Diretor da FMUC assume presidência do CEMP
Carlos Robalo Cordeiro, Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), assumiu em dezembro a presidência...

Com um extenso percurso académico, profissional e científico, Carlos Robalo Cordeiro é Professor Catedrático de Pneumologia da FMUC desde 2016 e ocupa o cargo de Diretor da Faculdade desde 2019. Paralelamente, é Diretor do Serviço de Pneumologia da Unidade Local de Saúde de Coimbra desde 2016 e presidiu o Conselho de Administração do Centro Académico e Clínico de Coimbra de 2022 até 2024.

No plano internacional, destacou-se como Past-Presidente da European Respiratory Society (2023-2024), reafirmando a sua liderança e prestígio no campo da pneumologia.

Recentemente, Carlos Robalo Cordeiro foi designado pelo Gabinete da Ministra da Saúde como Coordenador do Grupo de Trabalho para o acompanhamento e implementação das medidas urgentes, prioritárias, e estruturantes, plasmadas e constantes no Plano de Emergência e Transformação na Saúde, sublinhando a sua relevância estratégica no panorama da saúde pública em Portugal.

A presidência de Carlos Robalo Cordeiro no CEMP simboliza um compromisso renovado com a excelência na formação médica em Portugal e com a integração das escolas médicas no desenvolvimento de soluções inovadoras na área da saúde.

Estudo
Segundo o estudo Portuguese Healthcare and Senior Living sobre o setor das residências sénior e cuidados de saúde, divulgado...

Em 2050 mais de 1/3 da população portuguesa será idosa e o nosso pais, será o 3º país mais envelhecido da União Europeia. Em 2020, 23% da população portuguesa tinha mais de 65 anos comparando com 21% na UE, porém é expectável que até 2026 esta percentagem em Portugal cresça para 34%.

Dados oficiais mostram ainda que, ano após ano, o montante gasto pelos portugueses em cuidados de saúde tem vindo a aumentar atingindo 26,5 mil milhões de euros em 2023, o que representa 10% do PIB português, tendo crescido 50% em relação a 2016. O montante alocado a cuidados em ambulatório (sem internamento dos pacientes) representou 46% do valor gasto pelas famílias, totalizando 1.074€ per capita.

Em Portugal existem 243 hospitais que em conjunto somam mais de 36.000 camas e o peso do setor privado é altamente significativo representando 54% da oferta hospitalar, ou seja, 131 hospitais com cerca de 11.700 camas. Entre 2014 e 2017 o número de hospitais manteve-se estável porém, desde então, aumentou 8% com a abertura de 18 novas unidades, sendo que apenas uma delas foi desenvolvida pelo setor público.

O mercado privado de saúde está assim a crescer significativamente: mais procura de cuidados, mais vidas cobertas por seguros de saúde e menos resposta da oferta pública – com graves problemas estruturais (encerramentos de emergência, capacidade de resposta limitada em diversas especialidades, tempos de espera significativos , etc.). À medida que os tratamentos de saúde e a tecnologia avançam, aumenta também a exigência de imóveis apropriados e especializados que possam acomodar tanto os utilizadores como os equipamentos necessários.

No âmbito da operação por privados, 35% do total das camas estão nas mãos de 5 principais operadores: Trofa Saúde, Luz Saúde, José de Mello, Lusíadas e Grupo HPA Saúde. Um dos motivos pelos quais se apresenta tão atrativo investir no setor dos cuidados de saúde prende-se com o rácio de cama por habitante pois se na Europa este rácio é de 5,3 camas por cada 1.000 habitantes, em Portugal situa-se nas 3,5 camas por 1.000 habitantes.

Analisando agora as unidades de cuidados continuados, o estudo da CBRE indica que existem 377 unidades dedicadas aos mesmos, com um total de 9.771 camas, porém alerta que apenas 2% destas camas estão no setor público, sendo os outros 98% operados por entidades sem fins lucrativos, como a Santa Casa da Misericórdia, IPSS ou privados.

José Moutinho, responsável pela área de research na CBRE Portugal indica que: “a falta de camas no serviço nacional de saúde é bastante severa, particularmente nos distritos de Lisboa e Porto. Em 2023 existiam mais de 1.800 pessoas a aguardar por uma cama em cuidados continuados e é previsível que este número venha a aumentar, o que obrigará também a um incremento significativo na oferta”.

Já no âmbito das residências sénior, comumente designadas por lares, verificam-se 2.632 unidades em Portugal, sendo que 25% das mesmas são operadas por empresas privadas. A taxa de ocupação dos lares em Portugal é de 91,8% e 70% dos utilizadores esteve nestas unidades por um máximo de 5 anos, enquanto 10% esteve numa destas estruturas durante 10 anos ou mais.

Os cinco principais operadores de residências sénior em Portugal totalizam mais de 3.800 camas sendo eles: as Residências Montepio, o Grupo EMEIS, a DomusVi, a PSHC e Naturidade. 

Igor Borrego, Head of Capital Markets da CBRE acrescenta: “Em Portugal, nos anos de 2020 e 2021, transacionaram-se três importantes portefólios e apesar de desde então não se terem registado transações nestes setores, existem algumas operações em pipeline que ultrapassam os 50 milhões de euros. Acredito que o investimento venha a crescer significativamente no futuro e este setor assista à entrada de novos investidores e operadores internacionais atraídos pela oportunidade que Portugal representa como país”.

A consultora aponta nove principais fatores que privilegiam o investimento neste setor, nomeadamente: 1. Aumento significativo do número de idosos e pessoas dependentes; 2. Elevado desequilíbrio entre oferta e procura; 3. Falta de oferta de cuidados especializados; 4. Elevada faixa populacional com cobertura de seguro de saúde (1/3 da população); 5. Setor polarizado com enorme potencial de expansão e consolidação dos operadores; 6. Diversas oportunidades de investimento uma vez que o setor é ainda marcado por proprietários também responsáveis pela operação; 7. Pensionistas com poder de compra gerados pela propriedade de imóveis ou poupanças; 8. Atratividade de Portugal junto de reformados estrangeiros; 9 residências sénior ou clínicas de cuidados especializados representam um investimento estável no longo termo.

 

ULS São José
A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares [APAH], em parceria com a Unidade Local de Saúde São José, promove no...

Dedicada ao tema “Inovação Organizacional", esta edição dará a conhecer diversos projetos na área da melhoria de desempenho e eficiência, e sobre valorização humana.

Conheça o PROGRAMA. Mais informações sobre a iniciativa estão disponíveis aqui.

“Caminho dos Hospitais” é, desde julho de 2016, uma iniciativa da APAH que constitui uma aposta na proximidade à comunidade hospitalar para atenuar situações de periferia através de visitas e reuniões programáticas às unidades do SNS, de forma descentralizada, dando especial enfoque a temas da atualidade. A par da articulação com os Administradores Hospitalares locais, estão na sua génese a comunicação, a cooperação e a excelência no contacto com os Conselhos de Administração, para conhecimento da realidade e dos desafios de cada hospital e para a promoção da qualidade da gestão hospitalar. Em paralelo, a APAH convida todos os seus associados e, em geral, a comunidade hospitalar e da saúde a participarem nas conferências e debates sobre múltiplas temáticas que decorrem no âmbito da iniciativa.

Inquérito FutURe
Dados Europeus do Inquérito FutURe dos últimos três anos destacam a saúde emocional como a prioridade dos jovens nos dias de...

Nesta que é a primeira de um conjunto de mesas-redondas que pretendem dar voz aos jovens sobre temas que os preocupam. O objetivo é criar um conjunto de recomendações para Portugal e restante Europa, não só para o presente mas numa perspetiva a longo prazo para as futuras gerações, para combaterem o que dizem ser “a doença crónica dos jovens”.

Um dos temas de destaque e que foi considerado unânime como uma área que impacta a saúde emocional é o das redes sociais, nomeadamente os perigos da desinformação e da necessidade de formação dos influenciadores que, nestes espaços, vestem muitas vezes a pele de especialistas sem o serem. Clara Silva, conhecida como Clara Não, ilustradora e ativista; Inês Homem de Melo, psiquiatra, membro do grupo de reflexão “O futuro já começou” da Presidência da República; Leonor Pinto, Vogal do Conselho Nacional da Juventude com o pelouro da Saúde; Margarida Jarego, psicóloga e Coordenadora Clínica Social da Casa Qui; Margarida Santos, médica de família e influenciadora digital, e Tiago Rodrigues, farmacêutico e Vice-Presidente da Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos, juntaram-se para falar também sobre a necessidade de agir a este nível.

Ultrapassar o estigma das redes sociais e aproveitá-las para combater a desinformação é um dos desejos expressos no âmbito deste projeto, com os especialistas a considerarem que resistir a este novo paradigma apenas atrasará a divulgação de conhecimentos importantes. “As redes sociais trazem-nos uma oportunidade, mas também um desafio. Há os dois lados da moeda, o negativo e o positivo. Devemos agarrar as oportunidades que as redes sociais podem trazer, porque efetivamente estão presentes e devemos usá-las como uma boa ferramenta para disseminação de informação fidedigna e baseada em evidência”, salienta Leonor Pinto.

No que diz respeito a esta formação, os jovens especialistas avançam com a sugestão de um “documento de boas práticas” a desenvolver numa possível colaboração com a Direção-Geral da Saúde.

Ação precisa-se ao nível da saúde mental

“A doença mental é a doença crónica dos jovens”, afirma a psiquiatra Inês Homem de Melo. “É o que põe uma pessoa nova em casa sem trabalhar: 50% da doença mental começa antes dos 16 anos e 75% começa antes dos 24 anos de idade”, acrescenta a médica. Uma voz à qual se juntam as dos outros especialistas, unidos na certeza, por conhecimento de causa, do impacto que os problemas de saúde mental podem ter e que todos admitiram já ter sentido.

É por isso que a dificuldade de acesso às consultas de saúde mental e a urgência de uma intervenção precoce se tornaram os principais pontos de partida para as recomendações definidas, a começar por tornar mais acessíveis os apoios.

E porque defendem que as gerações Z e Millennial estão mais atentas aos sinais da saúde mental, em si próprios e nos outros, algo que consideram que as destaca das gerações anteriores e contribui para o fosso geracional – acreditam que as gerações mais velhas carecem de literacia nesta matéria, assim como de alguma empatia e compreensão -, pedem também um reforço da formação dos profissionais de saúde nos domínios da saúde mental, da relação profissional-doente em geral, promovendo uma abordagem “doente como educador” para melhorar a compreensão mútua, nomeadamente no que respeita à abordagem da comunidade LGBTQI+.

A educação foi também um tema comum ao longo de toda a mesa-redonda, vista pelos especialistas como o pilar para normalizar a saúde emocional e o bem-estar na sociedade, pelo que propõem a criação de um programa de educação para a saúde mental e literacia emocional nas escolas.

Seguindo o exemplo, bem-sucedido, da campanha de reciclagem, que conseguiu mudar os hábitos nacionais, propõem também o desenvolvimento de uma campanha multissetorial de sensibilização e ainda de estudos de impacto económico para avaliar os custos da saúde mental e os benefícios da sua prevenção.

Para que estas recomendações não fiquem apenas no papel, as mesmas serão apresentadas a diferentes decisores, no sentido de potenciar o diálogo sobre promover mudanças efetivas.

O FutURe é um projeto ambicioso e de longo prazo, conduzido pela Merck, que procura identificar e abordar os temas de interesse para as gerações futuras, dando-lhes a oportunidade de expor as suas necessidades, opiniões e preocupações com os principais decisores e instituições, para que as suas vozes sejam ouvidas, tanto a nível nacional como europeu. 

APIC organiza webinar gratuito
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) vai realizar um webinar sob o tema “Vamos proteger-nos da radiação...

“A radiação ionizante é uma ferramenta indispensável em várias especialidades médicas, incluindo a Cardiologia de Intervenção. No entanto, a sua utilização deve ser feita de forma responsável. Com este webinar, a APIC pretende alertar para os riscos da exposição prolongada à radiação e incentivar a adoção de sistemas de proteção individual adequados, garantindo a segurança de todos os envolvidos”, explica Rita Calé Theotónio, presidente da APIC.

O webinar contará com apresentações de especialistas sobre temas como “Efeitos da radiação na visão”, “Radiação e cancro” e “Temos que nos proteger dos sistemas de proteção individual”, seguidas de uma sessão final para discussão.

A inscrição é gratuita, mas obrigatória, podendo ser efetuada através do seguinte link: https://shorturl.at/H0NSY

Para mais informações: https://www.apic.pt/formacao/webinars/

 

ESSATLA
Regime híbrido, corpo docente qualificado e duração de nove meses são alguns dos pontos diferenciadores da formação.

A Pós-Graduação em Osteopatia Infantil está de regresso à ESSATLA – Escola Superior de Saúde Atlântica para a sua nona edição. A manutenção e aposta neste curso alinha-se com os objetivos da instituição de assegurar uma oferta formativa completa e diversificada. Sendo uma área com muita procura e oferta a nível profissional, resultado da crescente consciencialização para as disfunções músculo-esqueléticas na área pediátrica, a Osteopatia Infantil surge da adaptação de técnicas de osteopatia realizadas no adulto a toda a fisiologia e anatomia dos recém-nascidos, bebés e crianças, considerando todas as etapas de desenvolvimento e maturação que decorrem desde o nascimento até à adolescência. As candidaturas já se encontram abertas. 

Formação destina-se a profissionais da área da Osteopatia

Destinado a osteopatas que pretendam desenvolver competências na área do bebé e criança, esta especialização permite ao candidato adquirir uma formação técnica avançada. Após a conclusão da formação, é esperado que os profissionais possuam a capacidade de aplicar os conhecimentos apreendidos e, tendo por base um raciocínio clínico avançado, aplicar as técnicas terapêuticas na resolução de problemas relativos ao recém-nascido, ao bebé, à criança ou ao adolescente.  

Intervenção precoce é fundamental

Apresentando-se como uma área de especialidade da Osteopatia, a Osteopatia Infantil permite intervir precocemente nas crianças, evitando o agravamento posterior destas situações. É o caso de alterações músculo-esqueléticas (torcicolos, plagiocefalias e escolioses), adaptações gastrointestinais (refluxos, cólicas e obstipações) e transtornos emocionais (distúrbios do sono, alterações comportamentais e enurese noturna). Dificuldades de amamentação e de aprendizagem devido a desconfortos físicos poderão, igualmente, ser consequência de desalinhamentos estruturais, sendo um tratamento atempado fundamental para a sua resolução. 

Com início marcado para 31 de janeiro, o período de candidaturas para a pós-graduação em Osteopatia Infantil decorre até ao dia 24 deste mês. A formação apresenta um regime híbrido, com aulas online e aulas presenciais, tendo a duração de nove meses. Mais informações disponíveis no website da ESSATLA (https://essatla.pt/essatla-mais/pos-graduacao-em-osteopatia-infantil/). 

SPAVC
No próximo dia 29 de janeiro de 2025, entre as 14h00 e as 18h30, no âmbito do 19.º Congresso Português do AVC, decorrerá o...

O curso, com uma abordagem inovadora e prática, destina-se a todos os profissionais de saúde que desejam adquirir competências em Inteligência Artificial (IA) e ciência de dados, aplicáveis diretamente na prática clínica. A formação será conduzida pelo co-fundador da Medtiles João Reis, PhD e por Liliana Antão, MSc, ambos especialistas em IA e Ciência de Dados.

Os participantes terão a oportunidade de aprender os fundamentos da IA e ciência de dados; utilizar a linguagem de programação Python para automatizar tarefa; analisar dados e criar modelos preditivos; bem como trabalhar com dados reais de saúde e exemplos práticos de codificação.

Segundo a Dr.ª Sandra Moreira, especialista de Neurologia, membro da SPAVC, que está a apoiar a promoção da formação, trata-se de “uma oportunidade única para explorar o potencial da IA na área da saúde, capacitando os participantes a transformarem dados em soluções práticas que melhoram os cuidados clínicos”. E acrescenta: “Em última análise, este curso capacitará os participantes a encontrar padrões não explícitos nos dados e a criar modelos preditivos, por exemplo para previsão de AVC, o que é altamente inovador”.

Esta formação prática e transformadora promete ser uma experiência marcante, integrando o conjunto de vários cursos pré Congresso do evento e consolidando o compromisso do Congresso Português do AVC com a inovação e a atualização científica.

Para mais informações e inscrições, consulte o separador sobre o curso disponível no website oficial do 19.º Congresso Português do AVC (https://spavc.org/data-science-for-healthcare/)

 

ANADIAL
Durante o mês de janeiro, a Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) vai realizar várias sessões de esclarecimento...

A iniciativa surge no âmbito do lançamento do jogo educativo “À descoberta dos nossos rins”, desenvolvido pela Associação Portuguesa de Insuficientes Renais (APIR), com o apoio da ANADIAL. Este recurso educativo, disponibilizado gratuitamente a várias escolas do país, já chegou a cerca de 3.000 alunos e visa complementar os conteúdos curriculares relacionados com o estudo das funções vitais do corpo humano, em particular o sistema urinário.

Durante as sessões, profissionais de saúde irão explicar o funcionamento do jogo e sensibilizar os alunos para a importância de prevenir a doença renal crónica. O objetivo é aumentar o conhecimento e compreensão sobre a doença, promovendo a sua prevenção desde a infância.

A doença renal crónica é uma doença provocada pela deterioração lenta e irreversível da função renal. Como consequência da perda de função, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, levando à acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue (azotemia ou uremia). Doenças como a hipertensão arterial, diabetes e doenças hereditárias podem provocar lesões nos rins e causar insuficiência renal crónica. Nos estádios mais avançados, os portadores desta doença precisam de efetuar tratamentos de substituição da função renal regularmente, como a hemodiálise, a diálise peritoneal ou o transplante renal.

O jogo “À descoberta dos nossos rins” inclui um dossier completo com instruções, cartas de jogo, um póster educativo e fichas de atividades. Os materiais encontram-se disponíveis online, através do seguinte link: https://www.apir.org.pt/publicacoes/jogo-a-descoberta-dos-nossos-rins/ .

Programa para a capacitação multidisciplinar em Oncologia
A Associação de Enfermagem Oncológica Portuguesa (AEOP) anunciou oficialmente o lançamento do PANORAMA, um inovador programa...

O programa PANORAMA tem como principal objetivo capacitar profissionais de saúde, doentes oncológicos e cuidadores, promovendo boas práticas e abordando temas essenciais ao longo de todas as etapas da jornada oncológica. Desde o primeiro contacto nos cuidados de saúde primários até ao acompanhamento nos cuidados hospitalares e familiares, o PANORAMA oferece uma perspetiva abrangente que privilegia uma abordagem holística no tratamento oncológico.

O programa incluirá sessões dedicadas a diferentes tipos de cancro, começando pelo Cancro da Mama e continuando com abordagens focadas no Cancro da Próstata e no Cancro do Pulmão, promovendo uma ampla cobertura das principais áreas da Oncologia.

De acordo com o Enf. Jorge Freitas, fundador da AEOP, "o PANORAMA é uma iniciativa pioneira que reflete o nosso compromisso em promover uma visão integrada do tratamento oncológico, capacitando profissionais de saúde e envolvendo ativamente os diferentes intervenientes na jornada do cancro”. 

Estamos confiantes de que este programa contribuirá para a melhoria dos cuidados prestados às pessoas com doença oncológica.

Descrito como um programa de todos para todos, o PANORAMA promove a colaboração ativa entre profissionais de saúde, que irão debater temas cruciais como rastreio, referenciação, diagnóstico, tratamento de sintomas e acompanhamento de sobreviventes. Este esforço coletivo visa fortalecer a rede de cuidados oncológicos e criar um ambiente de partilha de experiências e conhecimentos.

A participação no PANORAMA está reservada a profissionais de saúde e pode ser feita através do registo gratuito no website oficial: https://panorama.secretariado.pt/

Com este programa, a AEOP reafirma o seu compromisso com a capacitação e inovação na área da Oncologia, contribuindo para uma visão integrada e multidisciplinar do tratamento do cancro.

Unidade Local de Saúde da Cova da Beira
A Unidade Local de Saúde da Cova da Beira (ULSCBEIRA), em parceria com a Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) da Universidade...

Este evento pioneiro na região da Beira Interior terá lugar nas instalações da FCS e conta com um corpo docente composto por conceituados especialistas em cirurgia da mão, tais como: Cláudia Santos, Carla Nunes, Alexandre Pereira, Carlos Pina, Pedro Fernandes, Luís Filipe Rodrigues, Luís Machado Rodrigues e Vítor Vidinha.

Destinado a cirurgiões da mão, especialistas em ortopedia e cirurgia plástica, bem como a internos interessados no aperfeiçoamento de técnicas cirúrgicas específicas para patologias do punho e da mão, o currículo deste curso tem a chancela de uma equipa multidisciplinar composta por Cláudia Santos (ortopedista da ULS da Cova da Beira e docente da FCS/UBI), Carla Nunes (CUF Tejo) e Pedro Fernandes (Hospital da Misericórdia de Évora e Hospital da Luz, Setúbal).

O curso abrange uma ampla gama de procedimentos, incluindo osteossíntese, artrodese e artroplastia, com recurso a cenários realistas para o aperfeiçoamento das competências dos participantes. Serão exploradas temáticas que vão desde a revisão das indicações cirúrgicas até à escolha das vias de abordagem, execução da técnica cirúrgica e partilha de dicas para otimizar os resultados. Com o apoio de especialistas e o recurso a peças cadavéricas, os participantes terão uma experiência muito próxima da realidade cirúrgica.

Com um limite de apenas 24 vagas, esta formação técnica e prática oferece uma oportunidade ímpar para os profissionais da área médica se especializarem nas mais avançadas técnicas cirúrgicas do punho e da mão. Por isso, garanta já a sua vaga neste curso exclusivo.

Inscrições e outras informações em: www.admedic.pt.

4.ª Edição do ‘Connect Your Dots’
‘Transformação digital – cibersegurança e inteligência artificial’ é o mote da 4.ª Edição do ‘Connect Your Dots’, organizado...

Com esta iniciativa, o Clube MBA-FEUC pretende criar um espaço de partilha de ideias e projetos inovadores, troca de experiências, interação e networking, reunindo profissionais de diversas áreas para fomentar colaborações e sinergias de conhecimentos entre vários setores de atividade. O objetivo passa ainda por potenciar uma ligação estreita entre a irreverência empreendedora dos estudantes e ex-estudantes do Master Business Administration (MBA), a comunidade, as empresas e as instituições, criando conexões que podem originar futuras colaborações.

Entre os vários temas a serem abordados estão a navegação na Era Digital, as novas tecnologias ligadas à saúde, a regulamentação e a ética. Através das palestras, espera-se que os participantes explorarem novas perspetivas no mundo dos negócios ao mesmo tempo que adquirem conhecimentos e desenvolvem capacidades e competências essenciais e transversais a várias áreas de negócio e gestão.

Entre os vários especialistas estão André Batista, hacker na Ethiack; Contra-Almirante Gameiro Marques, Diretor Geral do Gabinete de Segurança Nacional; Ernesto Costa Professor, jubilado do Departamento de Engenharia Informática da Universidade e Coimbra (UC); Jorge Pimenta, Diretor de Inovação do Instituto Pedro Nunes; Carlos Robalo Cordeiro, Diretor da Faculdade de Medicina da UC; Maria Elisabete Ramos e Sandra Passinhas, ambas Professoras associadas na UC; Margarida Baldaia, Gestora de Projetos da Linde Saúde, e um representante da Entidade Reguladora da Saúde.

Criado em 2017 pelo Clube MBA – FEUC, o ‘Connect Your Dots’ surgiu com o lema ‘O maior evento de networking da Região Centro’.

Programa completo e inscrições em: https://connectyourdots.my.canva.site/#sobre-o-evento.

 

Opinião
A saúde oral é, desde há muito, a parente pobre do sistema nacional de saúde em Portugal.

A Urgência da Mudança: Por que Agora?

Num país onde cerca de 70% da população não tem acesso a cuidados dentários regulares por razões económicas, esta proposta é uma lufada de ar fresco. A cárie, a periodontite e outras doenças orais não tratadas continuam a ser problemas de saúde pública. Em muitos casos, são as crianças e os idosos que mais sofrem com as consequências de um sistema que falha em integrar a saúde oral nos cuidados básicos de saúde.

No Japão, uma das nações mais avançadas do mundo em termos de saúde e tecnologia, estão a ser realizados testes para regeneração dentária, um avanço que pode transformar o futuro da estomatologia. Esta inovação científica, embora ainda numa fase inicial, contrasta com a realidade portuguesa, onde muitos cidadãos ainda encaram as idas ao dentista como um luxo. Há alguns anos, chegou a haver promessas sobre o desenvolvimento de uma vacina contra as cáries. Mas, tal como muitos outros projetos ambiciosos, nunca passou de um sonho.

Parcerias com Privados: O Caminho Certo?

A proposta de criar acordos entre o SNS e clínicas privadas para fornecer cuidados dentários básicos com comparticipação total é promissora, mas não está isenta de críticas. Será esta a solução ideal ou apenas uma forma de privatizar ainda mais a saúde, entregando responsabilidades do Estado a entidades que visam o lucro? É crucial que estas parcerias sejam rigorosamente reguladas, garantindo que o foco permaneça nos utentes e na acessibilidade, e não nos interesses comerciais.

Educação e Prevenção: A Base para o Futuro

Outro aspeto muitas vezes negligenciado é a educação para a saúde oral. Os cuidados dentários não se resumem a tratamentos; incluem a prevenção ativa. Iniciativas como a higienização dentária regular, rastreios em escolas e campanhas de sensibilização podem poupar milhões ao Estado e, mais importante, melhorar a qualidade de vida da população. O foco não pode estar apenas em tratar cáries ou alinhamento de dentes, mas em criar uma geração que perceba a importância da saúde oral desde cedo.

Uma Homenagem aos Pioneiros

Permitam-me uma pequena digressão para homenagear os grandes pioneiros da estomatologia em Portugal, profissionais que, muitas vezes em condições adversas, ajudaram a elevar esta ciência e a mudar vidas. Um exemplo notável foi o Dr. Vilhena Soares, cujo trabalho e dedicação marcaram uma geração. Apesar de ter iniciado a sua carreira na neurocirurgia, foi na estomatologia que deixou uma marca duradoura. Este exemplo, entre tantos outros, sublinha a importância de profissionais dedicados e comprometidos com o avanço desta área.

Portugal no Contexto Europeu: Onde Estamos?

Comparativamente a outros países europeus, Portugal está atrasado. Em nações como a Suécia ou a Alemanha, os cuidados dentários básicos são acessíveis a quase toda a população, enquanto por cá continuamos a depender de esforços individuais e de clínicas privadas. A integração da saúde oral no SNS é não só uma questão de justiça social, mas também de modernização e alinhamento com as melhores práticas europeias.

Conclusão: Saúde Oral é um Direito, Não um Privilégio

Portugal tem agora uma oportunidade única de transformar a forma como encaramos a saúde oral. Este debate não é apenas sobre dentes; é sobre dignidade, saúde e igualdade. É tempo de romper com o estigma de que os cuidados dentários são um luxo e de os integrar plenamente na nossa visão de saúde pública.

A proposta em discussão na Assembleia da República pode ser o início de uma revolução na estomatologia em Portugal. Mas será necessário compromisso político, rigor na execução e, acima de tudo, uma visão que coloque as pessoas no centro das decisões. Porque, no final, a saúde oral é um direito, e não um privilégio.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ordem dos Médicos
Perante os números anunciados da mortalidade infantil em 2024, que terá atingido o valor mais alto desde 2019, a Ordem dos...

“Não devemos tirar conclusões sem conhecer precisamente as causas desta mortalidade. A Ordem dos Médicos já enviou um ofício à DGS, com conhecimento do Ministério da Saúde, solicitando que se divulguem e analisem as causas que conduziram a estes números em termos de mortalidade infantil em Portugal”, apela Carlos Cortes, Bastonário da Ordem dos Médicos.

O Presidente do Colégio de Saúde Pública, Luís Cadinha, também alerta que é essencial ter dados concretos para analisar esta situação. “Temos que saber se houve realmente um aumento, e, em caso afirmativo, se foi significativo. Neste momento, não conhecemos a real taxa de mortalidade infantil para 2024. Para esta análise, aliás, não chega comparar com os dados do ano anterior, é necessário que se perceba a evolução dos últimos 5 a 10 anos”.

Mas não basta saber quantos óbitos ocorreram ou a sua relação com a taxa de natalidade, é fundamental que a Direção Geral de Saúde forneça os dados relativos às causas. “Os certificados de óbito das crianças são documentos muito precisos e a DGS tem toda essa informação disponível”, enquadra o especialista em Saúde Pública.

“A DGS deve divulgar esses dados para se poder analisar qual a origem da mortalidade infantil e se há, de facto, um problema. Não é suficiente dizer que poderá ser por falta de acesso às urgências ou que a mortalidade infantil poderá resultar do aumento das gestações mal vigiadas e da consequente diminuição da deteção de patologia fetal grave por força da entrada de migrantes em estados de gestação avançados, é preciso ter certezas”, frisa Carlos Cortes.

“Com os dados disponibilizados, é factual que em 2024 houve um aumento em número absoluto dos óbitos abaixo do ano de idade. Já em relação à taxa de mortalidade infantil, não conhecendo o número total de nascimentos (que têm aumentado nos últimos anos), não podemos ainda afirmar se houve aumento e, se este tiver ocorrido, avaliar a sua magnitude”, enquadra Miguel Costa, Presidente da direção da Secção da Subespecialidade de Neonatologia da Ordem dos Médicos. “Para ser possível tirar ilações mais concretas em relação à etiologia deste aumento, seria necessário analisar cada caso em detalhe”, e estar atento.

“Sendo a mortalidade infantil um indicador de excelência em cuidados de saúde, um aumento da mortalidade infantil, mesmo que abaixo da média da União Europeia, é um sinal para estarmos atentos à saúde materno infantil”, explica Ricardo Costa, Presidente do Colégio de Pediatria que também considera fundamental “realizar uma análise com maior cuidado deste aumento da mortalidade infantil”.

A Ordem dos Médicos manifesta, uma vez mais, a sua total disponibilidade para, através dos seus Colégios da Especialidade, colaborar numa comissão de acompanhamento deste tema que venha a ser dinamizada pela DGS. “Temos que ter acesso aos dados para poder planear uma intervenção eficaz para garantia da saúde e bem-estar das nossas crianças”, refere Carlos Cortes.

ULSCBeira
A Unidade Local de Saúde da Cova da Beira (ULSCBEIRA) promoveu no dia 2 de janeiro de 2025 uma sessão de boas-vindas para os 58...

O evento decorreu no Auditório do Hospital Pêro da Covilhã e foi conduzido pela Diretora do Internato Médico, Prof. Doutora Arminda Jorge, que destacou a importância do compromisso e da responsabilidade dos novos médicos nos cuidados de saúde hospitalares e nos cuidados de saúde primários. A seu cargo esteve também a apresentação das orientações e procedimentos inerentes ao internato, a estrutura das equipas, formações programadas, entre outras.

Marcaram presença nesta iniciativa o Presidente do Conselho de Administração, Prof. Doutor João Marques Gomes, as diretoras clínicas, Dra. Rosa Maria Ballesteros (cuidados de saúde hospitalares) e Dra. Filipa Quinteiros Pinto (cuidados de saúde primários), o Presidente da Faculdade de Ciências da Saúde/CACB, Prof. Doutor Miguel Castelo Branco, vários diretores de serviço e representantes da Comissão de Internos.

A sessão incluiu a transmissão ao vivo da Cerimónia Nacional de Acolhimento dos Novos Internos 2025, realizada pela ULS de Santa Maria e o Centro Académico de Medicina de Lisboa, diretamente do Auditório João Lobo Antunes na FMUL.

O Internato Médico é uma etapa fundamental da formação, permitindo aos médicos desenvolver competências teóricas e práticas essenciais. Enquanto o primeiro ano oferece uma visão ampla dos serviços hospitalares e dos cuidados de saúde primários, a formação especializada, com duração de 4 a 6 anos, aprofunda o conhecimento técnico e clínico, preparando-os para os desafios da prática médica avançada.

Opinião
Nos últimos meses, o mundo tem assistido a uma sucessão de alertas sobre ameaças virais que desafiam

Metapneumovírus Humano: Uma Nova Velha Ameaça

O HMPV não é um desconhecido para a ciência. Identificado pela primeira vez no início dos anos 2000, é um vírus respiratório associado a infeções comuns, particularmente em crianças, idosos e indivíduos imunocomprometidos. Recentemente, na China, tem-se registado uma disseminação rápida deste patógeno, com sintomas que incluem febre, tosse e dificuldades respiratórias – uma sintomatologia que evoca memórias ainda frescas da COVID-19.

O aumento de infeções é alarmante, mas não surpreendente. O inverno traz consigo um aumento natural de infeções respiratórias, exacerbado pelo regresso de uma "normalidade" pré-pandémica: menos máscaras, mais contacto social e menor atenção à higiene preventiva. A verdadeira ameaça do HMPV, no entanto, reside na possibilidade de mutação.

A Gripe Aviária nos Estados Unidos: Um Velho Inimigo Reemergente

Paralelamente, a gripe aviária voltou a causar preocupação nos Estados Unidos. Os surtos mais recentes afetaram milhões de aves, com repercussões severas para a indústria alimentar e a biodiversidade. Este vírus, altamente contagioso entre aves, é motivo de alarme pela sua capacidade de "saltar" para humanos.

Embora as infeções humanas sejam raras, elas podem ser devastadoras, com taxas de mortalidade que, em alguns casos, ultrapassam os 50%. Esta ameaça é amplificada pela crescente proximidade entre humanos e animais em ambientes industriais e pela globalização, que facilita a rápida disseminação de doenças.

Lições da COVID-19 e a Preparação para o Futuro

Olhando para estas duas ameaças, é inevitável refletir sobre o que aprendemos – ou falhámos em aprender – com a pandemia de COVID-19. Uma das lições mais importantes é a necessidade de uma vigilância robusta e coordenada. Na China, as autoridades de saúde já intensificaram a monitorização de doenças respiratórias emergentes. Mas será isso suficiente?

Nos Estados Unidos e em outros países, a luta contra a gripe aviária exige uma abordagem integrada que combine a saúde humana, animal e ambiental – o chamado conceito de "One Health". Esta abordagem reconhece que a saúde humana está intrinsecamente ligada à saúde do planeta.

Estaremos à Beira de Novas Pandemias?

A resposta não é simples. Nem o HMPV nem a gripe aviária representam atualmente uma ameaça comparável à da COVID-19. Contudo, ambos ilustram os riscos que enfrentamos num mundo interligado. A mutação viral, a resistência antimicrobiana e a mudança climática criam um "caldo perfeito" para o surgimento de novas pandemias.

O futuro não está gravado na pedra. Podemos evitar novos desastres globais se investirmos em investigação, reforçarmos os sistemas de saúde e adotarmos práticas sustentáveis. Mais importante ainda, devemos aprender a cooperar enquanto comunidade global, reconhecendo que os vírus não respeitam fronteiras.

Conclusão: Uma Janela de Oportunidade

A história recente mostrou-nos que as pandemias são inevitáveis, mas o seu impacto não precisa de ser catastrófico. A chave reside na antecipação e preparação. Tanto o HMPV na China quanto a gripe aviária nos Estados Unidos servem como lembretes poderosos de que o perigo espreita, mas também de que temos as ferramentas para o enfrentar.

A questão não é se enfrentaremos novas pandemias, mas sim quando. E quando esse momento chegar, a humanidade estará preparada para reagir? O tempo dirá – mas cabe-nos a todos garantir que a resposta seja "sim".

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
13 e 14 de fevereiro
Jornadas de Pediatria realizam-se em Lisboa no próximo mês de fevereiro.

Nos dias 13 e 14 de fevereiro de 2025, realizam-se no Edifício Egas Moniz da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, as XXX Jornadas de Pediatria da Unidade Local de Saúde de Santa Maria, sob o lema "A Força na Vulnerabilidade".

Os cursos pré-jornadas realizam-se no mesmo no local no dia 12 de fevereiro.

As Jornadas promovem a partilha de conhecimento e de experiências, congregando no seu programa científico as mais diversas áreas da Pediatria.

Já está a decorrer o período para a submissão de resumos.

Consulte toda a informação aqui.

Teletrabalho
Parece que o teletrabalho veio para ficar. As últimas estatísticas apontam para um crescimento significativo das pessoas que...

Existe já inúmera evidência científica que comprova a influência direta dos ambientes físicos na saúde e no estado emocional das pessoas. Otimizá-los devia ser por isso uma prioridade, já que para além de promoverem o bem-estar e saúde dos funcionários, aumentam a produtividade e satisfação quotidiana.

Eis algumas variáveis a ter em consideração para um espaço de trabalho saudável:

Qualidade do ar: a poluição do ar pode levar a problemas respiratórios e cardiovasculares, afetando a saúde física e aumentando o cansaço intelectual. O ar interior frequentemente renovado e livre de partículas tóxicas é um pilar essencial de um espaço saudável, que promove o bem-estar.

Iluminação: a exposição diária à luz natural melhora o humor, a concentração e o equilíbrio hormonal, enquanto a falta dela pode levar à depressão e à fadiga. Ambientes bem iluminados previnem a sonolência e aumentam o foco.

Ruído: ambientes com muito ruído podem causar ansiedade e dificuldade de concentração, afetando, por exemplo, a capacidade de se focar em tarefas intelectuais exigentes. Ambientes tranquilos e silenciosos são geralmente mais propícios a sessões de trabalho produtivas e agradáveis.

Decoração: ambientes que são organizados, limpos e mimetizam padrões encontrados na natureza podem ajudar a promover uma sensação de calma e controlo, enquanto ambientes desorganizados e confusos podem causar ansiedade.

Segurança: ambientes onde as pessoas se sentem seguras e confortáveis, o que pode passar pelo correto posicionamento das secretárias ou a escolha de cadeiras de escritório ergonómicas, aumentam a produtividade e o bem-estar ao reduzirem o cansaço visual e as dores musculares resultantes de uma má postura. Estímulos constantes ao nosso redor colocam-nos num constante estado de fight-or-fight, aumentando os nossos níveis de stress.

Para tornar o seu espaço de trabalho em casa (home-office) ou escritório num aliado da sua produtividade, saúde e bem-estar, recorrer a um serviço profissional é a escolha mais acertada. Só assim será possível identificar os principais desafios de cada espaço e personalizar as soluções para cada pessoa ou equipa. A bienbati é uma marca inovadora que reimagina a relação entre a arquitetura e saúde, colocando o bem-estar das pessoas no centro da sua missão. Com uma abordagem única, a marca dedica-se a transformar casas e espaços de trabalho em locais promotores da saúde e do bem-estar, transformando a mais recente evidência científica em soluções práticas e personalizadas para famílias e empresas.

Procriação medicamente assistida
A procriação medicamente assistida (PMA) demonstra ser uma área em constante evolução e ainda com muitos passos para dar,...

Após cerca de 40 anos, a PMA tem dado um motivo aos casais para sorrir, através da concretização dos seus sonhos. Ainda assim, é uma prioridade aumentar a literacia e informação sobre fertilidade, conhecer a regulamentação e as leis e agir em conformidade. Todos estes temas foram debatidos no evento “O Passado, Presente e Futuro da Fertilização In Vitro (FIV)”, que decorreu a 19 de dezembro, em Coimbra.

A marcar presença esteve Isabel Torgal, diretora clínica da Ferticentro, Joana Mesquita Guimarães, diretora clínica da Procriar e membro do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, e Vladimiro Silva, diretor científico das Clínicas Procriar, Ferticentro e Ava Clinic, no papel de moderador.

Porque o futuro não se faz sem o passado, o encontro começou com uma retrospetiva de Isabel Torgal, pioneira na FIV e com 40 anos de experiência em PMA em Portugal, para conhecer os feitos já realizados no país e no mundo nesta área. A especialista recordou como tudo começou, quando existia uma grande carência de meios complementares para oferecer aos casais: “Tínhamos de improvisar muito material, por exemplo construir agulhas.” No entanto, tudo o que se conhecia até então foi evoluindo até em 1978 nascer o primeiro bebé com fertilização em vitro. “Recebemos esta notícia com entusiasmo, mas sem surpresa, porque sabíamos que iria acontecer.”

Já Joana Mesquita Guimarães, “missionária da luta para o desenvolvimento de centros de procriação”, como se intitula, relembra o seu início vários anos depois de Isabel Torgal ter sido pioneira na área. E este fator foi diferenciador para encontrar uma área já muito mais desenvolvida. “Entrei na medicina de reprodução em 1999, em que tudo já se fazia”, recorda.

Várias décadas se passaram; o futuro é ainda incerto, mas os especialistas garantem que é promissor. Atualmente, o conceito one size fits all já não se aplica, pelo que a inteligência artificial (IA) pode também ter um papel determinante, como explica Joana Mesquita Guimarães: “Desta forma, vamos ser capazes de determinar a dose e o protocolo exatos. Já na vertente laboratorial, pode ajudar na automatização dos laboratórios e na identificação dos melhores embriões.” Assim, o futuro deve estar cada vez mais centrado na personalização e no foco do paciente e do casal: “A procriação vai evoluir muitíssimo com um cuidado de excelência prestado.”

Enquanto membro do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, Joana Mesquita Guimarães expressa a sua preocupação pela regulamentação da PMA e por questões de ética: “Portugal é um país que tem uma legislação muito forte a favor da PMA, mas temos de ter a preocupação de não fazer algo que não está regulamentado. Isto porque a ciência evolui mais rápido do que a ética e as leis.”

Além disso, a desinformação e iliteracia sobre fertilidade é também uma das grandes preocupações dos especialistas. O primeiro passo deve ser educar para a fertilidade e, para isso, as escolas têm o dever de o fazer na disciplina de educação sexual, alertando para fatores como o álcool, drogas, tabaco e obesidade como prejudiciais. “Todos têm um impacto dramático na fertilidade”, refere Joana Mesquita Guimarães.

Apesar de atualmente as mulheres priorizarem as suas carreiras e vidas profissionais, a especialista relembra que o período fértil recomendado para engravidar é entre os 25 e os 30 anos, o mais tardar até aos 35. Já Isabel Torgal, perante este desafio, sugere que “deve haver uma preocupação acrescida para guardar ovócitos”.

A criopreservação surge, assim, como uma oportunidade para a mulher engravidar mais tarde, mantendo as suas reservas de fertilidade. Em Portugal, o processo de criopreservação dura cinco anos, podendo depois ser renovado. Durante este período, os óvulos mantêm a sua vitalidade e qualidade, permitindo que as mulheres possam ser mães mais tarde. Mas as vantagens não terminam por aqui: a criopreservação é uma ferramenta útil para as mulheres que sofrem de doenças oncológicas ou autoimunes, cujos tratamentos prejudicam a sua fertilidade.

Ainda assim, é de relembrar que a criopreservação é apenas uma opção, mas que não deve ser o primeiro caminho a seguir, porque nem sempre tem resultados positivos e de sucesso para uma gravidez tardia.

Por fim, Joana Mesquita Guimarães relembra que “quem faz tratamentos de fertilidade passa por muito sofrimento”, desde vergonha, frustração, ansiedade. São todas estas emoções que vê nas suas pacientes, sendo importante ter o apoio da Psicologia durante todo este processo.

Mas, no fim desta jornada (que, na verdade, é só o início), tudo o que resta é gratidão: “Estão gratas para toda a vida e são esses sentimentos que nos fazem continuar e lutar, apesar das limitações sociais e das dificuldades.”

Campus Neurológico
20% das crianças em idade escolar sofre de problemas neurológicos, alerta especialista.

O CNS-Campus Neurológico, com unidades de saúde em Torres Vedras, Lisboa e Braga, anuncia a ampliação das suas consultas pediátricas, reforçando o seu compromisso com a saúde e bem-estar das crianças e jovens. Esta nova oferta inclui serviços especializados no acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil, bem como no diagnóstico e tratamento de diversas condições de saúde que afetam os mais novos.

A Consulta de Neuropediatria, disponível em todas as unidades do CNS, assume um papel essencial nesta oferta, ao especializar-se no diagnóstico e tratamento de doenças neurológicas em crianças e jovens. De acordo com a neuropediatra Dra. Rita Lopes da Silva, “20% das crianças em idade escolar sofre de algum problema neurológico. Entre as condições mais comuns estão as perturbações do neurodesenvolvimento, como dificuldades de aprendizagem, frequentemente associadas a perturbações de hiperatividade e défice de atenção (presentes em 5 a 10% das crianças e comuns em todas as salas de aula), dislexia e discalculia”.

Estas condições podem comprometer o desenvolvimento e o desempenho escolar das crianças, sendo essencial um diagnóstico precoce e uma abordagem personalizada. Além disso, nesta consulta, os especialistas avaliam casos de perturbações do espectro do autismo, epilepsia, cefaleias, paralisia cerebral, perturbações do sono e outras alterações do neurodesenvolvimento, oferecendo suporte abrangente e orientações específicas para cada caso.

O CNS complementa ainda a sua oferta com consultas de Psicologia Clínica, disponíveis em Torres Vedras e Lisboa, para tratar questões emocionais e comportamentais, como dificuldades de interação, problemas de sono e orientação escolar, bem como com consultas de Pedopsiquiatria, que visam a prevenção, diagnóstico e tratamento de problemas de saúde mental infantil.

Também estão disponíveis a Consulta de Avaliação de Terapia da Fala, que abrange alterações da fala, linguagem e deglutição, e a Consulta de Avaliação de Fisioterapia Pediátrica, orientada para alterações músculo-esqueléticas e respiratórias, ambas com opções presenciais e domiciliárias.

Com esta expansão, o CNS reafirma a sua missão de proporcionar um atendimento de excelência, ajustado às necessidades específicas de crianças e jovens, garantindo um acompanhamento integral, especializado e humano.

Reflexões Tragicómicas de Um Engenheiro Entre Sentidos
Se há algo que me fascina enquanto engenheiro eletrotécnico e de computadores, especializado em cont

Agora, imaginem um engenheiro com deficiência auditiva e visual. Parece o início de uma anedota, mas é a minha vida. E não, não há aqui robôs para compensar as falhas (ainda), apenas uso um implante coclear e uma prótese para conseguir ter a percepção do som, e uns óculos para corrigir a miopia, mas não cura as minhas deficiências, e continuo a ver com a falta de visão central no olho esquerdo (devido a um problema congénito). É uma existência repleta de adaptações curiosas, momentos tragicómicos e reflexões profundas – especialmente quando o "sistema" que é o nosso corpo decide fazer umas alterações de firmware. Ah, e para tornar tudo mais interessante, o síndrome de Charles-Bonnet junta-se à festa, criando sons e vozes que não existem. Uma maravilha, não acham?

 

Quando os sentidos são os sensores da vida

Enquanto engenheiro, aprendi que qualquer sistema eficiente depende da qualidade dos seus sensores. Quanto mais precisos, melhor o desempenho. E, ao longo dos anos, percebi que o nosso corpo é uma máquina engenhosa – mas também vulnerável. A audição é o microfone da nossa vida: capta os sons, interpreta frequências e até ajuda no equilíbrio. A visão é, claro, a câmara principal. O tato, o sensor de proximidade, e o olfato e o paladar são as nossas "entradas químicas". Mas o que acontece quando o sistema perde parte destes sensores? Bem, o engenheiro em mim aprendeu que há sempre alternativas. O ser humano é, afinal, o sistema adaptativo mais avançado que existe.

No entanto, a adaptação não é linear, nem fácil. Como pessoa com deficiência auditiva e visual, frequentemente sou desafiado a redefinir as minhas "especificações operacionais". Por exemplo, não ouvir certos sons ajuda-me a concentrar-me no que escrevo. Curiosamente, é um "upgrade" útil, mesmo que imposto. Mas há o lado bizarro: sons inexistentes – cortesia do meu cérebro hiperativo. Este "bug", conhecido como síndrome de Charles Bonnet, é como ter um assistente virtual que insiste em falar sem ser solicitado. Imaginem tentar resolver um problema complexo de robótica enquanto uma voz qualquer murmura coisas sem nexo. Divertido? Talvez para quem observa de fora. Para mim, é no mínimo surreal.

 

O silêncio é o novo ruído

Sabem aquela ideia de que o silêncio absoluto ajuda a pensar? Pois, não é bem assim para mim. O silêncio, no meu caso, é um espaço preenchido por ecos criados pela minha mente. Quando estou a trabalhar num projeto de controlo ou a programar algoritmos ou um PLC ou um sistema SCADA com HMI, frequentemente o "ruído branco" da minha condição torna-se o som ambiente. Por vezes, é algo melódico, como fragmentos de música que a minha mente inventa. Outras vezes, são vozes aleatórias, como se estivesse a ouvir um podcast gravado num universo paralelo.

Certa vez, enquanto trabalhava num projecto que consistia num sistema complexo de sensores e actuadores/motores, dei por mim a discutir mentalmente com uma voz que insistia em criticar as minhas escolhas de design. "Esse projecto está desatualizado", dizia a voz. Claro que sabia que era uma manifestação do Charles-Bonnet, mas, por instantes, considerei se o meu cérebro não estaria a tentar enviar-me uma crítica construtiva. Resultado? Troquei alguns elementos só para calar a "opinião" intrusa. Acreditem ou não, funcionou!

 

Quando a visão e a audição conspiram

Enquanto engenheiro, sempre admirei a simbiose entre os diferentes sensores em sistemas complexos, desde a minha vida académica. No corpo humano, essa interdependência é ainda mais evidente. A minha deficiência visual e auditiva forçou-me a encontrar novas formas de processar o mundo à minha volta. Sem falta de visão central num dos olhos, muitas vezes sou obrigado a confiar em outros sentidos – e, ironicamente, quando a audição também me falha, descubro um "recurso oculto": a imaginação.

É interessante como a mente compensa a falta de estímulos reais com algo fictício. No meu caso, não só ouço sons inexistentes, como também vislumbro cenários que, por vezes, não correspondem à realidade. Isso trouxe-me uma lição curiosa: os sentidos são importantes, mas o que realmente importa é como processamos as informações que chegam até nós – ou que criamos.

Olhando para a engenharia, vejo algo semelhante. Quando um robô perde um sensor, o sistema pode estimar as condições com base em dados anteriores. Nós, humanos, fazemos o mesmo: preenchemos lacunas com as nossas memórias. No entanto, essa capacidade também pode ser irritante. Como quando a minha mente decide criar uma versão auditiva de algo que preferia esquecer – como aquela vez em que fiquei com o jingle de um anúncio preso na cabeça por dias.

 

A tragicomédia da Otorrinolaringologia

Curiosamente, é a Otorrinolaringologia – a especialidade médica que estuda os ouvidos, nariz e garganta – que melhor encapsula a interligação dos sentidos. O que me leva a outra reflexão tragicómica: por que valorizamos tão pouco estas "entradas sensoriais"? Só reparamos na sua importância quando algo corre mal. Como engenheiro, sei que ignorar pequenos problemas num sistema é receita para o desastre. Como pessoa com deficiência, sei que negligenciar os sentidos é subestimar o que nos liga ao mundo.

Por exemplo, o nariz – frequentemente subvalorizado – é uma entrada vital para a respiração e para o olfato. Sem ele, o sabor dos alimentos seria insípido e a capacidade de detectar perigos, como um incêndio, seria severamente limitada. Já os ouvidos, além de captarem sons, são essenciais para o equilíbrio. Perder esses sentidos é como operar um robô sem GPS ou sensores tácteis: ficamos desorientados.

 

A moral da história

A vida sem visão plena ou audição completa não é fácil, mas também não é o "fim do sistema". É uma oportunidade para reprogramar a forma como vivemos e para refletir sobre o que realmente importa. Sim, o som não se propaga no vácuo, mas isso não torna a audição menos relevante. Tal como um robô precisa de todos os seus sensores para funcionar de forma ideal, nós, humanos, dependemos da integração dos nossos sentidos para viver plenamente.

Na engenharia, quando algo falha, procuramos soluções, como no meu caso, uso o implante coclear e a prótese auditiva,  e ainda os óculos para corrigir a miopia. Na vida, é igual. Transformei as minhas limitações em lições, e aprendi que até os ruídos do Charles-Bonnet podem ser inspiradores – ou, pelo menos, material para um artigo tragicómico. Afinal, se não rirmos das nossas circunstâncias, quem o fará?

E agora, permitam-me voltar ao silêncio (ou ao que resta dele), porque vou desligar os meus aparelhos auditivos para dormir ou tentar descansar. Talvez, lá no fundo, eu consiga ouvir o som de uma nova ideia a surgir – ou, quem sabe, de um robô a criticar o meu design.

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