Dia 12 de novembro
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) realiza, amanhã, nas instalações do Polo B (São Martinho do Bispo), um...

O evento, a decorrer ao longo do dia, tem por objetivo divulgar e debater temáticas  relacionadas com "intervenções especializadas em contextos clínicos desafiadores", que vão desde a  reabilitação em cuidados intensivos com o uso do equipamento Cough Assist (para limpeza das vias aéreas nos  doentes que não conseguem tossir e eliminar secreções de forma eficaz), até à Enfermagem de Reabilitação  em contexto pediátrico.

Dirigido à comunidade académica e profissional, o seminário, em jeito de aula aberta, vai tratar também dos  temas da tomada de decisão e da intervenção do enfermeiro especialista em Enfermagem de Reabilitação ao  nível da prevenção e do tratamento de feridas.

Este evento vai contar com a intervenção dos enfermeiros Fátima Ferreira (Serviço de Medicina Intensiva da Unidade Local  de Saúde de Coimbra) Fábio Jesus (Unidade de Cuidados na Comunidade de Cantanhede - ULS de Coimbra) e Paulo Castelhano (Hospital Pediátrico - ULS de Coimbra), bem como o professor da ESEnfC, Hugo Leiria Neves.

21 de novembro de 2024
“Descomplicar a PHDA: da criança ao adulto” é o tema do encontro que se realizará no dia 21 de novembro, a partir das 18h,...

Num formato de conversa informal, este encontro visa desmistificar a PHDA em todas as faixas etárias e contará com a presença dos médicos Dr. José Boavida, Pediatra do Neurodesenvolvimento e Vice-Presidente da SPDA, e do Dr. Gustavo Jesus, Psiquiatra e Presidente da Secção de Neurodesenvolvimento da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM). Fernando Alvim, locutor de Rádio, apresentador de TV e autor de diversas obras, será o moderador da conversa, e abordará também a sua experiência pessoal enquanto adulto com PHDA.

Promovido pela Autarquia de Matosinhos desde 2022, o Programa Ativa’mente, visa promover a saúde mental e no mês de novembro é dedicado à Parentalidade. O evento “Descomplicar a PHDA: da criança ao adulto” é realizado em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Défice de Atenção (SPDA), com o apoio da farmacêutica BIAL.

O evento será gratuito, mas tem inscrição obrigatória aqui.

Para estar a par de todos os eventos e iniciativas realizados, no âmbito desta edição do Programa Ativa’mente, acompanhe-nos através das redes sociais Facebook e Instagram.

O Programa Ativa’mente é cofinanciado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no âmbito do Plano das Operações Integradas dos Territórios de Intervenção (PAOITI).

 

Opinião
A 14 de Novembro assinala-se o Dia Mundial da Diabetes sendo o lema deste ano, lançado pela Federaçã

Considerar uma doença crónica como a diabetes e bem-estar, em conjunto, pode parecer algo contraditório, mas na realidade o que se pretende na gestão da doença é alcançar o equilíbrio e controle necessário da mesma por forma a permitir o bem-estar ou qualidade de vida da pessoa com diabetes.

Quando abordamos a Diabetes enquanto doença o objetivo principal é tratá-la.  Alcançar um bom controle metabólico por forma a melhorar o estado de saúde da pessoa.  Reduzindo todas as implicações nefastas que a diabetes possa incutir no estado de saúde da mesma. Permitir que tenham um dia a dia semelhante a qualquer outra pessoa que não padeça de doença é a meta final desta abordagem.

Quando falamos em bem-estar o que queremos expressar? O bem-estar tratar-se de uma sensação de tranquilidade, de felicidade, de algo de bom para a pessoa, algo que a beneficie.

O bem-estar engloba várias vertentes do que define a pessoa enquanto individuo e no equilíbrio pleno entre essas várias vertentes.

Ao falarmos de doença, neste caso de Diabetes e bem-estar o que se pretende é encontrar um equilíbrio entre a vertente física, mental e social da pessoa com diabetes por forma a melhorar a sua qualidade de vida.

Os cuidados prestados atualmente à pessoa com Diabetes, evoluiu de forma exponencial nas últimas duas décadas. O surgir de novas classes farmacológicas, bem como a inovação no fabrico de insulinas mais estáveis e eficazes permite um melhor controle metabólico com um reduzido risco de efeito secundários negativos.

O desenvolvimento tecnológico de várias ferramentas e dispositivos para o controle da doença, nomeadamente o controle da glicemia, sendo exemplo disso os sistemas de monotorização contínua de glicemia, vieram proporcionar uma melhoria da qualidade de vida destas pessoas absolutamente extraordinária.

Com estas inovações e a sua divulgação, nomeadamente na comunicação social, veio também o desmistificar da doença e do peso que a mesma representa para a pessoa, para o seu agregado familiar, e toda envolvente laboral e social da mesma.

Nos dias de hoje poucos de nós questionam a possibilidade de alguém fazer a sua insulina em público, algo impensável há alguns anos com conotações totalmente erradas.  Quem já não viu alguns dispositivos aplicados na pele e reconheceu imediatamente que se trata de uma pessoa com Diabetes sem qualquer pudor de ambas as partes no reconhecimento da existência de uma patologia e no mostrar que se padece da mesma. O reconhecimento público da doença pelo público em geral e pelas pessoas com diabetes veio de certo modo libertar a doença e torná-la mais próxima e portanto melhor entendida e compreendida dando uma sensação de bem estar, nomeadamente social para pessoa com diabetes. 

Alcançar o bem-estar social e o equilíbrio e controle da doença do ponto de vista metabólico, alcançando assim o bem-estar físico, permite alcançar outra vertente extremamente importante para a pessoa que é o bem-estar mental.

Atualmente muito de fala de saúde mental e da sua importância para o equilíbrio global da pessoa, tomando particular relevância nas pessoas que padeçam de uma doença crónica como a Diabetes.

Assim para que se obtenha o bem-estar da pessoa com diabetes é necessário encontrar e manter o equilíbrio entre o ser físico, social e mental em todas as suas vertentes individuais e coletivas sendo que cada um de nós pode e deve contribuir para tal.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
RESPIRA alerta para custos associados a mortes evitáveis
A pneumonia continua a ser uma das doenças respiratórias que mais matam em Portugal, tendo causado a morte de mais de 4488...

“A Doença Pneumocócica é uma sentença para quem vive com doenças crónicas, como é o caso da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), afetando gravemente a qualidade de vida destas, devido ao agravamento das exacerbações, ou levando até à morte. É, por isso, crucial adotar comportamentos preventivos para garantir mais anos de vida com mais qualidade”, defende José Albino, presidente da RESPIRA.

A doença pneumocócica, causada pela bactéria “Streptococcus pneumoniae” (mais conhecida por pneumococo), é uma das principais causas de pneumonia. Em cerca de 63.4% dos casos são doença não invasiva, mas, em Portugal, os casos de doença pneumocócica invasiva (DIP), onde se inclui a Pneumonia Bacteriémica, a Meningite e a Sepsis, têm aumentado ao longo dos anos.

A DIP é particularmente penalizadora para os cuidados de saúde, uma vez que mais de 24% dos doentes hospitalizados são internados em cuidados intensivos, com uma demora média de internamento de 17 dias. Segundo dados mais recentes, estes valores representam um custo total médio por adulto internado por DIP de mais de seis mil euros. A taxa de mortalidade intra-hospitalar por DIP é elevada – cerca de 16,5%.

“Falamos de uma taxa de morbimortalidade e de custos de saúde extremamente elevados, principalmente quando nos focamos na população de risco, que vai muito além dos doentes respiratórios. Há uma associação documentada entre PAC e aumento de risco de doença cardiovascular. É crucial apostar na prevenção desta doença, principalmente no que diz respeito à vacinação generalizada dos grupos de risco”, frisa Paula Duarte, pneumologista e vice-presidente da RESPIRA.

A RESPIRA relembra assim que a vacinação contra o pneumococo é a forma mais eficaz de prevenir infeções graves e reduzir a mortalidade e morbilidade associadas à doença pneumocócica, principalmente em pessoas com mais de 65 anos, imunocomprometidas ou com determinadas doenças crónicas. Nestes casos, o sistema imunitário está já mais enfraquecido, o que aumenta o risco de infeções pneumocócicas, que por sua vez podem agravar as doenças crónicas de base.

Segundo dados recentes, a imunização generalizada de adultos pode levar a uma diminuição das infeções registadas, diminuindo, consequentemente, os internamentos, a mortalidade e os custos associados à doença pneumocócica.

Dia 18 de novembro
A Universidade Portucalense (UPT) vai ser palco de uma reflexão inédita sobre os avanços da neurociência e as complexidades da...

O evento integra o ciclo de palestras UPT Talk, promovido pelo Departamento de Psicologia e Educação da UPT, e contará com a participação de Óscar Gonçalves, professor catedrático e especialista internacional em neurociência e psicologia clínica.

Nesta palestra, serão analisadas questões fundamentais da neurociência e da psicologia, numa análise aos avanços de cientistas e clínicos na compreensão dos processos neurais ligados à consciência. 

No cerne desta análise está uma das questões centrais da ciência psicológica: "O que é, para qualquer ser, ter uma experiência específica?". Para encontrar resposta a esta interrogação é necessário entender os mecanismos que permitem a um sistema tornar-se "globalmente consciente" — ou seja, como se passa de um estado de inconsciência, como no caso do coma, do sono profundo ou da anestesia geral, para um estado de plena consciência.

Professor Catedrático na UPT e Diretor do CINTESIS.UPT, Óscar Gonçalves é uma referência na área de Psicologia Clínica e Neurociências. Com um vasto percurso académico e profissional, já lecionou na Universidade do Porto, na University of California Santa Barbara, na Northeastern University e na Universidade de Coimbra. É também autor de mais de 200 artigos científicos e 11 livros, além de editor da International Journal of Clinical and Health Psychology, uma das principais publicações na área da psicologia clínica. 

 
Conheça os principais sinais de alerta
O cancro oral, o sexto mais comum em todo mundo, engloba um vasto conjunto de cancros comumente desi

Anualmente, 350.000 pessoas são diagnosticadas com cancro da cabeça e pescoço na  Europa, sendo que mais de metade não sobreviverá após 5 anos. A incidência global desta patologia é de aproximadamente 3 % no sexo masculino e 2 % no sexo feminino, na totalidade dos tumores malignos, apesar de existirem variações consoante a área geográfica. Relativamente à idade, afeta maioritariamente indivíduos a partir dos 45 anos.

É uma preocupação crescente para a saúde pública, principalmente pelo aumento da incidência associada à exposição aos fatores de risco, tais como:

  • Tabaco;
  • Álcool;
  • Infeção por HPV;
  • Má Alimentação;
  • Má Higiene Oral.

Quais são os principais sinais de alerta?

As lesões provocadas por este tipo de cancro podem aparecer em qualquer zona da cavidade oral: lábios, céu da boca, língua e o seu pavimento, gengiva, bochechas, garganta. Em estádios iniciais podem não provocar qualquer tipo de dor, por isso, é importante realizar um autoexame e estar atento, a pequenos sinais de alerta, tais como:

  • Aftas ou úlceras (pequenas feridas) que duram mais que 2-3 semanas;
  • Lesões brancas e/ou vermelhas sob a forma de manchas nas mucosas;
  • Nódulos (caroços) com ou sem dor associada;
  • Dificuldade para engolir;
  • Rouquidão persistente;
  • Limitação dos movimentos da língua;
  • Perda de sensibilidade;
  • Aumento dos gânglios linfáticos.

Se existir um destes sinais deve procurar um profissional de saúde, pois a deteção precoce é essencial para melhorar as possibilidades de tratamento e cura da doença.

Nesse sentido, em Portugal, foi desenvolvido um Projeto de Intervenção Precoce do Cancro Oral (PIPCO) que visa melhorar a eficácia na prevenção primária e secundária desta patologia. Esse projeto foca-se em identificar precocemente lesões orais potencialmente malignas e orientar os pacientes para os cuidados necessários, aumentando assim as hipóteses de um diagnóstico precoce e de um tratamento eficaz.

A população-alvo deste projeto são:

  • Homens fumadores;
  • Pessoas com idade igual ou superior a 40 anos;
  • Hábitos alcoólicos;
  • Utentes com queixas de dor, lesões ou alterações da cor ou da superfície da mucosa oral ou aumentos de volume;
  • Utentes sinalizados pelo médico de família com lesões suspeitas.

O processo inicia-se através do médico de família na sequência de dois possíveis cenários:

  1. Rastreio oportunista de utentes de elevado risco (deve ser realizado de 2 em 2 anos nos grupos de risco); 
  2. Diagnóstico clínico de lesões malignas ou potencialmente malignas, detetadas por observação, por queixa dos utentes ou referenciadas pelo médico dentista ou estomatologista.

Na eventualidade da suspeita de lesão maligna ser detetada pelo médico dentista ou estomatologista, o paciente deve ser referenciado diretamente para o médico de família com a maior brevidade possível. Caso se confirme a existência de uma lesão suspeita, que justifique a sua análise através de procedimentos de diagnóstico diferencial, tais como, a biópsia, é emitido automaticamente um cheque diagnóstico de referenciação para um médico credenciado para este efeito.

Fundamentalmente, a prevenção do cancro oral passa, em grande medida, pela educação e sensibilização para a mudança de comportamentos. Fatores de risco como o consumo de tabaco, álcool e exposição excessiva ao sol são evitáveis. A promoção de hábitos saudáveis também pode ter um impacto substancial na redução da incidência desta patologia.

Criar campanhas que informem as pessoas sobre como seus hábitos podem ser ajustados e as consequências positivas dessa mudança é essencial para a prevenção.

Além disso, a realização de rastreios periódicos pode ser um ponto-chave para a deteção precoce, aumentando as hipóteses de sucesso no tratamento.

Para mais informações, consulte o site da DGS (Direção geral de saúde) ou da OMD (Ordem dos Médicos Dentistas).

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dirigida à população sénior
A Miligrama, agência de comunicação especializada em saúde, é a responsável pela criação da edição de 2024 da campanha “Não...

Tendo como base uma estratégia de comunicação integrada, a campanha inclui a criação de uma nova identidade visual, materiais informativos que serão distribuídos nas lojas do Grupo Jerónimo Martins (Pingo Doce, Recheio e Amanhecer), o lançamento do podcast “Não Caia Nisso” e uma série de webinares com especialistas em geriatria, disponíveis no YouTube.

Para Armando Salvado, diretor de equipa na Miligrama, "Esta campanha é um exemplo do quão gratificante é trabalhar em comunicação na área da saúde. Ter a oportunidade de desenvolver ações que aumentam a literacia em saúde e contribuem para o bem-estar das pessoas é uma motivação constante.”

A nova edição foi apresentada no 43.º Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia, o maior evento nacional das especialidades, e conta com a alto patrocínio da Presidência da República, bem como com o apoio de diversas entidades, incluindo a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), AdvanceCare, Ageas Seguros, APORMED, ANF, ANMP, APHP, Câmara Municipal de Loulé, Grunenthal, Johnson & Johnson e o Grupo Jerónimo Martins.

Em Portugal, as quedas entre os idosos são responsáveis por cerca de 40 mil fraturas ósseas anuais, comprometendo a autonomia, a qualidade de vida e até a sobrevivência de muitos.

CESPU assina protocolo inédito com DGAV e indústria
A Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU) e a Direção Geral da Alimentação e Veterinária (DGAV)...

Este protocolo representa a primeira vez que a DGAV, uma instituição universitária e representantes da indústria agroalimentar colaboram para a introdução de experiências em ambiente real de trabalho no currículo dos estudantes. Procura-se, deste modo, responder à necessidade identificada de mais técnicos qualificados na área das inspeções sanitárias em estabelecimentos de abate. E também contribuir para que os futuros veterinários compreendam na prática o papel que desempenham na medicina preventiva, no controlo de zoonoses e na proteção da saúde pública.

Assim, e no âmbito das unidades curriculares de Inspeção Sanitária I e II do curso de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária, do Instituto Universitário de Ciências da Saúde (IUCS) da CESPU, os estudantes terão a oportunidade de visitar os estabelecimentos de abate durante as ações de inspeção realizadas pelos médicos veterinários oficiais da DGAV. Esta possibilidade “constitui uma valiosa ferramenta para a aprendizagem prática dos mestrandos, na medida em que lhes permite visualizar como os conceitos teóricos são aplicados na prática, proporcionando assim um ambiente real e enriquecedor para o seu desenvolvimento académico e profissional”, refere o mesmo documento.

Este projeto de cooperação conjunta cria também “uma oportunidade para a DGAV e os estabelecimentos de abate, na medida em que lhes permite mostrar aos mestrandos os processos, técnicas e metodologias adotadas no exercício da ação de inspeção sanitária, permitindo-lhes vivenciar a rotina de trabalho dos profissionais do setor, na esperança de captar o interesse e a vontade de especialização profissional dos mestrandos nesta área.”

A assinatura do protocolo decorreu em Paredes, com a presença da Diretora-geral da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, Susana Pombo, do vogal do conselho de administração da CESPU, Luís Silva, assim como dos responsáveis de sete empresas do setor: Avicasal, Avisabor, Bracar, Carnes Landeiro, PEC Nordeste, Savinor. 

Segundo Susana Pombo, Diretora Geral de Alimentação e Veterinária, este protocolo “permite estimular os estudantes de Medicina Veterinária para novas áreas que têm hoje menos procura de profissionais e são determinantes em Saúde Publica, como a Inspeção Sanitária. A DGAV vê como fundamental esta abordagem aos operadores, que felicita pela disponibilidade, trabalhando em conjunto para a valorização de uma cadeia alimentar exportadora e com um significativo peso económico”.

Nuno Vieira e Brito, Coordenador do Curso de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária do IUCS-CESPU, considera este protocolo “uma oportunidade de ligar o conhecimento à sociedade e à economia, dando novas perspetivas para que a formação seja sólida, útil e diversa. Os alunos aprendem também em contexto de trabalho, desenvolvem trabalhos que não são meramente pedagógicos, mas também com utilidade nas empresas e entusiasmam-se por novas saídas profissionais que não conhecem.”

Dia Mundial de Sensibilização para os Tumores Neuroendócrinos | 10 de novembro
Os tumores neuroendócrinos (TNE) são um grupo de neoplasias raras que se originam nas células do sis

O que são os Tumores Neuroendócrinos?

Os tumores neuroendócrinos são neoplasias que se desenvolvem a partir das células neuroendócrinas, que possuem características de células nervosas e endócrinas (produtoras de hormonas). O sistema neuroendócrino é responsável pela regulação de várias funções corporais através da secreção de hormonas diretamente na corrente sanguínea.

Os TNE podem ser classificados como:

  • Funcionais: quando produzem hormonas que causam sintomas específicos (como o síndrome carcinoide);
  • Não funcionais: quando não produzem hormonas em quantidades suficientes para causar sintomas evidentes.

A maioria dos TNE cresce lentamente e pode permanecer indetectável por anos, o que dificulta o diagnóstico precoce. No entanto, alguns TNE são mais agressivos e crescem rapidamente.

Causas e Fatores de Risco

As causas exatas dos TNE ainda não são completamente compreendidas, mas vários fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento destes tumores:

  • História Familiar: Algumas condições hereditárias, como a neoplasia endócrina múltipla tipo 1 (MEN1), podem predispor ao desenvolvimento de TNE.
  • Alterações Genéticas: Algumas mutações genéticas estão associadas ao aparecimento de TNE.
  • Exposição a Radiações: A exposição prolongada a radiações pode também aumentar o risco.

Contudo, na maioria dos casos, os TNE surgem de forma esporádica, sem um fator de risco identificável.

Sinais e Sintomas

Os sintomas dos TNE variam muito dependendo do local de origem do tumor e da sua capacidade de produzir hormonas. Os sintomas mais comuns incluem:

  • Sintomas gastrointestinais: diarreia, dor abdominal, náuseas e vómitos;
  • Sintomas respiratórios: tosse persistente e falta de ar, principalmente nos TNE pulmonares;
  • Síndrome Carcinoide: causada pela produção excessiva de serotonina e outras substâncias pelo tumor, que leva a sintomas como rubor facial, diarreia, palpitações e sensação de calor;
  • Hipoglicemia: baixa de açúcar no sangue, comum em TNE do pâncreas;
  • Cansaço e perda de peso inexplicáveis: sinais comuns de tumores não funcionais e avançados.

Estes sintomas, frequentemente inespecíficos, dificultam o diagnóstico precoce, o que realça a importância de um acompanhamento médico regular, especialmente em pacientes com fatores de risco.

Diagnóstico

O diagnóstico de TNE pode ser desafiador devido à sua raridade e à inespecificidade dos sintomas.

Para o seu diagnóstico podem ser solicitados exames de sangue e urina, para avaliar a presença de marcadores hormonais ou outros compostos específicos, como a serotonina e a cromogranina A. 

Os exames de imagem, como tomografia computorizada (TC), ressonância magnética (RM) e PET scan, são usados para identificar a localização e o tamanho do tumor.

Já a biópsia do tecido tumoral é essencial para confirmar o diagnóstico e avaliar as características do tumor, como a sua agressividade.

Em alguns casos, são realizados testes genéticos para identificar mutações específicas e auxiliar na escolha do tratamento.

A conjugação destes exames permite um diagnóstico mais preciso, essencial para o planeamento do tratamento.

Tratamento

O tratamento dos TNE depende de vários fatores, incluindo o tipo, a localização, o estágio do tumor e o estado de saúde geral do paciente. 

Quando possível, a remoção cirúrgica do tumor é a primeira opção de tratamento, especialmente em tumores localizados.

A Terapia com Análogos da Somatostatina ajuda a controlar sintomas e a retardar o crescimento tumoral.

Em TNE avançados ou de crescimento rápido, a quimioterapia ou terapias-alvo podem ser utilizadas para combater as células cancerígenas.

Em alguns casos, a radioterapia pode ser indicada, especialmente em tumores metastáticos.

Uma opção mais recente, a terapia com radionuclídeos (PRRT) pode ser eficaz em TNE metastáticos, utilizando moléculas que transportam radioisótopos diretamente para as células tumorais.

A escolha do tratamento deve ser discutida com uma equipa médica multidisciplinar, que inclui oncologistas, cirurgiões e especialistas em endocrinologia.

Prognóstico e qualidade de vida

O prognóstico dos TNE varia amplamente. Tumores localizados e menos agressivos apresentam uma taxa de sobrevivência a 5 anos bastante alta, enquanto tumores avançados e de crescimento rápido podem ter um prognóstico mais reservado. 

Por outro lado, a qualidade de vida dos pacientes com TNE também pode ser bastante afetada, devido aos sintomas dos próprios tumores e aos efeitos secundários dos tratamentos, pelo que a gestão dos sintomas e o apoio psicológico são fundamentais para estes doentes. 

 

Fontes: 

IPO Lisboa. Saber mais sobre os tumores neuroendócrinos. https://www.ipolisboa.min-saude.pt/noticias/saber-mais-sobre-os-tumores-neuroendocrinos/

Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM). Tumores Neuroendócrinos. https://www.spedm.pt/pt/grupos-de-estudo/tumores-neuroendocrinos

CUF. Cancro Neuroendócrino. https://www.cuf.pt/saude-a-z/cancro-neuroendocrino

International Neuroendocrine Cancer Alliance. O que são TNEs? https://tne.vivendocom.com.br/sobre-os-tnes/aprenda-sobre-os-tneso-que-sao-tnes/

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Bolsa de Investigação Prof. Castro Lopes no valor de 5 mil euros
A Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC) reafirma o seu compromisso com a investigação científica ao abrir...

Anualmente, a SPAVC seleciona e apoia financeiramente o projeto de investigação que mais se destaca entre as candidaturas recebidas, ajudando a concretizar a sua realização, total ou parcialmente. Para a edição de 2024, a bolsa será novamente no valor de 5.000€. "Concorrer à Bolsa de Investigação Prof. Castro Lopes é uma oportunidade única para os profissionais que desejam fazer a diferença na área do AVC. Esta bolsa permite não só o financiamento do projeto, mas também o reconhecimento do trabalho e o acesso a uma vasta rede de investigadores”, explica o Prof. Vítor Tedim Cruz, presidente da Direção da SPAVC.

Os candidatos interessados têm até ao dia 25 de janeiro de 2025 para submeter as suas candidaturas, por via eletrónica, dirigidas à Direção da SPAVC, através do email [email protected]. O regulamento, que pode ser consultado online, através do website da SPAVC, detalha vários aspetos relacionados com o processo de candidatura, incluindo critérios de avaliação, a composição do júri e as etapas de acompanhamento. Conforme o documento, apenas serão aceites os projetos que incluam atividades científicas realizadas, pelo menos em parte, em instituições portuguesas. Os projetos selecionados terão um prazo máximo de dois anos para execução, contado a partir da data de atribuição da bolsa.

A Bolsa de Investigação Prof. Castro Lopes oferece uma oportunidade única para gerar dados que podem revolucionar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento do AVC, em Portugal.

A homenagem ao Prof. Castro Lopes, incluída na designação da bolsa desde 2023, continuará a ser uma forma de reconhecimento da contribuição histórica do fundador da SPAVC. “É uma forma de eternizar o seu legado e a sua visão inspiradora, que moldaram a SPAVC e o panorama da investigação sobre AVC no nosso país. O Prof. Castro Lopes foi um líder incansável, dedicando-se não só ao avanço científico, mas também à formação das novas gerações de profissionais. Esta homenagem reflete o nosso reconhecimento pelo seu papel marcante nos cuidados de que hoje dispomos, em Portugal, para os doentes com AVC", sublinha o médico neurologista.

O anúncio do vencedor da Bolsa de Investigação Prof. Castro Lopes terá lugar na cerimónia de encerramento do 19.º Congresso Português do AVC, marcada para o dia 31 de janeiro de 2025, no Sheraton Porto Hotel.

Projeto Europeu conta com participação da start-up Virtuleap e da ULS Coimbra
Um novo projeto de €7,8 milhões, designado VR Health Champions, tem por missão acelerar a adoção de tecnologias de Realidade...

Dezoito parceiros de oito Estados Membros da UE, inseridos em nove ecossistemas regionais, vão unir forças para fornecer apoio direcionado a cinco PMEs de destaque, promovendo a inovação e ferramentas de apoio ao diagnóstico, terapia e cirurgias. O projeto também visa expandir o ecossistema europeu de RA para a saúde através da promoção de ações de transferência de conhecimento e oportunidades de financiamento.

A desbloquear o potencial do mercado europeu de Realidade Virtual e Aumentada em saúde

Prevê-se que o mercado europeu de RA/RV atinja um valor entre 35 e 65 mil milhões de euros até 2025, podendo contribuir em até 40 mil milhões de euros em valor acrescentado bruto. O ecossistema de RA/RV da Europa, impulsionado por startups e PME’s, está em crescimento, especialmente em países como França, Alemanha, países nórdicos, Bélgica, Luxemburgo, Espanha e Itália. Os cuidados de saúde, são o quarto maior sector de aplicação de tecnologias de RA/RV (que representa 11%), têm um grande potencial enquanto promoção de ferramentas de apoio em saúde, em particular no apoio ao diagnóstico, cirurgias e terapias.

Embora as tecnologias RA/RV nos cuidados de saúde estejam ainda numa fase inicial em toda a Europa - especialmente nas regiões menos desenvolvidas - as oportunidades são vastas. O projeto VR Health Champions visa capitalizar este facto, reduzindo as barreiras ao mercado, clínicas e regulamentares, centrando o seu apoio em cinco PMEs e contribuindo para a criação de futuras inovações RV/RA no setor. O projeto está estimado em 7,88 milhões de euros, sendo 5,82 milhões de euros co-financiados pelo Interregional Innovation Investments (I3), que faz parte do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

“O nosso objetivo não é apenas apoiar as 5 PMEs da parceria, mas também escalar a inovação em RA na área da saúde em toda a Europa", disse Cristiana Costa, Coordenadora do Projeto no Instituto Pedro Nunes, em Portugal. "Ao envolver PMEs adicionais através de cascade funding, fomentar a colaboração entre setores e alinhar inovações com as necessidades dos utentes e dos prestadores de cuidados, pretendemos permitir uma entrada mais rápida no mercado e um maior impacto nos cuidados aos utentes." Peter Nagy, do EIT Health InnoStars, enfatizou o papel crucial da parceria no impulso desses esforços, especialmente ao superar a lacuna tecnológica entre as regiões menos inovadoras e as mais avançadas da Europa. "Embora os ecossistemas de RV e RA estejam a expandir, as empresas da Europa Central, Oriental e do Sul enfrentam desafios como a limitada conscientização entre os profissionais de saúde e a escassez de talentos qualificados. Através deste projeto, e em colaboração com os parceiros da rede EIT Health, pretendemos as condições de acesso ao mercado, oferecendo apoio direcionado e expertise.”

“A Virtuleap pretende elevar o setor da avaliação cognitiva e da formação com a ajuda de tecnologias emergentes, como a Realidade Virtual (RV) e a Inteligência Artificial (IA). No projeto VR Health Champions, a Virtuleap está empenhada em aproximar a sua ferramenta de avaliação cognitiva, Cogniclear VR, do mercado. A aplicação Cogniclear VR é um breve teste de rastreio cognitivo em RV para identificar as primeiras manifestações de declínio cognitivo. Ao colocar os utilizadores em cenários controlados, permite-lhes interagir com a situação apresentada de uma forma que simula as interações do mundo real” - afirmou Amir Bozorgzadeh, CEO da Virtuleap.

Um esforço pan-europeu para acelerar a adoção de RA em saúde

Apoiado por uma rede diversificada de unidade hospitalar, centros de investigação, universidades e líderes da indústria de Itália, Letónia, Hungria, Polónia, Portugal, Espanha, Bélgica e Alemanha, o projeto procura desbloquear todo o potencial da RV/RA nos cuidados de saúde. O projeto é coordenado pelo Instituto Pedro Nunes e co-coordenado pelo EIT Health InnoStars. Entre os principais parceiros contam-se o Klaster Life Science Krakow, a Fondazione Bruno Kessler, a Universidade Médica de Lodz, a Universidade de Tecnologia de Lodz, a Universidade da Letónia e o hospital ULS Coimbra. Líderes da indústria como a Medtronic Portugal e a Medtronic Ibérica SA, o Syreon Research Institute e o RTE Lab, a par da iniciativa europeia XR4Europe, também integram o projeto.

 
De 14 a 16 de novembro
Entre os dias 14 e 16 de novembro, o Centro de Congressos da Madeira será o palco do Encontro Renal 2024 - o maior encontro...

Passaram 30 anos desde que o Funchal recebeu pela última vez o Congresso Português de Nefrologia. Durante este período, de acordo com Presidente do Congresso e atual diretor do Serviço de Nefrologia do Hospital Dr. Nélio Mendonça (Funchal), “a Nefrologia apresentou um grande desenvolvimento e expansão, multiplicando-se os serviços e assumindo a especialidade um papel cada vez mais preponderante na prestação dos cuidados de saúde às nossas populações”.

Gil Gomes da Silva destaca a fase atual da Nefrologia que considera ser “muito desafiante e de grande estímulo pelo aparecimento de novas estratégias de diagnóstico e tratamento em diferentes patologias - nos últimos cinco anos surgiram novas classes de fármacos que, comprovadamente, demonstraram melhorar a sobrevida renal e cardiovascular dos doentes com doença renal crónica (DRC)”.  Estas novidades foram também espelhadas na elaboração do programa do Encontro Renal que inclui a informação científica mais relevante em diferentes áreas como na imunonefrologia, o papel da nefrogenética, o tratamento das complicações cardiovasculares nos doentes em diálise e com transplante renal, e estratégias para atrasar a progressão da DRC.

Ainda relativamente ao programa, este ano voltam a estar programados cursos pré-congresso: um curso de Avaliação Clínica e Ecográfica da Congestão Venosa e um curso de Sedimento Urinário, a decorrerem na tarde de dia 13 de novembro. “Estes cursos tiveram uma boa adesão e foram um desafio colocado pela comissão organizadora com objetivo de criar outras oportunidades de formação”, refere Gil Gomes da Silva. O nefrologista destaca ainda “o facto do iniciarmos o Congresso de uma forma inovadora, convidando a conhecida designer madeirense, com trabalho a nível internacional, Nini Andrade, que nos dará a sua visão do papel da criatividade na saúde”.

É com “grande satisfação e expectativa” que o Presidente do Congresso dá conta de que são esperados cerca de 600 participantes reforçando que esta será “uma excelente oportunidade de atualização científica e de partilha da atividade desenvolvida nas diferentes áreas da Nefrologia”.

Seguro de Saúde social
Foi ontem lançada a Mútua Portuguesa de Saúde (MPS), uma nova seguradora que disponibiliza um seguro de saúde social,...

Constituída com o propósito de garantir a assistência na saúde e na doença e a melhoria da qualidade de vida dos seus beneficiários, a MPS assume-se como uma alternativa aos seguros tradicionais, oferecendo maior flexibilidade nas condições. Em concreto, o seguro de saúde da MPS não tem limite de idade e período de carência, não tem exclusões de doenças pré-existentes e não tem limites de capital nas coberturas de hospitalização e ambulatório.

Inclui ainda o acesso à Rede Médica Future Healthcare, composta por mais de 42.600 prestadores de cuidados de saúde em todo o território nacional, incluindo hospitalização, assistência em ambulatório, serviços de atendimento permanente, estomatologia, medicamentos e vacinas, e diversos descontos.

Todos os cidadãos podem beneficiar deste seguro da MPS, sendo a adesão realizada através das suas entidades empregadoras, nos setores privado e social.

Liderado pelo ex-bastonário da Ordem dos Economistas, Rui Leão Martinho, o projeto tem ainda como membros fundadores diversas personalidades de referência nacional, com conhecimento e experiência relevantes nos setores da saúde e social em Portugal. Entre os fundadores estão José Pina (CEO Future Healthcare), Eurico Castro Alves (Presidente da Convenção Nacional de Saúde), João Almeida Lopes (presidente da APIFARMA), José Germano de Sousa (Ex-Bastonário da Ordem dos Médicos), Óscar Gaspar (presidente APHP), Ema Paulino (presidente ANF), João Silveira (Ex-Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos), Manuel de Lemos (Presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas), Miguel Ginestal (Diretor Geral APIFARMA), Ricardo de Sousa Valles (Partner da Glowside Management), José Manuel Mesquita (Advogado e Administrador de empresas), Victor Caldeira (ex-Presidente do Tribunal de Contas), João de Lara Everard (CEO da Korangi), João Proença (Presidente do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE até 2021), António Saraiva (Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa), Armindo Monteiro (Presidente da CIP), Duarte Costa (CEO na 3xP Global), Miguel Lemos (Business Development Executive na 3xP Global, Fernando Morales (Fundador da Azuaga Seguros – Companhia de Seguros) e Miguel Silvestre (Presidente da MONAF e Presidente da PLURAL Cooperativa Farmacêutica).

Iniciativa decorre no Auditório do Metro Alto dos Moinhos, em Lisboa
A Lusíadas Knowledge Center, associação responsável pelo ensino e investigação do Grupo Lusíadas Saúde, anuncia a realização...

Esta edição será marcada por temas inovadores e multidisciplinares: oncologia, saúde masculina, contaminantes alimentares e Inteligência Artificial aplicada à nutrição. Estes tópicos serão aprofundados ao longo do dia, através da intervenção de diferentes áreas da Nutrição. Entre as sessões estão previstas discussões sobre o impacto da nutrição na fertilidade masculina e no cancro, os avanços na nutrição e o papel da Inteligência Artificial, assim como uma análise dos desafios e benefícios da alimentação de base vegetal e orgânica.

"Integrado num conjunto de iniciativas anuais da Lusíadas Knowledge Center, este evento representa o compromisso contínuo da Lusíadas Saúde em promover o conhecimento científico como um pilar fundamental da prática clínica e no desenvolvimento de respostas cada vez mais eficazes para o bem-estar da sociedade. O nosso propósito com as 4.as Jornadas de Nutrição é proporcionar aos profissionais e futuros profissionais de saúde uma oportunidade única para se atualizarem e aprofundarem os seus conhecimentos na procura da excelência e inovação", explica Eduarda Reis, Chief Medical Officer do Grupo Lusíadas Saúde.

A realização das 4.as Jornadas de Nutrição demonstra o compromisso da Lusíadas Saúde em promover o desenvolvimento de competências, contribuindo para que os profissionais possam responder aos novos desafios do setor da saúde.

Este evento está aberto a todos os profissionais de saúde e estudantes, oferecendo um espaço de partilha de conhecimento e excelência científica. A inscrição pode ser feita através do website oficial da iniciativa.

 
Entenda o conceito
Estar sempre tudo bem, estar sempre feliz, não é normal.

Pode até parecer estranho e mesmo contraditório, mas o excesso de positividade pode ser tóxico: 

  • Quando impomos a nós mesmos, ou aos outros, uma atitude falsamente positiva;
  • Quando generalizamos um estado feliz e otimista seja qual for a situação;
  • Quando silenciamos as nossas emoções “negativas/desagradáveis” ou as dos outros.

Podemos considerar que a positividade tóxica é uma corrente de pensamento que influencia as pessoas a valorizarem mais os pensamentos positivos ou as emoções positivas, transmitindo a ideia de que é “mau” sentir emoções negativas e por isso devemos evitar senti-las. O que leva a que as pessoas reprimam essas mesmas emoções negativas, com receio de serem desadequadas por as sentirem, ou seja, sentem-se culpadas por terem tais emoções desvalorizadas e invalidadas pelos outros e pela sociedade em geral.

Ao reprimirmos emoções estamos a contrariar a nossa natureza, estamos de facto a guardar dentro de nós verdadeiras “bombas relógio” que podem explodir em contextos que nada têm a ver com as situações em que as sentimos em primeiro lugar. Quando reprimimos emoções demasiado tempo elas podem manifestar-se de outras formas, podem tornar-se doenças físicas pois acabamos por somatizar (passamos para o corpo) aquilo que não libertamos da mente.

Quando uma emoção negativa é ignorada, não é processada, isso não significa que ela deixa de existir ou que parou de nos afetar. Pelo contrário, se não aceitarmos que as nossas emoções existem e que fazem parte do dia a dia, nunca vamos aprender a lidar com elas.

Todas as emoções têm uma função. Somos humanos e temos um espectro alargado de emoções que vão desde as mais positivas como amor, paz, alegria às mais negativas como raiva, vergonha e medo.

Saber acolher essas emoções, permitirmo-nos senti-las, processá-las, entender porque surgem, qual o seu papel, e por fim libertá-las, expressando-as da melhor maneira, é a forma mais salutar de gerirmos as nossas emoções, seja qual for o seu “calibre”.

A verdade é que há determinadas experiências que são demasiado negativas para vermos um lado positivo nelas e está tudo bem. Não precisamos de estar bem com elas, não precisamos de gostar de as sentir ou gostar que a situação nos tenha acontecido – precisamos apenas de reconhecer que ela aconteceu (e aqui entra a aceitação) e continuar a construção da nossa vida à volta dessa situação, sem a ignorar, mas sem a carregar com o peso que ela poderia ter.

Mas a verdade é que também ninguém nos ensina a lidar com as emoções nem a expressá-las convenientemente, especialmente relativamente às negativas ou mais desagradáveis.

Desde muito pequenos que nos habituamos a ouvir: “Deixa lá!”; “Já passou!”; “Não precisas ficar triste!”; e a minha favorita “Engole já esse choro!”. Para os pais é muito difícil gerir as emoções “grandes” de seres mais pequeninos, quando não sabem nem aprenderam a gerir as suas próprias emoções. Para o adulto é mais fácil travar (muitas vezes porque não aprendeu de outra forma) a emoção da criança na hora, do que a acolher e ajudar a conter, tornando-se co-reguladordas emoções do filho até que este aprenda a se auto-regular. Assim, perpetua-se o ciclo de má gestão emocional, pois transmitimos às crianças que ter e sentir emoções negativas e desagradáveis é “mau” e essas emoções devem ser eliminadas. Essas crianças crescem, tornam-se adultos que estão desconectados das suas próprias emoções e que vão ter filhos e o ciclo repete-se novamente. O maior risco para a nossa saúde mental é mesmo esta desconexão com as nossas emoções, é esta desconexão connosco próprios.

Aprender a gerir as emoções de todo o espectro de emoções humanas, acolhendo-as, contendo-as, processando-as e depois libertando-as/expressando-as é fundamental para vivermos bem connosco e com os outros, em família e em sociedade.

Ser optimista e pensar positivo, focando-nos no positivo e nas coisas boas da vida é diferente de tentar “abafar” ou reprimir ou não querer sentir emoções negativas/desagradáveis.

Desta forma, a positividade torna-se tóxica quando em excesso e quando escolhemos ignorar emoções negativas porque não sabemos lidar com elas ou porque achamos que não é suposto senti-las. Para tudo na vida tem de haver um equilíbrio. Por isso vamos ser positivos sim, procurar o lado bom das coisas, mas também vamos permitir-nos viver e experienciar todo o leque de emoções humanas, para que tenhamos a liberdade e a consciência de um dia dizer ” Eu hoje estou triste, mas está tudo bem com isso (reconhecer, aceitar, acolher, expressar). Amanhã é outro dia e terei oportunidade de sentir outras coisas!”

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
CareMinder é o vencedor da edição de 2024 do concurso de ideias organizado pela Universidade de Coimbra
Chama-se CareMinder e pretende ajudar a prevenir as infeções hospitalares com a criação de um sensor que, através da vibração,...

Composta pelos estudantes Adebare Adeleke, Arthur Bastos, Beatriz Oliveira e Patrick Carneiro, a equipa vencedora vai representar a UC na final do Innovation Days (i-Days), que vai decorrer nos dias 28 e 29 de novembro em Budapeste, na Hungria. Vai também receber um prémio no valor de 1 000 euros, apoiado pela Basinnov Life Sciences, empresa do grupo do ramo farmacêutico FHC.

A iniciativa i-Days é promovida anualmente no âmbito da rede EIT Health, em instituições de 16 países: Bulgária, Chéquia, Chipre, Croácia, Eslováquia, Espanha, Estónia, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Polónia, Portugal e Roménia. Pretende desafiar estudantes de diversas áreas disciplinares para que, em conjunto, respondam a desafios reais da área da saúde de forma inovadora.

Na edição de 2024 da iniciativa Cantanhede Innovation Days, a comunidade de estudantes da UC foi desafiada a responder a desafios lançados por unidades hospitalares da Região Centro, relacionados com sete temáticas: sistemas de monitorização remota de dados de saúde de pacientes, diagnóstico de doenças raras, acesso a cuidados de saúde mental, otimização de recursos hospitalares, monitorização e prevenção de doenças hospitalares, sistemas de suporte à decisão para profissionais de saúde ou melhoria do acesso a cuidados de saúde.

Ao longo de uma semana, os participantes trabalharam em conjunto para pensar soluções inovadoras para responder a um dos desafios elencados. Foram acompanhados por investigadores, docentes e profissionais da área da saúde na preparação das propostas. Participaram também em ações de formação em áreas como inovação, empreendedorismo, pitching e design thinking.

As propostas de cada grupo foram apresentadas na final deste concurso, que decorreu no Museu da Pedra, em Cantanhede. As propostas foram avaliadas por um júri composto por representantes de várias entidades de Coimbra e de Cantanhede com ligações ao ensino, inovação, investigação e saúde.

A iniciativa Cantanhede i-Days é organizada pela Unidade R&D International Networks da Universidade de Coimbra, em colaboração com o Biocant, o Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC, o Hospital Arcebispo João Crisóstomo, o Hospital Rovisco Pais e a Unidade Local de Saúde de Coimbra.

 
Caminhada da Ortopedia marca o arranque da Campanha este ano
A Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) relança a campanha “Não Caia Nisso”, uma iniciativa de grande...

Segundo João Gamelas, presidente da SPOT, “a prevenção de quedas na população sénior é uma necessidade nacional. A queda e a fratura representam, para muitos idosos, o início de um processo de perda de independência e qualidade de vida. As consequências são não só físicas, como também emocionais e económicas.”

A campanha “Não Caia Nisso” foi inicialmente lançada há oito anos pela SPOT com forte presença na imprensa escrita e apoio de diversas instituições, como a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), contando ainda com o alto patrocínio da Presidência da República. Nesta edição de 2024, a campanha traz uma nova abordagem, com conteúdos reforçados e mais meios de comunicação para alcançar um público ainda mais vasto, reforçando a urgência da prevenção de quedas entre os mais velhos.

A Câmara Municipal de Loulé apoia a caminhada da Ortopedia que marca o arranque da Campanha “Não Caia Nisso 2024”, iniciativa que pretende sensibilizar para a prevenção de quedas entre a população sénior. O evento decorrerá no sábado, dia 9 de novembro, às 08h00, nas escadas de acesso ao Centro de Congressos do Algarve, em Vilamoura, frente à Marina de Vilamoura. Os primeiros 100 participantes serão brindados com uma t-shirt alusiva à campanha.

A edição de 2024 conta com o apoio de várias entidades, incluindo AdvanceCare, Ageas Seguros, APORMED, ANF, ANMP, APHP, a Câmara Municipal de Loulé, a Grunenthal, a Johnson & Johnson, o Grupo Jerónimo Martins e o SAPO.

A campanha inclui ainda recomendações práticas para prevenir quedas no dia a dia. Nos corredores, é fundamental garantir que estão desimpedidos, sem tapetes e com luzes de presença instaladas. No quarto e na sala, deve manter-se uma boa luminosidade, retirando tapetes ou substituindo-os por modelos antiderrapantes e evitando objetos espalhados. Na cozinha, é importante garantir acesso livre e ter cuidado com líquidos no chão. Na casa de banho, recomenda-se a instalação de barras de apoio e a prática de tomar banho sentado.

A SPOT também incentiva a adoção de uma rotina saudável, promovendo mobilidade diária, uma alimentação equilibrada rica em vitamina D, hidratação e vigilância da medicação e da tensão arterial. Além de chamar a atenção para a prevenção de quedas, a caminhada também pretende incentivar o envelhecimento ativo e promover o exercício físico regular como uma forma eficaz de aumentar a estabilidade e a confiança dos mais velhos.

 
Apoio no diagnóstico e tratamento
A Kyowa Kirin apresenta a primeira calculadora para ajudar os profissionais de saúde a avaliar o estadio clínico dos doentes...

Os LCCT representam cerca de 4% de todos os casos de linfomas não Hodgkin e até 80% de todos os linfomas cutâneos primários. Na doença avançada, as células T malignas podem disseminar-se para o sistema linfático, o sangue, a medula óssea e os órgãos internos. Por conseguinte, podem ter um impacto profundo na qualidade de vida relacionada com a saúde e bem-estar psicológico dos doentes.

Esta nova ferramenta avalia o estadio dos dois subtipos mais comuns de LCCT: a micose fungóide (MF), que representa quase 60% dos LCCT, e a síndrome de Sézary (SS), que representa menos de 5%. A gestão da MF e da SS depende do estadio, pelo que o estadiamento é crucial para uma boa gestão da doença.

Julia Blanco, diretora médica da Kyowa Kirin Portugal, afirmou: "A missão da nossa empresa é responder às necessidades das pessoas com doenças raras. Por isso, estamos convencidos de que esta calculadora irá facilitar muito a gestão dos doentes com LCCT".

Como funciona a calculadora

O estadiamento da calculadora divide os doentes em nove estadios e é efetuado utilizando a classificação TNMB9: T (PELE), dependendo do tipo e da extensão do envolvimento da pele e da presença de eritrodermia; N (Gânglios), dependendo da presença/ausência de linfadenopatia, dos resultados da biopsia dos gânglios, da manifestação clonal e da classificação histopatológica dos gânglios afetados; M (VÍSCERAS): dependendo do envolvimento de órgãos com confirmação patológica e B (SANGUE), dependendo do nível de carga tumoral e da presença de clones.

Esta calculadora consiste em responder a quatro perguntas, uma para cada um dos compartimentos da doença. Depois de completar as quatro secções, a calculadora apresenta o resultado do estadio TNMB e orienta o utilizador para as diretrizes de tratamento do LCCT, estabelecidas pela EORTC para a gestão da micose fungóide e da síndrome de Sézary, para favorecer uma abordagem mais adequada e adaptada às necessidades de cada doente. 

Importância da gestão multidisciplinar dos LCCT

Julia Blanco destacou que “os linfomas cutâneos são um grupo de doenças que devem ser abordados de forma multicompartimental, pois envolvem a pele, o sangue, os órgãos e os gânglios linfáticos. Assim, é fundamental a existência de uma equipa multidisciplinar, com especial colaboração entre dermatologistas, que avaliem as lesões na pele, e entre hematologistas, que gerem os restantes compartimentos. Em conjunto a abordagem global do doente é mais eficiente e integrada.”

Dados do projeto SEPIA apresentados amanhã em evento do ISPUP
Em 2021, uma equipa de investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), em parceria com a...

O projeto SEPIA (acrónimo para a designação em inglês “Studying Experiences of Pain In Adolescents”) – financiado pela fundação europeia FOREUM – Foundation for Research in Rheumatology – surgiu com o objetivo de identificar características-chave da dor física durante a adolescência que permitissem prever o risco de desenvolver dor musculosquelética crónica na transição para a vida adulta.

“Pensa-se que a forma como vivemos a dor desde as primeiras décadas de vida é fundamental para desenhar as experiências de dor que sentimos ao longo de toda a vida. Saber quem são as pessoas com maior risco ajuda-nos a perceber como prevenir o aparecimento ou o agravamento da dor crónica (com duração superior a 3 meses). Em termos de saúde pública, isto é importante porque a dor musculoesquelética crónica é a principal causa de incapacidade no mundo”, adianta Raquel Lucas, investigadora do ISPUP e coordenadora do Projeto SEPIA.

Para responderem à principal questão científica deste projeto – que contou com pacientes parceiros de investigação em todas as suas fases, desde a conceção do estudo até à publicação dos resultados – os investigadores envolveram cerca de 5000 participantes, mais de 2000 jovens com idades entre os 14 e os 18 anos e os seus cuidadores. Estes jovens foram recrutados através da coorte de base populacional Geração XXI e do Registo Nacional de Doentes Reumáticos, o Reuma.pt, que acompanha jovens com Artrite Idiopática Juvenil (AIJ).

A recolha de dados iniciou em junho de 2022, através de uma app para dispositivos móveis, desenvolvida especificamente para o SEPIA, por uma equipa do INESC TEC. Os jovens e os seus cuidadores foram convidados a instalar a app e a responder a questionários que incluíam perguntas sobre vários aspetos relacionados com a dor. Além disso, a equipa de investigação utilizou dados dos participantes da coorte Geração XXI, recolhidos nas avaliações dos 7, dos 10 e dos 13 anos e, posteriormente, dados recolhidos também na avaliação dos 18 anos, que arrancou em 2023 e que ainda está a decorrer.

Crianças vítimas de bullying têm 70% mais probabilidade de vir a desenvolver condições dolorosas na transição para a vida adulta

Ao olhar para os dados recolhidos nas diferentes fases da vida dos participantes, verificou-se que as experiências adversas na infância (como o divórcio dos pais, as dificuldades financeiras, as mudanças de casa/escola, entre outras) podem aumentar significativamente o risco de desenvolver condições dolorosas ao longo da vida.

Um outro exemplo é o das crianças que foram vítimas de bullying até aos 10 anos de idade, que manifestaram perfis de dor adversos aos 13 anos, tanto nos relatos que fizeram como na sua resposta física aos testes de tolerância à dor. O estudo mostrou que uma criança vítima de bullying tem 70% mais probabilidade de vir a sentir dor grave (aquela que impede o desempenho de atividades quotidianas, como ir à escola ou participar em atividades de lazer) na adolescência.

Mas mesmo na ausência de experiências de adversidade, o estudo mostra que a dor é uma experiência muito comum já na infância, com uma em cada seis crianças a revelar ter dor com duração superior a 3 meses, tanto aos 7 como aos 10 anos. Quando olhamos para as consequências a curto prazo, o estudo mostrou que uma em cada oito destas crianças tinham sentido uma dor suficientemente grave para as levar a faltarem à escola ou a alguma atividade de lazer.

Pais subestimam a dor dos filhos

Nos cuidados de saúde é, por vezes, necessário avaliar a dor pediátrica através dos cuidadores. Este estudo permitiu verificar que os pais têm tendência para subestimar a dor dos filhos, especialmente em casos de dor múltipla (em diferentes partes do corpo) e de alta intensidade. Apesar disso, os relatos dos pais sobre a dor que os filhos sentem na infância são indicadores importantes: 66% das raparigas cujos pais/cuidadores reportaram ter dor repetitiva ou frequente aos 7 e aos 10 anos, reportaram dor aos 13 anos e o mesmo aconteceu para 53% dos rapazes.

No caso dos pais/cuidadores de crianças com Artrite Idiopática Juvenil, constatou-se que os pais lembram e reportam mais a dor dos filhos que está tipicamente relacionada com a doença articular (por exemplo nos joelhos e mãos) e que, por outro lado, não mencionam tanto outras dores que são muito comuns, mas de causas geralmente desconhecidas (como dor de costas, de cabeça ou de barriga), às quais os filhos, nos seus relatos, dão mais importância.

Dor persistente na infância pode diminuir tolerância à dor na adolescência

Os questionários revelaram várias limitações na avaliação quantitativa da dor. Por isso, a equipa de investigação recorreu a um Teste Sensorial Quantitativo (QST), que mede a resposta à pressão física com base num equipamento computorizado. Este produz uma pressão padronizada, igual para todos os participantes, que permite caracterizar de modo seguro a sensibilidade à dor numa fase crucial para o desenvolvimento de trajetórias de dor crónica. Observou-se que adolescentes com histórico de dor musculoesquelética desde a infância apresentam menor tolerância à estimulação por pressão, o que sugere que a exposição prolongada à dor na infância pode aumentar a sensibilidade à dor na adolescência.

Ao olhar para as diferenças entre rapazes e raparigas, verificou-se que, nas raparigas, a tolerância à dor se mantém praticamente igual com a puberdade. Por outro lado, no caso dos rapazes, a tolerância à dor aumenta 20% nesta etapa. Estes resultados podem ajudar a explicar uma observação bem conhecida na investigação sobre a dor, em variados contextos geográficos e de saúde: as mulheres adultas reportam mais dor que os homens.

Foi ainda possível constatar que, nas raparigas, há uma relação estatística entre o Índice de Massa Corporal (IMC) aos 10 anos e a dor reportada na adolescência, aos 13 e aos 17 anos: quanto maior o IMC, maior o risco futuro de dor musculoesquelética. Esta relação pode ser explicada por motivos mecânicos ou bioquímicos, mas também pode ser causada por fatores psicossociais: foi possível observar que quanto menor a satisfação do adolescente com a sua imagem corporal, menor a sua tolerância à dor no teste QST.

Dor na adolescência é preditora de menor qualidade de vida no futuro

Quanto à localização da dor reportada, constatou-se que crianças que se queixavam de dor abdominal/pélvica entre os 7 e os 10 anos tiveram maior probabilidade de ter dor recorrente nessa e noutras partes do corpo, aos 13 anos, nomeadamente dor musculoesquelética. Aos 17 anos verificou-se um aumento da prevalência de relatos de dor, nomeadamente de dor musculoesquelética crónica e múltipla, tanto nos rapazes como nas raparigas. Percebeu-se também que ter um histórico de dor musculoesquelética crónica ou múltipla aos 13 anos está diretamente associado a uma menor qualidade de vida quatro anos mais tarde.

Forma como os jovens percecionam a dor é determinante para a formação do seu bem-estar ao longo de toda a vida

Os resultados do estudo destacaram as implicações da dor na infância a longo prazo e a importância da perceção da dor na formação do bem-estar futuro.

“Todos conhecemos pessoas que raramente se queixam de dores mesmo que nos pareça que têm doença ou lesão grave. Por outro lado, há pessoas que se queixam de muita dor quando têm uma doença que nos parece ligeira. Ou seja, independentemente da gravidade, o mesmo problema físico pode causar níveis de sofrimento muito diferentes em diferentes pessoas. Por isso, hoje a dor é entendida como uma experiência individual e subjetiva, que resulta das nossas doenças físicas, mas também da interação destas com o nosso contexto psíquico e social. Este projeto ajuda-nos a mostrar que o mundo que nos rodeia enquanto crianças influencia de modo relevante a dor futura.”, acrescenta a investigadora Raquel Lucas.

O SEPIA permitiu, assim, caracterizar a frequência e o impacto da dor pediátrica, que ocorre – e muitas vezes permanece - fora dos cuidados de saúde. Possibilitou também a identificação de fatores que, desde cedo, podem ser usados por decisores e profissionais de saúde – incluindo em âmbito escolar e no contexto familiar – para sinalizar crianças que terão maior risco de viver experiências adversas de dor musculoesquelética. Esta estratificação poderá contribuir para uma gestão precoce da dor pediátrica de modo a prevenir a sua transformação em dor crónica.

Em termos de saúde pública, o projeto informa possíveis áreas de atuação de políticas que se destinem a mitigar o impacto dos contextos adversos para o surgimento e a persistência da dor, como é o caso da adversidade social, que parece interagir com os fatores biológicos para piorar as experiências de dor física.

O evento de encerramento do SEPIA, onde serão apresentados estes e outros resultados do projeto, será no dia 8 de novembro, no auditório do ISPUP e contará com a presença da equipa de investigadores do ISPUP, das instituições parceiras, de alguns participantes do estudo e de um conjunto de convidados externos que comentarão os resultados e suas implicações. 

 
Em Espanha, liderava a área Cardiovascular e Metabólica
Mourad Aboubakr é o novo Presidente da Novartis, Portugal. Há 15 anos na Novartis, Mourad tem uma vasta experiência no mercado...

No seu percurso académico, Mourad Aboubakr conta com um MBA pela INSEAD e é formado pelo Global Healthcare Leaders Program da Harvard Medical School. Assume como sua prioridade impulsionar o potencial das pessoas, com um entusiasmo especial pelo poder da colaboração genuína e pelo trabalho em equipa.

“Portugal é um país de possibilidades. O talento, a paixão e a inovação que caracterizam a nossa equipa são os principais pilares que nos permitem gerar oportunidades para potenciar a inovação em saúde. Assumimos o nosso papel de agentes de mudança positiva, entregando inovação e cocriando soluções de saúde em parceria com o ecossistema, que possam contribuir verdadeiramente, não só para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com doença crónica, como também para os desafios do sistema de saúde e da sociedade”, afirma Mourad Aboubakr.

Mourad Aboubakr sucede assim a Simon Gineste que nos últimos 4 anos transformou a estrutura organizacional da empresa para potenciar um maior foco no cliente e posicionou Portugal como um país incubador de projetos, que se caracterizam pela ambição de transformar positivamente os cuidados de saúde e pela parceria com o sistema de saúde.

 

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