Depressão e ansiedade
A pandemia de Covid-19 teve um significativo impacto negativo na saúde mental dos jovens portugueses, especialmente nos níveis...

Os resultados preliminares do estudo, que conta com a colaboração de investigadores da Universidade Emory, nos Estados Unidos da América, e da Universidade da Islândia, mostram que 14% dos adolescentes, com idades compreendidas entre os 13 e os 16 anos e uma média de idades de 14 anos, apresentam sintomatologia depressiva elevada (acima do percentil 90) durante a pandemia de Covid-19, uma percentagem superior à encontrada num estudo conduzido pela mesma equipa de investigadores durante a crise financeira portuguesa de 2009-2014, que era de 8%.

A equipa verificou também um aumento de emoções negativas, “como tristeza, medo e raiva, e de sintomas de ansiedade e uma descida da felicidade”, sublinha Ana Paula Matos, esclarecendo que as raparigas “estiveram sempre em desvantagem, apresentando níveis de medo, tristeza e raiva significativamente mais elevados do que os rapazes”.

Neste estudo longitudinal, os investigadores começaram por comparar os níveis de emocionalidade negativa e positiva vivenciados pelos jovens, antes e depois da pandemia de Covid-19, numa amostra constituída por 206 adolescentes a frequentar o 9º ano de escolaridade (51% raparigas). Verificou-se um aumento significativo da tristeza, do medo e da raiva e uma descida da felicidade.

Posteriormente, na segunda vaga da pandemia em Portugal, em novembro/dezembro, em que se verificou um aumento de casos na população mais jovem, parte da amostra (122 adolescentes) foi reavaliada, “tendo-se verificado nova subida dos níveis de medo, assim como um aumento significativo de sintomas de ansiedade, comparando os dois momentos da pandemia (1ª vaga e 2ª vaga). As raparigas apresentaram níveis significativamente mais elevados do que os rapazes, de medo, tristeza e raiva, quer antes do surto pandémico de Covid-19, quer nas duas vagas da pandemia”, indica a docente da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação e investigadora do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC).

A equipa analisou ainda os fatores de proteção e de risco para o desenvolvimento da depressão, concluindo que “competências de autocompaixão e de mindfulness (atenção plena), uma visão mais positiva de si próprio/a e a realização de mais atividades de lazer são fatores de proteção, isto é, fatores que previnem a depressão. Pelo contrário, a sintomatologia de ansiedade constitui um fator de risco e um preditor de depressão”, relata Ana Paula Matos.

Este estudo sobre o efeito da pandemia na saúde mental dos jovens integra-se no projeto SMS (“Sucesso, Mente e Saúde”), financiado pelo programa Portugal Inovação Social e pelo Município da Figueira da Foz, que tem como grande objetivo a promoção da saúde mental e o combate ao estigma social e ao insucesso escolar associados à doença mental.

Os resultados obtidos neste estudo, conclui Ana Paula Matos, “salientam a necessidade de se dotarem os jovens de mecanismos de proteção para a depressão, promovendo competências de autocompaixão e mindfulness e uma perceção mais positiva de si próprio/a. Estes são alguns dos objetivos do projeto SMS cujos resultados preliminares indicam uma redução de sintomatologia depressiva e tristeza, bem como um aumento de mecanismos de autorregulação emocional”.

Os beneficiários vão ser contatados diretamente pelos Centros de Saúde
A vacinação contra a Covid-19 à população do concelho de Abrantes, arrancou esta manhã. Nesta primeira fase vão ser vacinados...

Os beneficiários vão ser contatados diretamente pelos Centros de Saúde e todos os utentes que não tenham transporte para o local de vacinação deverão dar conhecimento dessa situação no momento do agendamento e aguardar que depois sejam contactados para agendar o deslocamento, numa articulação feita entre a Câmara Municipal de Abrantes e as Juntas de Freguesia.

Manuel Jorge Valamatos, Presidente da Câmara Municipal de Abrantes, afiançou que este centro de vacinação "foi construído em colaboração e sob a égide da DGS por forma a garantir todas as condições de dignidade e conforto para os nossos munícipes", garantindo ainda "que em parceria com as nossas Juntas de Freguesia e os nossos serviços apoiaremos todos aqueles que não tenham possibilidade de se deslocarem ao centro de vacinação, porque ninguém poderá ficar para trás".

 

 

Festival Mental
As M-Talks 4ALL são conversas digitais diárias, de 22 de fevereiro a 14 de Maio, no site do Programa Nacional para a Saúde...

As M-Talks 4ALL representam um espaço de diálogo e de partilha de experiências de convidados de diversas áreas profissionais, nomeadamente, da área da saúde e saúde mental e da área da cultura.

Estas conversas procuram colocar à disposição dos espectadores informação e perspetivas que contribuam para a promoção da resiliência e recuperação no contexto pandémico atual: o que os preocupa, que dificuldades têm sentido, o que têm feito para as ultrapassar, que estratégias têm adotado, que sentimentos têm vivido, que ajustes têm feito e que ensinamentos têm retirado.

Este projeto teve início em março de 2020, coincidindo com o início da pandemia, e regressa agora para a 2ª temporada, num período em que vivemos o segundo confinamento a nível nacional.

Esta 2.ª série de conversas digitais, dedicada aos temas da Resiliência e Recuperação, integra convidados provenientes das cinco regiões de saúde de Portugal – Alentejo, Algarve, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Norte – com contextos institucionais díspares, que falam do modo como têm lidado com as atuais restrições devido ao confinamento.

As M-Talks 4ALL, são uma iniciativa do Programa Nacional Para a Saúde Mental da Direção-Geral da Saúde em parceria com a Safe Space Portugal, co-produtora do Festival Mental.

 

Face à redução do número de internamentos por Covid-19
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) já está a devolver enfermarias e camas da Unidade de Cuidados Intensivos...

“Se a tendência de redução de casos se continuar a verificar, o CHUC irá progressivamente e de forma segura, devolver unidades de internamento à sua finalidade original e desativar os diversos níveis do plano de contingência para doente crítico, até ficar apenas com um dispositivo de resposta adequado à situação da pandemia”, revelou hoje o CHUC.

À data de hoje, o centro hospitalar contabiliza 214 internados em enfermaria Covid-19 e 50 em unidade de cuidados intensivos, o que representa 74% e 67% da taxa de ocupação, respetivamente.

De acordo com o CHUC salienta as cirurgias prioritárias e muito prioritárias nunca foram interrompidas e espera-se, em breve, a retoma de “toda a cirurgia eletiva que foi adiada, bem como aos meios complementares de diagnóstico e terapêutica que, não sendo urgentes, foram também adiados”.

 

Cirurgia Estética
Durante muitos anos a abdominoplastia foi considerada uma cirurgia de risco elevado.

O objetivo da abdominoplastia para além do seu caracter estético ao reduzir o perímetro e o volume abdominal, é funcional ao permitir a reparação da parede abdominal.

São inúmeras as indicações para a realização de uma abdominoplastia sendo a deformação da parede abdominal resultante da separação muscular e o excesso de pele pós-parto a mais frequente. No entanto, a perda massiva de peso pós cirurgia bariátrica, que nos últimos anos se tem popularizado para o tratamento da obesidade, tem registado uma procura crescente da abdominoplastia para remoção da flacidez, estrias e excesso de pele resultantes.

A abdominoplastia como outros procedimentos cirúrgicos exige um planeamento exigente com discussão e informação consciente de toda a técnica, resultados e eventuais complicações com os pacientes.

Na primeira consulta é efetuada uma história clínica cuidadosa que deve incluir o registo da medicação, patologistas existentes, cirurgias efetuadas, número de gravidezes e cesarianas, índice de massa corporal e feito um exame objetivo em que é avaliada a qualidade da pele, a existência de cicatrizes e estrias, a quantidade de gordura. O tabagismo é desaconselhado de modo a evitar complicações trombo embólicas futuras. São assim pedidos exames complementares de diagnóstico tais como análises, eletrocardiograma e ecografia da parede abdominal o que permite informar o especialista sobre a diástase, separação muscular e a eventual existência de hérnias.

Em consultas posteriores é feita a documentação fotográfica pré e pós-operatória; tal como outros procedimentos cirúrgicos são explicadas as incisões a realizar, o tipo de anestesia sendo que preferimos a sedação com local para maior conforto pós-operatório do paciente, quais os riscos e complicações desta cirurgia.

A cirurgia demora entre 2 a 3 horas. A lipoaspiração, quando indicada por excesso de gordura na parede abdominal, é realizada de imediato sendo, posteriormente, efetuada uma incisão na zona do púbis ou na cicatriz de cesariana previa, quando existente, e cuja direção depende do bikini ou calção de banho usado sendo mais baixa no homem que na mulher. A reparação da parede abdominal é efetuada com encerramento da diástase dos músculos retos e dos oblíquos de modo a permitir uma definição anatómica correta da parede abdominal. O Umbigo é transposto e o encerramento cutâneo é efetuado com pontos absorvíveis pelo que não é preciso retirar pontos. Drenos são deixados por 24 a 48h.

É efetuada terapia anti trombótica, antibioterapia e analgesia bem como são utilizadas meias de compressão elástica.

Os recentes avanços das técnicas cirúrgicas permitem que a maioria dos pacientes faça esta cirurgia com internamento inferior a 24h, conduzam ao fim de uma semana e retomem a sua

atividade profissional ao fim de 2 semanas sendo desaconselhados esforços físicos durante 2 meses.

Como qualquer procedimento cirúrgico os resultados estão assentes nas corretas expectativas dos pacientes, na escolha do cirurgião, no tipo morfológico do paciente, nas patologias que tem associadas bem como num pós-operatório tranquilo e consciente.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Situação Epidemiológica
Portugal registou, nas últimas 24 horas, 63 mortes e 1.032 novos casos de infeção por Covid-19. O número de internamentos...

Segundo o boletim divulgado, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 36 das 63 mortes registadas em todo o País. Seguem-se as regiões centro com 11 e norte com nove. No Alentejo houve cinco mortes a lamentar e no Alentejo duas.

Quanto aos arquipélagos, não há registo de mortes, que no arquipélago da Madeira quer dos Açores, desde o último balanço.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 1.032 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 493 novos casos e a região norte 186. Desde ontem foram diagnosticados mais 146 na região Centro, no Alentejo 50 casos e no Algarve mais 61. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 93 infeções e no dos Açores três.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 3.012 doentes internados, menos 310 que ontem. Também as unidades de cuidados intensivos registaram uma descida, tendo agora menos 30 doentes internados. Atualmente, estão em UCI 597 pessoas.

O boletim desta terça-feira mostra ainda que, desde ontem, 4.567 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 705.976 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 77.044 casos, menos 3.598 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância também menos 8.932 contactos, estando agora 70.767 pessoas em vigilância.

Candidaturas abertas até 1 de maio de 2021
As candidaturas à 3.ª edição da bolsa “Building Future Knowledge in mature B cell malignacies” abrem já no próximo dia 1 de...

“Mesmo no ano atípico que estamos a viver, não podíamos deixar de apoiar estes projetos, sendo isto um dos pilares do nosso trabalho diário. Mais uma vez, demonstramos assim o nosso compromisso em contribuir para a investigação das doenças hemato-oncológicas malignas”, afirma Manuel Abecasis, presidente da APCL, que desde 2003 já atribuiu mais de 450 mil euros em bolsas de investigação. 

A mesma ideia é sublinhada por João Raposo, presidente da SPH, que refere ainda que “a Hemato-oncologia é das áreas oncológicas com maior taxa de sucesso na cura definitiva de um número bastante expressivo de doentes. Para mantermos essa taxa de cura é necessário continuar a fomentar e incentivar a investigação com projetos como esta bolsa que com tanta satisfação apoiamos.” 

Podem candidatar-se a esta bolsa todos os investigadores nacionais ou estrangeiros, desde que os projetos estejam a ser desenvolvidos em instituições portuguesas. Valorizam-se projetos de caráter interdisciplinar e de colaboração entre instituições que se dediquem ao estudo das áreas do tratamento, diagnóstico, epidemiologia, qualidade de vida dos doentes e impacto a nível sociológico. As candidaturas podem ser enviadas para o email [email protected] e o regulamento deve ser consultado no site da APCL.  

“Esta é a terceira vez que a Gilead apoia esta iniciativa, porque acreditamos na importância da promoção da investigação nacional na área das doenças hemato-oncológicas”, refere Vítor Papão, Diretor Geral da Gilead Sciences Portugal.  

A coordenadora do projeto vencedor da primeira edição da bolsa, Sara Duarte, médica de Hematologia no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), considera que este é “um prémio que deu grande apoio ao nosso projeto e que nos dará a possibilidade de iniciar trabalhos posteriores mais vastos”, sendo que, no seu caso, o objetivo passou principalmente pelo uso deste “suporte financeiro nos estudos de citometria de fluxo”.  

Este projeto, que recebeu a bolsa no valor de 15 mil euros, foca-se no Linfoma Linfoplasmocitico/Macroglobulinémia de Waldenstrom, um tipo de linfoma não Hodgkin, que não é muito frequente e caracterizado, pertencendo ao grupo dos linfomas indolentes. 

Prestação de cuidados
A Secção Regional do Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros (OE) acaba de lançar um Guia de Recomendações para Consultas de...

“Uma vez que a pandemia de Covid-19 levou a um aumento significativo da prestação de cuidados de enfermagem à distância”, refere, em comunicado, “tornou-se fundamental elencar quais as melhores práticas a adotar na aplicação da Telenfermagem, quais os maiores desafios que se apresentam ao realizar teleconsultas e como devem atuar os enfermeiros nestas situações para que se consiga mitigar o impacto causado na população portuguesa que necessita de cuidados de enfermagem”.

Neste sentido, a equipa dinamizadora deste projeto, formada pelos enfermeiros Ricardo Ferreira (coordenador do Guia); Pedro Lopes (Presidente do Conselho de Enfermagem Regional); João Neves (Vogal do Conselho de Enfermagem Regional); Andréa Marques (Presidente da Associação Portuguesa de Profissionais de Saúde em Reumatologia); Georgina Pimentel (do Serviço de Consulta Externa de Reumatologia Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra - CHUC, EPE); Ricardo Correia de Matos (Presidente do Conselho Diretivo Regional); Válter Amorim (Presidente do Conselho Jurisdicional Regional); Ana Paula Morais (Presidente da Assembleia Regional) e Ana Loureiro (da Associação de Enfermeiros Especialistas em Enfermagem Médico Cirúrgica), e por Ana Vieira (da Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas), desenvolveu um conjunto de quatro princípios e dez recomendações que deverão ser adotadas ao serem dinamizadas consultas de enfermagem à distância.

O grupo de trabalho envolveu ainda um conjunto de diversos parceiros e stakeholders relacionados com a prestação de cuidados de saúde à distância e que incluíram, não só várias instituições hospitalares, mas também associações de enfermeiros, de doentes, especialistas da área e outras entidades como os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.

“O Guia de Recomendações das Consultas de Enfermagem à Distância nasce do planeamento, do empenho e da perseverança de uma equipa. É um documento que deve orgulhar todos os Enfermeiros no garante da qualidade dos seus cuidados”, destaca Pedro Lopes, Presidente do Conselho de Enfermagem Regional da SRCentro.

Ricardo Ferreira, coordenador deste Guia, assinala também que “para além do benefício direto para utentes, profissionais e gestores na área da saúde, apraz-me ter constatado a satisfação pela construção potencializada pelos diferentes intervenientes no grupo de trabalho. Considero particularmente relevante a participação das associações de doentes. É excelente verificar que, estabelecendo-se uma verdadeira colaboração, todos beneficiamos”.

Poderá consultar o documento completo ‘Guia de Consultas de Enfermagem à Distância – Telenfermagem: Recomendações’ aqui.

Artigo de Opinião
Está a completar um ano desde que as medidas sanitárias mais abrangentes de combate à pandemia causa

Neste estudo, apresenta-se a fase atual de pedidos de patente publicados, referentes a princípios ativos, medicamentos e vacinas para o combate ao SARS-COV-2, além dos principais requerentes envolvidos.

Desde o dia 1 de janeiro de 2020, o número de pedidos de patente publicados é de 140. Uma análise mais pormenorizada ao conjunto destes 140 pedidos permite identificar uma ampla dispersão de requerentes, confirmando assim que múltiplas organizações estão a empenhar-se numa solução técnica efetiva contra o vírus. No ranking, abaixo apresentado, encontram-se os 10 principais requerentes dos 140 pedidos de patente em questão, sendo que todos os requerentes, à exceção das quinta e sexta posições, são organizações domiciliadas na China.

1. Medical Researcher Major General Chen Wei at the Beijing Institute of Biotechnology, Academy of Military Medical Sciences [CHN] – Nove pedidos.

2. Shenzhen Institute of Advanced Technology, Chinese Academy of Sciences [CHN] – Cinco pedidos.

3. Wuhan Inst. of Biological Products Co Ltd [CHN] – Quatro pedidos.

4. Lei Yun Shang Pharmaceutical Group Co., Ltd. [CHN] – Quatro pedidos.

5. Gamaleya Research Institute of Epidemiology and Microbiology [RUS] – Três pedidos

6. Federal Budgetary Institution of Science [RUS] / The State Research Center for Virology and Biotechnology "Vector" [RUS] – Três pedidos.

7. Huazhong Agricultural University [CHN] – Três pedidos.

8. Wuhan Kangpet Biotechnology Co., Ltd [CHN] – Três pedidos.

9. Dalian Polytechnic University [CHN] – Três pedidos.

10. Institute of Pathogen Biology, Chinese Academy of Medical Sciences [CHN] – Três pedidos.

No seguimento dos requerentes identificados com maior predominância, conseguimos individualizar os países de origem dos requerentes desse conjunto de pedidos, onde podemos observar um predomínio de requerentes chineses com 106 pedidos, seguido pelos Estados Unidos da América com onze, Rússia com nove e Coreia do Sul com cinco. Os restantes países identificados são a Suíça e Austrália com dois e Irão, Alemanha, Itália, Argélia e Israel com um pedido.

Quando se observam os requerentes dos pedidos de patente publicados até ao momento, nota-se que as grandes farmacêuticas e a maior parte das organizações que já viram as suas vacinas aprovadas pelos órgãos reguladores não estão presentes na listagem.

Embora possa parecer estranho à partida, isto significa que, até à data, estas organizações ainda não tiveram os seus pedidos de patente publicados. Uma das hipóteses mais prováveis é que estas organizações queiram explorar ao máximo a vantagem competitiva do segredo das suas tecnologias, dado que o sistema de patentes garante um sigilo de até 18 meses, caso seja de interesse do requerente. Assim, o número real de pedidos de patente apresentados será significativamente mais elevado do que o identificado neste estudo.

Por outro lado, os requerentes dos pedidos de patente publicados até ao momento (e presentes neste estudo) podem ter adotado outras estratégias: ao requererem nos institutos de patentes a publicação antecipada dos seus pedidos de patente, visam por exemplo a divulgação mais abrangente das suas tecnologias em períodos críticos de controlo da pandemia, além de conseguirem uma maior visibilidade para angariar investimentos ou estabelecer parcerias técnicas.

Sputnik V (Gam-COVID-Vac), a vacina russa

No conjunto de documentos de patente publicados até ao momento, chama-se a atenção para as patentes concedidas em que o requerente é o Gamaleya Research Institute of Epidemiology and Microbiology, o instituto responsável pelo desenvolvimento da vacina Sputnik V, e que recebeu um certificado de registo do Ministério da Saúde da Rússia.

Até ao momento existem três patentes russas relacionadas com a vacina Sputnik V, sendo que uma já foi internacionalizada e, futuramente, deve ser requerida proteção por patente noutros países. Os pedidos de patente russos identificados neste estudo foram concedidos rapidamente, com base num programa de aceleração de exame instituído pelo instituto de patentes da Rússia (Rospatent) para invenções relacionadas com o combate à pandemia. De acordo com dados do Rospatent, o tempo médio para a decisão sobre a concessão de um pedido de patente no âmbito do referido programa é de, sensivelmente, 22 dias. Este tempo necessário para a decisão é muito reduzido, considerando que em condições normais, quando não há mecanismos de aceleração de exame, um pedido de patente pode levar entre 2 a 4 anos para ser decidido.

Assim sendo, surgem algumas questões:  

  • Qual será a estratégia de internacionalização para os 140 pedidos de patente publicados até ao momento?

Esta questão é derivada do facto de os requerentes terem até 12 meses, após a data do primeiro pedido apresentado, para apresentarem os seus pedidos de patente noutros países.

  • Deste conjunto de pedidos, quantas patentes serão concedidas?

Esta questão baseia-se nas regras do sistema de patentes, em que uma patente somente é concedida quando a invenção cumpre os requisitos de patenteabilidade, nomeadamente aplicação industrial, novidade e atividade inventiva.

  • Quantos medicamentos aprovados pelos órgãos sanitários chegarão efetivamente ao mercado?

Neste ponto ressalta-se que o sistema de patentes é desvinculado do sistema de vigilância sanitária e a concessão de uma patente não necessariamente indica que o produto será aprovado como um medicamento.

De que forma a proteção de um medicamento por patente pode influenciar no acesso ao mesmo?

Embora a proteção de uma tecnologia por patente conceda ao seu titular o direito de impedir que terceiros possam explorá-la, num contexto pandémico, o interesse público torna-se mais importante do que a exclusividade de exploração. Assim, na ausência de um acordo entre o governo do país e o referido titular da patente, as leis de patentes de diversos países (no caso de Portugal, o Código da Propriedade Industrial) permitem solicitar uma licença obrigatória da patente, a qual resulta da obrigação do titular da patente a conceder a licença para a exploração da invenção por motivo de interesse público.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Estudo do ICVS da Escola de Medicina da Universidade do Minho procurou perceber se os valores de uma molécula no sangue podem...

Um teste barato pode ajudar a prever a evolução dos pacientes com Covid-19. Como?

Ana Frias (investigadora do ICVS), André Santa Cruz (médico internista no Hospital de Braga e investigador do ICVS) e Ricardo Silvestre (investigador do ICVS) fazem parte da equipa que avaliou a capacidade de uma molécula, a IL-6, sinalizar antecipadamente o agravamento da insuficiência respiratória, a consequente necessidade de ventilação mecânica dos doentes ou um desfecho fatal.

A equipa, que publicou o artigo científico no qual descrevem as conclusões na Frontiers in Immunology, percebeu que a subida dos níveis desta molécula estão associados a uma maior gravidade da doença.

“Em fase de pandemia, a utilização de um biomarcador [IL-6] que possa informar se nas 48 horas seguintes o doente vai melhorar ou piorar, pode ser uma ajuda crucial na definição de um nível de cuidados e de vigilância para cada doente, optimizando-se a gestão de recursos hospitalares que é crítica nesta fase”, explica o médico André Santa Cruz. O teste, que permite medir os níveis de IL-6, além do baixo custo é rápido – e fornece os resultados no próprio dia.

O que é a IL-6?

IL-6 é uma molécula que permite uma comunicação celular. As células do sistema imunológico utilizam uma série de moléculas – as citocinas – que permitem essa comunicação. E a IL-6 é uma delas, sendo uma proteína cuja expressão é aumentada significativamente em casos de inflamação. Na Covid-19, a IL-6 parece sinalizar bem o estado hiper-inflamatório induzido pelo vírus e que se verifica nos doentes internados em que a infeção tem um pior prognóstico.

Biomarcador preditivo para o paciente e para o SNS

“Qual é a grande vantagem que damos neste artigo? A IL-6 já tinha sido previamente associada como um marcador de Covid-19, mas a maioria dos estudos prévios fazem a avaliação do doente à entrada do hospital. Nós fizemos o seguimento durante toda a hospitalização. E isto permite-nos, através dos níveis da IL-6, prever o que vai ocorrer”, explica o investigador Ricardo Silvestre.

Num estudo com 46 pacientes, a análise laboratorial conseguiu notar estas diferenças. “O doente passa por vários momentos durante o seu internamento. Há doentes que começam logo a melhorar, outros que têm uma fase de agravamento e depois melhoram, e há um conjunto de doentes que piora progressivamente”, contextualiza André Santa Cruz. “Percebemos que a IL-6 tem esse dinamismo de acompanhar o curso da infeção ao longo do tempo e isso permite-nos perceber que a subida da IL-6 se dá em fases concretas – habitualmente entre o 7.º e o 10.º dia de sintomas– e é limitada no tempo. A grande vantagem é que existem fármacos no mercado que podem antagonizar a IL-6, diminuindo essa inflamação excessiva [que cria complicações]”, explica. Este trabalho pode ter contribuído para uma utilização eficaz desse tipo de fármacos no futuro, o que seriam excelentes notícias para o tratamento da Covid-19.

Candidata contra a Covid-19
A Sanofi e a GlaxoSmithKline (GSK) anunciaram hoje o início de um novo estudo de Fase 2 com 720 voluntários com idade igual ou...

"Nas últimas semanas, as nossas equipas trabalharam para aperfeiçoar a formulação de antigénio da nossa vacina recombinante, com base nas aprendizagens retiradas do nosso estudo inicial de Fase 1/2", disse Thomas Triomphe, vice-presidente executivo e líder da Sanofi Pasteur. "Estamos confiantes de que a nossa vacina candidata tem um forte potencial e estamos muito entusiasmados com os últimos dados pré-clínicos. Este novo estudo de Fase 2 permitir-nos-á identificar a formulação final da vacina para adultos de todas as idades. Demonstrámos o nosso compromisso de concentrar esforços e capacidades na luta global contra a pandemia, e este novo estudo é um passo que nos conduz no sentido mais próximo de alcançar o nosso principal objetivo de desenvolver uma vacina contra a COVID-19 com um bom perfil de eficácia e segurança", acrescentou.

 Roger Connor, presidente da GSK Vaccines acrescentou: "Estamos satisfeitos por começar este novo estudo de Fase 2. O mundo precisa de várias vacinas e estamos confiantes de que combinar o nosso adjuvante comprovado em outras pandemias com esta formulação melhorada de antigénio terá um potencial importante à medida que a pandemia evolui. Aguardamos com expectativa a continuação desta vacina candidata para a Fase 3 no 2.º trimestre de 2021, se este estudo da Fase 2 for bem-sucedido."

Paralelamente ao novo estudo de Fase 2 e reconhecendo a emergência global das novas variantes do SARS-CoV-2 e do seu potencial impacto na eficácia da vacina, a Sanofi iniciou trabalho de desenvolvimento contra as novas variantes que será utilizado como base de conhecimento para as próximas fases do programa de desenvolvimento Sanofi/GSK. 

 Sobre o estudo de Fase 2

O novo ensaio clínico de Fase 2 é um estudo multicêntrico, aleatorizado, em dupla-ocultação, realizado em adultos com idade igual ou superior a 18 anos para avaliar a segurança, a reactogenicidade e a imunogenicidade de duas injeções dadas com 21 dias de intervalo. O ensaio incluirá o mesmo número de pessoas entre os 18 e os 59 anos e de pessoas entre os 60 ou mais anos.

 Serão testadas três doses diferentes de antigénio com uma dose fixa de adjuvante numa população total de 720 voluntários, nos Estados Unidos, Honduras e Panamá. Os resultados do ensaio de Fase 2 servirão de base de informação para o protocolo da Fase 3.

 Em dezembro de 2020, os resultados do estudo de Fase 1/2 mostraram, em adultos dos  18 aos 49 anos, uma resposta imunitária comparável à dos doentes que tinham recuperado da COVID-19, mas uma resposta imunológica mais baixa em adultos mais velhos, provavelmente devido a uma concentração insuficiente do antigénio. Se os dados do novo ensaio de Fase 2 forem positivos, está previsto um estudo global de Fase 3 para o 2.º trimestre de 2021. Resultados positivos da Fase 3 levarão a submissões regulamentares no segundo semestre de 2021, prevendo-se que a vacina esteja disponível no 4.º trimestre de 2021, caso seja aprovada.

 O avanço do programa experimental é apoiado pela Autoridade Biomédica Avançada de Investigação e Desenvolvimento dos Estados Unidos (BARDA), que faz parte do Gabinete de HHS do Secretário Adjunto para a Preparação e Resposta ao abrigo do contrato W15QKN-16-9-1002. A vacina proteica e adjuvada candidata contra a covid-19 a ser desenvolvida pela Sanofi em parceria com a GSK ,foi  selecionada em julho de 2020 pelo governo dos EUA, para que fosse acelerado o seu desenvolvimento e fabrico.

 

Colaboração com a Cruz Vermelha
A Uber vai colaborar com a Cruz Vermelha no plano de vacinação dos agentes das forças de segurança em Portugal. A parceria...

A Cruz Vermelha foi solicitada para apoiar a vacinação anti Covid-19 de agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) e de militares da Guarda Nacional Republicana (GNR). Esta ação engloba a criação de três postos de vacinação, designadamente, em Lisboa, Porto e Faro e resulta de uma parceria com o Ministério da Saúde que facilitará o acesso à plataforma nacional de vacinação. Os necessários trabalhos preparatórios para efetivar esta resposta já iniciaram, em articulação com os respetivos departamentos da PSP e GNR.

“É com muito orgulho que vamos apoiar com o financiamento de 20 mil viagens para Cruz Vermelha, que tem um papel fundamental no apoio ao processo de vacinação. Queremos colocar a nossa tecnologia ao serviço da comunidade numa fase em que a segurança nas deslocações é tão importante.”, refere Manuel Pina, Diretor Geral da Uber em Portugal.

Segundo Susana Marques, Secretária-Geral da Cruz Vermelha Portuguesa, “Esta parceria é ímpar no seu conceito e de extrema importância para a CVP. Iniciámos, há cerca de uma semana, a primeira fase de vacinação às Forças de Segurança e uma das dificuldades mais sentidas concentra-se na dificuldade de deslocação das nossas equipas. Com o apoio da Uber, a continuidade dos trabalhos da CVP no âmbito da vacinação será facilitada e vai permitir chegar de forma mais rápida e mais segura onde de facto somos precisos”. 

A parceria de mobilidade entre a Uber e a Cruz Vermelha de apoio ao plano de vacinação dos agentes das forças de segurança faz parte do compromisso global da plataforma de viagens em fornecer 10 milhões de deslocações gratuitas ou com desconto para ajudar a garantir que o transporte não seja uma barreira para a aplicação da vacina.

 

 

 

Estilo de vida mais saudável
Durante o período de gestação, é crucial manter uma alimentação saudável, uma vez que o estado nutricional de uma futura mãe...

“É muito importante que as grávidas mantenham um estilo de vida adequado, otimizando a saúde materna e, consequentemente, reduzindo o risco de deficiências à nascença ou problemas de saúde crónicos na criança”, afirma Andreia Santos, nutricionista responsável pelo artigo “Alimentação na Gravidez”, presente no Guia.

Como tal, Andreia Santos deixa algumas dicas sobre como ter uma alimentação o mais equilibrada possível:

  • Consuma alimentos variados e em quantidades apropriadas: a energia extra necessária ao longo da gravidez depende de alguns fatores, como o período de gestação, o nível de atividade física, a idade e o peso inicial. Como tal, devem ingerir-se alimentos ricos em fibra, como fruta e produtos hortícolas, e privilegiar o consumo de carnes magras, pequenas quantidades de alimentos ricos em gordura e/ou açúcar e promover a ingestão de produtos lácteos (cálcio);
  • Não tenha medo da suplementação vitamínica e mineral: desde que seja tomada consoante as doses adequadas e atempadamente, a toma de suplementos deve ser considerada para determinados casos e certos nutrientes, devendo ser ajustada caso a caso;  
  • Elimine as substâncias potencialmente perigosas da sua dieta: álcool, tabaco e drogas devem ser eliminados por completo da sua vida, uma vez que poderão trazer graves consequências para a saúde do bebé.
  • Tenha cuidado com o peso: é normal ver os quilos a aumentar durante a gravidez, mas não descure a importância de um aumento de peso adequado. A obesidade materna pode dar origem a dificuldade no parto e complicações durante a gravidez, como diabetes gestacional, pré-eclampsia e prematuridade.

“Existem ainda outras preocupações desnecessárias relativamente aos alimentos que podem ou não ser consumidos que por vezes assolam as futuras mamãs. Embora seja verdade que alguns alimentos constituem um potencial risco para o bebé, a realidade é que a grande maioria é segura, sendo apenas necessário adotar alguns cuidados”, garante a nutricionista.

Andreia Santos revela ainda alguns cuidados que as grávidas devem ter caso não sejam imunes à toxoplasmose, como prevenir infeções por listeriose e desfaz ainda o mito à volta do café.

O Guia de Gravidez e Primeira Infância do Bebé está disponível online de forma completamente gratuita e o seu download pode ser feito no site Mamãs Sem Dúvidas, aqui.

Sociedade Portuguesa de Pneumologia
De acordo com a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, “o atual contexto de pandemia veio reforçar o papel das terapias...

Assim, considerando a especificidade e complexidade das terapias respiratórias não invasivas e dos doentes elegíveis para as mesmas, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) salienta a importância de estas serem realizadas – “atendendo à maior experiência e diferenciação técnica nesta área” - em Unidades de Cuidados Respiratórios Intermédios integradas em Serviços de Pneumologia.

Numa Unidade de Cuidados Respiratórios Intermédios, explica, são tratados doentes com insuficiência respiratória aguda causada por uma doença maioritariamente respiratória com um nível de gravidade intermédio. “Destina-se aos doentes com necessidade de terapias respiratórias não invasivas (oxigénio de alto fluxo, pressão positiva contínua e ventilação não invasiva), que devem estar sob monitorização cardiorrespiratória contínua e que não necessitam, ou não beneficiam, de internamento em Unidades de Cuidados Intensivos, mas que, devido à sua complexidade, não poderiam receber os cuidados mais adequados numa enfermaria convencional”.

Defende, por isso, “ser fundamental” que os hospitais tenham Unidades de Cuidados Respiratórios Intermédios integradas ou na dependência dos Serviços de Pneumologia, permitindo, esta organização, uma melhor abordagem dos doentes semicríticos e fazendo a ligação necessária entre a Unidade de Cuidados Intensivos e a enfermaria.

“Estas são estruturas com uma relação custo-efetividade muito favorável se aplicadas a doentes que necessitam de cuidados respiratórios especializados - requerem menos recursos do que as Unidades de Cuidados Intensivos, reduzindo a mortalidade em enfermarias e reinternamentos em UCI - além de garantirem que estas tenham mais camas livres para ser utilizadas de forma mais adequada”, considera a SPP.

Situação Epidemiológica
O decréscimo no número de novos casos continua a ser uma realidade em Portugal, referiu a Ministra da Saúde no balanço que fez...

De acordo com a ministra da saúde, o país está agora “abaixo dos 300 casos por cem mil habitantes”. E apesar do Rt de Portugal ser atualmente o mais baixo da Europa, continua “relativamente alto”.

“Os valores que hoje temos resultam de um esforço. Se este esforço se inverter, voltaremos a atingir números de incidência que não são compatíveis com o que precisamos de garantir”, alertou a governante.

A Ministra demonstrou-se preocupada com algum “relaxamento” no cumprimento das medidas restritivas devido à pandemia e apelou a que se mantenha o respeito pelo confinamento. “Nada disto está adquirido e tudo depende de cada um de nós e das medidas combinadas”, decorrendo daí a preocupação com “algum relaxamento sem nenhuma alternação legislativa”.

Quanto ao desconfinamento, a governante admite que há vários cenários possíveis. “Temos de melhorar a resposta em outras áreas e apostar no processo de vacinação. A saúde está em todas as políticas, mas, independentemente de o desconfinamento estar a ser discutido, este ainda não é o momento”, alerta Marta Temido.

Já em relação ao processo de vacinação, a Ministra salientou que os objetivos estão definidos, e “tudo será feito” para chegar à imunidade de grupo no final do Verão, com 70 por cento da população vacinada.

 

 

 

Carta Aberta
Cerca de uma centena de médicos, professores, pais e investigadores apelam à reabertura urgente das escolas a partir de 1 de...

De acordo com o grupo de signatários, do qual fazem parte o virologista Pedro Simas e o epidemiologista Henrique Barros, é possível manter as escolas abertas com ensino presencial “com as devidas precauções”.

Por isso mesmo, o grupo de pais, professores, epidemiologistas, psiquiatras, pediatras e outros médicos, psicólogos, cientistas e profissionais de diferentes áreas, lembra que um largo conjunto de investigações “mostrou que as escolas não são contextos relevantes de infeção e, durante o primeiro período, as medidas sanitárias em vigor nas escolas provaram que o curso da epidemia foi independente das escolas estarem abertas”.

Deste modo, defendem a reabertura de creches e estabelecimentos de educação pré-escolar no início de março e a abrir o ensino básico a partir do início do próximo mês de forma gradual e a começar pelos 1.º e 2.º ciclos.

Segundo o grupo devem ser providenciados meios efetivos aos estabelecimentos e permitir o regresso ao ensino realmente presencial para todas as crianças e jovens beneficiários da ação social escolar, sinalizadas pelas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens, ou para as quais a escola considere ineficaz o ensino a distância e estejam em risco de abandono escolar.

No regresso ao presencial, defendem, deve ser dada prioridade às componentes práticas do ensino artístico e profissional e tornar a máscara cirúrgica obrigatória desde os seis anos fornecida pela escola. “Manter e reforçar as medidas existentes, arejar os espaços, manter distâncias entre assentos, manter os mesmos lugares de assento nas salas de aula, e evitar o agrupamento de pais e alunos, reforçar o rastreamento e assegurar a quarentena de crianças e jovens em risco”, são algumas das medidas apontadas pelo grupo.

Este grupo faz ainda a defesa do uso de meio de transportes alternativos, como bicicletas, para ir à escola, aumentar a oferta de transporte público durante o horário escolar e desfasar ainda mais os horários de entradas e saídas para evitar agrupamentos nestes horários.

Por outro lado, apontam que “insistir na proibição, em tempos de grande pressão, de reuniões fora da escola, fazer o rastreio periódico da infeção em amostras da população escolar de modo o identificar infeções assintomáticas ou pré-sintomáticas e incluir, após o pessoal de saúde idosos e grupos de risco, professores e auxiliares de ação educativa nos grupos prioritários de vacinação”, são outras medidas que devem ser tomadas.

Segundo o grupo, deve ser permitido que os professores de alto risco sejam substituídos por outros ou deem aulas remotamente (com os alunos na escola) até que estejam vacinados e o reforço ou criação de um espaço específico em cada escola ou agrupamento para aplicar testes rápidos de antigénio e iniciar os procedimentos de isolamento e quarentena.

Defendem ainda a vigilância de contágios nas escolas publicitando regularmente a sua frequência e tomar atitudes com base nesses e outros dados, agindo em função do risco na região, tipo de escola e idade dos alunos e a manter contacto regular entre os diretores das escolas e as estruturas relevantes de saúde pública por forma a melhorar a gestão dos surtos, evitando medidas gerais e tardias que abrangem todas as escolas.

“Pedimos, finalmente, que seja já elaborado um plano, e canalizados os recursos suficientes, para recuperar o atraso acumulado por alguns alunos em competências-chave e tutelar a saúde física e mental das crianças e jovens”. Os signatários dizem estar conscientes da necessidade de medidas para conter a epidemia e reduzir as infeções e defendem que as medidas apontadas “estão ao alcance do Governo”.

Consideram que o “sucesso de uma medida não se mede apenas contando o número de infeções hoje, mas levando em consideração muitos outros fatores socioeconómicos e psicológicos, mas também consequências de saúde, física e mental, no presente e no futuro.

Especialista explica
Será que é verdade que a gravidez enfraquece os dentes ou que é normal as gengivas sangrarem durante

Mitos:

Dentes brancos são sempre dentes saudáveis.

Existe uma ideia pré-concebida de que os dentes para serem bonitos/estéticos devem ser brancos o que se confunde muitas vezes com saudável. Podemos ter dentes brancos mas que não estão saudáveis. A cor dos dentes está directamente relacionada com a quantidade de dentina e esmalte que os dentes têm na sua constituição. Para além disso, existem alimentos capazes de alterar a cor do esmalte dentário como é o caso do café ou de alimentos ricos em pigmentos como os taninos presentes no vinho tinto. Por estes motivos existem dentes que estão saudáveis mas que podem apresentar uma cor mais amarelada ou mais acinzentada bem como serem mais opacos ou mais translúcidos. 

Para ter dentes saudáveis só precisa cortar nos doces.

É verdade que as bactérias produzem ácidos a partir de açúcares mas qualquer alimento excepto água tem açúcar, apesar de não ser na sua forma mais simples, a glicose. Desta forma, para ter dentes saudáveis é necessário uma higiene oral adequada e é essencial apostar na prevenção e manutenção da saúde oral de uma forma integrada.

É preciso escovar com forçar para que os dentes fiquem bem limpos.

No que diz respeito à higiene dentária é muito mais importante ter uma técnica de escovagem adequada, capaz de alcançar todas as superfícies do dente e complementada pelo uso frequente de fio dentário. A força não é sinónimo de melhor escovagem, tornando-se até num estímulo abrasivo com potencial de danificar as estruturas dentárias.

É normal as gengivas sangrarem durante a escovagem.

Quando as gengivas sangram durante a escovagem é um sinal de alarme para algo que não está bem. A gengivite é uma inflamação das gengivas que acontece pela presença de bactérias que normalmente se encontram calcificadas na forma de pedra, o famoso tártaro, e que, se não for tratada poderá evoluir para uma doença mais grave e crónica que se chama periodontite. Nesta situação a infecção já passou da gengiva para os restantes tecidos que suportam os dentes, existindo perda de osso e mobilidade dentária. Muitas vezes estas situações passam despercebidas pois podem não dar grande sintomatologia, além de verificarmos com frequência que os doentes que referem que não sangram das gengivas não utilizam a técnica correcta para escovar. Assim, a gengivite quando identificada a tempo é facilmente tratada pelo que deverá procurar o seu médico dentista e apostar na prevenção. 

Mau hálito está apenas relacionado com a má higiene oral.

A forma mais comum de mau hálito está relacionada com a remoção insuficiente dos restos alimentares que permanecem na boca após a mastigação. Contudo existem outras causas de mau hálito associadas não só a bactérias especificas que colonizam a cavidade oral e vão afectar os tecidos que suportam os dentes, como também a patologias existentes nos sistemas digestivo e /ou respiratório. Como exemplos dessas patologias temos a gastrite e o refluxo no caso do digestivo, e a sinusite ou renite no que diz respeito ao respiratório.

As cáries são um problema exclusivo de crianças e adolescentes.

As cáries são uma doença que resulta da presença de bactérias e por isso qualquer pessoa do bebé ao idoso está predisposto à cárie.  As cáries na infância são um mal menor, já que os dentes de leite vão ser substituídos pela dentição definitiva.

As cáries em dentes de leite quando atingem a proporção de abcesso dentário podem influenciar a formação dos dentes definitivos ao ponto destes poderem nascer comprometidos. Para além desta situação, a partir dos 6 aos 12 anos já existe uma dentição mista onde os dentes definitivos coexistem no mesmo ambiente que os dentes de leite cariados. Esta é uma altura muito perigosa já que a cárie é uma doença contagiosa que vai passando de uns dentes para os outros.

As cáries na infância são um mal menor, já que os dentes de leite vão ser substituídos pela dentição definitiva.

As cáries em dentes de leite quando atingem a proporção de abcesso dentário podem influenciar a formação dos dentes definitivos ao ponto destes poderem nascer comprometidos. Para além desta situação, a partir dos 6 aos 12 anos já existe uma dentição mista onde os dentes definitivos coexistem no mesmo ambiente que os dentes de leite cariados. Esta é uma altura muito perigosa já que a cárie é uma doença contagiosa que vai passando de uns dentes para os outros. 

Se não tem dores, não precisa ir ao dentista.

A dor é muitas vezes o que motiva a visita ao dentista, contudo quando já existe dor significa que a lesão de cárie já evoluiu de tal forma que já atingiu a polpa dentária (o nervo) e por isso, na grande maioria das vezes os dentes já estão bastante destruídos e as desvitalizações, as grandes restaurações ou até mesmo as extracções já são as únicas alternativas. Se se adoptar uma postura preventiva em vez de uma postura interventiva, muitos episódios de dor e muitos tratamentos mais complexos e muitas vezes mais caros poderão ser evitados. Para as pessoas que “fogem” do dentista, esta é uma dica muito importante.

Gravidez enfraquece os dentes.

Este é um verdadeiro mito que foi passando de geração em geração. Está na altura de deixarmos de culpar os bebés de “roubar o cálcio às mães”.

As alterações hormonais presentes na gravidez são factores predisponentes para a inflamação da gengiva (gengivite) caracterizada por edema/inchaço, dor e hemorragia. Em muitas situações pela presença de dor e/ou sangramento as mulheres, que nesta fase da sua vida estão mais sensíveis e mais focadas no bebé, têm tendência a diminuir a frequência da escovagem o que resulta numa deficiente higiene oral durante esse período e consequentemente num agravar de algum problema dentário que já exista mas que esteja latente.

Os branqueamentos não desgastam a estrutura do esmalte.

O grande problema dos branqueamentos está relacionado com a quantidade de produtos branqueadores e técnicas que existem, muitas ao acesso de todos, o que faz com que as pessoas usem e abusem destes procedimentos. Muitos produtos de branqueamento actuam no dente branqueando à custa de um micro desgaste que é feito no esmalte, sendo que a sua utilização continua e exagerada irá afectar e danificar a estrutura do esmalte. O branqueamento é um tratamento que deve ser efectuado, vigiado e controlado por um médico dentista.

Colocar implantes é um processo doloroso e pode trazer complicações.

A evolução dos implantes dentários, dos materiais para regeneração óssea e até das técnicas cirúrgicas veio simplificar bastante o processo de colocação de implantes. Hoje em dia a cirurgia de colocação de implantes é super bem tolerada pela grande maioria dos pacientes que referem apenas um ligeiro desconforto nas primeiras 24 a 48 horas. Costumamos dizer que extrair um dente acaba por ser mais incómodo e muitas vezes até mais demorado do que colocar implantes dentários. O facto da cirurgia ser efectuada em ambiente esterilizado com todos os cuidados de assepsia e dos implantes serem abertos apenas no momento da implantação reduz bastante a dor e as complicações no pós-operatório. 

A perda de dentes é uma consequência natural do envelhecimento.

O envelhecimento acarreta uma série de alterações no nosso corpo. Os dentes naturalmente também não se escapam aos efeitos do envelhecimento. No entanto, a perda de dentes não é uma consequência do envelhecimento mas sim um sinal de algo que não está bem com a nossa saúde. Não é natural perdermos dentes. Se os dentes forem bem conservados podem manter-se até ao fim dos nossos dias. Com a idade o que acontece é que os dentes podem ficar mais desgastados, mais escurecidos ou até mesmo mais desalinhados pois existe sempre alguma mobilidade fisiológica que aumenta com a idade.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Advanced Program Digital Health arranca em maio
Esta especialização permite aos profissionais adquirirem skills de análise e uma visão internacional da atualidade na área da...

Em contexto de pandemia, os profissionais de saúde e não só, lidam diariamente com muitas mudanças para fazem face ao aumento de casos de COVID-19.  A pandemia mudou drasticamente o modelo organizacional das unidades de saúde, passando a exigir respostas extremamente urgentes e eficientes diante da crise pandémica.

Com vista a adquirir uma visão internacional da atualidade na área da Saúde Digital com um conjunto de saberes nacionais e internacionais, o ISCTE Executive Education irá lançar no próximo mês de maio, o Advanced Program Digital Health, uma Pós-Graduação que será realizada em regime presencial de maio a outubro, terças e quintas-feiras, das 18h30 às 22h30.

Tendo na sua direcção Henrique Martins, o Advanced Program Digital Health, conta com um corpo docente de elevada reputação com experiência comprovada nas suas diversas áreas de especialização.Este programa avançado permite aos participantes o contacto com o tema da saúde digital, compreendendo as melhores práticas e desafios, nomeadamente em liderança e implementação de projetos, nesta área de atividade.

Para obter mais esclarecimentos sobre esta formação, os potenciais participantes têm a possibilidade de agendar uma reunião online com o adviser do programa e através de uma conversa personalizada, ter acesso a informação adicional.

 Os programas formativos do ISCTE Executive Education são de elevado reconhecimento nacional e internacional, permitindo aos alunos adquirirem características multifacetadas, agregar experiência profissional passada e desenvolver conhecimento baseado na prática com aplicação no mundo real. Saiba mais aqui

 

Estudo
A asma não parece constituir um fator de risco para Covid-19 em crianças, mesmo nas que também são obesas. Ao contrário do que...

Estes dados, que resultam de uma revisão de artigos científicos publicados a nível mundial, permitem respirar de alívio. De facto, os estudos realizados até agora indicam que as crianças com asma, bem como as que sofrem de atopia (mais predispostas a alergias), não são mais afetadas pela Covid-19.

“Questiona-se se a asma será, por si só, um fator protetor contra a Covid-19. Existem algumas explicações possíveis para que assim seja, como a expressão reduzida de recetores para o vírus SARS-CoV-2, o papel protetor dos eosinófilos (células do sistema imune implicadas na asma) presentes nas vias aéreas e as propriedades antivirais e imunomoduladoras da medicação inalada (corticoides)”, explicam José Laerte Boechat e Luís Delgado, investigadores do CINTESIS e da FMUP.

Esta aparente proteção das crianças asmáticas contra o novo coronavírus acontece mesmo em crianças que são simultaneamente obesas, embora a obesidade seja considerada um fator de risco independente para a infeção nas diversas faixas etárias.

A má notícia é que, mesmo sendo frequentemente assintomáticas, estas crianças continuam a transmitir o vírus. “O regresso às escolas levanta sérias preocupações, pois as crianças sem sintomas podem funcionar como vetores de disseminação da doença na escola e na família”, alertam os investigadores.

Os especialistas defendem assim que a identificação de crianças assintomáticas deve ser parte da estratégia contra a Covid-19, através de ações de rastreio, nomeadamente nos casos de surtos.

O foco deve estar no controlo da doença

No que diz respeito às crianças com asma, os investigadores da FMUP e do CINTESIS consideram que o foco deve estar no controlo da doença, promoção da adesão à medicação e na estratificação do risco individual. “Só assim as crianças com asma poderão regressar às escolas de forma segura”, dizem.

Já as crianças com asma grave ou com asma não controlada devem continuar a ser consideradas como um grupo de risco para o desenvolvimento de formas graves de Covid-19.

Os investigadores afirmam ainda que a vacinação das crianças contra a SARS-CoV-2 deverá ser “um passo crítico” no combate à pandemia, quer para sua própria proteção, quer para suportar a imunidade de grupo. Para já, recorde-se, a maior parte das vacinas não incluiu crianças nos ensaios realizados.

Investigação Universidade de Aveiro
Já lhe chamaram “superalimento”. Uma tese de doutoramento recentemente defendida na UA por Sónia Ferreira, aluna do Programa...

A tese conclui que, para além das vantagens já conhecidas do brócolo, as suas partes com menos valor comercial, que correspondem a cerca de 70% do brócolo e que não se veem nas prateleiras dos supermercados, têm constituintes que funcionam como ativadores do sistema imunitário. Por outro lado, outro tipo de compostos também identificados nestes subprodutos do brócolo poderão ser adicionados para produzir bioplástico com possível utilização em embalagens alimentares, repelindo a água e prolongando o tempo de vida dos produtos.

Foram estudados vários métodos para extrair a água e melhor obter os compostos presentes nos subprodutos do brócolo, dado que a elevada quantidade de água (cerca de 90%) e consequente perecibilidade limitam a valorização destes subprodutos. A liofilização é adequada para obter pigmentos e glucosinolatos; a secagem por convecção de ar é adequada para obter glucosinolatos, enquanto a tecnologia de micro-ondas por hidrodifusão e gravidade (MHG) promove a extração de compostos fenólicos. Os métodos, portanto, devem ajustar-se à finalidade pretendida, à aplicação de cada tipo de composto ou conjunto de compostos.

Polissacarídeos pécticos estimulam sistema imunitário

Sabendo-se que havia pouca informação sobre a bioatividade das fibras de brócolo, os polissacarídeos pécticos foram extraídos, fracionados e caracterizados, e a sua atividade imunoestimuladora foi avaliada por incubação in vitro. Após algum processamento, comprovou-se que os polissacarídeos pécticos, como ingredientes funcionais, melhoram a função imunológica e promovem a saúde.

“Uma vez que os estudos sobre a influência destes compostos na atividade dos linfócitos B e no sistema imunitário foram realizados in vitro, ou seja, no laboratório e em ambiente muito controlado, ficaram várias questões por responder e analisar”, comenta Sónia Ferreira. Mas a vantagem daqueles compostos na melhoria a função imunológica ficou clara, afirma.

O estudo permitiu ainda perceber que os compostos extraídos dos subprodutos do brócolo com água foram os principais contribuintes para as alterações observadas nas propriedades mecânicas no bioplástico produzido a partir de amido (extraído da batata). A adição destes compostos antes das etapas de gelatinização e filtração do amido permitiu obter filmes de bioplástico com maior resistência, rigidez e elasticidade.

A tese de doutoramento foi apresentada no final de 2020 por Sónia Ferreira, sob orientação de Manuel António Coimbra e Susana Cardoso, respetivamente, professor e investigadora do Departamento de Química da UA, e ainda de Dulcineia Ferreira Wessel, do Instituto Politécnico de Viseu.

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