado reduzido abastecimento provocado por atrasos na produção e respetivos prazos de aprovação. Tomámos a decisão de apoiar a BioNTech e a Pfizer na produção da sua vacina contra a COVID-19, no sentido de contribuir para a satisfação das necessidades globais, visto termos a tecnologia e as instalações apropriadas para tal. Como sempre, a nossa prioridade principal é focarmos os nossos esforços e capacidades na luta contra esta pandemia mundial. Mas, acima de tudo, iremos também consegui-lo continuando a desenvolver as nossas próprias vacinas candidatas para a COVID-19, em paralelo com esta colaboração industrial.”

A prioridade da Sanofi é continuar a desenvolver as suas duas vacinas candidatas para a COVID-19.

Atualmente, a farmacêutica está a colaborar com a GSK no desenvolvimento de uma vacina candidata para a COVID-19, através do uso da tecnologia baseada em proteína recombinante de que a Sanofi dispõe para o desenvolvimento de uma das suas vacinas para a gripe sazonal, combinada com a plataforma de adjuvante pandémica estabelecida da GSK.

Os resultados do estudo de fase 1 e 2 da vacina candidata revelaram que a resposta imunitária alcançada é comparável à obtida nas pessoas que recuperaram da COVID-19 nos participantes do estudo com idade entre os 18 e os 49 anos, mas baixa nos adultos mais velhos, provavelmente devido a uma concentração insuficiente do antigénio usado.

As duas empresas planeiam iniciar um novo estudo de fase 2 em fevereiro de 2021, com o apoio da Biomedical Advanced Research and Development Authority (BARDA), parte do HHS Office of the Assistant Secretary for Preparedness and Response (SAPR), que irá avaliar a vacina candidata contendo uma formulação antigénica melhorada, com o objetivo de se atingir uma resposta imunitária elevada em todos os grupos etários. Se os resultados forem favoráveis, um estudo global de fase 3 poderá ser iniciado no segundo trimestre de 2021. Caso existam bons resultados neste último estudo, será solicitada a aprovação regulamentar na segunda metade de 2021, com a possível disponibilização de doses desta vacina no quarto trimestre de 2021.

Paralelamente à vacina baseada na tecnologia da proteína recombinante, desenvolvida em parceria com a GSK, a Sanofi está a desenvolver uma vacina baseada na tecnologia de RNA mensageiro em colaboração com a Translate Bio.

Os dados pré-clínicos mostraram que duas administrações da vacina de RNA mensageiro estimularam a produção de uma elevada concentração de anticorpos neutralizantes, comparável à concentração mais elevada observada nas pessoas infetadas. A Sanofi estima iniciar os estudos de fase 1 e 2 no primeiro trimestre de 2021.

O conceito foi recentemente aprovado pela academia científica
O investigador e neurocientista luso-descendente Fabiano de Abreu criou um novo conceito de inteligência, denominado de DWRI ...

O conceito inovador criado por Fabiano de Abreu surgiu pelo facto de os testes de inteligência não medirem, muitas vezes, a capacidade de um indivíduo de forma perfeita. Ter inteligência DWRI significa conseguir desenvolver todos os tipos de inteligência, englobando o seu património genético, os seus interesses e as suas experiências de vida que, no final, resultam numa inteligência global e não apenas direcionada.

Existem dois tipos de inteligência, a lógica e a cognitiva. Embora trabalhem em consonância, trata-se, na verdade, de realidades distintas. A inteligência DWRI é hereditária, aparecendo já na formação embrionária e é responsável pelo imaginário, entendimento do que está à nossa volta, a formação da personalidade e a condição da inteligência. A capacidade de alguém em habilidades verbais, numéricas, lógicas e espaciais, mesmo que medidas por um teste de QI, não definem a inteligência DWRI. Desta forma, um sujeito de alto QI nem sempre possui uma inteligência DWRI, podendo ter apenas inteligências específicas.

Segundo Fabiano de Abreu, as pessoas que possuem uma inteligência DWRI são, por norma, mais ponderadas e equilibradas, não cedendo ao egocentrismo ou narcisismo. São, por isso, humildes mesmo estando plenamente conscientes das suas capacidades, o que se deve, sobretudo, pela noção de que ser mais humilde acarreta mais vantagens, incluindo para o próprio. Outra característica que prevalece nestes indivíduos é a forte capacidade de controlo emocional sem que, com isso, perca a capacidade de socializar.

Segundo o estudo de Fabiano de Abreu, os indivíduos com QI superior a 99 e que também possuam inteligência DWRI têm mais probabilidades de sucesso profissional e pessoal, não apenas pelo domínio da lógica, mas pela sua capacidade de socializar e reforçar ramificações sociais que irão interferir no progresso, na carreira e no meio académico.

Fabiano de Abreu tornou-se num dos principais estudiosos sobre inteligência de alto QI. Sendo ele próprio superdotado, é membro da Mensa, com sede em Inglaterra, o que lhe permitiu ter, com mais facilidade, um vasto campo de estudo para os temas em questão e uma base bastante alargada de pessoas para estudar e entrevistar.

 

Estudo
Resultados de um estudo, recentemente publicado na revista médica Surgical Neurology International, indicam que células...

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da administração de células estaminais mesenquimais nos sintomas motores e não motores da doença de Parkinson, a segunda doença neurodegenerativa mais comum, que se estima afetar 180 por cada 100.000 habitantes, em Portugal.

Durante o estudo, um grupo de 12 doentes, com doença de Parkinson em média há 7 anos e com idades compreendidas entre os 29 e os 65 anos, foi tratado com células estaminais mesenquimais retiradas da sua própria medula óssea, além da medicação convencional. Os resultados obtidos foram comparados com os de um outro grupo de 11 doentes com doença de Parkinson, com uma distribuição de idades, sexo e estádio da doença semelhantes ao do grupo de tratamento, mas com recurso apenas à medicação convencional.

Os doentes do grupo de tratamento receberam 3 tratamentos com células estaminais, com 7 dias de intervalo, e foram avaliados, relativamente à evolução dos sintomas motores e não motores da doença de Parkinson, um e três meses após o tratamento.

Foi possível observar, nestes doentes, uma redução de 44% na pontuação da escala de depressão de Hamilton, o que indica melhorias significativas no humor e diminuição do estado depressivo. Outros efeitos positivos do tratamento experimental incluíram a redução da sonolência sentida durante o dia e aumento significativo da qualidade de vida, avaliada através de um questionário específico para doentes com doença de Parkinson. Estas melhorias na saúde mental, sonolência e qualidade de vida foram observadas um mês após o tratamento experimental e mantiveram-se 3 meses depois.

Os testes usados para avaliar a evolução dos sintomas motores permitiram, por sua vez, observar algumas melhorias nos doentes que receberam células estaminais, que não se observaram no grupo tratado apenas com medicação convencional. Estas melhorias sugerem um efeito positivo das células estaminais mesenquimais nos sintomas motores da doença de Parkinson.

“A medicação atualmente utilizada para tratar esta doença destina-se essencialmente ao alívio dos sintomas, não permitindo travar a progressão da doença. Assim, com o intuito de impedir a morte de neurónios e, consequentemente, a progressão da doença, têm vindo a ser investigadas outras soluções terapêuticas, nomeadamente o uso de células estaminais mesenquimais, pela sua capacidade de migrar para tecidos danificados e promover a sua regeneração, entre outras. Estas células podem ser obtidas, por exemplo, a partir de medula óssea, tecido adiposo e tecido do cordão umbilical”, explica Bruna Moreira, investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, que adianta ainda que este estudo é um exemplo dos esforços que têm vindo a ser empreendidos no sentido de encontrar novas soluções terapêuticas para a doença de Parkinson.

Os autores sublinham, contudo, que estes resultados, embora encorajadores, são preliminares, sendo imperiosa a realização de estudos com maior número de doentes, controlados com grupo placebo e com tempo de seguimento mais longo, para que seja possível retirar conclusões acerca da eficácia deste tratamento.

Relatório INSA
Em 2020, nasceram, em Portugal, cerca de 85.500 bebés - o valor mais baixo desde 2015, ano em que foram realizados 85.056 ...

No ano passado foram estudados 85.456 recém-nascidos, menos 1.908 bebés do que em 2019 (87.364), no âmbito Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN), que cobre a quase totalidade dos nascimentos em Portugal.

Comparando com 2015, ano em que foram rastreados 85.056 bebés, o número mais baixo dos últimos cinco anos verificou-se em 2020 uma quebra de 0,48%, o que representa menos 400 nascimentos, apontam dados do INSA. 

Janeiro foi o mês que registou o maior número de “testes do pezinho” realizados (8.043), seguido de setembro (7.712), julho (7.625), outubro (7.329), março (7.182), dezembro (7.082), abril (7.067), junho (7.048), maio (6.910), agosto (6.904), novembro (6655) e fevereiro (5.899).

Lisboa foi a cidade que rastreou mais recém-nascidos, totalizando 25.014, menos 1.267 comparativamente a 2019, seguida do Porto, com 15.734, mais 33 face ao ano anterior.

Braga registou 6.538 nascimentos em 2020, menos 96 relativamente a 2019, e Setúbal 6.459, menos 264, adiantam os dados do “teste do pezinho”, realizado a partir do terceiro dia de vida, através da recolha de gotículas de sangue no pé da criança.

Este teste permite diagnosticar algumas doenças graves difíceis de diagnosticar nas primeiras semanas de vida e que mais tarde podem provocar alterações neurológicas graves, alterações hepáticas, entre outras situações.

Apesar de Bragança ser o distrito com o menor número de nascimentos (596), aumentou o número comparativamente a 2019, com mais 33 “testes do pezinho” realizados, acontecendo o mesmo em Portalegre, que rastreou 631 bebés, mais 10 face ao ano anterior.

As regiões autónomas dos Açores e da Madeira também registaram uma quebra no número de testes realizados, totalizando 2.051, menos 53 do que em 2019, e 1.818, menos 77, respetivamente.

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), nos últimos cinco anos, o ano de 2019 foi aquele que registou o valor mais alto com 87.364 recém-nascidos estudados.

Saúde mental
Perturbação Obsessiva Compulsiva (POC), depressão e ideação suicida são as principais condições exploradas no livro "Na...

A POC é uma perturbação potencialmente grave que, como o próprio nome indica, se carateriza essencialmente pela presença de dois fenómenos: as obsessões e as compulsões. Uma patologia muitas vezes subdiagnosticada, visto que é encarada como uma mania, imaginação ou uma fraqueza. “No meu livro descrevo o que foi viver, desde muito jovem, na sombra da POC. Partilho os episódios depressivos a que me aduziu, devido à exaustão a que conduz, e, em detalhe, relato o último episódio depressivo que se começou a manifestar em 2011 e que me conduziu a um estado grave, incapacitante e resistente ao tratamento, em 2012” afirma Eva Monte, pseudónimo da autora.

Esta obra aborda a fundo as principais características da POC ajudando a mais facilmente reconhecer os principais sintomas desta doença: as obsessões e as compulsões. O doente, na POC, devido a uma anomalia no funcionamento cerebral vê-se impossibilitado de rebater a dúvida, o que o leva a repetir atos compulsivos numa tentativa de dissipar a ansiedade gerada por pensamentos obsessivos que não consegue abandonar e refutar devidamente. “A POC não é um traço de personalidade, é uma doença incapacitante e geradora de um elevado sofrimento. Vivida muitas vezes em segredo, o doente fecha-se no seu mundo de obsessões e compulsões pela vergonha que advém da noção que tem do seu desajuste. Urge, na sociedade e nos serviços de saúde, que se leve à luz do dia o que é esta perturbação e que se unam esforços para que se encontrem formas de chegar aos doentes nas fases mais precoces da doença diminuindo o seu sofrimento e evitando que recorram à assistência médica apenas em casos graves, fases tardias da doença, altamente incapacitantes em que o prognóstico é francamente pior.” reforça ainda Eva Monte.

“É importante sensibilizar para o conhecimento e aceitação da doença mental para esclarecer, promover a aceitação e incentivo ao tratamento no doente, conduzindo-o precocemente à intervenção terapêutica e, assim, à cura. E a realidade é que nas últimas décadas tem existido uma evolução nas ofertas de tratamento na área da psiquiatria, e a POC e a depressão não são uma exceção.” refere Ricardo Moreira, psiquiatra no Centro Hospitalar Universitário de São João no Porto (CHUSJ).  

Atualmente, os especialistas têm ao seu dispor algumas alternativas terapêuticas farmacológicas (quer em monoterapia, quer em associação), com eficácia demonstrada no tratamento da POC, em conjugação com a Terapia Cognitiva Comportamental, ferramenta inquestionável e essencial no tratamento desta patologia. O livro “Na Loucura da Dúvida”, demonstra ainda que, nos casos mais graves e resistentes ao tratamento convencional, é possível ajudar os doentes com POC, através da DBS (Deep Brain Stimulation – Estimulação Cerebral Profunda), que consiste na realização de uma neurocirurgia para implantação de elétrodos de neuromodulação cerebral.

Ricardo Moreira reforça ainda que “este é um tratamento muito utilizado por exemplo na Doença de Parkinson, mas inovador na área da Psiquiatria. Trata-se de uma técnica neurocirúrgica moderna realizada por estereotaxia, com riscos reduzidos para os doentes. Uma das principais vantagens está relacionada com o facto dos parâmetros de neuroestimulação serem individualizados para cada doente e controlados pelo médico, o que permite minimizar os efeitos secundários e maximizar os efeitos terapêuticos da estimulação cerebral.  Este tratamento tem mostrado resultados promissores no tratamento da POC grave e resistente ao tratamento convencional, assumindo-se como uma opção terapêutica válida para casos clínicos que antes apenas tinham como solução o sofrimento crónico ou a neurocirurgia clássica (frequentemente associada a sequelas importantes e irreversíveis).

Alerta relatório
Um relatório independente, cujos resultados foram divulgados esta terça-feira pelo The Guardian, revela que as principais...

De acordo com a informação divulgada, o vírus Nipah, que foi já responsável por um surto em território chinês com uma taxa de mortalidade perto dos 75%, é aquele que representa um maior risco de vir a resultar numa nova pandemia global. De acordo com Jayasree Iyer, diretor executivo da Fundação Access to Medicine, uma organização sem fins lucrativos financiada pelos governos de diversos países, este vírus está a causar “grande preocupação”. Iyer deixa ainda um alerta: a “próxima pandemia” poder ter, na sua base, “uma infeção resistente aos medicamentos”.

Segundo o jornal ECO, que avançou hoje com esta notícia, esta trata-se de apenas uma das dez doenças infeciosas entre as 16 que foram identificadas pela Organização Mundial de Saúde e que causam mais preocupação pelos riscos para a saúde pública global. A Fundação Access to Medicine chama ainda a atenção para o facto de nenhuma das principais empresas farmacêuticas detém projetos que visem combater uma futura pandemia associada a estas doenças.

 

Opinião
Hoje sabemos que o ambiente em que crescemos tem grande influência no adulto que iremos ser.

Efetivamente defendo que, tudo aquilo que a futura mãe faz (alimentação, desporto) nos três meses antes de engravidar e nos nove meses da gestação, bem como o ambiente (alimentação e estimulação) em que a criança cresce durante os primeiros 2 anos, tem forte influência na sua saúde para toda a vida. Ou seja, existem 1 100 dias da vida da futura mãe que podem ditar o percurso do seu filho. Tudo isto por uma razão muito simples: a ciência vem demonstrando, com robustez crescente, que os comportamentos em fases tão precoces da vida, como antes da gravidez, durante a gravidez e nos primeiros dois anos de vida, vão programar e marcar a expressão do binómio de saúde/doença na trajetória da vida do descendente, não apenas no conceito físico, mas também ao nível das suas capacidades cognitivas e intelectuais.

Importa assim perguntar: como posso otimizar a saúde e prevenir algumas doenças do meu futuro filho?

O trabalho começa quando a mulher pensa/quer engravidar. É muito importante haver uma planificação da gravidez, tendo como suporte um médico de Medicina Geral e Familiar e a orientação do Obstetra. Durante a gravidez, a orientação e vigilância do Obstetra é determinante para que o processo se desenvolva de forma adequada, sempre com o aconselhamento e o apoio do Nutricionista e de profissionais relacionados com a postura e o exercício físico. Importa promover um ambiente de bem-estar físico e emocional!

Antes do nascimento, uma consulta pré-natal com o Pediatra é crucial para orientação e esclarecimento de algumas questões. A partir do momento do nascimento (da responsabilidade do Obstetra e do Neonatalogista), a equipa multidisciplinar complementar alarga-se. Para além da vigilância regular do desenvolvimento e do crescimento bem como da promoção de hábitos saudáveis para a vida, em que o Pediatra desempenha um papel fulcral, é fundamental a orientação por parte da psicologia, em timings específicos do desenvolvimento, bem como do profissional do exercício, no sentido de otimizar o desenvolvimento das capacidades motoras. Uma abordagem holística, tendo em vista a expressão plena das capacidades e potenciais do seu filho, é o que se pretende nesta fase importante de programação da sua saúde para a vida.

Daqui se depreende que estes primeiros 1 100 dias de vida, constituídos pelos três meses antes da gravidez, o tempo de gravidez e os dois anos após o nascimento, são uma janela de extrema sensibilidade para a promoção da saúde física, emocional e social do seu filho, e estão em grande parte na dependência da sua atitude e dos seus comportamentos.

Esta fase da vida é pois, sem sombra de dúvida, uma janela de extrema oportunidade para se trabalhar ao máximo a otimização de todo o potencial que aquele futuro ser pode vir a ter. E isto cabe à mãe, ao pai e a uma equipa capaz de o fazer de uma forma integrada. Afinal, para se ser um adulto feliz … há que ter uma vida saudável!

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sessão online
A RECOVERY IPSS, instituição com intervenção na área da Saúde Mental, leva a cabo um webinar dedicado ao tema “Mental Health 3...

O evento conta com a abertura do Presidente da Direção, Miguel Durães, e tem como convidada de honra, Ingrid Daniels, Presidente da Federação Mundial para a Saúde Mental. Com moderação de Feliciano Guimarães, médico pedopsiquiatra, o webinar tem como palestrantes, Luís Augusto Rohde e José Miguel Pêgo.

Luís Augusto Rohde é Professor de Psiquiatria na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e na Universidade de São Paulo (Brasil), assim como, Coordenador-Geral do Programa de TDAH do HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre (Brasil).

José Miguel Pêgo, Anestesiologista e Professor Associado da Escola de Medicina de Braga, é Vice-Presidente para a Educação desta Escola da Universidade do Minho.

Miguel Durães, Presidente da Direção da RECOVERY IPSS, considera que esta instituição “tem como uma das suas principais missões, promover a investigação e desenvolvimento na Saúde Mental, assim como, apoiar a ciência de evolução constante, na qual, a fusão entre arte, ciência, tecnologia e humanidades sempre se caracterizou pela inovação e a procura de melhores resultados na prevenção, intervenção e promoção da saúde mental em utentes, familiares/cuidadores e profissionais de saúde.  O crescimento deste saber científico tem sido exponencial. Durante os últimos 30 anos, fruto dos progressos científicos, a saúde da humanidade transformou-se. A esperança de vida subiu duas décadas, a qualidade de vida passou a ser um objetivo paralelo aos indicadores de mortalidade. Estamos a viver mais e melhor”, sendo que, com este webinar, pretendem “partilhar experiências e apontar caminhos. Caminhos que culminem numa verdadeira experiência do futuro que podemos todos contribuir na Humanidade, aqui na saúde em particular. De forma livre e gratuita, colocamos, com um painel de oradores reconhecidos internacionalmente, uma vez mais, o saber ao serviço de todos, sem exceção”, conclui.

O evento decorre em formato online, sendo possível assistir ao mesmo através da página oficial na rede Facebook: https://www.facebook.com/recoveryipss.

Dia 28 de janeiro
A Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro realiza no próximo dia 28, das 13h às 14h, um webinar sobre as...

O webinar “Vacinas Covid 19: Algumas perguntas têm resposta” destina-se, não só às famílias de crianças e jovens com cancro e aos sobreviventes, mas também à população em geral. Tendo como objectivo partilhar informação sobre as vacinas que vão estar disponíveis, a vacinação e a doença oncológica pediátrica, esta conversa online terá como oradores Ema Paulino, farmacêutica comunitária, membro da direcção da Ordem dos Farmacêuticos e Nuno Farinha, oncologista pediátrico e presidente da Sociedade de Hematologia e Oncologia Pediátrica (SHOP). A moderação será feita pela jornalista da Sic Dulce Salzedas.

As inscrições são através de: https://zoom.us/webinar/register/WN_YvSa9G-XRi28L7575-HkMA

 

Consumo de medicamentos
No quadro da resposta à pandemia e do aumento de procura de serviços de saúde, o Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento...

Em comunicado, o Infarmed refere que essa monitorização, nomeadamente da disponibilidade oxigénio, está também a ser feita em articulação com os titulares de Autorização de Introdução no Mercado (AIM), não havendo qualquer perigo de rutura de fornecimento.

A associação do setor, APQuímica, afirma que “existe em Portugal capacidade de produção e de distribuição de oxigénio medicinal”.

Tendo presente o aumento de consumo devido à pressão que se exerce sobre as unidades de saúde, o Infarmed apela a uma gestão criteriosa do produto disponível e reitera o disposto na Circular Informativa n.º 078/CD/100.20.200, de 1 de abril de 2020, cujos requisitos técnicos excecionais se encontrarão em vigor durante a fase pandémica.

A mesma circular recomenda às instituições hospitalares que devem “garantir a encomenda das quantidades efetivamente necessárias, com base numa gestão interna otimizada e integrada”, bem como providenciar o retorno imediato, aos respetivos fornecedores, de todo o material usado e vasilhame vazio que detenham, por forma a possibilitar o enchimento atempado para nova reutilização. Este foi, aliás, um dos aspetos sublinhados por todos os titulares de AIM ao Infarmed e que poderá estar na base de constrangimentos sentidos no abastecimento de algumas unidades hospitalares.

De acordo com o Infarmed, por forma a melhorar a gestão de stocks e contribuir para a agilidade do abastecimento, é imperioso que os hospitais procedam ao retorno dos cilindros de oxigénio vazios para enchimento (sobretudo os de menor dimensão), em locais próprios e de fácil acesso. A não devolução atempada dos recipientes vazios, dificulta a rapidez no reabastecimento e reutilização dos recipientes. Não havendo problema de escassez no fabrico destes gases medicinais, não se justificam situações de armazenamento.

O fornecimento de oxigénio medicinal pode ser efetuado em diferentes apresentações, quer sob a forma líquida, quer sob a forma gasosa, com recurso a cilindros. Os cilindros de maior dimensão, por exemplo, os de 50 litros (L), devem ser os de primeiro recurso, sendo os de menores dimensões, como os de 5 L com regulador e caudalímetro incorporado, apenas para transporte intra e inter-hospitalar (e não para uso continuado em doentes de alto fluxo ou doentes ventilados). Assim, torna-se importante a transição para cilindros de maiores dimensões, os quais também se encontram disponíveis.

 

Covid-19
Portugal registou, nas últimas 24 horas, 291 mortes por Covid e viu confirmados mais 10.765 casos de infeção.

Segundo o boletim divulgado, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 145 das 291 mortes registadas em todo o País. Seguem-se as regiões norte com 68 e centro com 55. No Alentejo há 15 mortes a lamentar e no Algarve seis.

Quanto aos arquipélagos, quer a Madeira, que os Açores registaram uma morte, cada, nas últimas 24 horas.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 10.765 novos casos, um novo máximo desde o início do confinamento. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 5.785 novos casos e a região norte 2.893. Desde ontem foram diagnosticados mais 1.407 na região Centro, no Alentejo 339 casos e no Algarve mais 203. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 114 infeções e no dos Açores 24 novos casos.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 6.472 doentes internados, mais 52 que ontem, sendo que as unidades de cuidados intensivos têm menos dois doentes, desde o último balanço. Ao todo estão 765 pessoas na UCI.

O boletim desta terça-feira mostra ainda que, desde ontem, 13.728 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 475.485 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 167.381 casos, menos 3.254 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm 215.770 contactos sob vigilância, mais 3.059 desde o último balanço.

MicroPort CRM apoia formação e investigação em Cardiopneumologia
A empresa MicroPort CRM vai doar a três escolas de saúde portuguesas um dispositivo único, com capacidade para deteção de...

As instituições beneficiadas são a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, do Instituto Politécnico de Coimbra; a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa; e a Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias, do Instituto Politécnico de Castelo Branco.

“O nosso objetivo é dotar os alunos da licenciatura em Fisiologia Clínica de um dispositivo único para diagnóstico simultâneo das arritmias e da síndrome de apneia do sono. Esta iniciativa começou por abranger três das maiores escolas de saúde portuguesas, contudo, pretendemos capacitar também as restantes escolas do país. Futuramente, esta operação pode estender-se e abranger outras vertentes”, afirma Marco Bottazzi, Vice-Presidente da MicroPort CRM pelo Sul Europa.

De acordo com Marco Bottazzi a disponibilização deste dispositivo, bem como de toda a tecnologia associada, nomeadamente o software de análise, “vai permitir, tanto aos alunos, como aos docentes, o contacto com uma tecnologia inovadora, mas sobretudo a realização de investigação no âmbito das áreas científicas, que integram a Fisiologia Clínica, privilegiando o desenvolvimento do espírito científico”.

Este é um dispositivo com capacidade de Holter, para deteção de arritmias cardíacas, e de Polígrafo, para deteção de apneias respiratórias. A sua capacidade de diagnóstico simultâneo permite uma otimização de recursos, uma vez que é possível a realização de dois exames num único período de utilização; e ainda perceber a interação entre patologias do foro cardiológico, como, as arritmias cardíacas, e do foro respiratório/sono, como é o caso da síndrome de apneia do sono.


O dispositivo incorpora dois mecanismos de análise dedicados a distúrbios respiratórios do sono e arritmias cardíacas

Existe uma forte relação entre as arritmias cardíacas, nomeadamente a fibrilhação auricular (FA) e a apneia do sono, estimando-se que 62% dos doentes FA, apresentam apneia obstrutiva do sono (SAOS). Uma abordagem combinada demonstrou melhorar significativamente a eficácia do tratamento da FA, pelo que todos os doentes com FA deveriam ser avaliados relativamente à existência de SAOS.

Saúde física e mental
Com a atual situação pandemia, e com o confinamento em particular, é importante saber que cuidados devem ter os donos de...

A Dr. Bigodes, start-up portuguesa pioneira na prestação de serviços de veterinária ao domicílio, criada em 2015, tem estado ao lado dos donos e animais de estimação desde o primeiro dia da pandemia e durante todo este período incerto que os portugueses atravessam. Agora, com novo confinamento em vigor, a Dr. Bigodes alerta para cuidados específicos a ter dentro e fora de casa por forma a evitar contágios indesejados e manter o bem-estar e a saúde física e mental do animal.

“Sabemos que os animais de estimação estão felizes por ter os seus donos em casa e também sabemos que são uma excelente companhia, motivo de distração e de atividade para os donos, especialmente para quem está sozinho em casa. Contudo, é necessário ter em atenção determinadas precauções para assegurar que os animais mantêm o seu bem-estar, por um lado, e que não são potencial foco de infeção para nenhum membro da família, por outro”, refere Bruno Santos, veterinário fundador da Dr. Bigodes.

Apesar de a OMS ter declarado não haver evidências que demonstrem que os animais de estimação podem transmitir Covid 19 aos humanos, a verdade é que eles circulam na rua, pelo que é importante que mantenha uma correta higiene dos mesmos para que não transportem para dentro de casa nenhum vírus indesejado.

Para evitar contágios, a Dr. Bigodes recomenda medidas simples como:

  • Lavar as mãos antes e depois do passeio;
  • Manter uma distância de segurança de outras pessoas e animais nos passeios – escolher zonas de menor afluência, evitar parques caninos e não permitir que estranhos interajam com o animal fora de casa;
  • À chegada a casa, limpar as patas do animal com uma toalhita (bebé);
  • Evitar dormir com os animais de estimação no quarto ou na mesma cama;
  • Caso esteja infetado, opte por reduzir ao máximo o contacto com o animal e, se possível, tente que este seja tratado por outra pessoa;

“Por outro lado, temos a saúde física e mental do animal”, acrescenta Bruno Santos. O ritmo da vida moderna nem sempre deixou tempo para nos dedicarmos aos nossos animais de estimação. Esta é uma boa altura para interagirmos mais com eles. Ganham eles, e ganhamos nós”.

Por isso, sublinha:

  • Mantenha uma rotina pois tal como os humanos, os animais precisam de rotinas;
  • Mantenha uma alimentação equilibrada e não superalimente o animal já que, com menos exercício físico outdoor, é natural que ganhem algum peso prejudicial à sua saúde;
  • Ocupe o tempo deles, e o seu, com novas atividades. Seja criativo, crie circuitos de exercício para os animais mais ativos, ensine novos truques, envolva as crianças, por exemplo. Tal como as pessoas, os animais de estimação podem passar por stress físico e mental durante este período. Os exercícios para a mente e para o corpo do seu animal de estimação podem ajudar bastante ao seu bem-estar.
  • Se está em teletrabalho e sente que o seu animal de estimação interrompe constantemente – o seu gato anda pelo teclado, o cão faz barulho durante uma videoconferência ou chama a atenção de outra forma – então garanta que, antes de começar a trabalhar e para evitar interrupções, fez previamente exercícios com o seu animal e lhe deu comida e água. Procure ainda criar um espaço aconchegante para seu animal de estimação enquanto você trabalha.
OMS
A Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou, esta terça-feira, o uso da vacina da Moderna contra a covid-19. No entanto, no...

Segundo os especialistas de saúde da OMS "a vacina é segura e eficaz em pessoas com patologias médicas que aumentam o risco de contrair doenças graves, como hipertensão, diabetes, asma, doenças pulmonares, hepáticas ou renais, bem como infeções crónicas estáveis ​​e controladas". No entanto, não é recomendada para grávidas. Apesar de as mulheres estarem "em maior risco de contrair gravemente a doença" durante a gravidez, a vacina só deve ser administrada se estiverem "em risco de alta exposição (por exemplo, profissionais de saúde)", referem. 

Além das grávidas, o uso também é desaconselhado a pessoas "com histórico de reação alérgica grave a qualquer componente da vacina" e a administração em idosos "muito frágeis com uma expectativa de vida prevista de menos de três meses" deve ser "avaliada individualmente",

Esta vacina deve ser tomada em duas doses, com um intervalo de 28 dias que pode ser estendido até 42 em casos excecionais.

DGS e DGEstE publicam orientação sobre campanha de rastreio nas escolas
A Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) publicaram esta segunda-feira uma...

Segundo a orientação da DGS, no atual contexto epidemiológico, “considera-se adequado para a proteção da Saúde Pública na comunidade escolar, reforçar a utilização de testes laboratoriais” com a aplicação de testes rápidos de antigénio (TRAg) aos alunos, pessoal docente e não docente dos estabelecimentos de ensino, conforme seja uma situação de surto ou de campanha de rastreio, em concelhos identificados com incidência cumulativa a 14 dias superior a 960 por 100.000 habitantes.

A utilização rápida e atempada de testes laboratoriais para diagnóstico de SARS-CoV-2 é prioritária para todas as pessoas com sintomas sugestivos de COVID-19, bem como para todos os contactos de alto risco de casos confirmados de COVID-19. Por outro lado, não devem ser realizados testes laboratoriais nas pessoas com história de infeção por SARS-CoV-2, confirmada laboratorialmente, nos últimos 90 dias.

O documento estabelece que os testes laboratoriais apenas podem ser realizados a menores cujo consentimento informado tenha sido expresso/assinado pelos seus encarregados de educação ou pessoal docente e pessoal não docente.

Nos estabelecimentos de ensino com estudantes de ensino secundário com incidência cumulativa a 14 dias superior a 960 por 100.000 habitantes, aplica-se a campanha de rastreio laboratorial com TRAg, sendo que os rastreios são realizados em três momentos separados por 7 dias de intervalo.

 

 

 

Curso Medicina Interna 20.21 – O Ano em Revista
O Núcleo de Estudos de Formação em Medicina Interna (NEForMI), da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), vai realizar...

“O curso Medicina Interna 20.21 começa o ano novo com a revisão do que mais mudou nas diversas áreas do conhecimento médico nos doze meses prévios, fornecendo as ferramentas mais atualizadas e que mais poderão mudar a nossa prática a curto-prazo.” afirma Nuno Bernardino Vieira, Coordenador do NEForMI.

“Os objetivos passam por discutir as novidades e controvérsias mais recentes em Medicina Interna; permitir o contacto com peritos de diversas áreas do conhecimento médico, aprofundando conhecimentos nesses âmbitos; bem como fornecer informação atualizada sobre o que mudou na prática clínica no ano transato e/ou prever o que mais pode mudar.” acrescenta Nuno Bernardino Vieira.

O curso destina-se, preferencialmente, a médicos Especialistas em Medicina Interna ou internos dos últimos anos de internato, embora possa ser frequentado por qualquer entusiasta do conhecimento médico. A inscrição será efetuada através do preenchimento do boletim de inscrição disponível online no site da SPMI, no portal do Centro de Formação.

Inscrições em: https://www.spmi.pt/curso-medicina-interna-20-21-o-ano-em-revista/

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