Medicina Estética
Atuar antes do aparecimento dos primeiros sinais de envelhecimento é o que preconiza o “Prejuvenatio

Quando se fala de cuidados antienvelhecimento da pele, quase sempre associamos a rejuvenescimento, quando os primeiros sinais de envelhecimento já estão instalados. No entanto, a verdade é que não precisamos de esperar até estes sinais aparecerem para os começarmos a combater, correto? Então o que é isto de Prejuvenation? Que termo é este e em que consiste?

Este é um termo recente, e muito em voga, pois defende que “prevenir é o melhor remédio”.

Quando falamos de prejuvenation falamos em atrasar o surgimento dos primeiros sinais de envelhecimento, referindo-nos a alguns cuidados preventivos que podem ser adotados desde cedo para prevenir o envelhecimento cutâneo da pele. Neste momento existem várias formas de prevenção, podendo recorrer a tratamentos em clínica, mas também a vários cuidados diários adaptados ao tipo de pele e ao objetivo de cada paciente.

Que tratamentos ou técnicas se incluem no conceito de Prejuvenation?

Os tratamentos podem ser variados, feitos isolados ou combinados e podem ser não invasivos ou minimamente invasivos, longos ou feitos na típica “hora de almoço”. O importante é avaliar previamente o paciente e adaptar as suas necessidades e objetivos. Os tratamentos que mais recomendo para esta fase preventiva são:

  • Toxina botulínica: para prevenir as rugas de expressão do terço superior do rosto que normalmente surgem cedo em pacientes mais expressivos;
  • Skinbooster®: tratamento de hidratação profunda da pele de forma a dar mais luminosidade e melhorar a textura da pele. Ótima opção também para melhorar cicatrizes de acne e fechar poros mais dilatados;
  • Protocolos de hidratação com ácido hialurónico e cocktail de vitaminas: com recurso a diferentes técnicas (desde microagulhamento ao uso de agulhas milimétricas) podemos estabelecer protocolos de hidratação da pele com resultados que se estendem à melhoria da textura da pele e luminosidade. Podem ser feitos como prevenção, mas também como manutenção em peles mais envelhecidas ou prévio a tratamentos com laser para melhorar a sua eficácia. O produto que mais recomendo para este efeito é o NCTF® 135 AH, um dispositivo médico constituído por ácido hialurónico, aminoácidos, coenzimas e minerais que vão permitir hidratar e redensificar a superfície cutânea;
  • Laserterapia/Luz Pulsada Intensa: alguns equipamentos podem ser uma excelente opção para tratar patologias com acne ou rosácea, ou até hiperpigmentações (manchas) quando existentes;
  • Protocolos de esfoliação e hidratação: com recurso a equipamentos como o Hydrafacial ou com protocolos manuais como o protocolo Fillmed® (com recurso a linha Skin Perfusion) podemos dar um glow à nossa pele sem necessidade de tempo de recuperação.
  • Bioestimulação de colágeno: recorrendo a equipamentos como laser ou ultrassom microfocado ou até a injetáveis (como o ácido poli-L-láctico - PLLA ou a hidroxiapatite cálcica). O objetivo é diminuir a flacidez cutânea, criando um efeito lifting natural.

Estes apresentam alguma contraindicação?

Podem existir algumas contraindicações sim. As primeiras que saliento são a gravidez e a amamentação. Perguntam muitas vezes se é possível realizar algum destes tratamentos nesta fase, mas a verdade é que não existem estudos que nos garantam a segurança e por isso o melhor é contraindicar. No entanto, os protocolos de esfoliação e hidratação (como o protocolo Fillmed®) podem ser realizados nesta fase com total segurança, pois são não invasivos e sem riscos.

O uso de alguns medicamentos pode também contraindicar alguns procedimentos, como laser ou Luz Pulsada (por exemplo, o uso de anti-inflamatórios nos dias prévios ao tratamento com Luz Pulsada). A exposição solar prévia também não permite a realização destes equipamentos.

Algumas doenças autoimunes (especialmente, se não estiverem sob controlo) são motivo para se evitarem alguns tratamentos injetáveis.

Estes são alguns exemplos, no entanto, é importante referir que é fundamental a consulta médica prévia para se despistar todas estas relações.

A partir de idade se pode recorrer aos tratamentos de prejuvenation? 

Essa é umas das questões que mais fazem! E a verdade é que não existe uma idade rígida ou pré-definida para o seu início. Existem vários fatores que podem interferir com a decisão de indicar um determinado tratamento. É importante uma consulta prévia onde é avaliado o historial clínico do paciente (desde patologias, alergias e cirurgias realizadas) e percebo ainda o tipo de procedimentos estéticos realizados previamente, assim como os resultados e satisfação com os mesmos. Neste contexto faço ainda recomendações de cosmética adequadas ao tipo de pele e estabeleço um plano de seguimento a médio/longo prazo, de forma a orientar cronologicamente os procedimentos.

Após esta avaliação inicial será mais fácil perceber que tipo de tratamentos estão indicados, pois nem sempre a idade cronológica do paciente é orientativo, pois podemos ter pacientes geneticamente “programados” para envelhecer mais lentamente e terão indicação para iniciar tratamentos mais tarde e também podemos ter paciente jovens com um envelhecimento precoce onde será necessário atuar mais cedo.

Um dos exemplos mais referenciados é a exposição solar. Pacientes que sempre tiveram cuidado com o uso de protetor solar diário e evitaram exposições excessivas ao sol irão ter um envelhecimento menos marcado e provavelmente poderão adiar tratamentos preventivos em clínica. Outro exemplo relaciona-se com a aplicação dos Neuromoduladores (conhecidos como Toxina Botulínica/Botox) que podem estar indicados pela primeira vez num paciente com 20/25 anos porque na avaliação clínica já conseguimos identificar rugas em repouso (normalmente são paciente mais expressivos e que têm rugas vincadas mais precocemente), no entanto num outro paciente a mesma indicação pode ser feita só aos 40/45 anos, uma vez que não apresenta rugas de expressão de forma precoce.

Quais as principais recomendações antes de recorrer a estes tratamentos?

A maioria dos tratamentos não necessita de cuidados prévios, mas sim cuidados posteriores à realização dos mesmos. No entanto, refiro que alguns tratamentos com Laser ou Luz Pulsada obrigam a ausência de exposição solar prévia, pelo risco de queimadura.

Quais os principais efeitos dos tratamentos? O que podemos esperar?

Alguns tratamentos têm efeitos imediatos, outros surgem em dias (como a Toxina botulínica) e outros que podem tardar meses.

Relativamente aos efeitos expectáveis dos tratamentos passo a resumir os mesmos:

  • Toxina botulínica: melhora as rugas de expressão do terço superior. Nomeadamente as típicas rugas em redor dos olhos, na testa e a ruga “do zangado”. Existem ainda algumas outras aplicações como as rugas no nariz (chamadas “bunny lines”), diminuição do sorriso gengival ou até mesmo melhoria do aspeto do “queixo celulítico";
  • Skinbooster®: efeito de hidratação surgem em dias e pode permanecer por meses. Em função do estado da pele podem ser feitas várias sessões;
  • Protocolos de hidratação com ácido hialurónico e cocktail de vitaminas: resultado imediato que se potencia nos dias seguintes;
  • Laserterapia/Luz Pulsada Intensa: na maioria das vezes o aspeto da pele piora nos dias seguintes (vermelhidão, edema, manchas mais escuras). Pode tardar entre dias a semanas para se verem os resultados finais (depende da patologia que se esteja a tratar)
  • Protocolos de esfoliação e hidratação: resultado imediato que se potencia nos dias seguintes
  • Bioestimulação de colágeno: o efeito tarda meses em surgir, mas os efeitos são bastante naturais e duradouros. Sem dúvida um tratamento muito em voga atualmente.

A par dos tratamentos, quais os principais cuidados diários que não devemos descurar em matéria de prevenção?

Uma rotina de Skin Care aliada a um estilo de vida saudável é fundamental. A rotina diária é importante e deve ser adaptada ao tipo de pele e às necessidades do paciente. É importante adaptar não só ao tipo de pele, mas à "personalidade" do paciente. Com isto quero referir que não é viável estabelecer uma rotina diária com vários séruns e cremes quando percebemos que o paciente só vai aderir a uma rotina mais simples. Adaptar é importante para conseguirmos garantir a adesão.

E quando falamos de Skin Care não podemos esquecer que a proteção solar é o principal passo da rotina para prevenir o envelhecimento, sendo que existem vários estudos que comprovam a sua eficácia. Além disso, o uso de antioxidantes e retinoides começam a ter cada vez mais adeptos por conseguirem atrasar os sinais do envelhecimento.

Não poderia deixar de referir que um estilo de vida saudável, com uma alimentação equilibrada e exercício físico regular, são fundamentais e a base de tudo. Para prevenir o envelhecimento devemos ter em conta todas estas condicionantes, só assim teremos sucesso.

No âmbito deste tema, que ideias chave devemos reter?

O conceito prejuvenation é um conceito recente e defende que “prevenir é o melhor remédio”. E de facto prevenir é a palavra certa! Uma rotina de Skin Care adequada, onde a proteção solar diária é fundamental, aliada a hábitos de vida saudáveis são a chave para envelhecer de forma mais gradual. Estas rotinas são a base da pirâmide, no entanto podem ser conjugadas com tratamentos em clínica sendo a chave de sucesso para uma pele mais bonita, iluminada e saudável.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Alerta a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP)
Assinala-se no dia 21 de abril o Dia Nacional da Reabilitação Respiratória. De acordo com Susana Clemente e Inês Faria, da...

A reabilitação respiratória (RR) consiste numa intervenção multidisciplinar, supervisionada por um médico, e que trata pessoas com doenças respiratórias crónicas, ajudando-as a respirar mais eficientemente, a melhorar a sua capacidade de exercício e a qualidade de vida. É um tratamento que promove uma maior estabilidade da doença, com menos agudizações e, por conseguinte, permite uma redução de custos relacionados com a saúde, podendo ainda contribuir para a redução da mortalidade. A RR é considerada como a intervenção com melhor relação custo-efetividade na DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica) – sendo este o principal motivo de referenciação aos programas de reabilitação respiratória. 

Apesar de tudo isto, segundo estimativas da SPP, um número inferior a 0,5% dos doentes com DPOC beneficiam deste tratamento. “Este número é ainda mais dramático se tivermos em consideração que doentes com outras condições clínicas (bronquiectasias, cancro de pulmão, fibrose pulmonar, sequelas por COVID-19 e período peri-operatório de cirurgias torácicas e abdominais) podem igualmente beneficiar deste tipo de programas”, referem Susana Clemente e Inês Faria. 

Neste sentido, na data em que se assinala o Dia Nacional da Reabilitação Respiratória, a SPP destaca a importância da aposta em medidas que permitam um maior acesso a este tratamento por parte dos doentes que dele podem beneficiar. As especialistas referem existir “várias medidas que podem contribuir para melhorar este acesso, nomeadamente aumentar a oferta de programas (não apenas ao nível hospitalar, como também na comunidade); sensibilizar as entidades financiadoras a investir em mais recursos materiais e humanos; informar os doentes sobre os seus benefícios, alertando-os para a sua existência; formar os profissionais de saúde e investir em equipas multidisciplinares dedicadas”.

 

"À Descoberta do Conhecimento e Vivências" | 29 e 30 de abril em Setúbal
Sob o tema "À Descoberta do Conhecimento e Vivências", o 2º Congresso ANDO, vai decorrer entre os dias 29 e 30 de...

De acordo com Inês Alves, presidente da ANDO Portugal — Associação Nacional de Displasias Ósseas, pretende sobretudo, estimular a “aceitação do diagnóstico, partilha de experiências, de convívio e de aquisição de novas informações e aumento da literacia em saúde e participação ativa das pessoas e famílias nas decisões em saúde”, relacionadas com estas patologias.

Sabendo que há ainda “muita resistência de pessoas com displasia óssea e famílias a dar o passo de conhecer outras pessoas”, Inês Alves apela à participação do maior número de pessoas neste grande evento.

Temas como diagnóstico pré e pós-natal de displasias ósseas, reabilitação física em pediatria e adultos, inovação terapêutica e investigação, movimento e atividade física ou nutrição vão ser debatidos com o objetivo de contribuir para aumentar a literacia nesta área, bem como ajudar a melhorar o dia-a-dia das pessoas com displasia óssea.

Nestes dois dias de evento, para além das palestras, os participantes vão poder participar de atividades lúdicas como atletismo ou dança. Esta será “mais uma oportunidade para partilhar conhecimentos experiências, participar em atividades e aproximar as pessoas”.

A ANDO relembra ainda que, com o objetivo de reavaliar as prioridades de ação implementadas até agora nesta área, foi criado um questionário dirigido a esta população, cujos resultados serão divulgados durante o Congresso.

O questionário está disponível até 25 de abril e pode ser encontrado aqui: https://www.andoportugal.org/noticias/questionario-prioridades-e-necessidades-nas-displasias-osseas.html.


(ou clique na imagem para participar)

Prémio LABINSAÚDE - Young Researcher Award (L@bYRA) e Igniting InterDisciplinarity (I2D)
A Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC) acaba de lançar dois projetos de apoio à...

Estas iniciativas pretendem promover “uma cultura de investigação” na ESTeSC-IPC, explica o vice-presidente, Telmo Pereira. “As Instituições de Ensino Superior são, por natureza, locais de produção e transmissão de conhecimento, pelo que a investigação científica terá de ser identificada, necessariamente, e a par com o Ensino, como um core business da sua atividade”, frisa, lembrando que “os desafios colocados presentemente ao nível dos Politécnicos vêm acentuar ainda mais a necessidade de fomentar uma cultura científica forte, consequente com a sua missão e valores, e alinhada com a sua matriz identitária”.

O Prémio L@bYRA será atribuído, anualmente, no Dia da Escola (18 de março). A cada ano, serão identificados, por curso, os melhores projetos de investigação de licenciatura e mestrado, desenvolvidos nas unidades curriculares de Investigação Aplicada (1.º Ciclo) ou Tese (2.º Ciclo). Os autores desses trabalhos serão desafiados a apresentá-los numa sessão pública, perante um júri que selecionará os três vencedores. Serão atribuídos prémios de 500 euros (1º classificado), 250 euros (2º classificado) e 100 euros (3º classificado).

No que respeita ao projeto I2D, prevêem-se apoios até 10 mil euros para dois projetos multi e inter-disciplinares. São elegíveis para concurso projetos de investigação de caráter exploratório, implementados em cocriação entre, pelo menos, dois departamentos da ESTeSC-IPC, preferencialmente envolvendo estudantes e focados em ideias originais que visem lançar novas linhas de investigação de carácter interdisciplinar. As candidaturas à primeira edição do projeto decorrem até 30 de junho.

Para além da valorização da atividade científica em termos gerais, a Presidência da ESTeSC-IPC espera, com estas iniciativas, “promover um envolvimento mais ativo dos estudantes na aquisição de competências aplicadas à investigação em saúde”, formando diplomados com “um perfil de competências que incorpore as metodologias da investigação como algo estruturante e fundamental à construção de um profissional alinhado com os desafios do futuro”, descreve Telmo Pereira. Por outro lado, este pode ser também um incentivo à procura de formação avançada por parte dos estudantes, “correspondendo a um alinhamento com uma trajetória de incremento na proporção de profissionais doutorados na área das tecnologias da saúde”, acrescenta.

Com a coordenação de Marília Dourado, Professora Associada da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
A editora LIDEL anuncia o lançamento do “Guia de Boas Práticas para Cuidadores” com a coordenação de Marília Dourado,...

O “Guia de Boas Práticas para Cuidadores” é o resultado do interesse e da motivação de um grupo de 18 profissionais de várias áreas que se dedicam a partilhar conhecimento e experiências de cuidar de pessoas idosas/dependentes e vulneráveis. Este guia ganha importância numa altura em que o envelhecimento da população portuguesa, cada vez mais marcado, impõe desafios a vários níveis, como por exemplo a crescente procura de instituições de apoio e de prestação de cuidados.

Neste contexto as estruturas prestadoras de cuidados de saúde e apoio social, em particular as ERPI, veem‑se, assim, confrontadas com a necessidade de dar resposta e de refletir sobre esta realidade e devem, por isso, ser preparadas para este exigente desafio. Os colaboradores destas instituições necessitam de ter a devida formação para que se encontrem mais aptos para desempenhar o nobre papel a que se propõem.

Este guia propõe-se a contribuir para o enriquecimento dos conhecimentos acerca do cuidar e como cuidar bem, no pleno respeito pelo outro. É um livro de consulta simples, com orientações acessíveis sobre algumas estratégias a adotar na prestação de cuidados e intervenções de qualidade, que preservem a dignidade e os direitos da pessoa idosa e/ou dependente, divulgando conhecimento centrado na prática.

A obra destina-se a todas as pessoas envolvidas no processo de cuidar de pessoas idosas ou dependentes, pelo que será útil para todos os interessados, sejam cuidadores formais ou não.

 

 

 

Iniciativa sobre Literacia em Saúde investiga a qualidade de vida dos cuidadores informais
A 8.ª edição do Saúde que Conta quis perceber qual o nível de “Literacia em Saúde e Qualidade de Vida dos Cuidadores Informais ...

Dos cuidadores informais inquiridos pelo Saúde que Conta (n=790), 85,7% não usufrui do estatuto de cuidador informal, apesar de 78,9% cuidar de pelo menos uma pessoa, 47% ter essa responsabilidade há mais de um ano e 37,6% reportar que presta cuidados até seis horas por dia. Mesmo com este cenário, 51,1% respondeu que não tem qualquer tipo de apoio enquanto cuidador informal e, mesmo sendo um trabalho a tempo inteiro, 93,5% nunca usufruiu do serviço de descanso do cuidador.

Além de procurar conhecer melhor a realidade portuguesa nesta área, nesta edição, o Saúde que Conta avaliou ainda a qualidade de vida dos cuidadores informais. Para tal, começou por solicitar que indicassem o seu grau de concordância com a frase “Deixo de cuidar de mim e/ou da minha saúde para cuidar da pessoa cuidada” e 79,6% concordou ou concordou totalmente com a afirmação (37,4% concordou e 42,2% concordou totalmente). Quis ainda saber qual a perceção que os cuidadores informais tinham sobre a sua saúde: 56,9% indicaram que está no nível razoável e 51,3% assumiam o mesmo nível (razoável) para classificar o seu estado de saúde mental. Apenas 2,7% no caso da perceção de saúde geral e 4,7% na de saúde mental reportou um nível muito bom.

A segunda parte do estudo analisou a associação entre o nível de literacia em saúde dos cuidadores informais portugueses e a sobrecarga dos cuidados, bem como a sua qualidade de vida. Percebeu-se que a literacia em saúde desta população está diretamente relacionada com a sua qualidade vida, sendo esta correlação estatisticamente significativa, ou seja, quanto maior o nível de literacia em saúde, melhor a qualidade de vida. Conclui ainda que a literacia em saúde está inversamente relacionada com a sobrecarga do cuidador informal: quanto maior o nível de literacia em saúde, menor a sobrecarga do cuidador.

Outra conclusão a destacar, e que foi também uma tendência em edições anteriores do Saúde que Conta, tem a ver com as vulnerabilidades sociais e com o facto da literacia em saúde dos cuidadores informais ser maior nos indivíduos com níveis mais elevados de escolaridade. Cenário idêntico foi identificado junto das pessoas detentoras de um rendimento superior.

Os cuidadores que têm níveis mais elevados de literacia em saúde são também os que assumem ter um melhor estado de saúde. Paralelamente, e tendo em conta o grau de apoio que recebem para as funções que desempenham como cuidadores informais, os indivíduos que indicam ter menos apoio, são os que apresentam um menor nível de literacia em saúde.

Em relação ao acesso a cuidados de saúde e a informação sobre a função de cuidador informal, os dados apurados mostram que quem afirma ter acesso aos cuidados de saúde e à informação ao nível de “Bom/Excelente” e “Intermédio” são os detentores de uma maior qualidade de vida quando comparados aos que classificam o mesmo como “Muito mau/Mau”. Por outro lado, a sobrecarga dos cuidadores informais que declaram ter um acesso à informação de “Bom/Excelente” e “Intermédio” é menor, quando comparada com quem classifica este acesso como “Intermédio” e Muito mau/ Mau.

«Pela análise dos dados conseguimos perceber que quanto maior é o acesso do cuidador informal à informação e melhor é o seu nível de literacia em saúde melhor, melhor é a sua qualidade de vida, refletindo-se também numa diminuição da sobrecarga nos cuidados da pessoa cuidada. A sobrecarga e a diminuição da qualidade de vida do cuidador podem comprometer a continuidade e qualidade dos cuidados prestados, o que faz aumentar a preocupação com o acompanhamento e com o apoio prestado aos (e pelos) cuidadores informais. Como podemos constatar pela análise dos dados, existe uma subutilização das respostas criadas para apoio a esta população e um grande número de necessidades não satisfeitas. Este foi o mote para que, nesta 8ª edição do Saúde que Conta, seja promovido um debate aprofundado sobre a importância da literacia em saúde dos cuidadores informais em Portugal», afirma Ana Rita Pedro, investigadora da ENSP-NOVA e coordenadora do estudo.

No estudo são ainda evidenciadas recomendações de estratégias de atuação para melhorar a literacia em saúde dos cuidadores informais, com vista à melhoria da sua qualidade de vida e diminuição da sobrecarga, bem como promover um melhor acesso à informação.

Os resultados deste estudo serão apresentados esta tarde, a partir das 15h, na Escola Nacional de Saúde Pública - NOVA, numa sessão híbrida (presencial e online) em que serão discutidas recomendações para aumentar o nível de literacia junto dos cuidadores informais. Os interessados em acompanhar a sessão poderão inscrever-se em: Literacia em Saúde e Qualidade de Vida dos Cuidadores Informais (office.com)

Passaporte Digital de Produto é uma iniciativa da Comissão Europeia
Especialistas e representantes de várias organizações governamentais, do terceiro setor e empresas mundiais, estiveram reunidos...

O Passaporte Digital de Produto é uma iniciativa da Comissão Europeia que visa melhorar a informação disponível aos consumidores e reforçar a transparência no mercado, na União Europeia, conforme previsto no Pacto Ecológico Europeu. Prevê-se que a informação sobre o produto, eventualmente a apresentar no rótulo, possa assumir a forma de "classes de desempenho" - por exemplo, de "A a G" - para facilitar a comparação entre produtos, permitindo que se utilize, por exemplo, para uma pontuação de “reparabilidade”, facilitando a respetiva reciclagem e o rastreio de substâncias que suscitem preocupação ao longo da cadeia de valor dos produtos.

A proposta da Comissão, em debate pelo Parlamento e pelo Conselho Europeu, permite, por outro lado, assegurar a manutenção do valor material, através de medidas destinadas a impedir a destruição de bens de consumo não vendidos.

Este foi o tema da sessão “Show me your Passport”, o evento anual global que reúne as 116 organizações-membro da GS1, a organização neutra, sem fins lucrativos e responsável pela implementação de standards que acrescentam valor às operações ao longo de toda a cadeia de abastecimento, a nível global. Conforme se sublinhou, através da leitura dos códigos de barras dos produtos, é possível capturar e disponibilizar dados que tornam mais eficiente todo o processo de reutilização, reciclagem e gestão de resíduos, podendo suportar o Passaporte Digital de Produto. A discussão incidiu sobre a aplicabilidade da proposta da Comissão Europeia e sobre a respetiva relevância na identificação de produtos sustentáveis, equacionando também o impacto da guerra e da incerteza da política internacional na sua aplicação.

Em destaque esteve a adoção de práticas sustentáveis, que o DPP permite para tornar a cadeia de abastecimento mais eficiente, garantindo a circularidade, redução de emissões e otimização dos recursos despendidos. Francesca Poggiali, porta-voz da GS1, deu início à sessão, enquadrando o foco no Passaporte Digital do Produto.

A primeira apresentação da sessão, por Valérie Boiten, Senior Policy Officer da Ellen MacArthur Foudantion, abordou o tema à luz do Fashion System, sistema económico predominantemente linear, Valérie Boiten salientou o papel pioneiro da fundação no sentido de gerar a mudança, tornando-o num sistema económico circular. “O Passaporte Digital de Produto permitirá alcançar um sistema circular, em que os produtos serão mais ou menos utilizados e adquiridos consoante contenham mais ou menos componentes que serão seguros se reciclados ou consoante contenham mais ou menos componentes renováveis”. Realçando as barreiras ainda existentes, a representante da Fashion System sublinhou que “a falta de informação é hoje uma barreira fundamental”. Ainda quando questionada acerca dos principais desafios, Valérie Boiten respondeu que a rapidez, a ambição, o panorama político e a visão desta evolução dão aos consumidores e clientes uma falsa sensação de preparação, que os impede de ter uma visão harmonizada sobre o que é essencial priorizar.

Na segunda apresentação, o destaque foi para a atualidade no mundo do DPP, com a intervenção de Michele Galatola, coordenadora do Grupo de Trabalho que lidera o projeto DPP na Comissão Europeia. Michele Galatola explicou o porquê de estarem a ser apresentados tantos Regulamentos pela Comissão Europeia relativos a esta matéria. “Temos uma legislação horizontal que inclui os princípios gerais. Depois iremos regular os produtos, grupo a grupo, começando por aqueles que tenham uma maior prioridade do ponto de vista ambiental e do ponto de vista da sustentabilidade.”. Sobre a plena operacionalização do Passaporte Digital de Produto, referiu que ainda existem alguns detalhes que necessitam de ser trabalhados para uma total operacionalização e implementação na UE.

David Jensen, Coordenador da Task Force para a Transformação Digital, apresentou perspetivas sobre os planos da União Europeia a partir do programa de transformação digital do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUA) e reforçou que “a grande tristeza em torno das atuais cadeias de abastecimento é a quantidade de dados perdidos. Contudo, com a introdução do Passaporte Digital de Produto estamos perante uma revolução”. David Jensen referiu ainda considerações essenciais para o diálogo em todo esse processo, recomendando um diálogo global inclusivo, a partilha mais equitativa dos benefícios e a validação das necessidades ambientais. Para além disso, destacou a necessidade de evitar a fragmentação regional e o imperativo de apoio ao reforço das capacidades governamentais, empresariais e dos consumidores, enquanto, paralelamente se enfatizam fatores que incentivem o consumo sustentável e modelos de negócio circulares. No final, quando questionado sobre o papel da GS1 no processo, foi evidente a abertura à entrada “Nós temos um plano para convocar os intervenientes, para os reunir. E, sim, a GS1 poderia juntar-se à mesa”.

O evento contou, ainda, com uma última intervenção de Roy Santana, Especialista em Política Comercial da Organização Mundial de Comércio (OMC), que falou sobre como tornar o sistema harmonizado, numa língua universal, e mais sustentável, sublinhando os desafios que se colocam. “Temos um problema porque tornar o sistema mais sustentável quer dizer, pelo menos, três coisas diferentes” enfatizando que incrementar a sustentabilidade envolve a identificação e aplicação de vários fatores ao longo de toda a cadeia logística, ligada a um produto.

Todos os intervenientes realçaram a importância de “pensar de forma global e agir de forma local”, colocando em cima da mesa a grande questão que se põe sobre qual a melhor forma para fazer a transição de um sistema económico linear para um sistema económico circular.

Esta sessão, inserida no GS1 Global Forum, que ocorreu entre os dias 13 e 16 de fevereiro, contribuiu largamente para uma reflexão sobre os objetivos e aplicação do DPP, os principais desafios inerentes à transposição para enquadramentos locais, evidenciando os desafios expectáveis ao longo das cadeias de valor, bem como relativos às incertezas políticas que decorrem do contexto mundial. 

Descubra uma nova paixão
Chega de dramatizar porque não tem uma relação. Quantas pessoas têm relação e estão “sozinhas”?

Muitas pessoas têm um amante e outras gostariam de ter um. E geralmente são estes últimos que vêm ao meu consultório para me dizer que estão tristes ou que apresentam insônia, falta de vontade, pessimismo, crises de choro ou as mais diversas dores. Dizem-me que as suas vidas passam de forma monótona e sem expectativas, que trabalham apenas para sobreviver e que também gostavam de ter alguém com quem partilhar a sua vida, os momentos.

Antes de me contar isso, eles já haviam visitado outras clínicas onde receberam com condolências um diagnóstico seguro de "depressão" e a inevitável prescrição do antidepressivo mudança. Então, depois de ouvi-los com atenção, digo-lhes que não precisam de antidepressivo, o que eles realmente precisam é de um AMANTE. É incrível ver a expressão nos seus olhos quando recebem o meu veredicto. Há quem pense: como é possível que um profissional de saúde mental dê uma sugestão tão pouco científica?!

Amante é "o que nos apaixona", o que ocupa o nosso pensamento antes de adormecer e também é aquele que às vezes não nos deixa dormir. Às vezes encontramos o nosso amante num parceiro, em outros casos em alguém que não é nosso parceiro. Podemos encontrá-lo também na leitura, na música, na política, no desporto, nas viagens, no trabalho quando é vocacional, na necessidade de transcender espiritualmente, na amizade, na boa comida, no estudo ou no prazer do autocuidado.

Um amante é algo que nos toca profundamente. É fogo dentro que nos motiva. Quando falta um amante, falta paixão pela vida, e as nossas ações carecem de sentido. Um amante é o segredo de se apaixonar pela vida todos os dias. Namore com a sua vida!

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Num total de 500 mil dólares
Está a decorrer o processo de submissão de propostas a um Programa Competitivo de Bolsas, promovido pela Pfizer, para apoiar...

Está prevista a atribuição de 2 bolsas e as submissões consideradas para financiamento deverão ser focadas em projetos de educação médica nas áreas específicas abaixo definidas. Apenas serão aceites as propostas que sejam submetidas até dia 24 de abril de 2023.

Posteriormente, os projetos serão analisados por um painel de revisores da Pfizer, que irá selecionar os projetos para financiamento. A Pfizer não tem influência sobre qualquer aspeto dos projetos e apenas solicita relatórios sobre os resultados e o seu impacto, para partilha pública.

Estas bolsas estão inseridas no programa Pfizer Global Medical Grants (GMG), criado para apoiar iniciativas independentes, com o objetivo de melhorar os resultados em saúde e responder a necessidades médicas não satisfeitas, alinhadas com a estratégia científica da Pfizer. Mais informações em: PARP-inhibitor Combination Treatments in Prostate Cancer

 

Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado tem nova direção
A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) elegeu Manuel Arsénio dos Santos como presidente da direção para o...

A nova direção assume o compromisso de reforçar a presença e posicionamento institucional da Associação a nível nacional, dando continuidade ao trabalho e às parcerias com as associações congéneres. A promoção da produção científica nacional na área das doenças hepáticas e a formação de interlocutores privilegiados para os temas relacionados com a saúde do fígado, continuarão a ser uma prioridade da APEF.

"Pretendemos dar continuidade ao percurso de crescimento da APEF, incentivando à investigação, formação e partilha de conhecimentos entre profissionais de saúde. Mantemos a aposta no desenvolvimento de campanhas de consciencialização dedicadas à população portuguesa, por forma a alertar para as doenças hepáticas, e a importância da prevenção, do diagnóstico e tratamento", afirma Arsénio Santos.

A nova direção é também constituída pelos médicos Sofia Carvalhana (Vice-Presidente), Luís Maia (Secretário-Geral), Mariana Cardoso (Tesoureira), Hélder Cardoso (Vogal), Nuno Silva (Vogal) e Mário Silva (Vogal). A Assembleia-Geral é constituída pelos médicos José Presa (Presidente), Sónia Fernandes (Vice-Presidente) e Alexandra Rosu (Secretária). O Conselho Fiscal é constituído por Luís Jasmins (Presidente), Ângela Rodrigues (Secretária do Conselho Fiscal) e Catarina Martins (Vogal).

 

Índice de Saúde Sustentável 2022/23
A perceção global dos portugueses sobre a evolução do SNS é positiva, apesar de existir uma perceção negativa em relação aos...

O estudo, desenvolvido pela NOVA Information Management School (NOVA-IMS) da Universidade Nova de Lisboa, analisou pela primeira vez a perceção dos portugueses sobre a evolução do SNS nos últimos 10 anos e perspetivas para o futuro.

Globalmente a perceção dos portugueses sobre a evolução do SNS é favorável: 38% considera que a evolução foi positiva, 23% considera que está igual e 26,3% considera que piorou. Para estes dados contribui o facto de existir, na opinião dos portugueses, uma maior expectativa de resolver os problemas de saúde, nomeadamente nas doenças cardiovasculares (48,8%), doenças oncológicas (47,6%) e doenças crónicas (45%). Esta expectativa de resolução de problemas de saúde deve-se sobretudo, de acordo com os inquiridos, a melhores meios de diagnóstico e medicamentos mais inovadores.

Questionados sobre o futuro do SNS, os portugueses consideram que a principal prioridade para os próximos dez anos deve ser o investimento nos profissionais de saúde (61,6%). Seguem-se depois o investimento nas instalações e equipamentos (32,9%) e em meios de diagnóstico (29,5%).

“Estes dados devem ter em conta a evolução que a própria medicina tem registado nos últimos anos. Os próprios inquiridos justificam esta perceção com melhores meios de diagnóstico e medicamentos mais inovadores. Como confiam nos métodos de diagnósticos as pessoas encaram cada vez mais os cuidados de saúde de uma forma preventiva, mais de metade dos inquiridos (53,6%) recorreram aos cuidados de saúde como forma de prevenção de uma doença. Esta atitude preventiva permite diagnósticos mais precoces que reforçam as taxas de sucesso e simultaneamente a confiança no sistema. Destacamos que 82,2% dos inquiridos consideram que estão informados sobre o seu estado de saúde e sabem como prevenir uma doença. Temos, no entanto, que salientar que a perceção mais negativa está relacionada com os tempos de espera, que foram identificados como a principal causa de quem considera que tem menor expetativa de resolver os seus problemas de saúde”, afirma Pedro Simões Coelho, professor da NOVA IMS e coordenador principal do projeto Índice de Saúde Sustentável.

De acordo com o estudo, os cuidados prestados pelo SNS permitiram evitar a ausência laboral em 1,6 dias, correspondendo a uma poupança de 7 milhões de euros. O SNS teve ainda um impacto positivo na produtividade, tendo permitido evitar 9,9 dias perdidos em produtividade, que se traduziu numa poupança de 4,5 mil milhões de euros. Totalizando o impacto no absentismo e na produtividade, o SNS permitiu uma poupança global de 5,2 mil milhões de euros (impacto por via dos salários). Considerando o impacto dessa poupança por via dos salários e a relação entre produtividade/remuneração (valos referência do INE), é possível concluir que os cuidados prestados pelo SNS permitiram um retorno económico de 7,8 mil milhões de euros.

Globalmente, os utentes portugueses continuam a considerar o preço do SNS adequado, assim como os valores pagos pelos medicamentos. No entanto, 30% considera o valor das taxas moderadoras do serviço de urgência inadequadas. Comparando o valor das taxas moderadoras percecionadas com as taxas reais, os utentes têm uma perceção do valor das taxas moderadoras superior ao seu valor real.

De acordo com o estudo, em 2022 89% dos portugueses tomaram algum medicamento prescrito por um médico e destes 10% optou por não comprar algum medicamento prescrito devido ao seu custo, o que representa um aumento de 2,2% em relação ao ano anterior.

O Índice de Saúde Sustentável permanece praticamente inalterado, em comparação com 2021, tendo registado um valor de 91,8 pontos em 2022 e de 92,5 pontos no ano anterior. Os parâmetros de análise que compõem o índice são a qualidade (técnica e percecionada), a acessibilidade (técnica e percecionada), a atividade do sistema, a despesa e a evolução da dívida. Em comparação com 2021, a variação foi mais significativa na despesa que aumentou 6% (atingindo 13,12 mil milhões de euros), tendo-se verificado, contudo, um decréscimo do défice (-3%). Registou-se também um decréscimo significativo no stock da dívida vencida face ao ano anterior (-8%).

Iniciada em 2014, a parceria entre a biofarmacêutica AbbVie e a NOVA IMS resultou na criação do primeiro índice capaz de quantificar a sustentabilidade do SNS. O estudo “Índice de Saúde Sustentável” procura compreender os contributos económicos e não económicos do SNS, conhecer o impacto dos custos de utilização do sistema no nível de utilização do mesmo e identificar pontos fortes e fracos do SNS, bem como possíveis áreas prioritárias de atuação.

Dia Europeu dos Direitos dos Doentes
A propósito do Dia Europeu dos Direitos dos Doentes, assinalado anualmente no dia 18 de abril, a Associação Protectora dos...

“O acesso aos cuidados de saúde de qualidade, e a metodologias de tratamento inovadoras, é um elemento central na melhoria da qualidade de vida das pessoas com diabetes.”, alerta João Valente Nabais, Vice-presidente da Federação Internacional da Diabetes.

A diabetes é uma das doenças mais comuns do mundo e uma das principais causas de morte. Cerca de uma em cada 10 pessoas vive com diabetes em todo o mundo. Em Portugal, segundo os dados do Relatório do Observatório Nacional da Diabetes, recentemente divulgado, em 2021, a prevalência estimada da diabetes foi de 14,1%, o que representa cerca de 1,1 milhões de portugueses.

O Relatório aponta uma evolução positiva de alguns indicadores, mas preocupante no que diz respeito a critérios como o peso crescente da presença da diabetes nos internamentos hospitalares, a quebra na prestação de cuidados associada à pandemia da covid-19 e o aumento da despesa com medicamentos.

“A diabetes, cuja prevalência continua a aumentar, está na origem de muitas complicações de saúde, incluindo obesidade, hipertensão e doenças cardiovasculares.”, alerta José Manuel Boavida, presidente da APDP, acrescentando: “Tratar a diabetes através da sua correta gestão e de um acompanhamento especializado é urgente e deve ser visto como um direito humano fundamental”.

O Dia Europeu dos Direitos dos Doentes foi criado pela Active Citizenship Network e vai já na 17ª edição. O objetivo passa por informar, debater e assumir compromissos para melhorar os direitos dos doentes na Europa e em cada Estado-membro.

 

 

27 de abril
A A.N.D.A.R - Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatoide realiza as suas XXIII Jornadas, no dia 27 de Abril, no...

O painel será constituído por especialistas na área da reumatologia que abordarão o impacto da Artrite reumatoide nas emoções, relações e intimidade do doente; a ligação da artrite reumatoide com a fadiga, a osteoporose, o pulmão e o aumento do risco de infecções; e o doente no centro do sistema e quais as ferramentas o podem ajudar na sua doença.

Arsisete Saraiva, Presidente da A.N.D.A.R afirma “estas jornadas são mais um passo na missão da A.N.D.A.R de apoiar os doentes com artrite reumatoide na gestão da sua doença, de forma a reduzir o seu impacto e aumentar a sua qualidade de vida, mas também alertar a comunidade médica para os avanços nesta área”.

Em Portugal, há cerca de 70.000 doentes diagnosticados com artrite reumatóide, uma doença inflamatória crónica que se caracteriza pela inflamação das articulações (principalmente mãos, punhos, joelhos e pés) e que pode levar à destruição do tecido articular e periarticular, com incapacidade potencialmente elevada. Esta doença é mais comum entre os 25 e os 55 anos e no sexo feminino.

Para participar e assistir ao às XXIII da A.N.D.A.R, é necessário inscrever-se em: [email protected].

 

 

 

24 de abril
‘As perdas e o luto na doença: desafios e oportunidades’ é o mote da sessão de esclarecimentos que vai ser promovida pela...

A iniciativa vai ter o contributo da psicóloga Alexandra Coelho, que vai abordar temas relacionados com as dificuldades sentidas pelos doentes, esclarecendo as várias dúvidas que surgirem ao longo da sessão. A moderação ficará a cargo das também psicólogas Sara Teixeira e Andreia Cardoso.

Com este tipo de iniciativas, a APCL pretende promover mais um espaço de partilha de informação e experiências úteis para as pessoas que vivem com doenças hemato-oncológicas.

As inscrições são gratuitas e devem ser efetuadas via email, para [email protected], ou por telefone, através do número 213 422 205.

 

Estudo Mayo Clinic
A prescrição de opiáceos tem um efeito negativo na função cognitiva dos adultos idosos, de acordo com um estudo recente da Mayo...

A equipa de investigação verificou que 70% dos participantes receberam pelo menos uma prescrição de opiáceos durante uma média de 7,5 anos. Cada receita estava relacionada com declínios no desempenho cognitivo, particularmente na memória, linguagem e atenção. As pessoas que receberam opiáceos também tiveram 20% mais hipóteses de desenvolver disfunção cognitiva, um estado de declínio cognitivo que vai além do envelhecimento normal.

"Esta informação é importante para incluir na tomada de decisão partilhada entre os doentes e os profissionais de saúde relativamente a estratégias ótimas de gestão da dor", diz Nafisseh Warner, anestesista e especialista em dor.

A dor é considerada comum em adultos mais velhos, sendo que mais de metade das pessoas com 65 anos ou mais experimenta algum tipo de dor na maioria dos dias. Os autores do estudo sugerem que ao considerar a utilização de prescrição de opiáceos para adultos mais velhos, o tratamento deve ser personalizado para cada paciente com avaliação de risco-benefício e acompanhamento clínico próximo.

Os investigadores acreditam que os resultados do estudo poderiam levar ao desenvolvimento de estratégias de tratamento mais eficazes para adultos idosos, bem como ajudar a mitigar o impacto negativo da prescrição de opiáceos na função cognitiva.

Observam que os mecanismos pelos quais os opiáceos podem levar ao declínio cognitivo não são totalmente compreendidos. A questão principal é se as associações observadas entre a prescrição de opiáceos e o declínio cognitivo demonstram relações causais ou se a prescrição de opiáceos é um marcador para outras condições associadas à disfunção cognitiva.

"Estes dados, apesar de convincentes, não estabelecem uma relação causal entre a prescrição de opiáceos e o declínio cognitivo", explica Nafisseh Warner. "Mas existe uma clara associação entre os opiáceos e o declínio cognitivo a longo prazo, o que deverá estimular uma conversa ao considerar se se deve começar a receitar opiáceos a um adulto mais velho".

Warner afirma ainda que qualquer decisão de tratamento deve ser tomada considerando o que mais interessa ao doente, incluindo a saúde do doente, objetivos de vida e preferências de cuidados.  

"Ao decidir adotar a terapia opióide, é importante otimizar outros fatores que possam ser protetores do declínio cognitivo, tais como o sono, o exercício e a socialização", diz a especialista.

APIC tem nova Direção
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) elegeu a cardiologista Rita Calé Theotónio como presidente da...

Rita Calé Theotónio é licenciada pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade NOVA de Lisboa e cardiologista com a subespecialidade de intervenção desde 2015. Fez parte da última Direção da APIC como Secretária-geral (2021-2023). Atualmente, é Coordenadora-adjunta da Unidade de Cardiologia de Intervenção do Hospital Garcia de Orta.

O objetivo da nova direção passa por “com o contributo dos associados e parceiros, dar continuidade aos projetos e campanhas, mantendo os princípios e valores da APIC. A estratégia para os próximos dois anos assentará em três pilares fundamentais: Formação, Investigação e Relações nacionais, internacionais e com a tutela. Iremos promover a formação e capacitação dos profissionais de saúde com cursos e formações específicas, que promovam a partilha de conhecimentos e experiências interpares, bem como contribuir para uma maior literacia em saúde cardiovascular através de atividades educativas no seio da População”, defende Rita Calé Theotónio.

A nova Direção assume o projeto de continuidade da APIC, reforçando a importância das parcerias e colaboração com entidades congéneres, como condição fundamental para fomentar o estudo, investigação e promoção de atividades de âmbito científico, médico, e educacional na área da Cardiologia de Intervenção.

“Pretendemos ainda incutir dinamismo ao Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção e à Investigação na nossa área de intervenção. Faremos ainda um trabalho de sensibilização da tutela para a importância de disponibilizar os recursos adequados e necessários, de forma a manter a universalidade e equidade no acesso atempado a técnicas de intervenção percutâneas”, reforça Rita Calé Theotónio. 

A restante Direção é constituída por Pedro Jerónimo de Sousa (Secretário-Geral) e Carlos Galvão Braga (Tesoureiro). A Assembleia-Geral é composta por Rui André Rodrigues (Presidente), Joana Delgado Silva (Vogal) e David Neves (Vogal).

Médicos Internos ou Especialistas
A MSD Portugal acaba de anunciar a 5.ª edição do Prémio MSD de Investigação em Saúde, que mantém o objetivo de reconhecer e...

O período de candidaturas desta nova edição decorre até 10 de maio e é direcionado a Médicos Internos ou Especialistas, com atividade em estabelecimentos de prestação de Cuidados de Saúde ou em Instituições Científicas sem fins lucrativos, que podem submeter os seus projetos no site do Prémio

Os critérios de avaliação definidos estão organizados por: objetivo e metodologia do protocolo; inovação; exequibilidade; aplicabilidade e/ou impacto estimado na população alvo. O Grande Vencedor será premiado com 10.000€, estando prevista a concessão de 1.500€ aos outros dois projetos finalistas, distinguidos com Menções Honrosas.

A Comissão de Avaliação é constituída por reconhecidos especialistas, nomeadamente: a Prof.ª Doutora Catarina Resende de Oliveira, a Prof.ª Doutora Emília Monteiro, o Prof. Doutor Henrique Luz Rodrigues, o Prof. Doutor Firmino Machado, o Prof. Doutor Manuel Abecasis, a Prof.ª Doutora Mariana Monteiro e o Prof. Doutor Nuno Sousa. 

 Desde que foi criado, o Prémio MSD de Investigação em Saúde já analisou mais de 300 candidaturas, submetidas por equipas e instituições científicas de todo o país.  Na 4.ª edição, em 2022, o Grande Vencedor foi o projeto “Acuidade diagnóstica da ecografia digital pulmonar de bolso para definição etiológica e vigilância de complicações de pneumonia em crianças internadas: um estudo de coorte”, um trabalho desenvolvido pelo Centro Materno Infantil do Norte, do Centro Hospitalar Universitário do Porto. Este projeto visava testar a utilização de uma tecnologia, inovadora e menos invasiva, de diagnóstico, numa das causas mais prevalentes de internamento em idade pediátrica: a pneumonia.

Com a 5.ª edição do Prémio MSD de Investigação em Saúde, a MSD Portugal reitera o seu compromisso em apoiar a Investigação Científica em Portugal, ciente de que esta é uns dos motores que permite melhorar os cuidados prestados aos doentes, contribuindo também para o desenvolvimento e competitividade do país. 

Para consultar o regulamento do Prémio e a ficha de candidatura, visite o site.

Opinião
A doença e o processo do adoecer são únicos em cada pessoa e é nesta compreensão abrangente que resi

Valorizamos a saúde psicológica e a sua relação com a mente do ser humano, fundamental para o equilíbrio com cada uma das restantes áreas que fazem a interligação corpo-mente, para atingir o equilíbrio global a que chamamos saúde. O nosso processo dá especial importância à adoção de estilos de vida saudáveis, com destaque para a nutrição, o exercício físico e relações familiares e sociais enriquecedoras.

Sem vitaminas, o funcionamento do corpo humano arrisca-se a entrar em colapso, gerando problemas tão díspares como falta de visão, anemia, enfraquecimento dos ossos ou demência. Mas o que são, ao certo, as vitaminas? E porque são tão importantes para o funcionamento do nosso organismo?

A população, de um modo geral, tem-se preocupado com a qualidade dos alimentos consumidos, tanto em relação à sua composição nutricional quanto aos possíveis efeitos indesejáveis que possam afetar diretamente a saúde e a qualidade de vida.

Um dos fatores mais importante nos alimentos são o seu conteúdo em vitaminas. As vitaminas são elementos essenciais necessários em pequenas quantidades pelo organismo, pois o mesmo não consegue produzir, sendo desta maneira necessária uma fonte externa para suprir as necessidades do organismo. Cada vitamina desempenha uma função no organismo assim como sua carência causa um problema relativo a esta função.

São compostos muito sensíveis podendo ser degradados por vários fatores, como temperatura, presença de oxigênio, luz, humidade e pH.

As vitaminas são compostos orgânicos de natureza e composição variada, que desempenham uma ampla gama de funções no organismo. São necessárias para a síntese de cofatores essenciais e para um grande número de reações metabólicas controladas por enzimas e coenzimas.

São reconhecidas treze vitaminas, sendo estas divididas em dois grupos de acordo com a sua solubilidade: as hidrossolúveis e as lipossolúveis. As vitaminas lipossolúveis são representadas pelas vitaminas A, D, E e K e constituem um grupo de sustâncias químicas, com estrutura variada, podendo ser armazenadas na gordura corporal e com potencial para atingir níveis tóxicos quando consumidos em excesso. As vitaminas hidrossolúveis incluem a vitamina C e as vitaminas do complexo B (B1, B2, B6, B12, ácido fólico, ácido pantotênico, niacina e biotina) (B1, B2, B3, B5; B6; B8; B9; B12) e não são normalmente armazenadas em quantidades significativas no organismo, o que leva à necessidade de consumo diário dessas vitaminas.

A descoberta das vitaminas foi uma grande conquista científica em nossa compreensão da saúde e da doença. Em 1912 Casimir Funk utilizou o termo vitaminas pela primeira vez.

Vários estudos científicos relacionam a ingestão de vitaminas com a prevenção de várias doenças, pelo que torna se imprescindível para se ter uma boa saúde o consumo de alimentos frescos, nutricionalmente ricos capazes de suprir as nossas necessidades em vitaminas. O uso de suplementos alimentares pode ser necessário para complementar o aporte feito pela alimentação, no entanto deve sempre consultar o seu médico, realizar analises clínicas para que possa apenas suplementar as vitaminas que estejam em deficit e as que estejam abaixo dos valores ótimos.

Isto porque tudo é nada sem saúde.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Revela estudo sobre o cérebro
Cientistas da Universidade de Coimbra (UC) e da Universidade de Bangor (Reino Unido) realizaram um estudo para aprofundar o...

O processo de interpretação das interações sociais requer que cada pessoa consiga decifrar múltiplos tipos de informação, como perceber posturas corporais ou intenções subtis durante o contacto social, e tirar conclusões sobre os pensamentos e sentimentos dos outros.

«Os resultados do estudo são importantes para perceber que tipo de informação social (movimentos corporais ou julgamentos sociais profundos) contribui para entender a interação social à medida que o cérebro se desenvolve», explica o investigador do Proaction Lab, laboratório de neurociência cognitiva da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC) e do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC), Jon Walbrin. «A nossa interpretação é que as crianças aprendem gradualmente a perceber melhor informação sobre interação, através do envolvimento das áreas do cérebro associadas à compreensão dos pensamentos e emoções dos outros», acrescenta.

Este trabalho científico, publicado recentemente no The Journal of Neuroscience, envolveu dois grupos de participantes: crianças entre os 6 e os 12 anos e adultos maiores de 18 anos. Os dois grupos participaram em sessões de ressonância magnética funcional com a visualização de curtos vídeos sobre a interação entre duas pessoas. As respostas de ativação no sulco temporal superior – uma área do cérebro envolvida no processamento visual de interações sociais – foram medidas e comparadas com respostas de conetividade em outras partes do cérebro.

A investigação revela que adultos e crianças poderão ter estratégias cognitivas diferentes que suportam a compreensão da interação social. Enquanto os adultos mostram forte conetividade em áreas do cérebro associadas a informação estática e dinâmica do corpo (por exemplo, postura e movimentos corporais), as crianças apresentam mais conetividade em áreas do cérebro associadas a processos mentais profundos, ou seja, a juízos sociais sobre o que os outros estarão a sentir ou a pensar (por exemplo, “as duas pessoas estão a mexer-se rapidamente; parecem zangadas; estão a discutir”).

«A maior parte do trabalho prévio de neurociência social visual centra-se na medição de respostas a outros enquanto indivíduos. No entanto, há pouca investigação sobre a perceção da interação social entre indivíduos e ainda muito pouco se sabe sobre como essa aprendizagem se desenvolve durante a infância”, contextualiza Jon Walbrin. A equipa de investigação considera que o próximo passo pode passar por estudar de que forma este desenvolvimento da perceção da interação social progride durante a adolescência.

O artigo científico “Alternative brain connectivity underscores age-related differences in the processing of interactive biological motion”, que contou com a participação do diretor do Proaction Lab, investigador do CINEICC e docente da FPCEUC, Jorge Almeida, e da investigadora da Universidade de Bangor, Kami Koldewyn, está disponível em www.jneurosci.org/content/early/2023/03/22/JNEUROSCI.2109-22.2023.

 

 

Colaboração no âmbito da ação de Living Labs
Em parceria com o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), a CUF Academic Center vai apoiar a criação e o...

No âmbito do programa de aceleração do i3S - RESOLVE-Health 2.0, a CUF assume o papel de Living Lab promovendo projetos na área de Investigação, Desenvolvimento e Inovação (ID&I), que serão testados em ambiente real, nos hospitais e clínicas da rede CUF. A seleção dos projetos-piloto será da responsabilidade de ambos os parceiros. 

Segundo Juliana Alves, colaboradora na Unidade de Transferência de Tecnologia do i3S, “poder contar com a CUF como parceiro na missão de promoção da investigação e inovação na área da Saúde é de um valor inestimável para o nosso instituto, dando aos nossos investigadores a possibilidade de contar com a colaboração de profissionais de excelência que em muito contribuirão para alargar os nossos horizontes. Concretamente, a colaboração no âmbito da ação de Living Labs terá um papel fundamental no desenvolvimento de tecnologias inovadoras de saúde digital, contribuindo para melhor a prestação de cuidados de saúde, garantindo um futuro mais saudável e sustentável para todos.”

A participação da CUF Academic Center no programa passará, também, pela monitorização e captação de oportunidades relevantes de financiamento em ID&I, na área da saúde.

“Tanto os profissionais de saúde, como os doentes, vão beneficiar diretamente dos avanços tecnológicos resultantes desta parceria, que reforça o posicionamento da CUF como centro de referência, nacional e internacional, na formação, ensino e investigação em saúde”, conclui Maria Barros, Diretora da CUF Academic Center.

 

 

 

Páginas