2ª edição da “ZONA: Antecipe-se!”
A GSK, em parceria com a Associação Portuguesa de Medicinal Geral e Familiar (APMGF), estão a lançar uma segunda edição da...

“Acreditamos que as pessoas ainda não estão suficientemente informadas sobre o verdadeiro impacto que esta doença pode ter na sua qualidade de vida. Por esse motivo, é fundamental continuar a investir na literacia e no conhecimento, para que a população saiba como se pode proteger da Zona”, defende Nuno Jacinto, presidente da APMGF.

Segundo o estudo “Vacinação na Idade Adulta e Envelhecimento Saudável: o que sabemos sobre a Zona?”, uma iniciativa da GSK e da APMGF, 53% da população portuguesa com mais de 50 anos não conhece os fatores de risco associados à doença, 16% não conhecem os sintomas e 28,6% não sabem qual é a faixa etária mais vulnerável ao seu aparecimento.

“Temos vindo a perceber que uma das principais razões para a fraca adoção de comportamentos preventivos no que diz respeito à Zona por parte da população portuguesa, particularmente as pessoas com mais de 50 anos, está relacionada com a baixa percepção do risco da doença. Na GSK, estamos empenhados em contribuir para a literacia em saúde dos portugueses, pelo que vemos esta segunda edição da campanha como um reflexo natural desse compromisso”, explica Neuza Teixeira, Country Medical Director da GSK Portugal.

À semelhança da primeira fase, a campanha vai estar disponível em televisão, plataformas digitais e redes sociais, durante os próximos meses. A Zona, também conhecida por Cobrão ou Herpes Zoster, é uma doença causada pela reativação do vírus varicela-zoster. Depois de uma pessoa contrair varicela, habitualmente durante a infância, o vírus permanece adormecido no corpo desta durante toda a vida, não causando normalmente quaisquer sintomas. Contudo, com o aumento da idade, o sistema imunitário enfraquece naturalmente, o que pode permitir que o vírus varicela-zoster se reative, causando Zona. A complicação mais comum (30% dos casos) é a Nevralgia Pós-Herpética (NPH), caracterizada por uma dor incapacitante que pode durar de 3 a 6 meses, podendo em alguns casos persistir durante vários anos. A NPH pode causar ansiedade, depressão e insónia. Outras complicações podem incluir alterações da pele, envolvimento do olho e problemas de audição.

Mais informação da iniciativa disponível em: www.porumavidainteirapelafrente.pt

Tipos de conjuntivite e cuidados a ter
A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, uma membrana fina e transparente que cobre a superfíc

A conjuntivite alérgica é causada por uma reação do nosso sistema imunológico a substâncias irritantes, como por exemplo, poeiras, pólenes, pelos de animais e ácaros. São mais frequentes na primavera e outono.

Os principais sintomas são comichão, olho vermelho, lacrimejo e edema das pálpebras. As secreções são mucosas. Em casos mais graves, pode haver sensação de queimadura e visão fica turva.

O tratamento para a conjuntivite alérgica inclui a identificação e o afastamento da substância irritante, se possível. Além disso, o seu médico oftalmologista pode prescrever umas gotas de anti-histamínico e anti-inflamatório. É importante evitar coçar os olhos, pois isso pode piorar os sintomas.

A conjuntivite bacteriana é causada por bactérias que infetam a conjuntiva. Os sintomas incluem olho vermelho, edema das pálpebras, lacrimejo, secreções purulentas (amareladas) e sensação de areia nos olhos. Em alguns casos, a visão pode ficar turva.

O seu médico Oftalmologista pode prescrever antibióticos em gotas e pomada com melhoria, em regra, no espaço de uma semana. É importante seguir as instruções do seu médico Oftalmologista quanto à dosagem e duração do tratamento, para garantir a eficácia do tratamento. Além disso, é fundamental manter as mãos limpas e evitar compartilhar toalhas e lençóis para evitar a propagação da infeção.

A conjuntivite virusal, por adenovírus, é altamente contagiosa e pode-se propagar-se facilmente através do contato com objetos contaminados ou pelo contato próximo com uma pessoa infetada. Os sintomas incluem olhos vermelhos, lacrimejo, comichão, dor, sensibilidade à luz e visão turva. As secreções são aquosas e muito abundantes.

Não há tratamento específico para a conjuntivite virusal mas podemos aliviar os sintomas com compressas frias e colírios lubrificantes sem prescrição médica. É importante evitar coçar os olhos, compartilhar itens pessoais e devemos lavar as mãos com frequência. 

Em regra, os sintomas são muito exuberantes no início e desaparecem em cerca de duas semanas. No entanto há umas estirpes de vírus que deixam sequelas depois de passar a fase aguda. Assim, se notar que a visão ficou turva e que tem grande dificuldade em encarar a luz depois de passar a fase aguda deve consultar o seu médico Oftalmologista.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
Como terapeuta sexual e conjugal, não é raro ouvir casais a normalizarem o facto de sentirem uma dim

O prazer sexual é definido como uma experiência complexa e subjetiva, que varia de pessoa para pessoa, mas, ao contrário do que geralmente se pensa, a duração da relação nem sempre tem uma carga negativa, podendo mesmo favorecer o prazer sexual do casal. Por exemplo, alguns casais relatam que a duração da relação amorosa beneficiou o seu prazer sexual, pois permitiu que se conhecessem melhor e se sentissem mais à vontade um com o outro, provocando a sensação de uma maior intimidade e conexão sexual. Para estes casais, o facto de se sentirem mais confortáveis ajudou-os a criar uma maior abertura para experimentar novas posições e fantasias sexuais, assim como uma melhor compreensão das necessidades individuais.

Porém, também há casais que acusam a duração da relação amorosa de prejudicar o prazer sexual, especialmente quando se instalou a monotonia e o desinteresse por um ou ambos os elementos do casal. De facto, a ausência de novidade na intimidade pode ser responsável pelo aborrecimento sexual ou pela diminuição de desejo sexual, para muitas pessoas. Além disso, com o passar do tempo, a acumulação das responsabilidades do dia-a-dia e do stress pode levar a uma diminuição do desejo sexual.

Sendo verdade que a duração da relação pode influenciar o prazer sexual, não devemos descurar a importância de outros fatores. Por isso, deixo aqui algumas sugestões para os casais que desejam melhorar o prazer sexual:

  1. Comunicação: falem sobre as vossas preferências sexuais, limites, desejos e necessidades para garantirem que estão confortáveis e satisfeitos. Uma comunicação clara e honesta entre os parceiros é fundamental para uma experiência sexual satisfatória.
  2. Confiança: é importante que os parceiros se sintam seguros um com o outro e que se respeitem mutuamente.
  3. Intimidade emocional: a demonstrações de afeto, elogios, carinho, apoio emocional e outras formas de conexão emocional é fundamental para uma experiência sexual satisfatória.
  4. Variedade: experimentar diferentes posições, técnicas e brinquedos sexuais, pode potenciar o prazer e a satisfação sexual.
  5. Saúde física e emocional: uma boa saúde física e mental é fundamental para uma experiência sexual positiva e satisfatória.
  6. Compatibilidade sexual: atração sexual mútua, interesses sexuais semelhantes e um nível semelhante de desejo sexual são fatores muito importantes para que o casal tenha uma experiência sexual satisfatória.

No fundo, o meu conselho é que cada indivíduo explore a sua sexualidade e comunique os seus desejos e necessidades aos respetivos parceiros, para garantir uma experiência sexual positiva e satisfatória.


https://fernandomesquita.net

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Médico explica
Em Portugal, as principais responsáveis pela elevada taxa de mortalidade e que ainda parecem difícei

No caso do AVC, estamos perante um caso onde o sangue não consegue chegar a uma determinada parte do cérebro, quando existe uma obstrução numa das artérias do cérebro (AVC isquémico) ou então quando existe um rompimento destas estruturas (AVC hemorrágico), resultando numa hemorragia intracerebral.

Este problema, que é considerado a principal causa de morte em Portugal, tem sintomas muito característicos e incapacitantes. Se está perante uma situação de dor de cabeça e dificuldade motora anormal numa região do corpo, acompanhada por rosto assimétrico, como o caso da sobrancelha descaída ou boca torta, poderá estar a sofrer de um AVC.

É possível ainda sentir dificuldade em comunicar, raciocinar, ver e até perder a sensibilidade do corpo às temperaturas, sinais que devem fazê-lo pedir socorro imediatamente, visto que a rapidez no tratamento determina se irá sobreviver e a gravidade dos danos com que irá ficar, devido às lesões nas células do cérebro.

Já o enfarte agudo do miocárdio, mais conhecido por ataque cardíaco, não ocorre no cérebro, mas sim no coração. Nesta situação, existe a interrupção do fluxo de sangue para este órgão, devido ao bloqueio de uma das artérias que transporta oxigénio. Aqui o sinal mais evidente é a dor intensa no peito, que pode ser acompanhada por náuseas e vómitos, falta de ar, suores e tonturas. Como no AVC, deve pedir auxílio médico o mais rapidamente possível, ligando para o 112.

Para evitar estas emergências médicas, que se manifestam de forma repentina e que deixam danos permanentes associados a quadros de incapacidade, é essencial apostar em comportamentos preventivos, tais como:

  • Eliminar os hábitos tabagísticos;
  • Moderar o consumo de bebidas alcoólicas;
  • Evitar o sedentarismo, praticando exercício físico de forma regular;
  • Optar por dietas equilibradas pobres em gorduras, açúcar e sódio.

Com o passar dos anos, é crucial que também controle o seu histórico familiar e meça a sua pressão arterial regularmente, visto que a hipertensão arterial é outro dos grandes fatores de risco, assim como o colesterol elevado e a diabetes.

Não deixe para amanhã as mudanças que pode fazer hoje nos seus comportamentos. Atualmente, ter uma vida saudável e equilibrada é um desafio, mas está na altura pensar na sua saúde e no seu bem-estar. 

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Empresa lidera investimento no setor
A BIAL foi a empresa com mais despesa em Investigação e Desenvolvimento (I&D) em Portugal, em 2021, num montante superior a...

Ao longo dos últimos anos, a BIAL tem estado entre as empresas que mais investem em I&D em Portugal. Em média, nos últimos anos, a companhia tem dedicado 20% da faturação a atividades de I&D, colocando, desta forma, a ciência ao serviço da saúde e da melhoria da qualidade de vida das pessoas em todo o mundo.

O projeto de I&D na BIAL começou há 30 anos, pelo que esta área se assume como estratégica para o grupo, sendo o foco da BIAL a descoberta e o desenvolvimento de medicamentos inovadores. O primeiro medicamento inovador da empresa, um antiepilético, chegou ao mercado em 2009, e, em 2016, foi lançado um segundo fármaco para a Doença de Parkinson. Estes são os únicos medicamentos de patente portuguesa, constituem hoje marcas globais e foram potenciadoras da transformação da empresa, possibilitando que a BIAL, diretamente ou através de acordos de licenciamento, esteja presente nos mercados mais competitivos a nível mundial.

Um fator decisivo no desafio da inovação é a atração de talento. A BIAL é um polo de emprego científico altamente qualificado, quer atraindo de volta ao país talento nacional, quer recrutando quadros diferenciados de outras nacionalidades. Atualmente, em I&D, a BIAL conta com mais de uma centena de pessoas, que trabalham em rede com investigadores e cientistas de universidades, indústria e centros de investigação de todo o mundo. Dessas, cerca de seis dezenas são doutoradas.

“A nossa posição espelha a decisão que tomámos, há mais de 30 anos, na aposta em I&D de medicamentos inovadores. A I&D faz parte do código genético da BIAL, pelo que é sempre com grande satisfação que, de forma continuada ao longo dos anos, vemos reconhecida a nossa liderança nesta área e agora atingimos o topo. A BIAL continuará com uma aposta forte no seu programa de inovação. Queremos continuar a produzir valor, a inovar para as pessoas, para os pacientes e, desta forma, a dar um forte contributo para o crescimento económico de Portugal”, garante António Portela, CEO da BIAL.

Para António Portela “é crítico trabalhar num contexto de longo prazo, que seja promotor da inovação e das empresas que apostam na investigação, promovendo desta forma a capacidade do país de gerar inovação”, pois estas empresas “são um contribuinte muito importante para o crescimento económico de Portugal, aportando valor e diferenciação através dos seus produtos e serviços, contribuindo para a exportação de bens de valor acrescentado e promovendo o emprego qualificado, potenciando, assim, a capacidade científica das nossas universidades e centros de investigação”.

De acordo com os dados da DGEEC, a despesa em I&D do setor empresas atingiu os 2154 milhões de euros, representando 1% do Produto Interno Bruto e as 100 empresas que mais investiram em I&D correspondem a 6% do número total de empresas que declararam atividades de I&D no IPCTN21, contudo, foram responsáveis por mais de metade da despesa em I&D (53%) e por 37% do pessoal em I&D deste setor.

Dia Nacional do Doente com AVC
Todos os anos cerca de doze milhões de pessoas sofrem um acidente vascular cerebral (AVC) em todo o

Os custos desta doença para o nosso país são brutais, quer em termos de vidas humanas (cerca de 17 mil por ano), quer em termos financeiros (160 milhões de euros em custos diretos) ou de perda de anos de vida com qualidade (230 mil dias).

 A forma mais frequente de AVC é o AVC isquémico, responsável por cerca de dois terços de todos os AVCs. Esta doença é causada pelo entupimento das artérias cerebrais por um coágulo, que compromete o fluxo sanguíneo e leva assim a lesão cerebral. O seu tratamento evoluiu bastante nas últimas décadas, com a criação das unidades AVC e a utilização da trombólise e da trombectomia. O primeiro tratamento consiste na administração de um fármaco para dissolver o coágulo, enquanto o segundo consiste na remoção direta do mesmo através da utilização de um fio (cateter), que é navegado pela circulação cerebral com o auxílio da angiografia. Poucos são os tratamentos na medicina tão eficazes como estes, todavia apenas uma minoria dos doentes afetados chega a beneficiar deles. Em Portugal, apenas 8% beneficia de trombólise e 5% de trombectomia. A principal causa para estes números baixos é o atraso na chegada dos doentes ao hospital, que faz com que a lesão cerebral seja já irreversível à altura do diagnóstico. Adicionalmente, persistem ainda assimetrias regionais no acesso a estas terapêuticas, que estão mais disponíveis nos grandes centros urbanos. Independentemente de terem ou não sido submetidos às mesmas, todos os doentes beneficiam do internamento inicial em unidades de AVC dedicadas e da prestação de cuidados adequados de reabilitação.

Pelo que foi descrito anteriormente, urge mudar o cenário e para tal é necessário um compromisso de toda a sociedade. O primeiro passo consiste na prevenção, que tantas vezes é desvalorizada pelos doentes. As principais causas de AVC são a hipertensão arterial, a diabetes, o colesterol, o tabagismo e a obesidade, pelo que os cidadãos devem abordar e tratar estes fatores de risco em colaboração com os cuidados primários de saúde. O segundo passo consiste na identificação rápida do AVC como uma emergência médica, com o transporte expedito do doente para o hospital. Para tal, é necessária a identificação rápida dos sinais de alarme pela população (boca de lado, alteração da fala ou da força), a ativação imediata da emergência pré-hospitalar (INEM- 112), o transporte imediato do doente para o hospital e o estabelecimento de circuitos intra-hospitalares específicos para o AVC (vias verdes AVC), de forma a tratar o doente o mais rapidamente possível. É importante salientar que este segundo passo consiste numa “cadeia de eventos”, que será sempre tão forte quanto o seu elo mais fraco. De nada vale ter a via verde AVC e o INEM preparados, se o cidadão não identificar corretamente os sintomas e pedir ajuda. Por fim, são essenciais políticas de saúde que assegurem os cuidados necessários a todos os doentes com AVC, independentemente da sua localização geográfica. Para que isto seja feito de forma eficiente, diferentes estruturas do Serviço Nacional de Saúde deverão ser capazes de funcionar em rede, com o foco centrado no doente.

Todos juntos podemos mudar o panorama desta doença. Vigie e controle os fatores de risco cardiovascular. Se notar a boca de lado, alteração da fala ou falta de força, ligue imediatamente para o 112. Tempo é cérebro, seja mais rápido que um AVC.

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Contratação de recém-especialistas
A Ordem dos Médicos, através do seu bastonário, manifesta profunda preocupação face à incapacidade do Ministério da Saúde em...

"São notórias as dificuldades que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a atravessar, nomeadamente em recursos humanos médicos", refere Carlos Cortes, alertando para a oportunidade de contratação que se pode perder por atrasos na publicação do mapa de vagas: dos cerca de 1310 médicos candidatos que fizeram o exame final de especialidade em fevereiro/março, 355 são médicos de família, 159 internistas,  66 anestesiologistas, 28 ginecologistas/obstetras, 38 cirurgiões gerais, 22 médicos de Saúde Pública, 33 pneumologistas, 13 intensivas, 72 pediatras, 16 infeciologistas, 21 neurologistas, 18 oftalmologistas e 48 psiquiatras, entre outras especialidades.

"É urgente contratar estes médicos que fazem falta no SNS” pois, enquanto aguardam o processo de colocação como especialistas e concluem o internato, a Ordem dos Médicos tem conhecimento que as unidades privadas de saúde já estão a convidar e a preparar processos de recrutamento. “Enquanto isso, o SNS continua a definhar à espera das vagas, sem nenhuma capacidade competitiva", acentua, lembrando que, durante este período, os médicos já especialistas permanecem no SNS, mas com contrato como médicos internos, situação que considera “verdadeiramente imoral”. Carlos Cortes exorta assim o Ministério da Saúde à "ação urgente e consequente” e a não se ficar pelas palavras e promessas de forma a fixar estes especialistas no SNS o mais rapidamente possível, garantindo uma resposta com planeamento a médio e longo prazo.

Carlos Cortes lamenta que todos os anos os mais jovens médicos fiquem a aguardar a arrastada abertura de concursos. “O Ministério da Saúde tem de dar um sinal claro que pretende fixar e manter os médicos no SNS e não fazer como no ano anterior em que o processo foi desencadeado mais de dois meses depois. É uma situação intolerável! Veja-se o que se passa, por exemplo, na Medicina Geral e Familiar, na Medicina Interna, na Ginecologia/Obstetrícia, na Anestesiologia, na Psiquiatria e em tantas outras especialidades fundamentais para o funcionamento do SNS. É o resultado de falta de planificação e de anos de incúria na gestão de recursos humanos”, denuncia.

"O Ministério da Saúde e a Direção Executiva do SNS têm de gizar um plano para resolver os problemas do SNS. Tudo isto revela incapacidade de reação a acontecimentos previsíveis como o exame de especialidade ou a chegada do verão… Além dos atrasos na contratação de médicos especialistas há outra preocupação que os responsáveis políticos têm que acautelar: a distribuição correta das vagas pelo país", acrescenta o bastonário.

“O resultado desta indefinição e do arrastar do processo de contratação é que os jovens especialistas acabam por seguir outras vias além das existentes no SNS porque não sabem se terão vagas. O serviço público de saúde está paralisado. É preciso publicar o mapa de vagas com urgência de modo a captar os médicos e colmatar as dificuldades existentes nos hospitais públicos", critica Carlos Cortes que, desde há muito, vem exortando para a celeridade e transparência dos procedimentos concursais dos recursos humanos médicos.

No valor de 11.5M€
São hoje divulgados os resultados do mais recente concurso das ERC Advanced Grants. O Conselho Europeu de Investigação (do...

Em Portugal os cientistas vencedores são Isabel Gordo (Instituto Gulbenkian de Ciência, IGC), Maria Manuel Mota (Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, iMM), Mariana Pinho (ITQB-NOVA) e Henrique Veiga-Fernandes (Fundação Champalimaud). Cada um receberá entre 2.5M€ e 3.5M€ para o desenvolvimento de projetos de investigação ao longo dos próximos cinco anos.

O currículo destes quatro investigadores inclui outros financiamentos atribuídos pelo ERC, desde as ERC Starting Grants (atribuído no início de carreira) às ERC Consolidator Grants, incluindo ainda as ERC Proof of Concept (financiamento complementar para projetos de transferência de tecnologia do laboratório para o mercado) o que representa um investimento na ciência made in Portugal, por parte desta entidade, estabelecida pela Comissão Europeia em 2007, na ordem dos 23M€.

Que bolsas são estas?

As ERC Grants são bolsas de investigação atribuídas pelo Conselho Europeu de Investigação (do inglês European Research Council). Qualquer investigador pode concorrer, desde que pretenda desenvolver a sua investigação numa instituição da União Europeia. Sem quotas por países, áreas ou outros, estas bolsas são atribuídas com base, única e exclusivamente, no mérito do projeto.

O financiamento é para o desenvolvimento de projetos ao longo de um período de cinco anos e é atribuído em três níveis principais, de acordo com a senioridade do investigador proponente: Starting, para investigadores com 2 a 7 anos após o Doutoramento, num valor de até 1.5M€; Consolidator, para investigadores com 7 a 12 anos após o Doutoramento e um financiamento de até 2M€; Advanced, para investigadores independentes, num valor de até 3.5M€. A estes valores podem acrescer apoios iniciais, para realojamento ou equipamentos científicos.

Para além dos três níveis, as ERC têm dois sistemas adicionais de financiamento: Proof of Concept, para investigadores que já tenham uma bolsa ERC e queiram explorar o potencial de transferência de tecnologia da sua investigação; e Synergy, para grupos de dois investigadores principais que pretendam trabalhar em conjunto num projeto. Estas bolsas têm o valor máximo de €150K por 18 meses e €10M por 6 anos, respetivamente.

Investigadores e projetos contemplados com a Advanced Grant no concurso de 2022:

Isabel Gordo, IGC - Evolução no intestino na saúde e na doença

A microbiota no intestino dos mamíferos constitui um ecossistema complexo cujas regras ecológicas e evolutivas ainda não compreendemos. A diversidade da microbiota está associada a estados de saúde ou de doença. O porquê desta associação ainda está por descobrir. Neste projeto a investigadora pretende desvendar como a seleção natural opera para moldar a diversidade de bactérias no intestino de hospedeiros saudáveis e doentes. As questões e as experiências que vão abordar durante este projeto representam um casamento perfeito entre os campos da evolução e da medicina. Pretende-se entender como a evolução das bactérias é alterada em contexto de doenças: doenças inflamatórias do intestino, incluindo cancro, e obesidade.

A prestigiosa ERC, que acaba de receber, é tão relevante para a sua investigação que Isabel dedica-a “à futura geração de cientistas portugueses", a quem deixa uma mensagem inspiradora: "Deus ao mar o perigo e o abismo deu. Mas nele é que espelhou o céu.” Isabel realça, ainda, que “quanto ao objetivo específico do meu projeto” está “eternamente agradecida aos pensamentos do falecido biólogo Ilya Ilyich Metchnikoff, nascido na Ucrânia, e do russo Leo Tolstoy cujo livro “Anna Karenina” inspirou a hipótese principal que me propus testar neste projeto. Quando todos decidirmos caminhar sobre os ombros de gigantes, o nosso limite é o céu.” A nova ERC vai permitir à equipa multidisciplinar, liderada por Isabel Gordo, perceber mecanismos fundamentais em experiências controladas de forma a que, no futuro, seja possível modular eficazmente o nosso microbioma, e o dos animais, e assim contribuir para a melhoria significativa da saúde no contexto do ecossistema em que vivemos.

Maria Manuel Mota, iMM - Compreender o inimigo – Plasmodium - para combater a malária

A malária é uma doença devastadora causada pelo parasita Plasmodium. Apesar de uma diminuição significativa na incidência da doença entre 2000 e 2015, a malária continua a ser motivo de grande preocupação para a Organização Mundial de Saúde, matando uma criança no mundo a cada minuto. É pois, muito importante compreender o modo de vida do parasita para melhor combatê-lo. Após a picada por um mosquito infetado, os parasitas obrigatoriamente viajam até ao fígado do hospedeiro, onde infetam células hepáticas. Durante esta fase da infeção o parasita multiplica-se de forma exuberante: cada parasita dentro de uma célula hepática origina dezenas de milhares de novos parasitas, que são depois capazes de infetar o sangue e causar doença. Hoje sabemos que a quantidade de parasitas que se formam no fígado está associada à gravidade da doença.

Curiosamente, a multiplicação dos parasitas no fígado tem características invulgares. Ao contrário das nossas células, os parasitas inicialmente multiplicam-se, replicando unidades básicas do seu ADN que só mais tarde se tornarão parasitas individuais. Recentemente os investigadores observaram que esta enorme multiplicação, e as características particulares da divisão, leva a que ocorram danos no ADN do parasita, que os investigadores agora propõem como sendo uma fonte de variabilidade genética. “Neste projeto pretendemos explorar a hipótese de que a acumulação de danos no ADN dos parasitas gera uma grande variabilidade e diversidade de novos parasitas, conferindo uma maior probabilidade de estes escaparem ao nosso sistema imune e provocar doença grave. É como se os parasitas no fígado se dividissem para conquistar!”, explica Maria Mota.

O projeto agora financiado pelo Conselho Europeu de Investigação vai permitir à equipa multidisciplinar liderada pela investigadora Maria Mota explorar a relação entre a multiplicação exacerbada dos parasitas no fígado e a gravidade da doença. “A compreensão destes mecanismos básicos do desenvolvimento do parasita e da sua interação com o hospedeiro serão uma mais valia para abrir novas portas no combate à malária”, acrescenta Maria Mota.

Mariana Pinho, ITQB-NOVA - Encontrar os elos desconhecidos no ciclo celular bacteriano

A resistência a antibióticos é um dos maiores problemas de saúde dos nossos tempos. Nos próximos 35 anos, bactérias multirresistentes deverão matar mais de 300 milhões de pessoas. Uma das principais causas desta mortalidade é Staphylococcus aureus. É com esta bactéria patogénica que trabalha o grupo de Mariana Pinho, Professora Associada do ITQB NOVA, que recebe agora a sua terceira bolsa ERC consecutiva, numa investigação financiada ininterruptamente pelo ERC desde 2013.

Para uma bactéria se dividir, no meio ambiente ou durante uma infeção, tem de efetuar uma série de processos complexos de forma ordenada, como a replicação do seu DNA ou construção da parede celular. A investigadora pretende descobrir as ligações desconhecidas entre os principais eventos do ciclo celular, de forma a conseguir identificar alturas em que seria possível intervir de modo mais eficaz com antibióticos, ou mesmo gerar falhas que permitam ao sistema imunitário inato do hospedeiro eliminar o invasor. “Embora já se saiba bastante sobre cada um dos processos que decorrem durante o ciclo celular, sabemos muito pouco sobre como é que estão coordenados entre si, embora essa coordenação seja essencial para a sobrevivência da bactéria e logo para a sua capacidade de causar infeções. O nosso objetivo agora é estudar como é que estes processos celulares estão interligados e coordenados no tempo e no espaço”, explica Mariana. “Simultaneamente vamos desenvolver ferramentas e ensaios que nos permitirão não só obter este conhecimento, mas que também serão muito úteis para identificar novos antibióticos”.

Este trabalho vem complementar aquele que foi desenvolvido nas duas bolsas anteriores. Já em 2012 (Starting) e 2017 (Consolidator), o foco era estudar a organização das células de Staphylococcus aureus e o seu ciclo celular, sempre com o duplo objetivo de perceber melhor como é que as bactérias se dividem e de usar esse conhecimento para elucidar os mecanismos de atuação de vários compostos antimicrobianos. “Com esta terceira bolsa, queremos ir mais longe. Para pensar de forma inovadora em novos antibióticos temos de conhecer melhor cada processo celular, mas também perceber como estes processos estão interligados, de modo a podermos atingir as bactérias, simultaneamente em vários alvos críticos. O financiamento desta ERC vai permitir-nos comprar equipamento de ponta para estudar a maquinaria de divisão das bactérias com uma resolução espacial e temporal excecional”, complementa a investigadora.

Henrique Veiga-Fernandes, CF - O diálogo entre os sistemas nervoso e o imunitário e o seu potencial valor terapêutico

A manutenção de um estado saudável requer a coordenação de múltiplas redes celulares. Por exemplo, os sistemas imunitário e nervoso cooperam para regular a saúde dos tecidos. Segundo trabalho recentemente publicado pelo grupo liderado por Henrique Veiga-Fernandes, o sistema imunitário, através dos seus glóbulos brancos, integra sinais neuronais para controlar a saúde e a imunidade dos tecidos. Estas descobertas estão a mudar não só a forma como é compreendida a resposta imunitária e o diálogo entre os sistemas imunitário e nervoso, mas também aquele que é o seu potencial valor terapêutico.

“O financiamento agora atribuído pelo ERC irá permitir a aplicação de um conjunto de ferramentas inovadoras, desenvolvidas pelo nosso grupo, que permitem colmatar uma necessidade que existia no campo ao nível de técnicas capazes de explorar a identidade e a plasticidade das interações neuro-imunes em elevado detalhe, com especificidade, e em organismos vivos.”, explica Henrique Veiga-Fernandes. Com estas ferramentas e esta ERC Advanced Grant, o grupo irá poder testar a hipótese de existirem línguas e dialetos muito específicos entre o sistema nervoso e imunitário que, em contexto de doença, permitem controlar a progressão da mesma.

“Este projeto irá permitir-nos aplicar tecnologia de ponta para avançar no conhecimento sobre as interações neuro-imunes, na saúde e na doença, com um nível de detalhe mecanístico e conceptual sem precedentes”, conclui Henrique Veiga-Fernandes.

 

Primeira unidade privada a realizar, na região a norte do País, este tipo de exame
O Hospital Lusíadas Porto realizou, no passado dia 23 de março, a primeira ecoendoscopia brônquica, um importante exame de...

Este exame de primeira linha permite identificar as lesões com maior rigor e precisão, possibilitando que a equipa médica identifique de forma mais célere se o paciente é elegível para cirurgia ou se deverá ser encaminhado para radioterapia ou quimioterapia.

O Hospital Lusíadas Porto é a primeira unidade privada a realizar, na região a norte do País, este tipo de exame, minimamente invasivo para o paciente, com elevada segurança e baixa taxa de complicações, para além de ser realizado em regime de ambulatório. Perante este tipo de patologia, quanto mais cedo se diagnosticar, maiores as probabilidades de sucesso do tratamento.

“A ecoendoscopia brônquica muda completamente a forma como se aborda o cancro do pulmão”, refere Miguel Guimarães, Coordenador da Unidade de Pneumologia do Hospital Lusíadas Porto. “Estamos a falar de um dos cancros com maior taxa de mortalidade. Ajuda a um diagnóstico e a um estadiamento mais correto e célere, permite melhorar o tratamento e o prognóstico dos doentes”.

A disponibilização deste exame no Hospital Lusíadas Porto aumenta a capacidade de resposta a norte do País. “Agora conseguimos somar os equipamentos de última geração e uma equipa técnica diferenciada e experiente no procedimento à capacidade de fazer esta intervenção com celeridade e segurança para os doentes”, acrescenta o Coordenador.

 

Dia 02 de abril
O Serviço de Neurologia/Unidade de AVC do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) vai assinalar o Dia Nacional do...

Em todo o mundo estima-se que, por ano, 15 milhões sofrem um AVC e, desses, seis milhões não sobrevivem. Na Europa Ocidental, Portugal é o país com a mais elevada taxa de mortalidade, sobretudo na população com menos de 65 anos, de acordo com dados da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral.

Recorde-se que o programa Via Verde do AVC na Região Centro é coordenado pelo CHUC que agrega mais sete hospitais da região Centro. O CHUC é também o único hospital nacional a integrar o projeto europeu HARMONICS, que visa a implementação de uma solução digital inovadora focada no acompanhamento e gestão dos cuidados de saúde ao doente com AVC após a alta hospitalar, envolvendo todos os níveis de cuidados de saúde em duas regiões europeias, Coimbra e Catalunha.

O projeto HARMONICS teve início em janeiro de 2023 e pretende contribuir para o aumento de qualidade de vida do doente com AVC e de eficiência dos sistemas de saúde. No CHUC incorpora os serviços de Neurologia, Medicina Física e Reabilitação, Psiquiatria, Serviço Social e Unidade de Inovação e Desenvolvimento.

A Unidade de AVC do CHUC assinala o Dia Nacional do Doente com AVC com uma caminhada, iniciativa que vai já na 9ª edição, a qual vai ter lugar no próximo dia 2 de abril. A caminhada tem um percurso que se estende por 9km e um grau de dificuldade 2, é aberta à população em geral, gratuita, com ponto de encontro nos Hospitais da Universidade de Coimbra (piso 1), pelas 09:15h.

Se quiser participar desta iniciativa, o CHUC deixa algumas recomendações: “o uso de roupa adequada às condições meteorológicas, calçado confortável para caminhada e o necessário suprimento alimentar / água, para o período da manhã. Importa também referir que não há seguro de grupo, pelo que cada participante caminha por sua conta e risco. Cada participante deve conhecer o seu estado de saúde e as suas reais condições de participação e assumir todos os riscos associados ao decorrer do evento”.

Ginecoestética
A área que se dedica à restauração genital masculina e feminina é a medicina regenerativa, que englo

Mas antes de se falar de rejuvenescimento é importante perceber que a anatomia começa a mudar desde a infância e adolescência. É na adolescência que o corpo mais se desenvolve e começa a comparação entre corpos nos balneários na escola.

A forma, o tamanho, a cor da genitália, a distribuição dos pelos, e também as mamas são uma fonte de descontentamento e angústias muito frequente. Surge o botão mamário que geralmente é assimétrico e mais doloroso de um dos lados e as primeiras estrias purpúreas. A maior parte dos pais não está instruída o suficiente para perceber o que faz parte do crescimento e como é que isso afeta o(a) se(sua) filho(a).

Por tudo isto é já na idade adulta que a pessoa tem a anatomia definitiva (já não cresce mais) e autonomia para mudar aquilo que a incomoda. Também nesta fase começam as alterações do tamanho dos grandes e pequenos lábios que podem ser solucionadas pela labioplastia.

Já no homem, a ejaculação precoce ou a disfunção erétil situacional podem ser tratados através de PRP (Plasma Rico em Plaquetas), entre outros tratamentos.

Algo muito enraizado na cultura portuguesa é a comparação da performance sexual com aquilo que se vê em filmes pornográficos. Isto afeta sobretudo as mulheres, que desenvolvem vaginismo. A dor acaba por impedir a relação sexual. O botox é uma opção para resolver este problema.

Ser mãe também altera totalmente a vida sexual da mulher. A vagina vai mudar de forma, a vulva muda de cor e por vezes surge uma cicatriz de episiotomia (conhecida como episiorrafia) que pode causar dor tardia. Também a cicatriz da cesariana acaba por ser incomodativa, quanto mais não seja psicologicamente. Nestes casos a carboxiterapia traz resultados fenomenais, pois reduz visivelmente cicatrizes e liberta os tecidos cicatriciais.

Mas os grandes desafios para a mulher surgem na menopausa. Falta de lubrificação, dor no coito, infeções urinárias e vaginoses são recorrentes. São aconselhados o PRP, o ácido hialurónico, radiofrequência e laser.

No homem, doença de La Peyronie em que o pénis fica com uma inclinação que impede por vezes a relação sexual, o PRP é uma ótima alternativa, bem como a lipotransferência (trocar gordura de um sítio para outro) e ondas de choque, antes de se recorrer à cirurgia.

Com a evolução da medicina há um leque de tratamentos minimamente invasivos que resolvem não só a parte funcional como também a estética. Já não há motivo para se sentir insatisfeito/a com o seu corpo!

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Para novo Espaço Familiar Ronald McDonald no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF)
A Fundação Infantil Ronald McDonald lança campanha de Consignação do IRS, divulgando o seu NIF 510 093 680, sob o mote “Ajude...

O novo Espaço Familiar Ronald McDonald tem o objetivo de proporcionar um local inovador dentro do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, na Amadora, para que as famílias das crianças em tratamento ou internadas neste hospital possam quebrar a sua rotina hospitalar, preparar as suas refeições, descansar e relaxar. Oferecendo um ambiente tranquilo e com o apoio da equipa da Fundação Infantil Ronald McDonald e dos seus voluntários, esta Casa no Hospital, permite que as famílias possam ainda lavar a sua roupa, utilizar uma casa-de-banho com duche privativa e partilhar emoções com outras famílias que estão também a acompanhar os seus filhos. 

Localizado na cobertura do edifício do Hospital, o Espaço Familiar Ronald McDonald irá contar com uma área de terraços de 270m2 e com uma área interior de 301m2. A configuração, semelhante a uma casa, irá disponibilizar lavandaria, cozinha e sala de refeições, casas de banho, salas de estar e de brincadeiras, dois quartos para uso diurno e para utilizações noturnas de curta duração.  Esta nova Casa no hospital terá ainda uma Sala Snoezelen (Sala Multisensorial). Todas as famílias com crianças em tratamento nos Serviços de Pediatria do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca poderão utilizar o Espaço Familiar Ronald McDonald, bastando para isso serem referenciadas e encaminhadas pelos serviços do Hospital. 

A inauguração do novo Espaço Familiar Ronald McDonald no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca está prevista para o 4º trimestre deste ano.

Para Marta Pires, Diretora-Executiva da Fundação Ronald McDonald, “O valor angariado com a consignação do IRS tem sido muito importante para a Fundação poder apoiar cada vez mais famílias e as suas crianças em tratamento hospitalar. Este ano temos um objetivo ainda maior que é o de abrir um novo Espaço Familiar- a juntar aos outros espaços da Fundação: as Casas Ronald McDonald de Lisboa e Porto, o Espaço Familiar Ronald McDonald no Hospital de Santa Maria e a Sala de Brincar Ronald McDonald no Hospital de São João – e podermos apoiar ainda mais famílias que acompanham os seus filhos em tratamento hospitalar.

 

Deco Proteste exige medidas alternativas ao Governo que não penalizem os portugueses
De acordo com o mais recente estudo da maior organização nacional de defesa dos consumidores, em 2022, os portugueses foram...

Apesar de estar consciente da necessidade de resolver os constrangimentos no acesso aos medicamentos, a DECO PROTESTE contesta a anunciada intenção de revisão extraordinária do seu preço já no início de abril. E alerta, ainda, para a necessidade da implementação de medidas eficazes no combate da escassez, que não agravem as dificuldades financeiras das famílias mais vulneráveis e com saúde mais débil.

Preços dos medicamentos até 10 euros aumentam 5%

Em janeiro, o Governo publicou a portaria de revisão do preço dos medicamentos. No entanto, este ano, extraordinariamente todos os medicamentos que tenham um Preço de Venda ao Público (PVP) máximo inferior a 10 euros serão aumentados cinco por cento, relativamente ao valor que vigorava até março.

No patamar seguinte, todos os medicamentos com PVP máximo entre10 e 15 euros serão aumentados em dois por cento.

Quando o preço ultrapassar os 15 euros, a sua oscilação será variável, sendo estabelecida por comparação com a média dos quatro países de referência: Espanha, França, Itália e Eslovénia. Neste caso, e sempre que o preço esteja acima da média, ocorrerá uma redução de cinco por cento.

Um exemplos simples de um medicamento consumido por muitos portugueses: o Ben-U-ron 1g, cuja substância ativa é o paracetamol. Uma embalagem de 18 comprimidos, custava, a 26 de janeiro, 2,79 euros. Uma vez que este medicamento beneficia de uma comparticipação de 37 por cento, o consumidor pagava 2,16 euros.

Com a revisão de preços, passou a custar 2,92 euros. Ao descontar a comparticipação, o consumidor tem de pagar 2,30 euros. Ou seja, o custo aumenta 14 cêntimos.

Estes pequenos aumentos não parecem muito, mas pesam num orçamento que já tem de suportar o aumento das restantes despesas.

Apesar do aumento generalizado dos medicamentos, a DECO PROTESTE afirma que é possível poupar, ao substituir alguns de marca por genéricos; e os genéricos por outros mais baratos.

E a escassez de medicamentos?

A escassez de medicamentos não se limita apenas a Portugal. Nos últimos meses, os antibióticos lideraram o ranking da escassez, bem como os xaropes para a tosse, paracetamol para crianças e os fármacos para controlar a pressão arterial.

Para Susana Santos, Coordenadora da Área da Saúde da DECO PROTESTE, “através do aumento dos preços, o Governo pretende combater a rutura de medicamentos nas farmácias, contudo, não pode ser sempre o consumidor a suportar os aumentos de custos. Têm de ser implementadas outras medidas que contrariem as ruturas de stocks de medicamentos, que se têm sentido em Portugal e em toda a Europa”. A mesma responsável reforça: “os medicamentos são bens essenciais e existem consumidores que dependem de alguns para sobreviver”.

A DECO PROTESTE, como a maior organização portuguesa da defesa do consumidor, exige medidas que contrariem as ruturas de stocks de medicamentos - "é urgente um ajuste na tabela de comparticipações que acompanhe o aumento de preços. Além disso, é essencial que o combate à escassez se faça com rigorosos planos de gestão de stocks e prevenção de interrupções nos fornecimentos. A indústria deve, ainda, ser obrigada a reforçar os seus stocks de segurança e a antecipar o reporte das falhas, que devem ser comunicadas com transparência pelos organismos do Ministério da Saúde". 

 

Promovido pela Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde - SPLS
O Value for Health CoLAB (VOH) é o vencedor do Prémio Nacional de Literacia em Saúde 2023, com o projeto “Cuido da minha saúde”...

“Este reconhecimento é muito importante para continuar a estimular a criação de iniciativas que capacitem os cidadãos para uma melhor gestão da sua saúde. No Value for Health CoLAB acreditamos mesmo que “conhecimento é poder” e é com a missão de descobrir o que é o valor da saúde de/para cada um que trabalhamos todos os dias”, refere Ana Londral, diretora executiva do VOH.

Para Raquel Silva: “É uma honra recebermos este Prémio, o primeiro do género em Portugal. A concorrência foi fortíssima, 55 projetos no total, 38 dos quais na nossa categoria! Esta forte participação mostra que se está a trabalhar muito e com grande qualidade em Literacia em Saúde no nosso país e o VOH faz parte deste movimento. “Cuido da minha saúde” é um projeto que visa tornar acessível ao doente, e ao cidadão em geral, a informação em saúde de que ele realmente precisa, no momento em que atravessa uma situação crítica de saúde, por exemplo, uma operação, um tratamento, uma fase difícil, etc. Estes guias de autocuidados ilustrados são concebidos para acompanhar o doente no seu percurso de recuperação da sua saúde. Trata-se de uma parceria entre profissionais de saúde, doentes, familiares e cuidadores. A mediação para uma comunicação eficiente é a chave para obter resultados em literacia em saúde, sobretudo, se considerarmos que estamos a lidar com populações vulneráveis e frequentemente confrontadas com a desinformação em saúde. Já lançamos o primeiro livro e ambicionamos por apoios que nos ajudem a lançar os outros que temos em plano.”

Promovido pela Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde - SPLS, o prémio foi atribuído na Categoria: Estratégias e intervenção de literacia em saúde no domínio da segurança e da capacitação do doente, das associações representativas de doentes e dos cuidadores e contou com o patrocínio da ROCHE.

O primeiro livro da coleção “Vou ser operado ao coração, e agora? Guia para uma rápida recuperação.” é da autoria do Prof. José Fragata, já se encontra publicado e está disponível em livrarias e no site da Editora de Ideias.

 

Consignação de IRS
A Associação Novamente tem o objetivo de apoiar traumatizados crânio-encefálicos e as suas famílias, numa missão de melhorar a...

Através do desenvolvimento de ações de acompanhamento aos traumatizados e de adaptação à nova realidade, bem como da disponibilização de guias gratuitos de apoio às famílias, a organização fundada em 2010 orienta pessoas com lesão cerebral para uma nova vida. Assim, face às limitações que a doença provoca, a Associação Novamente define-se pela procura de respostas a uma situação que parece, à partida, irremediável.

Mas não é. Na verdade, a solução para as vítimas de traumatismo crânio-encefálico está nas mãos de todos os portugueses. A entrega das declarações do IRS começa no dia 1 de abril e cada contribuinte terá o poder de decidir o futuro de 10 pessoas com o traumatismo. Uma simples cruz acompanhada do NIF 509 310 354, no Modelo 3, Quadro 11, Campo 1101, será suficiente para gerar a empregabilidade de 10 pessoas com traumatismo (no caso do IRS ser automático, a consignação realiza-se na área “Pré Liquidação” com o mesmo NIF).

E o mais simples de tudo? Esta ação não implica qualquer custo para os contribuintes. O valor já terá sido pago ao Estado e não interfere com o acerto. O Estado abdicará apenas de 0.5% do valor de impostos que cada contribuinte terá de entregar, canalizando-o para a Associação Novamente.

De forma rápida, gratuita e eficiente, cada português tem a oportunidade de não deixar que o futuro de 10 pessoas fique à distância de uma cruz. Os traumatismos crânio-encefálicos ainda não fazem parte das prioridades dos contribuintes e a sua projeção mediática ainda é reduzida, mas quem vive o tema de perto sabe que os acidentes não acontecem apenas aos outros. Assim, a iniciativa da Associação Novamente pretende alertar a sociedade para a importância que o seu apoio é capaz de adquirir, bem como promover a reintegração social de pessoas que nalgum momento da sua vida deixaram de ter uma vida ativa.

Com o Alto Patrocínio de Sua Excelência, o Presidente da República
Estão abertas as candidaturas ao Programa Gilead GÉNESE, um dos maiores programas de Responsabilidade Social Corporativa na...

À semelhança das edições anteriores, a 9ª edição do Programa Gilead GÉNESE conta com o Alto Patrocínio de Sua Excelência, o Presidente da República, que mais uma vez reconhece a relevância desta iniciativa destinada a apoiar projetos nacionais de natureza científica e de iniciativa comunitária que promovam a inovação e a geração de conhecimento, com bolsas de até 40.000 euros por projeto.

O Programa Gilead GÉNESE foi criado em 2013 com a ambição de incentivar a investigação, a produção e a partilha de conhecimento científico a nível nacional, e de viabilizar iniciativas que conduzam à implementação de boas práticas no acompanhamento dos doentes e tornou-se uma referência na área da Responsabilidade Social Corporativa, graças ao enorme impacto que tem gerado através da viabilização de diversos tipos de projetos envolvendo uma grande variedade de Instituições.

O Programa Gilead GÉNESE visa apoiar projetos de investigação e projetos de iniciativa comunitária, nas áreas em que a Gilead desenvolve investigação, nomeadamente Oncologia e Virologia. A área da Oncologia contempla projetos de Hemato-oncologia, com foco nas Neoplasias Linfoides (de células precursoras e de células maduras), e Cancro de Mama e a área de Virologia projetos dedicados às hepatites virais crónicas, infeção por VIH/SIDA e Long COVID.

A avaliação das candidaturas apresentadas encontra-se a cargo de Comissões Externas de Avaliação, constituídas por peritos de diferentes áreas do saber, e que são responsáveis pela apreciação da qualidade, pertinência e caráter inovador dos projetos candidatos, segundo critérios de avaliação previamente estabelecidos.

Na sua vertente de Investigação o Programa Gilead GÉNESE privilegia projetos que promovam a geração de resultados em saúde, a investigação com aplicação clínica e a implementação de sistemas de informação em saúde. Na vertente Comunidade, tem como foco os projetos que promovam a qualidade de vida, o diagnóstico e ligação aos cuidados de saúde e a participação cívica e cidadania de modo inovador e com impacto na vida dos doentes.

Ao longo de oito edições, o montante global de financiamento atribuído aos 101 projetos apoiados ascende a mais de dois milhões e duzentos mil euros, reforçando o compromisso da Gilead com a melhoria dos cuidados de saúde e com as comunidades em Portugal.

Mais informações sobre o regulamento da 9ª edição do Programa Gilead GÉNESE pode ser obtida no website do Programa em www.gileadgenese.pt.

Iniciativas contam com o apoio do INEM e do Centro Hospitalar Universitário do Algarve
Para marcar o Dia Nacional do Doente com AVC, assinalado anualmente a 31 de março, a Iniciativa Fast Heroes 112 alerta para a...

Em colaboração com a equipa da Unidade de AVC do CHUA, a iniciativa tem promovido várias atividades nas escolas da região, com o objetivo de ensinar e sensibilizar os avós e netos para os sintomas do AVC e a necessidade de uma ação rápida.

Com o mesmo propósito, o INEM, em colaboração com a Universidade Sénior da Nazaré, une-se à iniciativa Fast Heroes 112 para realizar uma sessão de sensibilização, dirigida a toda a população, no dia 31 de março, pelas 14h00, no Auditório Municipal da Nazaré. No decorrer do evento, que conta com o apoio dos Bombeiros Voluntários da Nazaré, um elemento da Equipa do Processo Assistencial do AVC do INEM explica os “Tipos de AVC, sinais e sintomas” e “A importância do contacto 112”. A sessão conta ainda com uma palestra dedicada ao projeto FAST Heroes, de forma a dar a conhecer a iniciativa e o seu envolvimento com a comunidade.

“Já recebemos vários relatos de netos que salvaram avós e outros familiares, ao identificarem os sintomas do AVC e agirem atempadamente, ligando para as entidades competentes. Estes casos demonstram o impacto positivo significativo que a iniciativa tem nas crianças”, refere Jan Van der Merwe, responsável pela campanha FAST Heroes. “É gratificante ver os resultados do empenho e dedicação de todos os professores, alunos, familiares e profissionais de saúde envolvidos na iniciativa. O objetivo da FAST Heroes 112 é continuar a sensibilizar a população e ajudar a salvar vidas.”, acrescenta.

A efeméride foi instituída em 2003 e é assinalada todos os anos, com o objetivo de sensibilizar a população para a realidade do AVC em Portugal. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, em 2020, as doenças do aparelho circulatório foram as que mais mataram em Portugal (34.593 óbitos), sendo que o AVC continua a continua a ser a principal causa de morte e morbilidade no país (11.439 óbitos). No mundo, estima-se que uma em cada quatro pessoas acima dos 25 anos irá sofrer um AVC ao longo da sua vida, sendo que mais de 110 milhões de pessoas vivas já sofreram um AVC.

A iniciativa FAST Heroes 112 surge como resposta a esta necessidade. Com o objetivo de educar crianças entre os 5 e os 9 anos e os seus familiares, a iniciativa disponibiliza recursos educativos interativos gratuitos. Desta forma, as crianças desenvolvem competências práticas para salvar vidas de uma forma envolvente e divertida, ao mesmo tempo que descobrem um pouco mais sobre a importância da empatia e do amor.

Este projeto conta com várias atividades protagonizadas por quatro super-heróis, que podem ser implementadas nas escolas e em casa. Francisco (a Face), Fernando (a Força) e Fátima (a Fala) são três super-heróis reformados que lhes vão ensinar os três principais sintomas de AVC. Já Tomás (a Tempo), reforça a importância de agir de forma atempada. Tânia (A Professora) é uma personagem que apenas é apresentada aos alunos no segundo ano consecutivo de implementação e incentiva-os a ensinarem quem os rodeia, principalmente os avós.

Desenvolvida em parceria com o Departamento de Políticas Educativas e Sociais da Universidade da Macedónia, a iniciativa conta com o apoio da Organização Mundial de AVC, da Sociedade Portuguesa do AVC, da Direção-Geral da Educação e da Iniciativa Angels. Além do português, os materiais estão já adaptados para várias línguas. Para participar na campanha, basta ir ao website oficial, em www.fastheroes.com, e registar-se como professor para implementar a iniciativa nas aulas ou inscrever a sua criança. 

 

Psiquiatra explica
Habitualmente, quando falamos de sonhos referimo-nos a um conjunto de imagens mentais que ocorrem du

Os sonhos podem acontecer em diferentes fases do nosso sono. Sabe-se que é no sono REM (Rapid Eye Movement) que os sonhos tendem a ser mais vívidos, fantasiosos e carregados de emoções, enquanto no sono NREM (Non Rapid Eye Movement) os sonhos tendem a ser mais simples, menos carregados de emoções, fugazes e mais relacionados com a realidade do dia a dia.

Na maior parte das vezes, tendemos a não nos lembrar dos nossos sonhos. Quando isso acontece, significa que, por alguma razão, o cérebro despertou enquanto atravessava uma fase do sono em o sonho estava a ocorrer – o que pode ser perfeitamente normal. No entanto, sonhar demasiado deve merecer uma avaliação clínica. Isto significa que algo está a provocar vários despertares que interrompem o sono antes que o cérebro o termine por si mesmo, por exemplo, uma apneia de sono, alterações na função cardíaca ou movimentos que a pessoa tenha enquanto dorme. Também pode acontecer que o conteúdo dos sonhos seja repetidamente relacionado com um trauma, ou tendencialmente ameaçadores (como estar a sofrer um assalto/a ou atacado/a) e que até o corpo reaja fisicamente como se estivesse a viver o conteúdo do sonho na vida real (por exemplo, dar socos ou pontapés). A importância de haver uma avaliação clínica é que existem doenças que podem manifestar-se assim, desde a perturbação de stress pós-traumático a um possível indício de uma doença neurológica.

E como devo fazer para saber se tenho alguma doença do sono? O primeiro passo é procurar essa avaliação clínica, sendo que um especialista em sono saberá orientar para eventuais exames ou especialidades médicas que sejam necessárias. Sendo o sono uma área da saúde tão transversal (uma vez que influencia a saúde e a vida em geral), uma abordagem multidisciplinar deve ser privilegiada, e, portanto, pode até ser necessário o envolvimento de mais do que uma área da saúde (psicologia, psiquiatria, pneumologia ou neurologia, por exemplo, dependendo da situação).

E será que o conteúdo dos sonhos carrega algum significado? Do ponto de vista científico, essa pergunta é complexa e ainda com vários pontos de interrogação. O conteúdo dos sonhos é praticamente tão individual como a nossa impressão digital, porque depende de múltiplos fatores, desde a biologia, a cultura, a personalidade e até cada história de vida. Há, no entanto, um tema que deve merecer particular destaque: o da agressão/ violência, pelas razões que mencionei atrás. Quanto à ideia do “significado dos sonhos” é uma ideia que se tornou muito famosa com a obra “A Interpretação dos Sonhos” da corrente psicanalítica de Freud, publicada em 1899, que destaca os sonhos como forma de manifestação mental de impulsos ou necessidades da mente inconsciente e que são de alguma forma reprimidos. Há que relembrar que falamos de uma altura em que ainda eram escassas as explicações biológicas acerca da saúde mental e da psiquiatria, e a obra de Freud veio atribuir uma função a um tema que sempre fascinou a humanidade. Com o evoluir da ciência, várias outras funções dos sonhos têm vindo a ser suportadas, como a regulação das emoções, consolidação de memórias, processamento de situações traumáticas e até proporcionar formas diferentes de pensar durante a vigília que permitam a resolução de problemas.

Consigo controlar o que acontece nos meus sonhos? As áreas cerebrais que estão mais ligados à vigília e que nos permitem pensar e interpretar voluntariamente (principalmente o córtex pré-frontal) estão habitualmente inativas durante o sonho. No entanto, pode acontecer que existam períodos de ativação de partes dessas mesmas áreas; quando isso acontece, pode acontecer experienciarmos a consciência de estar a sonhar e, em alguns, casos, passarmos a ter controlo sobre o que acontece no sonho. Quando isto acontece, falamos de sonhos lúcidos. Trata-se de um fenómeno que é possível e que pelo menos 50% das pessoas experienciam-no pelo menos uma vez na vida. Ainda que seja raro, considerando que dormimos praticamente um terço das nossas vidas. Esta possibilidade de criar um filme mental em que tudo pode acontecer tem trazido uma grande dedicação de vários investigadores a nível mundial para este tema. Têm sido propostas intervenções terapêuticas, com alguma evidência, no sentido de, por exemplo, alterar o curso de pesadelos ou processar situações traumáticas, dando à pessoa liberdade para recriar uma situação emocionalmente negativa para um cenário muito mais tranquilizador. Algumas das técnicas usadas passam por, por exemplo, treinar ou repetir pequenos gestos no dia a dia, como um teste de realidade, levando a que, caso a pessoa o consiga realizar no sonho, consiga alterar o seu curso. No entanto, também têm surgido preocupações acerca dos sonhos lúcidos, nomeadamente acerca de uma menor qualidade de sono, sensação de cansaço e maior dificuldade em criar um distanciamento da realidade, com respetivos riscos para a saúde mental. Globalmente, ainda é um tema em debate e com muito caminho para desvendar.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Acordo com IPSS Amigos dos Pequeninos de Silves
O Instituto Piaget e a IPSS Amigos dos Pequeninos de Silves assinaram um protocolo que prevê a criação de uma unidade de...

O acordo, que conta com o apoio do Município de Silves, da Segurança Social e da ARS Algarve, prevê, numa primeira fase, a criação de um Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão (CACI), uma unidade residencial de apoio máximo para a infância e a adolescência, e de outra unidade residencial para adultos. Ambas as residências estarão integradas na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) para a Saúde Mental. Numa segunda fase, está prevista a instalação de um espaço multiusos.

No total, prevê-se que sejam criados 70 postos de trabalho, muitos dos quais especializados, podendo as novas infraestruturas acolher até 62 utentes nas diferentes respostas sociais.

O protocolo foi celebrado na passada sexta-feira, 24 de março, no âmbito das comemorações do 20º aniversário do Instituto Piaget de Silves. “Esta parceria representa uma verdadeira sinergia entre a academia e a prestação de serviços de saúde diferenciados na região, ao permitir a criação de novas respostas sociais, nomeadamente no domínio da deficiência”, explica Nelson Sousa, diretor da Escola Superior de Saúde Jean Piaget de Silves.

Adicionalmente, o projeto permitirá criar espaços de aprendizagem para os estudantes daquela Escola Superior de Saúde, no âmbito dos ensinos clínicos, saídas profissionais e outros contextos.

A efetivação da parceria só foi possível com o apoio do Município de Silves, no âmbito da alteração do direito de superfície anteriormente atribuído ao Instituto Piaget de Silves, de forma a viabilizar esta nova valência de utilidade pública.

A data de conclusão de todas as valências do projeto está prevista para 2027, permitindo criar respostas sociais que são atualmente muito deficitárias, tanto na região como no país em geral.

 

Até 2035 haverá mais um milhão de sobreviventes de AVC na Europa
Na semana em que se assinala o Dia Nacional do Doente com AVC, a Portugal AVC alerta que, até 2035, haverá um aumento de um...

O AVC continua a ser a primeira causa de morte e de incapacidade2 em Portugal e na Europa. Segundo o estudo “Custos e Carga da Aterosclerose em Portugal”, elaborado pelo Centro de Estudos de Medicina Baseados na Evidência, só em 2016, o AVC matou mais de 7 mil portugueses e estima-se que, até 2035, o número de mortes por AVC aumente 45%.3

António Conceição, presidente da Portugal AVC, reforça: “Considera-se que, nos próximos 12 anos, o número total de ocorrências de AVC cresça 34% na Europa, atingindo mais de 800 mil casos.4 Já o número de sobreviventes deverá aumentar um milhão, alcançando mais de quatro milhões.5 Destes quatro milhões, cerca de um terço fica com alguma incapacidade, uma disfunção cognitiva e com problemas de saúde mental.6 A questão é que o acesso a um continuum de cuidados, desde a abordagem aguda até uma reabilitação adequada, varia muito entre os vários países europeus. Em Portugal, por exemplo, continua a não existir um planeamento eficiente de cuidado dos sobreviventes de AVC com incapacidades.”

As previsões mostram que, se o AVC continuar a ser menosprezado, o seu peso não irá diminuir na próxima década, nem depois disso. “É urgente mudar este cenário, porque esta doença tem um grande impacto para todos, mas especialmente para os sobreviventes e para os seus familiares e cuidadores que vivem com as suas consequências todos os dias. Importa aliviar o peso destas famílias e definir um plano que permita a igualdade no acesso a uma reabilitação multidisciplinar e contínua, coordenada por médicos especializados em reabilitação de AVC. Para isso, é preciso aumentar o número e a capacidade de unidades de AVC completas, o que inclui a necessidade de profissionais médicos, de enfermagem, terapeutas e técnicos especializados nesta doença”, acrescenta o Presidente da Portugal AVC.

A prevenção é o primeiro passo para combater a doença, quer seja antes da ocorrência de um AVC, quer seja depois de um primeiro episódio. Contudo, um tratamento imediato eficaz e atempado, e ter uma equipa de reabilitação desde os primeiros dias, mesmo ao longo da vida, faz muita diferença na recuperação, integração sociofamiliar e profissional, quando é o caso.

“Felizmente, existe um potencial para diminuir drasticamente este impacto e, consequentemente, reduzir as suas consequências a longo prazo. Mas isto requer a ação conjunta das entidades de saúde, de órgãos governamentais e organizações científicas e de apoio ao AVC, de profissionais de saúde, de investigadores clínicos, e mesmo das empresas que trabalham na área”, sublinha o António Conceição.

O evento “Acidente Vascular Cerebral em Portugal – a realidade e os desafios”, promovido pela Portugal AVC, no dia 29 de março, no Auditório Almeida Santos da Assembleia da República, visa apelar a todos os decisores políticos e autoridades de saúde que é importante a definição e implementação de um plano eficiente de cuidados no AVC em Portugal, que inclua a prevenção e os cuidados na fase aguda, com especial ênfase na reabilitação e na vida pós-AVC, relembrando a Resolução da Assembleia da República nº 339/2021 que "Recomenda ao Governo que defina e implemente uma estratégia de acesso à reabilitação para sobreviventes de acidente vascular cerebral".

 

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