“Cuidados de Verão”
A Direção-Geral da Saúde (DGS), o Infarmed e a Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF) desenvolveram uma...

A decorrer ao longo do mês de agosto, esta campanha tem como objetivo sensibilizar os cidadãos para os cuidados a ter com os medicamentos durante a época verão, com especial enfoque nos comportamentos a adotar face a temperaturas mais elevadas. 

Para tal, foi desenvolvida uma infografia, subordinada ao tema “Cuidados de Verão para o Uso Seguro e Responsável do Medicamento”, que contém diversos conselhos importantes adaptados aos contextos: “Em viagem”; “Em casa”; “Na rua”. 

Mais de 1,2 milhões de israelitas receberam a terceira dose
A partir de hoje, aqueles que tiverem mais de 40 anos, vão começar a receber a terceira dose da vacina contra o novo...

As terceiras doses da vacina Covid-19 começaram a ser administradas, no país, no final do mês de julho na população acima dos 60 anos. Hoje o o primeiro-ministro israelita, Naftali Benet, foi um dos primeiros a receber a dose para a faixa etária recentemente aprovada.

"Apelo a todos os que cumpram os requisitos que a comissão coronavírus determinou para ser vacinado. Assuma a responsabilidade pela saúde e sustento de todos nós. Este não é o momento para arriscar a sua vida", disse Benet após aprovar a medida.

Mais de 1,2 milhões de israelitas receberam a terceira dose da vacina Covid-19, enquanto o país enfrenta uma quarta onda de infeções devido à variante delta, tendo detetado mais infeções entre pessoas vacinadas, algo que alguns especialistas associam ao declínio dos anticorpos.

 

Época gripal
O anúncio foi feito pelo Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, em entrevista à TVI: o Governo vai comprar mais...

Desde 2016 que o país tem vindo a reforçar o esquema vacinal da gripe. "Nesta época, 2021/2022, vamos fazer um reforço de 7%, mais 146 mil doses, para podermos estar preparados para esta situação", referiu o governante.

Nesta entrevista, António Lacerda Sales admitiu ainda que está a ser trabalhado um referencial para aumentar a vigilância epidemiológica, e para reforçar a vacinação da gripe sazonal, sublinhando que não podem ser desprezadas as aprendizagens adquiridas durante a pandemia. A verdade, refere é que o uso das máscaras e o distanciamento social, evitou muitos contágios com o vírus da gripe.

Segundo a Direção Geral da Saúde, a campanha de vacinação contra a gripe deverá começar no início de outubro, com a vacinação dos grupos prioritários", ou seja, lares, serviços de apoio domiciliário, centros de acolhimento temporário e unidades da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI). Só depois serão vacinados os profissionais de saúde e mulheres grávidas, também considerados prioritários.

Além disso, em comunicado a DGS faz saber que "à semelhança dos anos anteriores, as vacinas disponíveis em Portugal serão tetravalentes, incluindo 4 tipos de vírus da gripe (2 do tipo A e 2 do tipo B)" recordando ainda que "no SNS, a vacina é gratuita para cidadãos com idade igual ou superior a 65 anos, para pessoas residentes ou internadas em instituições, para pessoas com algumas doenças específicas, para profissionais de saúde do SNS e para os bombeiros". 

No âmbito do combate à pandemia
A investigadora do Departamento de Doenças Infeciosas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), Isabel Lopes...

Segundo nota do próprio instituto, esta missão, que decorre da assistência técnica da OMS à pandemia Covid-19, teve como objetivo “melhorar a capacidade de preparação do sistema de saúde de São Tomé e Príncipe para emergências de saúde pública, através da formação dos membros da equipa de resposta rápida”. Este treino está a ser desenvolvido por uma equipa multidisciplinar constituída por cerca de 12 elementos da OMS e de autoridades nacionais, na qual se inclui a especialista do INSA.

A formação conta com o apoio do Programa de Emergências em Saúde da OMS, “e inclui os principais pilares da resposta a emergências de saúde pública, como a definição e gestão de casos, Prevencão e Controlo de Infecção, colheita e transporte de amostras biológicas, rastreamento de contactos, descontaminação, investigação de surtos, comunicação de risco e mobilização social”.

Doutorada em Microbiologia pela Faculdade de Ciências de Lisboa em colaboração com o Centers for Disease Control and Prevention (CDC, Estados Unidos), Isabel Lopes de Carvalho é investigadora no Departamento de Doenças Infeciosas do INSA, tendo como principais áreas de atividade as doenças transmitidas por vetores e em particular a resposta a emergências, implementação de novas abordagens para deteção e diagnóstico de organismos patogénicos, biossegurança e biopreparação.

 

 

Opinião
A Esquizofrenia é provavelmente a doença mais paradigmática dentro do campo de acção da especialidad

Vale a pena nomear alguns nomes determinantes na evolução do conceito actual de esquizofrenia, começando por Emil Kraepelin (1856-1926), conhecido como o pai da psiquiatria moderna, que, valorizando uma constelação de sintomas definida, a par do curso crónico e debilitante da doença, define a “Demência Precoce”, valorizando assim o aspecto de deterioração mental global que surgia precocemente nestes doentes, e considerando que factores genéticos e biológicos eram fundamentais na génese da doença.

Poucos anos depois, Eugene Bleuler (1857-1939) traz outra abordagem da doença. Influenciado pela teoria psicanalítica de Sigmund Freud (1856-1939), valoriza as dinâmicas psicológicas na base da doença, sem deixar de considerar a existência de alterações neurobiológicas. É ele que pela primeira vez utiliza o termo “esquizofrenia”, resultante da união de duas palavras do grego “schizo” (fragmentar, dividir), e “phrene” (mente), procurando realçar a desagregação global do psiquismo como elemento essencial da doença. Nesta perspectiva, destaca como sintomas nucleares da doença o autismo (isolamento social, grave perturbação da comunicação), défices na associação mental (rotura na ligação entre diferentes aspectos da actividade mental), alterações dos afectos (incapacidade em sentir emoções e afectos), e ambivalência (estado mental marcado por afectos ou ideias opostas que coexistem ao mesmo tempo, com a mesma importância, em relação a uma mesma situação ou pessoa).

Referimos ainda Kurt Schneider (1887-1967), numa abordagem que valoriza sobretudo a clínica, preocupado em identificar sintomas que por si só definissem a esquizofrenia, estabeleceu uma hierarquia de sintomas, de acordo com sua importância para o diagnóstico da doença.

Considera assim sintomas de 1ª Ordem, que sugerem fortemente a presença de doença, não sendo, no entanto, obrigatórios para fazer o diagnóstico, e que são:

  • Vivências de influência e de intervenção alheia ao próprio, ao nível da corporalidade, da vontade, do pensamento ou da afectividade;
  • Sonoridade do pensamento e sintomas associados, como eco, difusão, ou roubo do pensamento;
  • Percepções delirantes e audição de vozes na 2ª e, ou, na 3ª pessoa.

E sintomas de 2ª Ordem, sem a mesma força diagnóstica dos primeiros:

  • Intuições e ocorrências delirantes;
  • Outros distúrbios sensoperceptivos;
  • Perplexidade;
  • Alterações do humor, pobreza afectiva.

Estas abordagens da doença, algumas entre as muitas que poderíamos citar, foram fundamentais na estruturação dos actuais ideias sobre esquizofrenia, e mostram-nos a complexidade do conceito.

Estamos cientes de que a tentativa de conseguir transmitir eficazmente para o público em geral estas noções é um exercício habitualmente votado ao fracasso, mas, ainda assim, que vale sempre a pena tentar.

As tentativas de encontrar alterações neurobiológicas associadas à esquizofrenia foram por muitas décadas frustradas e só no final do século XX, graças a dados imagiológicos que as novas tecnologias de tomografia computorizada ofereceram, se conseguiu definir alterações características da doença.

A redução de massa cerebral, com diminuição da substância branca e cinzenta e alargamento dos ventrículos laterais, é um achado que surge desde cedo na história da doença, e que se associa a alterações celulares, com redução da ramificação dendrítica dos neurónios, e compactação dos mesmos.

Definimos assim uma doença caracterizada pela perda rápida de capacidades cognitivas e destruturação da personalidade, por sintomas ditos negativos que afectam todas as dimensões do funcionamento da pessoa e as aptidões sociais, e outros ditos positivos em que as alucinações auditivo-verbais e as ideias delirantes associadas são os mais típicos.

Sabemos também que a esquizofrenia é o resultado final de uma equação complexa de factores que actuam ao longo do desenvolvimento neurológico da pessoa.

Todos possuímos mais ou menos genes entre centenas associados à esquizofrenia. Estes, em interacção com factores do ambiente envolvente, podem facilitar o desenvolvimento neurológico que conduz a um sistema nervoso predisponente à manifestação da doença. Tipicamente na adolescência ou idade adulta jovem, a associação de factores desencadeantes, como o consumo de cannabinóides, ou o confronto com contextos de vida que obrigam a profundas adaptações (emigrar, serviço militar, …), podem dar início a um primeiro surto de doença. Este pode aparecer a qualquer momento, sem que a presença dos ditos factores desencadeantes seja obrigatória.

O diagnóstico de Esquizofrenia resulta da identificação dos sintomas já descritos, sendo necessário que estes evoluam há pelo menos 6 meses, e estando sintomas específicos sempre presentes no último mês.

Embora pareça linear, o diagnóstico torna-se difícil por uma série de razões. Desde logo pela incapacidade do doente em perceber que está doente, antes sente que algo exterior o está a influenciar de forma estranha e inexplicável. Depois, pela dificuldade das pessoas próximas em perceber a gravidade da situação, dada a radicalidade das alterações, difíceis de perceber por alguém sem preparação técnica.

Acrescentamos ainda o facto de muitos destes sintomas poderem ser confundidos com outras alterações psíquicas, como a fobia social, uma perturbação de ansiedade, fantasias criativas, ou simplesmente uma crise de crescimento.

Também a dificuldade do doente em exprimir o que sente, dada a estranheza da experiência, que o impede de encontrar palavras para explicar aos outros o que se passa consigo, é mais um factor que dificulta o diagnóstico. Acresce a desconfiança que o invade, associada à sensação de perda de controlo de si próprio e daquilo que o rodeia, impedindo-o de se abrir às pessoas significativas, e tentar falar-lhes sobre o que sente.

Outro aspecto prende-se com a demora em contactar um técnico. Entre as questões referidas que limitam o doente, e a insegurança dos mais próximos sobre o que fazer, nomeadamente, levá-lo a uma consulta com um profissional de saúde mental, a situação vai-se arrastando, sem que o diagnóstico surja.

Finalmente, a heterogeneidade dos quadros clínicos. Como temos visto, a esquizofrenia é uma doença de manifestação complexa. Entre os múltiplos sintomas que referimos, a forma como estes surgem de pessoa para pessoa varia muito. Tal facto está ilustrado na designação de muitos autores de “esquizofrenias” em vez de “esquizofrenia”, pelas grandes diferenças que observamos nos quadros clínicos.

O tratamento da esquizofrenia deve ser sempre orientado para a recuperação da pessoa e não apenas para a resolução dos sintomas agudos. Desde há muito que a psiquiatria se preocupa em tratar os doentes com esquizofrenia de forma multidisciplinar. As actividades ocupacionais, estruturadas de acordo com as capacidades e interesses da pessoa, o apoio psicológico, o apoio à família, actividades de treino de aptidões sociais e educação para a doença, a remediação cognitiva, a formação profissional, são todas vertentes igualmente importantes de um programa terapêutico.

O tratamento farmacológico é uma vertente particular do tratamento. A Cloropromazina é o primeiro antipsicótico, classe de fármacos destinado ao tratamento de perturbações psicóticas de que a esquizofrenia é o paradigma. Surge nos anos 50 do séc. XX, numa descoberta acidental, e desde aí, muitos outros foram surgindo.

Mas, até ao final do século XX, e apesar de todas as intervenções terapêuticas referidas existirem e serem tentadas desde há dezenas de anos, o tratamento tinha como principal objectivo o controlo dos sintomas positivos (alucinações, delírios), e todos os outros problemas que referimos (deterioração cognitiva, desagregação da personalidade, apagamento global da pessoa) persistiam invariavelmente, sendo ilusório alcançar outros ganhos terapêuticos.

A vida de uma pessoa com esquizofrenia resumia-se por isso, a maior parte das vezes, a estar em casa sem ocupação, sem projecto de vida, sem relações significativas.

Depois do início do uso de antipsicóticos atípicos, no final dos anos 1990, fármacos mais complexos na sua acção a nivel neuronal, os objectivos do tratamento vão sendo cada vez mais ambiciosos e, actualmente, é natural que se procure a recuperação completa da pessoa.

Actualmente, é normal a pessoa com esquizofrenia ter uma ocupação socialmente integrada, relações significativas, actividades em grupo, enfim, uma vida preenchida e realizada. Ou seja, não sendo os medicamentos “o tratamento”, a sua presença e o tipo de medicação usada determina a eficácia de todas as outras intervenções.

A valorização da medicação prende-se com este papel decisivo que a sua presença tem no plano terapêutico, e não pretende de todo ignorar ou pôr em causa a importância das outras vertentes terapêuticas.

A “ambivalência” é provavelmente a palavra-chave na definição da manutenção da estabilidade a longo prazo. É importante que o plano terapêutico se mantenha durante anos, ajustado à evolução da pessoa doente, e que o vínculo com os serviços de psiquiatria não se perca. Mesmo numa situação de recuperação da pessoa, em que esta não apresenta sintomas da doença, está integrada, funcionante, activa, e fez uma aprendizagem que lhe permite integrar as suas experiências enquanto em crise como fruto da doença, a ambivalência em relação à natureza dos sintomas persiste.

Só o próprio sabe como tudo o que sentiu foi experimentado como algo exterior a si próprio, a que é totalmente alheio. Algo a que foi submetido de alguma forma estranha, de que foi vítima, com alguma explicação mais ou menos bizarra que acabou por intuir.

Esta experiência tão radical, associada ao peso que as intervenções terapêuticas têm na vida da pessoa, pelo tempo e dinheiro dispendido, pelos eventuais efeitos secundários e ainda pelo estigma de necessitar de apoio em saúde mental, podem acabar por levar a um desinvestimento no tratamento.

E, por outro lado, todos temos a “memória curta”. Tendemos a evitar pensar ou até negar situações de grande sofrimento, sobretudo se vividas com a sensação de perda de controlo da situação, como algo que não é de mim, mas apenas um azar de que fui vítima por estar no local errado à hora errada. Embora todos à minha volta me digam que estava doente, há muito me mim que me diz que aquilo porque passei não será doença nenhuma. Por tudo isto é fácil a pessoa abandonar o plano de tratamento. E, num momento inicial, com ganhos substanciais, pois os efeitos desse tratamento perduram por alguns meses, a pessoa sente-se bem, sem sintomas, sem dificuldades de funcionamento em qualquer aspecto da sua vida, tem mais autonomia e tempo livre para coisas agradáveis, ou simplesmente para não fazer nada.

Até os familiares alimentam dentro de si a secreta esperança de que tudo passou e já não há motivos de preocupação nem justificação para mais tratamentos.

Dar voz a esta ambivalência é o aspecto mais nuclear para a manutenção do apoio, quando (felizmente) já nada parece justificar que este se mantenha.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
O que dizem os especialistas
A ministra da Saúde, Marta Temido, disse ontem que apesar de se ter atingido a meta do país ter 70% da população totalmente...

O virologista Pedro Simas, um dos especialistas que sempre defendeu que a última fase de desconfinamento deveria ter ocorrido mais cedo, considera que este “devia estar condicionado ao efeito da vacinação na população portuguesa” e não “à percentagem de vacinação, apesar de haver um efeito entre a vacinação e o número de casos graves”.

Segundo o especialista o Governo tem sido prudente nesta matéria, mas já se devia ter avançado com outras medidas de desconfinamento, além do fim da imposição do uso de máscara na rua. “Uma pessoa [que] está vacinada e tem um contacto com uma pessoa que é positiva não deveria ficar em quarentena. Se não tem sinais clínicos e, ao fazer um teste PCR, é negativo, não tem que ficar em quarentena preventiva. Isso devia ser revisto”, disse ao Eco.

No entanto, Pedro Simas alerta para o que está a acontecer em outros países que desconfinaram mais cedo e onde surgiu um aumento de casos. Segundo o especialista, devemos observar e não desconfinar completamente.

O professor e investigador do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa (IHMT-UNL), Tiago Correia, argumenta no mesmo sentido, mas considera que a questão “deve ser vista por vários ângulos”.

Entre eles “a eficácia de medidas às quais a população já não adere”. “É relativamente consensual que é mais prejudicial do que benéfico ter medidas de obrigatoriedade que não são cumpridas, porque causa descrédito às autoridades. Se a maioria da população deixar de cumprir, deixa também de ser eficaz”, explica ao Eco.

Por outro lado, diz concordar “em parte” com o facto de o Governo fazer depender o desconfinamento do processo de vacinação. Mas sendo as vacinas eficazes a circulação do vírus não vai produzir doença com intensidade igual à do passado, daí que considere que, por esse ponto de vista, o uso obrigatório de máscara em espaços públicos “devia cair”.

Já o epidemiologista Manuel Carmo Gomes, que integra a comissão técnica de vacinação contra a Covid-19, mais prudente, chama a atenção para a necessidade de, mesmo em espaços abertos, “haver bom senso” após deixar de ser obrigatório o uso de máscara na via pública.

Este especialista apela a um desconfinamento gradual estando “constantemente a acompanhar o que é que se está a passar nos hospitais”.

“Hoje em dia, sou daqueles que concordam que não tem assim tanta importância o número de infeções como tem o número de doentes a necessitarem de hospitalização“, afirma.

Joint Commission International (JCI)
O Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB) renovou a Acreditação Internacional de Qualidade, como Centro Médico...

O procedimento de avaliação a que o CHUCB foi sujeito, no âmbito da Acreditação Internacional de Qualidade decorreu em formato virtual, face aos condicionalismos decorrentes do contexto pandémico, tendo a equipa externa de auditores, formada por dois médicos, uma enfermeira e um administrador, examinado 1300 parâmetros, divididos em três grandes grupos: Padrões Centrados no Doente, Padrões para a Gestão das Organizações de Saúde e Padrões de Centro Médico Académico, cujo resultado confirmou que o CHUCB cumpre os critérios e orientações internacionais de qualidade ao nível dos cuidados prestados no atendimento do doente, no campo da investigação e ensino das ciências da saúde, bem como na gestão organizacional.

De destacar que o CHUCB assegurou a manutenção do selo máximo de qualidade emitido pela JCI, num ano em que o Manual de Padrões de Acreditação da JCI para Hospitais foi atualizado com a 7ª Edição publicada a janeiro de 2021, englobando parâmetros mais direcionados e rigorosos no grau de exigência.

Acreditado pela JCI desde 2010, "o CHUCB assumiu sempre este compromisso em equipa, consciente que o cumprimento dos indicadores e padrões de excelência só são possíveis pela cultura de cooperação institucional, elevado empenho, dedicação e profissionalismo de todos os Colaboradores, em particular daqueles que mais diretamente estão envolvidos no contínuo processo de Acreditação e Certificação da Instituição".

O Certificado de Acreditação agora obtido vigora entre 15 de julho de 2021 e 14 de julho 2024, constituindo o reconhecimento do mérito, envolvimento e profissionalismo dos Colaboradores do CHUCB, mas também um referencial de confiança e segurança para os doentes e toda a comunidade.

 

Segundo dois estudos internacionais
Os defeitos no gene TLR7 em pessoas com menos de 60 anos e a presença de autoanticorpos contra os interferões do tipo I nos...

De acordo com o primeiro dos estudos, os doentes com mutações ou deficiências no gene TLR7 são mais propensos a obter um diagnóstico mais grave, e até mesmo crítico, de Covid-19. Sobretudo, os homens com menos de 60 anos.

TLR7 é um gene no sistema imunitário que contribui para a produção de interferões do tipo I (IFN-I), chave para dar uma resposta imune contra SARS-CoV-2. Se este sofre de um defeito ou mutação, explicam os investigadores, maiores as hipóteses de adoecer gravemente.

Por outro lado, e uma vez que se trata de um gene que está no cromossoma X, isto pode explicar por que motivo os homens têm pior prognóstico em comparação com as mulheres.

Ao todo, este estudo analisou 1.202 doentes, entre 0s 7 e os 70 anos, 20 dos quais apresentaram deficiências no TLR7 e não sofreram diagnósticos ou doenças graves anteriores.

O segundo estudo baseou-se na experiência de que a idade é o principal fator de risco para a Covid-19 e os dados que mostram que o risco de hospitalização e morte por pneumonia duplica a cada 5 anos. Tendo-se confirmado que o aumento deste risco se explica, em parte, pela presença de autoanticorpos contra o tipo I IFN, isto é, o desenvolvimento de uma resposta autoimune contra interferões do tipo I por si só.

Segundo os investigadores, no geral, 13,6% dos doentes com Covid-19 têm este tipo de autoanticorpos. Acima dos 80 anos, a percentagem aumenta para 20%.

Os investigadores estudaram amostras de sangue de 3.595 doentes Covid-19 críticos hospitalizados, 623 doentes graves, 1.639 doentes com infeção leve ou assintomática, e 34.159 indivíduos saudáveis.

 

Equidade da vacina em risco
Perante a decisão de alguns países desenvolvidos avançarem com uma terceira dose da vacina contra a Covid-19, a OMS já veio a...

"Tal como os nossos esforços parecem estar a falhar, África está a encontrar ventos contrários. Os movimentos de alguns países a nível global para introduzir doses de reforço ameaçam a promessa de um amanhã melhor para África", disse a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti.

"Ao acumular vacinas, alguns países ricos estão, francamente, a fazer troça da equidade da vacina", acrescentou.

A situação das vacinas, apontou, “já é altamente desigual” a nível global, e por isso a prioridade tem de ser vacinar os 1,3 mil milhões de africanos, cujos países estão muito atrasados em termos de cobertura e acesso.

Os países ricos, conclui, já deram, em média, 103 doses de vacinas por cada 100 habitantes, ao passo que em África esse número é de apenas seis.

No inicio da semana, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, tinha considerado “inconsciente” que alguns países estejam a contemplar um reforço da vacina para além da segunda dose, “quando tantas pessoas continuam desprotegidas”.

 

Através do telemóvel ou computador
A SYNLAB lançou a SYNLAB Access, uma app que permite marcar testes COVID-19 PCR e antigénios, através do telemóvel ou...

A marcação pode ser efetuada para o próprio ou para toda a família. Para encontrar a unidade mais próxima de si, basta ativar a geolocalização ou colocar a sua morada preferencial, e serão apresentados os km de distância, bem como a primeira vaga disponível para cada unidade SYNLAB. O pagamento também pode ser efetuado na app, diminuindo assim o tempo de espera no dia de realização do teste.

Os resultados estão disponíveis em português, inglês e outros 4 idiomas. A app permite ainda consultar os resultados do seu teste COVID-19 e/ou dos testes de toda a sua família, fazer download dos certificados para impressão (no computador) ou adicionar os certificados de resultado diretamente à Wallet (no telemóvel), junto do cartão de embarque, para um embarque mais rápido em caso de viagem. No telemóvel, os resultados são apresentados com QR Code, conforme exigido para entrar em alguns países como o Dubai.

Para instalar a app no seu telefone, basta pesquisar SYNLAB Access na Apple Store (IPhone) ou Play Store (Android). Se quiser efetuar registo ou login no seu computador, basta aceder a https://www.synlab.pt/covid-19/marcacoes.

 

 

Universidade de Oxford
Um estudo da Universidade de Oxford mostra que a vacina da Pfizer perde a sua eficácia contra a variante Delta antes da vacina...

A análise realizada um grupo de investigadores de Oxford mostra que, no caso de infeções com elevada carga viral, um indivíduo que recebeu a segunda dose de Pfizer, um mês antes de ser infetado, tem 90% de proteção contra a variante Delta, quando comparado a um individuo não vacinado. Esta percentagem cai para 85% dois meses após a vacinação e 78% em três meses.

Segundo os dados divulgados agora, no caso vacina da AstraZeneca, os vacinados com duas doses gozam de 67% de proteção contra a variante Delta um mês após a vacinação, 65% dois meses depois e 61% três meses depois.

Em todo o caso, os especialistas defendem que "a eficácia global das duas vacinas continua muito elevada".

Para chegar a estes dados, a equipa de peritos da Universidade de Oxford examinaram amostras recolhidas de mais de 700.000 doentes, entre dezembro de 2020 e agosto de 2021.

 

Situação Epidemiológica
Desde ontem foram registados mais 2.554 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e 12 mortes em território nacional. O...

A região de Lisboa e Vale do Tejo foi aquela que registou maior número de mortes, desde o último balanço: seis de 12. Segue-se a região Norte com quatro, Algarve e Açores com um óbito cada.

De acordo com o boletim divulgado hoje pela DGS, foram ainda diagnosticados 2.554 novos casos. A região Norte foi aquela que registou a maioria dos casos, nas últimas 24 horas: 931, seguida da região Lisboa e Vale do Tejo com 794 novas infeções. Desde ontem foram diagnosticados mais 339 casos na região Centro, 125 no Alentejo e 279 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, no arquipélago da Madeira foram identificadas mais 48 infeções e 38 nos Açores.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 688 doentes internados, menos sete que ontem.  No entanto, as unidades de cuidados intensivos têm mais dois doentes internados, relativamente ao último balanço: 141.

O boletim desta quarta-feira mostra ainda que, desde ontem, 2.238 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 949.703 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 44.809 casos, mais 304 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância menos 304 contactos, estando agora 50.709 pessoas em vigilância.

Plano de Vacinação Covid-19
Embora o autoagendamento para vacinação contra a Covid-19 estivesse reservado para os jovens entre os 12 e os 15 anos, o...

Esta decisão, referiu Graça Freitas, teve que ver com o facto de haver menos inscritos do que os desejados nestas faixas etárias.

Em entrevista à RTP, a Diretora Geral da Saúde, referiu que apesar de existirem mais de 160 mil destes adolescentes inscritos é preciso mais. “No total são cerca de 410 mil. Foi um autoagendamento, apesar de tudo, positivo, mas é preciso expandi-lo e depois haverá outras metodologias para continuar a captar estas pessoas", explicou.

Segundo avançou, os jovens que se inscrevam nos próximos três dias podem ser vacinados no fim de semana de 28 e 29 de agosto.

Entre dia 21 e 22 de agosto, ou seja, no próximo fim de semana vão começar a ser vacinados os primeiros utentes dos 12 aos 15 anos de idade que na semana passada agendaram para estes dias.

No entanto, a modalidade “Casa aberta” mantem-se para essa mesma faixa etária.

A partir de 22 de agosto, o autoagendamento ficará disponível para todos os utentes com idade igual ou superior a 16 anos, que podem fazer a marcação através do 'site'.

No que respeita às segundas doses de vacina para os menores entre 12 e 15 anos, estão vão ser administradas nos fins de semana de 11/12 e 18/19 de setembro, para que processo de vacinação desta faixa etária fique concluído antes do início do ano letivo.

A recomendação da Direção-Geral da Saúde (DGS) para a vacinação universal das crianças e jovens entre os 12 e os 15 anos foi conhecida no passado dia 10 de agosto, deixando assim de ficar circunscrita a situações específicas, como os casos em que existam doenças de risco para a covid-19.

Graça Freitas pede que pais tenham confiança na vacina

Em entrevista à RTP, Graças Freitas admitiu que “não há risco zero” e há “algumas reações adversas”, mas sublinhou que, no caso dos adolescentes, esses riscos (especificamente de miocardites e pericardites) são “extremamente raros” e têm “uma evolução benigna”, de acordo com os dados e a experiência já disponíveis.

Assim a responsável da DGS apelou aos pais que tenham confiança na vacina. “Neste momento, podemos dizer com confiança que o benefício supera as reações adversas”, frisou.

“Nenhum de nós tem imunidade se não contrair a doença ou se não se vacinar. E é preferível ser vacinado do que contrair a doença”, sublinhou

 

 

Estudo
Segundo um estudo cerca de metade dos estudantes universitários portugueses apresentaram sintomas de depressão ou ansiedade...

Com o objetivo de perceber os efeitos do confinamento nos alunos do ensino superior em Portugal, a pesquisa realizada por quatro investigadores de universidades de Lisboa, Porto, Minho e Algarve, veio também demonstrar que os universitários têm sido marginalizados.

Citada pelo Diário de Notícias, Sónia Gonçalves, psicóloga, investigadora e professora na Universidade de Lisboa e também coordenadora da investigação, explica que se falou na implementação de medidas e apoios para outros níveis de ensino, mas não para os alunos do ensino universitário. “Essas questões foram remetidas para a autonomia universitária, mas há alunos sem computador e acesso à internet no ensino superior”, afirma.

De modo a perceber como a pandemia impactou este grupo, os especialistas criaram um inquérito online, ao qual responderam 694 estudantes, na sua maioria mulheres, solteiros e com uma média de 24 anos. Segundo os dados apurados, cerca de metade (50,6%) mostravam sintomas de ansiedade moderados a severos e um quarto (25,9 %) apresentaram sinais de depressão.

Segundo a investigadora, tal como a generalidade a população, os estudantes universitários estavam ansiosos e stressados com o aparecimento de uma doença grave, bem como, com a “incerteza quanto ao desenrolar do curso”, nomeadamente as aulas e as avaliações.

Estas dificuldades, aponta o estudo, foram mais sentidas por quem iniciava o percurso académico e pelas mulheres, sobretudo nas áreas de Direito, Ciências Sociais e Serviços. Este facto, esclarece, “poderá ter que ver com a forma como a universidade geriu a pandemia”.

A investigação avaliou também a relação entre alunos e docentes, sendo que a maioria do estudantes referiu esta satisfeita com o apoio que recebeu dos docentes.

“Este apoio funciona como mecanismo de proteção e diminui os níveis de ansiedade, tem um papel importante na adaptação dos estudantes nesta fase de pandemia”, adianta salientanto que “os alunos que sentiram mais ansiedade foram aqueles que tiveram menos apoio por parte dos professores. Não se valoriza muito a aproximação do professor no ensino superior, mas tem um papel importante”.

 

Estudo
Segundo os dados divulgados por uma organização israelita - HMO -, uma terceira dose da vacina BNT162b2 da Pfizer e da BioNTech...

O Serviço de Saúde Maccabi, que cobre cerca de um quarto da população do país, comparou 149.144 pessoas que receberam três doses da vacina de mRNA da Pfizer há pelo menos sete dias, contra 675.630 outras que receberam apenas duas doses, entre janeiro e fevereiro. Cerca de 37 pessoas testaram positivo para o coronavírus após a terceira inocolação, em comparação com 1064 casos positivos entre indivíduos vacinados com as duas doses prevista inicialmente. No entanto, o serviço de saúde não especificou a gravidade dos casos ou se os doentes tinham alguma condição subjacente.

O investigador que liderou o estudou, Anat Ekka Zohar, revela que "a vacina voltou a provar a sua eficácia”, além de demonstrar “proteção contra a variante Delta”. Assim, o investigador afirma que uma terceira dose “é a solução para conter o surto atual”.

Israel começou a administrar terceiras doses a pessoas com mais de 60 anos. No final da semana passada passou a vacinar os a faixa etária acima dos 50 anos.

Esta semana, o comité consultivo para o controlo epidémico e vacinas coronavírus vai reunir-se para discutir se dá às pessoas até aos 40 anos uma terceira dose.

A Pfizer e a BioNTech alertaram que a eficácia da vacina diminui ao longo do tempo

As empresas reportaram dados da Fase I esta semana que mostram que um reforço extra provoca anticorpos neutralizantes significativamente mais elevados contra a estirpe original do SARS-CoV-2, bem como contra as variantes Beta e Delta, quando comparado com as duas doses previstas. 

Recorde-se que a FDA disse, na semana passada, que permitiria que fossem administradas três doses de vacinas mRNA a pessoas imunocomprometidas, observando, no entanto, que atualmente não vê a necessidade de administrar injeções de reforço a outras pessoas totalmente vacinadas. Em todo o caso, relatórios recentes que citam fontes não identificadas dizem que os peritos em saúde dos EUA recomendariam que todos os americanos recebessem reforços da vacina Covid-19 oito meses após a sua segunda dose.

Quais os parâmetros a avaliar
O peso está relacionado com a saúde.

Comecemos por verificar como se calcula o peso ideal, ou saudável. Para calcular o peso ideal ou saudável, utiliza-se normalmente o cálculo do índice de massa corporal (IMC), que classifica o peso em quatro categorias: peso abaixo do ideal (valores de IMC inferiores a 18,5), peso normal (IMC entre 18,5 e 24,9), sobrepeso (IMC entre 25 e 25,9) e obesidade (IMC superior a 30). No entanto, o IMC apenas considera o peso e a idade, tendo em conta a altura. Não avalia a massa muscular, a proporção de osso e massa gorda. Por exemplo, uma pessoa com uma massa muscular elevada e pouca massa gorda (como um atleta ou um bodybuilder) terá um IMC superior a uma pessoa com bastante massa gorda e pouca massa muscular. Isto acontece porque o músculo é quatro vezes mais denso que a gordura, o que leva a que o IMC seja um cálculo indicativo, e comprovando que a avaliação do peso ideal e saudável deve ser efetuada tendo em consideração outros parâmetros adicionais.

E quais são esses parâmetros adicionais? A medição do perímetro abdominal é um dos parâmetros que deve complementar o cálculo do IMC. O perímetro abdominal, quando avaliado de forma isolada, não define a nossa saúde. Mas quando associado a uma avaliação completa é indicativo de doenças como hipertensão arterial, diabetes, obesidade e hipercolesterolemia. O desejável é ter um perímetro abdominal inferior a 94 cm nos homens, e 80 cm no caso das mulheres. O peso ideal e saudável deve ter também em consideração a avaliação do estilo de vida, na qual se inclui o historial familiar de hipertensão arterial, diabetes e doença cardiovascular prematura, hábitos de tabagismo, sedentarismo e avaliação de parâmetros bioquímicos (análises) de monitorização da saúde. Na avaliação de parâmetros bioquímicos inclui-se o nível de açúcar no sangue, colesterol total (com discriminação do colesterol “bom” e colesterol “mau”), avaliação do funcionamento da tiroide, entre outros.

Então, por onde podemos começar? Os laboratórios SYNLAB disponibilizam um Check-up Peso Ideal, que visa ajudar a controlar as oscilações de peso e a manter ou alcançar o seu peso ideal. Este rastreio avalia o funcionamento da tiroide (de forma a determinar se esta tem alguma relação com as oscilações de peso), a probabilidade de diabetes e a capacidade do metabolismo associado à saciedade (metabolismo rápido ou lento). É importante a avaliação dos resultados por um nutricionista ou médico assistente. É importante referir que este é um peso individual, e deve ser avaliado mediante o estilo de vida e as características individuais! A alimentação é uma premissa importante e pressupõe a ingestão variada e equilibrada de alimentos, proporcionando a energia necessária e o bem-estar ao longo do dia. Acima de tudo sinta-se bem, seja saudável! 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Um estudo pioneiro, feito em ratinhos, revela novas alternativas terapêuticas para reduzir as reservas de gordura visceral, que...

Existe uma relação entre a obesidade e pelo menos 13 tipos de cancro, incluindo dois dos mais prevalentes (cancro da mama e cancro coloretal), bem como doenças cardiovasculares que continuam a ser uma das principais causas de morte em todo o mundo.

O tipo mais prejudicial de obesidade é causado pela acumulação excessiva da chamada gordura "profunda". Ao contrário dos depósitos de gordura localizados diretamente sob a pele, os depósitos de gordura “profunda” ou visceral encontram-se dentro da cavidade abdominal, envolvendo órgãos vitais. Em quantidades normais, a gordura visceral é útil para o desempenho de várias funções fundamentais, como a reprodução. No entanto, quando é em excesso, produz níveis prejudiciais de proteínas e hormonas que afetam negativamente os tecidos e órgãos próximos.

“O excesso de gordura visceral para além de muito perigoso é também muito difícil de eliminar”, explica Henrique Veiga-Fernandes, investigador principal e codirector da Champalimaud Research, em Portugal. “Neste projeto, a nossa equipa propôs-se a explorar os mecanismos que o reduzem naturalmente, na expectativa de descobrir potenciais aplicações clínicas”.

O trabalho de exploração da equipa provou ser um êxito. Os resultados do estudo, realizado em ratinhos e publicado hoje (18 de Agosto) na revista Nature, apresentam aquele que é o primeiro processo neuro-imune conhecido, através do qual sinais cerebrais comandam a função imunológica nos depósitos de gordura visceral. Esta descoberta oferece novas abordagens ao combate à obesidade e às doenças a ela associadas.

Aprofundar a investigação da gordura "profunda"

A gordura visceral pode aparentar ser uma massa amarela uniforme, mas na verdade é um tecido complexo e heterogéneo. Para além das células de gordura, contém também fibras nervosas e muitos tipos de células diferentes, incluindo células do sistema imunológico. A equipa estava particularmente interessada num tipo específico de células imunes chamadas ILC2 (células linfoides inatas do tipo 2).

"As ILC2 são essenciais a várias funções imunológicas, em muitos tecidos e órgãos, incluindo a manutenção do bem-estar geral do tecido adiposo. No entanto, até aqui, não sabíamos que células controlavam as ILC2 na gordura visceral ou quais as mensagens moleculares que utilizavam para comunicar entre si", explica Ana Filipa Cardoso, primeira autora do estudo.

Resultados anteriores do laboratório revelaram que, no pulmão, é o sistema nervoso que controla diretamente a atividade das ILC2 e, por isso, a equipa esperava encontrar aqui um mecanismo semelhante. No entanto, descobriu algo completamente diferente. “Os neurónios e as células do sistema imunológico não comunicavam”, lembra Cardoso. “Então, ao investigar outros candidatos no tecido, encontrámos finalmente um 'intermediário' bastante inesperado”.

Muito mais do que um simples espectador

Surpreendentemente, aquele que se descobriu agora ser o mediador crítico da comunicação neuroimune na gordura visceral era, até muito recentemente, considerado apenas um mero espectador. “As células mesenquimais (MSC, na sigla inglesa) foram amplamente ignoradas até há cerca de uma a duas décadas”, diz Veiga-Fernandes. "A opinião generalizada era que estas, essencialmente, produziam a estrutura do tecido sobre a qual outras células depois 'trabalhavam'. No entanto, os cientistas descobriram que as MSC desempenham várias funções ativas essenciais."

Mediante uma série de experiências complexas, os investigadores identificaram a cadeia de comando e as mensagens moleculares que são trocadas em cada etapa. "Começa com sinais neuronais para as MSC. Estas enviam depois uma mensagem para as ILC2, à qual estas últimas respondem ordenando que as células de gordura acelerem o seu metabolismo", resume Cardoso.

“É como se as células neuronais e imunológicas não falassem a mesma língua e as MSC fossem o seu intérprete”, acrescenta Veiga-Fernandes. "Se olharmos para o ambiente macro, faz sentido. As MSC são efetivamente o 'ecossistema' do tecido e, portanto, estão na posição ideal para ajustar a atividade de outras células."

Tudo começa no cérebro

Uma vez identificado o circuito local para o processo de queima de gordura, os cientistas deram um passo atrás para questionar o que, à partida, desencadeia a atividade neural nos depósitos de gordura visceral.

“As fibras nervosas dentro da gordura visceral pertencem ao chamado sistema nervoso periférico. Este é responsável por vários processos fisiológicos, como a regulação da pressão arterial”, explica Cardoso. "Mas o sistema nervoso periférico não é quem manda, apenas obedece ao sistema nervoso central, ao qual o cérebro pertence. Então, a pergunta que fizemos a seguir foi 'qual é a estrutura do cérebro que está no topo da cadeia de comando?'"

A equipa identificou uma região, dentro do hipotálamo (chamada PVH - Núcleo paraventricular do hipotálamo), como a origem. Esta estrutura, situada perto da base do cérebro, é o centro de controlo de um conjunto diversificado de processos que vão do metabolismo à reprodução e às funções gastrointestinais e cardiovasculares.

“Esta descoberta é muito significativa”, diz Veiga-Fernandes. “É o primeiro exemplo claro de um circuito neuronal cruzado que traduz as informações do cérebro numa função imunológica relacionada com a obesidade. E também levanta muitas outras questões. Por exemplo, o que leva o PVH a emitir a ordem para 'queimar gordura'? Está relacionado com o comportamento, como comer certos alimentos ou fazer exercício? Ou depende de sinais metabólicos internos? Ou ambos? É uma tela em branco - não sabemos o que é, e isso é fascinante."

Novos caminhos na luta contra a obesidade

Estes resultados, na opinião da equipa, apresentam várias abordagens potenciais para a manipulação do processo de queima de gordura visceral. “Este novo eixo de regulação, marcado por etapas, que identificámos agora, revela muitos pontos de acesso ao metabolismo da gordura visceral. Agora podemos começar a pensar em formas de usar este novo conhecimento para combater a obesidade visceral e, assim, reduzir o risco de doenças cardiovasculares e cancro”, salienta Cardoso.

Veiga-Fernandes acrescenta que vários esforços nesse sentido já estão em curso. "Isto é algo que estamos ativamente à procura. Não no laboratório, que continua a concentrar-se em questões de investigação fundamentais, mas no contexto de uma startup chamada LiMM Therapeutics (https://www.limmtx.com/), sediada aqui, no Centro Champalimaud."

"O mais desafiante num projeto desta natureza é que estamos realmente a trabalhar numa fronteira. Já não é imunologia mas também não é neurociência. Temos de dominar tecnologia, métodos e abordagens que são interdisciplinares ou multidisciplinares. Alguns deles não existem mesmo havendo a necessidade de os desenvolver do zero. Mas, ao mesmo tempo, o desafio conceptual é muito estimulante; estamos mesmo a aventurar-nos no desconhecido”, conclui Veiga-Fernandes.

Coronavírus
Se no início da pandemia Covid-19 se alegava que as crianças eram “super-contagiosas”, a verdade é que, até hoje, múltiplos...

Segundo o artigo, publicado na revista 'JAMA Pediatrics', os bebés e as crianças são menos propensos a ficarem infetados do que os adolescentes, mas quando o fazem, são mais propensos a transmitir o vírus aos seus coabitantes. A origem parece estar num fator comportamental, uma vez que crianças muito pequenas requerem muita atenção e não podem ser isoladas quando estão doentes.

Assim como os adolescentes passam mais tempo longe de casa, juntos e muitas vezes, em lugares bastante fechados, tocando e até partilhando bebida, os mais novos têm menos interação social fora de casa, tendem a estar em contacto físico próximo com coabitantes, além de levarem as mãos e outros objetos à boca com frequência. Há uma combinação de condições que facilita o contágio dentro da casa.

O novo estudo, realizado por investigadores da Public Health Ontario, foi desenvolvido a partir de registos de casos Covid-19 e testes positivos de coronavírus em Ontário de 1 de junho a 31 de dezembro de 2020. Os cientistas detetaram todos os positivos associados a casas particulares e identificaram o "caso do índice" (a primeira pessoa a desenvolver sintomas de coronavírus ou a testar positivo para o vírus). Depois de analisarem 6.280 agregados familiares em que a primeira pessoa a contrair o vírus tinha menos de 18 anos, procuraram casos secundários entre coabitantes nas próximas duas semanas.

Segundo se sabe, na maioria dos casos, a cadeia de transmissão parou com a criança infetada, mas em 27,3 por cento dos agregados familiares, as crianças infetaram pelo menos um outro membro da família.

Ao cruzar dados, observou-se que, embora os adolescentes (entre os 14 e os 17 anos) constituíssem 38% dos casos de índice e os menores de três anos, apenas 12%, quando se tratava de se espalhar em casa, as probabilidades eram 40% mais altas nas crianças.

Os autores do estudo não descartam a possibilidade de as crianças terem níveis mais elevados do vírus do que os adolescentes. Pesquisas anteriores mostraram que, embora os mais pequenos raramente fiquem gravemente doentes, podem transportar níveis de vírus semelhantes ou mesmo superiores aos dos adultos.

Para já, e enquanto o papel das crianças na propagação do vírus permanece incerto, especialistas recomendam que se tomem precauções, não só em casa como nas creches: : distanciamento físico, boa ventilação, máscaras e higiene frequente das mãos.

 

Despacho publicado
Segundo um despacho publicado pelo Gabinete do Secretário de Estado Adjunto e da Educação, no próximo ano letivo haverá...

O documento, além de estabelecer as normas a ter em conta na elaboração das ementas e impões restrições na venda de géneros alimentícios nos bufetes e nas máquinas de venda automática nos estabelecimentos de educação e de ensino da rede pública do Ministério da Educação.

Assim, no próximo ano letivo passam a ser proibidos géneros alimentícios e bebidas de elevado valor energético, teor de sal, açúcar, ácidos gordos saturados e ácidos gordos trans em escolas do Ensino Pré-escolar, Básico e Secundário.

Por outro lado, nos bufetes escolares vão deixar de ser vendidos alimentos como bolos, pastéis, croissants, salgados pães doces, produtos processados, sandes com molhos, refrigerantes, guloseimas, sobremesas doces ou gelados.

O mesmo despacho indica os produtos que os bufetes terão de obrigatoriamente disponibilizar, por exemplo, água potável gratuita, leite simples, iogurtes sem adição de açúcar, pão, fruta fresca, saladas ou sopas.

“No sentido de promover a alimentação saudável junto da população escolar, o espaço do bufete deve ser organizado de modo a posicionar na primeira linha de observação” os alimentos saudáveis.

Quanto à elaboração das ementas, estas devem contemplar refeições vegetarianas, dietas justificadas por prescrição médica ou dietas justificadas por motivos religiosos.

Estas medidas “devem ser acompanhadas por programas, desenhados em articulação com as autoridades de saúde, com o objetivo de informar e capacitar para escolhas informadas e mais saudáveis, promovendo-se o aumento da literacia alimentar das crianças e jovens”.

Este Despacho tem por base as diferentes orientações conjuntas já existentes e que já norteavam a alimentação nos espaços escolares, reforçando e atualizando a informação técnica e a evidência científica anterior e colocando mais uma vez Portugal na linha da frente neste tipo de diretrizes alimentares.

Maior segurança, agilidade e excelência nos cuidados prestados
A consultora Lean Health Portugal conduziu um projeto de melhoria contínua realizado no Hospital de Braga com principal foco na...

No decorrer do projeto, a situação atual do serviço do Hospital de Dia Oncológico foi analisada, tendo sido identificado potenciais desperdícios e ineficiências, para depois se definir um plano de melhoria.

A metodologia Lean convida a equipa a mapear todos os processos do serviço incluindo o fluxo de informação, do doente, do doente para levantar a medicação oral e o fluxo do medicamento em si. Foi desenvolvida uma análise de todas as ferramentas utilizadas, desde o sistema informático, à Folha Verde - documento físico que contém toda a informação associada ao doente e respetivo tratamento.

Em reuniões semanais, promovidas pela equipa multidisciplinar, sinalizam-se situações que potencialmente criavam desperdício ou ineficiências, para mais tarde fazer o levantamento das oportunidades de melhoria, que seriam à posteriori testadas e aplicadas ao real funcionamento do hospital.

No decorrer do projeto, a equipa conseguiu alcançar o total de seis áreas distintas - melhoria do circuito do utente que levanta a sua medicação oral, a otimização da utilização das salas do serviço, o circuito geral do utente (que inclui idas ao HD para realizar consultas, colheita de sangue, tratamentos, entre outros), a melhoria da utilização das salas de tratamento e agendamentos, assim como a melhoria do circuito da folha verde e do espaço da equipa de farmácia.

“Após a realização do projeto, o serviço reconhece uma maior segurança, agilidade e excelência prestados aos seus utentes como também uma maior qualidade no seu ambiente de trabalho”, explica uma médica oncologista do Hospital de Dia Oncológico do Hospital de Braga.

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