Investimento de 424 milhões de dólares
A Bayer celebrou um acordo de licenciamento exclusivo com a Dewpoint Therapeutics, Inc. para um programa de doenças do coração...

“Um dos maiores desafios na descoberta de medicamentos está associado com o proteoma humano que ainda não tem uma abordagem terapêutica dirigida”, disse Juergen Eckhardt, MD, Diretor de Desenvolvimento de Negócios e Licenciamento da Divisão Farmacêutica da Bayer. “O paradigma emergente dos condensados biomoleculares está a expandir o espaço tradicional de alvos de medicamentos para moléculas pequenas, revelando novos alvos e novas abordagens para alvos anteriormente intratáveis. Estamos entusiasmados por fazer parte desta nova onda de inovação juntamente com a Dewpoint Therapeutics, pois a nossa ambição é disponibilizar medicamentos com potencial de transformar o tratamento das doenças do coração com as maiores necessidades não atendidas.”

A cardiomiopatia dilatada (CMD) é uma doença do músculo cardíaco em que os ventrículos aumentam de tamanho e têm dificuldade em bombear o sangue de forma eficaz. O programa licenciado centra-se num método inovador para abordar uma forma específica de CMD ligada a mutações que levam à formação de condensados associados à doença. Esta forma de CMD é uma condição grave com necessidades médicas significativas não atendidas, caracterizada por insuficiência cardíaca de início precoce e arritmias frequentes com risco de vida.

“Estamos entusiasmados com as novas descobertas viabilizadas pela nossa colaboração com a Bayer, que têm imenso potencial para transformar o tratamento da CMD”, disse Ameet Nathwani, CEO da Dewpoint Therapeutics. “O licenciamento do primeiro programa de descoberta realça a validação científica da nossa abordagem patenteada baseada em condensados, que identifica e tem como alvo os fatores de condensado subjacentes a doenças complexas. As descobertas pré-clínicas neste programa sugerem que uma pequena molécula modificadora de condensado pode reverter o processo fundamental da doença. Estamos muito satisfeitos que a Bayer tenha exercido a sua opção de licenciar este programa entusiasmante que fortalecerá ainda mais a nossa colaboração contínua para explorar tratamentos inovadores para doenças cardiovasculares e renais.”

A Dewpoint Therapeutics receberá um pagamento inicial e pagamentos adicionais associados a objetivos de desenvolvimento e comerciais no valor total estimado de 424 milhões de dólares, excluindo royalties. Esta colaboração resulta da participação da Bayer na ronda de financiamento de Série A de janeiro de 2019 da Dewpoint através da Leaps by Bayer, a unidade de investimento estratégico da Bayer.

Dia 22 de novembro
A comunidade digestiva vai reunir-se na décima edição do Encontro de Enfermagem em Gastrenterologia, no dia 22 de novembro. O...

Organizado pela equipa de enfermagem de Gastrenterologia do Hospital CUF Porto e pela CUF Academic Center, o evento, de periodicidade anual, tem como principal objetivo a partilha e troca de experiências e conhecimentos dirigidos para toda a comunidade clínica, em particular para a enfermagem. 

Entre palestras e mesas redondas, orientadas por um painel constituído por vários profissionais da CUF e outras instituições, a sessão conta com um programa inteiramente dedicado à Gastrenterologia, onde serão abordadas temáticas fundamentais a uma melhor prática diária, com foco numa maior qualidade para o cliente, como a implementação de novas técnicas.  

Nesta edição destacam-se temas como o papel do enfermeiro na inovação, a gestão de conflitos e, ainda, a aplicação à área da saúde do Crew Resource Management, uma ferramenta fundamental utilizada na aviação para maximizar a segurança e eficiência. 

O evento vai decorrer entre as 8h30 e as 18h30, no Auditório do Hospital CUF Porto. Os profissionais de saúde interessados em participar, poderão inscrever-se através deste link, onde também é possível consultar o programa completo. 

Causas, sintomas e tratamento
A luxação do ombro, também conhecida como ombro deslocado, é uma lesão comum que afeta a articulação

O que é a Luxação do Ombro?

A luxação do ombro ou ombro deslocado ocorre quando a cabeça do úmero é forçada para fora da cavidade glenoide devido a uma forte pressão ou movimento abrupto.

Isto resulta na separação da articulação, levando à dor intensa e à incapacidade de mover o braço normalmente.

A luxação do ombro pode ser classificada como luxação anterior (mais comum), luxação posterior, luxação inferior ou luxação multidirecional, dependendo da direção em que a cabeça do úmero se desloca.

Causas da luxação do ombro

A luxação do ombro pode ser causada por diferentes fatores, incluindo:

  • Trauma direto no ombro, como quedas ou impactos fortes.
  • Movimentos bruscos do braço, especialmente quando o ombro está em posição de abdução (afastado do corpo) e rotação externa.
  • Participação em desportos de contato ou atividades físicas que envolvam movimentos repetitivos do ombro.

Sintomas da Luxação do ombro

Os sintomas da luxação do ombro podem incluir:

  • Dor aguda e intensa no ombro.
  • Deformação imediata da região afetada.
  • Incapacidade de mover o braço normalmente.

Diagnóstico da Luxação do Ombro

O diagnóstico da luxação do ombro é realizado por um médico, geralmente um ortopedista, que examinará o ombro e solicitará exames de imagem, como radiografias, ressonância magnética ou tomografia computadorizada, para confirmar a lesão e avaliar a extensão do deslocamento.

Como Prevenir a Luxação do Ombro

Alguns passos podem ser tomados para reduzir o risco de luxação do ombro, incluindo:

  • Evitar movimentos bruscos ou sobrecarga do ombro.
  • Fortalecer os músculos do ombro por meio de exercícios de fortalecimento.
  • Praticar desporto de forma segura e utilizar equipamentos de proteção adequados.

Tratamento da Luxação do Ombro

O tratamento inicial para uma luxação do ombro geralmente envolve a redução do ombro deslocado, que é a redução manual da cabeça do úmero na cavidade glenoide.

Este procedimento deve ser realizado por um profissional de saúde treinado e pode ser acompanhado por sedação ou anestesia local para minimizar o desconforto do paciente.

Após a redução, o médico pode imobilizar o ombro usando um suspensor braquial para permitir que os tecidos lesionados cicatrizem adequadamente.

Recuperação após a luxação do ombro

A recuperação após uma luxação do ombro pode variar dependendo da gravidade da lesão e da adesão do paciente ao tratamento.

É mandatório uma avaliação por um Ortopedista especialista em Ombro após o primeiro episodio de luxação. Serão requisitados exames para o correto diagnóstico das lesões articulares que ocorreram para poder orientar o paciente no melhor tratamento possível.

Nalguns casos selecionados pode ser necessário uma intervenção cirúrgica após o primeiro episódio de luxação do ombro. Nos restantes, opta-se pelo tratamento conservador que inclui um período de imobilização seguido de um programa de reabilitação.

A imobilização do ombro geralmente é mantida por algumas semanas para permitir a cicatrização dos tecidos.

Após a imobilização, a fisioterapia é frequentemente recomendada para ajudar a recuperar a amplitude de movimento, fortalecer os músculos do ombro e prevenir recorrências.

A recuperação completa pode levar de algumas semanas a alguns meses, dependendo da gravidade da lesão e da resposta do paciente ao tratamento.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Fundação Champalimaud
O sistema imunitário foi sempre visto como tendo apenas uma função de defesa contra as infecções.

Para que o nosso corpo consiga transformar eficientemente em gordura o excesso de hidratos de carbonos que ingerimos, no processo de “lipogénese”, são precisas duas coisas. Primeiro, os linfócitos de tipo T-gama-delta do sistema imunitário, que estão presentes em grande quantidade no tecido adiposo (vulgo gordura), têm de produzir uma substância “gatilho” da lipogénese, chamada IL-17. 

Segundo, tem de haver uma regulação temporal muito fina dessa produção, governada pelos “relógios” moleculares internos daquelas células imunitárias, de forma a fazer coincidir a produção de IL-17 com os períodos de maior abundância de hidratos de carbono a transformar.

Estas são as conclusões de um estudo publicado na revista Nature por uma equipa internacional na qual se incluem dois cientistas da Fundação Champalimaud.

“O que este trabalho vem demonstrar é que há uma grande parte do nosso metabolismo que é regulado por células do sistema imunitário”, diz Henrique Veiga-Fernandes, Investigador Principal do Laboratório de Imunofisiologia na Fundação Champalimaud – e um dos co-autores seniores do novo estudo. 

“Concretamente”, acrescenta o investigador, “mostrámos que há um tipo de linfócitos que produz uma substância chamada IL-17, que permite às células do tecido adiposo, os adipócitos, transformarem em gordura e armazenar o excesso de hidratos de carbono que ingerimos na nossa dieta. De outra maneira, esses excessos causariam desequilíbrios no sangue”, com consequências nefastas para a nossa saúde. 

“Trata-se de um mecanismo que, ao longo da evolução, foi essencial para os mamíferos conseguirem fazer reservas de energia em previsão de períodos de escassez de alimentos”, enfatiza Veiga-Fernandes.

Mas todos sabemos que, actualmente, a acumulação de gordura no corpo é um dos maiores problemas de saúde nos países mais desenvolvidos, porque a maior parte da população nunca tem défice de calorias e ingere hidratos de carbono em excesso, armazenando gordura indesejada. Aliás, o processo de lipogénese fica alterado em várias doenças graves da “vida moderna”, tais como o cancro, a síndrome metabólica e a obesidade. 

Veiga-Fernandes sugere que os resultados obtidos podem, no futuro, ser utilizados para combater os efeitos prejudiciais do excesso de gordura no tecido adiposo, abrindo caminho para o desenvolvimento de novos fármacos que inibam a lipogénese.

Foi Lydia Lynch, Investigadora Principal na Universidade de Princeton e também co-autora sénior, que convidou os dois investigadores da Fundação Champalimaud – Veiga-Fernandes e Miguel Rendas, este último co-segundo autor do estudo – para esta colaboração. “[Os outros coautores] exploraram os processos pelos quais os linfocitos gama-delta controlam a lipogénese e nos desvendámos a regulação circadiana dessas mesmas células e da IL17”, resume VeigaFernandes. 

Mais precisamente, o contributo português para o novo trabalho foi a identificação de como os linfócitos T-gama-delta produzem IL-17 seguindo ritmos biológicos muito precisos. “Estudámos o ritmo circadiano (dia/noite), a ‘alteração da hora’ dos linfócitos T-gama-delta e a consequente desregulação da expressão da IL-17.”

"É como se estas células tivessem um relógio dentro de si que lhes permite produzir IL-17 em momentos muito definidos durante o dia [ou da noite, no caso dos ratinhos, porque são animais noctívagos], de forma que a produção de gordura pelo tecido adiposo corresponda às alturas em que há uma maior disponibilidade de hidratos de carbono” vindo dos alimentos, explica ainda Veiga-Fernandes.

Estes timings são tanto mais importantes quanto a IL-17 é uma substância que promove a inflamação. Ora, se a IL-17 fosse produzida em permanência, poderia dar origem a doenças inflamatórias perniciosas. 

Sistema imunitário multi-tasking

A primeira lição a retirar deste trabalho, diz Veiga-Fernandes, é que o sistema imunitário, que normalmente associamos à resposta contra as infecções e ao combate contra o cancro, é também muito importante na regulação de um aspecto fundamental da nossa vida: o nosso metabolismo. “E a segunda, muito importante, é que este processo é regulado de forma muito fina, é uma espécie de relógio suíço”. Cabe aqui dizer que a produção de IL-17 não é induzida pela alimentação, mas que coincide, possivelmente como fruto da evolução, com os períodos em que estamos mais activos.

Esse relógio suíço é susceptível de ficar desacertado? “O que o nosso artigo também demonstra é que um dos factores mais importantes na regulação deste relógio é a exposição à luz – ou, melhor dizendo, o ciclo de luz e escuridão, ou ciclo circadiano”, responde Veiga-Fernandes. Um processo muito provavelmente mediado pelo centro principal de detecção da luz, situado no cérebro. 

“Apesar de neste trabalho, não termos analisado em detalhe os factores que alteram a hora destes linfócitos, é muito provável que o relógio do metabolismo seja influenciado por mudanças de fusos horários ou de padrões de sono”, explica o investigador. Isso acontece em pessoas que trabalham por turnos, ou que estão em constante jetlag porque viajam frequentemente por razões profissionais. Também poderá acontecer em pessoas com doenças do foro psiquiátrico ou que têm insónias e comem e dormem fora de horas. “O ritmo biológico, apesar de intrínseco, não é imutável”, diz Veiga-Fernandes. “Adapta o nosso organismo a alterações do ambiente e modo de vida”, acrescenta.

Normalmente, quando mudamos de fuso horário esporadicamente, o relógio do sistema imunitário adapta-se. Mas o facto de estar constantemente a alterá-lo faz com que a produção de IL-17 se torne assíncrona e possa conduzir a doenças cardiovasculares, diabetes, fígado gordo, cancro, etc. 

“O que acontece, muito frequentemente, com os estilos de vida modernos, é que não precisamos de ir para as antípodas para avariar o relógio e não conseguir reacertá-lo”, salienta o investigador. “É o nosso comportamento que se encarrega disso.”

“É muito interessante”, conclui Veiga-Fernandes, “que a associação entre os nossos comportamentos, hábitos de risco e alterações do nosso sistema imunitário acabem por ter um impacto tão grande no nosso metabolismo e qualidade de vida. Porque estas alterações influenciam todas as células do nosso corpo, todos os órgãos, todos os tecidos. Enfim, definem em grande parte quem somos.”

 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Com o apoio científico da Associação Nacional de Displasias Ósseas (ANDO Portugal)
A Kyowa Kirin lança este mês, altura em que se assinala o Dia Internacional de Sensibilização para a hipofosfatemia ligada ao...

O XLH Link é o primeiro espaço na web dedicado, em exclusivo, a esta patologia e dirigido aos doentes e às famílias, onde podem encontrar informações sobre a doença, as suas particularidades, os seus principais sintomas e a sua hereditariedade. Também se centra nas manifestações da XLH, uma vez que estas têm um impacto direto na qualidade de vida dos doentes e muitas das suas atividades diárias, como as tarefas domésticas, ir trabalhar, a higiene pessoal ou mesmo o sono noturno podem ser um desafio.

No XLH Link é possível ainda encontrar todas as informações relativas e necessárias sobre o que é a doença, como viver com ela, dicas para lidar com a dor, sintomas, informações importantes, vídeos de testemunhos e ainda como e onde procurar ajuda em caso de diagnóstico.

O site apresenta, inclusivamente, dicas de como comunicar com os médicos e especialistas, de modo a garantir que os doentes recebem os cuidados e o apoio de que necessitam.

A XLH é uma doença rara que ocorre na infância e afeta aproximadamente 1 em cada 20.000 pessoas. Caracteriza-se pela perda de fosfato na urina, o que faz com que os ossos não se mineralizem corretamente. Nas crianças, a doença pode causar raquitismo, deformações nas pernas, atraso no crescimento e dores. Os adultos podem sofrer de osteomalácia progressiva e de uma variedade de sintomas músculo-esqueléticos, como dores e rigidez nas articulações.

“Como companhia farmacêutica inovadora, trabalhamos para desenvolver medicamentos que ajudem as pessoas com doenças raras a melhorar a sua qualidade de vida. No entanto, para o conseguirmos, não nos podemos concentrar apenas na investigação, temos de conhecer de perto as necessidades dos doentes”, afirma Claudia Coscia, Diretora-Geral da Kyowa Kirin para a Europa do Sul, e acrescenta: “É, por isso, que o XLH Link foi criado com o objetivo de apoiar os doentes com esta doença, para estar ao seu lado, acompanhando-os e ao seu ambiente no processo de viver com XLH.”

Além disso, como pode ser difícil explicar a uma criança o que é uma doença rara como a XLH, o website oferece sugestões e recomendações para ajudar as famílias a explicar-lhes a doença através de conceitos fáceis de compreender.

O que precisa saber
A saúde oral é uma questão fundamental para a qualidade de vida das pessoas.

“Se as pessoas estiverem informadas do impacto que a saúde oral tem no bem-estar geral é meio caminho para cuidarem delas mesmas”, refere Sofia Cordeiro, Diretora Geral da Clínica Médis. “Além disso, se tiverem recomendações de como devem cuidar dos seus dentes, é possível desmistificar várias ações relacionadas com a saúde oral e tomar decisões informadas e conscientes”, acrescenta.

Mitos:

1. Bicarbonato branqueia os dentes. Muitas pessoas acreditam que o uso do bicarbonato de sódio é uma forma eficaz de branquear os dentes. No entanto, o uso excessivo pode danificar o esmalte dos dentes e causar sensibilidade.

2. Devo lavar os dentes imediatamente após cada refeição. Deve esperar cerca de 30 minutos antes de escovar os dentes após cada refeição para a saliva equilibrar o Ph que se alterou com a alimentação.

3. Mau hálito está sempre relacionado com falta de higiene. O mau hálito pode não estar apenas relacionado com a falta de higiene oral, existem outras causas associadas como desidratação, jejum prolongado e tabagismo.

4. Não se deve lavar os dentes quando a gengiva sangra. Se estiver a sangrar da gengiva deve igualmente escovar os dentes, mas deve usar uma escova suave ou de média rigidez, pasta dentífrica adequada e bochechar com elixir.

5. Devemos colocar a maior quantidade de pasta dentífrica possível na lavagem. O verdadeiro responsável pela limpeza dos dentes é a escova e a própria escovagem. A pasta aplicada não deve ser maior do que o tamanho de uma ervilha.

Verdades:

1. O uso do fio dentário é fundamental para prevenir cáries e doenças gengivais.

2. Beber muito café ou chá, tabaco e refrigerantes, escurece os dentes. Tudo o que inclui corantes contribui para as tais manchas amarelas nos dentes.

3. A escovagem mais importante do dia é antes de dormir, isto porque, quando dormimos a produção de saliva é menor e quase não há movimento da língua, o que dificulta a eliminação dos restos de comida.

4. Visitas regulares ao dentista são essenciais para detetar problemas precocemente e evitar complicações mais graves.

Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo integrou projeto dedicado à criação de metodologias de formação para professores universitários
O caminho a percorrer no sentido de uma educação superior acessível a todos ainda é longo, mas o futuro é promissor. Depois de...

Segundo dados recentes, resultado das informações recolhidas por David Sotto-Mayor Machado – docente e investigador na Atlântica, e coordenador do i-HETP – e pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (2022), estavam inscritos no ensino superior português, no ano letivo de 2021/2022, 2.779 estudantes com deficiência. Não obstante o aumento face ao ano anterior – mais sete por cento – e a redução dos casos de abandono escolar – menos 20 por cento –, estes alunos enfrentam, ainda, barreiras significativas, exacerbadas por uma lacuna na formação dos professores universitários.

Maioria dos docentes assume necessidade de formação

É consensual. A necessidade de formação complementar no âmbito do apoio a estudantes com deficiência na sala de aula foi expressa por quase 82 por cento dos docentes, com 78 por cento a evidenciar esta mesma necessidade para o ensino à distância. Mais de metade (55 por cento) revelou, inclusivamente, sentir-se desafiado pela atual experiência de ensino a alunos com necessidades educativas especiais (NEE), e apenas 41 por cento considera que as suas instituições compreendem a importância de garantir as competências pedagógicas necessárias a uma educação mais inclusiva.

Apesar de só 32 por cento dos inquiridos afirmar que já recebeu formação neste âmbito, verifica-se um desejo generalizado de mudança. A esmagadora maioria (cerca de 94 por cento) concorda com a relevância de adaptar os métodos de ensino para que se tornem acessíveis a todos, destacando ainda o interesse em compreender as especificidades de cada deficiência e de criar um ambiente de sala de aula inclusivo. A importância de uma formação holística, que aborde tanto estratégias de ensino gerais como desafios específicos relativos à inclusão, foi uma das principais conclusões do estudo.

O inquérito, realizado em março de 2023, integrou o processo de avaliação de necessidades do projeto, contando com respostas de 452 professores universitários dos sete países parceiros. No seguimento do contributo da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) para a disseminação do questionário, uma porção significativa dos inquiridos (297) exerce funções em Portugal.

Movido pela vontade de desenvolver uma resposta integrada a estas necessidades, David Sotto-Mayor Machado revela que parte da inspiração para o i-HETP partiu da experiência pessoal: “Enquanto estudava, sofri uma lesão cerebral que resultou em algumas limitações, nomeadamente a nível da leitura e da escrita. Apesar do apoio que recebi da Atlântica, senti, face aos desafios que encontrei, a necessidade de procurar perceber o panorama da educação superior inclusiva”. A tese de mestrado e outros trabalhos de investigação sobre o tema “evidenciaram a urgência de preparar o corpo docente e não docente para acolher estudantes com NEE”.

O programa surgiu com o objetivo de suprir esta lacuna, conclui o responsável: “Queremos dotar os professores universitários e pessoal não docente de ferramentas e metodologias de ensino inclusivas. O foco do projeto não está na criação de soluções tecnológicas, como estudos anteriores que desenvolvi, mas na formação em boas práticas que promovam a inclusão plena dos estudantes com NEE em todas as dimensões da vida académica, incluindo a dimensão social”.

Programa de formação já está disponível online

A realização do inquérito e de focus groups em todos os países parceiros revelou-se fundamental para o desenvolvimento de um currículo completo, que assegure um ambiente de ensino inclusivo e a possibilidade de participar ativamente na vida académica, independentemente das necessidades específicas dos estudantes. O i-HETP disponibiliza sete módulos autónomos, que abordam diferentes dimensões de uma educação inclusiva. Além de uma introdução à pedagogia e acessibilidade digital, o programa inclui uma componente dedicada ao Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA), assim como módulos orientados para diversos tipos de deficiência – visual, auditiva e/ou de fala, física, intelectual e outras deficiências.

Terminada a fase piloto do projeto, que contou com 504 participantes de oito países e registou quase 26 mil visitantes únicos no domínio oficial, os diferentes módulos do i-HETP estão disponíveis em ihetp.org/pt, na página “Plataforma de Aprendizagem”. A flexibilidade é uma das características distintivas do programa, possibilitando que cada participante personalize a sua trajetória de aprendizagem e adapte a formação ao seu ritmo e disponibilidade horária. Com o projeto implementado, David Sotto-Mayor Machado espera “contribuir para a construção de um sistema de ensino que garanta às pessoas com deficiência a possibilidade de exercerem funções e cargos que se acreditava e fazia crer que eram incapazes de assumir”.

Dia 5 de novembro
A divulgação dos mais recentes avanços em aplicações de Inteligência Artificial (IA) nos cuidados de saúde, a partilha de...

“O seminário vai proporcionar uma visão aprofundada sobre as aplicações mais recentes da Inteligência Artificial nos sistemas de saúde, abordando os desafios e as oportunidades da sua integração prática,” refere Rui Sousa, diretor do S-Lab da Católica Porto Business School. Estão confirmadas as presenças de Cristina Trocin, investigadora na área da Inteligência Artificial aplicada à saúde (investigadora do Centro de Estudos de Economia e Gestão – CEGE - e docente da Católica Porto Business School), e de Gabriel Hanssen Kiss, engenheiro sénior do Operating Room of the Future no hospital universitário St. Olav, na Noruega.

Ao longo de uma hora e meia, os oradores terão a oportunidade de apresentar iniciativas de saúde digital em Portugal; dar um exemplo prático de IA em cenários clínicos, por Gabriel Hanssen Kiss (St. Olav's University Hospital, Noruega); abordar a IA generativa nos cuidados de saúde; falar sobre IA e ética responsável na saúde; mas também participar na mesa-redonda sobre desafios e oportunidades da IA e dos sistemas de saúde em Portugal, incluindo financiamento.

O Seminário "The Role of AI in Shaping the Future of Health Systems" realiza-se a 5 de novembro, a partir das 17h30, na Sala Porsche da Católica Porto Business School. A participação é gratuita, mas o registo é obrigatório.

No número dois da RPLS foca-se nos diferentes estágios da vida do indivíduo
A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS) acaba de lançar publicamente a segunda edição da Revista Portuguesa de...

O tema da edição deste semestre serve de base para os diversos artigos que exploram os desafios e oportunidades da literacia em diferentes fases da vida e em contextos variados, como saúde emocional, saúde digital e cuidados neonatais. A revista conta com contribuições valiosas de investigadores e especialistas que abordam temas como a promoção de memórias positivas durante o internamento neonatal e a capacitação dos pais para os cuidados ao recém-nascido. 

“Esta edição reúne mais um conjunto valioso de artigos na área crucial e multifacetada da literacia em saúde, com um foco especial em populações diversas e em diferentes estágios da vida, desde o ambiente neonatal até a vida adulta e a idade idosa, abrangendo, tanto a saúde física, quanto a emocional e mental”, explica Célia Belim, coordenadora científica do projeto. 

"Esta edição reforça a nossa missão de promover a literacia em saúde como um elemento crucial para o bem-estar da pessoa. Acreditamos que o conhecimento em saúde deve ser acessível a todos, e esta revista continua a ser uma ferramenta essencial para facilitar decisões informadas ao longo da vida”, continua. 

Entre os destaques desta edição, encontram-se artigos sobre a literacia em saúde digital e o seu impacto em Portugal, a utilização de inquéritos demográficos em África para avaliar a literacia em saúde e um estudo sobre a autoperceção de médicos quanto ao uso do Cheque Dentista para a pessoa idosa. 

"A RPLS pretende não só disseminar conhecimento, mas também inspirar novas investigações e promover práticas que contribuam para uma sociedade mais informada e saudável. Esta segunda edição, tão importante para a comunidade, revela justamente a necessidade de promovermos a saúde em todas as fases do indivíduo, desde o nascimento até à velhice", afirma Cristina Vaz de Almeida, presidente da SPLS. 

A publicação pode ser lida aqui
 
Resultados do Estudo PORTRAIT-DYS
A Daiichi-Sankyo Portugal divulgou na passada sexta-feira, 25 de outubro, os resultados de uma nova subanálise do Estudo...

Esta subanálise incluiu 11.771 mil doentes, com elevado risco ou história documentada de doença cardiovascular, acompanhados nos Cuidados de Saúde Primários e a nível hospitalar. Verificou-se que 10,5% dessa população é intolerante às estatinas, sendo a maioria dos indivíduos identificada nos Cuidados de Saúde Primários.

A população intolerante às estatinas apresentava uma idade média de 73 anos, um nível de c-LDL de 103mg/dL e 43,6% eram mulheres. Dos fatores de risco cardiovascular identificados destacam-se a hipertensão (92,3%), a diabetes mellitus (62,1%), e ainda os fumadores (11,6%).

O tratamento com ácido bempedóico, nesta população, tem vindo a demonstrar diversos benefícios e foi associado à diminuição de 13% do risco de eventos cardiovasculares adversos major – morte por causas cardiovasculares, enfarte do miocárdio não fatal, acidente vascular cerebral não fatal ou revascularização coronária.

O ácido bempedóico demonstrou, igualmente, ser bem tolerado e eficaz na redução no c-LDL em combinação com outras terapêuticas hipolipemiantes, como estatinas e ezetimiba, em doentes de alto e muito alto risco cardiovascular que não conseguem atingir os seus valores-alvo.

O estudo PORTRAYT-DYS é um estudo observacional transversal que tem como objetivo caracterizar o controlo do c-LDL nas categorias de maior risco cardiovascular, incluindo pessoas com alto e muito alto risco. O estudo incluiu os registos clínicos eletrónicos de cerca de 137.000 doentes, seguidos na Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM), de 2000 a 2020.

Foi possível concluir que existe uma lacuna alarmante entre as orientações atuais para o controlo do c-LDL e a implementação clínica. Uma proporção significativa de doentes de alto e muito alto risco cardiovascular nunca recebeu qualquer prescrição de terapêutica hipolipemiante. Apesar da disponibilidade de várias opções eficazes, a sua utilização mais alargada em populações de maior risco é um fator crítico para a prevenção de futuros eventos cardiovasculares.

Apesar do elevado risco cardiovascular dos doentes incluídos na análise, verificou-se existir um muito baixo nível de controlo do c-LDL. De acordo com as recomendações da ESC 2019, apenas 7% dos doentes de alto risco, 3% dos doentes com risco equivalente de doença aterosclerótica estabelecida e 7% dos doentes com doença aterosclerótica estabelecida, estavam dentro dos valores-alvo. De forma ainda mais preocupante, 15% daqueles com doença aterosclerótica estabelecida não faziam qualquer terapêutica hipolipemiante.

A diferença entre sexos na obtenção dos valores-alvo é outro aspeto que merece destaque. O estudo PORTRAIT-DYS demonstrou que as mulheres têm 22% menor probabilidade de atingir os valores-alvos. Este resultado reforça a necessidade de uma reflexão profunda sobre a razão desta diferença: as mulheres recebem menos vezes terapêuticas hipolipemiantes de elevada intensidade, aderem menos à terapêutica com estatinas e descontinuam mais frequentemente por efeitos laterais, pelo que é necessário ponderar terapêuticas hipolipemiantes adicionais e/ou alternativas e melhorar a adesão terapêutica.

Este estudo aporta informação adicional sobre o controlo da dislipidemia em Portugal nos grupos de maior risco e nas mulheres, e deve levar a uma mudança de atitude na agressividade do tratamento deste fator de risco, nomeadamente através da intensificação das terapêuticas de combinação.

O Estudo PORTRAIT-DYS conta já com quatro subanálises que permitiram analisar fatores relevantes no que diz respeito ao controlo e gestão do c-LDL, tais como as “Diferenças entre sexos no controlo do c-LDL” ou ainda a “Gestão lipídica na pré-diabetes e diabetes.”

Os dados da subanálise agora divulgada, são inéditos e marcam a ordem do dia, uma vez que a diminuição do c-LDL em doentes intolerantes às estatinas representa um desafio na prática clínica.

Projeto de investigação “ChainPrevent"
Um estudo internacional sustenta que a identificação e intervenção precoce em fatores de risco estratégicos, como a...

Pela primeira vez, um estudo internacional mapeia, de forma sistemática, as sequências de vulnerabilidades multissistémicas - sociais, psicológicas, familiares e escolares — que influenciam o desenvolvimento e persistência de comportamentos antissociais desde a infância até à idade adulta e identifica “fatores de risco magnéticos” que geram uma verdadeira “avalanche de risco”, promovendo trajetórias criminais difíceis de interromper. 

O projeto de investigação “ChainPrevent – Sequência de eventos subjacentes ao desenvolvimento e persistência do comportamento antissocial: Avançar na prevenção do crime através de respostas individualizadas”, coordenado por Miguel Basto Pereira, investigador no William James Center for Research e professor no Ispa – Instituto Universitário, introduz o conceito inovador de "fatores de risco magnéticos", fatores que não só aumentam o risco de envolvimento em comportamentos problemáticos durante a infância, como também atraem novas vulnerabilidades ao longo do desenvolvimento. Um exemplo claro é a fraca supervisão parental na infância, que para além de aumentar diretamente o risco de comportamento antissocial, aumenta o risco do desenvolvimento de outros problemas como o insucesso escolar e o envolvimento em ambientes prejudiciais durante a adolescência, multiplicando assim os riscos em fases posteriores da vida. O estudo sugere ainda que a parentalidade disfuncional, o baixo aproveitamento escolar e dimensões relacionadas com o baixo autocontrolo na infância formam cadeias de risco, não só aumentando substancialmente o risco de delinquência juvenil, mas também gerando novas vulnerabilidades em diferentes fases de desenvolvimento (insucesso escolar, afiliação a colegas com comportamentos delinquentes, dificuldades em manter um trabalho) que promovem trajetórias antissociais ao longo da vida. 

Um dos estudos conduzidos no âmbito deste projeto sugere outro resultado de grande relevância. Para crianças e jovens sem estas vulnerabilidades, nem comportamentos desviantes durante o desenvolvimento, mas que viveram em condições de pobreza extrema, ao ponto de limitar, em fases subsequentes do desenvolvimento, o acesso pleno ao ensino e até mesmo o desenvolvimento cognitivo e emocional, as oportunidades de sucesso tornam-se tão restritas ao longo do ciclo de vida, que existe um risco substancialmente mais elevado de condenações criminais na idade adulta, quando comparados com jovens que não vivenciaram estas formas de pobreza extrema.

Este trabalho desenvolve e testa uma metodologia que permite mapear, ao longo de dezenas de vulnerabilidades, essas cadeias (ou sequências) de risco e identificar fatores-chave em cada fase de desenvolvimento para uma intervenção eficaz. “Este objetivo é particularmente relevante porque é utópico esperar que as políticas públicas de justiça consigam intervir ou prevenir todas os fatores que são conhecidos por aumentarem o risco de comportamento criminal. Este projeto pioneiro abre portas para uma nova linha de investigação científica na área da criminologia desenvolvimental que permite identificar e priorizar a prevenção e intervenção em alguns fatores de risco que são estratégicos para impedir trajetórias criminais e de marginalização social”, sublinha Miguel Basto Pereira, investigador e docente do Ispa.

Os resultados finais deste projeto de investigação serão apresentados no próximo dia 4 de novembro, no Ispa, em Lisboa, na conferência “Interna'onal Conference on Developmental and Life-course Criminology - Bringing Developmental Criminology to the Core of Crime Prevention Policies”, que contará com a presença de figuras notáveis como o Prof. Manuel Eisner, Diretor do Instituto de Criminologia da Universidade de Cambridge, Prof. Friedrich Lösel, Prof. Emérito do Instituto de Criminologia da Universidade de Cambridge e um dos criminólogos mais premiados a nível mundial e o Prof. Darrick Jolliffe, Professor de Criminologia na Royal Holloway University of London e Diretor da Divisão de Criminologia Desenvolvimental e de Ciclo de Vida da Associação Americana de Criminologia, entre muitos outros investigadores de renome.

Médico explica e deixa dicas para não perder o sono
Chegou a época do Halloween, e com ela surge o fascínio por filmes de terror!

Por que é que há pessoas que gostam tanto de filmes de terror?

Essa é uma pergunta que intriga tanto cientistas como fãs. G. Neil Martin, um investigador britânico publicou um estudo muito interessante em 2019 que fala sobre isso. Um dos fatores que parece explicar isso é a personalidade: pessoas com traços de personalidade como a busca de sensações (ou sensation-seeking) tendem a gostar mais de filmes de terror. Essas pessoas sentem-se atraídas por experiências intensas e novas, sendo que além desses filmes também pode apreciar desportos radicais ou experiências que despertam adrenalina.

A forma como o cérebro de cada pessoa processa emoções e estímulos de medo também tem importância. Algumas pessoas sentem prazer com o medo em situações seguras, pois o cérebro interpreta a resposta de “luta ou fuga” como uma emoção positiva quando não há um perigo real. Por isso, ao assistir um filme de terror, o nosso cérebro ativa os circuitos de recompensa, os mesmos que se ativam em atividades prazerosas, como comer uma boa refeição, ter uma conquista ou até desenvolver uma adição, numa lógica de “isso é bom, por isso repete”.  Outras, no entanto, têm uma resposta mais intensa ao stress e ao medo e, por isso, experienciam o terror uma experiência desagradável.

Os filmes de terror também podem ter uma espécie de efeito catártico: assistir a situações assustadoras num ecrã permite-nos enfrentar medos abstratos ou internos, como a morte, a perda ou o perigo, sem riscos reais, como se fosse um “ensaio emocional” que nos ajuda a lidar melhor com os medos reais que a vida apresenta.

Por outro lado, estudos indicam que pessoas com níveis mais elevados de empatia geralmente gostam menos de filmes de terror. Como elas tendem a sentir as emoções das personagens de forma mais intensa, podem sentir como perturbador ver cenas violentas ou assustadoras. Já as pessoas com menos níveis de empatia parecem conseguir manter uma maior distância emocional, o que facilita o prazer nesses filmes.

A cultura em que crescemos e experiências passadas também desempenham um papel importante. Quem cresceu a assistir filmes de terror pode associar essas experiências a momentos de diversão e nostalgia, mas experiências traumáticas também afetam essa preferência, já que algumas pessoas evitam terror por ativar memórias e emoções difíceis.

O que acontece no nosso corpo ao assistir terror?

Quando vemos um filme assustador, o corpo entra numa resposta fisiológica de “luta ou fuga”. Mesmo sabendo que o perigo é fictício, o cérebro interpreta as imagens assustadoras e os sons intensos como uma ameaça. Isso desencadeia uma série de respostas físicas relacionadas com o medo: há um aumento do batimento cardíaco, aumentam os níveis de cortisol (a hormona do stress), a respiração acelera e o cérebro fica em alerta.

Como é que os filmes de terror afetam o sono?

Essas respostas fisiológicas podem durar algum tempo após o filme terminar, deixando-nos “ligados” e até inquietos e isso prejudicar o sono na noite seguinte. O corpo precisa de tempo para baixar os níveis de stress e voltar ao estado de repouso, o que nem sempre é fácil para todos!

Essa “sobrecarga” no sistema nervoso pode levar a um medo de ir para a cama, insónia, imagens mentais intrusivas do filme, além de poder provocar pesadelos. As imagens vívidas e intensas de filmes de terror ficam “presas” na memória, e o cérebro, durante o sono REM, pode revisitá-las em sonhos. Esse efeito é particularmente comum em pessoas mais jovens e em pessoas que tendem a processar essas experiências de forma mais intensa.

O tipo de terror também faz diferença. Filmes com muitos sustos repentinos (os famosos “jump scares”) mantêm o corpo em tensão constante, prolongando o estado de alerta mesmo após o término. Para muitos, isso pode significar sono fragmentado, dificuldade em alcançar o sono profundo e, consequentemente, uma menor recuperação física e mental.

Dicas para assistir a terror sem perder o sono

Para quem quer aproveitar o Halloween com um bom filme de terror, mas sem comprometer o descanso, seguem algumas dicas:

  1. Escolha filmes menos intensos: opte por filmes de suspense em vez de terror psicológico ou sobrenaturais;
  2. Evite assistir antes de dormir: assista ao filme durante o dia ou finalize pelo menos duas a três horas antes de dormir, permitindo que o corpo tenha tempo de relaxar;
  3. Pratique técnicas de relaxamento após o filme: faça uma atividade calma, como ler ou ouvir música, para ajudar o cérebro a “descomprimir” das emoções intensas. Se sentir que o filme aumentou a ansiedade, técnicas como respiração diafragmática ou relaxamento muscular progressivo ajudam a restaurar alguma tranquilidade.

Afinal, filmes de terror fazem mal à saúde mental?

Os filmes de terror são uma faca (palavra propositada!) de dois gumes: embora possam aumentar temporariamente o stress e afetar o sono, eles também podem proporcionar uma sensação de catarse, alívio e até resiliência emocional. A chave está no equilíbrio. Saber os nossos limites e escolher o tipo de filme que se adapta ao nosso nível de sensibilidade ajuda a evitar os impactos negativos. Pessoalmente, não gosto nada de filmes de terror, mas aprecio um bom thriller! Portanto, aproveite o Halloween sabendo que está em segurança e que, com algumas precauções, pode divertir-se sem prejudicar a saúde mental e o sono. Afinal, o que é o Halloween sem um bom susto?

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No âmbito do Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama
A Clínica da Mama do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto promove, amanhã, data que assinala o Dia Nacional de...

A moderação das conversas está a cargo da profissional de comunicação, Joana Branco, que vai conduzir os temas junto de uma equipa multidisciplinar que inclui o diretor da Clínica da Mama, Joaquim Abreu. Do painel, fazem parte Ana Ferreira (Oncologia Médica), Raquel Machado (Anatomia Patológica), Sónia Castro (Psicooncologia), Ana Araújo (Assistente Social), Claúdia Carneiro (Imagiologia), João Conde (Radiooncologia), Ana João Reis (Medicina Geral e Familiar), Matilde Ribeiro (Cirurgia Plástica) e a Emília Ribeiro (Enfermagem).

O diagnóstico precoce de cancro da mama pode salvar vidas e, nesta data, torna-se especialmente importante reforçar esta mensagem. Dados do IPO Porto revelam que a mamografia ajudou a reduzir a taxa de mortalidade em cerca de 40% e que um em cada seis cancros da mama ocorrem entre os 40 e os 49 anos.

De acordo com Joaquim Abreu, “o verdadeiro progresso na luta contra o cancro da mama implica o diagnóstico da doença em fase inicial do seu desenvolvimento e o tratamento de acordo com a melhor evidência científica, mas exige também que a prevenção se torne uma prioridade”.

A realização deste evento no NorteShopping é, assim, uma forma do IPO do Porto comunicar diretamente com a comunidade que serve através de alargado número de pessoas que visitam o Centro diariamente e, consequentemente, aumentar o conhecimento da população, promovendo a literacia em saúde, pela voz de especialistas.

A iniciativa é dirigida à população em geral e necessita de inscrição prévia
Para assinalar o Mês de Sensibilização do Cancro da Próstata, que decorrerá em novembro, e no âmbito do projeto ‘OncoMove’, a...

A Caminhada do Cancro da Próstata consiste num percurso de 5 km, ida e volta. A   iniciativa, realizada anualmente, conta este ano com o apoio da Bayer e visa consciencializar a população para a prevenção e diagnóstico precoce da doença, assim como promover a importância do exercício físico e de outros hábitos saudáveis em doentes oncológicos.

“Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a atividade física é um fator coadjuvante na prevenção e tratamento de doenças. Nas doenças oncológicas tem igualmente um papel importante ao longo de todo o curso da doença”, afirma Andreia Capela, médica oncologista e presidente da AICSO.

Em Portugal, todos os anos há 6 mil novos casos de cancro da próstata diagnosticados por ano, dos quais morrem aproximadamente entre 1800 a 2000 homens. Segundo a International Agency for Research on Cancer (IARC) da OMS, em Portugal, só em 2022, o cancro da próstata teve uma incidência de 7529 casos, o equivalente a 20% de todos os tumores diagnosticados no sexo masculino.

Ana Joaquim, médica oncologista e coordenadora do programa ‘OncoMove’ da AICSO, salienta que: “É fundamental criarmos estratégias complementares aos tratamentos convencionais do cancro da próstata, para que possamos proporcionar uma abordagem holística e integrada a quem vive com este diagnóstico. É o que temos vindo a fazer desde a criação do projeto ‘OncoMove’, que incentiva os doentes a terem uma vida mais ativa.”

Apesar de ainda não existir evidência científica robusta que demonstra a percentagem absoluta de quanto é que o exercício físico contribui para a redução do risco de mortalidade no cancro da próstata, de efeitos colaterais ou até mesmo do desenvolvimento de outras patologias, a investigação tem vindo a indicar que a prática regular de atividade física apresenta vários benefícios para os doentes, desde a prevenção à recuperação pós-tratamento.

“A atividade física frequente é benéfica para a saúde em geral, melhora a tolerância ao tratamento e a qualidade de vida dos doentes com cancro da próstata. Recomendamos, por isso, a prática de atividade física com regularidade, adaptada às condições individuais de cada doente. É importante consultar um médico, ou profissional de saúde qualificado, para ter  orientações personalizadas sobre o tipo e intensidade de exercício mais adequados para cada caso”, acrescenta a especialista Ana Joaquim.

Inscrições em: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSd4wgFxoaiVMyYXZ15Lsw8pB0_TZWd5ek8e03o0PMfSFItpoA/viewform?pli=1.

 
Roche reuniu especialistas nacionais e internacionais em evento
Abordar a importância do diagnóstico e o seu impacto na área da oncologia foi um dos objetivos do evento “Back to The Future”,...

Na sessão de abertura, intitulada “O doente no centro”, Filipe Paixão, diagnosticado em 2022 e aos 36 anos com cancro do pulmão em estádio IV, deixou o seu testemunho sobre a influência que as várias opiniões médicas e opções terapêuticas têm tido na doença: “O que quero demonstrar com a minha jornada é que acredito que um doente bem informado, sendo proativo na sua própria doença, pode alterar o resultado”.

Roel Meeusen, Diretor-Geral da Roche Diagnósticos Portugal, reforçou que a Roche, juntamente com o apoio dos seus parceiros, tem procurado redefinir o futuro dos cuidados em oncologia, deixando um apelo aos presentes: “Hoje, ao embarcarmos nesta jornada de aprendizagem e colaboração, encorajo cada um de vocês a pensar de forma ousada e criativa e a partilhar de que forma podemos trabalhar em conjunto para construir um futuro em que o cancro seja detetado precocemente e tratado prontamente.”

O primeiro painel, “Panorama Internacional: Destaques dos Congressos de Patologia e Oncologia”, contou com a intervenção de Miguel Rito e de Diogo Alpuim Costa, que abordaram as novidades recentemente apresentadas a nível internacional, nos Congressos Europeu de Patologia e da Sociedade Europeia de Oncologia Médica, sobre o que podemos esperar para o futuro nesta área.

Por sua vez, os especialistas Fátima Vaz, Fernanda Santos, e Duarte Oliveira, no painel “Rastreio Oncológico em Foco: Otimização e Inovação”, moderado por Carla Bartosch, abordaram o panorama atual da deteção de cancro hereditário no país e a otimização dos programas de rastreio suportados por dados de mundo real e algoritmos de Inteligência Artificial (IA).

Seguiu-se a sessão “Expandir Fronteiras: do Valor da Caracterização Molecular às Aplicações de Inteligência Artificial”, moderado por Diogo Alpuim Costa e com intervenção de Fernando Schmitt, António Polónia e Manuel Teixeira, sobre as inovações na caracterização do cancro da mama e pulmão e a transformação digital da patologia.

No final, teve lugar uma mesa-redonda, liderada por Liliana de Almeida, Public Affairs Manager na Roche Diagnósticos Portugal, onde se procurou explorar de que forma podemos acelerar a implementação da Estratégia Nacional de Luta contra o Cancro. Tamara Milagre, Presidente da EVITA, abordou as questões relacionadas com o cancro hereditário, que passou a estar incluído nesta estratégia nacional, tendo reforçado que “precisamos de um registo nacional de cancro hereditário”. Marta Pojo, Diretora para os projetos de saúde da Liga Portuguesa Contra o Cancro, assinalou que a parte humana não pode ser esquecida, ao nível do acompanhamento e expectativa do doente, e que a literacia é fundamental. Já Isabel Fernandes, membro do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, afirmou que, para o diagnóstico e tratamento, há duas coisas muito importantes para o Programa, sendo que a primeira está relacionada com a referenciação em oncologia e a segunda com a alteração da definição dos TMRG (tempos média de resposta garantidos), considerando que é necessário “priorizar as patologias”. Para debater este tema, a mesa contou ainda com a participação dos Presidentes da Sociedade Portuguesa de Patologia, Carla Bartosch, e da Sociedade Portuguesa de Oncologia, José Luís Passos Coelho.

Na sessão de encerramento, Carlos Catalão, Diretor de Medical & Health Policy na Roche Diagnósticos Portugal, destacou a importância da integração das diferentes tecnologias ao serviço do diagnóstico. Abordando também a questão da IA no setor da saúde, reforçou que “a patologia digital não é a máquina versus o patologista, mas sim a máquina mais o patologista”.

 
Iniciativa aproveita o entusiasmo das crianças para ensinar famílias a identificarem sintomas do AVC
Quase quatro anos depois de terem aprendido a identificar os principais sintomas do Acidente Vascular Cerebral e a agir em caso...

“As crianças pequenas muitas vezes desconhecem condições de saúde de emergência, como o acidente vascular cerebral, mas podem servir como veículos importantes para salvar a vida dos seus familiares. Iniciativas como esta, quando aliadas a um sistema de resposta forte, como a Via Verde AVC, podem contribuir para a redução drástica das taxas de mortalidade e morbilidade associadas ao AVC”, defende Vítor Tedim Cruz, Presidente da Direção da Sociedade Portuguesa do AVC (SPAVC).

“Em todo o mundo, já recebemos vários relatos de pessoas que foram salvas através da correta identificação dos sintomas do AVC, após a criança envolvida ter participado na iniciativa. E este estudo apenas confirma que estamos no bom caminho para salvar mais vidas”, congratula-se Jan Van der Merwe, responsável pela campanha FAST Heroes.

O artigo publicado na Front Public Health baseou-se num questionário realizado a 45 pessoas que tinham já participado num inquérito semelhante logo após a implementação da iniciativa na escola dos netos. Em comparação com a avaliação feita imediatamente após a implementação do programa, os entrevistados ainda conseguiam recordar a fraqueza nos braços e a fala arrastada como principais sintomas de AVC. Observou-se diminuição na recordação da face descaída como sintoma, mas a descrição do curso de ação apropriado em caso de emergência melhorou e o número de emergência estava também presente na memória dos participantes.

Os resultados mostram que o conhecimento sobre os sintomas mais comuns de um AVC e a importância de contactar rapidamente os serviços de emergência após um AVC, no grupo populacional mais afetado por este, é mantido. O estudo conclui, no entanto, que é necessário explorar a preservação do conhecimento numa amostra mais alargada para garantir que as conclusões se mantêm.

O AVC é a principal causa de morte e incapacidade em Portugal, sendo que, ao longo da vida, uma em cada quatro pessoas acima dos dos 25 anos virá a sofrer um AVC ao longo da sua vida. A cada hora três portugueses sofrem um AVC e um deles não sobrevive, sendo o tempo crucial para evitar desfechos mais graves.

A iniciativa FAST Heroes 112 surge assim com o objetivo de educar crianças entre os 5 e os 10 anos e os seus familiares, disponibiliza recursos educativos interativos gratuitos. Desta forma, as crianças desenvolvem competências práticas para salvar vidas de uma forma envolvente e divertida, descobrindo paralelamente um pouco mais sobre a importância da empatia e do amor.

Enquanto aprendem a identificar corretamente os sintomas de um AVC para rapidamente ligarem para o 112, as crianças têm ainda a missão de passar estes conhecimentos aos seus familiares, principalmente os avós, que fazem parte do grupo de risco.

Este projeto conta com várias atividades protagonizadas por quatro super-heróis, que podem ser implementadas nas escolas e em casa. Francisco (a Face), Fernando (a Força) e Fátima (a Fala) são três super-heróis reformados que lhes vão ensinar os três principais sintomas de AVC. Já Tomás (a Tempo), reforça a importância de agir de forma atempada. Tânia (A Professora) é uma personagem que apenas é apresentada aos alunos no segundo ano consecutivo de implementação e incentiva-os a ensinarem quem os rodeia, principalmente os avós.

Desenvolvida em parceria com o Departamento de Políticas Educativas e Sociais da Universidade da Macedónia, a iniciativa conta com o apoio da Organização Mundial de AVC, da Sociedade Portuguesa do AVC, da Direção-Geral da Educação e da Iniciativa Angels. Além do português, os materiais estão já adaptados para várias línguas. Para participar na campanha, basta ir ao website oficial, em www.fastheroes.com, e registar-se como professor para implementar a iniciativa nas aulas ou inscrever a sua criança. 

Nutrição, psicologia, osteopatia e fisioterapia
Com o arranque do ano letivo, o regresso às aulas é também sinónimo de regresso às consultas na Clínica Universitária da...

Proporcionando um espaço que promove a saúde e a autonomia e pretende prevenir complicações e problemas de saúde, contribuindo para a recuperação de indivíduos com alterações físicas ou mentais, a Clínica Universitária conta com intervenções asseguradas por especialistas de cada área, muitos dos quais professores da Atlântica. A clínica valoriza a complementaridade entre a evidência científica e a experiência prática.

A Clínica Universitária disponibiliza ainda consultas de Nutrição – segmentadas em nutrição infantil, nutrição no emagrecimento e controlo de peso, nutrição desportiva e nutrição do idoso. O serviço é prestado de forma individual, desde a avaliação do indivíduo e dos seus hábitos alimentares, até à prescrição de um plano alimentar que promova uma melhor qualidade de vida. O acompanhamento em nutrição apresenta dias e horários distintos, mediante a especialidade pretendida, que podem ser consultados no site da Atlântica (https://uatlantica.pt/).

Estão também disponíveis consultas de Psicologia. O acompanhamento abrange várias áreas, como aconselhamento e terapias psicológicas, apoio ao sucesso educativo, redução do stress e ansiedade, gestão de emoções e competências relacionais e desenvolvimento pessoal. Com consultas disponíveis à quinta e sexta-feira, entre as 13h00 e as 16h00 e as 13h00 e as 18h00 respetivamente, as consultas em Psicologia pretendem munir os pacientes de ferramentas para que consigam superar sintomas que possam estar a afetar o seu equilíbrio emocional.

As áreas da Osteopatia e Fisioterapia também são abrangidas pela Clínica Universitária. Deste modo, é possível ter acesso a um sistema de diagnóstico e tratamento na área do sistema neuro-músculo-esquelético, bem como a uma equipa de fisioterapeutas que avalia e ajuda os seus pacientes a atingir uma melhor qualidade de vida. As consultas de osteopatia estão disponíveis à segunda-feira (das 14h00 às 18h00) e à terça-feira (das 09h00 às 13h00). Já as de fisioterapia podem ser agendadas à segunda e quinta-feira (a partir das 17h00) e à quarta-feira (das 09h00 às 12h30).

À exceção do acompanhamento em osteopatia, que é gratuito no âmbito do programa de estágio dos alunos da Licenciatura em Osteopatia da Atlântica, os restantes serviços têm um custo entre os 20 e os 25 euros (mediante a especialidade). As consultas podem ser marcadas através de contacto telefónico (214 398 212) ou email ([email protected]).

 
Dia 6 de novembro, com inscrição obrigatória
No dia 6 de novembro, entre as 21h00 e as 22h30, a “Mamãs Sem Dúvidas” vai promover o “EGO – Especial Grávida Online”, com o...

O evento inicia-se com uma sessão sobre “Sexualidade e Relações Durante a Gravidez e no Pós-Parto”, em que Sandra Evangelista, enfermeira especialista em Saúde Materna e Infantil, vai abordar as mudanças que ocorrem na sexualidade da mulher durante a gravidez e no período pós-parto, desmistificando mitos comuns relacionados ao tema.

Segue-se a intervenção de Maria Costa, formadora do Laboratório BebéVida, que vai abordar o tema “Células Estaminais: Um Potencial de Cura”. Esta sessão destaca os benefícios da criopreservação das células estaminais do cordão umbilical, uma prática crucial para o tratamento de diversas doenças graves, como certos tipos de cancro e doenças genéticas, assim como as inovações e os potenciais benefícios para a saúde futura do bebé e da sua família.

O último momento deste evento vai ser dinamizado por Ana Maria Pereira, terapeuta do sono, que vai abordar o tema “Padrões de sono: Quanto tempo o bebé deve dormir durante o dia e a noite?”. A apresentação pretende esclarecer as necessidades de sono dos bebés durante o dia e a noite, e divulgar dicas práticas para ajudar os pais a estabelecer uma rotina saudável e um ambiente propício ao descanso.

A inscrição para o evento é gratuita, mas obrigatória. 

 
Dia Mundial da Psoríase | 29 de outubro
A psoríase é uma doença crónica inflamatória da pele que leva ao aparecimento de lesões avermelhadas

A psoríase é bastante comum, não é contagiosa e é mais suscetível em pessoas com a pele mais clara.

Uma das formas mais graves e particularmente incapacitante é a que afeta as articulações e que ocorre em cerca de 10% dos doentes. Nestes doentes é caraterística a deformação das articulações das mãos, pés, membros ou coluna e dor e este tipo de psoríase chama-se artrite psoriática. A psoríase pode manifestar-se em qualquer idade, sendo mais frequente entre os 15 e 30 anos e entre os 50 e 60 anos. Esta doença atinge entre 2% a 4% da população e, estima-se que em Portugal existam cerca de 300 mil pessoas diagnosticadas com psoríase.

Causas

A psoríase pode aparecer em qualquer parte do corpo, e não existe uma causa única para o seu aparecimento. Esta é uma doença multifatorial para qual contribuem fatores imunológicos, genéticos e ambientais.

Normalmente é desencadeada por um acontecimento stressante, uma infeção, a utilização de alguns medicamentos, uma queimadura solar ou pelo tempo frio e seco, entre outras causas. Ou seja, de uma forma geral, o aparecimento da psoríase depende da existência de uma predisposição genética associada a um estímulo externo.

Diagnóstico e Tratamento

A forma mais comum e caraterística da manifestação desta doença é o aparecimento, na pele, de placas salientes, bem delimitadas, grossas, secas e avermelhadas. Estas placas podem ser extensas, normalmente distribuem-se de forma simétrica e, aparecem, maioritariamente nos cotovelos, joelhos e no couro cabeludo. O diagnóstico é realizado pela observação clínica das áreas afetadas por um dermatologista e, em alguns casos, pode haver a necessidade de confirmação através de uma biopsia.

O tratamento da psoríase depende do local do corpo uma vez que a pele apresenta diferentes características consoante o local do corpo. Existem várias opções terapêuticas que ajudam a diminuir os incómodos da psoríase e ajudam, de certa forma, a um ganho de qualidade de vida, uma vez que esta doença pode impactar bastante a qualidade de vida de uma pessoa. Dentro destas opções pode-se destacar a fototerapia e cremes que são usados nas áreas afetadas e medicamentos orais ou injetáveis que são usados quando a doença progride e impacta a qualidade de vida do doente.

A escolha da terapêutica é realizada especificamente para cada doente tendo em conta o estado da doença, a presença de comorbilidades e o impacto na qualidade de vida do doente. Esta é uma doença inflamatória para a qual existem cremes que ajudam a diminuir a inflamação e o incómodo, no entanto, esta doença não tem cura. É uma doença crónica e recorrente. Depois de se manifestar a primeira vez, o doente terá períodos de melhoria e períodos de agravamento e intensificação da doença. 

Qual é o papel das células estaminais de tecido de cordão umbilical na Psoríase?

Sendo a psoríase uma doença da pele autoimune e inflamatória, as Células Estaminais Mesenquimais provenientes do Tecido do Cordão Umbilical são uma alternativa terapêutica promissora, uma vez que, estas células estaminais apresentam uma forte capacidade de modular o sistema imune e, portanto, exercerem um efeito anti-inflamatório. 

Para além desta caraterística, as células estaminais mesenquimais derivadas do cordão umbilical possuem uma superioridade ética (quando comparada com outras fontes de células estaminais), alta capacidade de proliferação e imunossupressão. Uma vez que a colheita do tecido do cordão umbilical é realizada num momento único (no parto), a criopreservação tem proporcionado múltiplos benefícios à terapia celular na medida em que permite guardar estas células sem comprometer as suas funções e benefícios.

A prova e o estudo da eficácia das células estaminais de tecido do cordão umbilical têm sido realizados e resultados animadores estão a surgir. Em 2022, foi publicado um artigo científico referente a um ensaio clínico que avaliou o efeito da infusão de células estaminais mesenquimais de tecido do cordão umbilical em 17 pacientes com psoríase. Os autores relatam que não foram observados efeitos adversos durante o tratamento e todo o período de seguimento após a infusão (6 meses). Dos 17 pacientes, em 8 pacientes foi observado uma melhoria da doença que ronda os 40%, em 3 doentes parece que a melhoria foi completa (de 100%) uma vez que não foi observado nenhum sinal da doença. E os autores também observaram que a eficácia do tratamento das células estaminais de cordão umbilical foi maior em mulheres do que em homens.

Este resultado deve-se à capacidade que as células estaminais do tecido do cordão umbilical de modular o sistema imunológico “tornando-o não tão reativo”, o que ajuda a diminuir a inflamação caraterística desta doença.

Existem mais estudos que comprovam os benefícios destas células no tratamento da psoríase e as comunidades médicas e científicas estão a trabalhar no sentido de expandir os estudos de forma a perceber, pormenorizadamente, como atuam as células estaminais do tecido do cordão umbilical nesta doença. 

Estudos como este representam passos importantes na direção de um potencial de cura ou tratamentos e refletem a importância de guardar as células estaminais do cordão umbilical. Ao criopreservar estas células pode-se estar a guardar um futuro potencial tratamento.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Financiamento para acelerar a investigação, o diagnóstico e o tratamento de doenças raras
A Aliança Europeia para a Investigação de Doenças Raras (European Rare Diseases Research Alliance, em inglês, com a sigla...

Liderada pelo Instituto Nacional de Saúde e Investigação Médica de França (INSERM), o projeto ERDERA junta 170 entidades dos setores públicos e privados oriundas de 37 países, nomeadamente universidades, centros de investigação, hospitais, autoridades de saúde, entidades reguladoras, agências públicas de financiamento, associações de doentes, associações médicas, e empresas farmacêuticas e tecnológicas. Em Portugal, conta com a participação da Universidade de Coimbra (UC), através do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC-UC) e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CiBB), da Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB), do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Atualmente, mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo são afetadas por uma das cerca de 7 000 doenças raras identificadas até à data. Em Portugal, estima-se que estas doenças afetem entre 600 mil e 800 mil pessoas. O diagnóstico de doenças raras é muitas vezes difícil e pode demorar anos e cerca de 95% destas doenças não têm, atualmente, qualquer tratamento aprovado. Perante este cenário, e em busca de novas respostas para o diagnóstico e tratamento de doenças raras, esta aliança de investigação e desenvolvimento pretende promover e financiar parcerias e colaborações globais entre diversas entidades, de forma a acelerar a implementação de soluções viáveis para o diagnóstico e tratamento destas patologias.

A estratégia de ação do projeto ERDERA assenta em quatro pilares centrais: 1) financiamento, para apoiar projetos de investigação colaborativa, ensaios clínicos e atividades de disseminação de conhecimento; 2) rede de investigação clínica, para melhorar o diagnóstico e o desenvolvimento de ensaios clínicos, avaliar o impacto das doenças raras e apoiar o desenvolvimento de terapias avançadas; 3) serviços de apoio, para facilitar a recolha, integração, análise e partilha de informação à escala global, para promover mais educação e formação, para oferecer orientação sobre aspetos específicos da investigação translacional e clínica, e para acelerar tecnologias promissoras, em parceria com a indústria; 4) alinhamento internacional, para garantir a sincronização de estratégias nacionais e internacionais de investigação em doenças raras, em particular nos países em que o desenvolvimento e implementação de planos nacionais para doenças raras não estejam tão avançados.

Sobre o orçamento estimado de 380 milhões de euros, a União Europeia, no âmbito do Horizonte Europa, vai financiar o projeto ERDERA com 150 milhões de euros, sendo o restante orçamento assegurado pelos Estados-Membros dos países associados ao Horizonte Europa e também por parceiros públicos e privados. Este financiamento vai suportar as atividades promovidas no âmbito dos quatro pilares de ação da ERDERA, em prol de uma abordagem a partir de múltiplas perspetivas às doenças raras.

“As doenças raras, ou órfãs, causam um enorme sofrimento aos doentes e às suas famílias, e têm custos significativos, existindo uma necessidade premente de desenvolver tratamentos eficazes. Uma ação concertada à escala europeia é fundamental para potenciar o avanço da investigação, do diagnóstico e do tratamento destas patologias. Neste sentido, dentro do projeto ERDERA, a UC vai coliderar a área de Aceleração com a associação de doentes e suas famílias French Muscular Dystrophy Association (AFM-Téléthon) e a European Infrastructure for Translational Medicine (EATRIS)”, destaca o presidente do CNC-UC e docente da Faculdade de Farmácia da UC, Luís Pereira de Almeida, que coordena a equipa da UC envolvida no ERDERA. “Esta área de trabalho tem como objetivo promover o avanço da terapia génica e de medicamentos de terapia avançada, abordando os desafios críticos de traduzir descobertas científicas nesta área em aplicações clínicas. No âmbito da área de Aceleração, a UC irá ainda coliderar um grupo de trabalho dedicado especificamente a Aceleração Tecnológica, em conjunto com a empresa farmacêutica Pfizer. Este grupo irá dedicar-se à otimização de tecnologias promissoras no âmbito da terapia génica. Esta iniciativa está alinhada com a visão do primeiro Centro de Excelência em Terapia Génica em Portugal (Gene T), que está a ser criado em Coimbra”, acrescenta.

“A Aliança Europeia para a Investigação de Doenças Raras (ERDERA), uma iniciativa inovadora que reúne 37 países e diferentes setores, procura revolucionar o panorama das doenças raras, impactando a investigação, o diagnóstico e o seu tratamento. A Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB), enquanto líder na área de 'Alinhamento de capacidades inter(nacionais)' e no pacote de trabalho 'Promoção do envolvimento de países sub-representados', desempenha um papel central na coordenação de esforços internacionais”, refere Anabela Isidro, membro da direção da AICIB, acrescentado que “com esta participação, a AICIB reforça o compromisso de Portugal em impulsionar a colaboração internacional e assegurar que todos os países, incluindo os menos representados, tenham um papel ativo no avanço da investigação e no desenvolvimento de soluções mais eficazes para as doenças raras."

“O INSA, através do seu Departamento e Genética Humana, integra o WP23 National Mirror Groups Promotion and National Alignment e assumirá a coordenação do National Mirror Group português (NMG-P). A participação do INSA neste grupo é crucial para garantir o alinhamento nacional com as políticas europeias em doenças raras. Pioneiro na Europa, o NMG-P em Portugal distingue-se por não precisar de ser criado de raiz, ao contrário de outros países, pois o INSA já reúne os principais stakeholders nacionais, como a FCT, a DGS, a AICIB, a RD-Portugal e a Orphanet Portugal. Esta posição permite ao INSA coordenar eficazmente as atividades nacionais com as da ERDERA, reforçando a sua visibilidade e influência estratégica no cenário europeu e internacional em doenças raras”, destaca a investigadora do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, Sandra Alves.

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