Falar de Sexualidade já não é um tabu
“Por inúmeros estigmas, muitas vezes, a sexualidade da pessoa com deficiência não é considerada. Pensa-se que, pelo facto de as...

Este é um excerto da conversa com a convidada Catarina Oliveira, palestrante e criadora da página de Instagram “Espécie rara sobre rodas”, que deu o seu testemunho no primeiro episódio da 6ª temporada das Pfizer Talks, dedicada a combater mitos e tabus sobre alguns tópicos dentro do complexo mundo da sexualidade.

Atualmente, falar de sexualidade já não é propriamente um tabu. Porém, existem ainda muitas questões que não são abordadas no quotidiano e que geram ainda muitas dúvidas e desinformação. Da necessidade da criação de um espaço onde sejam abordados estes e outros temas da atualidade, nasceu assim, o projeto de literacia ‘Pfizer Talks’, com o objetivo de promover conversas informais com convidados de diversas áreas.

Desta vez, os convidados foram desafiados a partilhar a sua perspetiva e experiência em conversas sobre orientação sexual, sexualidade nas diferentes fases da vida, tabus e desinformação da sexualidade, entre outros. Reflexões simples e descomplicadas que pretendem abordar assuntos controversos e delicados, com o objetivo de informar a sociedade com consciência e sensibilidade.

Os episódios da 6ª temporada das Pfizer Talks serão disponibilizados semanalmente através do Youtube e redes sociais da Pfizer Portugal. Esta nova temporada encontra-se também disponível em formato de Podcast.

10 de maio Irmãs Hospitaleiras Idanha | Sintra
“O cuidado compassivo: Promotor da esperança” é o tema da VIII Jornada Hospitaleira, uma iniciativa que pretende criar espaços...

A sessão de abertura está marcada para as 9h30 e conta com a presença José Manuel Pereira de Almeida (responsável pela Pastoral da Saúde da Diocese de Lisboa), Idília Carneiro e José Manuel Eusébio.

O programa completo poderá ser consultado em https://irmashospitaleiras.pt/jornada-hospitaleira/ a participação é aberta ao público em geral.

 

Dia Mundial do Lúpus assinala-se a 10 de maio
A propósito do Dia Mundial do Lúpus, que se assinala anualmente a 10 de maio, a Associação de Doentes com Lúpus (ADL) alerta...

“O Lúpus é uma doença que pode, em alguns casos, provocar episódios agudos que podem colocar a vida dos doentes em risco. Não existindo uma cura, é crucial alertar para esta doença, de forma a diagnosticar e tratar mais e melhor.”, explicaLuís Dutschmann, acrescentando: “E é precisamente com este objetivo em mente que, enquanto associação de doentes, continuamos a lutar para combater o desconhecimento sobre esta doença, que muitas vezes só é conhecida pelo doente no momento do diagnóstico”.

Também para assinalar a data, a psicóloga Sofia Silva Ribeiro e a pintora Helena Lobato, em parceria com a Câmara Municipal de Guimarães e a ADL, organizam a conferência “Encontro Lúpus”, que se realiza no dia 13 de maio, pelas 9:30, na Biblioteca Raul Brandão em Guimarães, e a exposição “(re)Tratar o Lúpus”, é inaugurada no dia 10 de maio e ficará patente até 10 de junho, nos Claustros do Edifício Sede da Câmara Municipal de Guimarães.

“Esta exposição conta com obras provenientes da coleção “Imperfeições”, da pintora Helena Lobato, que têm como objetivo sensibilizar a comunidade para o que é viver com Lúpus. A conferência dirige-se a pessoas com Lúpus e aos seus familiares e amigos e pretende abordar tópicos importantes para a melhoria da qualidade de vida destes doentes através das intervenções de vários profissionais de saúde”, explica a psicóloga.

O Lúpus Eritematoso Sistémico (LES), também conhecido por Lúpus, é uma doença autoimune, inflamatória e crónica que afeta cerca de cinco milhões de pessoas em todo o mundo, afetando principalmente mulheres em idade fértil. A causa exata da doença não é totalmente compreendida, mas sabe-se que é parcialmente genética, uma vez que mais de 20% das pessoas com Lúpus têm um pai ou irmão com a mesma patologia.1 Em Portugal, uma vez que não há um registo nacional, estima-se que esta doença possa afetar cerca de 10 mil pessoas.

Não existindo cura para o lúpus, os objetivos do tratamento passam por alcançar e manter a remissão da doença, prevenir agudizações e danos dos órgãos e tecidos do organismo. Se a doença não for tratada de forma atempada e adequada, com recurso a terapêuticas especializadas e próprias, causa uma limitação importante na qualidade e esperança média de vida.

Referências:

World Lupus Day. Lupus facts and statistics. Available at: https://worldlupusday.org/lupus-facts-and-statistics/.

 

 

Dia 21 de maio
No próximo dia 21 de maio, o Gabinete de Humanização do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) irá dinamizar uma...

Sob o mote “Cuida-te+”, esta iniciativa convida todos os profissionais, familiares, amigos e comunidade a estarem presentes e caminharem pela MNC, também denominada como “Pulmão da Cidade de Coimbra”.

A sociedade vive imersa num quotidiano familiar, social e profissional cada vez mais exigente e desafiante, colocando em segundo plano a saúde física e mental. Com esta ação pretende-se sensibilizar e promover não apenas a adoção de hábitos saudáveis e a atividade desportiva, mas, também, o convívio e a confraternização entre todos.

Pelas 09:30h, junto aos campos de basquetebol da Mata Nacional do Choupal, será feito um momento de aquecimento com todos os participantes, com a duração de 45 minutos, e pelas 10:15h todos os participantes iniciarão um percurso previamente definido pelos responsáveis da MNC.

A caminhada culminará num momento de convívio, com modelagem de balões para as crianças e entrega de lanche a todos os envolvidos.

Refira-se, como nota importante, que cada participante deve conhecer o seu estado de saúde e as suas condições de participação, assumindo todos os riscos associados ao decorrer do evento. O passeio é gratuito e sem seguro de grupo, pelo que cada participante caminha por sua conta e risco.

As inscrições decorrem até dia 18 de maio, através do link: https://forms.office.com/e/Tfi54KkLcW.

 

 

Benefícios para a saúde física e mental
É do conhecimento geral que Rir traz inúmeros benefícios.

Mas, mais do que isso, segundo Mary Payne Bennett e Cecile Lengacher, da Universidade de Kentucky, que produziram uma série de trabalhos sobre o tema, o riso:

  • Reduz a pressão arterial;
  • Diminui os fatores inflamatórios;
  • Reduz os níveis de stresse, na medida em que, ao facilitar o relaxamento diminui a presença de hormonas do stresse, tais como o cortisol e catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina);
  • Reforça o sistema imunitário.

Por tudo isto, rir traz-nos melhoria da autoimagem, da autoconfiança, da saúde mental e do bem-estar geral.

Outro aspeto relevante do riso, é que ajuda a amenizar o internamento hospitalar e melhora o quadro de depressão e ansiedade pré-operatória.

É bem possível praticar o riso mesmo quando estamos sozinhos. Por exemplo, pense em acontecimentos que considere engraçados e ria.

Mas, se rir sozinho é bom, é mais fácil fazê-lo se estivermos acompanhados. Quantas vezes nos rimos, única e simplesmente, para mostrarmos ao outro que concordamos com aquilo que ele está a dizer. E se vemos ou ouvimos alguém rir, rimos também.

Rir, tem esse efeito contagiante! Ele faz com que baixemos as nossas defesas, possibilitando a manifestação dos nossos verdadeiros sentimentos.

Desta maneira, o riso faz com que as pessoas se sintam mais próximas, gerando maior afinidade e ligação entre elas, ajudando a resolver os conflitos existentes, na medida em que, a partilha de bom humor cria, precisamente, essa ligação. Não só rimos para mostrar que gostamos do outro, como para criar laços que fazem com que nos sintamos melhor juntos.

Embora o riso seja uma atitude natural, conseguimos distinguir dois tipos de riso: o involuntário e o social. De acordo com a Neurocientista Sophie Scott “Os risos verdadeiros são mais prolongados e mais agudos. Quando começamos a rir muito, expiramos o ar dos pulmões com muito mais força do que fazemos voluntariamente. Além disso, começamos a fazer contrações e assobios estranhos. Os risos forçados são normalmente nasalados.”

Porém, conseguir diferenciar aqueles dois tipos de riso, só acontece com a maturidade do indivíduo. Com efeito, uma criança de 6 anos não consegue destrinça-los. Pela mesma razão, os adolescentes têm mais dificuldade em diferenciar os dois tipos do riso do que os adultos, pois na adolescência, a necessidade de aceitação leva o adolescente a não discernir e acompanhar qualquer tipo de riso.

Tal como Sophie Scott explica, “Não entendemos o riso antes de o cérebro atingir a maturidade no final da adolescência, ou mesmo só aos 30 ou 40 anos”. A neurocientista acrescenta ainda que “Ou perdemos o bom humor à medida que envelhecemos ou isso significa que, como entendemos melhor o riso — e ficamos cada vez melhores nisso — para nos rirmos, precisamos mais do que ouvir pessoas a rir. Precisamos da parte social”.

Por tudo isto, não fique parado e procure o humor à sua volta. Perante as oportunidades de rir que estão no nosso dia-a-dia, pense na sua saúde e dê-lhes uma oportunidade.

Não se esqueça que: “não rimos porque estamos felizes, estamos felizes porque rimos.” — William James

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Prémio Nacional de Medicina Interna 2023
O Prémio Nacional de Medicina Interna 2023 foi atribuído a Jorge Cotter, diretor do Serviço de MI do Hospital da Senhora da...

“Quero agradecer profundamente à SPMI por nos ter dado a possibilidade de prestar respeito e homenagem devidamente merecida a quem, ao longo dos últimos 30 anos, nos tem oferecido tanto, com tanta persistência”, iniciou Pedro Cunha, a quem coube fazer a apresentação do vencedor do prémio.

“Este prémio é extensível a todos os colegas que trabalham comigo há 35 anos. Também queria deixar um agradecimento aos meus mestres que me ajudaram a formar em Medicina e mais tarde em MI. De uma forma muito resumida, a MI assentará naquilo que quisermos que ela seja. Temos de salvaguardar dois pontos essenciais: a liberdade na área do diagnóstico e a liberdade de prescrição”, afirmou. Agradeceu, ainda, à sua família por todo o apoio e ajuda prestados.

Os últimos dez anos da sua carreira foram dedicados à investigação clínica, sendo o responsável pelo reconhecimento do Centro de Investigação em Hipertensão e Risco Vascular como Centro Europeu de Excelência.

 

Entre 8 e 12 de maio
Entre os dias 8 e 12 de maio, a Associação Portuguesa de Podologia (APP) com o apoio da Cooperativa de Ensino Superior...

A assistência será garantida a partir dos seguintes postos estratégicos:

Dia - 8, 9 e 10 em Pombal - Pavilhão de Atividades Económicas Desportivas e Culturais 

Dia - 11 e 12 em Fátima - Junto ao Santuário, Posto de Turismo de Fátima - Av. Dom José Alves Correia da Silva n, 213

Esta iniciativa da associação, que acontece desde 2004, pretende colocar à disposição dos peregrinos cuidados podológicos diferenciados e altamente especializados, de acordo com as normas de desinfeção e esterilização adequadas, por forma a garantir uma assistência especializada, gratuita e indispensável para uma peregrinação mais segura e minimizando a dor e os riscos de infeção.

Ao longo de 18 anos consecutivos temos estado junto daqueles que percorrem muitos quilómetros em pouco tempo, com a sobrecarga de longas caminhadas, dos repetidos microtraumatismos nos pés e das frequentes lesões graves que se manifestam através de dores, edemas, bolhas, excesso de transpiração, entorses, ruturas ligamentares, queimaduras, stress mecânico e incapacidades de marcha.

Este serviço humanitário que temos prestado ao longo de quase duas décadas aos peregrinos vem no seguimento da nossa missão de, enquanto podologistas, “servir os mais frágeis”, e traduz-se em mais de 1200 cuidados por ano e mais de 50 voluntários envolvidos.

A Associação Portuguesa de Podologia recomenda ainda a todos os peregrinos que não realizem caminhadas superiores a três horas, escolham roupas frescas e que permitam a transpiração, usem calçado que facilite a respiração e a dilatação do pé e meias de fibras naturais e sem costuras. Para além disso a associação aconselha os peregrinos a não caminharem entre as doze e as dezasseis horas por ser o período de maior exposição solar, e a não furarem as bolhas dos pés ou aplicarem pomadas ou medicamentos sem consultar um especialista.

Devem manter os pés secos, evitar hidratar em excesso os pés, usar anti-transpirantes e desodorizantes para controlo do excesso de humidade nos pés.

Dia Mundial do Riso assinala-se no dia 7 de maio
No dia 7 de maio assinala-se o Dia Mundial do Riso, uma data que pretende promover o riso como uma e

Além disso, pode estimular o sistema imunitário, promover o aumento do limiar da dor, acelerar o ritmo cardíaco e aumentar a oxigenação do cérebro (1). “Ao sorrir, as pessoas demonstram a sua autêntica personalidade, seja com um sorriso, uma gargalhada ou um simples gesto de alegria. O riso é essencial para o bem-estar,” comenta Juan Manuel Frade, Diretor Geral da Align Technology de Portugal e Espanha.

No entanto, sorrir e rir pode, por vezes, representar uma insegurança, o que leva muitas pessoas a deixarem de o fazer de forma espontânea e natural, por medo de mostrar os dentes, ao ponto de poder afetar a sua vida social. De acordo com o Barómetro de Saúde Oral 2022, apenas 32,3% dos portugueses têm dentição completa. Quase 70% da população portuguesa tem falta de dentes naturais e 6,4% tem falta de todos os dentes. (2)

As imperfeições na mordida não só podem afetar diretamente a qualidade de vida, como também podem esconder problemas dentários mais graves; a maloclusão, por exemplo, pode ter implicações tanto estéticas como funcionais na vida quotidiana das pessoas, como a baixa autoestima, a necessidade constante de esconder o sorriso, afetar a capacidade de mastigar, a necessidade de interromper refeições e dores na boca. (3)

Em Portugal, ano após ano, regista-se uma tendência positiva nas visitas ao dentista e um aumento do reconhecimento da sua importância. Há cada vez mais pessoas conscientes de que a falta de tratamento dentário, ou os cuidados dentários inadequados, podem levar a problemas como a sensibilidade dentária, a inflamação das gengivas e as perturbações da articulação temporomandibular e, mesmo nos casos mais graves, à perda de dentes.

Por conseguinte, o primeiro passo para prevenir qualquer tipo de infeção e manter um sorriso impecável começa com uma higiene adequada, que inclui a escovagem dos dentes e visitas regulares ao dentista para garantir que tudo está em ordem.

O médico dentista deve supervisionar o tratamento 

Por vezes, para conseguir o sorriso desejado, é também necessário corrigir possíveis malformações na boca, como o desalinhamento dentário ou maloclusões, que podem afetar o dia-a-dia das pessoas, tanto do ponto de vista estético como de saúde.

Para isto existem soluções como os tratamentos ortodônticos, que devem ser realizados por um profissional habilitado que oriente o paciente durante o processo, já que qualquer intervenção para alterar a posição dos dentes é um procedimento médico que movimenta os dentes através do osso.

O papel do médico dentista é fundamental desde a primeira consulta até ao fim do processo. A tecnologia e as ferramentas digitais ajudam-no a detetar as necessidades do paciente e a conseguir um tratamento adequado e adaptado ao paciente, evitando assim complicações que vão causar desconforto ou incómodo.

Os médicos dentistas e ortodontistas sabem que um sorriso é o reflexo da felicidade. Por esse motivo comprometem-se com os pacientes a avaliar cada situação e a disponibilizar os melhores tratamentos e tecnologias possíveis, para criar as bases para que os pacientes tenham a melhor saúde oral e nunca deixem de sorrir.

Referências:

1 Sociedade Espanhola de Neurologia: https://www.sen.es/saladeprensa/pdf/Link160.pdf

2 OMD, Barómetro Nacional de Saúde Oral 2022 Neue PowerPoint Template (omd.pt)

3 Revista do Ilustre Conselho Geral da Ordem dos Odontólogos e Estomatólogos de Espanha (Conselho Geral das Associações de Dentistas e Estomatologistas de Espanha): https://rcoe.es/articulo/48/afectacion-de-la-maloclusion-en-la-calidad-de-vida-del-paciente-odontopediatrico#:~:text=La%20maloclusi%C3%B3n%20puede%20relacionarse%20con,y%20dolor%20en%20la%20boca

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
As infeções associadas aos cuidados de saúde são eventos adversos que ocorrem durante o internamento

A higiene das mãos (HM) merece destaque como uma dessas medidas, quer seja aplicada de forma isolada e/ou sinérgica, sendo a mais eficaz na prevenção da transmissão horizontal de microrganismos causadores de infeção. Embora singela, assume uma dimensão equitativa e democrática, pois está presente em todos os contextos de prestação de cuidados, devendo ser realizada por todos os profissionais, em todos os momentos preconizados, para e por todos os doentes, por todos os visitantes. Acrescenta-se ainda a sua dimensão económica, como estratégia de redução de custos, permitindo poupar cerca de 16,5 dólares por cada dólar investido. Sem reservas, a HM é a pedra angular de qualquer programa de prevenção e controlo de infeção e resistência aos antimicrobianos.

Semmelweis estabeleceu a relação entre HM e redução da infeção; cem anos volvidos, a solução antisséptica de base alcoólica é o gold standard desta prática e as novas tecnologias estão aí, como ferramentas indispensáveis para a gestão deste indicador. Porém, e em primeiro lugar, a HM é uma medida ancorada no respeito pela dignidade do doente e, inexoravelmente, encarada como um dever para com a vulnerabilidade da pessoa cuidada.

Com a chegada do 5 de maio, a Organização Mundial da Saúde convoca todos a celebrar o Dia Mundial da Higiene das Mãos, no contexto da Campanha "SAVE LIVES: Clean Your Hands", a qual Portugal também abraça. O slogan deste ano, Accelerate action together, insta à colocação da HM como tópico prioritário na agenda sanitária dos países. Aceitemos o repto!

 

 

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SPO deixa recomendações
Sabia que, durante a gravidez, a visão pode sofrer algumas alterações - desde desconforto até ao agr

De acordo com a especialista “a gravidez pode alterar a forma como os olhos propagam a luz devido à retenção de água (tal como acontece com o resto do organismo, por exemplo, os pés, dedos e tornozelos que ficam inchados), o que pode alterar a espessura e o formato da córnea causando alterações na visão, nomeadamente o aparecimento ou agravamento da miopia”.

No entanto, chama a atenção, estas alterações são transitórias pelo que se aconselha que se espere pelo menos algumas semanas, após o nascimento do bebé, para consultar o oftalmologista. “O mesmo racional é aplicável a cirurgias com intenção refrativa (independência de óculos ou lentes de contacto); estas devem ser diferidas para pelo menos seis meses do pós-parto”, revela.

Por isso saiba que a visão embaçada ou olho seco estão entre as alterações mais frequentes e que merecem alguns cuidados.

Segundo Ana Figueiredo, “as flutuações hormonais próprias da gravidez podem alterar a qualidade e a quantidade de produção de lágrimas, levando à síndrome do olho seco, com sintomas que incluem lacrimejo intermitente e excessivo, visão enevoada e sensação de corpo estranho. Isso ocorre porque as minúsculas glândulas que revestem as margens superior e inferior da pálpebra (chamadas glândulas de Meibomius) diminuem a sua produção pelos níveis mais baixos de hormonas – os chamados androgénios – na gravidez. Por outro lado, é possível que, ao longo da gestação, a mulher sofra com alguns desses sintomas causados por um desequilíbrio na quantidade de lágrimas ou evaporação excessiva”. No entanto, explica que esta síndrome “não está necessariamente ligada à gravidez e pode ser desenvolvida através do uso excessivo de computadores/ecrãs e à exposição frequente a vento ou ar condicionado, por exemplo”.

Os sintomas de olho seco, revela, “devem ser tratados com recurso a lágrimas artificiais, que podem ser adquiridas livremente na farmácia, sem receita médica. Existem múltiplas formulações disponíveis (frasco, unidose, mais viscosas ou mais fluidas), sendo a mais adequada a cada caso facilmente aconselhada por um oftalmologista. Além disso, o problema pode ser minimizado, evitando permanecer em ambientes com poeira ou vento excessivo”.

No caso do uso de lentes de contato, acrescenta a médica oftalmologista, “o reforço da lubrificação ocular é mandatório para melhorar a sua tolerância”.

Outros sintomas como “visão enevoada, moscas volantes, manchas escuras - escotomas - no campo de visão, sensibilidade à luz ou perda temporária da visão”, devem representar um sinal de alerta para consultar o mais rápido possível um médico oftalmologista, afirma Ana Figueiredo, sobretudo se a grávida é ou está em risco de ser diabética ou hipertensa.

“As futuras mães com diabetes necessitam de ser monitorizadas cuidadosamente, uma vez que a gravidez pode agravar uma doença ocular prévia. Os sinais de retinopatia diabética incluem, entre outros, visão enevoada, moscas volantes e manchas escuras (escotomas) no campo de visão. O aparecimento da retinopatia, ou agravamento da doença pré-existente, podem determinar a necessidade de rápido tratamento com laser, injeções intraoculares ou mesmo cirurgia. Por outro lado, a diabetes gestacional, um quadro que surge durante a gravidez e desaparece após o parto, também pode causar distúrbios visuais, os quais tendem a reverter após o nascimento do bebé”, explica.

Segundo a especialista, “a hipertensão e a proteinúria de início recente (excesso de proteínas na urina) são dois sintomas cardinais da pré-eclâmpsia e, como a pressão arterial, pode subir rapidamente e colocar em risco a saúde da mãe e do bebé, cuidados rápidos e dirigidos revelam-se essenciais”.

Estudos indicam que 5% a 8% dos casos dessa doença são diagnosticados a partir de sintomas oculares como sensibilidade à luz, perda temporária da visão, manchas pretas ou “flashes” no campo visual e, ainda, visão enevoada. “Em ambos os quadros (diabetes ou hipertensão arterial), o seu diagnóstico precoce depende da realização de um exame de fundo de olho, ou oftalmoscopia, durante a gravidez. Por intermédio de um aparelho, o oftalmologista consegue avaliar o status das artérias, veias da retina, bem como do nervo ótico”, revela adiantando que “a redução dos riscos destas complicações oftalmológicas implica um controlo adequado dos níveis de pressão arterial e glicemia no sangue, efetuado através do seguimento apertado das gestações que se compliquem com a presença destas patologias”.

Por outro lado, se sofre de glaucoma, saiba que durante a gravidez, a pressão ocular tende a diminuir ligeiramente. “Em todo o caso, é recomendado um acompanhamento oftalmológico regular com vista à avaliação periódica do valor da pressão ocular e respetivo ajuste, através dos fármacos/colírios que sejam mais seguros usar em cada trimestre da gestação”, alerta a médica.  

Sempre que a pressão ocular se mantenha descontrolada e acima do desejável, há perigo de lesão irreversível do nervo ótico pelo que poderá ser equacionada a necessidade de uma cirurgia.

“Assim sendo qualquer mulher grávida com histórico em termos de patologia oftalmológica (alta miopia, uveíte, retinopatia diabética, glaucoma ou relacionada com o mero uso de meios corretivos – óculos ou lentes de contacto), deve conhecer o seu padrão de visão habitual por forma a identificar quaisquer alterações e procurar ajuda diferenciada imediata que possa identificar se se trata de algo fisiológico, e como tal reversível após o parto, ou pelo contrário, é uma patologia que implique vigilância e/ou tratamento ao longo da gravidez”, sublinha Ana Figueiredo, acrescentando que a adoção de medidas de estilo de vida saudável, nomeadamente cuidados na gestão do peso, alimentação equilibrada e prática regular de exercício físico são também elas determinantes na redução do aparecimento de complicações.

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Congresso realiza-se até 7 de maio
Manuel Pizarro, Ministro da Saúde, e Fernando Araújo, Diretor Executivo do SNS, participaram na sessão de abertura do 29.º...

“Sem Medicina Interna (MI) e sem internistas não há sistema nacional de saúde. Os internistas são absolutamente essenciais, em especial, nos hospitais. Nada dispensa a necessidade de ter um profissional que faça uma abordagem geral e esses são os especialistas da MI. É fundamental olhar para a pessoa como um todo. Temos no nosso SNS problemas bem identificados, problemas muito diversos. A verdade é que ainda não foi possível encontrar alternativas para colmatar alguns problemas, como o afluxo às urgências”, afirmou o Ministro da Saúde.

Fernando Araújo na sua intervenção afirmou “resolvi utilizar o chatGPT e questioná-lo sobre o que é a Medicina Interna e como esta especialidade pode ajudar a resolver o maior problema do SNS, que são as urgências, as ULS e como é que que os Internistas se podem tornar bons líderes. Neste diálogo que tive com uma espécie de inteligência artificial, ficou bem presente o que nos vai acontecer nos próximos anos. Termino como irão terminar no futuro muitos textos de Medicina Interna, que suscitarão a dúvida sobre quem realmente os escreveu: «Este texto não foi escrito por um humano»”.

“É com imenso prazer que represento a comissão organizadora deste congresso. Agradecemos a colaboração dos vários serviços de Medicina Interna. O que queremos é uma Medicina Interna moderna, afirmativa e representativa, e construir pontes para o futuro. Para organizar este evento foi necessária a colaboração de várias vontades. Este congresso será um momento único de partilha de conhecimentos e união de colegas. O sucesso deste evento está garantido com a vossa presença”, começou por dar as boas-vindas Jorge Almeida, Presidente do congresso.

Por sua vez Lèlita Santos afirmou ser um orgulho ver todos os internistas juntos pela Medicina Interna. “O internista conhece bem as pontes para o futuro. Esta é a área que mais abrange todas as especialidades. A MI é muito abrangente e versátil. Este é um acontecimento fundamental para a especialidade”.

Na sessão de abertura da maior e mais marcante reunião anual de Medicina Interna contou ainda com a presença de Pedro Cunha, presidente do Colégio da Especialidade da Medicina Interna, Carlos Cortes, bastonário da Ordem dos Médicos, Catarina Araújo, vereadora da Saúde da Câmara Municipal do Porto e Maria João Batista, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário de São João.

“Pontes para o Futuro”. É este o tema do 29.º Congresso Nacional de Medicina Interna (29.ºCNMI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), que se realiza entre os dias 4 e 7 de maio, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto.

 

 

Opinião | Dia Mundial sem Dieta
Sabemos que a autoimagem e a aceitação do corpo são questões fundamentais para a saúde mental e físi

Essa pressão social pode levar a perturbações de autoimagem, como a dismorfia corporal – uma perturbação psicológica que tem como base uma preocupação excessiva com o corpo, ou falhas percebidas na aparência física que não são observáveis ou parecem ligeiros aos outros. Esta preocupação causa mal-estar clinicamente significativo, gerando ansiedade, tensão desamparo e hipersensibilidade à crítica, sentimentos de culpa, autodepreciação e desvalorização pessoal. Este tipo de pessoas usualmente, julgam a autoestima com base na forma corporal, sobrevalorizando pequenas imperfeições ou imaginando-as de forma negativa. E isso tem um impacto significativo na autoestima, assim como pode afetar o individuo em termos pessoais e profissionais.

No Dia Internacional sem Dieta, é realmente muito importante que as pessoas entendam que a imagem corporal idealizada pela média é irrealista e, sejamos francos, inalcançável para a maioria das pessoas. A pressão para se adequar a essa imagem idealizada pode levar a dietas extremas e perigosas – as dietas ioiô-, como a restrição calórica excessiva e o uso de laxantes ou diuréticos, que podem ter efeitos colaterais graves para a saúde física e mental.

Não adianta fugir da questão, a eterna busca do corpo e imagem perfeitos, pode resultar em disfunções alimentares extremas e difíceis de tratar, a exemplo, ocorre-me neste momento a anorexia e bulimia nervosa. São perturbações suficientemente graves que não raras vezes levam a consequências perturbadoras para a saúde física e mental e, no limite, a internamentos compulsivos para salvar a vítima desta síndrome da autodestruição.

Vivemos numa sociedade de equívocos, a busca da imagem idealizada – a selfie perfeita, imposta pelos média, redes sociais e também pelo mundo da moda, levam a uma busca pelas famosas “dietas da moda”. São regimes alimentares quase sempre irrealista e que prometem resultados rápidos na perda de peso, mas geralmente carecem de evidências científicas sólidas, ou são apenas mitos sem evidências que as sustentam. Essas dietas muitas vezes envolvem a eliminação radical de grupos alimentares ou nutrientes essenciais, o que pode levar a deficiências nutricionais e a outros problemas de saúde levando a picos de ansiedade extrema e a sentimentos de culpa autodirigida com grande impacto na autoimagem. Muitas vezes, essas dietas podem desencadear comportamentos alimentares desordenados, como compulsão alimentar e restrição alimentar excessiva, resultando em perturbações alimentares graves, como anorexia e bulimia nervosa.

Atente-se, por exemplo, na famigerada anorexia nervosa, esta síndrome é caracterizado por uma restrição severa na ingestão de alimentos, prática excessiva de exercícios físicos, e imagem corporal distorcida. Geralmente, esta perturbação alimentar acarreta muito sofrimento para a vítima e para os seus familiares, que se sentem impotentes para ajudar. Esta problemática inclui perda significativa de peso e risco para a saúde física e mental. Esta é uma perturbação muito grave que requer tratamento multidisciplinar para a recuperação do peso saudável, melhoria da imagem corporal e uma psicoeducação para a adoção de hábitos alimentares saudáveis.

Outra perturbação alimentar inóspita e que resulta da idealização social, é a bulimia nervosa. Neste caso é caracterizada por episódios de compulsão alimentar seguidos de comportamentos compensatórios inapropriados – como a ingestão episódica e massiva de alguns alimentos. Naturalmente, o comer excessivamente, vai-se traduzir em sentimentos de culpa na autoimagem e o medo intenso de ganhar peso levando ao aparecimento do ciclo compulsão e purgação, e podem manifestar-se com sintomatologia depressivas e/ou ansiogénicas, perturbação de sono e comportamentos obsessivos versus compulsivos – personalidades do tipo Cluster B, são os sentimentos mais comuns a estes indivíduos. Como resultado as consequências físicas e mentais são desastrosas, requerendo tratamento multidisciplinar para a interrupção do ciclo de compulsão e purgação, mas sobretudo torna-se necessário uma psicoeducação na melhoria da imagem corporal e adoção de hábitos alimentares saudáveis.

Se pensarmos que “cada caso é um caso”, uma dieta alimentar saudável deve ser essencialmente funcional e adaptada a cada indivíduo. Mas sobretudo adaptada às necessidades individuais do corpo de cada um. Naturalmente, considerando as especificidades biológicas, fisiológicas e sociais de cada pessoa.

As chamadas "dietas da moda" que impõem regras específicas e rígidas, com alimentos proibidos ou permitidos em tempos determinados, ignoram as necessidades individuais do organismo e tratam o corpo como um padrão universal. Essa abordagem generalizada pode levar a complicações nutricionais e problemas de saúde, uma vez que as necessidades nutricionais variam entre os indivíduos.

Recordo que a alimentação deve ser vista como uma abordagem holística, levando em consideração não apenas a nutrição, mas também o bem-estar mental e social do indivíduo por forma que a sua autoimagem, seja fortalecida dentro de um padrão saudável e equilibrado.

Para ajudar as pessoas a lidar com a pressão social em relação à imagem corporal, é importante que elas desenvolvam uma autoimagem positiva e aprendam a aceitar seus corpos como eles são. O principal objetivo de uma dieta equilibrada é a de devolver a estabilidade, mas fazê-lo de forma realista. Mas a pressão social e as dietas da moda fazem com que se passe de um desequilíbrio para outro. Por outras palavras, tenho para mim que uma dieta que resulta é sempre aquela que traduz um final feliz, em termos emocionais e físicos. Os profissionais de saúde, como nutricionistas, psicólogos e coaches de imagem, podem desempenhar um papel importante na promoção de uma autoimagem positiva e na prevenção de transtornos alimentares.

Pessoalmente, recomendo uma abordagem multidisciplinar como ao uso de orientação nutricional, hipnose clínica e o coaching simultaneamente, podem ser ferramentas valiosas na promoção de uma autoimagem positiva e na prevenção de transtornos alimentares. A hipnose clínica, por exemplo, é uma abordagem natural, inócua e não invasiva que pode ajudar as pessoas a superar as distorções cognitivas, obstáculos mentais e bloqueios emocionais que possam estar afetando a sua relação com a comida e com a imagem do seu corpo. São abordagens que ajudam a entender que um corpo saudável é mais importante do que um corpo magro.

Comemora-se o “Dia Internacional da Dieta”, e façamos um alerta, é preciso reconhecer o impacto que a representação idealizada da beleza tem nas pessoas e trabalhar para promover uma imagem corporal saudável e realista. Os média, as empresas de moda e beleza podem trabalhar para promover a diversidade de tamanhos e formas corporais em anúncios e campanhas na promoção dos seus produtos.

Em resumo, a autoimagem e a aceitação do corpo são questões fundamentais para a saúde mental e física das pessoas. É importante ensinarem as pessoas que aprendam a valorizar os seus pontos fortes, as suas realizações pessoais, em vez de apenas a sua aparência física. Isso pode ser mais facilmente alcançado através de práticas terapêuticas, como a hipnose clínica, que pode ajudar a reprogramar as crenças e padrões de pensamento negativos em relação à imagem corporal, já que a hipnose trata a raiz do problema. A hipnose apresenta soluções novas para problemas antigos sendo uma abordagem natural, inócua e não-invasiva faz uso dos recursos internos da e desbloqueia o que porventura possa estar a afetar emocionalmente o paciente. No caso dos transtornos alimentares, como anorexia nervosa e bulimia nervosa, são doenças graves, mas que podem ser prevenidas com a ajuda de especialistas e profissionais de saúde e uma mudança na cultura e na média que promove uma imagem corporal saudável e realista.

 
Dra. Cátia Costa Lopes – Licenciada em Psicologia 
Dr. Alberto Lopes - Neuropsicólogo/Hipnoterapeuta
Clínica Dr. Alberto Lopes - Psicologia & Hipnose Clínica

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
5 de maio
As Jornadas da Primavera da Sociedade Portuguesa de Reumatologia desenvolve o primeiro Curso Multidisciplinar de Miopatias...

Este evento conta com a presença de várias especialidades como a Dermatologia, Pneumologia, Radiologia, Neurologia e a Patologia Clínica, que em conjunto abordarão temáticas tais como, o diagnóstico e as ferramentas de avaliação das IIM, como interpretar os anticorpos específicos e associados a IIM, os métodos de imagem e padrão imagiológico nas IIM, o padrão histológico nas várias formas de IIM, o envolvimento pulmonar e cutâneo na IIM e as últimas novidades no tratamento das IIM.

“As Miopatias Idiopáticas Inflamatórias são um grupo muito heterogéneo e complexo de doenças que afetam doentes de todas as faixas etárias, desde a idade pediátrica até à idade adulta, pelo que a necessidade constante de multidisciplinaridade e partilha de conhecimento é essencial para o seguimento adequado destes doentes.” acrescenta Raquel Campanilho-Marques, Coordenadora do Curso e Coordenadora da Consulta Multidisciplinar de Miosites do Hospital de Santa Maria – CHULN.

 

Entrevista | Dra. Filipa Ferreira
Com manifestações clínicas, em fase precoces, que facilmente se podem confundir com outras patologia

Estima-se que, em Portugal, a Hipertensão Arterial Pulmonar afete cerca de 300 pessoas. No mundo, são mais de 25 milhões aqueles que sofrem de uma doença grave, sem cura e que, habitualmente, é diagnosticada em fases avançadas. Para ajudarmos a compreender a doença, começo por lhe perguntar em que consiste e quais as principais causas?

A hipertensão arterial pulmonar é de facto uma doença rara, mas grave que se caracteriza por alterações da vasculatura pulmonar que condicionam uma pressão nas artérias pulmonares mais elevada, dificultando a função do ventrículo direito em bombear sangue. Muitas vezes a causa é desconhecida e nesse caso definimos como hipertensão arterial pulmonar idiopática. Outras vezes pode ser hereditária ou associada a consumo de drogas, fármacos ou anorexígenos.  Pode ainda aparecer associada a outras doenças como doenças do tecido conjuntivo mais conhecidas como doenças autoimunes, à infeção por VIH, a cardiopatias congénitas ou a doença hepática cronica com hipertensão portal. 

Há, no entanto, causas menos comuns como a obesidade, por exemplo… Que causas são estas?

A obesidade pode por alguns mecanismos condicionar hipertensão pulmonar, mas não propriamente hipertensão arterial pulmonar que é já uma forma específica de hipertensão pulmonar. Normalmente a obesidade associa-se a síndrome de apneia obstrutiva do sono ou síndromes de hipoventilação que podem de facto condicionar hipertensão pulmonar. 

Podemos falar em grupos de risco? A que outras patologias pode estar associada?

Podemos sim. Como disse na primeira questão, existem formas de hipertensão pulmonar que aparecem associadas a outras doenças. Assim sendo, podemos identificar as pessoas que tenham essas doenças como doentes de risco para hipertensão arterial pulmonar. Nestes casos o screening anual com ecocardiograma até pode estar recomendado como acontece por exemplo na esclerose sistémica. Devemos estar mais atentos ao aparecimento de sintomas nestes grupos de risco.

Sendo frequentemente ignorados, quais os principais sintomas da doença? Quais os sinais de alerta?

Os sintomas mais frequentes são a dispneia de esforço, ou seja, uma falta de ar desproporcional para um determinado esforço. Numa fase inicial da doença é para esforços intensos como subir lanços de escadas, mas à medida que a doença vai avançando a falta de ar surge para esforços progressivamente menores até causar franca limitação nas tarefas do dia-a-dia. Os sinais de alarme são sintomas que normalmente aparecem numa fase mais avançada da doença e se associam a gravidade como desmaio durante o esforço ou logo após o esforço, inchaço das pernas e/ou barriga, tosse com sangue ou angina de peito.

Diria que esta patologia pode estar subdiagnosticada? O que contribui para os atrasos no seu diagnóstico?

Eu tenho a certeza que esta doença está subdiagnosticada. Mais do que isso! A maioria dos doentes apresenta-se nos centros de referência tardiamente, ou seja, numa fase já avançada da doença. O principal motivo é o facto de os sintomas serem muito inespecíficos e facilmente confundidos com outras doenças cardiovasculares ou doenças pulmonares como asma, insuficiência cardíaca esquerda, DPOC. Outro motivo é a desvalorização destes sintomas pelos próprios doentes porque se instalam progressivamente e as pessoas vão-se adaptando, evitando subidas ingremes ou subir escadas.

A partir de que idade podem surgir os primeiros sintomas? E como é feito o seu diagnóstico? 

Não existe uma idade para o aparecimento dos sintomas. Podem inclusivamente surgir durante a infância. Tudo depende da causa da hipertensão pulmonar. Quando hereditária ou associada a cardiopatias congénitas podem surgir ainda em crianças. Nas formas associadas a doenças do tecido conjuntivo por exemplo, é uma faixa etária mais elevada. Após a suspeita clínica o limiar para realização de ecocardiograma deve ser baixo, por ser um exame facilmente acessível e inócuo para o paciente. Se houver sinais suspeitos de hipertensão pulmonar no ecocardiograma, então o diagnostico deve ser confirmado, já nos centros de referência, através da realização de cateterismo cardíaco direito.

Em que consiste o tratamento? Em que casos está recomendado o transplante pulmonar?

Atualmente, a base do tratamento consiste na utilização de fármacos específicos que pretendem baixar a pressão nas artérias pulmonares – vasodilatadores pulmonares. É uma terapêutica específica, de utilização exclusivamente hospitalar e preferencialmente utilizada nos centros de tratamento que existem em Portugal e que estão definidos. O transplante pulmonar é uma estratégia de recurso para uma fase tardia da doença, em que a resposta ao tratamento com vasodilatadores pulmonares é insuficiente.

Quais os principais desafios nesta área?

Em primeiro lugar, eu diria que é o diagnóstico precoce: Reduzir o tempo que demora aos doentes a chegar aos centros de tratamento desde o início dos sintomas. Mas depois vêm outras formas de desafios relacionados com o facto de a hipertensão arterial pulmonar ainda ser uma doença cronica progressiva, sem cura. Seria bom aparecerem novos fármacos ou intervenções com intuito curativo que fossem verdadeiros modificadores de prognóstico.

Para aqueles que convivem com a doença, quais os principais cuidados a ter?

À semelhança da população em geral, devem adquirir hábitos de vida saudável: não fumar, comer bem, controlar o peso e evitar ter uma vida sedentária (salvo indicação em contrário). Depois há orientações específicas para estes doentes como a indicação para a vacinação contra a pneumonia, gripe e COVID-19. A gravidez está contraindicada na maioria dos casos e por isso em mulheres em idade fértil devem usar métodos eficazes de contraceção.

No âmbito do dia Mundial da Hipertensão Pulmonar, que mensagem gostaria de deixar?

Gostava de deixar uma mensagem de esperança. Esta é uma área com intensa investigação clínica, com inúmeros fármacos inovadores em teste, alguns aparentemente promissores. Em Portugal temos centros diferenciados com equipas multidisciplinares motivadas que todos os dias trabalham com vista a melhorar a prática clínica para que os nossos doentes possam ter acesso aos melhores cuidados de saúde.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
2 e 3 de junho
Está a chegar a 2ª edição do evento “AVC 360º - Integrar e Aplicar”, uma iniciativa formativa da SPAVC destinada primariamente...

O encontro vai decorrer nos dias 2 e 3 de junho de 2023, em Peniche (Hotel MH Atlântico), e tem como objetivo a discussão interpares e multidisciplinar, em sessões eminentemente práticas, centradas em casos clínicos, com interação e recurso a televoto.

O programa culminará com o “Stroke Sunset” - caminhada em grupo destinada à sensibilização da população através da distribuição de folhetos sobre sinais de alarme, fatores de risco e estilos de vida saudável.

Esta reunião é coordenada pelo neurologista Alexandre Amaral e Silva, membro da Direção da SPAVC.

 

Maio é o mês do Coração e das Mães
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está a promover a ação nacional de consciencialização para o...

Em Portugal, a incidência do enfarte agudo do miocárdio continua a ser elevada. “Com esta iniciativa  pretendemos consciencializar as mulheres para a adoção de um estilo de vida mais saudável, para que no futuro possam beneficiar de uma vida mais tranquila junto das pessoas de quem mais gostam. Infelizmente, esta realidade deve-se, em muito, aos hábitos de vida que são levados do dia a dia”, afirma João Brum da Silveira, Coordenador Nacional do Stent Save a Life e da Campanha Cada Segundo Conta (APIC).

Segundo Rita Calé Theotónio, “Também os fatores de risco como hipertensão, dislipidemia, diabetes, tabagismo, excesso de peso e sedentarismo contribuem para o aumento do risco de desenvolver esta doença. Na fase da menopausa, a mulher passa por mudanças hormonais, e estes fatores de risco clássicos tornam-se mais comuns aumentando o risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Torna-se, assim, primordial a aposta na prevenção destas doenças, adotando um estilo de vida saudável: praticar exercício físico; evitar o consumo de álcool; não fumar; controlar a alimentação, optando por não consumir em excesso alimentos ricos em açúcar e gordura; e manter a vigilância médica regular”.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2019, registaram-se 4.275 mortes totais por enfarte agudo do miocárdio, que atingiram, maioritariamente homens, com uma relação de 133 óbitos de homens por 100 de mulheres. A idade média ao óbito para as mulheres situou-se nos 81 anos, mais 8 anos do que a observada para os homens (73 anos).

Os dados do Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção (RNCI), desenvolvido pela APIC, indicam que, em 2022, cerca de um quarto dos doentes tratados para o enfarte agudo do miocárdio, através de angioplastia primária, foram mulheres com uma média de idade de 65 anos, com um índice de massa corporal médio de 28, e 63 por cento das quais com hipertensão.

O enfarte agudo do miocárdio ocorre quando uma das artérias do coração fica obstruída, o que faz com que uma parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes. Dor no peito, suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade são sintomas de alarme para o enfarte agudo do miocárdio. Não ignore estes sintomas. Ligue rapidamente 112 e siga as instruções que lhe forem dadas.

A ação “Coração de Mãe” está inserida no âmbito da campanha “Cada Segundo Conta”, promovida pela APIC, e foi desenvolvida pelos alunos do curso de Relações Públicas e Comunicação Empresarial, da Escola Superior de Comunicação Social (ESCS), do Instituto Politécnico de Lisboa, no âmbito da unidade curricular «Comunicação no Interesse Público», com os objetivos de promover o conhecimento e a compreensão sobre o enfarte agudo do miocárdio e os seus sintomas; e alertar para a importância do diagnóstico atempado e tratamento precoce. Para mais informações sobre esta campanha consulte www.cadasegundoconta.pt.

Nas áreas académica e científica
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) assinou, hoje, um acordo de cooperação com a Ordem dos Enfermeiros de...

Segundo o texto do protocolo, rubricado pela bastonária da OEMo, Maria Acácia Ernesto Lourenço, e pelo Presidente da ESEnfC, António Fernando Salgueiro Amaral, o acordo visa a formação de «grupos de trabalho para implementação de programas que concorrem para o desenvolvimento de Enfermagem, criação de oportunidades de vagas para formação em pós-graduação nos níveis de especialidades, mestrados e doutoramento e investigação em Enfermagem».

A «facilitação do acesso às bibliotecas virtuais, as tecnologias de centros de simulação dos procedimentos de Enfermagem e cursos de curta duração para os enfermeiros docentes que irão orientar as práticas nos centros de simulação» são outras ações que fazem parte do objeto do acordo hoje firmado em Coimbra.

Pretende-se, neste âmbito, «desenvolver atividades e programas conjuntos», relacionados com a «implementação de pesquisas multicêntricas e projetos de desenvolvimento em Enfermagem», com a «formação de revisores e editores para criação ou fortalecimento de uma revista de Enfermagem em Moçambique» e, ainda, com o «intercâmbio de docentes e estudantes dos cursos de especialidade».

A promoção e a organização de «atividades científicas, seminários, colóquios, conferências, congressos e outros eventos de índole académica e de divulgação científica na área de Enfermagem», estão também previstas, ao abrigo do presente acordo de cooperação.

«A Enfermagem de Moçambique está convicta que a ESEnfC irá acompanhar-nos até ao topo que almejamos, que é a formação de profissionais de enfermagem capazes de unir o seu pensar com a sua prática, fazer uma reflexão crítica sobre a sua prática, identificar os problemas da sua ação profissional do dia a dia e buscar, de uma maneira sistematizada, a resposta a esses problemas. Isto é possível com a implantação e fortalecimento do ensino superior em Moçambique», afirmou a bastonária da OEMo, Maria Acácia Lourenço.

Já o Presidente da ESEnfC, Fernando Amaral, disse que a instituição que dirige tudo fará, «a partir da cooperação, para garantir uma melhor Enfermagem, que há de levar a uma maior saúde para todos os povos».

Ao notar que da missão da ESEnfC faz parte ser «uma escola global, com responsabilidade social», Fernando Amaral asseverou que a Escola de Coimbra está «disponível a participar com todos e, sobretudo, com aqueles com que tem responsabilidade cultural e histórica, como são os PALOP». «E que, agora, tem a responsabilidade de cooperar com esses países, para melhoria da vida dos [respetivos] povos», vincou o docente de Coimbra.

Quase 11 mil assinaturas
Este ano, a associação Movimento Cancro do Ovário e outros Cancros Ginecológicos (MOG) assinala o Dia Mundial do Cancro do...

O cancro do ovário é o sétimo tipo de cancro mais comum entre as mulheres, com cerca de 314 mil novos casos por ano. É a quinta causa de morte por doença oncológica entre as mulheres, sendo o cancro ginecológico com maior taxa de mortalidade. Para as mulheres que recebem o diagnóstico de cancro do ovário, conseguir o acesso a um tratamento de manutenção em primeira linha pode fazer a diferença na sua vida, permitindo-lhes viver mais anos e com melhor qualidade. Não existe um registo nacional de cancro do ovário, mas estima-se que cerca de 560 novos casos foram diagnosticados em 2020.

Efetivamente, até há pouco tempo, Portugal era dos únicos países da Europa sem uma opção de tratamento de manutenção em primeira linha, financiada e disponível no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Contudo, esta terapêutica já existe no nosso país, mas apenas para doentes com mutação genética (sBRCA ou Gbrca).

“Esta decisão não é democrática, muito menos compreensível. As doentes sem mutação representam a maioria dos casos de cancro do ovário (85%) e apresentam maiores necessidades médicas. Quem tem capacidade financeira pode ter acesso a este tratamento nos hospitais privados, mas as mulheres e famílias que não têm meios monetários para fazer esse investimento, acabam por não ter acesso. Não podemos permitir que estas mulheres sejam deixadas para trás. Há mulheres a morrer e famílias a perder mães, irmãs e filhas por existirem lacunas no acesso a uma terapêutica que está disponível para todas as doentes noutros países da Europa”, reforça Cláudia Fraga, presidente da associação MOG e sobrevivente de cancro do ovário.

 

Trabalhos podem ser submetidos até ao dia 2 de junho
Estão abertas as candidaturas para os Prémios Pfizer, a mais antiga distinção na investigação Biomédica em Portugal, que este...

Os Prémios, atribuídos anualmente, resultam da parceria entre a Pfizer e a Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa (SCMED), com o objetivo de reconhecer o trabalho de investigação desenvolvido pelos cientistas portugueses que, pelo seu esforço e entrega à Ciência, contribuem para gerar novo conhecimento e inovadoras descobertas médicas, melhorando a saúde e qualidade de vida dos doentes e da sociedade.

Os trabalhos podem ser submetidos até ao dia 02 de junho de 2023, através do email da SCMED (consultar regulamento em https://www.pfizer.pt/ ou http://www.scmed.pt/). Na atribuição dos prémios, o júri apreciará o mérito dos trabalhos e projectos apresentados, e a sua decisão será conhecida durante a sessão solene a realizar-se no próximo mês de novembro.

Os Prémios Pfizer têm marcado a investigação que se faz em Portugal, distinguindo os melhores trabalhos de investigação básica e clínica, elaborados total ou parcialmente em instituições portuguesas por investigadores portugueses ou estrangeiros. O valor total atribuído para os Prémios Pfizer 2023 será de 60.000 euros.

 

Cerca de 450 mil portugueses sofrem da condição
No dia 5 de maio memoramos o Dia Europeu da Insuficiência Cardíaca.

O aumento da prevalência de IC é resultado de um conjunto de fatores, nomeadamente, o envelhecimento da população, o aumento da sobrevida de outras doenças cardíacas (como os enfartes e as doenças cardíacas congénitas) e o aumento da prevalência de doenças crónicas como a hipertensão arterial e a diabetes. Sendo estas as principais causas de IC, existem outros motivos para desenvolvimento de IC, como as arritmias, as doenças das válvulas cardíacas ou doenças do músculo cardíaco (p.ex. miocardites).

Mais do que uma doença, a IC é uma entidade complexa em que o coração é incapaz de dar resposta às necessidades aumentadas de fluxo sanguíneo do organismo, com consequente desenvolvimento de sintomas quando o paciente tenta realizar atividades comuns do dia-a-dia. Com a progressão da doença, esforços progressivamente menores desencadearão sintomas, até uma fase em que estes surgem em repouso. Entre os principais sintomas de IC destacam-se o cansaço, a falta de ar e as pernas inchadas ou aumento do volume abdominal.

É ainda importante não esquecer que se trata de uma doença com um prognóstico sombrio se não acompanhada e tratada. A sua mortalidade chega a ser superior à de muitos cancros (nomeadamente cancros comuns como o da próstata, da mama ou o melanoma); mas continua a ser mais temido um diagnóstico de cancro que um diagnóstico de IC.

Mas neste dia dedicado à IC e a todos os que vivem diariamente com esta doença é importante ressalvar dois pontos de esperança:

Em primeiro lugar, trata-se de uma doença prevenível, ponto em que é basilar a adoção de um estilo de vida saudável, cumprindo uma dieta equilibrada, realizando exercício físico de forma regular e abstendo-se do consumo de álcool e de hábitos tabágicos, conjuntamente com o controlo adequado de doenças crónicas como a hipertensão arterial, a diabetes, a dislipidemia (colesterol alto) e a obesidade.

Em segundo lugar, dispomos, cada vez mais, de terapias eficazes, que permitem uma franca melhoria da qualidade de vida, mas também ganho de anos de vida. É por isso importante que conseguir diagnosticar o mais rapidamente possível, para iniciar tratamento dirigido e eficaz e, assim, garantir uma melhoria do prognóstico. De igual importância, é que os doentes cumpram a medicação de forma regular. Além disso, os doentes com insuficiência cardíaca, e seus familiares/cuidadores, devem aprender a reconhecer sintomas de descompensação (agravamento da falta de ar, inchaço nos pés e pernas ou aumento súbito de peso) e procurar ajuda junto da equipa médica assistente precocemente, para assim evitar uma descompensação mais grave.

Neste dia tenhamos em mente que todos somos importantes na prevenção, diagnóstico e gestão da insuficiência cardíaca, desde a população geral aos profissionais de saúde. Só trabalhando conjuntamente poderemos “detetar o não detetado”.

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