Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica e AMYRIS lançam iniciativa
Chama-se Amyris Innovation BIG Impact Award e pretende distinguir um projeto inovador na área da Biotecnologia. Este concurso,...

De acordo com Hugo Choupina, co-organizador do prémio e do 3ª Fórum de Inovação em Biotecnologia “Fostering Smart Innovation Synergies”, que se realiza a 9 de outubro, “o Amyris Innovation BIG Impact Award pretende distinguir ideias e/ou projetos de base biotecnológica que desenvolvam produtos/soluções inovadoras e sustentáveis em diferentes áreas (combater doenças raras e debilitantes, reduzir a pegada ambiental, a produção industrial segura e eficiente, energia limpa, entre outros), tendo potencial para terem um tremendo impacto positivo para a Sociedade e para o Planeta.”

Para Ana Leite Oliveira, co-organizadora e docente da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, embora o desafio seja grande, "em Portugal existe capacidade para responder positivamente com muitos e bons projetos.”

As candidaturas ao novo prémio Amyris Innovation BIG Impact Award, lançado pela Alumni da Escola Superior de Biotecnologia e a Universidade Católica no Porto, em parceria com a Amyris Bio Products Portugal estão abertas até 22 de julho de 2021. O primeiro passo é a submissão de um Extended-Abstract através do site da Conferência

Após a submissão e o cumprimento de todos os requisitos, o júri analisará o grau de inovação, o potencial no mercado e a questão da sustentabilidade económica e ambiental. Os projetos finalistas serão apresentados a 9 de outubro no 3ª Fórum de Inovação em Biotecnologia “Fostering Smart Innovation Synergies”. As três equipas com melhor classificação, atribuída por uma Comissão Científica e pelos participantes no Fórum, ganharão um prémio monetário patrocinado pela Amyris Inc.

Na edição deste ano do Fórum de Inovação em Biotecnologia “Fostering Smart Innovation Synergies”, a importância da interdisciplinaridade e das sinergias para a Inovação dão o mote para vários painéis com temas relacionados com a Economia, Ética, Direito, Comunicação e Sustentabilidade. 

 

 

Junho, mês da Consciencialização da Fertilidade
A fertilidade da população tem vindo a diminuir nas últimas duas décadas e, ao mesmo tempo, verifica

A infertilidade é uma doença reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (O.M.S). Define-se como a incapacidade de um casal conceber ou levar a bom termo uma gravidez, depois de um ano de relacionamento sexual regular sem qualquer proteção. Estima-se que em Portugal, a infertilidade possa atingir cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva.

Existem diferentes causas de infertilidade, não estando sempre associadas à mulher. Cerca de 20 a 30% das situações devem-se a fatores masculinos, maioritariamente relacionadas com o número, mobilidade, qualidade e ou ausência de espermatozoides. Entre 30 a 40% das situações são por fatores femininos, tais como, alterações hormonais, ausência da ovulação, obstrução das trompas e doenças uterinas. Aproximadamente 30% das causas referem-se a ambos os elementos do casal e 5 a 10% dos casos são causas desconhecidas.

A infertilidade também pode ter uma origem genética e atualmente também está associada aos “life style factors”, como o tabaco, o álcool, as drogas, a obesidade e o sedentarismo. Por exemplo, o tabaco tem componentes tóxicos que reduzem a probabilidade de engravidar e diminuem o sucesso dos tratamentos de fertilidade.

Cada vez mais, as mulheres oriundas de países ocidentais adiam a sua primeira gravidez. Justificam esta decisão nos vários fatores como a evolução da sua formação académica, nos projetos profissionais, alegam ainda motivos de ordem financeira e de instabilidade conjugal. Além das questões sociais e económicas, é preciso ter em conta que a probabilidade de engravidar decresce com a idade, mais acentuadamente a partir dos 35 anos. Sendo a taxa de conceção natural duma mulher aos 40 anos inferior a 10%. Felizmente, é possível recorrer à Procriação Medicamente Assistida (PMA), com a ajuda de equipas multidisciplinares.

As mulheres e casais não devem ter receio ou adiar a realização de análises e exames indicados por médicos especialistas, sobretudo quando há suspeita de alguma situação. Cerca de 85% das causas de infertilidade são diagnosticadas e com os resultados é feita a abordagem e terapêuticas mais adequadas para resolução da infertilidade. Esta pode ser mais simples, como uma Indução de Ovulação ou Inseminação Artificial Intrauterina (IIU) ou recorrer a tratamentos com técnicas laboratoriais mais invasivas como a Fertilização in vitro (FIV) ou Microinjeção intracitoplasmática de espermatozoides, vulgarmente conhecida por ICSI. As taxas de sucesso variam entre os 10% e os 50%, consoante os tratamentos realizados. Em 2019, 3,5% do total das crianças nascidas em Portugal resultaram destes tratamentos, segundo os dados do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA).

Tem também vindo a crescer a necessidade de tratamentos com recurso a doação de gâmetas e embriões. Em Portugal, a utilização de óvulos e espermatozoides de dadores é legal, como está descrito na Lei n. º32/2006 e n. º48/2019. Existem indicações clínicas para ambos os casos. Nas mulheres, por ausência ou insuficiência congénita dos ovários, eliminação cirúrgica dos ovários, pelo envelhecimento ovárico natural ou precoce em mulheres com idade acima dos 35 e sobretudo com mais de 43 anos. Nos homens, a principal indicação é a ausência total de espermatozoides. Doenças de origem genética e tratamentos de quimioterapia (doenças oncológicas) são também indicação para o recurso de gâmetas doados. Nos tratamentos com doação de óvulos as taxas de sucesso são de 50 a 60%. Com a doação de espermatozoides, as taxas de sucesso variam entre os 20 e os 50%, consoante a técnica de Inseminação utilizada.

A incidência das doenças oncológicas em mulheres e homens cada vez mais jovens tem igualmente incrementado. O tratamento destas doenças tem como base drogas citotóxicas ou radiações que podem destruir os gâmetas femininos e masculinos, tornando a mulher e o homem inférteis. É necessário continuar a informar sobre a atual possibilidade de preservar a fertilidade, através do congelamento dos óvulos, dos espermatozoides, tecidos ovárico e testicular. A preservação da fertilidade é também indicada para doenças autoimunes, genéticas, ou noutras situações clínicas que o justifiquem. Com as mais recentes técnicas de congelamento conseguimos ter taxas de sobrevivência celular alta e também boas taxas de sucesso nos tratamentos de infertilidade.

Penso que a «take home message» é não adiar a decisão de engravidar depois dos 35 anos de idade, como melhor forma de promover a fertilidade.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Situação Epidemiológica
Desde ontem foram registados mais 1746 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e seis mortes em território nacional. O...

A região de Lisboa e Vale do Tejo foi aquela onde se registou o maior número de mortes – cinco – em todo o território nacional, seguida da região Norte com uma morte, mostra o boletim divulgado hoje pela Direção Geral da Saúde.

De acordo com o documento, foram ainda diagnosticados 1746 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 965 novos casos e a região norte 361. Desde ontem foram diagnosticados mais 152 na região Centro, 30 no Alentejo e 180 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, no arquipélago da Madeira foram identificadas mais 11 infeções e 47 nos Açores.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 492 doentes internados, menos 10 que ontem.  No entanto, as unidades de cuidados intensivos têm agora 119 pacientes, mais quatro doentes internados que no dia anterior.

O boletim desta terça-feira mostra ainda que, desde ontem, 1.677 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 827.969 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 32.134 casos, mais 63 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância mais 1.058 contactos, estando agora 51.109 pessoas em vigilância.

Barómetro Europeu do Observador Cetelem
A telemedicina assumiu um papel crucial na prestação de cuidados médicos à população, nestes tempos de pandemia. A...

Segundo o Barómetro Europeu do Observador Cetelem, 18% dos portugueses inquiridos, e 21% dos europeus, já experimentou este serviço e vão continuar a fazê-lo. Entre os portugueses que ainda não recorreram à telemedicina, são cerca de 50% os que admitem querer utilizá-lo no futuro, mais 13 pontos percentuais face à média europeia (37%).

Apesar de os cidadãos terem recorrido mais à telemedicina, ainda estão céticos em relação a este serviço, sendo que apenas 43% dos portugueses estão satisfeitos com a qualidade da telemedicina no país, um valor próximo da média dos 15 países europeus (45%) onde se realizou o inquérito.

Quando questionados sobre as mais-valias da telemedicina, 62% dos portugueses (58% dos europeus) consideram que o seu desenvolvimento é bom para os profissionais de saúde e para os pacientes (50% respetivamente). 56% dos europeus também consideram que os governos têm feito um bom trabalho no apoio e desenvolvimento da telemedicina, estando Portugal no quarto lugar dos países que mais concordam com esta afirmação (65%).

Apesar de a maioria dos portugueses, e dos europeus, associarem termos negativos à vida sem contacto impulsionada pela Covid-19, a área da saúde e segurança é a única onde os inquiridos veem mais benefícios na utilização de soluções tecnológicas (44%), sendo os portugueses os mais otimistas quanto aos benefícios nesta área (63%).

Entre os 15 países europeus onde foi realizado o inquérito, Polónia (30%), Reino Unido (28%) e Suécia (27%) são os três onde mais inquiridos confirmaram já terem utilizado a Telemedicina. Bulgária (7%), Bélgica (8%) e Eslováquia (9%) estão entre os países com menos adesões.

Para os Suecos (64%), a telemedicina está mais do que aprovada, e a maioria dos Britânicos (55%), Franceses (53%) e Alemães (51%) também demonstra estar bastante satisfeita. Países como a Roménia (28%), Hungria (28%) e Bulgária (17%) são os mais críticos.

 

Projeto "Ianda Guiné Saúde - Reforço do Sistema de Saúde da Guiné-Bissau"
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) vai ajudar na melhoria dos recursos humanos em saúde na Guiné-Bissau,...

A ESEnfC vai trabalhar em estreita ligação com a Escola Nacional de Saúde (ENS) deste país africano, no sentido de reunir as condições para a criação do curso de licenciatura em enfermagem nesta instituição.

Esta cooperação enquadra-se no projeto "Ianda Guiné Saúde - Reforço do Sistema de Saúde da Guiné-Bissau", apoiado com dois milhões de euros pela União Europeia e com um cofinanciamento de mais 140 mil euros do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, IP (Ministério dos Negócios Estrangeiros), entidade gestora, e da Fundação Calouste Gulbenkian.

«Este programa visa contribuir para a cobertura universal de saúde na Guiné-Bissau, através do fortalecimento da governação do sistema nacional de saúde e da melhoria da qualidade e quantidade dos seus profissionais de saúde», afirma Fernando Amaral, docente da ESEnfC que coordena esta prestação de serviços no "Ianda Guiné Saúde", com a colaboração, entre outros, dos professores Maria da Conceição Bento, Manuela Frederico Ferreira, Rui Baptista, Verónica Coutinho e Jorge Apóstolo.

Para Fernando Amaral, «tendo em conta as caraterísticas deste projeto, era exigido que os envolvidos tivessem o conhecimento suficiente dos sistemas de organização do ensino da saúde e da saúde, quer da Guiné-Bissau, quer de outros países».

«A ESEnfC entra no projeto por ter uma experiência acumulada de internacionalização, de participação, com outras escolas e universidades, nos processos de mudança dos seus perfis de formação de profissionais de enfermagem» e, «também, pela possibilidade de disponibilizar percursos de formação avançada de mestrado a guineenses», com cujas instituições já vem cooperando - assinou, em junho de 2017, um protocolo de cooperação com a ENS da Guiné-Bissau -, explica, ainda, o especialista em Gestão e Economia da Saúde.

O projeto "Ianda Guiné Saúde" prevê, também, a formação de médicos guineenses, nas áreas da cirurgia, cirurgia ginecológica, anestesiologia e saúde pública. Contando com vários parceiros locais, o projeto "Ianda Guiné Saúde" é apoiado, em Portugal, pela Fundação Calouste Gulbenkian, pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical, pela ESEnfC, pela Direção-Geral de Saúde, pela Escola de Medicina da Universidade do Minho, pelos hospitais de Braga, Guimarães e Viana do Castelo, bem como pela Ordem dos Médicos.

Serão beneficiários diretos do projeto, que tem um horizonte temporal de três anos (2020-2023), diretores e equipas técnicas do Ministério da Saúde Pública da Guiné-Bissau, quadros e professores da ENS, médicos de clínica geral do Serviço Nacional de Saúde, o Hospital Nacional Simão Mendes e hospitais regionais.

Projeto “MASK4MC – Mask for Medical Care”
Um consórcio que reúne investigadores da Universidade de Coimbra (UC) e do Politécnico de Leiria e a SETsa, Sociedade de...

O dispositivo, já com pedido de patente submetido junto do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), foi desenvolvido no âmbito do projeto “MASK4MC – Mask for Medical Care”, liderado pela SETsa e financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização do Portugal 2020.

A grande inovação deste equipamento está na capacidade de reduzir significativamente, para a pessoa que o usa, o «risco de inalação de gotículas e aerossóis contaminados que tenham sido exalados por uma outra pessoa infetada que esteja na proximidade. Trata-se de uma viseira com um sistema de ventilação que cria uma cortina de ar, de forma a promover a vedação aerodinâmica da zona de inalação relativamente às zonas circundantes e impede o embaciamento da viseira (condensação devida à respiração)», afirma o coordenador do projeto, Leonel de Jesus.

Este equipamento é especialmente vocacionado para profissionais de saúde que exercem a sua atividade, durante períodos alargados, em ambientes onde o risco de contágio é elevado, como, por exemplo, os médicos dentistas. «Havendo três modos de transmissão por elementos patogénicos exalados a partir de um paciente infetado (por contacto, por gotas e por aerossóis), a situação de grande proximidade entre as vias respiratórias superiores do médico dentista e do seu assistente da zona de

exalação de um paciente, eventualmente infetado e sentado na cadeira do consultório, pode permitir a contaminação através de qualquer um desses modos», explica Manuel Gameiro da Silva, coordenador da equipa da UC.

Este novo equipamento, clarifica o consórcio, foi pensado para ser usado «em conjunto com uma máscara facial garantindo um índice de proteção acrescido e um melhor conforto em termos térmicos e visuais, porque o escoamento da cortina de ar contribui para o fornecimento de ar novo e fresco e para o desembaciamento da superfície interior da viseira».

Por isso, concluem os autores do projeto, foram utilizadas abordagens complementares no processo de desenvolvimento do produto, «tendo-se recorrido a simulações numéricas dos escoamentos, em que foram usados modelos virtuais do EPI e do seu utilizador, e a ensaios experimentais realizados com manequins térmicos e acústicos. No projeto e construção dos protótipos recorreu-se ao desenho assistido por computador e a técnicas de prototipagem rápida por métodos aditivos».

Na Universidade de Coimbra, o projeto envolveu a Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI) e a Faculdade de Medicina (FMUC). Na equipa de investigação da ADAI, participam docentes e investigadores dos departamentos de Engenharia Mecânica da UC e do Politécnico de Leiria.

 

Estudo
Numa bioimpressora 3D, foi possível criar uma prótese a partir de células estaminais do cordão umbilical para corrigir um...

Pela capacidade de rapidamente recriar uma estrutura a partir de um modelo projetado em computador, a impressão 3D tem sido investigada no campo da medicina com o objetivo de criar tecidos e órgãos para transplante, assim como biopróteses (próteses não metálicas e feitas de material biológico), para corrigir defeitos nos ossos ou na cartilagem.

De acordo com Bruna Moreira, investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “esta tecnologia consiste na deposição, camada por camada, de uma biotinta, geralmente composta por células, materiais biocompatíveis com função de suporte e moléculas bioativas. As células estaminais mesenquimais são das preferidas para bioimpressão, uma vez que se conseguem dividir indefinidamente e diferenciar em vários tipos de tecidos”. “Dependendo do objetivo, podem usar-se diferentes combinações de moléculas bioativas para induzir estas células estaminais a diferenciarem-se, por exemplo, em células do osso ou da cartilagem”, explica.

Neste estudo, foi colocada biotinta numa seringa robótica, que a distribuiu de acordo com o modelo previamente criado em computador. A bioimpressão foi feita com células estaminais mesenquimais obtidas a partir de tecido do cordão umbilical, usando uma matriz de suporte composta por um hidrogel de alginato e gelatina. Por fim, para induzir a diferenciação das células estaminais mesenquimais em células ósseas, foi ainda adicionado um meio de indução com moléculas bioativas.

Através da bioimpressão, obteve-se uma estrutura com as dimensões 14.2 x 7.1 x 1.45 mm, e um padrão “em rede”, que confere alguma porosidade para uma melhor integração no local de implantação e uma regeneração mais rápida do defeito ósseo. Com vista à otimização do processo, os investigadores testaram a adição de meio de indução durante ou após a impressão, e a adição de células endoteliais às células estaminais do cordão umbilical presentes na biotinta.

Os vários testes realizados revelaram que a impressão da bioprótese foi bem sucedida, tendo, após 3 semanas em cultura, apresentado uma distribuição regular de células vivas, com boa atividade metabólica por toda a estrutura. Os melhores resultados verificaram-se quando se combinaram células estaminais do cordão umbilical com células endoteliais na biotinta e quando o meio de indução foi adicionado durante a impressão.

Segundo os investigadores, neste tipo de aplicação, o ideal seria utilizar células estaminais da própria pessoa, de forma a minimizar o risco de rejeição da bioprótese após implantação no local da lesão. Os autores sublinham ainda que, embora a bioimpressão 3D com células estaminais esteja a ser amplamente estudada, é necessário continuar a investigação nesta área, para que a translação desta tecnologia para a prática clínica seja possível.

Universidade Oxford
Novos dados do ensaio Com-COV da Universidade Oxford, divulgados esta segunda-feira, sugerem que a mistura da vacina da Pfizer...

O ensaio Com-COV recrutou 830 voluntários com idade igual ou superior a 50 anos para avaliar quatro combinações diferentes de duas doses – Comirnaty/Comirnaty, Comirnaty/Vaxzevria, Vaxzevria/Vaxzevria, e Vaxzevria/Comirnaty – com intervalo de quatro semanas ou 12 semanas entre a primeira e segunda dose. Os resultados de segurança recentemente comunicados do estudo, que começou em fevereiro, indicaram que os voluntários que receberam uma dose de Vaxzevria seguidos por Comirnaty, ou vice-versa, eram mais propensos a desenvolver reações, em comparação com a vacinação padrão, embora estes fossem tipicamente leves a moderados em severidade.

Ordem da imunização

Nas últimas descobertas, os investigadores observaram que a resposta imunitária muda consoante a ordem em que as doses eram dadas. Por exemplo, a combinação da vacina da AstraZeneca (Vaxzevria) seguida pela vacina da Pfizer (Comirnaty) desencadeou anticorpos mais altos e maior resposta das células T do que quando a ordem foi invertida, embora ambos os regimes mistos induziram respostas de anticorpos maiores do que as duas doses padrão da vacina da AstraZeneca. Além disso, a resposta mais elevada dos anticorpos foi observada após duas doses de Comirnaty, enquanto a resposta mais alta das células T foi vista com a combinação de Vaxzevria na primeira toma com a Comirnaty na segunda.

Matthew Snape, investigador-chefe deste ensaio, disse que as descobertas oferecem "um guia inestimável para o uso de calendários de dose mista", embora tenha salientado que o intervalo de quatro semanas entre doses é mais curto do que o de oito a 12 semanas mais utilizado para a Vaxzevria, que a AstraZeneca codesenvolveu com Oxford. "Este intervalo mais longo é conhecido por resultar numa melhor resposta imunitária, e os resultados de um intervalo de 12 semanas estarão disponíveis em breve", acrescentou Snape.

Dados recentes de ensaios espanhóis são semelhantes

Os dados do Com-COV seguem os resultados de um ensaio semelhante publicado no The Lancet no final da semana passada, testando um calendário misto de vacinas em Espanha. O ensaio da Fase II combiVacs incluiu 676 indivíduos com idades compreendidas entre os 18 e os 60 anos que tinham sido vacinados com uma dose única de Vaxzevria oito a 12 semanas antes do rastreio. Os participantes aqui foram designados aleatoriamente para receber uma única dose de Comirnaty ou para submeter-se a uma observação contínua. Os investigadores relataram que a Comirnaty, dada como uma segunda dose entre as pessoas já inoculadas com Vaxzevria, induziu uma "resposta imunológica robusta, com um perfil de reação aceitável e manejável".

Entretanto, em abril, os investigadores expandiram o programa Com-COV para incluir mais duas vacinas coronavírus, o mRNA-1273 da Moderna e o NVX-CoV2372 da Novavax, num novo estudo apelidado de Com-COV2, acrescentando mais 1070 recrutas ao programa.

Investigação
Novas pesquisas mostraram que a realização precoce de testes aos coágulos sanguíneos em pacientes que receberam a vacina...

O trabalho, liderado por investigadores da RCSI University of Medicine and Health Sciences e do National Coagulation Centre do St James's Hospital, foi publicado no British Journal of Heematology.

Coágulos sanguíneos incomuns com plaquetas baixas no sangue foram reconhecidos como uma complicação muito rara da vacina AstraZeneca. Apesar de tudo nem todos os pacientes que apresentam indícios desta síndrome são levados a sério, pelo que é essencial uma maior consciencialização do problema, alertam.    

Os investigadores destacaram quatro pacientes que tiveram complicações de coagulação induzidas pela vacina (Trombocitopenia induzida pela vacina). Com base na orientação atual, cada paciente poderia ter sido classificado como tendo uma baixa probabilidade para esta síndrome quando se apresentou nos serviços médicos, mas devido à maior consciência e vigilância clínica das equipas médicas envolvidas, todos foram enviados para testes precoces, diagnosticados e tratados com sucesso.

"O risco de desenvolver um coágulo sanguíneo na sequência da vacina é ainda muito inferior ao risco de desenvolver coágulos do Covid-19, mas é imperativo que os médicos estejam vigilantes na deteção de sintomas entre os pacientes vacinados", disse Michelle Lavin, a principal autora do artigo e investigadora do Centro Irlandês de Biologia Vascular e da Escola de Farmácia e Ciências Biomoleculares da RCSI.

“A nossa investigação mostrou que as atuais diretrizes carecem da sensibilidade para detetar casos precoces de coagulação induzida por vacinas, que podem correr o risco de faltar ou atrasar os diagnósticos. À medida que a nossa compreensão desta nova condição evolui, aumentar a nossa consciência clínica pode melhorar os resultados para os pacientes através de testes e tratamentos precoces."

 

 

Opinião
Qualquer doença crónica constitui um problema importante para as pessoas afetadas.

A Esclerodermia é uma doença relativamente rara, mas que pode ter marcadas repercussões na saúde dos doentes afetados, particularmente se não for diagnosticada rapidamente e instituídas as medidas e tratamentos mais adequados para impedir a progressão da doença e o atingimento dos órgãos internos que podem levar a alterações da saúde e da qualidade de vida dos doentes atingidos.

Contudo, na infância, a maioria dos casos de Esclerodermia são casos de doença localizada – das quais as Esclerodermias lineares, a Esclerodermia “en-coup-de-sabre”, a doença de Parry-Romberg e a Morfeia são as mais comuns. Estas doenças localizadas tem um prognóstico funcional a longo prazo muito favorável em relação à Esclerodermia generalizada muito mais comum na idade adulta. Relativamente à Esclerodermia generalizada (ou Esclerodermia Sistémica) apenas cerca de 3% dos casos têm início em idade inferior a 18 anos.

Mas, quer a esclerodermia seja localizada, quer seja generalizada, o que é necessário reter como muito importante é que:

  1. O diagnóstico deve ser feito o mais rapidamente possível após o início dos sintomas. Para tal é fundamental a referenciação precoce a consulta de Reumatologia Pediátrica.
  2. A doença é passível de ser tratada adequadamente e os tratamentos são mais eficazes se não estiverem estabelecidas lesões de órgãos internos e/ou da pele e anexos.
  3. A doença é só um aspeto da pessoa, não é a pessoa! Estes doentes devem, pois, ser encorajados e motivados para seguirem todos os seus sonhos e paixões, algumas das quais poderão ser difíceis de concretizar, como de resto acontece a todas as outras pessoas “normais”, saudáveis ou não, que nem sempre conseguem concretizar e levar à prática todos os seus sonhos, sem que isso deva ser um motivo de desânimo e de frustração, devendo ser entendido como uma característica própria dos seres humanos que projetam o futuro sem conseguirem dominar todas as variáveis que o influenciam…

Também Paul Klee, que sofreu de esclerodermia, não deixou de ter a sua carreira de artista plástico e de académico na Bauhaus, tendo prosseguido todos os seus sonhos e a sua atividade criativa até ao fim da sua vida.

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Diversidade genética do novo coronavírus
Apesar da variante Alpha, associada ao Reino Unido, continuar a ser a mais prevalente no país, a variante indiana registou, no...

No âmbito da vigilância genómica que o INSA está a coordenar, entre 2 e 15 de junho, “foram obtidas 1087 sequências da amostragem nacional de junho de 2021”. Segundo o INSA, esta amostragem envolveu laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo um total de 131 concelhos.

Segundo esta análise, a variante Alpha (B.1.1.7), associada inicialmente ao Reino Unido, “foi detetada por sequenciação com uma frequência relativa de 40.2% na amostragem nacional de junho, evidenciando um forte decréscimo de frequência a nível nacional”. No entanto, esta variante continua a ser a mais prevalente na região Norte (62.7%) e nas Regiões Autónomas dos Açores (96.8%) e Madeira (69.8%).

Em contraste, a variante Delta (B.1.617.2), associada inicialmente à Índia, apresentou uma subida galopante na frequência relativa a nível nacional, a qual aumentou de 4.0% (maio) para 55.6% (junho). No entanto, destaca o INSA, a “sua distribuição é ainda muito heterogénea entre regiões, variando entre 3.2% (Açores) e 94.5% (Alentejo)”.  Contudo, tendo conta a tendência observada entre maio e junho, “é expectável que esta variante se torne dominante em todo território nacional durante as próximas semanas”.

Do total de sequências da variante Delta analisadas até à data, 46 apresentam a mutação adicional K417N na proteína Spike. No entanto, cerca de 50% destes casos restringem-se a apenas duas cadeias de transmissão de âmbito local, sugerindo que a sua circulação comunitária é ainda limitada, sendo a frequência relativa deste perfil (Delta+K417N) na amostragem nacional de junho de 2.3%.

O relatório do INSA dá ainda conta de que a frequência relativa das variantes Beta (B.1.351) e Gamma (P.1) mantém-se baixa, sem tendência crescente nas últimas amostragens. Em particular, destaca-se que a variante Beta foi detetada a uma frequência de 0.1% e em apenas duas regiões (Lisboa e Vale do Tejo e Região Autónoma da Madeira).

 

Grupo Lusíadas Saúde é um dos parceiros
O Grupo Lusíadas Saúde é uma das entidades parceiras da mais recente – e única em Portugal – Pós-Graduação em Saúde 4.0, criada...

Este curso irá preparar os profissionais de diversos setores para explorarem os desafios, as oportunidades e o impacto da atual quarta revolução industrial na Saúde. Com um corpo docente composto por especialistas das mais diversas indústrias, esta formação – com frequência online e duração de 10 meses – oferece uma abordagem multidisciplinar, e inovadora.

Os participantes da Pós-Graduação irão descobrir o conceito de Saúde 4.0, permitindo-lhes, inclusivamente, desenvolver a sua própria visão, bem como identificar e mapear diferentes tecnologias e metodologias existentes e explorar as várias formas de aplicação nas suas organizações.

“Sendo a Lusíadas Saúde uma das organizações do setor mais inovadoras em Portugal e esta Pós-Graduação a primeira e única a debruçar-se sobre o conceito Saúde 4.0, esta parceria foi incontornável. Este curso reforça o nosso posicionamento vanguardista na Saúde e materializa o nosso compromisso com a aposta na formação”, afirma Sofia Fernandes, Manager de Talent & Development do Grupo Lusíadas.

Além da Lusíadas Saúde, a ESESFM conta ainda com a parceria da Microsoft, Loyal Advisory e a Hack & Hustl. As candidaturas para esta pós-graduação já se encontram abertas. Para mais detalhes e informações sobre o corpo docente e propinas, consulte Pós-Graduação Saúde 4.0.

 

“Precisamos falar sobre como nos sentimos”
A CUF Oncologia e a Associação de Cancro do Rim de Portugal (AC RIM), organizam, na próxima quarta-feira, 30 de junho, pelas 17...

Quando se tem cancro do rim, os níveis de ansiedade, receio ou simplesmente o sentimento de "não se sentir bem”, são as queixas mais reportadas pelos doentes ao seu médico. O estudo realizado pela International Kidney Cancer Coalition, em 2018, mostrou que 96% dos doentes experimentam problemas psicossociais, contudo menos de metade fala sobre como se sente com a família, amigos próximos ou profissionais de saúde. Por este motivo o encontro, deste ano, tem como tema: “Precisamos falar sobre como nos sentimos”. 

O encontro, organizado em conjunto com a AC RIM, irá juntar especialistas, doentes e cuidadores, uma forma de potenciar a relação entre os doentes e os profissionais de saúde na gestão da doença. 

Segundo Ricardo Leão, coordenador da Urologia do Hospital CUF Coimbra e um dos médicos que mais contribuiu para a criação da AC RIM: “é hoje reconhecida a importância das associações de doentes na melhoria dos cuidados de saúde. Estas organizações de doentes estão envolvidas no processo de investigação clínica e políticas de saúde - garantindo que a perspectiva global do doente seja considerada. O seu papel é também fundamental para dar voz aos doentes em fóruns de discussão científica e social de modo a encontrar as melhores respostas para as necessidades sentidas”.

A AC RIM foi fundada em 2019 na reunião mundial da International Kidney Cancer Coalition (IKCC), em Lisboa, organizada pela CUF. Desde o primeiro momento, o envolvimento dos médicos no apoio à criação desta associação foi fundamental para se estabelecer a ligação entre os doentes, mas também no contributo para o aumento da literacia sobre esta doença oncológica. 

A proatividade e dinamismo dos membros da associação, nomeadamente do seu presidente, Francisco Rodrigues, têm contribuído para o envolvimento cada vez maior dos doentes portugueses na sua doença.  

O encontro é realizado através da plataforma Zoom e com transmissão em direto do Facebook da CUF.

 

Entrevista
Fenilcetonúria ou PKU é uma doença metabólica, hereditária e rara que, quando não tratada, pode prov

O que é a fenilcetonúria? Como surge a doença? E quais as principais complicações associadas?

A Fenilcetonúria (PKU) é uma doença hereditária do metabolismo da fenilalanina, um aminoácido constituinte das proteínas. É causada pela deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase.

O défice da enzima fenilalanina hidroxilase (PAH) ocorre devido a uma mutação no gene que codifica a sua atividade. Trata-se de uma doença hereditária, de transmissão autossómica recessiva. Isto significa que a doença é transmitida geneticamente e ocorre quando tanto o pai como a mãe, mesmo não tendo qualquer sintoma, são portadores de uma mutação no gene da enzima PAH. A probabilidade de um casal de portadores ter um filho com fenilcetonúria, é de 25% em todas as gestações do casal.

O bloqueio causado na degradação da fenilalanina (FEN), pelo défice da PAH leva a um aumento da fenilalanina. Concentrações elevadas de FEN no cérebro são tóxicas influenciando negativamente a mielinização e inibindo a síntese de neurotransmissores, podendo provocar atraso mental e de desenvolvimento.

Quais as principais manifestações clínicas da PKU? E a partir de que idade podem surgir os primeiros sintomas? A que sinais se deve estar atento?

Ao nascimento, os fenilcetonúricos são clinicamente normais. Se não for iniciado um tratamento dietético nos primeiros dias de vida a clínica poderá manifestar-se com atraso psicomotor, epilepsia, microcefalia, eczema (em 20 a 40% dos casos) e diminuição da pigmentação dos olhos, cabelo e pele. Esta clínica instala-se progressivamente de forma crónica a partir dos primeiros 6 meses de vida.

A doença afeta da mesma forma em todos os doentes?

O espectro de gravidade da doença é variável e nem todos os doentes, não tratados, apresentam atraso mental profundo.  A gravidade clínica depende dos níveis de fenilalanina, que por sua vez refletem o grau de deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase. A gravidade das manifestações é maior em situações de atividade nula ou muito reduzida da enzima.

Como é feito o seu diagnóstico? 

O diagnóstico em Portugal é realizado numa fase pré-sintomática, desde 1979, a partir de sangue colhido em papel de filtro “teste do pezinho”. Nas maternidades, hospitais e centros de saúde, existem cartões apropriados para a colheita de sangue do bebé, que deverá ser feita após o 3º dia de vida e preferencialmente antes do 6º dia de vida. A análise é suportada pelo Serviço Nacional de Saúde, sendo gratuita para os pais. A elevação da fenilalanina associada a uma relação diminuída entre a fenilalanina e o aminoácido tirosina levam ao diagnóstico. Nesta fase é importante excluir outras situações muito mais raras de elevação da fenilalanina nomeadamente os defeitos no metabolismo das biopterinas.

Nas situações de exceção, em que não é feito o rastreio neonatal, o diagnóstico é baseado na suspeita clínica após aparecimento de sintomas e confirmado pelos marcadores bioquímicos da PKU e estudo molecular. 

Que implicações pode ter um diagnóstico tardio no seu tratamento ou na evolução da doença?

Só um diagnóstico precoce e pré sintomático vai possibilitar um bom prognóstico porque as manifestações neurológicas da doença após instaladas são irreversíveis.

Como se trata a fenilcetonúria? Quais os cuidados a ter?

A base do tratamento, que permite à criança um desenvolvimento normal, baseia-se no cumprimento de uma dieta com restrição (pobre) em fenilalanina. Uma dieta com restrição de fenilalanina consiste na redução de proteínas naturais, substituindo-os por uma fórmula especial praticamente isenta/sem FEN mas que contém os restantes aminoácidos. A restrição nutricional de fenilalanina (e consequentemente de proteínas naturais) deve ser adequada à tolerância de cada criança, de modo a manter uma concentração segura de aminoácidos no sangue e nos tecidos do organismo. Adicionalmente a dieta é complementada com substitutos energéticos e alimentos especiais hipoproteicos.

O tratamento dietético é para manter toda a vida? Quais os cuidados alimentares que estes doentes devem ter? Por exemplo, quais os alimentos proibidos?

O tratamento dietético terá que durar toda a vida podendo, no entanto, ser possível alguma liberalização da dieta após a adolescência, não ultrapassando valores de FEN sanguínea considerados aceitáveis. Nas formas mais graves estão proibidos alimentos com elevado teor proteico nomeadamente o leite e derivados, carne, peixe, ovos e leguminosas entre outros.

Em matéria de terapêutica medicamentosa, que medicamentos existem para o tratamento desta doença?

Nos últimos anos estão a surgir tratamentos alternativos ou complementares da dieta.

A sapropterina, primeira terapêutica não dietética da fenilcetonúria é a forma sintética da BH4 que é o cofator da enzima PAH. A terapêutica com este medicamento, poderá aumentar a tolerância dos doentes à fenilalanina e, em alguns casos, eliminar mesmo as restrições alimentares. Deve ser efetuada uma prova terapêutica, sendo considerada uma resposta favorável a descida da fenilalanina de 30% em relação aos valores prévios à toma.

A terapêutica enzimática de substituição, com fenilalanina amónia liase, está já ser utilizada a partir dos 16 anos de idade, aguardando-se a sua aprovação em Portugal. 

A terapia génica poderá vir a ser, também, uma opção futura de tratamento.

Qual o seu prognóstico? Quais os principais desafios associados quer ao tratamento quer à convivência com esta doença?

O prognóstico é totalmente alterado e favorável com uma terapêutica adequada. Esta vai permitir ao PKU um desenvolvimento pleno das suas capacidades físicas e mentais. Sendo uma doença crónica e para toda a vida os principais desafios são a aceitação da doença e do tratamento dietético por parte dos pais, familiares e posteriormente do próprio doente com a manutenção da dieta ao longo do seu ciclo de vida. Sendo a adolescência um período mais conturbado, com o receio da não aceitação pelos seus pares, e a gravidez um período que exige um cuidado acrescido por parte das mulheres com PKU, os profissionais de saúde que fazem o seu seguimento têm que ter uma atenção especial nestas fases.

Em todos os doentes com tratamento dietético, é importante o doseamento de minerais, vitaminas e ácidos gordos essenciais que podem estar alterados pela alimentação hipoproteica a longo prazo. A vigilância de síndrome metabólica e alterações da densidade óssea fazem também parte da monitorização.

Quais as consequências quando não tratada?

O não tratamento desta doença leva ao aparecimento das manifestações clínicas já referidas com quadros de doença neurológica irreversível, por vezes extremamente graves, com consequências nefastas para o individuo, família e sociedade.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Para desenvolvimento da investigação na área da Fisiologia Clínica
Os alunos e docentes da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, do Instituto Politécnico de Lisboa (ESTeSL), vão...

É uma mais-valia para a ESTeSL ter à sua disposição um equipamento com estas características, permitindo-nos potenciar a resposta naqueles que são os três eixos principais da sua missão: o ensino, a investigação e os serviços à comunidade”, afirma Joana Belo, professora adjunta de Fisiologia Clínica na ESTeSL.

E acrescenta: “Este equipamento possibilitará aos estudantes a aquisição de competências ao nível da identificação de eventos através da poligrafia e da tecnologia de Holter, aumentando as oportunidades de aprendizagem na componente de prática-laboratorial. Adicionalmente, permitirá o contacto com uma tecnologia inovadora e desenhada para o diagnóstico simultâneo da síndrome de apneia do sono e de arritmias cardíacas.”

Este dispositivo tem capacidade de Holter, para deteção de arritmias cardíacas, e de Polígrafo, para deteção de apneias respiratórias. A sua capacidade de diagnóstico simultâneo permite uma otimização de recursos, uma vez que é possível a realização de dois exames num único período de utilização; e ainda perceber a interação entre patologias do foro cardiológico, como, as arritmias cardíacas, e do foro respiratório/sono, como é o caso da síndrome de apneia do sono.

Existe uma forte relação entre as arritmias cardíacas, nomeadamente a fibrilhação auricular (FA) e a apneia do sono, estimando-se que 62% FA apresentam apneia obstrutiva do sono (SAOS). Uma abordagem combinada demonstrou melhorar significativamente a eficácia do tratamento da FA, pelo que todos os doentes com FA deveriam ser avaliados relativamente à existência de SAOS.

Estudo IVI
Nos últimos anos, o desenvolvimento e implementação da tecnologia de Inteligência Artificial (IA) tem demonstrado potencial...

Com este estudo, o IVI revolucionou o setor da embriologia, proporcionando às suas clínicas uma variedade de técnicas que lhe permitem oferecer uma seleção de embriões universal, padronizada e automática. Além disso, as últimas descobertas foram publicadas na revista norte-americana Fertility and Sterility e na European Reproductive Biology OL.

“Nos laboratórios de embriologia aplicamos soluções baseadas em dados para avaliar o potencial de implantação de embriões. O que permite melhorar a eficiência de um dos processos mais importantes na reprodução assistida: cultura e seleção de embriões, com uma precisão de 75% na seleção de embriões cromossomicamente normais. Sendo que no processo de avaliação manual não é possível identificar esses embriões, independentemente da experiência do embriologista”, comenta Sofia Nunes, diretora do Laboratório de Fecundação in vitro do IVI Lisboa. 

O mais recente trabalho sobre a aplicação da IA à seleção embrionária, sob o título “Computer vision can distinguish between euploid and aneuploid embryos. A novel artificial intelligence (AI) approach to measure cell division activity associated with chromosomal status”, foi apresentada hoje na 37ª edição do ESHRE, que este ano, pela segunda vez e devido à pandemia, acontece online. A doutoranda Lorena Bori, do IVI Valencia, ficou a cargo da apresentação dos principais resultados do estudo, co-dirigido pela Dr. Meseguer e Dra. Daniella Gilboa, de Telavive.

Valores principais do estudo apresentado na ESHRE

Nasceu com o objetivo de analisar um embrião cromossomicamente euploide sem a necessidade de aplicar técnicas invasivas, ou seja, extrair do blastocisto uma série de células (entre 5 e 10) necessárias para poder analisá-las cromossomicamente e saber o perfil cromossómico do blastocisto.

Pela primeira vez, um sistema baseado em IA pode analisar com precisão os estágios iniciais do desenvolvimento embrionário e quantificar a duração dos ciclos celulares, além de conhecer o diâmetro das células que compõem o blastocisto, gerando um algoritmo capaz de distinguir um embrião cromossomicamente normal ou anormal com 75% de fiabilidade. 

O estudo de mais de 2.500 embriões analisados ​​geneticamente no IVI Valencia – permitiu verificar que os embriões, dependendo de seu conteúdo cromossómico, se comportam de forma diferente no seu padrão de desenvolvimento e que este pode ser analisado de forma automatizada por análise de imagens.

Assim, embriões cromossomicamente normais (euploides) começam o seu desenvolvimento como blastocistos um pouco antes dos embriões aneuploides. Esse maior período de tempo para que os embriões aneuploides atinjam o seu crescimento até a fase de blastocisto é explicado pelo seu maior nível de atividade celular.

A possibilidade de selecionar e categorizar cromossomicamente os melhores embriões supõe um aumento nas taxas de gestação e gravidez, e reduz as probabilidades de anomalias cromossómicas, proporcionando uma previsão objetiva fiável, por meio de uma técnica rápida e barata.

Esta é uma revolução na reprodução assistida porque permitiria evitar técnicas invasivas que, de certa forma, podem afetar a viabilidade do embrião, igualando os resultados atuais com a PGT-a não invasiva sem os custos e danos ao embrião que isso acarreta. Além disso, envolveria a automação de um processo que atualmente é realizado manualmente e de forma artesanal.

Como é que os tratamentos de FIV podem melhorar com a IA?

IA é um termo amplo que inclui aprendizagem de máquina e aprendizagem profunda; refere-se a qualquer programa com a capacidade de resolver problemas, aprender com as experiências e realizar tarefas como os humanos normalmente fazem. 

“Este sistema classifica embriões automaticamente por meio de métodos de aprendizagem dirigida baseados na experiência de embriologistas especialistas, deteta e avalia todas as etapas do desenvolvimento do embrião e também classifica a sua morfologia. A seleção automática de embriões, comparada à manual, é mais precisa, portanto a probabilidade de gravidez evolutiva está diretamente relacionada ao percentual de pontuação e, portanto, as mulheres e casais tem maior probabilidade de sucesso”, explica Dr.Marcos Meseguer, embriologista e supervisor científico da Unidade de Embriologia do IVI Valencia.

Assim, as melhorias que a IA pode oferecer nos tratamentos reprodutivos seriam:

  • Identificação mais ampla e antecipada do paciente com novos indicadores de infertilidade e correlações de padrões de comportamento por meio da análise de big data.
  • Melhoria na gestão das expetativas do paciente por meio da análise de previsões de sucesso de FIV considerando nascidos vivos.
  • Maiores taxas de sucesso de tratamento por meio de um protocolo personalizado e individualizado. 
  • Apoio na tomada de decisão clínica em todas as etapas do processo laboratorial, baseado em algoritmos e visão computacional para identificar a maioria dos gâmetas e embriões viáveis.
  • Definição do estado de receção do endométrio por meio de algoritmos inteligentes e biomarcadores que ajudariam a determinar as hipóteses de uma transferência ideal e obtenção de gravidez.

 

Escrevem investigadores
Os imunologistas da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, revelam que os efeitos secundários das vacinas do...

O rápido desenvolvimento de vacinas seguras e eficazes contra a SARS-CoV-2 trouxe esperança de que, em breve, a pandemia global Covid-19 possa ser controlada. No entanto, a vacinação permanece incompleta em muitos países desenvolvidos e está cada vez mais atrasada nos países do mundo em vias de desenvolvimento, avança a edição digital do jornal El Mundo, de hoje. 

Por outro lado, as dúvidas sobre as vacinas, motivadas em parte pelo medo dos efeitos secundários documentados nas revistas científicas e nos meios de comunicação social, podem impedir a população mundial de alcançar a imunidade em grupo.

Estas dúvidas são especialmente verdadeiras para os jovens, que geralmente suportam bem a infeção por Covid-19, com o mínimo ou mesmo nenhum sintoma. Além disso, está bem documentado que as vacinas podem ter efeitos colaterais significativos. Refere-se, aliás, que o medo dos efeitos secundários pode aproximar-se do medo que algumas popuções têm da própria infeção SARS-CoV-2. 

Para tranquilizar aqueles que têm reservas em relação às vacinas, os autores de uma artigo de opinião, publicado na revista 'Science Imunology', sugerem que "é muito provável, mas não comprovado, que os efeitos secundários das vacinas sejam simplesmente um subproduto de uma breve explosão de interferão de tipo I com a indução de uma resposta imunitária eficaz".

 

Investigação
De acordo com um estudo publicado esta segunda-feira pela Universidade de Oxford, deixar um intervalo de vários meses entre a...

Segundo os investigadores, deixar um intervalo de até 45 semanas entre ambas as doses melhora a resposta imune.

"Isto deve ser uma notícia tranquilizadora para países com menos fornecimento de vacinas, ou que podem estar preocupados com atrasos na obtenção de segundas doses para as suas populações", disse o professor Andrew Pollard, diretor do Grupo de Vacinação de Oxford, que desenvolveu a vacina com o grupo farmacêutico anglo-chinês AstraZeneca, citado pelo jornal El Mundo.

Sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção
Dor, edema ou cansaço nos membros inferiores são os principais sinais de alerta para a Doença Venosa

Segundo Gonçalo Cabral, Presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Cardíaca Torácica e Vascular, “a doença venosa crónica constitui uma anomalia do funcionamento do sistema venoso provocada por incompetência valvular ou obstrução ao fluxo venoso”. Esta pode afetar o sistema venoso superficial ou profundo, sendo responsável pela hipertensão venosa.

“As varizes estão associadas a queixas de edema, peso, cansaço e dor nos membros inferiores, que podem comprometer significativamente a qualidade de vida dos doentes. Alguns doentes referem também queixas de prurido”, revela o especialista quanto aos principais sintomas sublinhando que “estas queixas são mais evidentes ao final do dia e quando o tempo está mais quente”.

Consideradas uma doença de incidência familiar, já que “se houver algum familiar próximo com varizes, a probabilidade de uma pessoa vir a desenvolver varizes aumenta significativamente”, apresentam fatores de risco individuais associados. É o caso da obesidade, idade, o género (é mais frequente entre as mulheres) e gravidez. 

Não obstante, “O ortostatismo prolongado, a exposição ao calor, a obesidade, o uso frequente de saltos altos e a contraceção hormonal, aumentam o risco de desenvolver a doença”, explica o cirurgião.

“O diagnóstico da doença venosa crónica dos membros inferiores é feito através da história clínica, do exame físico e da realização do ecodoppler venoso dos membros inferiores. Para o diagnóstico de varizes dos membros inferiores, este exame é, atualmente, o gold standard, dado o seu caráter não invasivo e à qualidade da informação morfológica e hemodinâmica que nos proporciona”, avança referindo, no entanto, que, caso se suspeite de “doença venosa mais proximal, nomeadamente de oclusão crónica do sector ilio-cava ou de insuficiência venosa pélvica, é fundamental a realização de Veno TC para clarificar o diagnóstico”. E quanto mais cedo este chegar, mais cedo se pode intervir e evitar as complicações associadas à doença, sublinha o especialista.

No que diz respeito ao tratamento, Gonçalo Cabral esclarece que este tem por base a terapia compressiva, através do uso de meias elásticas. “Uma vez que a fisiopatologia da doença venosa crónica tem por base a hipertensão venosa, a compressão extrínseca do sistema venosa superficial pela meia elástica vai reduzir a estase venosa, reduzir os sintomas, abrandar a dilatação progressiva das veias e o aparecimento de novas veias varicosas, bem como minimizar as complicações”, explica.

Contudo, só a cirurgia pode eliminar as veias varicosas. “Nos casos em que as varizes se relacionam com a existência de refluxo nas veias safenas, mais de 90% podem ser tratados por técnicas minimamente invasivas, mais frequentemente, por ablação térmica (laser endovenoso ou radiofrequência)”, revela.

De acordo com o Presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Cardíaca Torácica e Vascular, as técnicas de ablação térmica são realizadas através da punção da veia por controlo ecográfico. “É introduzida uma fibra de radiofrequência ou laser no interior da veia e a extremidade distal dessa fibra é posicionada no segmento proximal da veia que se pretende tratar. De seguida, e mais uma vez com a ajuda do ecógrafo, é efetuada uma anestesia de tumescência. Ou seja, é injetado soro arrefecido com fármacos anestésicos ao longo de todo o comprimento da veia. Este procedimento permite um maior conforto analgésico do doente no pós-operatório e impede que o calor que irá destruir a veia se transmita aos tecidos adjacentes”, descreve referindo que com este tratamento o doente pode ter alta no próprio dia. 

Nos casos em que estas técnicas não possam ser utilizadas, seja por questões anatómicas, complicações trombóticas prévias ou recidiva de varizes, é necessário recorrer à cirurgia convencional, “que consiste na remoção das veias afetadas através de incisões”.

“Por último, existem fármacos venoativos, que, atuando no endotélio das veias e na sua parede, podem levar à melhoria dos sintomas de doença venosa crónica e reduzir a progressão da doença”, acrescenta.

Quanto não diagnosticada ou tratada adequadamente, a Doença Venosa Crónica, que pela sua história natural “é caracterizada por um aumento da quantidade e calibre das varizes”, pode dar origem a complicações como o aparecimento de coágulos nas veias superficiais dos membros inferiores, quadro designado por tromboflebite.

Por outro lado, refere o especialista, “com o passar do tempo a própria pele começa a sofrer alterações, nomeadamente da sua pigmentação e textura, tornando-se mais espessa, descamativa e escura, culminando, ao fim de anos em úlceras varicosas. Embora mais raramente, podem também ocorrer roturas de varizes com hemorragia”.

Deste modo, Gonçalo Cabral alerta para a necessidade de estarmos atentos aos sinais, já que “o diagnóstico atempado e o seu tratamento reduzem significativamente os sintomas de doença venosa crónica, nomeadamente a dor, cansaço, peso e edema dos membros inferiores, com resultados mensuráveis em vários questionários de qualidade de vida”.

“A adoção de estilos de vida saudáveis, a prática de exercício físico regular, o controlo do peso, assim como o uso de meias de contenção elástica, podem ajudar a retardar o aparecimento da doença e atrasar a sua evolução”, sublinha em matéria de prevenção.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Situação Epidemiológica
Desde ontem foram registados mais 902 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e duas mortes em território nacional. O...

A região de Lisboa e Vale do Tejo e a região Norte têm hoje a assinalar uma morte por Covid-19 cada, desde o último balanço, mostra o boletim divulgado hoje pela Direção Geral da Saúde.

De acordo com o documento, foram ainda diagnosticados 902 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 509 novos casos, quase metade dos números registados na semana passada, e a região norte 203. Desde ontem foram diagnosticados mais 45 na região Centro, 18 no Alentejo e 100 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, no arquipélago da Madeira foram identificadas mais 10 infeções e 17 nos Açores.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 502 doentes internados, mais 25 que ontem.  Sendo que as unidades de cuidados intensivos têm agora 105 pacientes, menos um doente internado que no dia anterior.

O boletim desta segunda-feira mostra ainda que, desde ontem, 608 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 826.292 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 32.071 casos, mais 292 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância mais 731 contactos, estando agora 50.051 pessoas em vigilância.

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