Investigadora recebe bolsa no valor de 20 mil euros
A investigadora Maria João Azevedo, que está a desenvolver parte do seu trabalho de doutoramento no Instituto de Investigação e...

Intitulado “Maternal mycobiome dysbiosis and its Influence on the mycobiome of the child», o projeto agora premiado foca-se no estudo do micobioma humano, ou seja, a componente fúngica dos ecossistemas do corpo humano. Mais concretamente, o objetivo do trabalho passa por caracterizar o micobioma oral e intestinal da mulher grávida, avaliar o perfil de transmissão entre mãe e filho até aos seis meses de vida e perceber o impacto da obesidade, diabetes gestacional e hipertensão arterial materna neste processo.

“O nosso objetivo é aumentar a literacia sobre o micobioma humano e, consequentemente, fornecer recursos para diagnosticar e identificar o risco de doença desde a infância. Os resultados deste projeto permitirão identificar potenciais alvos fúngicos associados a doenças cardiometabólicas, que poderão posteriormente ser manipulados precoce e preventivamente”, projeta Maria João Azevedo.

De acordo com a investigadora, o projeto “será pioneiro na avaliação da transmissibilidade do micobioma oral e intestinal entre pares mãe-filho numa população portuguesa, assim como na sua associação a doenças cardiovasculares e metabólicas maternas”. Por outro lado, “trata-se de um tema muito pouco estudado apesar das infeções fúngicas serem frequentes durante a gravidez e a infância”.

“Esperamos esclarecer quais os mecanismos de transmissão, colonização e maturação fúngica durante a infância, compreender o papel do componente microbiano fúngico na saúde das crianças e o impacto da obesidade, diabetes gestacional e hipertensão arterial na transmissão precoce do micobioma”, acrescenta Maria João Azevedo, que contará com a orientação das investigadoras Benedita Sampaio-Maia (i3S/FMDUP), Carla Ramalho (i3S/FMUP) e Egija Zaura (ACTA).

 

Combate à pandemia
O Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ) tem “disponibilidade total” para continuar a receber doentes de outros...

“A disponibilidade do hospital é total. Vamos rever as necessidades dia-a-dia e tentaremos dar uma resposta cabal (…). Não fugimos às nossas responsabilidades e se for necessário receber um número tão elevado quanto este amanhã ou nos próximos dias temos capacidade para o fazer”, disse em declarações à agência Lusa, citado pela página oficial do SNS.

Falando em “esforço solidário”, o responsável do CHUSJ destacou “a generosidade dos profissionais do Hospital de São João” e elogiou o Instituto Nacional de Emergência Médica e a Proteção Civil por terem organizado a operação “em tempo recorde”.

Fernando Araújo defendeu que “a articulação entre unidades é fundamental num momento de grande complexidade”, frisando que “não existem questões regionais”.

“O hospital [de São João] tem capacidade de plasticidade. Já o demonstrou na primeira vaga quando não sabíamos o que ia acontecer. Conseguimos adaptar-nos com alguma flexibilidade às necessidades”, concluiu.

 

Enfarte Agudo do Miocárdio nas mulheres
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) e a Escola Superior de Comunicação Social (ESCS), do Instituto...

“Acreditamos que é importante formar o futuro dos profissionais de comunicação para este que é um problema que causa mais mortes. Não obstante, esta parceria com a ESCS é mais um contributo para a prevenção do Enfarte Agudo do Miocárdio. Fatores como a hipertensão, a dislipidemia, a diabetes, a menopausa, o tabagismo e o sedentarismo, contribuem para o aumento do risco de desenvolver esta doença”, explica João Brum Silveira, presidente da APIC.

Para André Sendin, presidente da ESCS, “Este projeto conjunto demonstra o compromisso que assumimos, não só para com os alunos, como também para com o nosso propósito de formar e educar. Este desafio permitirá que os alunos, do curso de Relações Públicas e Comunicação Empresarial, no âmbito da unidade curricular «Comunicação no Interesse Público», desenvolvam as suas capacidades e estabeleçam uma relação com a realidade do mercado de trabalho ao realizarem suportes de comunicação para uma campanha nacional de consciencialização”.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2017 morreram 1917 mulheres com enfarte agudo do miocárdio. A obstrução das artérias do coração por placas arterioscleróticas pode manifestar-se de várias formas, que vão desde dor no peito em esforço, a enfarte agudo do miocárdio e, até mesmo, a morte súbita.

Promovida pela APIC, a Campanha “Cada Segundo Conta” tem como objetivos promover o conhecimento e a compreensão sobre o enfarte agudo do miocárdio e os seus sintomas; e alertar para a importância do diagnóstico atempado e tratamento precoce. Para mais informações sobre esta campanha consulte www.cadasegundoconta.pt

 

Tumores
O linfoma de Hodgkin é um tipo de cancro que atinge o sistema linfático.

O Linfoma de Hodgkin é um tipo de cancro hematológico, uma vez que se desenvolve nos linfócitos. Os linfócitos são um tipo de leucócitos (ou glóbulo branco) presente no sangue, cuja função é combater infeções.

O linfoma pode desenvolver-se partir de dois tipos de linfócitos: os linfócitos B ou T. Os linfócitos T são importantes na regulação do sistema imunológico e no combate a infeções virais. Os linfócitos B produzem anticorpos que são essenciais para combater algumas infeções.

O linfoma de Hodgkin clássico surge quando linfócitos B sofrem mutações do seu ADN. Estas mutações fazem com que as células se dividam rapidamente e perdurem, mesmo quando células normais morreriam.

Embora não se saiba ao certo o que leva ao desenvolvimento deste tipo de cancro, estima-se que existam alguns fatores de risco:

  • Idade – o linfoma de Hodgkin é mais frequentemente diagnosticado em pessoas com idade entre os 15 e os 30 anos ou com mais de 55 anos.
  • Sexo – pessoas do sexo masculino têm risco um pouco maior de desenvolvimento de linfoma de Hodgkin.
  • História familiar de linfoma – ter um familiar próximo com linfoma de Hodgkin ou linfoma não-Hodgkin aumenta o seu risco de desenvolver linfoma de Hodgkin.
  • Infeção por vírus de Epstein-Barr/monucleose infecciosa – pessoas que tiveram infeções pelo vírus de Epstein-Barr têm maior risco de desenvolver linfoma de Hodgkin, comparativamente a quem não teve esse tipo de infeção.
  • Sistema imunitário enfraquecido – ter o sistema imunitário enfraquecido, como acontece com infeção a VIH ou quando se faz tratamentos para suprimir reações imunitárias, aumenta o risco de linfoma de Hodgkin.

Tipos de Linfomas de Hodgkin

Existem dois tipos de Linfomas de Hodgkin:

  1. O linfoma de Hodgkin clássico é mais comum, correspondendo a cerca de 95% de todos os casos de linfoma de Hodgkin nos países desenvolvidos.

Este pode ser divido em vários subtipos:

  • Linfoma de Hodgkin tipo Esclerose nodular: é o tipo de linfoma de Hodgkin mais frequente em países desenvolvidos. Ocorre mais frequentemente em adolescentes e jovens adultos, mas pode ocorrer em pessoas de qualquer idade. Tende a começar nos gânglios linfáticos do pescoço ou tórax.
  • Linfoma de Hodgkin tipo Celularidade mista: é o segundo tipo mais comum, e aparece em adultos mais velhos, embora possa surgir em qualquer idade. Pode começar em qualquer gânglio linfático, mas é mais frequente afetar a metade superior do corpo.
  • Linfoma de Hodgkin tipo Predomínio linfocitário: este subtipo habitualmente afeta metade superior do corpo e apenas poucos gânglios.
  • Linfoma de Hodgkin tipo Depleção linfocitária: é a forma menos comum de linfoma de Hodgkin, correspondendo a 1% dos casos, visto principalmente em pessoas idosas. Há maior risco de doença ser avançada, envolvendo gânglios linfáticos do abdómen, e baço, fígado ou medula óssea.
  1. Linfoma de Hodgkin de predomínio Nodular Linfocitário corresponde a cerca de 5% dos casos de linfoma de Hodgkin. Este pode desenvolver-se em qualquer idade e é mais frequente entres os homens.

Este tipo de linfoma geralmente envolve os gânglios linfáticos do pescoço e axilas. Caracteriza-se por células grandes, que se parecem com pipocas, e que são variantes das células de Reed-Sternberg.

Sintomas

O primeiro sintoma de linfoma de Hodgkin é muitas vezes uma tumefação no pescoço, axila ou virilha, ou seja, a presença de gânglios aumentados nestes locais, sem presença de dor.

Febre, suores noturnos, perda de peso, fadiga, tosse, falta de ar e/ou comichão persistente pelo corpo todo, são outros dos sintomas associados à doença. No entanto, estes sintomas são manifestações comuns a outras doenças.

Diagnóstico

A suspeita da doença surge quando uma pessoa, sem infeção aparente, desenvolve aumento persistente e indolor dos linfonodos que dura várias semanas. A suspeita torna-se mais forte quando o aumento dos linfonodos é acompanhado de febre, suores noturnos e perda de peso.

Para além do exame clínico, para procurar gânglios linfáticos volumosos, no pescoço, axilas e virilhas, bem como aumento do fígado ou baço, é necessária a realização de métodos de diagnóstico específicos. É o caso de as análises ao sangue para procurar alterações que possam relacionar-se com o linfoma, os exames radiológicos, como a TAC ou PET que servem para procurar sinais de linfoma de Hodgkin noutras regiões do corpo.

É essencial proceder a uma biópsia e à colheita de uma amostra de medula óssea para análise.

Estes exames são importantes não só para o diagnóstico doença, mas para a definição do estadio em que se encontra, fundamental para a definição do seu tratamento.

Tratamento

Atualmente, existem várias opções para tratamento de linfoma de Hodgkin. Estes podem ser escolhidos para eliminar o tumor e/ou controlar sintomas:

  • Radioterapia – Utiliza radiação de alta energia para destruir células malignas. É utilizada para ajudar a diminuir os tumores e a controlar sintomas.
  • Quimioterapia – Utiliza medicamentos oncológicos que destroem células de cancro. A quimioterapia é utilizada no linfoma de Hodgkin em recaída ou refratário para diminuir o tamanho do tumor e aliviar sintomas.
  • Terapêutica dirigida – As terapêuticas dirigidas atuam sobre células malignas e podem impedir que cresçam e se disseminem. Só têm efeito em tipos específicos de células malignas.
  • Imunoterapia – Corresponde a medicamentos que atuam no sistema imunitário, com o objetivo de identificar e destruir as células cancerígenas.
  • Tratamento com células estaminais (ou células tronco) – Após quimioterapia de altas doses, podem ser administradas células estaminais ou medula óssea, isto porque a quimioterapia de altas doses para além de matar as células malignas, podem matar as células estaminais da medula óssea. Assim, antes da quimioterapia de altas doses, são colhidas células estaminais ou medula óssea, do doente ou de um dador que, após o tratamento, são administradas por via intravenosa.

 

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investimento em saúde
Encontram-se abertas as candidaturas às Bolsas “Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem” que deverão ser submetidas através da...

As “Bolsas Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem” contam com o apoio institucional da Ordem dos Enfermeiros, da Ordem dos Farmacêuticos e da Ordem dos Médicos vendo assim reconhecida a relevância desta iniciativa que se destina a apoiar a implementação de projetos que visem introduzir nas suas estruturas as alterações necessárias à melhor alocação de recursos em saúde pelos Hospitais do SNS.

A avaliação das candidaturas apresentadas está a cargo de um Júri composto por personalidades de reconhecido mérito, experiência profissional e/ou académica presidido por  Maria de Belém Roseira, ex-ministra, e que conta com Miguel Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos, Ana Paula Martins, Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Rita Cavaco, Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Alexandre Lourenço, Presidente da APAH, e Pedro Pita Barros, Economista da Saúde e Professor da Universidade Nova de Lisboa.

Às Bolsas “Mais Valor em Saúde- Vidas que Valem” poderão candidatar-se hospitais do SNS, prevendo-se o financiamento de 4 projetos em bolsas no valor individual de € 50.000,00, constituídas por horas de apoio especializado à execução de cada projeto vencedor a prestar pelos parceiros Exigo e Iasist. O regulamento das Bolsas pode ser consultado aqui.

O Programa “Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem” pretende contribuir para cimentar a cultura de Value Based Heathcare (VBHC) através da análise dos problemas atuais do Sistema Nacional de Saúde, da capacitação dos intervenientes na tomada de decisão em saúde, do rigor na avaliação de resultados e da transparência na sua divulgação, tudo com o propósito de conduzir à implementação de estratégias que permitam melhorar os resultados clínicos, a afetação de recursos financeiros e, em última instância, a satisfação dos doentes. A necessidade de uma mudança de paradigma no investimento em saúde tem conhecido um interesse crescente, transversal à sociedade, resultando daí esta iniciativa que agora se concretiza.

 

Movimento profissional que envolve farmacêuticos de todo o país
Os distúrbios gastrointestinais funcionais afetam 10 a 25% das pessoas em todo o mundo. Dor de barriga, inchaço, gases,...

A Ezfy, um movimento profissional que envolve farmacêuticos de todo o país que quer contribuir para uma maior qualidade de vida do cidadão através de soluções de saúde integradas, acaba de lançar o “Movimento Intestino Feliz”, com o apoio da Biocodex. O objetivo do portal sindromeintestinoirritavel.pt é reunir informação fidedigna sobre a Síndrome do Intestino Irritável (SII), e dar a conhecer algumas ferramentas de tratamento a quem foi diagnosticado com a doença, ou desconfia que tem a doença, que apesar de comum, ainda é pouco conhecida. 

“Muitas pessoas não conhecem a Síndrome do Intestino Irritável, bem como os seus sintomas, e não procuram diagnóstico. Por isso decidimos criar um movimento que promova o acesso a informação fidedigna sobre a SII e que partilhe conselhos de como viver com um intestino mais feliz, para que as pessoas ganhem maior controlo e conhecimento sobre a sua doença, o que pensamos se traduzirá em mais qualidade de vida”, explica Patrícia Soares, Farmacêutica Comunitária e membro da Ezfy.  

A responsável adianta que o portal inclui, além da informação sobre a doença, “um quiz para despiste inicial de sintomas baseado nos critérios Roma IV, informação sobre alimentação e de gestão do dia a dia para minimizar os sintomas, bem como uma área específica ainda em desenvolvimento (Comunidade) para que as pessoas que vivem com SII tenham palco para trocar experiências, sabendo que online, mas também através da sua farmácia, não estão sozinhos”. 

A Síndrome do Intestino Irritável, também conhecida como Síndrome do Cólon Irritável, é um distúrbio gastrointestinal funcional que afeta 10 a 25% das pessoas em todo o mundo. É duas vezes mais comum em mulheres do que em homens e tem grande impacto na qualidade de vida e no bem-estar psicológico1.  

Os sintomas podem variar bastante de pessoa para pessoa, mas os mais comuns são a dor, inchaço abdominal, excesso de gases e períodos de prisão de ventre ou diarreia. As causas da SII não estão ainda totalmente clarificadas. Alguns estudos demonstram que o risco de desenvolver SII é cinco vezes maior após uma infeção bacteriana. Outros também sugerem uma possível interrupção na comunicação entre o cérebro e o intestino em conjunto com um desequilíbrio da microbiota intestinal2,3.  

Contudo, na maior parte dos casos, foi observado um desequilíbrio do ecossistema microbiano das pessoas com SII, designadamente perda de diversidade de bactérias e outros micro-organismos essenciais para o nosso bem-estar. Como consequência, podem desencadear problemas intestinais que culminam em dor, inchaço e de alteração nas fezes. Mas, mesmo que os intestinos percam o tino há solução! 

Uma alimentação adequada, a par da adoção de estilos de vida saudável e do consumo de determinados probióticos são alguns dos conselhos que pode encontrar no Movimento Intestino Feliz para auxiliar no alívio dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida. 

Com o objetivo de ajudar no diagnóstico das doenças crónicas e encurtar o tempo entre o aparecimento dos sintomas e o diagnóstico, a Ezfy desenvolveu um programa de apoio às pessoas com doenças crónicas em mais de 120 farmácias portuguesas. Nesses pontos Ezfy, os farmacêuticos estão preparados para identificar os sintomas-chave e apoiar os cidadãos a chegar mais rapidamente aos cuidados de saúde de que necessitam.  

Referências bibliográficas: 

1.World Gastroenterology Organization (2015). Irritable Bowel Syndrome: a Global Perspective 

2.GC Parkes and al. (2012) Distinct microbial populations exist in the mucosa associated microbiota of subgroups of irritable bowel syndrome.  

3. Kennedy, Paul J et al. “Irritable bowel syndrome: a microbiome-gut-brain axis disorder?” World journal of gastroenterology vol. 20,39 (2014): 14105-25. doi:10.3748/wjg.v20.i39.14105 

OMS
A Organização Mundial da Saúde informou, esta semana, que o número global de novos casos de Covid-19 caiu na semana passada...

Falando aos jornalistas em Genebra, o diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus, disse que “ainda existem muitos países com um número crescente de casos, mas a nível global, esta é uma notícia animadora.”

Para o chefe da agência, estes dados mostram que “o vírus pode ser controlado, mesmo com as novas variantes em circulação.”

Tedros lembra, no entanto, que esta situação já aconteceu. No ano passado, houve momentos em quase todos os países em que os casos diminuíram e os governos abriram muito rapidamente, permitindo que o vírus voltasse.

Por isso, o chefe da OMS afirma que, à medida que as vacinas começam a ser distribuídas, “é vital que os governos permitam que as pessoas façam as escolhas certas, seja tornando a quarentena mais fácil de cumprir ou tornando os locais de trabalho mais seguros.”

Também esta semana, a OMS lançou o Relatório Global Score sobre sistemas e capacidade de dados de saúde em todo o mundo. Este é o primeiro estudo do género, cobrindo 133 sistemas de informação de saúde e cerca de 87% da população mundial.

Segundo o estudo, quatro em cada 10 mortes permanecem sem registo. A OMS pede investimentos urgentes para fortalecer estes sistemas, para apoiar a resposta e recuperação da Covid-19, o progresso em direção à cobertura universal de saúde e o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

 

 

Homeopatia
Em tempos de pandemia, o uso de dispositivos digitais, como computador, televisão, telemóvel e table

A concentração da visão num ecrã reduz a normal frequência de pestanejar. Abrimos e fechamos os olhos menos vezes, resultando numa diminuição da lubrificação natural do olho. A película lacrimal, produzida pela glândula lacrimal, desempenha um papel fulcral no mecanismo de defesa do olho. Juntamente com as pálpebras e a conjuntiva mantém a sua integridade, protegendo os olhos contra agentes externos e inibindo o desenvolvimento de microrganismos. As alterações ao nível da qualidade e/ou quantidade da película lacrimal podem comprometer a visão, deixando o olho sujeito a agressões externas que provocam irritação e/ ou desconforto ocular. Os principais sintomas de secura ocular são prurido, ardor, fadiga ocular, lacrimejo, vermelhidão e sensação de corpo estranho.

A solução ideal seria uma redução do tempo de utilização dos dispositivos, no entanto com o estilo de vida atual, pode não ser possível. Assim sendo, existem alguns gestos a adotar para proteger a visão e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida:

  • Piscar os olhos com maior frequência;
  • Fazer pausas visuais regulares, no mínimo de cinco minutos a cada 45 minutos, para aliviar e descansar os olhos;

Dica: olhe para o ponto mais distante da divisão onde se encontra e mexa os olhos em todas as direções;

  • Colocar o ecrã a uma distância de, pelo menos, 50 cm dos olhos. A distância entre os olhos e o ecrã é determinante para o bem-estar visual;
  • Colocar o ecrã numa posição que permita obter uma visão ampla;
  • O ecrã deve ser colocado de forma perpendicular à luz do dia;

Dica: é aconselhável ter estores nas janelas para poder ajustar o nível de luz natural.

Em muitas situações, quando a prevenção destes sintomas não é suficiente, a Homeopatia é uma das opções mais eficazes para tratar problemas oculares simples, uma vez que não apresenta efeitos secundários prejudiciais. Com esta terapêutica é possível aliviar certos sintomas leves e que podem ser controlados nos seus estádios iniciais, como comichão nos olhos, sensação de ardor e aparecimento súbito de olhos vermelhos e irritados (Belladonna); secura, vermelhidão, comichão e irritação dos olhos e pálpebras (Euphrasia); melhorar a saúde do nervo ótico e a dor de cabeça associada à fadiga intelectual (Kalium phosphoricum) e a saúde e a vitalidade da córnea (Calendula).

Natrum muriaticumNux vomicaStaphysagria são ainda alguns medicamentos utilizados para tratar a sensação de corpo estranho, sensibilidade à luz, visão turva e alergias nos olhos.

Caso apresente algum desconforto ou irritação ocular, consulte o seu médico ou farmacêutico e procure soluções adaptadas para o seu alívio e tratamento.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Iniciativa, apoiada por fundos da União Europeia, passa por aperfeiçoar competências de estudantes de enfermagem no Cambodja e...

O projeto, que é cofinanciado por fundos da União Europeia (Programa Erasmus +), conta com seis instituições parceiras: ESEnfC, Instituto Bolyno e Universidade Internacional do Cambodja, Universidade de Enfermagem Nam Dinh, Universidade Técnica Médica de Hai Duong (ambas no Vietname) e Universidade de Ciências Aplicadas de Savónia (Finlândia), que possui vasta experiência no ensino simulado em enfermagem.

Um dos propósitos deste trabalho, a desenvolver ao longo de três anos (terminará em janeiro de 2024), consiste em "acrescentar valor nos currículos dos cursos de enfermagem e de saúde nas universidades asiáticas (licenciaturas e mestrados), através do incremento de métodos educacionais inovadores, desenvolvendo materiais pedagógicos específicos para a área da prevenção e controlo de infeções", refere o professor da ESEnfC, João Graveto, que coordena o projeto Capacitating Asia's Nursing Students on Innovative and Sustainable Prevention and Control of Healthcare-associated Infections [PrevInf] (numa tradução livre, Capacitando estudantes de enfermagem da Ásia em formas inovadoras e sustentáveis de prevenção e controlo de infeções associadas aos cuidados de saúde).

Prevê-se a criação de um modelo pedagógico, de cenários de simulação, de uma escala validada para avaliar a perceção dos estudantes no que respeita ao ensino-aprendizagem neste âmbito temático, de um e-book (livro eletrónico), um website interativo e diversa produção científica.

Segundo o docente da ESEnfC, "existirá um ativo envolvimento de estudantes" daquelas universidades, "bem como de toda a comunidade educativa, na melhoria e criação de novos indicadores» em países cuja «incidência de IACS, ou infeções adquiridas em instituições de saúde, é expressivamente maior" do que nos países europeus.

E "esta realidade é agravada pelo aumento da vulnerabilidade" das populações à "poluição atmosférica nestes países", acrescenta João Graveto, ao notar que tal situação acarreta "necessidades específicas de saúde" dos habitantes, por exemplo no Cambodja. Por outro lado, também a resistência antimicrobiana é uma ameaça à saúde da população mundial.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, "se nenhuma ação adicional for tomada", este problema "deverá causar até 10 milhões de mortes por ano até 2050", sendo que "4,5 milhões dessas vidas perdidas seriam na região da Ásia-Pacífico" (relatório do Escritório Regional da OMS para o Pacífico Ocidental publicado em 2019).

De 1005 consórcios de universidades que, em 2020, se candidataram ao Programa Erasmus +, no âmbito da ação-chave Cooperação para a inovação e intercâmbio de boas práticas – Capacitação no domínio do ensino superior, este é um dos 164 projetos (16% do total de candidatos) que foram selecionados, cabendo-lhe um financiamento de cerca de 905 mil euros.

A equipa coordenadora do projeto PrevInf é composta por João Graveto, Pedro Parreira, Anabela Salgueiro Oliveira, Lurdes Lomba, Paulo Santos-Costa e Beatriz Serambeque.

 

Que antecede o pedido formal de autorização
O comité de medicamentos humanos da EMA (CHMP) iniciou uma revisão da NVX-CoV2373, a vacina Covid-19 que está a desenvolvida...

A decisão do CHMP de iniciar a revisão continuada baseia-se em resultados preliminares de estudos laboratoriais (dados não clínicos) e estudos clínicos precoces em adultos. Esses estudos sugerem que a vacina desencadeia a produção de anticorpos e células imunes que visam o SARS-CoV-2, o vírus causador do Covid-19.

A empresa está atualmente a realizar testes em pessoas para avaliar a sua segurança, imunogenicidade (quão bem desencadeia uma resposta contra o vírus) e sua eficácia contra a Covid-19. A EMA avaliará os dados desses e de outros ensaios clínicos à medida que estiverem disponíveis.

A revisão continuará até que haja evidências suficientes disponíveis para um pedido formal de autorização de marketing.

A autoridade europeia explica em comunicado que vai avaliar o cumprimento da vacina com as normas usuais de eficácia, segurança e qualidade farmacêutica. Embora não possa prever os cronogramas globais, deve levar menos tempo do que o normal para avaliar uma eventual aplicação por causa do trabalho feito durante a revisão de rolamento.

Como vai funcionar a vacina?

Como outras vacinas, espera-se que o NVX-CoV2373 prepare o corpo para se defender contra a infeção. A vacina é uma vacina à base de proteínas que contém partículas minúsculas feitas a partir de uma versão cultivada em laboratório da proteína spike (S) encontrada na superfície do coronavírus SARS-CoV-2. Também contém um "adjuvante", uma substância para ajudar a fortalecer as respostas imunes à vacina.

Quando uma pessoa recebe a vacina, seu sistema imunológico identificará as partículas proteicas como estranhas e produzirá defesas naturais - anticorpos e células T - contra elas. Se mais tarde, a pessoa vacinada entrar em contato com sars-CoV-2, o sistema imunológico reconhecerá a proteína de pico no vírus e estará preparado para atacá-lo. Os anticorpos e células imunes podem proteger contra a Covid-19 trabalhando juntos para matar o vírus, impedir sua entrada nas células do corpo e destruir células infetadas.

O que é uma revisão?

Uma revisão em curso é uma ferramenta regulatória que a EMA usa para acelerar a avaliação de um medicamento promissor durante uma emergência de saúde pública. Normalmente, todos os dados sobre a eficácia, segurança e qualidade de um medicamento ou vacina e todos os documentos necessários devem estar prontos no início da avaliação em um pedido formal de autorização de marketing. No caso de uma revisão em andamento, o comité de medicamentos humanos (CHMP) da EMA faz revisão dos dados à medida que se tornam disponíveis a partir de estudos em andamento. Uma vez que o CHMP decida que dados suficientes estão disponíveis, a empresa pode enviar uma solicitação formal. Ao avaliar os dados à medida que se tornam disponíveis, o CHMP pode chegar a uma opinião sobre a autorização do medicamento mais cedo.

Dia Mundial do Cancro
“Os superpoderes da Júlia” é o audiolivro infantil lançado pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) para assinalar o Dia...

Em Portugal, são diagnosticados cerca de 60 000 novos casos de cancro todos os anos, uma realidade que afeta milhares de famílias e cujo impacto emocional gera diferentes reações ao longo do processo de tratamento que, por vezes, leva a desequilíbrios nas dinâmicas familiares.

“Este livro é uma ferramenta essencial para minimizar uma das principais dificuldades sentidas pelas famílias com cancro, e que passa pela questão da comunicação. Através dele, a família pode facilmente introduzir o tema “cancro” e explicar de forma simples e adequada, o que é o cancro e as suas implicações. Poderá ser ainda um recurso útil na atuação dos profissionais de saúde em oncologia, além de um importante instrumento de literacia para a saúde, ao serviço das escolas e de todos os professores”, refere Sónia Silva, responsável pela área de Psico-Oncologia da LPCC do Núcleo Regional do Centro.

Os recursos e a informação disponível para ajudar os adultos a preparar emocionalmente uma criança para a situação de cancro num familiar direto são escassos. A decisão de contar ou não contar à criança a realidade da doença, como explicar o que é o cancro, como preparar a criança para lidar com as alterações físicas, emocionais e comportamentais do doente, nomeadamente nas pequenas tarefas do dia a dia, são desafios adicionais para quem vive com o diagnóstico de cancro.

“Os superpoderes da Júlia” é um audiolivro infantil, que partilha a história de uma menina alegre, corajosa e cheia de vida e de um pai lutador, que enfrentam o cancro com amor. A personagem Júlia vai descobrir que o pai tem uma doença chamada cancro – vai ficar mais cansado, terá de ir ao hospital fazer tratamentos e o seu cabelo vai acabar por cair. Com a ajuda da mãe, a Júlia vai também aprender que a doença não é contagiosa, que pode continuar a brincar e ajudar o pai a sentir-se melhor com os seus superpoderes.

A sessão de apresentação do projeto ocorrerá amanhã, dia 04 de fevereiro, pelas 18h na página de Facebook da LPCC. Os oradores da sessão serão: Dra. Cândida Cancelinha - Pediatra, coordenadora da Equipa Intra-hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos Pediátrica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, a Dr.ª Sónia Silva, Psicóloga Clínica Responsável da Unidade Psico-Oncologia da LPCC – NRC e contará com a mediação da Jornalista Claúdia Pinto.

O audiolivro está disponível no site da LPCC. Conheça esta história que nos ensina que quando um familiar tem cancro, é legitimo ter medo, mas não podemos ficar dentro da tenda como a Júlia. Vale a pena lutar contra o cancro. Saiba mais em : https://www.ligacontracancro.pt/ospoderesdajulia/

 

 

 

Ajuda no combate à pandemia
A equipa de profissionais alemães que vem reforçar a resposta a doentes críticos, chegou ao início desta tarde a Figo Maduro....

Acompanhada pelo Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho e o Embaixador da Alemanha em Portugal, Martin Ney, a Ministra da Saúde, Marta Temido, acompanhou a chegada da equipa de profissionais de saúde militares alemães ao Aeródromo de trânsito nº1 de Figo Maduro.

No local, a ministra agradeceu a ajuda alemã, sublinhando que “foi com grande apreço que registámos ofertas de disponibilidade de vários sistemas de saúde, entre elas a dos nossos anteriores colegas na presidência da União Europeia”, referindo ainda que a Alemanha estendeu “uma disponibilidade das mais úteis para um SNS que enfrenta aquilo que o nosso SNS enfrenta”, isto é, “disponibilidade de recursos humanos altamente diferenciados e preparados”.

De acordo com a governante, estes profissionais de saúde vão trabalhar numa nova unidade no Hospital da Luz, em Lisboa, garantindo que “todos os hospitais poderão utilizar estas camas”, no âmbito da colaboração com o Governo alemão.

O trabalho realizado na região de Lisboa e Vale do Tejo, permitiu encontrar disponibilidade do Grupo Luz Saúde para, realocando doentes, recursos e adaptando espaços, em tempo record, disponibilizar um núcleo de mais 8 camas de cuidados intensivos que permitirá à referida equipa trabalhar num espaço único, proporcionando-lhes condições de maior eficiência no tratamento de doentes graves provenientes de hospitais públicos da Região de Lisboa.

Marta Temido realçou que “esta resposta permite-nos garantir o funcionamento autónomo de mais uma estrutura, que estava perfeitamente equipada mas precisava de recursos humanos”.

A operacionalização desta colaboração será efetuada mediante acordo específico a celebrar entre a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e o Grupo Luz Saúde, estando desde já assegurado que a gestão das 8 camas agora disponibilizadas funcionará num quadro de articulação com a Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva para a Covid-19.

 

Covid-19 em Portugal
Portugal registou, nas últimas 24 horas, 240 mortes e 9.083 novos casos de infeção por Covid-19. O número de internados em UCI...

Segundo o boletim divulgado, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 130 das 240 mortes registadas em todo o País. Seguem-se as regiões centro com 46 e norte com 43. No Alentejo há 16 mortes a lamentar e no Algarve quatro.

Quanto aos arquipélagos, só a Madeira registou uma morte desde ontem  

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 9.083 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 4.544 novos casos e a região norte 2.356. Desde ontem foram diagnosticados mais 1.387 na região Centro, no Alentejo 389 casos e no Algarve mais 267. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 120 infeções e no dos Açores 11 novos casos.

Desde o início da pandemia, já foram confirmadas 740.944 infeções pelo novo coronavírus.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 6.684 doentes internados, menos 91 que ontem, sendo que as unidades de cuidados intensivos registaram uma subida, tendo atualmente mais 25 doentes, desde o último balanço. Ao todo estão 877 pessoas na UCI.

O boletim desta quarta-feira mostra ainda que, desde ontem, 11.218 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 563.174 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 164.513 casos, menos 2.375que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância também menos 6.275 contactos, estando agora 209.261 pessoas em vigilância.

 

 

 

Há unidades livres de Covid-19 a que os doentes podem recorrer
Na véspera de se assinalar o Dia Mundial do Cancro, o coordenador da Unidade Digestivo Alto do Instituto Português de Lisboa ...

Rui Casaca apelou aos doentes para não recearem ir ao hospital, que tudo fará “para receber o maior número de doentes” já diagnosticados.

“Os doentes não podem vir ao IPO só com queixas”, mas se tiverem o diagnóstico feito serão logo observados na segunda-feira, dia em que é realizada a consulta de primeira vez, sendo que «a referenciação terá de ser feita através do hospital da área de residência ou do médico de família».

O receio da infeção por SARS-CoV-2, que provoca a Covid-19, afastou os doentes das unidades de saúde, existindo por isso menos exames e situações identificadas para tratar.

Por outro lado, os médicos de família ficaram “muito assoberbados com o trabalho de seguimento de doentes Covid e isso diminuiu também um bocadinho os pedidos de exame de endoscopias digestivas altas”.

“Perante esta pandemia, e principalmente como a situação está agora, é impossível os hospitais e os centros de saúde responderem exatamente igual ao que era antes”, mas estão todos a tentar adaptar-se, defendendo que “neste momento devemos focar-nos no trabalho e na resolução do problema dos doentes”.

“É claro que não podemos responder a todos os hospitais de Lisboa e do Sul do país, mas tudo faremos para dar um maior apoio possível a todos os doentes oncológicos. É nesse sentido que nos organizamos”, rematou.

 

Potencial terapêutico
Cancro gastrointestinal, leucemia mieloide aguda e cancro do ovário entre as principais doenças oncológicas analisadas a nível...

No âmbito do Dia Mundial da Luta contra o Cancro, que se assinala a 4 de fevereiro, a BebéVida, banco de tecidos e células estaminais, analisa as potencialidades terapêuticas através do sangue e tecido do cordão umbilical no tratamento das doenças oncológicas, de acordo com os último estudos e investigações desenvolvidas para o efeito. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) o cancro é a segunda principal causa de morte, em todo o mundo, por esse motivo torna-se essencial a procura e desenvolvimento de novas terapias para o combate a esta patologia.

Um dos principais desafios dos doentes oncológicos é a fragilidade do seu sistema imunitário, uma vez que estes são doentes imunodeprimidos quer pela doença, quer pelos tratamentos mais frequentes como é o caso da quimioterapia e radioterapia. Com a finalidade de aumentar a imunidade dos doentes com cancro e para prevenir recaídas, ou prolongar o tempo de sobrevivência, recentemente foi feito um ensaio clínico com 130 doentes, voluntários, diagnosticados com diferentes cancros gastrointestinais em estádios II ou III no Hospital Universitário da Universidade Médica da Mongólia Interior e no Hospital de Reabilitação de Ordos (China) em colaboração com a Faculdade de Medicina da “University College London”.

Os voluntários foram aleatoriamente distribuídos em dois grupos: um grupo a quem foi administrada uma infusão de sangue do cordão umbilical (alogénico) e o segundo grupo sem infusão do sangue do cordão umbilical (grupo de controlo). Este ensaio clínico demonstrou que a infusão do sangue do cordão umbilical aumentou o número de células T e B e promoveu um aumento da doença estável, reduzindo significativamente a doença progressiva. Os resultados deste ensaio contribuíram para um importante passo no prognóstico do cancro gastrointestinal, concluindo-se que a transfusão de sangue do cordão umbilical, apresenta efeitos reparadores nas células e tecidos danificados e podem reconstituir a imunidade prejudicada em doentes com cancro com imunossupressão.

Em 2019, foi também realizado um ensaio clínico de fase II com a participação de 25 doentes com leucemia mieloide aguda, com idades entre os 60 e os 74 anos, que avaliou o efeito da combinação de medicamentos, seguida de uma infusão de sangue do cordão umbilical. Os resultados deste ensaio demonstraram que o grupo em que foi administrada esta terapia, conjunta com o sangue do cordão umbilical (alogénico), obteve uma taxa de sobrevida geral e uma taxa de sobrevida livre de progressão maior que o grupo sem esta combinação. O resultado deste ensaio demonstra, uma vez mais, a utilidade e importância da utilização do sangue do cordão umbilical, em combinação com outras terapias, no combate às doenças oncológicas.

No que diz respeito ao cancro do ovário, este é um dos cancros ginecológicos mais letais devido ao diagnóstico tardio e à eficácia terapêutica reduzida. O tratamento padrão deste tipo de cancro combina cirurgia e quimioterapia. Apesar de existirem avanços em estratégias de terapia múltipla, o resultado clínico não tem sido significativamente melhorado. Sendo por isso, o cancro do ovário, um dos que necessita também de novas estratégias e abordagens terapêuticas que conduzam ao seu combate.

Em 2020, Qi Liu e os seus colegas isolaram os neutrófilos do sangue cordão umbilical (alogénico) e ativaram esses neutrófilos usando LPS e interleucina-8. Ao avaliarem o efeito destes neutrófilos ativados provenientes do sangue do cordão umbilical nas células cancerígenas do ovário, observaram que houve uma inibição a proliferação, migração e invasão e indução da apoptose (morte) de células cancerígenas do ovário. Este estudo, demonstra um resultado importante ao nível do potencial da imunoterapia usando neutrófilos derivados de sangue do cordão umbilical nas células cancerígenas no ovário, resultando numa nova estratégia em terapia imunológica para este tipo de cancro. 

De acordo com os estudos e ensaios clínicos apresentados, que demonstram o valor terapêutico que o sangue e tecido do cordão umbilical pode ter no tratamento de algumas das doenças oncológicas mais graves, a BebéVida laboratório de criopreservação de células estaminais, criou em 2013 um Banco Solidário que já permitiu a criopreservação gratuita de mais de doze amostras de sangue do cordão umbilical.

Através desta iniciativa, várias famílias carenciadas podem usufruir gratuitamente do serviço de criopreservação do sangue do cordão umbilical de bebés cujos irmãos caso sejam portadores de doenças graves. Estes têm assim ao seu alcance uma potencial indicação para transplante.

A luta contra o cancro também passa pela sensibilização e alerta para a importância dos cuidados e o que cada um de nós pode ter ao seu alcance para prevenir o aparecimento desta patologia, por esse motivo a BebéVida está empenhada em apostar no aumento do conhecimento da população portuguesa sobre as potencialidades terapêuticas do sangue e do tecido do cordão umbilical nas doenças oncológicas.

 

Técnica inovadora com recurso a laser
O Hospital Lusíadas Albufeira tem disponível uma cirurgia inovadora com recurso a laser para o tratamento das hemorroidas, que...

Com uma incidência assinalável na população em geral, a doença hemorroidária constitui, em muitos casos, uma enorme condicionante à qualidade de vida de quem sofre com esta patologia. O cirurgião Eduardo Xavier revela que “a cirurgia no tratamento das hemorroidas é geralmente muito receada por ser sinónimo de um pós-operatório com dor violenta, recuperação penosa e possibilidade do aparecimento de complicações graves. Estes medos levam a que muitos doentes recusem o tratamento cirúrgico preferindo continuar a sofrer. Felizmente, e graças a este novo procedimento, este cenário não tem de ser uma realidade e tem, de facto, mudado a vida destas pessoas”.

“A utilização de laser na cirurgia das hemorroidas é uma técnica consolidada, bastante eficaz, com excelentes resultados e que, além de não implicar internamento, garante um pós-operatório quase indolor não necessitando de pensos ou outros cuidados após a intervenção. Esta solução permite aos doentes um regresso precoce e fácil à vida normal”, acrescenta o especialista.

Pela experiência já obtida, Eduardo Xavier afirma que “este procedimento inovador tem revelado excelentes resultados e um ótimo grau de satisfação testemunhado pelos doentes já operados. E, embora seja efetuada sob anestesia, por norma, o procedimento não exige internamento sendo a permanência no hospital limitada a apenas algumas horas”, finaliza.

 

Tumores
Segundo estimativas da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, o cancro do tubo digestivo mata, em

Englobando vários tipos de tumores, o Cancro do Tubo Digestivo é, a nível mundial o que apresenta maior incidência. De entre os tipos de cancro mais frequente encontram-se o cancro colorretal e o cancro do pâncreas, dois dos que mais contribuem para as elevadas taxas de mortalidade por neoplasia maligna. Mas se enquanto um, em 95% dos casos, é evitável, o outro raramente consegue ser diagnosticado a tempo, uma vez se trata de um cancro assintomático nas suas fases iniciais.

Tumores do tubo digestivo

Cancro do esófago

O cancro do esófago é um tumor que se forma no tecido que reveste o esófago (tubo muscular através do qual a comida passa da garganta para o estômago).

Os dois tipos principais de tumor que atingem o esófago são o carcinoma de células escamosas e o adenocarcinoma. Enquanto o carcinoma de células escamosas se forma nas células achatadas que revestem o esófago, o adenocarcinoma tem origem nas células que produzem e libertam muco e outros fluídos. Os dois ocorrem com a mesma frequência.

Quanto aos fatores de risco, sabe-se, por exemplo, que o carcinoma de células escamosas está associado ao consumo de álcool e tabaco e a uma dieta pobre em frutas e vegetais frescos, enquanto que o adenocarcinoma está relacionado refluxo gastroesofágico, que por seu lado se associa à obesidade.

Dificuldade em engolir, rouquidão, refluxo, dor de garganta ou costas, vómitos ou perda acentuada de peso, podem ser sintomas da doença. No entanto, há que relembrar que estes sintomas podem ser comuns a outras patologias, o que poderá dificultar o diagnóstico.

Para além do exame clínico, são requisitados alguns exames. A saber: exame endoscópico, exame radiológico (TAC torácica e abdominal. Por vezes, esofagrama) e exame histopatológico (biópsia) para confirmar o diagnóstico e definir características do tumor.

O tipo e extensão do tratamento depende do estadio do cancro, características do tumor e riscos envolvidos. Este pode consistir em cirurgia ou radioterapia, ou ainda terapia sistémica, como a quimioterapia. 

Cancro do estômago

De acordo com a Sociedade Europeia de Oncologia Médica, o cancro do estômago é um cancro que se forma nas células que revestem este órgão. A maioria dos cancros de estômago (cerca de 90% dos casos) têm origem nas células da mucosa do estômago sendo designados de adenocarcinomas. Nos restantes 10% de casos de cancro, incluem-se os linfomas gástricos, tumores do estroma gastrointestinal e tumores neuroendócrinos.

Os hábitos alimentares e fatores genéticos, como algumas mutações hereditárias, estão entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de adenocarcinomas. Por outro lado, também o tabagismo, sedentarismo e uma dieta rica em sal ou nitratos e pobre em fruta fresca e legumes pode aumentar o risco de desenvolver a doença.

Desconforto ou dor abdominal, sensação de enfartamento, azia, náuseas e vómitos (sobretudo se incluírem a presença de sangue), inchaço, falta de apetite ou perda de peso, constam como sinais de alerta. No entanto, estes sintomas podem ser comuns a outras patologias pelo que devem ser observados por especialista.

Para o seu diagnóstico, para além do exame clínico, são necessários exames endoscópicos, radiológicos (como TAC) e histopatológico.

O tratamento dependerá do estadio do tumor e pode incluir cirurgia para remoção do estômago e/ou outros órgãos adjacentes, remoção de gânglios linfáticos (em caso de gastrectomia total ou parcial também são removidos os gânglios linfáticos à volta do estômago. A resseção endoscópia da mucosa é opção para cancro limitados à mucosa ou camada interna do estômago.

A quimioterapia (pré ou pós-operatória) consiste numa terapêutica adjuvante. 

Cancro do fígado

O carcinoma hepatocelular é o tipo mais frequente de cancro do fígado (cerca de 90% dos casos). Ele tem origem nas principais células do fígado, designadas de hepatócitos. Uma minoria de casos diz respeito a angiossarcomas ou hemangiossarcomas, colangiocarcinomas (que se iniciam nas vias biliares), hepatoblastomas e, mais raramente, carcinomas fibrolamelares (que atinge os mais jovens).

Normalmente, o cancro do fígado é diagnosticado entre os 50 e os 60 anos de idade, sendo quase sempre precedido de cirrose hepática. Entre as principais causas da cirrose hepática estão a infeção crónica pelo vírus da hepatite B e da hepatite C, o consumo prolongado de álcool, algumas condições hepáticas raras e esteatose hepática, conhecida por fígado gordo.

Deste modo, é necessária vigilância sempre que estas condições estejam identificadas de modo a que seja possível detetar, tão cedo quanto possível, um potencial tumor no fígado.

Perda de peso, fadiga, náuseas ou vómitos, fígado ou baço dilatado, dor abdominal ou junto à omoplata direita ou icterícia são alguns dos principais sintomas a que deve estar atento.

Para o seu diagnóstico, para além do exame clínico, são necessários exames radiológicos (ecografia, TAC ou Ressonância Magnética), análises clínicas (para avaliar os níveis de alfa-fetoproteína, um marcador tumoral) e exame histopatológico (bioópsia).

O tratamento, que está dependente do estadiamento do tumor, pode incluir a ressecação por cirurgia, técnicas de ablação que permitem destruir as células cancerígenas, quimioembolização transarterial, quimioterapia ou radioterapia ou transplante hepático.

Nos casos em que o cancro está muito avançado e em que não possibilidade de cura, a terapêutica utilizada serve apenas para reduzir ou aliviar os sintomas da doença, como controlo da dor ou náuseas. 

Cancro do pâncreas

O cancro do pâncreas é o mais temido de todos os cancros ou não fosse este o que apresenta pior prognóstico, uma vez que raramente é diagnosticado a tempo de receber tratamento.

O tipo mais frequente de cancro do pâncreas é o adenocarcinoma pancreático, um tipo de tumor que desenvolve no pâncreas exócrino (o pâncreas tem dois tipos de tecidos, com funções distintas: exócrino e endócrino) que segrega enzimas no sistema digestivo. Na maioria dos casos este tipo de tumor desenvolve-se na cabeça ou pescoço do pâncreas (75% dos casos). Os restantes no corpo (de 15 a 20%) e na cauda (5 a 10%) deste órgão.

Mais raramente, pode desenvolver-se carcinomas de células acinares e pancretoblastomas.

Embora não se conheçam as causa para o cancro do pâncreas, foram associados alguns fatores de risco. Sabe-se, por exemplo, que algumas mutações genéticas estão associadas a um risco aumentado de desenvolvimento de cancro do pâncreas e que, em 25% dos casos, os doentes são ou foram fumadores por longos períodos de tempo.

A idade também surge associada a um aumento do risco deste tipo de tumor, uma vez que a idade média de diagnóstico se situa entre os 60 e os 80 anos. Por outro lado, sabe-se também que a pancreatite crónica aumenta o risco de adenocarcinoma pancreático.

Os principias sintomas associados são a perda de peso, icterícia e dor abdominal ou lombar. No entanto, nas suas fases iniciais, o cancro do pâncreas é assintomático pelo que dificilmente é possível realizar-se um diagnóstico precoce. Habitualmente, quando surgem sintomas, o cancro já se disseminou para outros locais.

Quanto do tumor é ressecável, a remoção pancreática é o tratamento convencional, coadjuvado pela quimioterapia e/ou radioterapia.

Quando não a cirurgia não é opção (nos casos de o tumor não ser ressecável ou já esta em estadios muito avançados, apresentando metástases), alguns doentes podem beneficiar de quimio e radioterapia. Nos restantes casos, está indicada a terapia paliativa.

Cancro Colorretal

O cancro colorretal é um tipo de cancro muito frequente. Pode afetar o cólon ou o reto (coletivamente conhecidos como o intestino grosso).

Habitualmente, este tipo de cancro inicia-se pelo aparecimento de pólipos, que são alterações causadas pelo crescimento anómalo de tecido no intestino grosso que com o tempo crescem e se transformam em cancro.

Entre os principias fatores de risco para o desenvolvimento de cancro colorretal estão a idade, síndromes genéticas, ou a história familiar de cancro. O consumo de tabaco ou álcool, a pouca atividade física, a dieta pobre em fibras e a obesidade são outros fatores que contribuem para o risco aumentado de cancro.

Embora numa fase inicial possa não apresentar sintomas, os sinais de alerta são a perda de sangue nas fezes, a alteração prolongada do padrão habitual do funcionamento do seu intestino, dor de barriga, cansaço fácil, fadiga e perda de peso.

A pesquisa de sangue oculto nas fezes por método imunoquímico (FIT) e a colonoscopia são os métodos que permitem o seu diagnóstico. No entanto, a pesquisa de sangue oculto nas fezes só se realiza aquando o rastreio. Na presença de sintomas, é realizada apenas a colonoscopia.

Após o diagnóstico de um cancro colorretal, poderão ser solicitados outros exames como uma tomografia computorizada (“TAC”) ou ressonância magnética para melhor caracterização e estadiamento do tumor.

O tratamento do cancro colorretal depende de vários fatores, entre eles o estadiamento da doença e o estado geral do doente, incluindo outras doenças que possa ter.

Entre as modalidades terapêuticas disponíveis encontram-se os tratamentos endoscópicos (definitivos ou paliativos), cirúrgicos, quimioterapia e/ou radioterapia.

Fontes:
https://www.esmo.org/content/download/96748/1722138/file/ESMO-ACF-Cancro-de-Eso%CC%81phago-Um-Guia-para-o-Doente.pdf
https://www.esmo.org/content/download/97731/1724273/file/ESMO-ACF-Cancro-do-Esto%CC%82mago-Um-Guia-para-o-Doente.pdf
https://www.esmo.org/content/download/98003/1726150/file/ESMO-ACF-Cancro-do-Fi%CC%81gado-Um-Guia-para-o-Doente.pdf
https://www.esmo.org/content/download/101559/1796949/file/ESMO-ACF-Cancro-do-Pa%CC%82ncreas-Um-Guia-para-o-Doente.pdf
https://www.esmo.org/content/download/98290/1727191/file/ESMO-ACF-Cancro-Colorretal-Um-Guia-para-o-Doente.pdf

Artigos relacionados: 

Os pequenos tumores do Pâncreas podem passar despercebidos

Cancro colorretal: a doença de que ninguém quer falar

“O que mais nos preocupa é o atraso no diagnóstico e tratamento das doenças oncológicas”

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Medida abrange idosos com mais de 80 anos
Os centros de saúde da região de Lisboa e Vale do Tejo começam hoje a vacinar os utentes contra a Covid-19. Amanhã, esta fase...

Segundo a informação disponibilizada pela página oficial do Serviço Nacional de Saúde, a vacinação decorre esta quarta-feira nas Unidades de Saúde Familiar de Alvalade e do Parque, em Lisboa e Vale do Tejo, onde se espera que, até sexta-feira, devam ser administradas cerca de 300 vacinas contra a Covid-19.

Na quinta-feira, este processo de vacinação arranca na região Norte, em sete locais: Braga, Marão e Douro Norte, Porto Oriental, Póvoa de Varzim/Vila do Conde, Gaia, Gondomar e na Unidade Local de Saúde Nordeste. Nestes sete locais vão ser administradas perto de 900 vacinas até ao final da semana.

Durante a próxima semana, esta fase da vacinação estender-se-á às restantes administrações regionais de saúde do país.

Abrangendo cerca de 900 mil pessoas, esta é uma nova etapa da fase 1 do Plano de Vacinação contra a Covid-19, que se iniciou a 27 de dezembro, e que foi recentemente atualizado, passando a incluir a vacinação simultânea de pessoas com 80 ou mais anos de idade.

Cerca de 370 pessoas já confirmaram agendamento para vacinação

De acordo com os dados divulgados, já foram enviadas cerca de 850 SMS (serviço de mensagens curtas) a utentes que serão vacinados contra a Covid-19 nos centros de saúde.  Destes, 370 já agendaram para a toma da vacina.

O processo de convocatória e agendamento dos utentes para a vacinação é feito preferencialmente através deste tipo de mensagens telefónicas. Na ausência de resposta ao SMS, ou havendo recusa da proposta de agendamento, os utentes serão contactados telefonicamente pelo centro de saúde de modo a encontrar uma alternativa de agendamento. Na impossibilidade do contacto telefónico, será enviada uma carta.

 

Covid-19 em Portugal
Segundo dados da DGS, no último dia de janeiro Portugal tinha 33 crianças internadas por causa da covid-19, duas nos cuidados...

Citando dados da Direção Geral da Saúde, o jornal ‘Público’ avança hoje que Portugal tinha, no dia 31 de janeiro, 15 crianças até aos 9 anos internadas em enfermarias e uma em unidade de cuidados intensivos (UCI) por causa da covid-19. No mesmo dia, revela a publicação, outro jovem com idade entre os 10 e os 19 estava também em unidade de cuidados intensivos, numa faixa etária que tinha 16 internados em enfermaria.

Gonçalo Cordeiro Ferreira, diretor da pediatria do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, onde está incluído o Hospital de Dona Estefânia, explica que como “aumentou a circulação do vírus” responsável pela covid-19, “as idades que apanhavam menos apanham mais”. Àquele diário, o médico esclarece que “houve um aumento global” e isso reflete-se nos números dos mais jovens: “Se é mais grave a doença, não. Se há mais número de doentes com critérios de gravidade, sim. Porque aumentou o número absoluto”.

Os números avançados também hoje pelo ‘Jornal de Notícias’ mostram uma tendência crescente nas faixas etárias mais jovens. A publicação faz saber que em apenas um mês, o total de internados com covid-19 aumentou quase 142%, subindo de 2.840 doentes para 6.869. Nos grupos etários mais jovens, até aos 39, o número de internados quase triplicou, aumentando 188% — de 76 para 219 —, revelam os números divulgados pela DGS.

Já se forem contados apenas os jovens entre os 20 e os 29 anos, o número de internados teve um aumento de 511%, dos 9 para os 55 internados.

“Comparativamente à primeira onda talvez existam infetados mais jovens, mas não são de maneira nenhuma o grupo prevalente", esclarece Fernando Maltez, diretor do Serviço de Infeciologia do Hospital Curry Cabral. O especialista destaca que o maior grupo de internados daquele serviço tem mais de 50 anos. Aliás, a média de idades é de 73 anos, e o maior número de doentes continua a estar "acima dos 80 anos”, diz.

Estes números, no entanto, têm de ser lidos com “muita atenção”, avisa Gonçalo Cordeiro Ferreira. É que algumas crianças internadas nas chamadas “camas covid-19” estão nos hospitais por outras doenças. No entanto, esclarece, citado pelo jornal público, “como tiveram um resultado positivo num teste para detectar SARS-CoV-2, tiveram de ficar numa cama dedicada à doença e num quarto de isolamento. Mas não têm doença covid-19”.

Fernando Maltez acrescenta que "alguns [jovens] não têm comorbilidades associadas, nem se conhecem antecedentes que façam pensar em risco aumentado para a infeção”: "até há data eram saudáveis”.

No primeiro dia do mês de fevereiro, o Hospital Dona Estefânia tinha nove crianças e jovens internados: “quatro, dos 0 aos 9, e outros quatro, dos 10 aos 19, em enfermaria; e um em cuidados intensivos, entre os 10 e os 17”, revela o ‘Público’. Na manhã do dia seguinte, havia já 11 internados, dez em enfermaria e um em cuidados intensivos. Destes 11, sete tinham a doença covid-19, incluindo o internado em UCI. Os restantes estavam internados por outras doenças, tendo, porém, testado positivo ao novo coronavírus.

“Isso significa muito concretamente que haver muitos internados com SARS-CoV-2 não quer dizer que seja uma manifestação da doença covid-19, é mais uma relação de casualidade do que causalidade”, explica Gonçalo Cordeiro Ferreira.

Situação só se resolver com "confinamento a sério"
Henrique Oliveira, matemático e professor do Instituto Superior Técnico, considera que Portugal deve manter as medidas de...

Ouvido pela ‘SIC Notícias’, o especialista diz que “é preciso pressionar a União Europeia (UE) a ajudar as famílias e empresas, porque este confinamento não pode ser curto”, se assim for, antevê que iremos voltar “aos piores níveis mundiais”.

Deste modo, Henrique Oliveira, defende que o país deve ficar confinado como está atualmente, pelo menos até dia 22 de março. Após este período deve-se avaliar se há condições para reabrir o comércio, transportes e sobretudo as escolas.

De acordo com este especialista vai haver um abrandamento ligeiro do número de mortes, a partir da próxima semana, mas isso não é motivo para alívios. “Será uma descida muito vagarosa”, pelo que o nosso país deve registar “mais do que 100 óbitos diários, ainda durante 40 dias. Vai ser muito duro”, refere.

Para que os números desçam, o responsável reforça a necessidade de ser feito “um confinamento a sério, as pessoas têm de cumprir muito bem, usar máscaras de qualidade, fazer rastreios e a vacina tem que entrar muito depressa”. “Se for vacinada muita gente em fevereiro, em março já vamos começar a sentir” os seus efeitos, acrescenta.

 

Páginas