Investigação
Um estudo internacional liderado pela Universidade de Coimbra (UC) revela que o recetor da grelina, uma hormona reguladora do...

Liderado por Ana Luísa Carvalho, docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), e por Luís Ribeiro, do CNC, o estudo acaba de ser publicado na revista Science Signaling. A equipa integra outros investigadores do CNC (Mário Carvalho e Tatiana Catarino são também autores principais do estudo) e ainda do Centro de Biologia Molecular "Severo-Ochoa" e Universidade Autónoma de Madrid (Espanha) e do Instituto Interdisciplinar para a Neurociência da Universidade de Bordéus (França).

Com o objetivo de compreender em que medida as hormonas com uma função no metabolismo regulam a função sináptica (que assegura a comunicação entre neurónios essencial à formação de memórias), este estudo consistiu em investigar "se, na ausência da hormona estimuladora, a atividade constitutiva (basal) do recetor da grelina é relevante para a formação de memórias, e se tem impacto nos mecanismos moleculares envolvidos nessa formação", indica Ana Luísa Carvalho.

Ou seja, simplifica a docente e investigadora, sabendo-se que este recetor poderia ter alguma atividade na ausência da hormona, "a designada atividade constitutiva, que é regulada, por exemplo, pelo nível de saciedade do indivíduo, a nossa investigação centrou-se em observar essa atividade em neurónios, o que nunca tinha sido realizado até agora, e em perceber a sua relevância para os mecanismos moleculares de formação de memórias".

Combinando metodologias in vitro e in vivo, onde se incluem estudos de comportamento animal (estudo com murganhos), estudos de imagiologia celular (por exemplo, análises em células

vivas de mobilidade intracelular de moléculas) e estudos bioquímicos, os cientistas descobriram que "a atividade constitutiva do recetor da grelina em neurónios do hipocampo é significativa, e que contribui para a regulação tónica do tráfego celular de recetores do glutamato do tipo AMPA e para os mecanismos de plasticidade sináptica, e que suporta a formação de memórias", afirma a coordenadora do estudo. "Nas experiências realizadas, quando a atividade constitutiva do recetor da grelina foi bloqueada observaram-se alterações na memória dos animais", salienta.

Este estudo "identifica a atividade basal de um recetor membranar (cujos níveis e atividade são dependentes do estado interno do indivíduo) como reguladora da formação de memórias. O recetor em causa – o recetor da grelina – tem os seus níveis e atividade basal regulados pelo estado de saciedade do indivíduo, e nós verificámos que essa atividade é importante na capacidade de formar novas memórias e nos mecanismos subjacentes. Fármacos que bloqueiam a atividade constitutiva do recetor são considerados possibilidades terapêuticas em algumas doenças metabólicas, por exemplo, mas é importante ter em conta que poderão ter efeitos secundários ao nível da memória", esclarece a docente da FCTUC e investigadora do CNC.

O estudo foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional através do programa BrainHealth 2020.

7º Seminário de Oncologia Pediátrica
Como está o diagnóstico, tratamento e sobrevivência das crianças e adolescentes com doença oncológica em tempo de Covid-19?...

“Num cenário de tanta incerteza há uma coisa que sei: em Portugal continuamos a ter todos os dias, pelo menos, uma família confrontada com o diagnóstico de cancro de um filho. São cerca de 400 casos diagnosticados todos os anos. Famílias estas que, neste tempo de pandemia, se encontram ainda mais vulneráveis e preocupadas com o bem-estar dos seus filhos. É para estas famílias que estamos a trabalhar hoje, em fase de pandemia, e é para estas famílias que vamos continuar a trabalhar depois,” começa por explicar Cristina Potier, diretora-geral da FROC. “É a necessidade de informar e esclarecer estas famílias que nos leva a organizar estes seminários anualmente. Este ano num formato online mas com o mesmo objetivo: esclarecer, através de profissionais e peritos credíveis, e através de partilha de testemunhos.” 

O primeiro grande tema em destaque é o diagnóstico, tratamento e sobrevivência de crianças e adolescentes com doença oncológica em tempo de pandemia onde através dos seus diretores será explicada a forma como se adaptaram os vários hospitais serviços de oncologia pediátrica do país. “Contaremos também com a visão do lado das famílias, através da Associação Acreditar, e de um testemunho de uma mãe,” acrescenta Cristina Potier.

A importância de brincar e dos momentos lúdicos é o segundo tema em destaque e, como explica Cristina Potier: “Este é um tema fundamental durante as várias fases do tratamento da criança ou adolescente. Teremos também presente neste painel a Maria de Jesus Moura, diretora da Unidade de Psicologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil a dar o um testemunho de alguns projetos de carácter lúdico presentes nos serviços de oncologia pediátrica em Portugal.”

Neste seguimento, o terceiro tema a ser abordado é a realidade das aulas à distância porque “é um desafio encontrar formas e estratégias de motivar as crianças, os seus familiares e os próprios professores para o ensino online. Apesar de todos os serviços de oncologia pediátrica terem professores destacados, a realidade das aulas à distância é uma realidade para as crianças com doença oncológica já há muito tempo, apesar da resposta nem sempre ser a melhor. O objetivo deste painel é falar sobre a forma de motivar crianças, famílias e professores para a realidade do ensino online e tirarmos todos o melhor partido dela,” acrescenta Cristina Potier. Neste painel destaca-se a presença do psicólogo Eduardo Sá, e de professoras, Magda Cabral, do IPO de Lisboa, e Mafalda Lapa, de uma escola secundária dos arredores de Lisboa.

Os vários painéis terão sempre a partilha de testemunhos de pais ou sobreviventes.

“Neste seminário teremos uma realidade diferente'', continua a explicar Cristina Potier que “em vez de termos os participantes num auditório, estarão em casa, ou no hospital, com os filhos. Por isso criámos vários momentos lúdicos direcionados para as próprias crianças, como a hora do conto, pela Livros Horizonte, Nuvem Vitória, uns momentos de animação com a Operação Nariz Vermelho, entre outros.”

Por último, “mas não menos importante”, haverá ainda tempo para falar das atualizações em investigação na área de oncologia pediátrica, com Isabel Oliveira da Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica e Ximo Duarte, Pediatra no Serviço de Pediatria do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil.

No decorrer do seminário serão apresentados os vencedores e menções honrosas, da 5ª edição do Prémio Rui Osório de Castro/Millennium BCP, que apoia, com o valor de 15.000€, projetos que promovem a melhoria dos cuidados prestados a crianças com doença oncológica.

“É um seminário aberto a todos pois, apesar do programa ser sempre criado a pensar nas famílias, qualquer pessoa poderá participar, como voluntários, estudantes, profissionais de saúde, assistentes sociais e profissionais de outras organizações sociais que trabalham na área” termina a diretora-geral da FROC.

Especialista em Medicina de Reprodução
Desde o início da pandemia que muitas mulheres se questionam se é seguro engravidar.

Sublinha, porém, que “em qualquer caso não podem ser descuradas as medidas de prevenção instituídas, como a higienização das mãos, o distanciamento físico e o uso de máscara”. Na sua opinião, a mensagem que os médicos e outros profissionais de saúde devem passar às mulheres e aos casais é de tranquilidade e segurança. “Até ao momento nenhuma sociedade científica desaconselhou a gravidez devido à pandemia. Os estudos internacionais e interdisciplinares já realizados confirmam que a gravidez não é um fator de risco para a doença, mas sim a idade e a existência prévia de doenças cardiovasculares, diabetes, doenças respiratórias ou renais e obesidade, entre outras”, explica a especialista.

Catarina Godinho frisa que as mulheres grávidas podem passar pela doença de forma leve ou assintomática, como acontece com a maioria da população. E acrescenta que não está demonstrado cientificamente que a infeção por SARS-CoV-2, durante a gravidez, esteja associada a uma maior incidência de problemas médicos ou obstétricos.

No entanto, nota que os fatores de risco durante a gravidez como hipertensão arterial crónica, obesidade e diabetes gestacional podem agravar-se num eventual quadro de infeção por Covid-19. Mas salienta que, a existirem estas condições associadas, a mulher é considerada grávida de risco e tem todo o acompanhamento previsto no protocolo médico instituído para estes casos.

Quanto à possibilidade de as mulheres grávidas com Covid-19 poderem transmitir o vírus ao feto ou ao recém-nascido refere que é uma situação muito rara. “O vírus propaga-se sobretudo por contacto próximo de gotículas respiratórias. No caso dos fetos e dos recém-nascidos ainda estão a ser investigadas outras eventuais vias de transmissão vertical antes, durante e após o parto”, afirma.

Por outro lado e de acordo com a médica, existem casos reportados de nascimentos prematuros em grávidas infetadas com Covid-19, mas não há dados disponíveis que comprovem de forma inequívoca a relação entre a infeção e a prematuridade. “Outras infeções virais respiratórias que ocorrem durante a gravidez, como a gripe, têm sido associadas a complicações neonatais, incluindo baixo peso ao nascer e prematuridade.

No caso da COVID-19 essa relação não está estabelecida. Portanto, o melhor é tomar todas as precauções, para prevenir este ou outros vírus”, alerta Catarina Godinho. Considera, por isso, “importante controlar a ansiedade durante a gravidez e evitar deslocações desnecessárias ao médico. Acrescenta ainda que a mulher deve tentar manter a tranquilidade no momento do parto”.

Explica que, embora o protocolo seja diferente em cada um dos hospitais e das clínicas, são efetuados testes no momento da admissão, além de outras medidas preventivas como o uso de máscara e a desinfeção de mãos e espaços, “pelo que o foco deve estar naquele momento especial que é o nascimento do bebé”.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Balanço
Os hospitais públicos da região Centro têm uma taxa de ocupação nos cuidados intensivos dedicados à Covid-19 de 75%, avançou a...

De acordo com a ARS do Centro, “a taxa de ocupação nas enfermarias Covid nos hospitais da região é de 72% e na UCI [Unidade de Cuidados Intensivos] Covid é de 75%” nos hospitais públicos da área de influência desta ARS.

A ARS Do Centro adianta que, até às 24:00 de segunda-feira, estavam “internados com Covid-19 1.029 pessoas, sendo 892 em enfermaria e 137 em Unidade de Cuidados Intensivos, e, destes, 85 ventilados”.

Na região, que abrange hospitais públicos dos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu, a ARS Centro contabilizou “17 óbitos em meio hospitalar”.

A ARS registou 92 admissões hospitalares e 133 altas, “130 de enfermaria covid e três da UCI covid”, em todos os hospitais da região.

 

 

Combate à Covid-19
A Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou a utilização de emergência de duas versões da vacina Oxford-AstraZeneca no combate...

O Diretor-Geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse em conferência de imprensa, esta aprovação permite agora que as vacinas sejam lançadas a nível mundial através do COVAX, o mecanismo que a OMS criou para uma distribuição equitativa de vacinas para combater o novo coronavírus.

Uma das versões é produzida pela AstraZeneca-SKBio, na Coreia do Sul, e a outra pelo Instituto Serum Institute da Índia. Embora a vacina seja a mesma, as versões são feitas em unidades de produção diferentes, exigindo aprovações separadas. 

O Diretor-Geral realçou que o processo foi concluído em menos de um mês, desde que a OMS recebeu os dossiers completos dos fabricantes, e explicou que as duas vacinas se juntam a outra que já tinha sido aprovada, da Pfizer-BioNTech.

“Dispomos agora de todas as peças para a rápida distribuição de vacinas. Mas ainda precisamos de aumentar a produção”, disse na conferência de imprensa, destacando que, pela quinta semana consecutiva, o número de casos de Covid-19 a nível mundial está a diminuir, com a semana passada a registar o número mais baixo de novas infeções desde outubro de 2020.

Até agora, explicou o responsável, o número de casos comunicados semanalmente diminuiu quase para metade, de mais de cinco milhões de casos na semana que começou a 4 de janeiro para 2,6 milhões de casos na semana com início a 8 de fevereiro.

Tal demonstra que na pandemia de Covid-19 as medidas simples de saúde pública funcionam, mesmo na presença de variantes do vírus, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, adiantando que o importante agora é a forma como os países respondem a esta tendência, porque “o incêndio não está apagado, apenas o seu tamanho foi reduzido”.

 

Portal
Segundo o Presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Luís Goes Pinheiro, até às 14 horas do dia 15 de...

Destes, explicou Luís Goes Pinheiro, “2.347 utilizadores aproveitaram para atualizar os seus dados e apenas 39 utilizadores sinalizaram que não tinham número do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e deixaram os seus dados para poderem ser trabalhados posteriormente”.

Luís Goes Pinheiro sublinhou que a solução que já está a ser adotada dispensa a validação de todos os elementos do nome completo, um dos requisitos para a consulta online das listas da primeira fase de vacinação, além do número de utente do SNS e da data de nascimento.

“Caso não constem, surgirão uma série de recomendações sobre os comportamentos que devem adotar se considerarem que reúnem condições para constar desta lista”, acrescentou o responsável, assegurando que “as pessoas com mais de 80 anos e inscritas no SNS podem estar tranquilas, porque fazem garantidamente parte das listas” e aconselhando nova consulta no final da semana, quando as “dificuldades seguramente já estarão ultrapassadas”.

 

Confirmados pelo INSA
A SYNLAB detetou novos casos da mutação da variante sul-africana do SARS-CoV-2 em Portugal. A confirmação foi efetuada ontem...

A variante sul-africana apresenta mutações em dois genes e só é detetada em amostras de doentes positivos para Covid-19, através de uma tipologia de teste RT-PCR desenvolvido pela SYNLAB e dirigido aos genes mutados. É conhecida por atingir os pacientes mais jovens e por ser mais resistente a anticorpos. O primeiro caso identificado em Portugal ocorreu em dezembro, também pela SYNLAB, num viajante. Até à data, o laboratório já detetou quatro casos em território nacional.

Para Laura Brum, diretora clínica da SYNLAB, “estas novas descobertas resultam da evolução do vírus que se vai adaptando, até às vacinas, e cria mutações que o tornam mais transmissível. Vamos continuar a trabalhar na identificação de variantes do SARS CoV-2, em colaboração com as autoridades de saúde e o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Temos capacidade para realizar a sequenciação do genoma (NGS), pelo que podemos participar ativamente no processo de confirmação.”

A SYNLAB é o laboratório que efetua todos os testes Covid-19 (PCR e antigénios) nos aeroportos de Portugal, com unidades instaladas na zona das partidas (dedicadas a passageiros que necessitam de teste Covid-19 para embarcar) e na zona das chegadas (dedicadas a passageiros que chegam sem teste Covid-19 negativo). Foi aqui que o laboratório identificou, também em dezembro do ano passado, uma mutação na variante do Reino Unido que está associada à falha na deteção do gene “S”, um dos quatro genes que podem ser usados como alvo no teste PCR. A SYNLAB processa diariamente centenas de amostras por esta técnica de forma a detetar a variante inglesa e acompanhando os dados de frequência desta variante.

 

Tratamentos dentários
No âmbito do 15ª aniversário, a clínica S. Tiago Medical Center criou o projeto “Voltar a Sorrir”, que tem como objetivo...

Com a possibilidade de ser uma reabilitação oral parcial ou total, os tratamentos são destinados a pessoas que residem na região geográfica da clínica e para que haja honestidade e clareza na seleção dos candidatos, a escolha é da responsabilidade de cada empresa que foi convidada a colaborar e que aceitou integrar este projeto.

Bi-Silque, Central Lobão, Molaflex, Lusotufo e Valmet são algumas das empresas que se uniram ao projeto “Voltar a Sorrir” e selecionaram entre os seus colaboradores 12 dos casos, sendo que os restantes 3, são casos sociais identificados pela clínica S. Tiago Medical Center.

“Voltar a Sorrir” é uma iniciativa que vai mudar a vida de cada colaboradora e suas famílias, mas para isso acontecer é importante estabelecer sinergias, por essa razão a clínica S. Tiago Medical Center estabeleceu uma parceria com a Zircon Medical, uma multinacional de implantes cerâmicos Patent.

O projeto “Voltar a Sorrir” arrancou no início de janeiro e terminará em julho de 2021, altura em que serão divulgados todos os casos já reabilitados. Todas as histórias podem ser acompanhadas nas redes sociais da clínica S. Tiago Medical Center – Facebook e Instagram e, também, no Jornal de Notícias.

 

Mas máscaras cirúrgicas devem ser usadas em locais frequentados
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) não recomenda o uso obrigatório de máscaras respiratórias (FFP2) ou...

Segundo o relatório divulgado hoje pelo ECDC, “as provas científicas muito limitadas relativas ao uso de máscaras respiratórias na comunidade não apoiam o seu uso obrigatório em vez de outros tipos de máscaras faciais”. Deste modo, o ECDC não se manifesta contra as comunitárias, dizendo antes que “em áreas com transmissão comunitária da covid-19, recomenda-se o uso de máscara facial médica ou não médica em espaços públicos fechados […] ou em ambientes exteriores frequentados”.

No entanto, aconselha a que os cidadãos suscetíveis de ter uma doença severa relacionada com a covid-19, como idosos ou pessoas com outros problemas de saúde, usem “máscaras faciais médicas como meio de proteção pessoal nos cenários acima mencionados”, isto é, espaços frequentados.

A agência europeia de saúde pública sugere também o uso de máscaras cirúrgicas no seio de agregados familiares em que existam “pessoas com sintomas de covid-19 ou que testaram positivo”, tanto para estas como para os restantes membros do agregado.

No documento, a agência europeia adverte mesmo para as “dificuldades em assegurar a adequada adaptação e utilização em ambientes comunitários” das máscaras FFP2, bem como para os seus “potenciais efeitos adversos relacionados com uma menor respirabilidade”.

O relatório refere que a utilização de máscaras faciais “deve complementar e não substituir outras medidas preventivas, tais como distanciamento físico, permanência em casa quando doente, teletrabalho se possível, etiqueta respiratória, higiene meticulosa das mãos e evitar tocar no rosto, nariz, olhos e boca”.

De acordo com a ECDC, “o uso adequado de máscaras faciais e a promoção do cumprimento do seu uso quando recomendado como medidas de saúde pública são fundamentais para a eficácia das medidas”.

Publicada na revista Nature
O investigador João Oliveira, do ICVS da Escola de Medicina da Universidade do Minho, é a cara portuguesa na Declaração de...

Esta declaração traz um novo olhar para as neurociências e para o estudo dos astrócitos, as células mais comuns no nosso sistema nervoso central e que alimentam os neurónios.

Nos últimos tempos, grupos de investigação dedicaram-se a estratificar os astrócitos em dois grandes tipos: protetor ou tóxico. A declaração de consenso agora assinada deixa cair esta dicotomia, passando a investigação a centrar-se nestas células de forma mais abrangente olhando para a estatística de forma multivariada.

Para João Oliveira, “em termos práticos, a investigação fundamental e clínica vai ser beneficiada uma vez que vamos conseguir perceber melhor o papel destas células, que podem ser boas numa primeira etapa e má na progressão da doença, ou vice-versa, em cada fase de doenças como o parkinson, alzheimer ou depressão”.

“A partir deste momento não vamos andar à procura de apenas dois estados, porque não é assim tão simples e, se simplificarmos, podemos perder muita coisa no meio. Vamos olhar para o astrócito como uma célula muito dinâmica que pode desempenhar vários papéis no decorrer de cada uma das doenças em que pode estar envolvida. Ao sair da visão dicotómica, vamos ter uma visão mais alargada para conseguirmos perceber melhor esse papel”, conclui o investigador.

Os astrócitos são células extremamente ramificadas e essa estrutura altera-se ligeiramente em condições normais, mas sobretudo em contexto de doença. Um dos padrões mais clássicos destas células é quando há um surto, os seus ‘braços’ engrossam e estendem-se mais, a chamada reatividade morfológica. Esta reatividade morfológica é acompanhada pela libertação de uma série de moléculas que vão sinalizar que algo se passa. Os astrócitos vão receber sinais a dizer ‘está aqui alguma coisa estranha a acontecer’, e vão emitir sinais às células vizinhas a dizer ‘ataca’ para tentar resolver o problema.

 

 

 

 

Iniciativa sensibilização para o AVC
O Carnaval está a chegar e a pandemia da COVID-19 não deve ser motivo para que este não seja celebrado. Durante a próxima...

Para participar, basta tirar uma fotografia a usar uma máscara de super-herói e partilhá-la nas suas redes sociais com a hashtag #FastHeroesRecord, não esquecendo a identificação das contas oficiais da Fast Heroes de Portugal (Instagram e Facebook). Se não tiver nenhuma máscara, pode imprimir e recortar a sua aqui.

Além deste desafio, está ainda em vigor uma campanha que pretende chegar ao maior número de pessoas a nível mundial e continuar a educar as famílias. Para isso, o objetivo é chegar a um Recorde Mundial oficial, criando o maior álbum de fotos online de pessoas com máscaras de super-heróis. Como tal, todas as fotografias partilhadas durante a próxima semana podem servir para um bem ainda maior. Para isso, basta aceder ao site oficial e enviar as fotografias que quiser, desde que sejam todas diferentes.

Jan Van Der Merwe, responsável pela campanha FAST Heroes refere que “agora, mais do que nunca, torna-se crucial estimular as crianças, incentivando-as a aprender enquanto se divertem. Este desafio tem como objetivo assinalar uma data adorada por tantas crianças enquanto salvaguardamos a futura segurança dos seus avós”.

Atualmente, o AVC continua a ser uma das principais causas de morte em Portugal, sendo também a principal causa de morbilidade e de potenciais anos de vida perdidos do conjunto de doenças cardiovasculares. Muitas das vezes, isto significa a perda de um dos avós para mais uma criança devido a consequências que podem ser evitadas se os doentes conseguirem chegar ao hospital e receber o tratamento adequado a tempo.

Este desafio surge então a propósito da iniciativa “Fast Heroes 112”, que tem como objetivo alertar para a importância de atuar o mais rapidamente em caso de AVC, evitando desfechos mais negros. No entanto, os doentes-alvo do AVC são maioritariamente pessoas com cerca de 70 anos, o que dificulta o alcance das campanhas de sensibilização.

“Para contrariar isto, a campanha incentiva as crianças entre os 5 e os 9 anos a tornarem-se em veículos de educação para os restantes familiares relativamente aos sintomas desta doença e à necessidade de uma ação rápida. Com a preciosa ajuda dos mais pequenos, o objetivo passa então por evitar que os doentes de AVC cheguem demasiado tarde ao hospital, uma vez que esta é a patologia mais suscetível de ser prevenida.” reforça Jan Van Der Merwe.

A iniciativa foca-se em três super-heróis reformados que têm um superpoder que ajuda a recordar os sintomas mais comuns do AVC, os 3 F’s: FACE que começa a descair de um lado, um braço que subitamente perde a FORÇA e não conseguir Falar nem duas palavras.

A iniciativa foi desenvolvida em parceria com o Departamento de Políticas Educativas e Sociais da Universidade da Macedónia e conta com o apoio da Organização Mundial de AVC, da Sociedade Portuguesa do AVC e da Iniciativa Angels. Os materiais estão já disponíveis em várias línguas, incluindo o Português, sendo que a inscrição das crianças pode ser feita por um familiar ou educador em https://pt-pt.fastheroes.com/involve-a-child/.

Boletim Epidemiológico
Portugal registou, nas últimas 24 horas, 90 mortes e 1.303 novos casos de infeção por Covid-19. O número de doentes internados,...

Segundo o boletim divulgado, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 48 das 90 mortes registadas em todo o País. Seguem-se as regiões norte com 18 e centro com 15. No Alentejo há 3 mortes a lamentar e no Algarve seis.

Quanto aos arquipélagos, não há registo de mortes desde o último balanço.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 1.303 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 779 novos casos e a região norte 288. Desde ontem foram diagnosticados mais 98 na região Centro, no Alentejo 70 casos e no Algarve mais 30. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 38 infeções e no dos Açores não há registo de novos casos.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 4.832 doentes internados, mais oito que ontem. Já as unidades de cuidados intensivos têm atualmente mais 784 doentes, menos 11 desde o último balanço.

O boletim desta segunda-feira mostra ainda que, desde ontem, 3.538 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 668.854 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 102.794 casos, menos 2.325 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância também menos 7.881 contactos, estando agora 131.521 pessoas em vigilância.

Balanço
A Ministra da Saúde, Marta Temido, fez, esta segunda-feira, um ponto da situação sobre o Plano de Vacinação contra a covid-19,...

Marta Temido disse em conferência de imprensa que 2,02% da população portuguesa já foi vacinada contra o novo coronavírus, incluindo, profissionais de saúde, residentes e profissionais em lares, profissionais de serviços essenciais e alguns titulares de órgãos de soberania.

Há ainda mais 300 mil portugueses com a primeira toma. Entre eles está a própria ministra da Saúde, que foi vacinada esta segunda-feira.

Marta Temido adiantou ainda que Portugal vai administrar mais 140 mil doses esta semana, sendo que hoje chegaram doses da vacina da Pfizer e chegam mais no final da semana, mas da AstraZeneca.

O país estima receber 2,5 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 até ao final do primeiro trimestre, em vez dos 4,4 milhões de doses previstos inicialmente. “Não está totalmente confirmado e vai sendo confirmado semana a semana com os dados das empresas”, assinalou a ministra da Saúde, após a reunião com a task-force responsável por delinear o plano de vacinação contra a Covid-19.

 

PCR ou antigénio
A Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, estimou, numa entrevista ao jornal Público, que Portugal possa chegar aos 100 testes...

“Se conseguíssemos manter durante dois ou três meses cerca de 70 mil a 80 mil testes, seria bom. A média foi de 51 mil em janeiro e um bocadinho mais baixa em fevereiro, 41 mil”, afirmou, acrescentando que “estima-se que se possam realizar diariamente cerca de 100 mil testes, quer PCR, quer testes rápidos de antigénio”.

Esta é uma estratégia, referiu, para manter “pelo tempo que for considerado pertinente, em função da evolução da epidemia”.

Sobre a questão da testagem, a especialista em saúde pública lembrou que “a DGS tem muitos consultores” e “um dos temas que é regularmente revisitado é o da testagem”.

“Testámos bastantes pessoas em janeiro. Atingimos um valor que foi de cerca de 77 mil testes num dia. Na nossa estratégia, uma das propostas neste momento é o que se pode chamar um rastreio oportunístico — uma pessoa vai a um centro de saúde ou uma unidade de saúde por outro motivo qualquer e o seu médico ou a sua enfermeira [podem] dizer-lhe se quer fazer um teste. Isto vai permitir identificar alguns casos positivos, que serão poucos, mas sobretudo perceber o que se está a passar por debaixo desta baixa incidência. Mas temos o problema dos falsos negativos, porque se não houver carga viral suficiente, um teste pode dar negativo”, explicou.

Na mesma entrevista, a Diretora-Geral da Saúde avançou também que houve uma redução substancial no número de inquéritos epidemiológicos em atraso no país. “Face à pressão verificada em janeiro, as equipas de saúde pública foram reforçadas com profissionais de diversas áreas”, adiantou, reforçando que, simultaneamente, foram adotadas metodologias de trabalho que garantiram a elaboração de inquéritos de forma mais célere. Na quinta-feira, dia 11 de fevereiro, foram concluídos mais 5607 inquéritos epidemiológicos, estando assim por finalizar 4244.

 

80% dos casos eram do sexo masculino
O ano passado, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) encaminhou 696 casos de Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM) para...

Em 72,4% dos casos, decorreram menos de duas horas entre o início dos sinais e sintomas e o contacto com o INEM, feito através do 112, enquanto que em 22,4% dos casos o processo foi efetuado entre as duas e as 12 horas de evolução da sintomatologia. Já em 5% dos casos, decorreram mais de doze horas de evolução dos sinais e sintomas até à ativação dos serviços de Emergência Médica e posterior encaminhamento hospitalar.

Os dados referentes a 2020 indicam ainda que é na população de género masculino que se verifica uma maior incidência desta doença súbita, com 80% dos casos de EAM registados.

Os distritos com maior incidência nestes encaminhamentos foram Lisboa, Porto e Faro, com 156, 132 e 72 casos, respetivamente. Em particular, os Hospitais de Braga (92), o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (72), e o Centro Hospitalar e Universitário São João (71) foram as unidades hospitalares que receberam o maior número de casos encaminhados pela Via Verde do EAM.

Estes são números passíveis de melhoria, sendo para tal essencial que a população saiba reconhecer os sinais e sintomas de alerta do EAM e ativar de imediato a Emergência Médica, através do Número Europeu de Emergência – 112. Dor no peito de início súbito, com ou sem irradiação ao membro superior esquerdo, costas ou mandíbula, suores frios intensos, acompanhados de náuseas e vómitos são alguns dos sinais que podem indicar um EAM.

 

Novas recomendações
“Quatro a cinco milhões de mortes por ano poderiam ser evitadas se a população global fosse mais fisicamente ativa”, alerta a...

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou novas recomendações para a atividade física e comportamento sedentário, apresentando uma planificação individualizada para cada grupo etário desde as crianças aos idosos. Estas recomendações assentam no princípio de que “toda a atividade física conta” e de que “quanto mais melhor”.

O Plano de Ação Global para a atividade física, publicado no site DGS, ressalva que “demasiado comportamento sedentário pode ser prejudicial à saúde” e que todos podem beneficiar com o aumento da atividade física, incluindo mulheres grávidas e no pós-parto e pessoas com doenças crónicas e deficiências.

“Quatro a cinco milhões de mortes por ano poderiam ser evitadas se a população global fosse mais fisicamente ativa”, pode ler-se no documento com as recomendações globais da OMS, no sentido de permitirem que os países “desenvolvam políticas nacionais de saúde baseadas em evidência e apoiem a implementação do Plano de Ação Global da OMS para a atividade física 2018-2030”.

O plano recomenda para as crianças e adolescentes, entre os 5 e os 17 anos, pelo menos 60 minutos de atividade física, três dias por semana, sustentando que nesta faixa etária o exercício melhora a aptidão cardiorrespiratória e muscular; a saúde cardiometabólica, óssea e mental; a cognição e a redução da gordura corporal.

Nos adultos, entre os 18 e os 64 anos, a atividade física reduz a mortalidade por todas as causas e por doenças cardiovasculares; a incidência de hipertensão, de alguns tipos de cancros, e da diabetes tipo 2; melhora a saúde mental, o funcionamento cognitivo e o sono.

Para estes a recomendação é de 150 a 300 minutos de atividade moderadas ou de 75 a 150 minutos de atividades vigorosa ou, ainda, uma combinação das duas, ao longo da semana.

Nos idosos com mais de 65 anos, além dos benefícios descritos para o grupo anterior, o plano ressalva que a atividade física ajuda a prevenir quedas e lesões relacionadas, e o declínio da saúde óssea e da capacidade funcional.

No caso dos adultos ou idosos com doenças crónicas os tempos de atividade física recomendada são similares, ressalvando o plano que quando não for possível cumprir as recomendações, as pessoas em causa «devem ter como objetivo praticar atividade física de acordo com suas capacidades».

E finalmente, a recomendação para as mulheres grávidas e no pós-parto é para que pratiquem 150 minutos de atividade moderada, reduzindo assim o risco de pré-eclâmpsia, de hipertensão gestacional, de diabetes gestacional, do ganho excessivo de peso, de complicações no parto e de depressão no pós-parto, de complicações no recém-nascido, de efeitos adversos do peso ao nascer e do risco de natimortalidade.

Conversas com Barriguinhas
Durante o período da amamentação, o corpo da mulher passa por uma série de adaptações e a necessidade de determinados...

É através da amamentação que o bebé obtém todos os nutrientes de que precisa, mas só com uma alimentação nutricionalmente equilibrada da mãe é possível enriquecer o leite materno com todos os elementos essenciais. Assim, de forma a promover o desenvolvimento saudável do bebé, a próxima sessão de quarta-feira contará com a presença da nutricionista Rita Morais que dará a conhecer os alimentos que devem ser consumidos e evitados durante a amamentação.

As mães curiosas e interessadas nas modificações que ocorrem após o nascimento que permitem ao recém-nascido realizar as funções vitais, de forma autónoma fora do ambiente uterino, poderão ainda estar à conversa com Conceição Santa-Martha, Especialista em Saúde Materna e Obstetrícia, sobre a “Adaptação do recém-nascido à vida extrauterina e camplagem tardia do cordão umbilical”.

Também já estão disponíveis as inscrições para a sessão online do dia 24 de fevereiro, onde será retomado o tema da amamentação. Desta vez, para abordar os seus principais desafios e partilhar dicas para uma melhor gestão emocional e de tempo, com Raquel Fonseca, Especialista em Saúde Materna e Obstétrica. Será também ocasião para perceber as características do desenvolvimento neuromotor dos bebés dos 0 aos 12 meses, de forma a acompanhá-los e apoiá-los em cada conquista durante o seu crescimento.

Em ambas as sessões, um especialista em células estaminais da Crioestaminal irá explicar a importância de criopreservar estas células, presentes no cordão umbilical do bebé, que apenas podem ser colhidas no momento do parto e que são um bem único no tratamento de mais de 80 doenças, para que os futuros pais tenham a oportunidade de ficar a saber tudo sobre este bem único que pode proteger o seu bebé.

As sessões online das Conversas com Barriguinhas realizam-se todas as semanas e têm como objetivo ajudar as grávidas portuguesas a preparar a chegada do seu bebé, a partir do conforto da sua casa.

 

Fonte de células estaminais
Estudos apontam que o tratamento com células estaminais está relacionado com melhor esperança e qualidade de vida no período...

O cancro é, mundialmente, a principal causa de morte nas crianças e adolescentes, com cerca de 300 000 casos diagnosticados por ano em todo o mundo.[1] Em Portugal, os números apontam para uma média de 350 novos casos anuais, com destaque para as leucemias, tumores dos sistemas nervoso e linfomas[2].

“O cancro desenvolve-se em pessoas de todas as idades e pode afetar qualquer parte do corpo. Inicia-se com alterações numa única célula que irá proliferar fora de controlo, podendo resultar numa massa (ou tumor). Contrariamente aos adultos, a grande maioria dos cancros infantis não tem causa conhecida, apesar de dados atuais sugerirem que aproximadamente 10% de todas as crianças com cancro apresentam uma predisposição devido a fatores genéticos. Um dos principais desafios no que respeita o cancro infantil passa assim por uma identificação precoce, para uma gestão do tratamento, numa maior probabilidade de sobrevivência e menor sofrimento.” menciona Andreia Gomes, responsável pela Unidade de I&D da BebéVida.

Entre as diferentes tipologias do cancro infantil, a leucemia é dos que apresenta uma maior incidência, sendo caracterizado como um cancro das células mais primitivas da medula óssea – as células estaminais. E, dentro dos vários tipos de leucemia, os que mais afetam as crianças são as leucemias agudas como a leucemia linfoblástica aguda (tipo mais comum de leucemia em idade pediátrica) e a leucemia mieloide aguda (afeta crianças e adultos).

BebéVida destaca o papel que as células estaminais do cordão umbilical podem ter no tratamento da leucemia, sendo já consideradas um reforço robusto no tratamento desta patologia em crianças. No estudo publicado na revista científica “Blood Advances”, em 2019, foi possível constatar esta realidade. Os dados relevam que o sangue do cordão umbilical é uma fonte de células importante no tratamento de doentes pediátricos com leucemia mieloide aguda, relacionando-se com melhor esperança e qualidade de vida no período pós-transplante. Referindo que foi ainda avaliada a segurança destes transplantes, em que os resultados demonstraram que as crianças que receberam o transplante de sangue do cordão umbilical apresentaram melhores resultados comparativamente às tratadas com medula óssea de um dador não familiar.[3]

 “A leucemia aguda infantil ainda tem um mau prognóstico e o transplante alogénico de células estaminais hematopoéticas é o tratamento indicado. Desta forma, o sangue do cordão umbilical é uma fonte de células atrativa para esta população porque apresenta baixo risco de doença do enxerto contra hospedeiro crónica e disponibilidade imediata.” destaca ainda Andreia Gomes. Adicionalmente, um ensaio clínico com 157 crianças com leucemia linfoblástica aguda e 95 crianças com leucemia mieloide aguda demonstrou que em crianças com mau prognóstico, estas devem ser transplantadas assim que alcancem o estado de remissão completa, uma vez que o transplante nesta fase está associado a um menor risco de reincidência. As crianças que apresentem a primeira reincidência devem ser transplantadas com o sangue do cordão umbilical assim que o segundo estado de remissão completa for alcançado.[4]

Em relação à medula óssea e ao sangue periférico, o sangue do cordão umbilical apresenta uma maior capacidade de proliferação e maior número de células estaminais hematopoiéticas por unidade de volume, menor requisito de compatibilidade (HLA), menor risco de doença do enxerto contra o hospedeiro e infeção. Acresce ainda a vantagem de a colheita deste sangue ser não invasiva, indolor e sem qualquer tipo de risco para o dador (mãe e bebé), pela capacidade de armazenamento por longos períodos e disponibilidade imediata para transplante, englobando algumas das caraterísticas do sangue do cordão umbilical que o definem como uma excelente alternativa de fonte de células estaminais.

A investigadora Andreia Gomes acrescenta ainda que “a associação entre estas vantagens do sangue do cordão umbilical com os variados estudos científicos que avaliam a sua eficácia e segurança, indica e apoia a necessidade de um maior investimento no estudo do sangue do cordão umbilical por todas as suas características diferenciais e benéficas no tratamento de várias patologias, nomeadamente o cancro”.

Referências:

[1] Steliarova-Foucher, E. et al. International incidence of childhood cancer, 2001-10: a population-based registry study. The Lancet Oncology, 719-731, doi:10.1016/S1470-2045(17)30186-9 (2017).

2 Portal de Informação Português de Oncologia Pediátrica (www.pipop.info)

3 Keating, A. K. et al. The influence of stem cell source on transplant outcomes for pediatric patients with acute myeloid leukemia. Blood Advances, 1118-1128, doi:10.1182/bloodadvances.2018025908 (2019).

4 Ruggeri, A. et al. Unrelated Cord Blood Transplantation for Acute Leukemia Diagnosed in the First Year of Life: Outcomes and Risk Factor Analysis. Biology of blood and marrow transplantation : journal of the American Society for Blood and Marrow Transplantation, 96-102, doi:10.1016/j.bbmt.2016.10.014 (2017).

Os cuidados hospitalares ao domicílio tem sido um desafio
O Núcleo de Estudos de Hospitalização Domiciliária (NEHospDom) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) vai realizar...

A Hospitalização Domiciliária é uma realidade em Portugal e tem por missão contribuir para o melhor nível possível de saúde e bem-estar dos indivíduos que necessitem transitoriamente de cuidados de nível hospitalar, oferecendo-lhes um serviço de qualidade com o rigor clínico e a visão holística e humanizada da Medicina Interna, sempre que a permanência no hospital seja prescindível.

“Promover cuidados hospitalares no domicílio tem sido um desafio que foi elevado pela pandemia a SARS-CoV-2 que atualmente vivemos. As Unidades de Hospitalização Domiciliária (UHD) têm-se adaptado e reinventado na forma como cuidam dos doentes e como constroem os seus circuitos” afirma Francisca Delerue, internista e coordenadora do NEHospDom.

Ainda segundo Francisca Delerue “A uniformização e normalização dos modelos e dos cuidados prestados é agora uma preocupação. Precisamos de formar, acompanhar e avaliar. O NEHospDom surge com este objetivo e, também, como uma plataforma de facilitação à partilha de experiências e de produção de ciência. Agora importa fazermos um trabalho continuo e conjunto”

Inscrições e submissão de posters em: https://www.spmi.pt/i-congresso-nacional-de-hospitalizacao-domiciliaria/

 

 

Universidade de Coimbra
Uma equipa do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC), da Faculdade de...

O período perinatal, compreendido entre a gravidez e o primeiro ano após o parto, é considerado um período bastante vulnerável para muitas mulheres, que podem desenvolver perturbações psicológicas, como ansiedade ou depressão. No entanto, de acordo com a literatura científica, perante um diagnóstico de problema mental, muitas mulheres não recebem tratamento adequado. Conhecer o processo de tomada de decisão das mulheres no período da gravidez e pós-parto em relação às opções de tratamento (medicação, psicoterapia ou não tratamento), quando estas experienciam sintomas de ansiedade ou depressão, é precisamente o grande objetivo do projeto Women Choose Health.

Financiado pelo Fundo de Relações Bilaterais das EEA Grants, o projeto vai decorrer ao longo dos próximos dois anos, simultaneamente em Portugal e na Noruega, permitindo a análise e reflexão comparativa dos resultados dos dois países. A equipa portuguesa tem já disponível um questionário, em https://apps.fpce.uc.pt/limesurvey/index.php/245468?lang=pt, para a participação de mulheres que estejam grávidas ou que tenham tido um bebé nos últimos 12 meses.

Ana Fonseca, investigadora principal do projeto, explica que «a literatura diz-nos que ainda há uma percentagem muito significativa de mulheres que não recebe tratamento para as perturbações psicológicas no período da gravidez e pós-parto». Por isso, o grande objetivo do projeto é «perceber melhor quais são as decisões mais frequentes das mulheres, o nível de conflito que sentem ao tomar a decisão e que fatores influenciam essa decisão, com vista a poder identificar aspetos que

possam contribuir para melhores práticas e para uma tomada de decisão mais informada por parte das mulheres».

«Para além de querermos saber qual é a decisão mais frequente das mulheres neste período, queremos perceber que fatores influenciam essa decisão, por exemplo, se há o receio de tomar medicação por causa dos efeitos secundários que pode ter no bebé, se lhes é oferecida intervenção psicológica, se optam por não ter tratamento nenhum porque consideram que nenhuma das opções é benéfica, ou pelo estigma que sentem em relação à doença mental», clarifica Ana Fonseca.

A investigadora do CINEICC nota que o projeto pretende também «promover a consciência sobre a importância da saúde mental perinatal na comunidade em geral e a importância de serem adotadas abordagens centradas na pessoa/doente nos processos de tomada de decisão». Nesse sentido, refere, o Women Choose Health inclui outras iniciativas, nomeadamente a realização de uma ação formativa em Portugal, dirigida a profissionais de saúde, «que visa elucidar sobre os resultados do estudo e sobre a adoção de práticas centradas na pessoa para facilitar os processos de tomada de decisão, e várias atividades de comunicação que visam também promover a consciência sobre a importância da saúde mental perinatal na comunidade em geral».

No final do projeto, as equipas dos dois países vão também produzir um conjunto de recomendações que possam ser úteis para os profissionais de saúde, tendo em vista a promoção da saúde mental materna.

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