15.º Congresso Português do AVC
A pandemia por COVID-19 e os avanços terapêuticos no tratamento do acidente vascular cerebral (AVC) são os dois grandes temas...

O encontro que junta os especialistas das várias áreas da saúde que se dedicam à prevenção, tratamento e recuperação do AVC acontece entre os dias 4 e 6 de fevereiro e José Castro Lopes, presidente da Direção da SPAVC, acredita que o modelo virtual traz “muita facilidade aos participantes para se inscreverem, quer estejam em Portugal continental, quer insular” e também permite a participação de especialistas nacionais e estrangeiros que estão fora do território nacional. Afinal, sublinha o neurologista, este “é, realmente, o grande fórum da doença vascular cerebral em Portugal, assim reconhecido pela generalidade dos observadores”.

Do programa, o neurologista destaca precisamente a participação de “especialistas nacionais e internacionais da maior craveira científica”. Ao todo, são 14 os conferencistas internacionais convidados a participar, a começar logo na primeira sessão do congresso, dedicada ao tema “Doença Vascular Cerebral e COVID-19”. Nesta sessão participarão Michael Brainin, da World Stroke Organization, e Georgios Tsivgoulis, dirigente da European Stroke Organisation que vão abordar as estratégias internacionais de prevenção do AVC em tempos de pandemia e apresentar os dados internacionais da correlação entre a infeção pelo SARS-CoV-2 e os acidentes vasculares cerebrais.

De referir a intervenção do neurocientista canadiano Vladimir Hachinski, pioneiro na investigação da relação entre AVC e o desenvolvimento de demência, cuja conferência explorará a prevenção da doença vascular cerebral também como estratégia preventiva dos quadros demenciais. Esta é uma temática que junta duas das principais preocupações de saúde pública a nível nacional e mundial: o AVC enquanto principal causa de morte e morbilidade e a demência que acompanha o progressivo envelhecimento da população.

Sean Savitz, neurologista na Universidade do Texas, também participará no encontro com uma conferência sobre uma das mais promissoras investigações em curso no âmbito da doença vascular: a utilização de células estaminais para o tratamento do AVC isquémico.

Na sessão de abertura intervém uma das grandes autoridades mundais, o Prof. Water Osswald, Professor Catedrático aposentado, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, com o tema “Uma reflexão ética em tempo de pandemia”.

A sessão de encerramento está entregue a outra convidada internacional, Hanne Christensen, responsável pelo comité de implementação do Action Plan for Stroke, que abordará os desafios e as soluções do plano europeu para reduzir o impacto da mortalidade e da morbilidade associada ao AVC na sociedade.

O evento organiza ainda três cursos formativos nos períodos pré e pós-Congresso, apostando assim na formação contínua dos profissionais de saúde dedicados à abordagem dos doentes com AVC.

No dia 3 de fevereiro decorrerão, em simultâneo, dois cursos: o “Curso Interativo de AVC isquémico na fase aguda”, dirigido a médicos e internos das áreas de Neurologia, Neurocirurgia, Neurorradiologia, Medicina Interna e Medicina Intensiva; e o Curso “A enfermagem na fase aguda do AVC”, destinado a enfermeiros com interesse na patologia vascular cerebral e que se encontrem a exercer funções em serviços de urgência, em unidades de AVC, em serviços de Medicina Interna, Neurologia, Neurorradiologia ou Neurocirurgia e também em unidades de cuidados intensivos e de cuidados intermédios.

No dia 6 de fevereiro, após o encerramento do 15.º Congresso, os participantes podem permanecer online para conhecer o estudo MIND - Multiple Interventions to Prevent Cognitive Decline, dirigido a instituições e profissionais de diversas áreas envolvidos nos cuidados a pessoas em risco de desenvolver alterações do funcionamento cognitivo e que pretendam conhecer a metodologia do estudo MIND para aplicarem localmente.

Dia Mundial da Luta Contra o Cancro assinala-se a 4 de fevereiro
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2020 foram registados perto de 20 milhões de novos casos de cancro em...

No âmbito do Dia Mundial de Luta Contra o Cancro, que se assinala no próximo dia 4 de fevereiro, a Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) pretende sensibilizar para o impacto da dor nos doentes oncológicos e na sua qualidade de vida.

A dor oncológica é muitas vezes desvalorizada tanto pelos profissionais de saúde como pelos próprios doentes. Os profissionais de saúde tendem a focar-se na taxa de sobrevivência, acabando por negligenciar sintomas como a dor que tem um grande impacto na qualidade de vida dos doentes. Já os doentes, associam a dor a uma consequência da doença e muitos evitam a toma de outros fármacos, como analgésicos.

A Ana Pedro, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), afirma que “quando a dor oncológica não é adequadamente aliviada e tratada, pode causar cansaço, depressão, preocupação e isolamento por parte do doente. É fundamental haver uma maior valorização da dor ao longo do processo de tratamento oncológico, já que a terapêutica adequada permite melhorar significativamente a qualidade de vida destes doentes”

A dor oncológica pode ser causada pelo tumor e/ou metástases que pressionam as estruturas do corpo onde se localizam, causando dor, ou pelos tratamentos, como cirurgia, radioterapia e quimioterapia que podem provocar lesões inflamatórias, inflamações, neuropatias e dores musculares generalizadas.

A dor tem um impacto negativo nas diferentes dimensões da qualidade de vida dos doentes oncológicos, estando associada à perda de mobilidade e de capacidade de exercer atividades diárias, resultando em isolamento pessoal e social, absentismo laboral, com um grande impacto psicológico, marcado por sintomas de tristeza e depressão. Além disso, a dor pode diminuir a tolerância dos doentes à terapêutica oncológica, contribuindo para o abandono do tratamento, com consequências graves.

Luta contra a pandemia
Na sequência de diversos contactos bilaterais, Portugal aceitou a proposta de colaboração do Governo Alemão para reforço da...

Segundo a página oficial do Serviço Nacional de Saúde, estima-se a chegada a Portugal esta quarta-feira, de uma equipa de profissionais de saúde militares com competências ao nível da Medicina Intensiva e ainda a cedência de material clínico (ventiladores, bombas e seringas de infusão).

Estes profissionais devem permanecer em Portugal durante um período de três semanas, estando prevista a sua substituição a cada 21 dias, até ao final de março, caso seja necessário.

Recorde-se que a Alemanha disponibilizou também o seu apoio a vários estados europeus durante a primeira vaga da pandemia. Itália, França, Holanda, Bélgica e República Checa, países com maior proximidade geográfica à Alemanha, foram os destinatários da solidariedade alemã e europeia, que agora se estende também a Portugal.

 

Iniciativa digital é gratuita
Durante o mês de fevereiro, a Mamãs e Bebés vai organizar e promover o “Mamãs em Forma”, uma nova iniciativa online de treino...

Esta ação tem como objetivo incluir o exercício físico na rotina das futuras mães, quebrando rotinas e apelando a que todas as grávidas se mantenham em forma e saudáveis durante esta etapa tão especial das suas vidas. É, também, uma forma de aliviar o stress e a ansiedade de estar em casa nesta fase tão peculiar do confinamento.

As quatro sessões online da “Mamãs em Forma” vão ser conduzidas por João Dias, um Personal Trainer certificado e especializado em exercício físico para grávidas e pós-parto. Esta iniciativa promove os vários benefícios que a prática de exercício físico tem nas futuras mamãs, como a prevenção da diabetes gestacional e do aparecimento de varizes, a promoção de uma postura correta durante a gravidez e, consequentemente, a prevenção de lombalgias e a facilitação no trabalho de parto devido ao exercício a nível do soalho pélvico.

A inscrição é feita através deste link.

 

Balanço
70 mil portugueses completaram a vacinação contra a Covid-19 e 270 mil concluíram a toma da primeira dose. O ponto de situação...

Enquanto prossegue a vacinação dos profissionais de saúde do SNS, do setor social e privado, identificados como prioritários, a vacinação nas estruturas residenciais e na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados deve, de acordo com o ministério, ficar concluída até ao final da semana, exceto em locais onde tenham ocorrido surtos da doença ainda não resolvidos.

Acompanhada por Luís Goes Pinheiro, presidente da SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, Marta Temido adiantou que o Plano de vacinação avança como o previsto, com o início da vacinação das pessoas com mais de 80 anos e da faixa etária dos 50 aos 79 anos, com uma de quatro comorbilidades identificadas, num universo que ronda as 900 mil pessoas.

A convocatória de idosos com 80 anos ou mais e de pessoas com doenças de risco entre os 50 e 79 anos deverá ter como “modalidade preferencial” a mensagem SMS, explicou o presidente da SPMS.

Marta Temido aproveitou para anunciar que o país recebeu mais 86.580 doses da vacina da Pfizer/BioNTech num total de 473.850 entregues pelo laboratório. Até ao momento, foram também já entregues 19.200 doses da vacina da Moderna. “Aguarda-se, com expectativa, a entrega de dois lotes da recém-aprovada vacina da AstraZeneca”, revelou a Ministra da Saúde, adiantando que as entregas previstas para 9 e 19 de fevereiro deste consórcio suíço-britânico totalizam 200 mil vacinas.

 

Dia Mundial da Luta Contra o Cancro
No próximo dia 4 de fevereiro, Dia Mundial da Luta Contra o Cancro, pelas 11h30, a CUF Oncologia promove um evento digital,...

Este webinar integra o ciclo de eventos digitais designados CUF Talks, que a CUF tem vindo a promover trazendo a debate temas que impactam a saúde e a qualidade de vida dos portugueses.

As associações e grupos de apoio são plataformas de suporte fundamentais no percurso da pessoa com cancro e dos seus cuidadores, por isso, neste webinar a CUF Oncologia reúne associações, doentes e profissionais de saúde para uma conversa sobre o papel destes grupos de apoio, os seus desafios e a sua relevância no contexto atual que vivemos.

Que papel e desafios enfrentam as associações e grupos de apoio? Como podem os profissionais de saúde ajudar a que os doentes tenham um apoio extra hospitalar, de forma a sentirem-se mais confiantes e seguros no decorrer da sua vivência com a doença? Estas e outras questões serão debatidas neste encontro, dirigido à população em geral, à comunidade médica envolvida no acompanhamento de doentes com cancro e, em particular, às pessoas que neste momento da pandemia enfrentam a doença.

Este webinar conta com a participação de Vítor Rodrigues, Presidente da Direção da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Isabel Magalhães, Presidente da Associação Pulmonale e Marisa Guerra, sobrevivente de cancro da mama e fundadora da Associação Caminhar Contigo. 

A este painel junta-se também, Ana Raimundo, Diretora Clínica da CUF Oncologia e Magda Oliveira, psicóloga clínica da CUF Oncologia no Hospital CUF Porto. 

Sem custo ou necessidade de marcação prévia, para assistir à CUF Talks “Apoiar o doente oncológico e cuidadores: o papel das associações e grupos de apoio” basta aceder, na data e hora prevista, à página de Facebook da CUF.

Saiba mais em:
https://www.cuf.pt/eventos/cuf-talks-apoio-ao-doente-oncologico-e-cuidadores

 

Aparelho com certificação CE
A Ordem dos Médicos e a SYSADVANCE aliaram-se durante a pandemia para desenvolver um ventilador com requisitos para ser...

Segundo nota da Ordem dos Médicos, a certificação do ventilador aconteceu através do Organismo Notificado, SGS Bélgica. “O desenvolvimento e certificação ocorreu em tempo recorde, para este tipo de dispositivo, num grande esforço envolvendo a equipa de desenvolvimento da SYSADVANCE, um grupo de médicos especialistas em Cuidados Intensivos indicados pela Ordem dos Médicos, bem como laboratórios acreditados em 3 países”.

A SYSADVANCE vai iniciar de imediato a produção do ventilador, sendo as primeiras unidades destinadas a Portugal e República Checa. De acordo com a Ordem dos Médicos, o SYSVENT OM1 tem chamado a atenção em vários países, desde que foi anunciado o início do seu desenvolvimento em março do ano passado, com manifestações de interesse emitidas por vários países.

Este é complementar aos sistemas de Geração de Oxigénio, permitindo uma solução completa para a saúde, desde a fonte de Oxigénio até à administração de oxigénio ao doente. "A SYSADVANCE é hoje a única empresa mundial a fornecer estas soluções combinadas"; lê-se no comunicado. 

“A Ordem dos Médicos sempre acreditou que os grandes desafios do mundo, e da saúde em particular, encontram resposta na ciência e na medicina. Esta aliança frutuosa entre médicos e engenheiros demonstrou que devemos investir na investigação clínica para chegarmos às soluções que os hospitais precisam, com mais rapidez, qualidade e inovação”, explica o bastonário da Ordem dos Médicos. “Este ventilador é para nós um motivo de grande satisfação. As máquinas não funcionam sem capital humano altamente diferenciado, mas um equipamento fiável é também determinante para o sucesso do tratamento dos doentes, pelo que termos o primeiro ventilador certificado em Portugal é para nós uma grande alegria em tempo de notícias nem sempre boas”, acrescenta Miguel Guimarães.

“Neste momento tão complexo da pandemia, a certificação do SYSVENT OM1 enche-nos de orgulho e corrobora todo o esforço, empenho e profissionalismo dedicado a este projeto, permitindo que Portugal possa dispor de um equipamento de alta precisão e fiabilidade para ventilação de doentes em cuidados intensivos”, destaca o engenheiro José Vale Machado, presidente do Conselho de Administração da Sysadvance. “Esperamos que o SYSVENT OM1 contribua para salvar vidas em Portugal e noutros países, da mesma forma que a SYSADVANCE se tem empenhado em contribuir e priorizar o fornecimento de centrais de Oxigénio Medicinal para várias partes do mundo” reforça.

A apresentação pública será anunciada em breve.

Com o apoio de especialistas em várias áreas ligadas à maternidade e profissionais de saúde
A Mamãs sem Dúvidas acaba de lançar um novo Guia de Gravidez e da Primeira Infância do Bebé, dedicado aos pais e futuros pais,...

Esta publicação tem como objetivo reforçar o apoio que a Mamãs sem Dúvidas, em conjunto com o laboratório BebéVida, procura prestar a todos os pais durante o período de pandemia e novo confinamento, através de iniciativas totalmente digitais, como é o caso dos workshops semanais.

Com o apoio de especialistas em várias áreas ligadas à maternidade e de profissionais de saúde, o guia apresenta artigos relacionados com alimentação na gravidez; o sono do recém-nascido; as alterações cutâneas mais comuns em bebés; benefícios do exercício físico na gravidez ou vantagens do teste pré-natal não invasivo (NIPT).

Esta edição conta ainda com informação sobre as vantagens da criopreservação do sangue e do tecido do cordão umbilical do bebé, no momento do parto, no único laboratório de criopreservação português reconhecido pela acreditação FACT, a mais completa distinção que um laboratório pode obter a nível mundial.

A figura central continua a ser a atriz e apresentadora Cláudia Vieira, embaixadora da BebéVida, que confiou a criopreservação das células estaminais do cordão umbilical das suas duas filhas a este laboratório, com quem tem uma relação de parceria há mais de 10 anos.

O guia está disponível online para download gratuito aqui.

 

Covid-19 em Portugal
Portugal registou, nas últimas 24 horas, 275 mortes e 5.805 novos casos de infeção por Covid-19.

Segundo o boletim divulgado, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 149 das 275 mortes registadas em todo o País. Seguem-se as regiões centro com 51 e norte com 45. No Alentejo há 21 mortes a lamentar e no Algarve nove.

Quanto aos arquipélagos, não há mortes a assinalar.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 5.805 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 3.370 novos casos e a região norte 1.180. Desde ontem foram diagnosticados mais 559 na região Centro, no Alentejo 409 casos e no Algarve mais 205. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 56 infeções e no dos Açores 26 novos casos.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 6.869 doentes internados, mais 175 que ontem, sendo que as unidades de cuidados intensivos têm também mais sete doentes, desde o último balanço. Ao todo estão 865 pessoas na UCI.

O boletim desta segunda-feira mostra ainda que, desde ontem, 7.973 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 534.384 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 179.180 casos, menos 2.443 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância também menos 3.638 contactos, estando agora 220.353 pessoas em vigilância.

Impacto nos hábitos alimentares
A Diretora do Programa Nacional para Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) da Direção-Geral da Saúde concedeu uma entrevista...

Em declarações à rádio TSF, a responsável diz que esta é "uma medida que tem mostrado, através dos estudos de avaliação que temos conduzido, que funciona e funcionou e tem funcionado na modulação do consumo alimentar dos portugueses”.

Estes resultados notam-se sobretudo em “grupos específicos onde a intervenção nesta área é claramente mais necessária”, nomeadamente nas crianças e adolescentes.

Para a Diretora do PNPAS, "esta pode ser verdadeiramente uma medida de saúde pública efetiva para melhorar hábitos alimentares e para ajudar na nossa luta contra a obesidade e doenças associadas a hábitos alimentares inadequados".

Estenose aórtica e insuficiência mitral afetam pessoas acima dos 50 anos
O Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção (RNCI), um projeto da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular ...

“O número de salas de hemodinâmica em Portugal é limitado e estamos na cauda da Europa nessa matéria, o que se agrava com as dificuldades dos centros nacionais em recrutarem especialistas nestas áreas e disponibilizarem camas para estes tratamentos minimamente invasivos. Enquanto na Europa se dá um enorme crescimento destes tratamentos, em Portugal, há uma contração da atividade clínica na maioria dos hospitais do SNS, apenas mitigada pela abertura em 2020 de alguns novos centros”, afirma Rui Campante Teles, coordenador do RNCI.

Entre janeiro e dezembro de 2020 foram implantadas, por via percutânea, 817 válvulas aórticas e realizados 67 procedimentos mitrais, numa incidência total de 86 procedimentos por milhão de habitante.

Com o atual contexto pandémico, os cardiologistas de intervenção temem que os doentes não recebam o tratamento mais adequado. “Estamos preocupados porque apenas conseguimos dar acesso, no ano passado, a uma fração dos doentes portugueses com doença valvular cardíaca grave, perdendo a hipótese de lhes proporcionar uma melhoria na qualidade e quantidade de vida”, alerta Rui Campante Teles.

“Devido à idade e ao historial médico, as pessoas com doenças cardíacas estruturais, tais como estenose aórtica grave ou regurgitação mitral, são uma população de alto risco”, comenta Lino Patrício, coordenador da Campanha Corações de Amanhã, e acrescenta: “É importante os doentes não adiarem a sua intervenção, durante a pandemia COVID-19, uma vez que correm o risco de poder desenvolver estados clínicos graves, com consequências nefastas para a sua saúde”.

O presidente da APIC, João Brum Silveira, esclarece “Todos os Laboratórios de Hemodinâmica do nosso país estão ativos e continuam a assistir regularmente as pessoas com doença cardiovascular. As equipas de cardiologia de intervenção que trabalham nesses Laboratórios estão preparadas para trabalhar no contexto da pandemia por COVID-19. Por isso, as pessoas não devem evitar os seus tratamentos. Registamos a nossa preocupação com o medo que algumas pessoas possam sentir, mas reforçamos que existem circuitos seguros e que é importante manter o tratamento adequado”.

A intervenção valvular minimamente invasiva para o tratamento de válvulas cardíacas foi introduzida em Portugal há mais de 10 anos e constitui, para alguns doentes, a única opção de tratamento.

Em Portugal, os procedimentos valvulares cardíacos por via percutânea estão disponíveis em 8 centros cardiológicos médico-cirúrgicos do Serviço Nacional de Saúde (Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, Hospital de São João, CHUC, Hospital de Santa Marta, Hospital de Santa Cruz, Hospital de Santa Maria, Hospital de Évora e Hospital do Funchal) e em vários hospitais privados.

Para aumentar a consciencialização para a doença valvular cardíaca, a APIC está a promover a campanha Corações de Amanhã, que conta com Alto Patrocínio do Presidente da República. Para mais informações consulte www.coracoesdeamanha.pt

 

Denúncia de casos
A Secção Regional do Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros (OE) recebeu denúncias de vacinação indevida contra a Covid-19...

O primeiro caso, denunciado por carta anónima, dá conta de utilização indevida da vacina, tendo a administração da primeira dose da vacina contra a Covid-19, que ocorreu no passado dia 18 de janeiro, abrangido todos os utentes e colaboradores da Unidade de Cuidados Continuados de Farminhão, uma valência da Associação de Solidariedade Social de Farminhão, uma instituição particular de solidariedade social do concelho de Viseu.

"A SRCentro lamenta e condena, veementemente, a situação relatada (e outras que possam vir a ser conhecidas)", refere a SRCentro em comunicado.

Segundo a carta anónima, para além dos utentes e colaboradores da Unidade de Cuidados Continuados de Farminhão, foram vacinados sete dirigentes e familiares e duas funcionárias de secretaria - sendo que uma estava de baixa - que não pertencem aos grupos prioritários de vacinação estabelecidos pela Task Force responsável pela elaboração do "Plano de vacinação contra a Covid-19 em Portugal".

O segundo caso, denunciado através das redes sociais, relata que “o Padre da freguesia, familiares das enfermeiras que administraram a vacina e outros funcionários da instituição (que não lidam diretamente com utentes ou infetados com Covid-19) terão recebido doses da vacina contra a Covid-19, enquanto os próprios bombeiros de Águeda, e enfermeiros do hospital do baixo Vouga e auxiliares ainda não foram imunizados”.

O Ministério da Saúde já fez saber, também em comunicado, que serão feitas auditorias para avaliar situações semelhantes. 

DGS publica norma atualizada sobre a Fase 1 da Campanha de Vacinação
A Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou, este sábado, a Norma relativa à Campanha de Vacinação Contra a Covid-19 – Fase 1, que...

“A Campanha de Vacinação contra a Covid-19 é planeada de acordo com a alocação das vacinas contratadas para Portugal, administradas faseadamente a grupos prioritários, até que toda a população elegível esteja vacinada”, lê-se no documento, onde constam os grupos prioritários para receber a vacinação contra a Covid-19.

Entre os grupos prioritários para receber a vacina na fase 1 passam a estar também as pessoas com 80 ou mais anos.

A norma contempla questões relacionadas com o armazenamento e distribuição das vacinas e os pontos de vacinação, que podem ser adaptados, se for necessário, a esta campanha de vacinação, em articulação com as autarquias e outros parceiros.

Enquanto a disponibilidade das vacinas for limitada, designadamente na Fase 1, a vacinação é priorizada para quem mais dela beneficia, pelo que não devem ser priorizadas para vacinação as pessoas que recuperaram da infeção por SARS-CoV-2. No entanto, nalguns contextos, como por exemplo, nas ERPI, instituições similares e unidades da RNCCI, a vacinação de todas as pessoas elegíveis, independentemente da história prévia de infeção por SARS-CoV-2, está recomendada para uma melhor gestão do plano logístico e de administração.

Todos os atos vacinais devem ser registados, no momento da vacinação, na Plataforma Nacional de Registo e Gestão da Vacinação – VACINAS, onde será feita a monitorização do número de vacinas administradas.

Para as vacinas com um esquema vacinal de duas doses deve proceder-se ao agendamento da segunda dose, após a administração da primeira dose, garantindo que a segunda dose é da mesma marca da primeira. As pessoas que forem diagnosticadas com infeção por SARS-CoV-2 após a primeira dose, não devem ser vacinadas com a segunda dose.

De acordo com a DGS, aplicando-se o princípio da precaução e até serem conhecidos mais dados de efetividade vacinal, as pessoas vacinadas contra a Covid-19 devem manter o cumprimento das medidas de prevenção e controlo de infeção, e no caso de desenvolverem sintomas sugestivos de Covid-19 ou terem um contacto com um caso confirmado de Covid-19 deve ser aplicada, respetivamente, a Norma 004/2020 e a Norma 015/2020 da DGS.

Auditorias arrancam dentro de dias
Ministério da Saúde considera inaceitável qualquer utilização indevida de vacinas que decorra durante o processo de vacinação e...

De acordo com o documento, divulgado após denúncia de casos de utilização indevida de vacinas, a operacionalização do Plano apenas “prevê que, no caso de, por circunstâncias imprevistas, não ser possível administrar todas as doses definidas numa determinada entidade, face às caraterísticas de conservação das vacinas e com o intuito de evitar a sua inutilização, as mesmas possam vir a ser administradas a pessoas não previstas inicialmente”. No entanto, faz saber que também nestas situações, “se deverão observar as prioridades definidas pelo Plano de Vacinação”.

Como tal, “tendo em vista obviar a qualquer falta imprevista de pessoas numa entidade priorizada para vacinar, o Ministério da Saúde entendeu determinar que a Task Force reforce instruções para que as entidades responsáveis pela operacionalização do plano preparem, de antemão, uma lista de outras pessoas prioritárias a quem poderão administrar as vacinas, no caso de impossibilidade superveniente de alguma das pessoas inicialmente definidas, devendo, ainda, tal circunstância ser devidamente reportada”, sublinha o documento.

Deste modo, “de forma a avaliar a correta aplicação dos critérios estabelecidos no plano de vacinação, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) promoverá, a partir da próxima semana auditorias, de âmbito nacional”

O Ministério da Saúde sublinha ainda que a utilização indevida das vacinas contra a Covid-19 “pode constituir conduta disciplinar e criminalmente punível, em face da factualidade concreta que venha a apurar-se em sede de inquérito”.

 

 

Autorização de comercialização
Empresa sedeada em Cantanhede acaba de receber autorização para disponibilizar aos doentes portugueses a primeira substância à...

Esta é a primeira vez que é exigido e entregue um dossier completo de qualidade para obter a autorização de comercialização de uma substância à base da planta da canábis. A conclusão deste processo confirma os padrões de qualidade e segurança da produção da Tilray.

"Estamos muito orgulhosos da autorização de colocação no mercado emitida pelo INFARMED, que confirma que os produtos de canábis medicinal da Tilray estão à altura dos mais altos padrões nacionais e internacionais", refere Sascha Mielcarek, Diretor-Geral da Tilray Europa. 

"Esta é a primeira e única preparação ou substância à base da planta da canábis para fins medicinais permitida no nosso país, e confirmamos que estamos a planear num futuro próximo tornar outros produtos acessíveis aos doentes, em Portugal. As exigências dos doentes estão a aumentar e a nossa missão é disponibilizar os produtos mais seguros e de melhor qualidade que satisfaçam ao máximo as suas necessidades", afirma Rita Barata, Diretora-Geral da Tilray Portugal. 

Em Portugal, a utilização de preparações e substâncias à base da planta da canábis para fins medicinais está aprovada para várias indicações, nos casos em que se determine que os tratamento convencionais não produzem os efeitos esperados, entre as quais, dor crónica (associada a doenças oncológicas ou ao sistema nervoso); espasticidade associada à esclerose múltipla ou a lesões da espinal medula; náuseas e vómitos (resultantes da quimioterapia, radioterapia e terapia combinada de HIV e medicação para a hepatite C) e estimulação do apetite nos cuidados paliativos de doentes sujeitos a tratamentos oncológicos ou com SIDA.

Promoção de Saúde Mental
O PsiQuaren10 (lido PsiquarenTena), projeto de apoio psicossocial em tempos de quarentena desenvolvido por alunos do ISPA –...

Até ao momento, a equipa de alunos prestava apoio psicológico de primeira intervenção/crise através de consultas online gratuitas com marcação através do mail [email protected]. Passará, a partir de hoje, a disponibilizar ainda uma linha telefónica: 910118130, disponível todas as segundas-feiras, das 9h00 às 13h00.

Para a responsável do PsiQuaren10 (ISPA-Instituto Universitário), “este novo passo é importante para estar ainda mais próximo das pessoas, para que percebam que não estão sós num cenário de real pandemia da Saúde Mental a que é preciso prestar atenção”.

A artista Rita Cee juntou-se a este projeto e dá voz ao tema “Let It Out”, lançado nas redes socias (do ISPA, inclusive), em que os efeitos do confinamento nas pessoas é abordado e onde se transmite uma mensagem de esperança relembrando que ninguém está sozinho nesta caminhada.

Formado por 10 alunos do Mestrado em Psicologia da Saúde do ISPA, sob a supervisão da Professora Ivone Patrão e a colaboração de outros docentes deste instituto universitário, o principal objetivo do projeto passa pela promoção do bem-estar através de orientações para a gestão emocional individual e familiar.

O projeto PsiQuaren10 surgiu no momento desafiante do confinamento devido à epidemia da COVID-19, que limitou não só a presença física como levou a ajustes nas rotinas, relações e comportamentos. Através do mundo digital, o projeto definiu várias metas para alcançar o objetivo a que se propôs: transmitir informação relevante sobre o vírus e estratégias eficazes para o ajustamento emocional; fornecer orientações para a promoção de comportamentos saudáveis, de forma a proporcionar o bem-estar psicossocial durante e após o isolamento e realizar consultas online de base psicoeducativa, tendo em conta a evidência científica.

O PsiQuaren10 recebeu o Prémio Boas Práticas Sul 2020 da Ordem dos Psicólogos Portugueses, no Dia Nacional do Psicólogo (4 de outubro de 2020).

 

Cães e gatos podem ter de ser vacinados contra a Covid-19?
Um grupo de cientistas veio alertar que os animais domésticos podem ter de ser vacinados contra a Covid-19, uma vez que,...

Segundo os especialistas da University of East Anglia (UEA), do Earlham Institute em Norwich e da University of Minnesota, “não é impensável que a vacinação de algumas espécies de animais domésticos possa ser necessária para conter a disseminação da infeção”.

Cock van Oosterhout, professor de genética evolutiva da UEA, afirma aliás que “faz sentido desenvolver vacinas para animais de estimação. Temos realmente de estar preparados para qualquer eventualidade”, acrescentando que a Rússia já começou a desenvolver uma vacina com esse intuito.

“A SARS-CoV-2 pode infetar uma ampla gama de espécies hospedeiras, incluindo gatos, cães, martas e outras espécies selvagens e domesticadas e, portanto, a vacinação de animais domésticos pode ser necessária para interromper a evolução do vírus”, acrescentam os especialistas para quem “a evolução contínua do vírus em hospedeiros animais representa um risco significativo a longo prazo para a saúde pública”.

Para Sónia Miranda, vice-presidente da Ordem dos Médicos Veterinários, é precipitado falar em vacinação de animais domésticos.  

“A maior parte da transmissão do SARS-COV 2 aos humanos nesta fase é humana direta, o papel dos animais de estimação na transmissão, atualmente é negligenciável. Muitos animais podem tornar-se reservatórios de vírus, incluindo animais selvagens. Mas não se sabe se estes reservatórios poderão permitir que uma doença ressoe numa população humana vacinada. A imunidade populacional humana estará sim comprometida se a amplitude da população humana vacinada não for global”, comenta.

Segundo a médica veterinária, existe “efetivamente um número limitado de animais de companhia no mundo inteiro em que foi comprovado COVID positivo, mas não existe evidências científicas da transmissão do vírus destes animais para os humanos. Houve sim, mas ainda está em investigação um surto em algumas comunidades na Dinamarca, que se pensa poder estar relacionado com martas contaminadas”.

“Tanto quanto sei, a Rússia é o único país com investigação sobre uma vacina contra animais, mas no momento não encontro mais informações sobre as espécies-alvo, sobre o estado do desenvolvimento”, acrescenta referendo que tal como acontece com “as vacinas humanas atuais”, que se sabe que protegem contra os sintomas da doença, também numa na vacinação animal não se saberá a “verdadeira eficácia no impedimento da transmissão da doença”.

“Por tudo isto, parece-me completamente precipitado afirmar uma diminuição de transmissão do SARS-COV2 aos humanos, pela vacinação dos animais. Na minha opinião, a prioridade é vacinar o maior número possível de pessoas e continuar a seguir as medidas de distanciamento social e proteções individuais como o uso de máscara, mesmo quando vacinadas. Mas, sabendo a quantidade de perguntas ainda por serem respondidas e as novas variantes de Covid-19 que vão surgindo, a comunidade científica deve continuar a trabalhar na investigação de todas as possíveis formas de controlo da evolução e disseminação desta pandemia”, afirma.

Investigação da Universidade do Minho
Investigadores do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Universidade do Minho, concluem que a gestão...

“Este estudo evidencia a necessidade de incorporar terapias de gestão de stress no tratamento da POC. Os resultados mostraram que o uso frequente de estratégias de regulação emocional menos eficazes está associado a níveis mais elevados de stress e não está diretamente relacionado com os sintomas obsessivo-compulsivos”, afirma Sónia Ferreira, investigadora do ICVS da Escola de Medicina.

“A POC afeta a forma como as pessoas regulam as emoções. Para tentar diminuir os efeitos das emoções negativas, os doentes usam normalmente estratégias de regulação emocional menos eficazes, como por exemplo a supressão expressiva. Outras estratégias de reavaliação cognitiva, que alteram a forma como experienciamos as emoções, são mais eficientes, mas são menos utilizadas pelas pessoas com POC”, conclui Sónia Ferreira.

Como a POC está associada a sintomas de stress, este estudo procurou perceber se os níveis de stress afetam a relação entre os sintomas obsessivo-compulsivos e a capacidade de regulação emocional. É através da confirmação desta hipótese que os autores advogam pela incorporação de estratégias de gestão de stress no tratamento da POC.

O estudo foi realizado no âmbito da consulta de Perturbações do Espetro Obsessivo do Hospital de Braga e da equipa de investigação em Doença Obsessivo-Compulsiva do ICVS da Escola de Medicina. Além de Sónia Ferreira participaram neste artigo os investigadores Beatriz Couto, Mafalda Sousa, Rita Vieira, Nuno Sousa, Maria Picó-Pérez e Pedro Morgado.

O artigo está disponível em: https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fpsyt.2020.594541/full

 

 

Plataforma disponível a partir de hoje
O Infarmed disponibiliza a partir desta segunda-feira a página eletrónica que tem com objetivo dar nota das iniciativas que vão...

De acordo com a nota de imprensa enviada à comunicação social, “a intenção é fornecer informação sobre os progressos atingidos durante a Presidência e de acordo com as prioridades definidas para a área dos medicamentos e dispositivos médicos”. O site pretende disponibilizar esclarecimentos sobre os eventos realizados, dar visibilidade aos temas da responsabilidade desta área e apresentar o calendário de atividades previstas.

No espírito do lema da Presidência Portuguesa, "Tempo de Agir", o Infarmed assumiu como seu objetivo para estes seis meses “Apoiar o Acesso Sustentável, Equitativo e Universal ao Medicamento e Dispositivos Médicos”.

 

Parlamento aprovou projeto lei
No momento em que o Parlamento português discute na especialidade o projeto de lei sobre a eutanásia, a Associação Portuguesa...

No momento em que o Parlamento português discute na especialidade o projeto de lei sobre a eutanásia, a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) alerta os Portugueses para pensarem sobre as consequências e implicações relacionadas com a aprovação da eutanásia no nosso país.

“Que nesta reflexão fiquem de parte as convicções partidárias, religiosas e individuais e, por um momento, se pense de forma muito séria sobre a realidade portuguesa no que respeita aos cuidados de saúde e sociais, garantidos a todos os que se encontram em fim de vida - última etapa da vida marcada por situação de doença ou condição limitadora da vida que pode ocorrer em qualquer idade, qualquer contexto, com duração de dias, meses ou anos.

Nunca como agora foi tão evidente a fragilidade dos cuidados e a pouca qualidade garantida à vida daqueles que vivem a sua última etapa. Relembramos que continua por nomear a nova Comissão Nacional de Cuidados Paliativos, desde dezembro de 2020, sem existir uma palavra do Ministério da Saúde em relação a este tema, bem como, sem existir uma orientação formal sobre o papel que os profissionais de cuidados paliativos podem e devem assumir na gestão da atual situação”, explica a Enfermeira Catarina Pazes, Presidente da APCP.

De acordo com a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, Portugal é um país onde se vive mal o fim da vida, “tantas vezes sem condições dignas, sem alívio do sofrimento, sem apoio familiar adequado, sem apoio social capaz, muitas vezes com cuidados de saúde desproporcionados e com recurso à obstinação terapêutica e desinvestimento em cuidados de conforto, humanizados e individualizados à pessoa em fim de vida”.

“Somos o país onde a agressividade terapêutica nas últimas semanas de vida é substancial e somos o país, que agora, quer oferecer a morte a quem a pedir, sem que se salvaguarde o investimento nas alternativas à morte a pedido”, adianta.

Em comunicado a APCP, refere que “pelas experiências dos países onde a eutanásia já é legal há mais tempo, que as consequências são graves e estão fora dos objetivos, até mesmo dos que agora lutam pela eutanásia. Termos uma medida de exceção, é diferente de garantir a morte a todos os que a pedem, sem garantir cuidados adequados”.

“Que fique claro que os problemas elencados não são resolvidos apenas com investimento sério no desenvolvimento dos cuidados paliativos. Necessitamos urgentemente de uma maior consciência da sociedade, mais e melhor formação dos profissionais de saúde, de todos, na área dos cuidados em fim de vida. É preciso garantir a dignidade e conforto merecidos no fim da vida”, reforça a Presidente da APCP.

Para a APCP estes temas precisam de ser refletidos, de forma séria e abrangente, e travados: “Matar como ato médico, um estado que paga a morte dos seus doentes, uma rampa deslizante inevitável e gravíssima, manutenção da lentidão no desenvolvimento dos cuidados em fim de vida, obstinação terapêutica como prática frequente”.

A APCP considera, assim, fundamental que todos compreendam que apenas quando se vive uma situação de perto e se experimenta um acompanhamento de saúde adequado se compreende a importância do mesmo.

“É a experiência de todos os dias que nos faz agora dar um grito de alerta para o facto de a morte não ser a escolha quando o apoio adequado é garantido. Todos queremos o melhor. Todos queremos o fim do sofrimento. Mas nós, como profissionais especializados nesta área de cuidados, sabemos abordar esse sofrimento e sabemos que a morte, quando equacionada, é uma escolha rara, de exceção. Sabemos que o perigo de se tornar regra é enorme”, conclui a Enfermeira Catarina.

Páginas