Posição da APCP à aprovação da despenalização de morte medicamente assistida
A APCP, através do seu Grupo de Reflexão Ética, manifesta não existir na sociedade um clamor de tal

Num momento de calamidade mundial em que os sistemas de saúde lutam pela ampliação de meios destinados a manter e a salvar vidas, a criação de um quadro normativo para a “antecipação da morte” no sistema de saúde (público, privado e social), com recurso a um de dois métodos − eutanásia ou suicídio ajudado – não se afigura, para o Grupo de Reflexão Ética da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP), possível ou oportuno face à situação pandémica que assola o país e o mundo.

A conjuntura atual obriga ao confinamento, sobrecarrega os profissionais, esgota a capacidade dos hospitais e, convém não esquecer, aliena os doentes, Covid e não Covid, das suas famílias nos momentos finais da vida; o que não se coaduna com uma alteração de tal forma substancial do processo de morte em Portugal.

Incumbir, nesta altura, os sistemas de saúde a criarem processos que requerem equipas adequadamente treinadas, recursos técnicos e administrativos e espaços com o resguardo, conforto e dignidade adequados à execução destes atos, cujo volume de pedidos ainda não se antecipa, também não se afigura viável.

No cumprimento da sua missão principal e comprometida com a sociedade de avanço dos Cuidados Paliativos (CP) em Portugal, pugnando pelo acesso equitativo de toda a população a CP de qualidade em tempo útil, o Grupo de Reflexão/APCP recomenda sim a mobilização dos decisores políticos e de toda a sociedade no combate à situação pandémica e ao cuidado a todos os doentes graves, não apenas Covid, em situação de vulnerabilidade e sofrimento proporcionando-lhes antes de mais, caso essa seja a sua vontade, um acesso efetivo a CP de qualidade em todo o território nacional.

Para promover uma tomada de decisão informada e esclarecida, de acordo com as opções da moldura legal do país, o Grupo de Reflexão/APCP considera premente aumentar os níveis de literacia sobre os CP em todas as camadas da sociedade, para que estes sejam entendidos como um direito que todos os cidadãos têm de terem um ciclo de vida vital digno, e sejam considerados uma prioridade fundamental numa sociedade que se pretende compassiva.

Para tal, afigura-se necessário reconhecer a escassez de acesso em tempo útil aos CP “aplicáveis, viáveis e disponíveis” e a sua desigual distribuição no território nacional, que o contexto atual veio agudizar, transformando os CP numa promessa constante da iniciativa legislativa que ninguém está para já em condições de cumprir.

Os Cuidados Paliativos não são uma alternativa à eutanásia, assim como o direito à vida, adjetivada de acordo com cada projeto pessoal, não espelha um direito à morte quando o sofrimento se agudiza e parece derrotado tal projeto. Há mais formas, compassivas e integradoras, de responder ao sofrimento, que devem preceder a supressão do sofredor.

Por isso, na defesa dos direitos dos cidadãos, a universalidade na provisão de CP de qualidade a quem sofre, independentemente do contexto, hospitalar ou comunitário, deve permanecer como uma prioridade. E, em altura alguma, como no momento presente, se justificou tanto o desenvolvimento dos CP, o que paradoxalmente, tem sido inversamente proporcional à expansão da atividade das equipas existentes, afastando, assim, o país de atingir a meta de provisão universal de cuidados paliativos, tal como postula a OMS.

Face às iniciativas já aprovadas na especialidade, o Grupo de Reflexão/APCP não visa deter-se sobre as fragilidades, quer do processo legislativo, quer de uma iniciativa que revela a enorme complexidade do procedimento, um número ilimitado de pedidos de morte pela mesma pessoa ou a obrigação de fundamentação concreta da objeção de consciência pelos profissionais de saúde. Mas não pode deixar de manifestar que a introdução de um processo de antecipação da morte em condições reguladas pelo Estado introduz um viés no edifício legislativo que é preocupante para a APCP, para outras ordens profissionais e outros setores da sociedade civil.

Esta alteração interferirá de forma indelével, tanto nas respostas que concede, como nos meios que recusa ou disponibiliza, na relação do Estado e do sistema de saúde com os seus cidadãos; na relação entre o médico e o doente; e na forma como todos e cada um de nós encara a morte e a vida que conduz a esse momento, esse sim vivido em solidão.

Na voz da APCP e do seu grupo de reflexão ética, considera-se que o desenvolvimento de CP, caminhe a par do desenvolvimento de outras opções.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dados MAI
De acordo com o comunicado do Ministério da Administração Interna (MAI), mais de 7 mil elementos das forças de segurança e mais...

O processo de vacinação de 15 mil bombeiros teve início no passado dia 11 de fevereiro e foram já vacinados 11.061 bombeiros.

Os bombeiros, dada a dimensão operacional do transporte pré-hospitalar que executam, desempenham uma função essencial do Estado e por isso estão a ser vacinados ao longo de duas semanas. A ordem de vacinação destes bombeiros foi definida pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil com base em critérios operacionais e abrange o universo de voluntários, sapadores e municipais.

A vacinação dos elementos das Forças de Segurança – 10 mil da Guarda Nacional Republicana (GNR) e 10 mil da Polícia de Segurança Pública (PSP) – teve início no passado sábado, dia 13 de fevereiro, e prolonga-se por quatro semanas.

De acordo com o MAI, até ao final do dia de ontem, já tinham sido vacinados 3.418 elementos da GNR e 3.638 elementos da PSP.

O planeamento deste processo de vacinação foi elaborado de forma articulada entre a GNR e a PSP, coordenado pelo Ministério da Administração Interna.

A ordem dos elementos a vacinar foi definida pela GNR e pela PSP, com base em critérios operacionais – priorizando militares e agentes na linha da frente e mais expostos aos riscos do Coronavírus – e também critérios de saúde – com prioridade a elementos que sofrem das comorbilidades/patologias listadas pela Direção Geral de Saúde.

Como exemplo de coordenação entre GNR e PSP, e de forma a aliviar a pressão sobre os serviços de saúde na região de Lisboa e Vale do Tejo, foi montado um centro de vacinação conjunta para os guardas e polícias desta área. Este centro funciona nas instalações da GNR no Quartel de Conde de Lippe, na Ajuda, em Lisboa.

Segundo o ministério, a vacinação dos militares e agentes das outras regiões do país está a ser efetuada nos centros de saúde.

 

INSA revela relatório de estudo-piloto
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através do seu Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de...

Considerando ser as doenças cardiovasculares (DCV) uma das principais causas de morte em Portugal, a redução do consumo de sal uma das melhores abordagens (best buys) para a prevenção destas doenças e o pão um dos alimentos que mais contribuem para a ingestão de sal pela população portuguesa, em outubro de 2017 foi assinado um protocolo entre a Direção-Geral de Saúde, o INSA e algumas associações de industriais de panificação, pastelarias e similares para a redução gradual de sal no pão até 2021.

O objetivo principal deste estudo é aferir os potenciais impactos na saúde da população portuguesa resultantes da implementação deste Protocolo, de acordo com as metas estabelecidas no documento.

Entre os principais resultados e conclusões apresentados, destaca-se a redução em 29% dos valores de sal atualmente consumidos se for atingida a meta máxima preconizada pelo Protocolo de 1g de sal por cada 100g de pão em 2021. Isto levará a uma redução esperada de 0,51g e 0,32g na ingestão diária total de sal para homens e mulheres, respetivamente

Neste cenário espera-se uma maior redução na ingestão de sal entre indivíduos com maior consumo de pão, ou seja, homens, indivíduos da região do Alentejo, indivíduos com idades compreendidas entre os 55 e 74 anos e naqueles que têm menor nível de educação.

Estes grupos são os que apresentam uma maior diminuição nos valores de pressão sistólica (PS), com a implementação integral do Protocolo.

Por outro lado, a magnitude do efeito estimado na pressão arterial (PA) parece ser baixa para ter um impacto importante na diminuição do risco de doenças cardiovasculares (DCV), de acordo com a literatura. Não existindo limiares bem definidos devido ao envolvimento de outros fatores de risco, alguns estudos apontam que quaisquer reduções na PA se traduzem em benefícios.

Do ponto de vista económico, o cenário de redução de ingestão total de sal diário considerado, embora mais baixo quando comparado com cenários testados por outros estudos, aproxima-se dos valores considerados como custo-efetivos de acordo com os limiares de referência (reduções acima de 0,5g sal/ dia) da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Os dados recolhidos através de questionário revelam que a maioria dos respondentes referem ter conhecimento da assinatura do Protocolo, não sentiram alterações (sabor, textura, durabilidade) no pão que consomem habitualmente e que não alteraram o seu padrão de consumo, nos últimos 12 meses.

O estudo, agora divulgado, foi desenvolvido por um grupo de trabalho composto por elementos do INSA, da Administração Regional de Saúde do Algarve, da Direção-Geral da Educação e da Escola Nacional de Saúde Pública, com a supervisão técnica da OMS. Seguiu o modelo clássico de HIA, que combina procedimentos e métodos que permitem analisar os potenciais impactos de projetos, programas ou políticas, na saúde da população e sua distribuição, apoiando a tomada de decisões baseada na melhor evidência.

Rui Santos Ivo presidiu à reunião
O INFARMED organizou, esta quinta-feira, a quarta reunião no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia. A...

Durante a reunião foi feito o ponto de situação e de articulação sobre as iniciativas relacionadas com o combate ao Covid-19. O encontro serviu também para a DG SANTÉ (Direção-Geral de Saúde e Segurança Alimentar) da Comissão Europeia atualizar as iniciativas realizadas a propósito do programa EU4Health, dedicado a financiar o robustecimento dos sistemas de saúde europeus nos próximos anos, bem como as iniciativas tomadas para a implementação da Estratégia Farmacêutica para a Europa e para a criação da Health Emergency Preparedness and Response Authority (HERA), prevista estar a funcionar em 2023. Também a Agência Europeia do Medicamento (EMA) apresentou as iniciativas estratégicas em curso, nomeadamente a respeito da resposta à COVID e no que se refere à coordenação internacional sobre novas variantes.

A reunião abordou, ainda, a implementação da Estratégia Conjunta HMA-EMA para 2025, com vista à preparação do respetivo plano de trabalho plurianual, em áreas que vão desde a disponibilidade de medicamentos à sua acessibilidade, passando pelas áreas relativas à cadeia de abastecimento, o acesso à inovação e às novas tipologias de produtos e o acesso a dados de saúde e uso de ferramentas digitais de análise.

Finalmente foi apresentado um ponto de situação sobre a implementação de legislação veterinária e a possível regulamentação de dispositivos médicos veterinários.

Rui Santos Ivo, presidente do INFARMED, presidiu ao evento enquanto presidente da agência do medicamento portuguesa. A Ministra da Saúde, Marta Temido, participou na abertura da reunião, para saudar o Grupo HMA como "uma das mais importantes redes europeias para a proteção da saúde pública". Depois de destacar a importância da "solidariedade europeia", Marta Temido terminou a sua intervenção, assumindo objetivo de apoiar medidas que contribuíssem para o "acesso sustentável, equitativo e universal a Medicamentos e Dispositivos Médicos".

Durante o início dos trabalhos, Rui Santos Ivo salientou a necessidade de "dedicar toda a atenção às questões Covid, atentas as diferentes implicações e necessidades no âmbito da rede" e a intenção de “trabalhar estreitamente com todos de forma a enfrentar as questões fundamentais relacionadas com a cadeia de abastecimento [de medicamentos na Europa], o fortalecimento da autonomia estratégica da UE, e a produção e capacidade de abastecimento. O presidente do INFARMED confirmou também a “responsabilidade de iniciar o debate sobre a proposta para o reforço das competências da Agência Europeia do Medicamento (EMA)”, o que deverá ocorrer a curto prazo.

Está prevista a realização de mais uma reunião do HMA durante a Presidência Portuguesa. O HMA constitui um fórum para a coordenação e troca de opiniões e propostas sobre questões relativas ao sistema regulamentar europeu e ao papel das autoridades nacionais nesse sistema. O HMA coopera com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e com a Comissão Europeia (Direcção-Geral da Saúde e Segurança Alimentar). A reunião realizada esta quinta-feira faz parte do conjunto de 20 reuniões dos diversos Comités e Grupos de Trabalho, que o INFARMED irá organizar durante os 6 meses da Presidência.

APDP congratula-se
Como resolução saída da 3.ª Reunião de Alto Nível sobre Doenças Não Transmissíveis, a Organização Mundial da Saúde (OMS)...

Segundo dados da OMS, em 2014, mais de 422 milhões de pessoas viviam com diabetes, o que equivale a 6% da população mundial. A OMS estima que em 2030 este número suba para 570 milhões e, em 2045, para 700 milhões. Em 2019, a diabetes estava entre as 10 principais causas de morte identificadas pela OMS e a probabilidade de morrer por causa da diabetes, na faixa etária entre os 30 e os 70 anos, aumentou 5% entre 2000 e 2016. O Relatório “Diabetes. Factos e Números de 2020” aponta mesmo para uma prevalência a atingir os 30% nas pessoas com mais de 60 anos, ou seja, na população mais castigada pela covid-19. 

José Manuel Boavida, presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, reforça a preocupação da OMS e refere que “em Portugal, a pandemia da covid-19 veio dificultar ainda mais o investimento necessário na prevenção, no diagnóstico precoce, no acompanhamento e na integração de cuidados na diabetes. Pela dificuldade no acesso aos serviços de saúde, pela interrupção dos tratamentos, pela deslocação dos profissionais do SNS para atendimento exclusivo a casos covid, entre tantos exemplos que poderiam ter sido minorados por equipas dedicadas a uma coordenação dos cuidados na diabetes a nível regional. Já em outubro a APDP se ofereceu para integrar uma equipa que avaliasse necessidades e alternativas, coordenando a intervenção em colaboração com os ACES e o Hospital respetivo. É necessário não deixar para trás o acompanhamento das pessoas com diabetes e com outras doenças crónicas. Podemos voltar a ver situações que já não víamos há anos.” 

Para a OMS, no ano em que se assinala o centenário da descoberta da insulina e tendo em conta os ganhos significativos para a saúde proporcionados pela pesquisa e pela inovação, os estados membros devem intensificar os seus esforços na prevenção e no controlo da diabetes, para conseguirem alcançar as metas previstas no plano de ação global para as doenças não transmissíveis 2013-2020. 

“O desinvestimento na diabetes precisa de ser revertido urgentemente para reduzir o sofrimento de milhões de pessoas que vivem com esta doença, e esse é o principal apelo feito pela OMS, secundado energicamente pela APDP”, conclui José Manuel Boavida. 

Saiba reconhecer
Embora a demência vascular seja considerada a segunda causa mais frequente de demência associada ao

Caracterizada por uma diminuição, lenta e progressiva, da função mental, que afeta a memória, o pensamento, o juízo e a capacidade para aprender, a Demência Vascular surge como resultado de problemas que condicionam o aporte do sangue ao cérebro.

“As células cerebrais necessitam de um aporte sanguíneo constante para que possam receber oxigénio e nutrientes. O sangue é distribuído pelo cérebro através de uma rede complexa de vasos. Quando este sistema é perturbado – por exemplo por um bloqueio ou uma fuga de sangue – o sangue não é distribuído eficazmente por todas as células cerebrais, levando eventualmente a que algumas morram. Esta morte celular pode causar problemas cognitivos irreversíveis e suficientemente graves para impactar a funcionalidade da pessoa”, explica o Centro NeuroSer.

Quer isto dizer que as pessoas que sofrem ou sofreram de doenças cerebrovasculares correm maior risco de desenvolver demência.

Entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento desta entidade clínica estão, portanto, a hipertensão arterial, diabetes, aterosclerose, dislipidemia ou fibrilação atrial. Ser fumador ou já ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral aumenta o risco de Demência. E a explicação é simples: se por um lado, a pressão sanguínea alta, diabetes e aterosclerose danificam os vasos sanguíneos no cérebro, a fibrilação atrial (que é um tipo de arritmia cardíaca) aumenta o risco de acidentes vasculares cerebrais uma vez que pode conduzir à formação de coágulos sanguíneos do coração.

No entanto, isto também significa que, ao contrário de outros tipos de demência, a demência vascular pode ser prevenida através da correção ou eliminação de fatores de risco de acidentes vasculares cerebrais.

Quanto aos sintomas, embora a Demência Vascular seja uma entidade muito heterogénea no que diz respeito às suas manifestações clínicas, uma vez que pode ser originada por lesões vasculares cerebrais de diferentes naturezas, ou seja com localização e extensão distintas, existem alguns sintomas que são comuns, como a perda de memória, dificuldade de planeamento ou raciocínio lento. No entanto, quando comparada com a doença de Alzheimer, a Demência Vascular tende a causar perda de memória mais tarde e afetar menos a personalidade.

Importa ainda sublinhar que, ao contrário de outras demências (que tendem a progredir continuamente), a demência vascular progride por etapas. Quer isto dizer que os sintomas se podem agravar de forma súbita para depois estagnar ou diminuir e progredir meses ou anos mais tarde, na sequência de outro acidente vascular cerebral.

Já a demência que resulta de múltiplos pequenos acidentes vasculares cerebrais, geralmente, progride mais lentamente.

A Demência Vascular é habitualmente diagnosticada através de um exame neurológico e técnicas de imagiologia cerebral como a tomografia computorizada (TC) ou a ressonância magnética (RM). No entanto, tal como no caso da Doença de Alzheimer, o diagnóstico definitivo de Demência Vascular só pode ser realizado, após a morte, através de um exame ao cérebro.

Embora não exista tratamento que possa reverter os danos apresentados, é muito importante fazer um tratamento para prevenir a ocorrência de outros acidentes vasculares cerebrais. Estes podem ser prevenidos através da prescrição de medicamentos para controlar a hipertensão ou dislipidemia, doença cardíaca e diabetes. Além disso, é recomendada a implementação de uma dieta saudável, com prática de exercício físico e evicção do tabaco e o consumo excessivo de álcool de modo a diminuir o risco de ocorrência de outros episódios cerebrovasculares que podem agravar o quadro.

De acordo com a associação Alzheimer Portugal, “por vezes, são prescritos a aspirina e outros medicamentos para prevenir a formação de coágulos nos vasos sanguíneos pequenos. Os medicamentos também podem ser prescritos para aliviar a inquietude, depressão ou ajudar a pessoa com Demência a dormir melhor”. Em alguns casos, acrescenta, “a cirurgia conhecida como endarterectomia carotídea, pode ser recomendada para remover obstruções na artéria carótida, que é o principal vaso sanguíneo para o cérebro”.

Por outro lado, a associação destaca que alguns estudos recentes sugerem que medicamentos como os inibidores de colinesterase, “que são úteis para algumas pessoas com Doença de Alzheimer”, podem ter algum benefício para a Demência Vascular. Contudo, adverte: “as evidências ainda não são tão claras ou convincentes, como as existentes para a utilização daqueles medicamentos na Doença de Alzheimer”.

Referências:
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/delirium-e-dem%C3%AAncia/dem%C3%AAncia-vascular
http://rmmg.org/artigo/detalhes/1583
https://alzheimerportugal.org/pt/text-0-9-39-35-demencia-vascular
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1998000300025

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Diagnóstico Covid-19
Os testes rápidos de antigénio por saliva já estão disponíveis no mercado português desde o dia 30 de dezembro 2020. Trata-se...

De uma forma mais simples e sem o desconforto associado aos convencionais testes de antigénio que utilizam as zaragatoas para recolha de amostra, o novo sistema de diagnóstico permite detetar, em apenas 10 minutos e de uma forma não invasiva, possíveis casos positivos de Covid-19.

Com explica Carlos Monteiro, CEO e fundador da farmacêutica BioJam, “a realização dos convencionais testes de antigénio, apesar de constituírem um processo rápido, não deixam de ser mais desconfortáveis, sobretudo para crianças, adolescentes e até adultos com sensibilidade ao método da zaragatoa. Além disso, poderão ser muito úteis em aeroportos, escolas, empresas ou atividades desportivas, para identificar assintomáticos em período infecioso. Com os novos testes de saliva conseguimos eliminar o desconforto mantendo a segurança dos testes que apresentam uma especificidade de 100% e uma sensibilidade de mais de 94%”.

O teste rápido PCL COVID19 Ag Gold saliva é um dispositivo médico de diagnóstico invitro que se baseia no Teste imunocromatográfico (ICA) para a deteção qualitativa do antigénio SARS-CoV-2 na saliva humana.

A Biojam foi uma das primeiras empresas a disponibilizar os testes de antigénio no mercado Português. Com uma clara aposta na inovação, continua a investir na disponibilização das melhores soluções de diagnóstico Covid-19, como sejam os testes rápidos de antigénio por saliva que colocou no mercado nacional, numa altura em que os mesmos já se encontravam a ser massivamente utilizados em países como Alemanha Áustria, Luxemburgo, Coreia do Sul, Itália e Espanha entre outros.

 

Sessão gratuita dirigida a doentes
No dia 24 de fevereiro, a Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca (IC) promove uma Sessão Online com o tema ...

Em Portugal, de acordo com o relatório do Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares 2017, apenas 8% dos doentes com enfarte do miocárdio tinham acesso a este tipo de reabilitação, ou seja, uma taxa bastante a baixo da taxa média de participação europeia que se situa acima dos 30%.

“A Reabilitação Cardiovascular permite aumentar a qualidade de vida, autonomia e confiança de doentes cardíacos através de programas de exercício físico. É um programa realizado com a supervisão de um médico, e com monitorização contínua.

Qualquer doente com insuficiência cardíaca, independentemente da idade, pode e deve frequentar programas de reabilitação cardíaca adequados à sua condição clínica” explica a Dra. Maria José Rebocho, membro do conselho técnico-científico da AADIC.

A Sessão Online “A Reabilitação Cardíaca na Insuficiência Cardíaca”, decorre no dia 24 de fevereiro, a partir das 21h00, com transmissão exclusiva no Facebook e Site da AADIC, e conta com a participação do Dr. Miguel Mendes, Cardiologista Diretor do Serviço e responsável da Unidade da Reabilitação Cardíaca do Hospital de Santa Cruz e Instituto do Coração, da Sofia Santos e Mónica Neto, Fisioterapeutas do Hospital de Santa Cruz, e do Sr. Sérgio Fonseca, enquanto doente em reabilitação cardíaca. A Dra. Maria José Rebocho, cardiologista e membro do conselho técnico-científico da AADIC, assume a moderação da sessão.

“Porque devo mudar a minha vida? Os medicamentos não são suficientes?”; ”Aula prática da Reabilitação Cardíaca: o que fazemos na realidade?” e “O que é que ganho em mexer-me estando doente e cansado?” são os temas que estarão em debate nesta sessão.

Durante a sessão online os doentes e cuidadores na assistência serão convidados a partilhar dúvidas e pontos de vista com os oradores.

Revista de Imprensa
Foi detetada, na região de Kanto, no Japão, uma nova variante do SARS-Cov-2 que pode ser mais contagiosa que as variantes até...

De acordo com o porta-voz do governo japonês, Katsunobu Kato, ouvido pela ABC News, esta variante "pode ser mais contagiosa do que as variantes convencionais e, se continuar a propagar-se internamente, pode levar a um rápido aumento de casos".

De acordo com o Instituto Nacional de Doenças Infeciosas, a variante parece ter tido origem no exterior e é diferente de outros tipos que foram encontrados esporadicamente no Japão, revela a notícia hoje publicada pelo Sapo 24.

A atravessar a terceira vaga da pandemia, o país já identificou 151 casos de variantes do Reino Unido, África do Sul e Brasil.

Embora tenha registado menos infeções quando comparado a outros, o Japão mantém ativados os níveis de alerta.

 

Relatório ARS do Centro
A taxa de internamento em enfermarias Covid-19 nos hospitais da região Centro baixou, esta quarta-feira, de 69% para 64% da sua...

De acordo com o relatório divulgado pela ARS do Centro, o número de internados em unidades de cuidados intensivos também baixou, embora em menor percentagem, registando uma redução de 74% para 72%.

O boletim diário revelava que às 23:59 de quarta-feira estavam internadas 745 pessoas em enfermaria, menos 56 do que na terça-feira, e 129 em unidades de cuidados intensivos, menos seis.

Segundo a ARS, neste mesmo dia foram emitidas 82 altas médicas em enfermaria e registaram-se 14 óbitos em meio hospitalar, menos quatro do que na terça-feira.

No setor social, privado, militar e estruturas de Apoio de Retaguarda encontravam-se, neste dia, internados 43 doentes com covid-19, menos cinco do que no dia anterior, e 80 doentes não Covid-19.

 

Cirurgia Estética
As “orelhas de abano” ou orelhas descoladas têm uma origem e causa genética, é de nascença, e é uma

Desde muito novas, estas pessoas podem começar a sentir esse “problema”, sobretudo quando começam a socializar indo para a escola. As crianças são muito críticas e não perdoam, não tendo quaisquer rodeios ou pudores em chamarem nomes e alcunhas várias que vão marcando e estigmatizando estas crianças com eventuais consequências para toda a vida.

A orelha é uma das partes do corpo humano que poderá trazer o estigma familiar: «Tem as orelhas do pai!...». Muitas vezes as “orelhas de abano” são encontradas em vários membros da família e constituem uma identificação “negativa”, principalmente pelo facto de gerar troça e alcunhas.

Por desconhecimento de que se pode e deve tratar o mais cedo possível ou por outras razões, muitos chegam à adolescência ou mesmo a adultos com esta situação por resolver. Por não saberem da existência de correção ou julgando tratar-se de uma cirurgia complicada ou com anestesia geral e internamento.

O momento ideal para se realizar a cirurgia de correção destas orelhas – Otoplastia - é a partir dos 5 anos ou antes, logo após terminar o crescimento das orelhas, antes da entrada para a escola, podendo assim ser realizada em qualquer idade. É importante que a criança já perceba que vai fazer uma cirurgia e que tem que ser cooperante e colaboradora.

Vai haver uma melhoria da autoestima e de muita coisa: rapazes que usavam cabelo comprido para tapar as orelhas passam a cortá-lo; raparigas passam a apanhar o cabelo, a usar “rabo-de-cavalo” …. Tudo muda para melhor, desde o rendimento escolar às relações familiares, sociais e afetivas.

Existem muitas técnicas cirúrgicas para tratar esta situação. A técnica realizada na Clínica Milénio conhecida por OTOPLASTIA REBELO’S®, é realizada sob anestesia local, com sedação e sem internamento. As características desta técnica e que a diferem de outras é que as cicatrizes ficam atrás das orelhas, não se tira nada - nem pele, nem cartilagem - e a percentagem de recidivas é quase nula. Os pontos são absorvíveis, não sendo preciso tirar.

O pós-operatório é bem tolerado com poucas ou nenhumas dores.

O resultado desta operação vê-se logo, mas a estabilização ocorre a partir dos 3 meses após a cirurgia.

É importante ressaltar que é muito difícil conseguir 100% de simetria, porém a diferença entre uma orelha e outra é comum e é natural.

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Iniciativa ajuda a reduzir a pressão nos Hospitais do SNS
Atualmente os doentes com necessidade de realizar TAC Torácico em contexto de suspeita de infeção SARS-CoV-2 têm de se deslocar...

A Affidea, prestador europeu de serviços avançados de diagnóstico médico, disponibiliza nas clínicas de Castelo Branco, Santarém e Lisboa, em ambiente seguro e com horários específicos, a realização de exames de TAC Torácica a doentes com Covid-19 ou com suspeita de estarem infetados com o vírus

O diretor clínico da Affidea, Luís Rosa, acredita que “esta iniciativa irá acelerar o processo de realização deste exame e reduzir o número de pessoas que recorrem aos hospitais e assim reduzir a pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Nos doentes em isolamento domiciliário com agravamento de sintomas ou com sintomatologia suspeita, com um ou vários testes negativos ou ainda sem teste à COVID-19 realizado, o resultado da TAC permitirá a tomada de decisões clínicas mais acertadas, pelo médico assistente ou pelas autoridades de saúde, com o encaminhamento informado e mais adequado”.

O grupo Affidea está atento à evolução da pandemia e às ações concretas a tomar para minimizar o enorme esforço a que as instituições hospitalares estão atualmente sujeitas. 

Para este efeito, estas unidades, através da convenção com as Administrações Regionais de Saúde (ARS) já existentes, reúnem as condições necessárias para a realização rápida e em segurança destes exames, respondendo aos pedidos dos médicos assistentes, e com disponibilização imediata de relatório pelo médico radiologista.

O médico pneumologista Gustavo Reis refere que, “no caso particular da infeção SARS-CoV-2, temos já evidência publicada de que o TAC de tórax tem um importante papel não só no diagnóstico precoce da doença COVID-19, na deteção de complicações agudas ou subagudas, como também já no prognóstico e seguimento pós-Covid-19”.

“Este exame poderá confirmar a presença ou não de alterações pulmonares suspeitas ou até mesmo de doença COVID-19 em progressão. Por outro lado, é também um exame com forte poder de exclusão das alterações pulmonares por este vírus”, acrescenta o especialista. 

Portanto, a adição do TAC de tórax ao estudo PCR para o vírus permite identificar com maior segurança casos de infeção mesmo quando o teste PCR é um falso negativo.

Atualmente, o estudo TAC de tórax representa a avaliação gold-standard de várias patologias pulmonares, pois é uma forma mais simples, rápida e com baixa radiação de observar o parênquima pulmonar e estruturas brônquicas /vasculares adjacentes. Revelando-se assim de uma importância extraordinária para a correta orientação clínica de doentes com suspeita Covid-19 ou mesmo na identificação da doença e no diagnóstico diferencial com outras patologias pulmonares.

Investigação Fundação Champalimaud
Partindo de uma observação fortuita, investigadores chegam a um novo insight sobre como as relações imuno-oncológicas podem...

A investigadora Rita Fior usa o peixe-zebra para estudar o cancro em humanos. Embora esta pareça uma combinação improvável, o seu trabalho representa uma grande promessa para futuras aplicações na medicina personalizada.

O princípio básico da abordagem de Rita Fior baseia-se no transplante de células cancerígenas humanas em dezenas de larvas de peixe-zebra. Os peixes funcionam como "tubos de ensaio vivos" onde vários tratamentos, como diferentes drogas quimioterapêuticas, podem ser testados para revelar qual o melhor tratamento. O ensaio é rápido, gerando uma resposta em apenas quatro dias.

Há alguns anos atrás, enquanto Rita Fior estava a desenvolver este ensaio, apercebeu-se de algo curioso, e até mesmo paradoxal. “Apesar da maioria dos tumores humanos implantarem com sucesso no peixe, alguns simplesmente desapareciam num dia ou dois”, recorda. “No entanto, quando estes tumores eram tratados com quimioterapia, passaram a implantar muito mais e já não desapareciam.

”Esta observação levou à formulação de uma nova hipótese de trabalho. “A quimioterapia suprime o sistema imunitário”, explica Rita Fior. "Se o tumor é rejeitado em condições normais, mas prolifera em animais imunossuprimidos, isso poderá indicar que o sistema imunológico do peixe está ativamente a destruir as células tumorais. E por outro lado os tumores que implantam bem, são tumores que são capazes de suprimir o sistema imunitário do peixe."

Foi desta forma que Rita Fior e Vanda Póvoa, aluna de doutoramento do laboratório, iniciaram um novo projeto de investigação. As principais conclusões, publicadas hoje (19 de fevereiro) na revista Nature Communications, permitem-nos compreender melhor como as relações imunooncológicas podem levar à resistência à imunoterapia e ao crescimento do tumor. A longo prazo, estes resultados podem contribuir para o desenvolvimento de novos tratamentos e diagnósticos.

Polícia bom

Para explorar esta hipótese, as investigadoras focaram-se num par de células de cancro colorectal derivadas do mesmo doente mas que apresentam estes comportamentos opostos (rejeição/implantação). As células que são rejeitadas pelo peixe são células derivadas do tumor primário do cólon, enquanto que as células que implantam eficientemente foram derivadas de uma metástase de um gânglio linfático.

As investigadoras caracterizaram então as células do sistema imunitário no ambiente tumoral, ou seja, as células que são chamadas para o tumor e formam o seu ecossistema. Especificamente, as células do sistema imune inato.

“Ao contrário do peixe-zebra adulto, as larvas têm apenas imunidade inata, que é a primeira linha de defesa do organismo. Isto oferece uma oportunidade única para estudar o papel das células do sistema imune inato no cancro, que não é tão explorado”, explica Rita Fior.

A equipa quantificou o número e o tipo de células imunes inatas no microambiente tumoral e observou que o tumor primário, que é constantemente rejeitado, estava repleto de células imunes, enquanto que o tumor metastático que implanta bem, apresentava números muito escassos destas células.

Este resultado veio ao encontro do palpite das investigadoras. Mas, para confirmar, a equipa reduziu o número de células imunes inatas nos peixes, através de manipulações genéticas e químicas seletivas. Como esperado, esta manipulação "salvou" as células do tumor primário, que agora cresciam livremente nos peixes.

Em conjunto, estes resultados mostram um papel claro do sistema imune inato na eliminação de células tumorais. Mas então, se o sistema imunitário é tão eficiente a livrar-se das células cancerígenas do tumor primário, por que razão ocorrem metástases?

Polícia mau

“A razão é que a relação entre o cancro e o sistema imunitário está longe de ser estática”, diz Fior. “No início, as células cancerígenas podem simplesmente tentar esconder-se do sistema imunitário. Mas com o tempo, elas aprendem a “confundir” e finalmente "corromper" as células imunológicas. Essa evolução acontece através de um processo dinâmico chamado 'Imunoedição'. Se este processo for bem-sucedido, as células corrompidas começam a proteger e ajudar o tumor de várias maneiras, incluindo repelir outras células imunitárias que poderiam eliminar o tumor.

"Será que o sistema imunitário inato é capaz por si só de fazer imunoedição? “Os nossos resultados mostram que sim - e é o segundo estudo que eu tenho conhecimento a mostrar este fenómeno “, acrescenta Póvoa.

As investigadoras observaram que as células tumorais não só recrutavam diferentes números de células do sistema imune inato como também alteravam a sua função. Em vez de lutar contra o tumor, os macrófagos começaram a apoiá-lo e protegê-lo. Além disso, esta transformação acontecia de uma forma assustadoramente rápida em apenas um dia.

"Embora a maioria das células do tumor primário seja rejeitada ao fim de um ou dois dias, algumas sobrevivem. Quando transplantamos esse pequeno grupo de células sobreviventes no peixe, descobrimos que essas células já haviam adquirido capacidades de edição imunológica! Na verdade, elas implantam quase tão bem quanto células do grupo metastático.”, ressalva Póvoa.

As investigadoras também compararam o perfil genético dos diferentes tumores e identificaram várias características interessantes. "Agora temos uma lista de genes e moléculas candidatos que planeamos estudar. Esperamos que, ao identificar o mecanismo pelo qual as células tumorais suprimem e corrompem o sistema imune inato, possamos encontrar maneiras de bloquear esse processo", acrescenta Rita Fior.

Um impulso à imunoterapia

Motivadas por este empolgante conjunto de resultados, Rita Fior e Vanda Póvoa têm vários planos para o futuro. “Há tantas coisas que podemos fazer”, diz Rita. "Por exemplo, agora sabemos que a nossa metodologia com peixe-zebra permite identificar em apenas alguns dias se o ambiente do tumor é imunossupressor. É provável que a imunoterapia seja menos eficaz nestes casos. Portanto, o nosso ensaio pode vir a ajudar a identificar quais os doentes que irão responder melhor à imunoterapia - os que tiveram um tumor que gera um ambiente tumoral reactivo e menos supressor serão os melhores candidatos a serem tratados com imunoterapia.”

Outra linha de trabalho a seguir é o desenvolvimento de novas abordagens de imunoterapia. “A maioria dos medicamentos de imunoterapia atuam sobre a imunidade adaptativa e não na inata. Mas, como vimos, a imunidade inata também tem uma grande capacidade de combater o cancro. Como tal, identificar os mecanismos que potenciam esse efeito poderá permitir descobrir novas terapias, e eventualmente combiná-las com as existentes para aumentar a sua eficácia.”, finaliza.

 

 

Comissária do Conselho da Europa para os Direitos Humanos
"Há um ano, países em todo o mundo têm lutado com as consequências catastróficas da Covid-19. Como os governos estão a...

Todos os Estados-membros do Conselho da Europa são obrigados por diretivas internacionais a garantir o acesso das suas populações ao mais alto padrão de saúde física e mental. Delineando as principais normas e princípios relacionados ao direito à saúde, o artigo destaca os principais parceiros que podem ajudar os Estados a enfrentar as lacunas de saúde expostas e ampliadas pela Covid-19. Também explora os diversos componentes necessários para fornecer sistemas de saúde inclusivos e resilientes, incluindo uma força de trabalho de saúde qualificada, financiamento adequado e, crucialmente, liderança e governação. Por fim, o artigo sublinha a necessidade de uma perspetiva mais ampla dos direitos sociais. É preciso prestar atenção urgente aos determinantes sociais da saúde (proteção social, ambiente de vida adequado, educação e condições de emprego), pois a pandemia demonstrou o quanto as desigualdades sociais, profundamente incorporadas, resultam em maiores riscos para a saúde nos grupos afetados.

"O documento pretende ser uma ferramenta para ajudar os governos a enfrentar a urgência de construir sistemas de saúde mais inclusivos e resilientes", disse a comissária. "Apesar de os Estados-membros do Conselho da Europa terem alguns dos sistemas de saúde e assistência social de melhor desempenho do mundo, as desigualdades em saúde vêm crescendo e causando custos sociais, humanos e económicos significativos para indivíduos e sociedades."

Mesmo antes da pandemia as disparidades no acesso à assistência à saúde com base na idade, sexo, deficiência, minoria ou histórico socioeconómico, eram frequentes. "A pandemia Covid-19 agravou essa situação, expondo tragicamente as fraquezas dos sistemas de saúde, em tensão por anos de austeridade, dificuldades económicas e negligência", disse o comissário. "Os Estados-Membros devem redobrar seus esforços para eliminar as desigualdades em saúde e reconstruir uma sociedade onde as infraestruturas de saúde pública estejam bem equipadas, a dignidade e os direitos dos pacientes sejam centrais e onde os profissionais de saúde sejam tratados de acordo com os serviços cruciais que prestam aos indivíduos e à sociedade."

Para ajudar os Estados a alcançar esse objetivo, a Comissária estabelece doze recomendações, incluindo uma cobertura universal de saúde, mais igualdade e dignidade para os pacientes, a promoção da transparência e da responsabilização na tomada de decisões relevantes, melhores políticas de comunicação em saúde e medidas para garantir uma distribuição global equitativa de produtos médicos e vacinas. A Covid-19 nos mostrou que o direito à saúde não pode ser protegido apenas a nível individual ou nacional. Sistemas eficazes e solidariedade global são necessários para garantir que ninguém fique para trás.

"A saúde é um direito humano, não uma mercadoria", concluiu a comissária. "Os Estados devem agir agora no seu dever de garantir o melhor padrão de saúde física e mental para todos."

Quebra de cuidados no SNS continua
Em 2020 houve menos 11,4 milhões de contactos presenciais médicos e de enfermagem nos centros de saúde do que em 2019. Estes...

Nos cuidados de saúde primários, a redução de consultas médicas presenciais foi de 38%, enquanto nos contactos presenciais de enfermagem a quebra foi de 18%. Já os contactos médicos não presenciais duplicaram de 2019 para 2020, passando de 9,1 milhões para 18,5 milhões

A análise feita pela consultora MOAI para o Movimento Saúde em Dia permite perceber que no ano passado houve, em termos absolutos, menos 7,8 milhões de consultas médicas presenciais nos centros de saúde e uma diminuição de 3,6 milhões nos contactos presenciais de enfermagem.

A quebra acentuada de cuidados médicos presenciais sentiu-se também a nível hospitalar, com menos 3,4 milhões de contactos em 2020, entre consultas, cirurgias e urgências.

Os episódios de urgência reduziram-se 31%, as consultas externas tiveram uma diminuição de 11% e as cirurgias de 18%.

O panorama mantém-se na análise aos meios complementares de diagnóstico e terapêutica, onde os dados só estão disponíveis até final de novembro de 2020. Ainda assim, globalmente, foram realizados em 2020 menos um quarto dos exames e análises. A redução em números absolutos de meios complementares é impressionante: menos 25 milhões de atos realizados. Só na Medicina Física e de Reabilitação, foram feitos menos 12,4 milhões de atos do que em 2019.

A realização de rastreios a doenças oncológicas foi também claramente afetada. Em 2020, temos mais 169 mil mulheres com rastreio ao cancro da mama por realizar, mais 140 mil mulheres com o rastreio ao cancro do colo do útero por realizar, e mais 125 mil portugueses sem rastreio ao cancro do cólon e reto.

A análise destes dados foi feita pela MOAI Consulting para o Movimento Saúde em Dia, através de dados recolhidos no Portal da Transparência do Serviço Nacional de Saúde (SNS), comparando todos os doze meses de 2020 com os de 2019.

O Movimento Saúde em Dia tinha já apresentado dados dos primeiros dez meses do ano passado.

O Movimento Saúde em Dia foi criado pela Ordem dos Médicos e pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, em parceria com a Roche. Este Movimento pretende alertar para a importância de olhar para o conjunto de todas as doenças, além da Covid-19, não descurando os cuidados de saúde necessários.

O Movimento Saúde em Dia volta a recordar que é fundamental manter a sua saúde sob vigilância. "Não mascare a sua saúde!"

Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral lança campanha
A Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV) está a promover uma campanha de consciencialização para a...

Esta iniciativa está disponível nas redes sociais através de um vídeo informativo e tem como principal objetivo alertar para a importância de se conhecerem os sinais e as medidas preventivas desta doença.

Para Nuno Neves, ortopedista e presidente da SPPCV, “esta campanha digital pretende informar a população sobre os sintomas, os fatores de risco e as formas de prevenção desta doença, que apesar de surgir devido a uma predisposição genética individual, pode ter outros fatores que para ela contribuem. A obesidade, o tabagismo,  a ocupação profissional (vibração provocada em trabalhadores que usam martelos pneumáticos ou uma sobrecarga mantida no transporte de pesos) e a falta de exercício físico são os principais.”

E acrescenta: “esta doença resulta do processo de desgaste entre as vértebras da coluna. Um dos sintomas mais comuns são as dores nas costas, especialmente na parte inferior, e a redução da capacidade de realizar movimentos básicos do dia-a-dia, tais como caminhar e sentar-se. A probabilidade dos sintomas se intensificarem aumenta com a realização dos esforços físicos e a permanência na mesma posição por longos períodos. Em casos mais graves podem provocar dores tipo ciática, formigueiros e dificuldade em andar”.

A espondilartrose, também conhecida por espondilose, está intimamente associada ao envelhecimento, estimando-se que após os 40 anos mais de 80 por cento da população evidencie algum grau de desgaste dos discos intervertebrais e de artrose nos exames radiológicos. Para atenuar os sintomas, recomenda-se que seja controlado o peso, mantendo um estilo de vida saudável e ativo, com exercício físico regular  e que sejam evitados esforços desnecessários.

 

 

Balanço de atividade
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e os seus parceiros no Sistema Integrado de Emergência Médica viram a sua...

De acordo com os dados hoje divulgados, entre os dias 8 e 14 de fevereiro, foram transportados 3.403 utentes com suspeita de infeção com o SARS-CoV-2.

Ao todo, já foram efetuados, desde o início da pandemia, 121.379 transportes de utentes às diversas unidades hospitalares do país. Segundo o INEM, um caso suspeito de Covid-19 corresponde a qualquer situação de falta de ar (dispneia) triada pelos Centros de Orientação de Doentes Urgentes.

Na semana em análise também foi possível verificar um decréscimo na atividade das Equipas de Enfermagem de Intervenção Primária, tendo sido realizadas 634 colheitas para análise.

Apesar da diminuição dos números da atividade do INEM e dos seus parceiros no âmbito do combate à Covid-19, o INEM relembra que é importante manter presentes as medidas preconizadas pela Direção-Geral da Saúde para travar e prevenir um novo aumento de casos.

O distanciamento físico, o uso de máscara de proteção, a lavagem frequente e correta das mãos e a adoção de etiqueta respiratória são fundamentais para travar a pandemia, sublinha.

 

No âmbito da presidência portuguesa da União Europeia
O Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde vai coordenar cerca de 20 reuniões técnicas com os Estados...

“Pretendemos trabalhar ao nível dos vários grupos que vamos coordenar, com perfis técnicos e estratégicos, e abordar o reforço da autonomia da própria União Europeia, identificando propostas concretas para a reforçar as cadeias de fornecimento”, afirmou Rui Santos Ivo, Presidente Infarmed.

Relativamente às prioridades da presidência portuguesa da União Europeia na área dos medicamentos, Rui Santos Ivo adiantou que Portugal pretende, assim, contribuir para soluções concretas que reforcem o papel dos países em áreas em que a pandemia da Covid-19 “veio dar mais visibilidade”, como é a disponibilidade de medicamentos e dispositivos médicos.

 

Consultas e Cirurgias não programadas
A diminuição de internamentos por Covid-19 está a levar alguns hospitais a pensar na retoma da atividade assistencial não...

Desde a última semana que os hospitais têm estado a libertar camas antes dedicadas à Covid-19. O Hospital de Braga, por exemplo, conta atualmente com 75 doentes Covid-19, um número que fica distante dos 190 registados há três semanas e que permite agora colocar o foco na recuperação de consultas e cirurgias.

De acordo com o Presidente do Conselho de Administração, João Porfírio Oliveira, o número de doentes Covid-19 internados em enfermaria “desceu drasticamente”, o que já permitiu “desmobilizar algumas unidades” e “reverter algumas alterações” que tinham sido feitas para acudir ao pico da pandemia.

“Estamos a libertar espaços e profissionais para recuperar consultas e a atividade cirúrgica convencional, que é agora o nosso principal foco”, acrescentou.

Também os Hospitais do Oeste estimam retomar consultas e cirurgias não programadas já em março.

De acordo com a administradora, Elsa Baião, o CHO está a avaliar se consegue retomar as consultas e as cirurgias não programadas em março, apesar de reconhecer que “ainda há um grande número de profissionais afetos às áreas Covid” nos hospitais de Torres Vedras e Caldas da Rainha.

A retoma da atividade assistencial não programada decorre de uma menor procura às urgências e de uma diminuição do internamento de doentes com Covid-19, registadas desde o dia 10 de fevereiro.

A capacidade de internamento para doentes infetados pela Covid-19 baixou de 142 para 129 camas nos dois hospitais de Torres Vedras e Caldas da Rainha, à medida que foram sendo desocupadas.

Hospital de São João restabelece áreas «mais críticas» de atividade

O Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto, encontra-se restabelecer as áreas “mais críticas” de atividade não Covid-19, à medida que o internamento de doentes com SARS-CoV-2 vai diminuindo.

De acordo com o CHUSJ, a retoma da atividade está a ser feita “nas áreas mais críticas”, como oncologia, cardiovascular, neurovascular e hemato-oncologia, mas também nas áreas cirúrgicas.

Segundo o CHUSJ, as consultas externas, o hospital de dia e a cirurgia de ambulatório “mantiveram uma atividade próxima da expectável, de forma a não penalizar os doentes”.

“Ao contrário da 1.ª vaga, há um ano, em que a atividade foi toda suspensa, nestas 2.ª e 3.ª vagas fomos capazes de assegurar uma resposta robusta e competente aos doentes não Covid-19, que sempre foram uma preocupação do hospital”, assegurou o CHUSJ, acrescentando que procurou “estar sempre um passo à frente da pandemia”.

Dados DGS
Portugal registou, nas últimas 24 horas, 105 mortes e 1.944 novos casos de infeção por Covid-19. O número de doentes internados...

Segundo o boletim divulgado, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 56 das 105 mortes registadas em todo o País. Seguem-se as regiões norte com 20 e centro com 17. No Alentejo, assim como no Algarve, há seis mortes a lamentar.

Quanto aos arquipélagos, não há registo de mortes desde o último balanço.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 1.944 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 969 novos casos e a região norte 489. Desde ontem foram diagnosticados mais 287 na região Centro, no Alentejo 59 casos e no Algarve mais 56. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 68 infeções e no dos Açores 16.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 3.819 doentes internados, menos 318 que ontem. Também as unidades de cuidados intensivos registaram uma descida, com menos 31 doentes internados. Atualmente, estão em UCI 688 pessoas.

O boletim desta quinta-feira mostra ainda que, desde ontem, 4.401 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 687.462 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 89.613 casos, menos 2.562 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância também menos 7.128 contactos, estando agora 107.553 pessoas em vigilância.

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