Para apoio ao desenvolvimento de negócio e comercialização de produtos inovadores
As start-ups, PMEs, hospitais, universidades e instituições de investigação na área da saúde em Portugal - e em 18 outros...

Os inovadores portugueses no domínio dos cuidados de saúde têm uma nova e transformadora oportunidade de expandir os seus negócios: o programa SPICE (Strategic Partnership Initiatives for Competitive Edge). O novo programa lançado pelo EIT Health InnoStars, parte do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT), um organismo da União Europeia. Definindo como objetivo a rápida entrada no mercado de soluções de ponta na área dos cuidados de saúde, o SPICE oferece até 100 000 euros em serviços de desenvolvimento e comercialização personalizados e em espécie, bem como 60 000 euros adicionais em mentoria e orientação especializadas para um máximo de 10 equipas.

A apresentação de candidaturas decorre até dia 31 de outubro. Neste novo programa, o EIT Health InnoStars procura empresas em fase de arranque, PMEs e outras instituições Portuguesas, bem como de 18 países da Europa Central, Oriental e do Sul abrangidos pelo Regime Regional de Inovação (RIS) do EIT, onde a taxa de inovação tende a ser mais moderada do que na Europa Ocidental e do Norte.

“O programa SPICE abre novos horizontes para os inovadores em Portugal e em toda a Europa”, afirmou Alessio Smeraldo, responsável pela criação de empresas do EIT Health InnoStars. “Ao proporcionar acesso a serviços personalizados e a orientação especializada, o SPICE permitirá aos inovadores enfrentar os desafios da comercialização no sector da saúde e obter uma vantagem competitiva no mercado. O nosso objetivo é transformar soluções de elevado potencial em empresas bem-sucedidas e escaláveis que possam prosperar no competitivo mercado europeu dos cuidados de saúde.”

Estabelecer ligações duradouras numa rede de elite

Com histórias de sucesso passadas, como a Orgavalue: fundada por estudantes de medicina no Porto, a empresa está a desenvolver um método único para a bioengenharia de órgãos humanos personalizados, descelularizando órgãos do doador e, em seguida, recelularizando a estrutura com células derivadas de pacientes. Este trabalho irá ajudar a reduzir o risco de rejeição do órgão transplantado e eliminar os resíduos de órgãos. Com o objetivo de chegar ao mercado em 2028 irá focar-se, inicialmente, nos transplantes de fígado, que representam um impacto de cerca de 8,8 mil milhões de euros.

“Uma das principais vantagens do SPICE é a oportunidade de os participantes se tornarem membros do EIT Health InnoStars, a maior rede europeia de inovação no domínio da saúde”, acrescentou Alessio Smeraldo, responsável pela criação de empresas do EIT Health InnoStars.

“A adesão a esta rede de elite dá acesso a um vasto leque de recursos a longo prazo, oportunidades de colaboração e parcerias estratégicas que são essenciais para o crescimento de uma empresa de saúde bem-sucedida. Os participantes no SPICE beneficiarão não só do apoio imediato do programa, mas também das ligações e oportunidades duradouras disponíveis através do EIT Health InnoStars.”

Os candidatos elegíveis - startups, universidades, hospitais, PME ou instituições de investigação - devem apresentar soluções inovadoras no domínio dos cuidados de saúde que tenham atingido, pelo menos, o nível 6 de preparação tecnológica (TRL 6), o que significa que as suas soluções se encontram na fase de protótipo e foram demonstradas num ambiente relevante.

Trata-se de um passo crucial para as empresas que estão prontas a ultrapassar o desenvolvimento inicial e a avançar para a aplicação e comercialização no mundo real.

Apoio abrangente para aumentar a escala

Serão disponibilizados até 100.000 euros por equipa sob a forma de serviços em espécie prestados pelos Parceiros de Implementação do SPICE, um grupo de peritos criteriosamente selecionadosem toda a Europa. Estes serviços ajudarão os participantes a enfrentar os desafios mais prementes no seu percurso até ao mercado, incluindo apoio regulamentar, validação clínica, inovação tecnológica, privacidade dos dados e estratégia de comercialização.

Para além do apoio financeiro, os participantes no SPICE beneficiarão de aconselhamento e orientação especializados, adaptados às suas necessidades específicas. Com um montante máximo de 60 000 euros atribuído por equipa, os participantes receberão orientação prática da EIT Health InnoStars Expert Pool, uma rede de profissionais de saúde de renome de toda a Europa. Esta orientação centrar-se-á na superação dos desafios únicos da expansão das inovações no domínio dos cuidados de saúde, desde a garantia de investimento até à navegação na regulamentação dos cuidados de saúde.

Especialistas alertam para uma das principais causas de incapacidade no nosso país
O AVC continua a ser a das principais causas de morte e de incapacidade em Portugal, atingindo três pessoas por hora. Só em...

Assim, e no âmbito do Dia Mundial do AVC, que se assinala a 29 de outubro, especialistas alertam os portugueses para a importância de saberem identificar os sinais de alerta desta doença cerebrovascular, que afeta cerca 25 mil portugueses por ano, e de agir rapidamente, ligando para o 112 para ser ativada a Via Verde AVC pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

João Sargento Freitas, médico neurologista, explica que: “O AVC isquémico, que representa cerca de 80 a 85% dos casos anuais4, ocorre quando há uma obstrução de uma artéria cerebral, geralmente causada por um coágulo sanguíneo (trombo) ou por aterosclerose (acumulação de placas de gordura). Esta obstrução impede o fluxo sanguíneo para uma área do cérebro, privando-a de oxigénio e nutrientes, o que resultar em danos neurológicos.”

Nas primeiras horas após um AVC isquémico é emergente chegar ao hospital, para dois tratamentos principais: a trombólise endovenosa e a trombectomia mecânica, também conhecida como tratamento endovascular. A trombectomia mecânica é uma técnica minimamente invasiva, que utiliza um cateter para desobstruir mecanicamente a artéria afetada. O neurorradiologista Ricardo Veiga destaca que este tratamento “é extremamente eficaz e seguro, oferecendo uma maior taxa de revascularização, melhores resultados clínicos e uma janela de tratamento alargada até 24 horas, dependendo de alguns fatores.”

Apesar das vantagens, nem todas os doentes com AVC são elegíveis para a trombectomia mecânica. “A decisão de realizar este procedimento é  complexa e deve ser tomada por uma equipa médica, considerando cada caso individualmente”, acrescenta Bruno Rodrigues, médico neurologista.

Depois do tratamento de fase aguda é essencial determinar o mecanismo exato que causou o AVC, sendo o período de internamento numa Unidade de AVC crítico para este objetivo, como realça o neurologista Bruno Rodrigues.

As duas causas mais frequentes do AVC isquémico são as causas cardio-embólicas, que muitas vezes resultam de arritmias cardíacas, como a fibrilhação auricular (FA), e a formação de placas de aterosclerose (colesterol) nas artérias cerebrais ou próximas. O AVC pode também ser causado por doenças das pequenas artérias cerebrais, para as quais a hipertensão arterial é o principal fator de risco, como as malformações cardíacas, doenças do sangue e outras alterações sistémicas.

O diagnóstico de algumas destas doenças nem sempre é fácil. A deteção precoce permite iniciar o tratamento com medicamentos anticoagulantes, prevenindo a formação de novos coágulos e reduzindo o risco de um novo AVC. Em alguns casos, a monitorização do ritmo cardíaco é fundamental, existindo atualmente dispositivos implantáveis de monitorização cardíaca de longa duração para detetar episódios assintomáticos de FA, com elevada acuidade diagnóstica.

Luís Elvas, médico cardiologista, refere que “Um destes dispositivos é o registador de eventos implantável, que deteta a atividade elétrica do coração durante um longo período, geralmente alguns anos. Este dispositivo pode ser programado para registar automaticamente eventos, como batimentos cardíacos rápidos ou lentos, ou ser ativado pelo doente quando sentir sintomas. Os dados registados são posteriormente analisados pelo médico, ajudando a diagnosticar com precisão e a determinar o melhor tratamento.”

É fundamental consciencializar a população sobre os sinais de alerta. Os especialistas relembram a importância de estar atento aos 3F: Fala (dificuldade em falar), Face (assimetria facial vulgarmente denominado como ‘boca de lado’) e Força (perda de força num dos braços). Caso se manifeste um destes sintomas, deve ligar imediatamente para o 112, ativando assim a Via Verde AVC e diminuindo até 50% do risco de morte ou de incapacidade.

Acordo permite intercâmbio de boas práticas médicas, investigação e formação
As Clínicas Espregueira celebraram um importante acordo de cooperação com a Sultan Bin Abdulaziz Humanitarian City (SBAHC), uma...

Este acordo reflete um passo significativo no fortalecimento da colaboração entre Portugal e a Arábia Saudita no domínio da saúde, unindo o conhecimento e a excelência clínica de ambas as instituições. A parceria visa promover o intercâmbio de boas práticas médicas, investigação conjunta e formação contínua de profissionais de saúde pela Academia Clínicas Espregueira.

Este contrato é o culminar de quase três anos de conversações, reforçando o compromisso mútuo de colaboração para o avanço na Medicina Desportiva e Reabilitação.

Expressamos o nosso mais profundo reconhecimento e agradecimento pelo valioso apoio da AICEP, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Embaixador Nuno Mathias, cujo contributo foi fundamental para o sucesso desta parceria.

Rogério Pereira, Diretor de Educação e Desenvolvimento das Clínicas Espregueira, e João Espregueira-Mendes, Diretor Clínico e CEO, sublinharam a importância desta colaboração: "Este é um marco importante para as Clínicas Espregueira, que nos permite partilhar conhecimento e experiência com uma instituição de referência internacional, enquanto continuamos a inovar na área da reabilitação e da medicina do futebol e desportiva."

Esta parceria será também uma plataforma para futuros projetos de investigação e inovação na área da saúde, abrindo portas para o desenvolvimento de novas tecnologias e abordagens terapêuticas, com impacto global, sob liderança das Clínicas Espregueira.

Feira conta com rastreios gratuitos
De 25 a 27 de outubro, o Oeiras Parque organizará mais uma edição da Feira “Saúde na Linha”, proporcionando uma oportunidade...

Durante a Feira, para além dos rastreios nas áreas de dermocosmética, higiene oral, visão, audição e nutrição, os visitantes poderão também verificar a tensão ocular, avaliar o risco de diabetes, realizar a avaliação do risco cardiovascular e da intolerância à lactose, e ainda despistar a insuficiência venosa crónica.

Entre as 10h e as 20h, os rastreios serão conduzidos por profissionais da Farmácia Veritas, Widex, André Ópticas, Celeiro e Colunex. Nesta segunda edição, a iniciativa terá como novidade a participação da Clínica HeyDoc, especialistas em Medicina Dentária, Medicina Estética e Cirurgia Plástica, e ainda da Be.U, corner de Beleza presente no shopping, que pretende democratizar os cuidados estéticos do rosto.

A HeyDoc terá disponível um scanner intraoral, responsável por capturar, com precisão, imagens 3D da boca, proporcionando um diagnóstico preciso e permitindo preparar tratamentos dentários, de forma rápida e confortável.

Já no stand da Be.U, os visitantes poderão efetuar uma avaliação de pele através de um analisador facial 3D. Este possibilita o diagnóstico automático da condição da pele, examinando desde o perfil de rugas às manchas e hiperpigmentação. Assim, é possível identificar os tratamentos adequados e necessário para cada pessoa.

O Shopping da Linha conta, em mais um ano, com o apoio do Município de Oeiras nesta iniciativa, tendo a sua presença num stand onde serão divulgados os serviços gratuitos disponíveis na área da saúde.

NutriwellB é um projeto europeu financiado pelo programa Erasmus+
A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa (NOVA FCSH) está a liderar em Portugal um projeto...

O projeto, denominado NutriwellB e financiado pelo programa Erasmus+, disponibiliza um curso online gratuito dirigido inicialmente a estudantes universitários e jovens entre os 18 e os 30 anos, com um foco particular no público feminino, que é frequentemente alvo de pressões sobre hábitos alimentares e bem-estar.

O curso, que decorre até 30 de novembro numa fase piloto, está estruturado em três módulos principais: “Pensamento digital crítico e verificação de factos”, “Saúde nutricional” e “Hábitos de bem-estar”. O objetivo é dotar os participantes de competências para avaliar criticamente a informação que circula online, promovendo escolhas informadas e saudáveis.

Para além da formação, o projeto NutriwellB disponibiliza também um e-book gratuito com dicas práticas de fact-checking sobre nutrição e bem-estar, e uma série de vídeos explicativos no canal YouTube do projeto.

De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Dublin apenas 2,1% das informações nutricionais no TikTok eram coerentes com as diretrizes alimentares e de saúde pública acordadas internacionalmente. Atualmente, e segundo o relatório Digital News Report Portugal 2024, mais de 70% dos portugueses estão preocupados em distinguir conteúdo verdadeiro e falso na Internet.

Após o dia 30 de novembro, o NutriwellB será aberto a toda a comunidade.

Descoberto "melanoquerassoma", que preserva a melanina de forma eficaz dentro dos queratinócitos
Uma equipa de investigadores da NOVA Medical School acaba de identificar um novo compartimento nos queratinócitos, células da...

Duarte Barral, Professor da NOVA Medical School e líder do estudo, afirma que “esta descoberta ajuda, em primeiro lugar, a compreender como funciona o processo de pigmentação que confere a cada pessoa um tom de pele característico”, além de “poder, no futuro, contribuir para o desenvolvimento de estratégias que aumentem a proteção contra cancros de pele, como o melanoma, e soluções terapêuticas para distúrbios da pigmentação, como o lentigo solar e o melasma.”

A melanina, que funciona como “protetor solar natural”, é produzida por células da pele chamadas melanócitos, sendo posteriormente transferida para os queratinócitos, onde se acumula de forma estratégica sobre o núcleo destas células, protegendo o ADN contra mutações induzidas pela radiação UV.

No entanto, até esta descoberta, os mecanismos de preservação da melanina nos queratinócitos eram desconhecidos. O compartimento descoberto nestas células pelos investigadores da NOVA Medical School, preserva a melanina de forma eficaz e garante o seu correto posicionamento sobre o núcleo, permitindo que exerça a sua função protetora ao longo da vida útil da célula.

Embora sejam necessários mais estudos, a descoberta deste novo organelo celular, publicada no Journal of Investigative Dermatology representa um marco importante no estudo da biologia da pigmentação da pele, com potenciais implicações tanto para a dermatologia estética, como para a saúde pública.

Saúde Animal
Com a aproximação do fim do mês de outubro, ocorre a habitual mudança de hora para o horário de inve

Assim como os seres humanos, os animais são sensíveis às variações de temperatura, luz solar e ambiente ao seu redor. Segundo João Reis, médico veterinário da AniCura Alma Hospital Veterinário, a alteração de horário e a redução de horas de luz solar afetam o ritmo circadiano dos animais1, provocando mudanças significativas nos seus padrões de sono e comportamento. “Os animais são sensíveis à redução de luz natural e ao frio. Durante o inverno, é comum que eles apresentem uma maior necessidade de sono e procurem ambientes mais quentes e confortáveis para descansar”.

Com a chegada do frio, cães e gatos procuram fontes de calor, optando por locais aquecidos, como cobertores, lareiras ou aquecedores. “Alguns animais podem até demonstrar sinais de letargia e menor disposição para brincar, principalmente se não forem estimulados fisicamente”.

O metabolismo dos animais pode também ser afetado, resultando numa maior necessidade de ingestão de calorias para manter a temperatura corporal. No inverno é comum observar um aumento do apetite dos cães e dos gatos, pois estes precisam de mais energia para se manterem aquecidos2. No entanto, é fundamental que os cuidadores ajustem as necessidades energéticas com a diminuição da atividade física, a fim de prevenir o ganho excessivo de peso.

Entre as preocupações mais comuns estão o ressecamento da pele e dos coxins das patas, devido ao clima mais seco. Animais mais velhos ou com problemas articulares, podem ver os sintomas exacerbados pelo frio2.  “No inverno, os animais com predisposição a doenças articulares, como artrite, podem sentir mais dor, sendo fundamental estar atento a sinais de desconforto e procurar aconselhamento veterinário para tratamentos adequados”, reforça o médico veterinário.

Dicas para garantir o bem-estar dos amigos de quatro patas

Para lidar com estas mudanças e tornar o inverno o mais confortável possível, os cuidadores podem adotar algumas medidas extras:

  • Proporcionar áreas quentes e confortáveis para os animais dormirem, longe de correntes de ar
  • Embora com o frio haja tendência para uma redução dos passeios, é essencial mantê-los ativos com brincadeiras dentro de casa ou caminhadas em horários mais quentes do dia
  • Ajustar a alimentação de acordo com a atividade física, garantindo que os animais recebem calorias suficientes para o gasto energético
  • Verificar se a pele e as patas não estão ressecadas e estar atento a possíveis sinais de dor nas articulações

 

Referências

1Emmer KM, Russart KLG, Walker WH, Nelson RJ, DeVries AC. Effects of light at night on laboratory animals and research outcomes. Behav Neurosci. 2018 Aug;132(4):302-314. doi: 10.1037/bne0000252. Epub 2018 Jun 28. PMID: 29952608; PMCID: PMC6062441.

2Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals Victoria (RSPCA Victoria), 7 hot tips for a cold winter. Disponível em https://rspcavic.org/learn/7-hot-tips-for-a-cold-winter/

Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sociedade Portuguesa de Pneumologia – 50 anos de rigor, perseverança e inovação
No ano em que assinala o seu 50.º aniversário, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia lança um livro comemorativo que conta a...

Com autoria da jornalista de saúde Cátia Jorge, com prefácio do atual presidente da SPP, António Morais, e edição da Minerva, o livro será apresentado no dia 25 de outubro, na sede da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, numa cerimónia que reúne alguns dos protagonistas desta história de 50 anos. “Na elaboração do programa para a comemoração dos 50 anos da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), a homenagem às direções que a conduziram ao longo destes anos mostrou-se imediatamente como algo de incontornável e de absoluta justeza”, refere António Morais no prefácio do livro.

“Criada a 17 de janeiro de 1974, ainda no período Marcelista, e em vésperas da Revolução de Abril, a SPP cresceu com a democracia e ao abrigo dos mesmos valores da liberdade e da igualdade, tendo contribuído, desde o primeiro dia, para a democratização da saúde, para a melhoria da acessibilidade das populações aos cuidados respiratórios, para a redução das desigualdades regionais e para a atualização científica permanente de todos os profissionais de saúde que se dedicam a esta área”, escreve Cátia Jorge na nota introdutória do livro.

“Nesta evolução, as direções da SPP tiveram um desempenho fundamental, no seu labor diário, na sua liderança, notada particularmente nas situações difíceis e no seu empenhamento e dedicação permanentes em prol da evolução e atualização da formação científica, mas também na defesa da qualidade e proximidade dos cuidados de saúde respiratórios à população. Compete à direção atual, afortunada por ter esta oportunidade, de destacar e honrar este legado e o deixar para a posteridade, objetivo principal deste livro, que oportunamente foi possível realizar e publicar”, acrescenta o presidente da SPP.

A Thomé Villar, pai da Pneumologia Moderna, e aos seus discípulos, se deve a coragem parta desbravar o caminho, ultrapassando todos os obstáculos burocráticos da época e levando a bom porto a criação da SPP. A todas as direções seguintes se deve o crescimento que coloca a SPP entra as sociedades científicas nacionais com maior relevância não só na formação médica, mas também no que respeita à intervenção na comunidade, com campanhas de sensibilização e literacia em saúde, uma revista científica – Pulmonology - no TOP 5 do grupo respiratório do Journal Citation Reports da Clarivate Analytics, posição única e destacada a nível nacional, um dos congressos de maior impacto científico e com um maior número de participantes a nível nacional e manteve sempre uma parceria próxima com a população portuguesa, acompanhando a elevada qualidade dos serviços de assistência respiratória prestados pelos seus membros. “Adicionalmente, os pneumologistas estiveram na liderança das situações epidemiológicas mais difíceis que o pais teve de enfrentar, como foi o caso da tuberculose, ou mais recentemente, a gripe A, em 2009 e a pandemia da Covid-19, em 2020”.

ID Symposium
Realiza-se, no próximo dia 8 de novembro, entre as 9h e as 17h, no Pavilhão do Conhecimento, o evento "ID Symposium",...

Promovido pela Roche, o “ID Symposium” vai contar com quatro painéis de discussão: (i) “Os desafios atuais e futuros na área das doenças infeciosas”; (ii) “Hepatites e HIV”, onde se procurará discutir a eliminação Hepatite C em Portugal, bem como abordar a Hepatite Delta e B e a situação atual das consultas HIV PreP; (iii) o painel “Infeções sexualmente transmissíveis”, que será mais dedicado ao rastreio de clamídia e gonorreia, passando pelas perspetivas atuais para o diagnóstico laboratorial da sífilis; (iv) e, por último, o painel sobre “Infeções Respiratórias”, onde se pretende debater as estratégias articuladas de testagem e gestão dos doentes com infeções respiratórias.

Estes temas vão ser debatido com a ajuda de oradores de renome, nacionais e internacionais, reconhecidos pelo trabalho desenvolvido nas diferentes áreas, o que vai permitir ter diferentes perspetivas a nível clínico e laboratorial, enriquecendo a discussão e a pertinência do evento.

Inscrições já estão abertas
Estão abertas as inscrições para a 5ª edição das Jornadas Nacionais da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL). Com o...

De acordo com a organização, a sessão da manhã vai focar-se na importância da comunicação no ecossistema da saúde, abordando os desafios e cuidados no tratamento dos doentes hemato-oncológicos. Vai ser ainda apresentado o programa Incluir, que visa envolver o doente nas várias áreas da sua saúde, seguido de um painel de debate sobre os apoios disponíveis para estes doentes. A manhã termina com uma conversa sobre sexualidade e fertilidade na doença hemato-oncológica.

Durante a tarde, o evento arranca com uma sessão  sobre cuidados paliativos e a importância da qualidade de vida do doente. Um segundo painel de debate explorará os diferentes tipos de cancros de sangue: leucemias, linfomas, síndromes mielodisplásicos (SMD), neoplasias mieloproliferativas e mieloma múltiplo. A temática do pós-cancro será igualmente discutida numa palestra dedicada aos cuidados de saúde de um sobrevivente. As jornadas encerrarão com um último painel de debate sobre o acesso e a referenciação à terapia celular.

A participação nestas Jornada requer inscrição, que terá um custo de 7,50€ a reverter a favor da APCL. 

As inscrições estão abertas até dia 11 de novembro.

A quinta edição das Jornadas Nacionais da APCL conta com o apoio da SPH, Fundação Champalimaud, Astellas, Lilly, Gilead Sciences, Bristol Myers Squibb (BMS), Kyowa Kirin, Sanofi, Beigene, Astrazeneca, Amgen, Jonhson& Jonhson, Takeda, Glaxo Smithkline (GSK), Abbvie, Novartis, Pfizer, Roche e Sebia.

Talk “Bronquiolites? Longe do meu bebé!” decorre dia 29 de outubro
Com a chegada da estação mais fria, chega também a maior propensão ao desenvolvimento de infeções respiratórias nomeadamente...

No que respeita às crianças, o RSV é responsável pela maioria dos internamentos por bronquiolite aguda e é a causa mais comum de hospitalização.

Para falar sobre este tema, Inês Andrade, locutora da RFM, estará à conversa com o pediatra Manuel Magalhães, com Miguel Arriaga, Chefe de Divisão de Literacia, Saúde e Bem-Estar, da Direção Geral da Saúde e com a atriz e mãe Sofia Arruda, que já passou por uma situação de bronquiolite com um dos seus filhos.

Esta iniciativa de sensibilização para a infeção por RSV tem como objetivos disponibilizar informação credível e de qualidade sobre o vírus; proporcionar uma compreensão mais profunda do impacto do RSV na sociedade e nas famílias; construir uma comunidade de pais, educadores e prestadores de cuidados mais informada, com maior conhecimento sobre este vírus, capacitando-os a partilhar as suas experiências e a tomar medidas para ajudar na prevenção e educação sobre o RSV junto da sociedade.

Apesar do elevado número de casos de RSV registados a cada ano, este vírus ainda é muito desconhecido para a maioria dos pais, que estão mais familiarizados com o termo bronquiolite do que com o nome do próprio vírus.

Parecer sobre “Doação de órgãos em neonatologia para fins de transplantação”
O Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) chama a atenção para os benefícios que a revisão da legislação...

A transplantação é um procedimento clínico de elevado sucesso que permite evitar a morte prematura, recuperar a saúde e devolver qualidade de vida ao recetor, sendo Portugal um dos países com mais elevadas taxas de transplantação por mil habitantes, a nível mundial. Não obstante, a escassez de órgãos para transplante persiste como o maior entrave para salvar vidas em falência de órgãos.

No que se refere à colheita de órgãos em cadáver, o CNECV explica,  "a Lei n.º 12/93, de 22 de abril adotou o sistema de opt out, isto é, em que todos os cidadãos são potenciais dadores após a morte, salvo oposição expressa, devidamente registada. Tal permitiu um aumento muito significativo do número de órgãos disponíveis em relação ao anterior sistema de opt in, em que os cidadãos tinham de manifestar formalmente a disponibilidade como dadores, uma vez falecidos". 

"Os progressos científicos e técnicos, bem como a evolução da sociedade exigem hoje uma atualização legislativa, nomeadamente de acordo com o previsto na Declaração de Maastricht (de 1995, revista em 2013, sobre dadores em paragem cardiocirculatória), e em específico no que se refere à inclusão das designadas categorias III (paragem cardiocirculatória controlada) e IV (paragem cardiocirculatória após ou durante o diagnóstico de morte cerebral) que permitam a colheita em situações em que o diagnóstico de morte cerebral não é possível. Esta é a situação em que alguns doentes se podem encontrar e também, por exemplo, os recém-nascidos anencéfalos, em que se verifica a ausência de parte ou na forma mais grave da totalidade do cérebro, parte superior do crânio e couro cabeludo", salienta o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

De acordo com esta entidade, Portugal é dos poucos países da União Europeia que não admite como dadores quem se encontre na categoria III e IV da Declaração de Maastricht. "A alteração da legislação no sentido de permitir, como dadores, pessoas com morte declarada por paragem cardiocirculatória irreversível, correspondendo à adoção destas duas categorias, potencializaria uma maior disponibilidade de órgãos para transplante, uma possibilidade acrescida de salvar vidas". Neste âmbito, o Conselho sublinha ser essencial respeitar a dignidade e os direitos de todos os dadores.

A presente reflexão do CNECV e o parecer agora aprovado tiveram por base o contacto efetuado por profissionais de saúde no ativo nos hospitais portugueses, em novembro de 2023, relativo à possibilidade de colheita de órgãos em recém-nascidos anencéfalos para fins de transplantação. A anencefalia é uma ocorrência rara, mas de singular sensibilidade, que o CNECV entendeu tomar como oportunidade para, através de um parecer de iniciativa própria, rever de uma forma mais ampla o tema da transplantação, nas condições para a colheita de órgãos de origem humana, especificamente nos casos de recém-nascidos com prognóstico muito grave e/ou fatal no período neonatal.

Assim, no início deste ano, o Conselho começou a trabalhar esta problemática, terminando a discussão antes do verão. Desde então e até hoje, procurou juntar mais informações às audições efetuadas, em maio de 2024, a diversos peritos nas áreas da pediatria e da transplantação.

No seu parecer, o CNECV afirma que a dignidade de todos os recém-nascidos é independente de quaisquer características físicas, devendo ser respeitados nos seus direitos e decorrendo da sua particular vulnerabilidade um especial dever de cuidado e proteção.

"Nos recém-nascidos com doença grave no período neonatal, submetidos a medidas terapêuticas que passam a afigurar-se desproporcionadas perante a evolução para prognóstico fatal, os profissionais de saúde devem informar os pais sobre a possibilidade de doação, para que possam decidir sobre a manutenção de medidas que, já não sendo terapêuticas, preservam os órgãos para colheita", escreve em comunicado. 

Particularmente quanto aos casos clínicos de anencefalia, afiguram-se três momentos, explica: 

- "no momento de diagnóstico, os profissionais de saúde proporcionem informação clara e adequada acerca do prognóstico fetal e neonatal, cabendo à mulher, no exercício da sua autonomia, decidir sobre a terminação da gravidez ou a sua prossecução, nos termos e prazos legais; nesta fase é prematuro discutir a doação de órgãos que, além de ser uma possibilidade remota, poderia constituir uma forma de influencia indevida sobre a decisão da mulher;

- caso a gravidez prossiga até ao nascimento, a possibilidade de doação e a informação das respetivas condições e procedimentos, incluindo a incerteza do seu sucesso, deve ser formulada pelos profissionais de saúde, permitindo aos progenitores manifestar o seu assentimento ou dissentimento e, neste último caso, preparar a inscrição no registo de não dador;

-  caso haja condições para a colheita e posterior transplantação e não haja dissentimento dos progenitores para a doação, deverá ser prestada a informação necessária à decisão dos progenitores sobre a possibilidade de iniciar, em vida do RN, medidas destinadas a preservar a qualidade dos órgãos, respeitando o princípio da não maleficência e sempre sob analgesia adequada". 

De acordo com o CNECV, qualquer que seja a decisão dos pais, "deve-lhes ser disponibilizado apoio psicológico ao longo de todo o processo, incluindo na vivência do luto".

O CNECV defende ainda uma clara separação e independência entre a equipa médica de verificação de morte e a da transplantação, por forma a evitar quaisquer conflitos de interesse. Enfatiza também a necessidade de formação adequada para os profissionais de saúde na comunicação de más notícias e na gestão do processo de doação com os progenitores. O papel das comissões de ética em ambiente hospitalar é destacado na mediação das decisões difíceis.

Terapia adjuvante e alivio da dor
O ozono é um elemento natural composto por 3 átomos de oxigénio (O₃). A Ozonoterapia é um tratament

Na Ozonoterapia é utilizado um ozono medicinal que é obtido através de uma máquina que produz ozono e o mistura com oxigénio, em dosagens predefinidas, sem atingir níveis tóxicos.

A utilização do ozono de forma terapêutica tem principalmente a ver com as suas principais propriedades.

Este é: antioxidante (ajudando no processo de eliminação de radicais livres que se encontram em excesso), anti-inflamatório, analgésico, germicida (elimina e inativa bactérias, vírus e fungos), imuno-modelador (estimulando o sistema imunitário), oxidante (aumenta o metabolismo, melhorando a capacidade de absorver e transportar o oxigénio) e regenerador (promovendo a regeneração das células e tecidos).

A Ozonoterapia pode ser feita recorrendo a diversas técnicas e vias de administração, sendo estas definidas pelo propósito do tratamento. O ozono pode ser administrado pelas vias: endovenosa, intramuscular, subcutânea, rectal, vaginal, tópica, intra-articular, vertebral e oral.

Os estudos científicos demonstram que a utilização do ozono medicinal espelha inúmeros benefícios e como tal a Ozonoterapia ao longo dos últimos anos tem aumentado e é usada como terapia adjuvante e complementar no tratamento de imensas patologias e no alívio da dor crónica.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
A diabetes é uma condição crónica que afecta milhões de pessoas em todo o mundo.

A Importância da Monitorização Contínua da Glicémia

A monitorização contínua da glicémia (MCG) é um método que permite aos diabéticos medir os seus níveis de glicose no sangue em tempo real, ao longo do dia e da noite. Este método utiliza sensores que são inseridos sob a pele e que medem os níveis de glicose no fluido intersticial. Os dados são então transmitidos para um dispositivo de monitorização, como um smartphone ou um relógio inteligente.

A MCG oferece várias vantagens em relação aos métodos tradicionais de monitorização da glicémia, como os testes de picada no dedo. Em primeiro lugar, a MCG fornece uma imagem mais completa dos níveis de glicose ao longo do tempo, permitindo aos diabéticos identificar padrões e tendências que podem não ser evidentes com medições esporádicas. Em segundo lugar, a MCG pode alertar os utilizadores sobre níveis de glicose perigosamente altos ou baixos, permitindo uma intervenção rápida e evitando complicações graves.

O Papel da Inteligência Artificial na Monitorização da Glicémia

A inteligência artificial tem o potencial de transformar a monitorização contínua da glicémia, tornando-a mais precisa, personalizada e proactiva. Aqui estão algumas maneiras pelas quais a IA está a ser utilizada para melhorar a gestão da diabetes:

1. Previsão de Níveis de Glicose

Os algoritmos de IA podem analisar os dados de glicose em tempo real e prever os níveis futuros de glicose com base em padrões históricos. Isto permite aos diabéticos antecipar e prevenir episódios de hipoglicemia (níveis baixos de glicose) ou hiperglicemia (níveis altos de glicose) antes que ocorram. Por exemplo, se o algoritmo prever que os níveis de glicose vão cair durante a noite, o utilizador pode ajustar a sua dose de insulina ou consumir uma ceia antes de dormir.

2. Personalização do Tratamento

Cada diabético é único, e os seus níveis de glicose podem ser influenciados por uma variedade de fatores, como dieta, exercício, stress e medicação. A IA pode analisar estes factores e fornecer recomendações personalizadas para a gestão da glicémia. Por exemplo, um algoritmo de IA pode sugerir ajustes na dieta ou no regime de exercício com base nos padrões de glicose do utilizador.

3. Integração com Dispositivos de Insulina

Os sistemas de MCG podem ser integrados com bombas de insulina e outros dispositivos de administração de insulina para criar sistemas de "pâncreas artificial". Estes sistemas utilizam algoritmos de IA para ajustar automaticamente a administração de insulina com base nos níveis de glicose em tempo real. Isto pode reduzir a carga de gestão da diabetes e melhorar o controlo glicémico.

Possibilidades Futuristas

Embora muitas das aplicações da IA na monitorização da glicémia já estejam em uso, há várias possibilidades futuristas que podem revolucionar ainda mais a gestão da diabetes:

1. Sensores Não Invasivos

Atualmente, a maioria dos sistemas de MCG requer a inserção de um sensor sob a pele, o que pode ser desconfortável para alguns utilizadores. No futuro, poderemos ver o desenvolvimento de sensores não invasivos que podem medir os níveis de glicose através da pele ou do suor. Estes sensores poderiam ser integrados em dispositivos de uso diário, como relógios inteligentes ou pulseiras.

2. Monitorização Contínua de Outros Biomarcadores

Além da glicose, a IA pode ser utilizada para monitorizar outros biomarcadores que são importantes para a gestão da diabetes, como os níveis de insulina, cetonas e hormonas do stress. Isto poderia fornecer uma imagem mais completa da saúde do diabético e permitir uma gestão mais holística da condição.

3. Assistentes Virtuais de Saúde

Os assistentes virtuais de saúde, alimentados por IA, poderiam fornecer suporte contínuo aos diabéticos, respondendo a perguntas, fornecendo lembretes de medicação e oferecendo conselhos personalizados. Estes assistentes poderiam ser integrados em dispositivos de uso diário e estariam disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana.

4. Análise de Dados em Larga Escala

Com a crescente quantidade de dados de saúde disponíveis, a IA pode ser utilizada para analisar dados em larga escala e identificar novas tendências e padrões na gestão da diabetes. Isto poderia levar ao desenvolvimento de novas terapias e intervenções que são mais eficazes e personalizadas.

Vantagens dos Sistemas de MCG e Inteligência Artificial para os Povos Mais Pobres

A diabetes é uma condição que não discrimina, afetando pessoas de todas as idades, géneros e classes sociais. No entanto, as populações mais pobres enfrentam desafios únicos na gestão da diabetes, devido ao acesso limitado a cuidados de saúde, recursos financeiros restritos e falta de educação sobre a condição. A implementação de sistemas de monitorização contínua da glicémia (MCG) e a utilização da inteligência artificial (IA) podem trazer benefícios significativos para estas populações, ajudando a reduzir as disparidades na saúde e a garantir que todos, ricos e pobres, tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade.

1. Acessibilidade e Custo-efetividade

Uma das principais barreiras para os povos mais pobres no acesso a cuidados de saúde é o custo. Os sistemas tradicionais de monitorização da glicémia, como os testes de picada no dedo, podem ser caros e requerem a compra contínua de tiras de teste e lancetas. Em contraste, os sistemas de MCG, embora inicialmente mais caros, podem ser mais custo-efetivos a longo prazo, pois reduzem a necessidade de compras frequentes de consumíveis. Além disso, à medida que a tecnologia avança e a produção em massa se torna mais comum, espera-se que os custos dos sistemas de MCG diminuam, tornando-os mais acessíveis para as populações de baixa renda.

2. Educação e Conscientização

A falta de educação sobre a diabetes e a gestão da glicémia é um problema significativo nas comunidades mais pobres. A IA pode desempenhar um papel crucial na educação e conscientização, fornecendo informações personalizadas e acessíveis sobre a condição. Aplicações móveis e assistentes virtuais de saúde, alimentados por IA, podem fornecer recursos educativos, responder a perguntas e oferecer conselhos sobre a gestão da diabetes. Estes recursos podem ser disponibilizados em várias línguas e adaptados às necessidades culturais das diferentes comunidades, garantindo que a informação seja compreensível e relevante.

3. Monitorização Remota e Telemedicina

Nas áreas rurais e nas comunidades mais pobres, o acesso a cuidados de saúde pode ser limitado devido à falta de infraestruturas e profissionais de saúde. Os sistemas de MCG, combinados com a IA, podem facilitar a monitorização remota dos níveis de glicose, permitindo que os profissionais de saúde acompanhem os pacientes à distância. A telemedicina pode ser utilizada para consultas virtuais, onde os médicos podem analisar os dados de glicose em tempo real e fornecer recomendações de tratamento sem que os pacientes precisem de se deslocar. Isto é particularmente benéfico para os pacientes que vivem em áreas remotas ou que têm dificuldades de mobilidade.

4. Prevenção de Complicações

A gestão inadequada da diabetes pode levar a complicações graves, como doenças cardíacas, problemas renais, neuropatia e retinopatia. Estas complicações são frequentemente mais prevalentes nas populações mais pobres, devido ao acesso limitado a cuidados de saúde e à falta de monitorização contínua. Os sistemas de MCG, com o apoio da IA, podem ajudar a prevenir estas complicações, fornecendo alertas em tempo real sobre níveis de glicose perigosamente altos ou baixos e permitindo intervenções rápidas. A IA pode também analisar os dados de glicose ao longo do tempo e identificar padrões que podem indicar um risco aumentado de complicações, permitindo que os pacientes e os profissionais de saúde tomem medidas preventivas.

5. Personalização do Tratamento

Cada paciente com diabetes é único, e os seus níveis de glicose podem ser influenciados por uma variedade de fatores, como dieta, exercício, stress e medicação. A IA pode analisar estes fatores e fornecer recomendações personalizadas para a gestão da glicémia, adaptadas às necessidades individuais de cada paciente. Isto é particularmente importante para as populações mais pobres, que podem não ter acesso a cuidados de saúde personalizados. A personalização do tratamento pode melhorar significativamente o controlo glicémico e a qualidade de vida dos pacientes.

6. Redução da Carga dos Sistemas de Saúde

Os sistemas de saúde nas comunidades mais pobres estão frequentemente sobrecarregados e com recursos limitados. A implementação de sistemas de MCG e a utilização da IA podem ajudar a reduzir a carga sobre estes sistemas, permitindo uma gestão mais eficiente da diabetes. A monitorização remota e a telemedicina podem reduzir a necessidade de visitas frequentes ao hospital, enquanto a prevenção de complicações pode diminuir a necessidade de tratamentos caros e prolongados. Isto pode liberar recursos para serem utilizados em outras áreas críticas da saúde.

7. Empoderamento dos Pacientes

A gestão da diabetes pode ser uma tarefa desafiadora e, por vezes, esmagadora, especialmente para os pacientes que vivem em condições socioeconómicas desfavoráveis. Os sistemas de MCG e a IA podem empoderar os pacientes, fornecendo-lhes as ferramentas e informações necessárias para gerir a sua condição de forma eficaz. A capacidade de monitorizar os níveis de glicose em tempo real, receber alertas e recomendações personalizadas, e aceder a recursos educativos pode aumentar a confiança dos pacientes na gestão da sua diabetes e melhorar a sua adesão ao tratamento.

CONCLUSÃO

A monitorização contínua da glicémia e a inteligência artificial têm o potencial de transformar a gestão da diabetes, tornando-a mais precisa, personalizada e proativa. Com os avanços contínuos na tecnologia, podemos esperar ver ainda mais inovações que irão melhorar a qualidade de vida dos diabéticos e reduzir a carga de gestão da condição. A combinação de MCG e IA oferece uma visão promissora para o futuro da gestão da diabetes, proporcionando esperança e novas possibilidades para milhões de pessoas em todo o mundo.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Avaliação de impacto do Programa abem: apresentada na Conferência abem: Saúde & Sustentabilidade
Entre maio de 2016 e dezembro de 2023, o Programa abem:, que apoia famílias em situação de carência económica a comprar os seus...

“Segundo o Índice de Saúde Sustentável, uma em cada dez pessoas não comprou os medicamentos prescritos porque não tem dinheiro para os pagar, o que significa que se o Programa abem: tivesse chegado em 2023 às cerca de 920 mil pessoas que todos os anos em Portugal deixam de comprar os medicamentos de que precisam por não os conseguirem pagar, com um investimento de 142 milhões de euros teria sido possível uma poupança superior a 772 milhões de euros em internamentos e episódios de urgência evitados”, sublinha Maria João Toscano, Diretora Executiva da Associação Dignitude.

Segundo a Avaliação de Impacto, o Programa abem: está presente em todos os distritos, e Regiões Autónomas dos Açores e Madeira, cobrindo uma área geográfica onde reside 65% da população portuguesa.

O Programa abem: Rede Solidária do Medicamento é um projeto desenvolvido pela Associação Dignitude, que tem como objetivo permitir o acesso, de forma digna, aos medicamentos prescritos, a quem não tem capacidade financeira para os adquirir. Até outubro deste ano, o Programa abem: já apoiou mais de 38 000 beneficiários, tendo já contribuído para a dispensa de quase três milhões de embalagens de medicamentos.

Menos 62 toneladas de emissões para a atmosfera

O estudo avaliou o impacto ambiental do Programa abem:. O Programa abem: reduz o número de deslocações dos beneficiários aos hospitais associados a episódios de urgência e internamentos. Anualmente, por cada beneficiário abem: evita-se a emissão de cerca de 4,14 kg CO2e. Num total anual, extrapolando para todo o universo de beneficiários abem: teríamos 62,39t CO2e de emissões evitadas em 2023 (1.188 viagens Lisboa – Porto de carro).

Estas e outras conclusões foram apresentadas na Conferência abem:, este ano dedicada ao tema “Saúde & Sustentabilidade”, que contou com o Alto Patrocínio do Senhor Presidente da República.

A Conferência teve como orador principal Luís Campos, Presidente do Conselho Português para a Saúde e Ambiente. Na sessão de abertura esteve um representante do Ministério do ambiente e com Paula Dinis, Presidente da Associação Dignitude. No comentário final esteve Maria de Belém Roseira, ex-ministra da Saúde, sendo a sessão de encerramento presidida por sua Excelência a Secretária de Estado da Saúde, Professora Ana Povo, em representação da senhora Ministra da Saúde, assim como Ema Paulino, Presidente da Direção da Associação Nacional das Farmácias (ANF), e  João Almeida Lopes, Presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA).

O evento contou, ainda, com uma Mesa Redonda com a participação de Diana Amaral, Diretora da ANF; Maria Manuel Silva, Vice-presidente da Câmara Municipal de Alfândega da Fé; Mariana Ribeiro Ferreira, Diretora de Sustentabilidade da CUF; Luís Figueiredo, Diretor Geral da VALORMED; Nuno Flora, Presidente Executivo da Associação de Distribuidores Farmacêuticos (ADIFA), Miguel Rovisco de Andrade, Diretor da APIFARMA, e com a moderação de Fernanda Freitas.

MEDgical foi um dos projetos vencedores do BI Award for Innovation in Healthcare
Quando vamos a uma consulta, é ao computador que, na maior parte das vezes, encontramos o médico, que ali se mantém, a digitar...

“Apesar de a tecnologia ter trazido muita coisa boa, foi completamente demolidora para aquilo que é a relação médico-doente”, refere Bruno Castilho, co-fundador e CEO da MEDGICAL e cardiologista. “Com a MEDGICAL, o médico pode sair detrás do computador e sentar-se à frente do doente, falar livremente com ele, sem se preocupar com as notas que tem de tirar.” Isto porque esta ferramenta faz os registos de forma completamente automática, em modelos adaptados a cada especialidade. “E, no final, o médico tem todos os registos clínicos, à distância de um clique. Permite aos médicos focarem-se naquilo que realmente importa, que é o cuidado ao doente.”

A questão da humanização é então uma das grandes vantagens desta aplicação. Mas há outras a destacar, como a otimização dos recursos. “Se tivéssemos 20% dos médicos no País a usar a aplicação, seria possível fazer mais 2,5 milhões de consultas. Isto é, de facto, algo que pode beneficiar muito não só o sistema de saúde, como o doente em si”, afirma Bruno Castilho. 

Depois, há ainda a questão da saúde mental dos profissionais de saúde. “Sabemos que mais burocracia aumenta o risco de burnout e de erro médico. E o que é que acontece com esta tecnologia? Os médicos, ao libertarem-se do trabalho burocrático, sentem-se muito melhor. Porque aquilo que querem é tratar doentes, não é lidar com papéis”, acrescenta.  

Finalmente, resolve “um problema muito importante, que tem a ver com a transmissão de informação entre médicos, sobretudo de diferentes especialidades. Eu sou cardiologista e escrevo com muitas abreviaturas aquilo que são informações da cardiologia, que eu entendo, mas que os meus colegas de outras especialidades podem não entender. Se um dos meus doentes for a uma urgência ou a outro clínico, é importante que este saiba exatamente o que é que ele tem. O facto de a MEDGICAL fazer notas clínicas faz com que a informação seja transmitida com qualidade e se diminua bastante o risco de erro clínico, porque não há interpretações deficientes da informação que está escrita.” 

Da parte dos médicos que já usam a aplicação, a reação não podia ser melhor. “A partir do momento que os médicos experimentam já não querem voltar atrás.” 

Daniel Ferreira, coordenador do Serviço de Cardiologia e coordenador médico do Serviço de Informação Clínica da JCS, concorda. "O que a MEDgical traz é o melhor dos dois mundos: podermos continuar a olhar nos olhos do doente, a consulta toda, sem mexer no teclado. Conversamos, fazemos o exame objetivo, escutamos, traçamos o plano e, no final, em menos de meio minuto, a plataforma faz a anotação de toda a consulta.”

De acordo com o especialista, o reforço da relação médico-doente é o principal ganho. “O segundo é ter registos de boa qualidade e, depois, ainda há a economia de tempo.”

Projeto-piloto confirma história de sucesso

Na Joaquim Chaves Saúde, a MEDGICAL AI está em fase de teste. Daniel Ferreira foi o pioneiro, não sem antes ter assegurado a inexistência de constrangimentos legais e sabendo ainda que não há qualquer necessidade de instalação de software. “Desde então, utilizei a plataforma com todos os meus doentes, em mais de uma centena de consultas, com um grau de satisfação meu e dos doentes muito elevado.”

Hoje, são já cinco os médicos de cardiologia a usar a MEDGICAL, aos quais se juntou a especialidade de Medicina Geral e Familiar. “A nossa ideia é alargar ao máximo de especialidades e ao máximo de médicos possível.”

Para a MEDGICAL entrar em ação, basta apenas “um microfone de mesa, embora se possam utilizar outras soluções, ligado ao computador e uma página de internet, onde se faz um login. A partir daí, a ferramenta começa a ouvir e, no final, pedimos para gerar as notas, o que acontece em 20 segundos. Depois, é apenas preciso copiar a informação para o processo clínico e apagar toda aquela informação da plataforma, que não fica com nada gravado. Não há softwares, não há hardware, a não ser o microfone e não há necessidade de integração com nada que já exista”.

A MEDGICAL conquistou o 3.º lugar na edição de 2023 do BI Award for Innovation in Healthcare, uma iniciativa da Boehringer Ingelheim, com o apoio institucional da Ordem dos Médicos, subordinado ao tema “Sustentabilidade para um futuro comum”. A Boehringer é um mero promotor da MEDGICAL AI, que é operada exclusivamente pela MEDGICAL, Lda.

1ª edição da iniciativa promove a prevenção e a sensibilização para o AVC
No próximo dia 27 de outubro, a Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC) organiza a primeira edição da...

Pela primeira vez na sua história, a SPAVC organiza uma caminhada síncrona à escala nacional, envolvendo Câmaras Municipais e Unidades Locais de Saúde de várias regiões de Portugal Continental e Ilhas, com o objetivo de alertar para a importância da adoção de medidas preventivas contra o AVC. A Dr.ª Cristina Duque, Embaixadora Nacional da SPAVC para o Dia Mundial do AVC, apela à participação massiva nesta ação, reforçando a importância de uma adesão ativa. “Convidamos todos a vestir a cor vermelha ou branca, simbolizando a nossa luta comum contra o AVC. Esta caminhada é uma oportunidade para todos, independentemente da idade ou condição física, se unirem a esta causa”, sublinha a neurologista.

Esta ação simultânea em várias regiões do país irá envolver profissionais de saúde e a população em geral, com o objetivo de sensibilizar para o combate ao AVC.

A caminhada tem como foco principal a sensibilização para os fatores de risco modificáveis, destacando a importância da atividade física como uma das estratégias mais eficazes na prevenção do AVC. A atividade física regular de intensidade moderada-intensa, com uma média de 25 minutos por dia ou 3 horas por semana, reduz o risco de AVC em cerca de 40%. Por outro lado, o sedentarismo, definido como passar mais de 13 horas por dia sentado e sem atividade física, aumenta o risco de AVC em aproximadamente 44%.

De acordo com o Prof. Vítor Tedim Cruz, Presidente da Direção da SPAVC, “cerca de 90% do impacto provocado pelo AVC depende de fatores de risco modificáveis, para os quais já foram desenvolvidos estudos, tecnologia e fármacos que permitem o seu controlo. São disso exemplo, a hipertensão arterial, a obesidade, a dislipidemia, a diabetes, a fibrilhação auricular, a doença renal crónica, o tabagismo, o sedentarismo e até a poluição”. 

O especialista em Neurologia destaca a abrangência da ação, salientando que “são cerca de 30 localidades envolvidas nesta iniciativa inédita de promoção do exercício físico como meio de prevenção do AVC, demonstrando a crescente preocupação da população com este problema de saúde pública”.

A Caminhada Nacional "Pare o AVC, Junte-se a Nós" coloca Portugal na vanguarda das campanhas de prevenção, demonstrando que é possível unir esforços à escala nacional e lembrar que uma parte substancial do combate ao AVC depende de cada um de nós. A caminhada conta ainda com o Alto Patrocínio do Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, reforçando o compromisso do País com a promoção da saúde e o bem-estar da população.

Todas as informações sobre a caminhada, bem como o formulário de inscrições online encontram-se disponíveis em:https://spavc.org/dia-mundial-do-avc-2024/

Estudo
Cientistas identificaram compostos ativos eficazes contra parasitas que causam aquelas doenças infeciosas e vão começar estudos...

Descobrir um medicamento eficaz para a malária e a leishmaniose, que são das principais doenças infeciosas transmitidas por insetos. É este o objetivo de uma equipa liderada pelo Centro de Química (CQ) da Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM), num projeto iniciado há três anos e que pode demorar pelo menos dez anos.

Os cientistas encontraram já em laboratório 28 compostos ativos eficazes contra a malária e 15 contra a leishmaniose e depois otimizaram-nos. Em breve vão começar os estudos in vivo em animais, imprescindíveis para provas de eficácia e avaliação da segurança em humanos. O projeto chama-se PuryMal e é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

“Encontramos compostos muito ativos no microrganismo e que não são tóxicos para as células do hospedeiro, ou seja, o ser humano”, explica a investigadora Maria Alice Carvalho. No caso da malária, esses compostos foram identificados em estirpes resistentes e não resistentes e com baixa toxicidade para serem testados em animais. “Ficamos surpreendidos com os compostos ativos que encontramos em 90 compostos analisados, pois em projetos deste tipo a probabilidade é de um em dez mil”, acrescenta a docente.

Estes avanços “são importantíssimos, pois uma das maiores ameaças de saúde pública é o desenvolvimento de resistência dos parasitas aos fármacos”, adianta Maria Alice Carvalho. O trabalho está a ser desenvolvido em parceria com o Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da UMinho e o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto.

Há vários fármacos no mercado neste âmbito, mas têm baixa eficácia, sendo fundamental obter novos medicamentos. A leishmaniose e a malária colocam em risco cerca de 250 milhões de pessoas no mundo, sobretudo nas zonas tropicais, e provocam milhares de mortes por ano. Crianças com menos de 5 anos são o grupo mais vulnerável, representando cerca de 80% das vítimas por malária.

Os parasitas destas doenças são resistentes e estão em desenvolvimento, tornando os medicamentos existentes menos eficazes. “A zona de África é problemática, devido ao acesso limitado a cuidados de saúde, aos cenários de guerra e às populações a moverem-se, levando a que as doenças se espalhem de forma incontrolável”, salienta Maria Alice Carvalho.

O processo de certificação iniciou-se em 2022
Iniciativa prevê a formação de profissionais competentes, mais conscientes e empáticos, promovendo uma cultura de compaixão.

A Atlântica – Instituto Universitário e a ESSATLA – Escola Superior de Saúde Atlântica estão no caminho de se tornarem as primeiras instituições de ensino superior compassivas do país. A distinção “Atlântica Compassiva” resulta de um compromisso contínuo com a educação humanizada e a promoção do bem-estar no ensino superior, tendo o processo de certificação sido formalmente iniciado em 2022. Como resultado deste percurso, e até à obtenção da certificação internacional – atribuída pela Fundação New Health – as duas instituições vão receber a visita de uma especialista internacional em “compaixão”, Begoña Garcia Navarro, da Universidade de Huelva.

“A Atlântica e a ESSATLA embarcaram na missão de se tornarem instituições de ensino superior compassivas há dois anos, no seguimento de um paradigma recente que pretende promover um ambiente de maior compaixão junto das mais variadas entidades e instituições, através da formação de profissionais mais competentes, conscientes e empáticos, preparando-os para enfrentar os desafios da sociedade contemporânea”, explica Helena José, presidente da ESSATLA. A também docente da instituição sublinha ainda que “esta certificação para a qual temos estado a trabalhar é o resultado de um esforço coletivo e sublinha o compromisso da Atlântica em priorizar o desenvolvimento de competências emocionais e sociais que são essenciais no contexto do mundo atual”.

Mais compaixão como resposta aos desafios atuais

Dados das Nações Unidas demonstram que o número de idosos com 60 anos ou mais vai duplicar até 2050, sendo que os números devem triplicar até esta data nas pessoas com mais de 80 anos. Com o envelhecimento da população a aumentar, surgem novos desafios – como é o caso da prevalência das doenças crónicas, graves ou incapacitantes –, que exigem novas respostas e abordagens, assim como cuidados que garantam o bem-estar dos indivíduos em fim de vida.

A sensibilização junto da comunidade para estas questões é cada vez mais premente, bem como a promoção de uma cultura baseada na compaixão. É precisamente essa a aposta atual da Atlântica e da ESSATLA – em particular, tendo em conta as formações na área de enfermagem – ao embarcarem nesta jornada para se tornarem uma “Universidade Compassiva”: dotar a sociedade de profissionais capacitados na prestação dos mais diferentes serviços, alinhando-se a esta cultura da compaixão.

Ainda de acordo com Helena José, “a compaixão envolve uma consciência do sofrimento (componente cognitiva), uma preocupação simpática relacionada com o facto de se sentir emocionalmente tocado pelo sofrimento (componente afetiva), inclui o desejo de ver o alívio desse sofrimento (componente intencional) e inclui uma reatividade ou prontidão para ajudar a aliviar esse sofrimento (componente motivacional)”. Por isso mesmo, “numa Instituição de Ensino Superior Compassiva, o estudante aprende a ter consciência do seu sofrimento e do sofrimento do outro, tornando-se, desta forma, numa pessoa empática e solidária. Uma experiência universitária baseada na compaixão e na colaboração dará aos estudantes de hoje a possibilidade de resolverem os desafios de amanhã, e ajudar-nos-á a todos a avançar para um futuro mais inclusivo, diversificado e equitativo”, conclui a docente. 

Na rota da nomeação “Atlântica Compassiva”

No âmbito deste percurso que a Atlântica e a ESSATLA têm traçado e que se aproxima da certificação final, as instituições recebem, esta semana, a presença da especialista em “compaixão” Begoña Garcia Navarro, da Universidade de Huelva – a primeira universidade em Espanha a ter recebido o título de “Universidade Compassiva”. A docente da instituição de ensino espanhola estará presente com o intuito de discutir diretrizes e práticas necessárias para a implementação deste novo paradigma no ensino superior.

Até este momento, e tendo em conta o trabalho que tem sido desenvolvido para a obtenção da certificação, a Atlântica e ESSATLA já participaram na publicação conjunta – com a Universidade de Huelva – de artigos científicos que refletem os valores e práticas compassivas, assim como na organização de diferentes eventos científicos internacionais. As duas instituições de ensino contam ainda com um grupo de alunos e professores que, em mobilidade Erasmus, tiveram a oportunidade de participar numa formação internacional em cuidados compassivos, que se realizou, primeiro, em setembro de 2023, em Huelva, e no mês passado, em Florença. 

Congresso APIFARMA 2024
Destacadas personalidades como Luís Marques Mendes, conselheiro de Estado, Ana Povo, secretária de Estado da Saúde, Ana...

O Congresso, que marca os 85 anos da APIFARMA – Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, destaca quatro temas cruciais: o impacto das mudanças demográficas, o acesso à inovação, a sustentabilidade e o financiamento do sistema de saúde, bem como o reforço da produção farmacêutica em Portugal e na Europa.

Entre os participantes destacam-se dirigentes de instituições públicas e do sector da saúde, líderes de empresas da Indústria Farmacêutica, médicos, académicos e representantes de associações de doentes, num total de mais de duas dezenas de especialistas de renome.

As discussões visam delinear estratégias para enfrentar o envelhecimento demográfico, que afecta não só a prestação de cuidados de saúde, mas também a sociedade e a economia, e para superar os obstáculos que colocam Portugal entre os últimos países europeus no tempo de acesso a terapias inovadoras.

Com um Serviço Nacional de Saúde cronicamente subfinanciado e que se debate para dar resposta à procura e ao acesso atempado a medicamentos inovadores, como preparar o sistema de saúde para os desafios iminentes?  O Congresso discutirá ainda as oportunidades e os desafios da indústria farmacêutica de base produtiva nacional, que tem batido recordes de produtividade e exportações, enquanto sector de importância estratégica para a economia do país.

O Congresso APIFARMA 2024 decorre amanhã, 23 de Outubro, com início às 9h00, no Capitólio – Parque Mayer, em Lisboa.

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