Sintomas surgem tipicamente na primeira infância
A cistinose nefropática é uma doença genética rara que afeta a capacidade do organismo de transporta

Causas

A cistinose nefropática é uma doença autossómica recessiva, o que significa que uma criança precisa herdar duas cópias do gene mutado, uma de cada progenitor, para desenvolver a doença. O gene mutado é chamado CTNS, e codifica uma proteína chamada cistina, que é responsável pelo transporte da cistina para fora das células. Nas pessoas com cistinose nefropática, o defeito no gene CTNS conduz à acumulação de cistina nas células.

Sintomas

Os sintomas de cistinose nefropática aparecem geralmente no primeiro ano de vida – habitualmente, nos primeiros dois anos de vida -,  à medida que a cistina se acumula nos rins. Os sintomas mais comuns são: a poliúria (micção excessiva), a polidipsia (sede excessiva) e atraso no desenvolvimento.  

À medida que a doença progride, podem formar-se cristais de cistina nos rins, levando à síndrome renal de Fanconi, uma condição em que  importantes nutrientes e minerais se perdem na urina. Como consequência pode desenvolver raquitismo (amolecimento dos ossos), atraso no crescimento e desequilíbrios eletrolíticos.

Para além de problemas renais, a cistinose nefropática pode também afetar outros órgãos, incluindo os olhos, músculos e cérebro.

As crianças com cistinose podem desenvolver fotofobia (sensibilidade à luz), dores oculares e cristais da córnea. Também pode ocorrer fraqueza muscular e dificuldade em andar. Em alguns casos, a cistinose pode afetar o cérebro, causando incapacidade intelectual e convulsões.

Diagnóstico

A cistinose nefropática é tipicamente diagnosticada através de uma combinação de sintomas clínicos, testes laboratoriais, e testes genéticos. Os médicos podem realizar um teste de urina para verificar a presença de cristais de cistina, bem como testes de sangue para medir os níveis de eletrólitos e a função renal. Os testes genéticos podem confirmar o diagnóstico através da identificação de mutações no gene CTNS.

Tratamento

O tratamento da cistinose nefropática tem como objetivo reduzir a quantidade de cistina no corpo. O tratamento mais eficaz é a cisteamina, um medicamento que decompõe a cistina numa forma menos prejudicial que pode ser excretada na urina. Esta terapia pode retardar a progressão das doenças renais e melhorar o crescimento e desenvolvimento das crianças com cistinose. No entanto, requer tratamento vitalício e pode ter efeitos secundários como náuseas, vómitos, e um mau cheiro.

Em alguns casos, o transplante renal pode ser necessário se a cistinose levar a uma doença renal em fase terminal. Outros tratamentos podem incluir medicamentos para controlar sintomas tais como fotofobia e fraqueza muscular.

Em conclusão, a cistinose nefropática é uma doença genética rara que afeta a capacidade do organismo para metabolizar a cistina. Pode causar danos renais graves e outras complicações, e atualmente não existe cura para a doença. No entanto, com um diagnóstico precoce e uma gestão adequada, os doentes com cistinose nefropática podem levar uma vida satisfatória.

Fontes:

http://www.spp.pt/Userfiles/File/App/Artigos/31/20120305175101_Caso%20Clinico_Santos_42.pdf

https://www.cystinosisunited.com/what-is-cystinosis

https://spoftalmologia.pt/wp-content/uploads/2002/01/acta_oftam_n13_2003_pp.19-22.pdf

https://www.insa.min-saude.pt/wp-content/uploads/2017/04/Cistinose-Doenca-Rara-com-um-Melhor-Prognostico_Raquel-Neiva.pdf

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Universidade de Coimbra
A Universidade de Coimbra (UC) coordena o projeto “SINDIA: Desigualdades socioespaciais na demência” que pretende aprofundar a...

Como explica o docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), investigador do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) da UC e coordenador do projeto, Miguel Padeiro, «a demência afeta as pessoas de diferentes formas, em função de muitos fatores». «As características individuais, familiares, socioprofissionais e socioespaciais, por exemplo, podem influenciar a qualidade de vida e a progressão da demência», acrescenta. Neste contexto, «as desigualdades que afetam as pessoas com demência não são apenas sociais, são também espaciais: as características do local onde vivem (com mais ou menos espaços verdes, trânsito, poluição, ou tratamento do espaço público) e o acesso aos recursos e oportunidades que o lugar proporciona também influenciam a trajetória da demência, a qualidade de vida das pessoas que vivem com a doença e dos seus cuidadores informais», contextualiza Miguel Padeiro.

Apesar de existir evidência científica que comprova o impacto das condições do local de residência na qualidade de vida, o coordenador destaca que «a combinação dos vários mecanismos que influenciam este impacto não foram suficientemente reconhecidos até ao momento». Com esta investigação, a equipa pretende aprofundar o conhecimento sobre esses fatores e seus impactos como forma de contribuir para «a promoção de medidas, políticas e estratégias voltadas para a redução das desigualdades em saúde entre populações e entre territórios», explica o investigador.

Tratando-se de um projeto multidisciplinar, vai envolver profissionais das áreas da geografia, psicologia, gerontologia, economia e ciências da saúde. Vai ser feito um levantamento das respostas existentes no país, tanto para a pessoa com diagnóstico de demência como para os cuidadores informais. Esta análise vai decorrer junto de várias instituições que dão respostas nesta área, avaliando os serviços prestados e as necessidades não satisfeitas. As pessoas com demência e seus cuidadores vão ser também inquiridos. Neste momento, todas as pessoas que pretendam participar no estudo podem manifestar o seu interesse através do website do projeto, em www.sindiaproject.org/participe.html.

Para Miguel Padeiro, o envolvimento direto de pessoas com demência e seus cuidadores é essencial para o sucesso desta investigação: «a ciência tem-nos mostrado que é possível e desejável construir o conhecimento com o envolvimento das pessoas com demência e não de forma distanciada e, neste projeto, as pessoas e seus cuidadores vão participar no desenho dos inquéritos e entrevistas, para que a sua voz possa ser mais audível».

Com os resultados que pretende alcançar ao longo dos três anos de desenvolvimento do projeto, a equipa de investigação vai procurar «esclarecer e sensibilizar os cidadãos, os técnicos das diversas áreas que lidam com a demência e os decisores políticos sobre a existência de desigualdades e vulnerabilidades que podem piorar o percurso da pessoa com demência e de quem dela cuida», acrescenta o docente da Universidade de Coimbra. «É preciso sensibilizar as pessoas para esta condição de saúde sobre a qual existe ainda algum estigma, que precisa ser combatido, sendo igualmente necessário corrigir as lacunas no acesso à informação sobre a demência», remata Miguel Padeiro.

Financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, o “SINDIA: Desigualdades socioespaciais na demência” é cocoordenado pela docente da FLUC e investigadora do CEGOT, Paula Santana. Conta com a participação de vários centros de investigação e universidades (Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde da Universidade de Aveiro; Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa; Universidade de Liverpool e Universidade de Lancaster) e de diversas entidades e associações (Associação Alzheimer Portugal; Associação Nacional de Apoio ao Idoso; Associação Nacional de Cuidadores Informais; Associação de Apoio a Cuidadores de Pessoas Dependentes; Câmara Municipal de Ílhavo; Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis; e EC2U – Campus Europeu de Cidades Universitárias, através do Instituto Virtual Saúde e Bem-Estar).

APORMED distinguiu Rita Rato Nunes, jornalista da VISÃO
A reportagem “A era da inteligência artificial”, escrita por Rita Rato Nunes, jornalista da revista VISÃO, é a grande vencedora...

O trabalho jornalístico dedicado à Medicina 4.0 explorou o impacto, a curto e longo prazo, da inteligência artificial na saúde. “Ensinar as máquinas a processar avalanches de dados clínicos e a traçar perfis biológicos é abrir a porta a diagnósticos mais rápidos, menos evasivos e a tratamentos personalizados. A Medicina 4.0 não é ficção científica. É uma revolução em curso”, diz Rita Rato Nunes, na sua reportagem.

“A pertinência, relevância e impacto desta reportagem, assim como o nível de investigação e rigor foram os fatores decisivos que reuniram o consenso para a distinção da jornalista Rita Rato Nunes”, explica Filipe Granjo Paias, presidente da APORMED e membro do júri.

Nesta primeira edição do Prémio APORMED - Jornalismo na área dos Dispositivos Médicos, o júri foi composto por Filipe Granjo Paias, Presidente da APORMED; João Gonçalves, Diretor executivo da APORMED; Carlos Morais, Diretor do Serviço de Cardiologia do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca; Mafalda Fateixa, Especialista em Comunicação Digital do grupo B. Braun; Nicole Matias, responsável de comunicação da Fresenius Medical Care; Rafaela Duarte, Head of Medical Education & Communication da Skymedical, e Andreia Garcia, doutorada em ciências da comunicação e professora universitária.

A segunda edição do Prémio APORMED - Jornalismo na área dos Dispositivos Médicos será anunciada brevemente.

 

Efeitos da violência sobre os profissionais de saúde é um dos assuntos em debate
Efeitos da violência sobre os profissionais de saúde na qualidade dos cuidados é uma das matérias em debate, na sexta-feira....

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) acolhe, desde hoje (sessão de workshops pré-congresso) e até sexta-feira, o 5º Congresso Internacional de Enfermagem do Trabalho. Subordinado ao tema “Saúde do Trabalhador na Era Digital”, o evento resulta de uma coorganização entre a ESEnfC e mais quatro instituições: Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro, Escola Superior de Enfermagem do Porto, Escola Superior de Saúde do Politécnico de Viseu e Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria.

Após a sessão solene de abertura, a acontecer amanhã (10h00), no Auditório António Arnaut (Polo B da Escola, na freguesia de São Martinho do Bispo), segue-se a conferência "Condições de trabalho em contextos emergentes na era digital", a proferir (pelas 10h30) pelo subinspetor-geral da Autoridade para as Condições do Trabalho, Nelson Ferreira.

"Formação e Investigação em Enfermagem do Trabalho" (11h30) e "Práticas e Projetos em Enfermagem do Trabalho" (15h00) são os temas dos painéis do dia, que contarão com intervenções de representantes de instituições de ensino superior, da Ordem dos Enfermeiros e de unidades de saúde, entre elas a UCS – Cuidados Integrados de Saúde, empresa do Grupo TAP Air Portugal.

Rocío de Diego-Cordero, professora da Universidade de Sevilha, encerra os trabalhos de quinta-feira, ao proferir a conferência "Teletrabajo y afectación en el estado de salud mental de las mujeres durante la pandemia por COVID 19" (16h30).

Na sexta-feira de manhã, destaque para a conferência "Comunicação Ciberorganizacional Promotora de Segurança" (10h30), por Célia Carrasqueiro, diretora de Recursos Humanos e Comunicação da Verallia Portugal, terceiro maior produtor mundial de embalagens de vidro para bebidas e produtos alimentares.

Coordenador do Gabinete de Segurança do Ministério da Saúde no último dia do congresso

Logo depois (11h30), estarão em análise "Os efeitos da violência sobre os Profissionais de Saúde na qualidade dos cuidados", tema de um painel com a participação de especialistas do Gabinete de Segurança do Ministério da Saúde de Portugal (concretamente do seu coordenador, o subintendente da Polícia de Segurança Pública Sérgio Barata), do Ponto Focal Regional da Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo e do Gabinete Jurídico e do Cidadão da ARS do Centro.

Antes da sessão de encerramento (17h00), conduzida pelo coordenador do curso de pós-graduação em Enfermagem do Trabalho ministrado na ESEnfC, José Hermínio Gomes, tempo ainda para o painel intitulado "Trabalhar no futuro, contextos e práticas emergentes" (15h00) e para a conferência "Transformação digital: Desafios e oportunidades dos profissionais de saúde" (16h00), esta da responsabilidade de Angélica Baptista Silva, da Fundação Oswaldo Cruz, do Brasil.

«No que diz respeito ao mundo do trabalho, temos assistido a uma progressiva e sistemática mudança. De um local de trabalho ao trabalho mediado por plataformas digitais e de trabalho a distância, dos meios de produção manuais aos sistemas de trabalho baseados na inteligência artificial e na robótica, da singularidade de uma gestão baseada na relação humana a uma gestão fundada na gestão e tratamento de dados, é inegável que novos ambientes de trabalho e novas formas de trabalhar estão a emergir e a desenvolver-se», consideram os organizadores deste congresso.

Daí que as cinco instituições de ensino superior sustentem que «os enfermeiros e outros profissionais de saúde que se interessam pela saúde do trabalho precisam de compreender esta nova realidade, conhecer os riscos para a saúde que daqui podem emergir e procurar evidência científica que os oriente nas práticas de prevenção e promoção de saúde neste novos contextos e formas de trabalhar».

Mais informações no sítio do evento na Internet, em www.esenfc.pt/event/icohn2023

Portugal é país da Europa ocidental com taxas de incidência mais elevadas desta patologia
O Serviço de Infeciologia do Hospital Garcia de Orta (HGO) estabeleceu uma parceria com o Centro de Diagnóstico Pneumológico...

“Desde abril de 2022 que todas as consultas médicas do CDP têm sido asseguradas por uma equipa médica proveniente do HGO, contabilizando-se a realização de 3.034 consultas, só no ano passado. O painel de profissionais destacado pelo HGO é constituído por uma pneumologista e duas infeciologistas”, explica Nuno Marques, Diretor do Serviço de Infeciologia do HGO.

E acrescenta: “Os dados de 2019 e 2020 revelaram que a população dos concelhos de Almada e Seixal apresenta uma incidência de tuberculose superior à média nacional. Com ajuda do CDP, esta camada da população tem livre acesso ao atendimento médico, onde são asseguradas as fases de rastreio, diagnóstico e tratamento, desta doença estabelecendo-se a ligação aos cuidados hospitalares e a articulação com os centros de tratamento de referência da Tuberculose multirresistente”.

A 24 de março assinala-se o Dia Mundial da Tuberculose. “É essencial sublinhar que Portugal continua a ser considerado o país da Europa ocidental com taxas de incidência mais elevadas desta condição contagiosa, transmitida por via área e que afeta maioritariamente o sistema respiratório”, conclui Nuno Marques.

A tuberculose constitui risco acrescido de contração por parte dos doentes imunodeprimidos, como os portadores da infeção do Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), tendo uma sintomatologia marcada por quadros de tosse arrastada (mais de três semanas), febre prolongada, expetoração com sangue, dores na região torácica, perda de peso e falta de força.  Se apresentar estes sinais não hesite em pedir auxílio no centro de saúde ou CDP da sua área de residência. Sem o devido acompanhamento, cada pessoa com tuberculose ativa irá infetar, em média, entre 10 a 15 pessoas por ano.

 

Técnica que está a dar os primeiros passos a nível mundial
O Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) começou a realizar cirurgias nanoscópicas do joelho, uma técnica recente...

A Cirurgia Nanoscópica consiste na utilização de equipamentos e dispositivos de dimensão reduzida (nano) em comparação com as técnicas endoscópicas já utilizadas. Sendo uma técnica recente, está a dar agora os primeiros passos nos atos cirúrgicos em Ortopedia e Traumatologia a nível mundial.

De acordo com o Diretor do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do CHUJS, António Nogueira de Sousa, este procedimento tem particular interesse “na abordagem das pequenas articulações e dos procedimentos em idade pediátrica”, mas ainda “como alternativa à Ressonância Magnética, no seguimento dos resultados de uma técnica artroscópica, e na resolução de lesões menos acessíveis pela via clássica”.

A redução para cerca de 1/3 da dimensão do material de artroscopia – técnica que permite aceder a uma articulação através de pequenas incisões na pele –, torna-a ainda menos invasiva e com menor morbilidade para o doente. Este procedimento passa, deste modo, a ser realizado através da incisão de uma “agulha” de apenas 2 milímetros de diâmetro. Para o paciente, a intervenção passa a ser semelhante ao ato de uma infiltração. Também em relação à anestesia, esta técnica apresenta vantagens: o bloqueio nervoso periférico com sedação endovenosa permite alta quase de imediato.

A baixa morbilidade permitirá também que alguns procedimentos sejam realizados de forma segura fora do bloco operatório, com impacto positivo quer na comodidade do doente, quer na otimização de recursos e redução de custos por parte do hospital.

Segundo o CHUSJ, espera-se que sejam realizadas, atá ao fim do ano, cerca de 40 cirurgias deste tipo.

 

22 de abril
O Núcleo de Estudos de Ecografia (NEEco) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) vai realizar a sua 2ª Reunião, no...

Para José Mariz, Coordenador do NEEco, o grande objetivo desta reunião passa por “criar uma rede de praticantes de POCUS dentro da Medicina Interna, lançar os fundamentos sólidos para a elaboração de uma lista de competências em POCUS, criar os fundamentos para criar uma rede de centros de estágio em POCUS, e aumentar a produtividade de publicações científicas na área de POCUS”.

Sobre o critério na escolha dos temas para o programa, José Mariz afirma que “fazemos sempre um balanço entre temas clínicos e temas mais organizacionais. Como o tema sugere, procuramos escolher temas que façam ponte com outras especialidades, como os Cuidados Intensivos, a Cardiologia e a Medicina Geral e Familiar. Assim, os temas clínicos vão incidir no papel de POCUS nos Cuidados Críticos e no papel de POCUS na Ecocardiografia na visão do internista, além do quiz de casos clínicos. Depois iremos falar sobre o desenvolvimento de estágios de POCUS em Medicina Interna em Portugal, sobre o que o NEEco está a desenvolver para estabelecer o que deverão ser as competências em POCUS dentro da Medicina Interna; teremos também colegas a representar a Medicina Geral e Familiar e que nos falarão do que esta especialidade também anda a desenvolver nas aplicações de POCUS nos cuidados primários”.

Nos dias 20 e 21 de abril terá lugar o curso pré-encontro “Ecografia à cabeceira do doente para internistas”, um curso imersivo que serve de introdução à prática de POCUS dentro da Medicina Interna onde serão abordados os princípios da Ecografia Torácica (Pulmão e Coração), a Ecografia Reno-vesical básica para a identificação de hidronefrose, Ecografia Venosa dos Mis para identificar TVP, os princípios para auxiliar a colocação de CVC e o protocolo eFAST.

Mais informação em - https://www.spmi.pt/ii-encontro-nacional-do-nucleo-de-estudos-de-ecografia/

 

Mais do que diagnosticar e tratar lesões
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o conceito de saúde é muito mais que a ausência de doença, m

Serão os atletas os indivíduos com mais saúde na sociedade em que estão inseridos? Eu voto no depende. Depende de inúmeros fatores, nomeadamente o impacto do desporto praticado nas características específicas do indivíduo, do ambiente envolvido e das suas demais escolhas de caráter emocional, físico e social.

Em que momentos considera pertinente o acompanhamento em Medicina Desportiva? Que circunstância o levaria a agendar uma consulta nesta especialidade médica?

Enquanto médico especializado em Medicina Desportiva, o meu compromisso é garantir o acompanhamento que um atleta necessita para que a sua prestação desportiva seja potenciada, mas garantindo a preservação da saúde do mesmo. Esta missão a que me proponho implica negociação, dedicação e envolvimento.

A minha aposta assenta na sensibilização para a prevenção e na consideração dos fatores preditivos associados – o Exame Médico Desportivo tem uma importância preponderante. Porém, um diagnóstico baseado numa avaliação holística e uma intervenção com a mesma perspetiva, vê o atleta como um todo na sua função e não só e apenas um joelho, um ombro ou qualquer outra das suas partes.

Um atleta, seja ele amador, federado ou profissional, necessita que os seus hábitos e decisões se coadunem de forma harmoniosa para que os objetivos sejam alcançados com sucesso. A Medicina Desportiva, mais ainda do que diagnosticar e tratar lesões, deverá ser a gestora do acompanhamento do atleta e garantir que cada um seja munido dos recursos que necessita, à sua medida.

A construção de um desportista envolve várias áreas complementares, pelo que sou apologista de um acompanhamento multidisciplinar em que todos os profissionais de saúde

envolvidos usufruam de uma fácil comunicação entre si e que estejam alinhados nas respetivas intervenções.

O processo inicia-se na motivação, persistência, resiliência e gestão da frustração. A componente psicológica tem um peso tremendo na prestação de qualquer atleta. Uma mente sã e equilibrada tem a capacidade de nos levar mais longe e de gerir momentos mais delicados como o momento em que ocorre uma lesão. Em recuperações mais longas ou difíceis experiencia-se o desânimo ou até a revolta. É determinante que esse processo não impacte de forma prolongada uma vez que poderá manifestar-se sob a forma de um decréscimo bastante significativo da performance e até numa lentificação substancial da recuperação.

As escolhas de um atleta com objetivos específicos deverão ser guiadas por um profissional especializado e certificado, e adaptadas consoante as suas necessidades: alteração da intensidade e/ou frequência dos treinos, lesão, ou outras circunstâncias.

Deparamo-nos com uma responsabilidade acrescida: a gestão das expectativas. É crucial que seja estabelecida uma relação de confiança entre toda a equipa e o atleta, e como tal a boa comunicação, a informação e a negociação são palavras de ordem.

Ser atleta é muito mais do que ter um qualquer desempenho desportivo, é um estilo de vida que desafia constantemente a capacidade de superação. Um rendimento desportivo notável exige um sério investimento e compromisso emocional e físico.

Não nos limitamos a acompanhar o atleta lesionado, mas também o atleta saudável. Identificamos necessidades e suprimimos essas lacunas em prol da otimização do rendimento desportivo. Praticar desporto está na moda e deverá ser feito de forma consciente e segura.

Como referi anteriormente, a equipa comunicante e multidisciplinar é uma mais-valia neste processo por dar as respostas às mais variadas questões impostas. O coaching desportivo para manter o foco e motivação, a nutrição para que a capacidade física do atleta seja maximizada através da alimentação, a consulta de medicina desportiva, a ortopedia, a podoposturologia e osteopatia como respostas ao condicionamento físico, a fisioterapia e a massagem desportiva na recuperação de lesões e empoderamento do desempenho específico do desportista.

Cabe à Medicina Desportiva a missão de guiar o atleta, encaminhar, alertar para a prevenção e maximizar a função física no seu desempenho. Avaliar e considerar cada atleta na sua individualidade requer a personalização de toda e qualquer estratégia a adotar e a sua participação na tomada e decisão.

Percebe agora a importância da boa informação?

Atletas que nos leem, era esta a vossa perspetiva da Medicina Desportiva? Julgo, esperançadamente, estar a poder trazer uma refrescante imagem da especialidade. Para ter uma otimização do desempenho desportivo há muito mais trabalho a fazer do que identificar e tratar lesões de forma segmentar. A visão holística é o que nos permite observar um atleta ou paciente de forma funcional, no seu todo.

Voltando à minha resposta do depende... Penso já ter respondido à questão com a minha partilha, mas passo a reforçar: ser atleta não é sinónimo de ter saúde. Ter saúde é o resultado de escolhas conscientes e informadas ao longo do tempo, não somente de um desempenho físico em determinado momento.

Ser fisicamente ativo não é o mesmo de ser um atleta profissional quer física quer psicologicamente. Qual o mais saudável? Bom, caro leitor, tem uma resposta assertiva e irrefutável? É que da minha parte, continuo a apostar no... depende!

Alegra-me que nos dias de hoje já estejamos a alcançar um nível de informação mais considerável, mas é necessário apostar no esclarecimento e partilhá-lo!

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Programa de sensibilização contra a resistência aos antibióticos
“Tome a Atitude Certa” é o mote da campanha contra a resistência aos antimicrobianos que apela ao uso correto de antibióticos

Os antibióticos são medicamentos fundamentais para a prática da Medicina moderna, mas o seu consumo inapropriado é um dos principais responsáveis pelo surgimento de bactérias resistentes. Dessa forma, e sendo um problema global já reconhecido pela Organização Mundial de Saúde, é necessário a criação de um compromisso que vise informar/educar a população.

Neste sentido, e conscientes da necessidade de uma ação urgente e eficaz para mudar o rumo dos acontecimentos, a Pfizer desenvolveu, em 2019, a Campanha “Tome a Atitude Certa”, um projeto de consciencialização com o objetivo de alertar para o perigo do desenvolvimento de resistências aos antimicrobianos e consciencializar a população para a utilização correta de antibióticos.

Continuando o trabalho de sensibilização pública para esta problemática, a Pfizer vai estar presente na Futurália, com o propósito de promover a literacia em saúde e consciencializar os mais novos para este assunto.

A mascote do projeto, que representa uma bactéria (Pseudomonas aeruginosa) estará também presente nesta ação, com o objetivo de cativar o interesse dos jovens de hoje, que serão os adultos de amanhã.

Inauguração contou com a presença do Ministro da Saúde
A AstraZeneca, multinacional biofarmacêutica orientada para a ciência, acaba de anunciar o investimento de 2,5 milhões de euros...

Este é um investimento que traduz o compromisso com a sociedade, as pessoas e o planeta e permite ainda contribuir para a descarbonização do Serviço Nacional de Saúde (SNS), através da criação da primeira comunidade de energia desta natureza em Portugal, com o Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF), na Amadora, que dista apenas dois quilómetros da sede da AstraZeneca. 

Com este projeto, para o qual foi selecionada a Greenvolt, a AstraZeneca Portugal reforça a sua intervenção no movimento de transição energética. A criação da comunidade de energia inovadora permite a partilha da energia produzida e não consumida pela AstraZeneca aos seus vizinhos num raio de quatro quilómetros. Tendo presente os objetivos de descarbonização do SNS, esta partilha, estimada em 100MWh/h, será feita ao HFF, hospital que serve mais de 550.000 utentes dos concelhos da Amadora e de Sintra.

Empenhada na liderança mundial na sustentabilidade e aceleração da descarbonização, além da renovação da sede foi também apresentada uma solução de mobilidade elétrica inovadora. Esta solução, implementada em parceria com a EVIO, possibilita a utilização da energia solar produzida no edifício para o carregamento das viaturas elétricas nas instalações da companhia, permitindo a descarbonização da frota da empresa bem como uma redução significativa do custo de carregamento.

A companhia já tinha assumido o compromisso de transição de toda a frota (aproximadamente 200 viaturas) para 100% elétrica até ao final de 2024. Para suportar esta transição estão a ser instalados carregadores na casa de cada um dos colaboradores, sempre que tecnicamente possível.

O investimento feito cobre ainda a criação de uma aplicação informática de marcação de almoços antecipada, de modo a diminuir as emissões de carbono associadas à dieta dos colaboradores na cantina do edifício; a instalação de um compostor para tratamento de resíduos orgânicos provenientes desta e a criação de uma horta comunitária com 12 parcelas de 10 a 12 m2, fertilizadas pelo composto destes resíduos, criando assim uma economia circular no edifício. Foi ainda feita a recuperação do depósito para o aproveitamento das águas pluviais e colocado chão exterior em betão poroso, para permitir a absorção da água das chuvas pelo solo.

Na renovação do edifício, a AstraZeneca recuperou e reutilizou algum do material já existente e doou o que já não fazia sentido manter e se encontrava em bom estado a algumas instituições, como a REMAR, a REFOOD, a Associação Paulo Bento e a Escola Terra, tendo ainda sido doados equipamentos informáticos à Câmara Municipal de Oeiras, à APPACDM e à Médicos do Mundo.

Sérgio Alves, presidente da AstraZeneca Portugal, considera que “é importante passar das palavras à ação e foi isso que quisemos com esta remodelação, que nos permite ter um edifício que alia o conforto à sustentabilidade, onde a gestão de recursos e a poupança energética se traduzem, de forma real, em benefícios para todos – pessoas, comunidade e planeta”.

João Manso Neto, CEO da Greenvolt, destaca ser um “privilégio anunciar a adjudicação da Comunidade de Energia AstraZeneca, uma comunidade diferenciadora, que vem demonstrar que os benefícios das comunidades não se limitam a energia limpa e mais barata, mas também podem ser um acelerador da descarbonização ao nível dos transportes, com uma solução de mobilidade elétrica inovadora, em colaboração com a EVIO. Estamos muito entusiasmados com este projeto e com futuros projetos com a AstraZeneca na execução da sua estratégia de sustentabilidade em Portugal e nas geografias onde estão presentes”.

Joana Chêdas, Presidente do Conselho de Administração do Hospital Fernando Fonseca, afirma: “O HFF encara o tema da sustentabilidade ambiental na Saúde com grande seriedade, porque é prioritário para o futuro. A descarbonização e a eficiência energética são um desígnio para o futuro do nosso planeta, mas também para o futuro da nossa saúde.”

Nos últimos três anos, o HFF apostou em investimentos que melhoram a eficiência energética e produção de “energia verde”, através da candidatura ao POSEUR, no valor de 6 milhões de euros. Joana Chêdas precisa: “iremos melhorar a nossa classe energética de D para B e instalámos dez mil metros quadrados de painéis fotovoltaicos, permitindo já uma poupança de 350.000€.  Desde o primeiro contacto da AstraZeneca, onde nos transmitiram a sua visão sobre o futuro, a nova sede, a energia sustentável, a mobilidade verde, que o HFF aceitou fazer parte do mesmo, estabelecendo-se uma parceria assente no “novo” conceito de comunidade de energia produzida por painéis fotovoltaicos e assim damos mais um passo para a neutralidade carbónica do HFF. Tal como no dia-a-dia da saúde pública, sabemos que, juntos e em rede, é possível um caminho de todos para todos”.

A inauguração da renovada sede da AstraZeneca Portugal aconteceu ontem e contou com mais de 100 convidados externos, entre os quais o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, que encerrou a cerimónia e plantou uma árvore numa das parcelas da horta comunitária da companhia. 

Nova valência permitirá alargar o leque de patologias tratadas
O Hospital de Braga vai aumentar as suas valências através da criação do Serviço de Hematologia, alargando as patologias...

A decisão do Conselho de Administração do Hospital de Braga é mais um exemplo da forte aposta na melhoria da qualidade, da eficácia e da eficiência dos serviços prestados aos utentes. Nas palavras da Diretora Clínica, Paula Vaz Marques, “o Hospital de Braga tem um nível de diferenciação tal que obriga à existência de um Serviço de Hematologia, de forma a poder oferecer mais serviços os seus utentes e trata-los em proximidade, evitando que estes tenham que se deslocar a outras instituições para verem o seu problema investigado e tratado”.

A Hematologia Clínica dedica-se ao diagnóstico e tratamento das doenças do sangue e dos órgãos que intervêm na sua formação. Até agora, os hematologistas do Hospital de Braga estavam integrados no Serviço de Oncologia. Contudo, a premência em dar resposta às necessidades crescentes da população, motivou a contratação de mais médicos, permitindo, assim, aumentar também o portefólio de serviços a oferecer aos utentes.

Herlander Marques, especialista em Oncologia, dedicado à Hematologia há largos anos, no Hospital de Braga, e investigador no Centro Clínico Académico de Braga (2CA-Braga), esclarece que a maior parte das doenças de hematologia são do foro oncológico, mas que se assiste a uma evolução e a um aumento de volume de doentes não oncológicos.

Considerando de grande importância a criação do Serviço de Hematologia Clínica, João Porfírio Oliveira, Presidente do Conselho de Administração do Hospital de Braga, destaca que a decisão se enquadra no compromisso do Hospital de Braga prestar cuidados de saúde de excelência, através de uma prática caraterizada pela qualidade, competência, rigor, eficiência e diferenciação

 

Opinião
A Síndrome do Intestino Irritável afeta cerca de 10% da população, o que é uma elevada prevalência.

O que é a Síndrome do Intestino Irritável?

Embora a causa subjacente da síndrome do intestino irritável ainda não seja conhecida, a condição leva a movimentos anormais a nível intestinal, o que por sua vez pode levar a espasmos. Esta é uma condição funcional, o que significa que não existem diferenças físicas no intestino de uma pessoa com ou sem a síndrome do intestino irritável. A única diferença é a forma como os intestinos funcionam.

Esta condição leva a uma série de sintomas incluindo dor, inchaço abdominal, diarreia e obstipação. Os fatores agravantes que levam a este tipo de episódios, não são sempre possíveis de serem identificados e podem ser esporádicos, sendo que nem sempre se irá perceber quando ocorrem.

Alguns profissionais acreditam que a síndrome do intestino irritável pode estar diretamente relacionada com a motilidade do intestino. Quando está baixa, poderá levar a obstipação e inchaço. Por outro lado, quando a motilidade está extremamente elevada, poderá estar relacionada com contrações mais intensas, sendo mais propenso a diarreia.

Os sintomas da síndrome do intestino irritável são extremamente diferenciados de pessoa para pessoa, quer a nível de frequência como da sua gravidade. Enquanto algumas pessoas podem apresentar esporadicamente alguns sintomas, outras precisam de fazer grandes alterações no seu dia-a-dia de forma a lidar com os mesmos. Isto faz com que a síndrome do intestino irritável seja uma condição muito individual e é raro encontrar duas pessoas com exatamente os mesmos sintomas.

A ligação corpo-mente

Estatisticamente, os sintomas da síndrome do intestino irritável são mais propensos em mulheres e poderão estar associados a ansiedade. Infelizmente, só aumenta o “mistério” em torno da condição! É sabido que a ansiedade tem um impacto direto no que toca à síndrome do intestino irritável. Para alguns, a ansiedade poderá despoletar episódios de diarreia ou obstipação, enquanto outros podem sentir inchaço ou flatulência. Como esta síndrome tem uma forte relação com a ansiedade e stress, muitas pessoas não atribuem a devida importância. Algumas até podem dizer “está tudo na cabeça”, mas não é o caso. Embora os sintomas sejam exacerbados pelo stress, eles são bem reais!

Gerir a Síndrome do Intestino Irritável: tratamento & suporte

Poderá até surpreender, mas quando se trata a síndrome do intestino irritável não se está a tratar realmente a condição. Ainda não há consenso a nível médico da causa, não havendo forma de combater a fonte do problema. Contudo, há formas de combater os seus sintomas, desde que saiba como.

Embora não haja cura para a SII, os seus sintomas podem ser controlados através de alterações na alimentação como no estilo de vida. Não têm de ser necessariamente grandes alterações, mas, manterão o seu intestino e por consequência, a pessoa, muito mais feliz! Quando se trata de combater os sintomas, estamos a lidar diretamente com casos de obstipação, diarreia, flatulência, inchaço e dor resultantes da síndrome do intestino irritável.

Reduza as porções

Refeições com porções mais pequenas e regulares irão ajudar o intestino, comparativamente com refeições “pesadas”. A preparação prévia das mesmas poderá ser uma grande ajuda na logística, basta saber o que dar preferência ou não, a nível da escolha dos alimentos.

Beba mais água

Os especialistas recomendam uma média de 8 copos de água por dia. Isto garante que o seu intestino fique lubrificado e evite a obstipação como o excesso de gases. Outro ponto importante, e que poderá influenciar de forma positiva, é a redução do consumo de café e refrigerantes. Para além de ser melhor para os seus intestinos, também tornará mais fácil aumentar o consumo de água.

A questão da fibra não é assim tão simples quando se trata da síndrome do intestino irritável. Enquanto por um lado é recomendado por outro lado, poderá ser benéfico a sua redução. E porque esta confusão? Porque depende do fator individualidade!

Se o seu problema é sofrer de diarreia e de forma regular, certifique-se que reduz a ingestão de fibras. Por outro lado, se sofre de obstipação, será recomendado o aumento de fibras. Obter o equilíbrio certo poderá ser complicado, mas, é importante ouvir o seu corpo e estar atento a cada alteração.

Faça um diário Alimentar

A forma mais simples de perceber quais os alimentos que tolera mais facilmente ou aqueles que deverá excluir, é através de um diário alimentar. Acompanhe o que come, quando come e como se sente após. Poderá começar por identificar os padrões e fazer as suas correlações. E torna muito mais simples fazer os ajustes necessários para que se sinta melhor e por mais tempo.

Alimentação baixa em FODMAP

A dieta FODMAP tem vindo a ganhar terreno nos últimos anos devido ao seu impacto nos sintomas da síndrome do intestino irritável. Alimentos ricos em FODMAP (Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides and Polyols), têm uma correlação no aumento dos sintomas da Síndrome do Intestino Irritável. Tenha em mente que é uma dieta baixa em FODMAP e não uma dieta sem FODMAP. Eliminar por completo os FODMAPs da sua dieta e por um longo período tem um impacto negativo no seu organismo.

Indivíduos com SII, são por norma, aconselhados a substituir uma alimentação com elevado teor em FODMAPs por alternativas com baixo teor, de forma a minimizar o desconforto associados aos sintomas desta disfunção.

Segue uma lista genérica de alimentos que contêm baixo teor em FODMAPs que poderão ajudar no alívio dos seus sintomas:

  • Laticínios sem lactose ou substitutos como a bebida vegetal de amêndoa ou coco;
  • Alimentos ricos em proteína como peixe, carne, ovos;
  • Hortícolas como pepino, batata, alface, beringela, cenouras, curgete;
  • Frutas como a banana, morangos, meloa, kiwi, uvas, limões, papaia;
  • Determinadas oleaginosas: nozes, pecã, castanha-do-Pará;
  • Aveia, arroz, quinoa, milho.

Esta é a lista com alguns alimentos, com elevado teor em FODMAP, que deverá evitar, agrupados pelo tipo de Hidrato de Carbono presente:

Lactose
  • Leite de vaca;
  • Gelados, iogurte, pudins;
  • Determinados tipos de queijo, como ricota, mascarpone e cottage.
Frutano
  • Trigo e centeio como fibras adicionadas, como é o caso da inulina;
  • Cebola, alho, espargos, alcachofras, brócolos, couves de bruxelas e beterraba.
Frutose
  • Frutas como a pera, manga, maçãs, melancia, cerejas e pêssegos;
  • Produtos com elevado teor em frutose como xarope de milho, como refrigerantes, iogurtes adoçados, frutas enlatadas, alimentos processados;
  • Adoçantes artificiais como a sucralose e a sacarina.
Polióis
  • Ervilhas, cogumelos e couve-flor;
  • Peras, ameixas, maçãs, pêssegos, melancia, cerejas, amoras e nectarinas;
  • Adoçantes presentes habitualmente em pastilhas sem açúcar, gotas e xaropes para a tosse, como o sorbitol, manitol, xilitol, maltitol e isomalte.
Galacto-oligossacarídeos
  • Brócolos;
  • Soja, lentilha, grão e feijão.

Familiarizar-se com a lista dos alimentos com baixo teor em FODMAP e com a lista dos alimentos que deverá evitar é apenas uma parte da fórmula. Para uma gestão bem-sucedida dos seus sintomas, precisa de criar um compromisso com a sua saúde, manter-se disciplinado em seguir a sua dieta.

Esta condição tem potencial de afetar todos os aspetos do bem-estar da pessoa, desde as suas interações sociais até à sua alimentação, sendo fundamental que a pessoa tenha o máximo de controlo. Manter-se feliz e saudável significa conhecer as condições que o afetam, como ter as melhores opções de tratamento que se adequam melhor a si!

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Encontro MentalPlus realiza-se amanhã
“Quanta atenção tens dado à tua Saúde Mental?” é o mote do encontro MentalPlus que se realiza amanhã, dia 22, na Faculdade de...

Num dia dedicado à promoção da saúde mental da comunidade estudantil, temas como o pensamento tóxico, as boas normas do pensamento critico e até o perfeccionismo enquanto causa de transtornos mentais, estarão em debate num encontro que inclui ainda um workshop de Mindfulness e Autocompaixão, assim como uma exposição subordinada ao tema Arte e Saúde Mental e um espaço dedicado à música.

Para António Macedo, docente da FMUC e Diretor do Instituto de Psicologia Médica “a Universidade de Coimbra tem, inevitavelmente, de ser promotora do bem-estar dos seus estudantes, para que a sua missão seja cumprida da melhor forma possível.”

Sobre o perfeccionismo, um dos temas em debate, António Macedo diz ser fundamental abordar o tema, recordando vários estudos promovidos por uma equipa de investigadores do IPM (FMUC), nomeadamente um estudo de 2021 o qual concluiu que as pessoas perfeccionistas sofreram mais problemas de saúde mental durante a pandemia de covid-19.

Segundo os resultados desta investigação, publicada na revista científica Personality and Individual Differences, as pessoas mais perfeccionistas "tiveram mais medo da covid-19, pensaram mais repetida e negativamente sobre a pandemia e as suas consequências, e isso levou a que tivessem mais sintomas de depressão, ansiedade e stresse", refere Ana Telma Pereira, docente da FMUC e coordenadora do estudo.

Nos últimos anos são muitos os estudos e iniciativas que, envolvendo jovens da instituição, procuram não só promover o bem-estar no seio da comunidade estudantil, como também implementar estratégias de apoio, dirigidas a estudantes em situação de stresse psicossocial.

Perante os desafios que a Faculdade coloca a cada um dos seus estudantes, a organização deste encontro considera ser importante fomentar a vigilância em torno da Saúde Mental, seja através das campanhas de sensibilização ou de iniciativas como a MentalPlus.

 

Entre 1 e 16 de abril
Segundo a Federação Portuguesa de Autismo, nos últimos 30 anos tem-se verificado um aumento do número de casos de Perturbações...

Assim, na véspera de se assinalar mais um Dia Mundial da Consciencialização do Autismo, os meeting places MAR Shopping Algarve e MAR Shopping Matosinhos, em parceria com a IKEA Loulé e a IKEA Matosinhos, e com o Centro de Terapia e Desenvolvimento (O2a Centro), inauguram a exposição e iniciativa de sensibilização “Casa Adaptada”.

Entre 1 e 16 de abril, nos pisos 0 do MAR Shopping Algarve e 1 do MAR Shopping Matosinhos, estarão patentes os protótipos de dois quartos adaptados às necessidades de pessoas com PEA (Perturbações do Espetro do Autismo). Aí decorrerão também talks para o público em geral e para profissionais que trabalhem com pessoas com PEA, bem como ações de informação e sensibilização, orientadas por psicólogos e terapeutas do O2a.

Segundo a equipa do O2a Centro, que intervém de forma integrada em mais de 100 crianças com PEA, as adaptações de espaços públicos, locais de trabalho e casas devem ter em consideração não só a acessibilidade física e sensorial, mas também as competências socioemocionais e comunicativas de cada pessoa para serem o mais inclusivos possível. Optar por uma decoração com tons neutros, minimalista, compartimentada, com material pouco texturizado, insonorizado, sinalética visual, entre outros, pode ajudar a essa inclusão.

Famílias muito sobrecarregadas

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, o salário bruto mensal médio da população portuguesa foi, em 2022, de 1.411 euros, o 17º mais baixo entre os 26 Estados-membros segundo o Eurostat. Famílias com crianças e jovens com PEA ficam sobrecarregadas emocional, psicológica e financeiramente. As necessidades habitacionais específicas para promover o bem-estar e a qualidade de vida das famílias é mais um custo e, por isso, os centros MAR Shopping e a IKEA unem-se para mostrar como é possível fazer essas adaptações ao custo mais acessível possível.

A equipa do O2a Centro explica que as necessidades variam consoante o grau de severidade da PEA, mas a promoção de espaços em open-space, com o mobiliário distribuído pelas laterais, bem identificado e minimalista são guidelines genéricas que podem contribuir para o bem-estar da generalidade das pessoas com PEA. O solo deve ser liso, os materiais de tons creme ou pastel, com rebordos acolchoados para minimizar o impacto sonoro e tátil, degraus diluídos e apoios à mobilidade e manipulação. Estes e outros aspetos, que vão ao detalhe dos brinquedos essenciais para as diferentes faixas etárias, serão passíveis de observar nos protótipos de quartos adaptados em exposição nos centros. 

As soluções em exposição serão posteriormente doadas a famílias com crianças e jovens com PEA, com carências económicas, identificadas pelas autarquias de Loulé e Matosinhos. Também o O2a Centro oferecerá acompanhamento a uma família carenciada durante um ano, nomeadamente uma sessão semanal de Terapia da Fala e Psicologia, e uma sessão quinzenal de Terapia Ocupacional.

“Esta é mais uma iniciativa com que procuramos contribuir para uma maior inclusão de todas as pessoas e sensibilizar para as necessidades de grupos específicos das nossas comunidades. É claro que ainda há um caminho a percorrer, mas este pode ser um ponto de partida para questões que atualmente ainda não são muito faladas, como é o caso das necessidades específicas de pessoas com PEA, as quais, segundo os estudos apontam, continuarão a ser cada vez mais”, explica Sandra Monteiro, porta-voz da Ingka Centres Portugal, proprietária do MAR Shopping Algarve e do MAR Shopping Matosinhos.

“A casa pode e deve ser o nosso local de refúgio, conforto e segurança. Percebemos também que nos pode trazer tranquilidade e bem-estar, tanto físico, como mental e emocional. Foi, por isso, um prazer pensar uma solução para pessoas que têm necessidades particulares, provando que, com os produtos regulares da nossa gama, é possível criar soluções funcionais, relevantes e sempre muito acessíveis, independentemente da condição de cada pessoa”, afirma Cátia Carvalho, Home Furnishing & Retail Design Manager da IKEA.

Henrique Mota, João Martins e Fábio Lux juntam-se à equipa
A MyCareforce, plataforma digital portuguesa que conecta Enfermeiros e Técnicos Auxiliares de Saúde a vagas disponíveis em...

Henrique Mota chega à MyCareforce como Head of Operations. Licenciado em Gestão pela Universidade Católica Portuguesa, tem vários anos de experiência em gestão e direção de serviços de saúde, tendo passado pela Glintt, Trofa Saúde, Centro Hospitalar do Médio Ave, e, mais recentemente, pela Knokcare, enquanto Director of Operations.

João Sousa Martins integra a equipa como Head of Sales, com vários anos de experiência em brand innovation, gestão de contas e parcerias, bem como tecnologia ligada à saúde. Licenciado em International Business, Trade & Commerce, pelo Instituto Politécnico do Porto, contribui com competências na área de Sales, depois de passar por empresas como a SONAE Capital, Prozis, knokcare, e inclusive, ter criado a sua própria startup tecnológica.

Já Fábio Lux assumirá a gestão de operações no mercado brasileiro. Vem da Doctoralia Brasil, responsável pela criação da Doctoralia Lab e Doctoralia Saúde, e tem larga experiência no setor da saúde, tendo passado ainda por empresas como a Clínica Obstetrícia de São Paulo, InvestSP e a Claro/NET. É formado em Publicidade, Propaganda e Marketing e fez um MBA na Universidade de São Paulo.

“Estamos num momento de crescimento muito importante e precisamos de ter uma equipa experimente que nos ajude nestes grandes passos que estamos a dar”, começa por dizer Pedro Cruz Morais, Co-CEO da MyCareforce, acrescentando que, “temos objetivos ambiciosos para Portugal e para o Brasil, pelo que contamos com a nova equipa para nos ajudar a crescer e a conquistar novos objetivos.”

Recorde-se que, durante o fecho de 2022, a MyCareforce entrou no mercado brasileiro onde o objetivo para 2023 será chegar às 10 mil inscrições na plataforma e às 70 mil horas trabalhadas. A MyCareforce colabora com mais de 100 instituições no setor da Saúde, incluindo Grupo Trofa Saúde, SAMS, Grupo Orpea, Residências Montepio, União das Misericórdias Portuguesas, entre outras, através das quais já realizou mais de 100.000 horas.

Dia Mundial da Água assinala-se amanhã
Em Portugal, o consumo médio diário de água por habitante situa-se nos 186 litros, mas as recomendaç

Na próxima quarta-feira, dia 22 de março, celebra-se o Dia Mundial da Água e estas 10 dicas do Mundo Z da Zurich podem ajudá-lo a adotar hábitos diários para poupar água e fazer a diferença, assim como trazer alguma poupança adicional no orçamento familiar.

  1. Aproveitar a água do banho: aquela enorme quantidade de água que todos os dias se gasta até atingir a temperatura desejada pode ser recolhida com um balde e reutilizada para o autoclismo, para regar as plantas da casa, lavar o chão ou até para lavar pequenas peças de roupa à mão.
  2. Instalação de redutores de caudal nas torneiras e chuveiro: de uma forma muito simples, a instalação de um redutor de caudal numa torneira vai diminuir o desperdiço de água entre 50 a 60%. Ao misturar ar na água, estas peças permitem manter a pressão enquanto reduzem a quantidade de água consumida.
  3. Duches curtos, mais saudáveis e divertidos: reduzir o tempo debaixo do chuveiro, fechar a água enquanto se ensaboa e diminuir o tempo do duche para 5 minutos é uma mudança que se vai fazer sentir no longo prazo.
  4. Fechar as torneiras:  fechar sempre as torneiras enquanto não se está a utilizar a água, por exemplo ao lavar os dentes, o cabelo ou as mãos.
  5. Lavar a loiça na máquina: sim, é muito mais eficiente lavar a loiça na máquina, desde que a sua utilização seja otimizada, com a carga completa e recorrendo ao programa ECO.
  6. Lavar e cozinhar vegetais com menos água: em vez de lavar as frutas e legumes com água corrente, opte por usar um alguidar. Os vegetais também poderão ser cozinhados a vapor. Desta forma, não só consegue poupar água como reter maior quantidade de nutrientes.
  7. Atenção às torneiras a pingar: ter canos ou torneiras a pingar é uma das principais fontes de desperdício de água. Faça uma revisão do estado de toda a canalização e repare as fugas que encontrar.
  8. Não deite fora a água do desumidificador: esta água - que é destilada -, pode ser usada, por exemplo, para colocar no depósito do limpa para-brisas do carro, no ferro de engomar e até pode ser usada para lavagens domésticas ou para deitar na sanita.
  9. Lavandaria mais racional: embora a máquina permita programas com meia carga, os gastos de água e energia são sempre superiores. Será sempre melhor esperar por ter suficiente roupa suja para encher uma máquina completa.
  10. Ser um modelo para os mais novos: Não há nada melhor do que dar o exemplo. Envolva os mais novos nas rotinas explicando-lhes a razão de cada gesto.

Água é vida e tê-la disponível à distância de uma torneira é um privilégio. Se todos contribuirmos na preservação deste recurso, estaremos a contribuir para o bem da humanidade e do planeta.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Workshop dedicado à Prevenção Cardiovascular
Realizou-se no na passada quarta-feira, no Instituto de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina de Lisboa, o primeiro...

O evento contou com a coordenação da Professora Doutora Ana Abreu – Coordenadora do Grupo de Estudo do Risco e Prevenção Cardiovascular da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e Diretora do Instituto de Medicina Preventiva & Saúde Pública e do Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina de Lisboa, e da Professora Alda Pereira da Silva, Coordenadora da Clínica Universitária da Medicina Geral & Familiar, e reuniu um conjunto de profissionais de saúde e especialistas de áreas como a Cardiologia, Medicina Interna, Medicina Geral & Familiar, Psiquiatria, Psicologia, Nutrição e Exercício.

Ao longo deste workshop foram discutidas novas formas de aumentar a sensibilidade de profissionais e doentes para temas como fatores de risco Cardiovascular, prevenção e reabilitação cardíaca ou o tratamento farmacológico e não farmacológico.

Numa altura em que, de acordo com os dados do serviço estatístico europeu, as doenças cardiovasculares foram a principal causa de morte em 23 Estados-membros em 2020, mesmo no ano de início e prevalência da COVID-19, a importância deste encontro e partilha de informação procura colocar o tema das doenças cardiovasculares como prioridade para o sector da saúde, em Portugal.

Para a Professora Doutora Ana Abreu “este workshop foi um passo extremamente importante e de enorme utilidade para reunir alguns dos mais renomeados profissionais do setor para todos juntos, procurarmos dar uma melhor resposta e tentar criar técnicas de motivação e estratégias para aumentar a adesão dos doentes a terapêuticas mais eficazes no combate às doenças cardiovasculares”.

Já a Professora Alda Pereira da Silva acrescenta que “este evento é o primeiro a reunir um conjunto de especialidades e diferentes valências que procura dar algum tipo de resposta às atuais guidelines na prevenção e tratamento de doentes com prevalência de doença cardiovascular. O mais importante é reforçar que a cardiologia e a medicina geral & familiar deverão coexistir de uma forma cooperante encontrando soluções e práticas que acompanhem, tratem e tenham o doente como prioridade da sua atividade”.

Alguns dos dados apresentados revelam que existe uma necessidade de criar um sistema integrado de saúde que facilite o acesso do doente a novas terapêuticas e um acompanhamento multidisciplinar por parte de profissionais de cardiologia (no tratamento das doenças cardiovasculares) e medicina geral & familiar (no acompanhamento constante que deve ser realizado com doentes que tenham sofrido enfarte ou que apresentem risco elevado de sofrer um episódio).

Durante este workshop foram discutidos alguns dados que mostram que a doença cardiovascular é a principal causa de mortalidade e morbilidade no mundo. Os indicadores apresentados pelos vários intervenientes apontam que, no futuro, será o cancro a primeira causa de morte no nosso país. Trabalhar na prevenção e educação é um elemento-chave para combater fatores de risco como o tabagismo, a obesidade, a diabetes, o stress, o sedentarismo e maus hábitos alimentares.

Sobre o atual momento pós-pandemia os dados ainda não estão completamente esclarecidos. O grupo de trabalho presente neste evento pensa ainda que, após a recolha e análise dos dados relativos às doenças cardiovasculares em Portugal, possa haver um aumento da prevalência da doença, uma vez que muitos doentes não recorreram às unidades de saúde ou a profissionais. Segundo a Professora Doutora Ana Abreu “este impacto poderá ser muito negativo, o que nos leva a ter a necessidade de agir rapidamente”.

Ao longo da sessão foram discutidas mais medidas de forma a efetivar um maior controlo das doenças cardiovasculares junto da população. A criação de novos rastreios junto da população em conjunto com a existência de tratamentos inovadores, são apenas algumas das medidas a implementar. Para a Professora Doutora Ana Abreu “existe uma necessidade de conhecer a população portuguesa e as suas características. As pessoas que têm ou não médico de família, cujo acompanhamento é feito no sector público ou privado de saúde, o seu historial, a sua evolução através de sistemas de informação do Serviço Nacional de Saúde, são cruciais para controlar a doença e melhorar a intervenção e o tempo e qualidade de resposta”.

Já o Professor Doutor Paulo Santos, Especialista em Medicina Geral e Familiar da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e Presidente do Colégio Português de Médicos de Família, acrescentou que “enquanto a saúde continuar a ser vista pelas nossas instituições como um custo em vez de um investimento iremos ter sempre obstáculos para combater de forma efetiva o problema. A entrada nesta dinâmica e uma maior participação de municípios e autarquias a nível nacional é fundamental para trazer uma visão e missão aos serviços de saúde existentes. Não basta dotar uma unidade de saúde com tecnologia de ponta. É importante contribuir com uma equipa multidisciplinar composta por nutricionistas, psicólogos, técnicos de saúde, enfermeiros e médicos e trabalhar também a literacia nos doentes. É fundamental esta articulação entre todos”.

Para o Professor Doutor Luís Bronze, ex-Presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, “esta iniciativa é pioneira porque reúne elementos de diferentes áreas. Resulta de uma tentativa de fazer um enquadramento nacional das doenças cardiovasculares, para que surjam ações práticas e não apenas intensões. Estamos a viver um momento de grande incerteza a nível nacional e que tem consequências na saúde cardiovascular dos portugueses. Pretendemos tentar, entre atores no ramo da saúde, encontrar um terreno de ação comum em que possamos trabalhar juntos. Não é fácil, mas como iniciativa acho uma ideia brilhante e meritória.”

Este workshop é o primeiro do género em Portugal e terá novas iniciativas em breve de forma a continuar o trabalho de coordenação das várias áreas de saúde envolvidas.

Terapêuticas mais eficazes podem ajudar a prevenir e diminuir o número de mortes

Durante a sessão do workshop foram ainda discutidos os benefícios para os doentes ao tomar a polipílula Trinomia® da empresa farmacêutica Ferrer em vez dos componentes isolados, aumentando a adesão ao tratamento.

Esta polipílula desenvolvida pelo Centro Nacional de Investigações Cardiovasculares (CNIC) de Espanha e pela Ferrer, inclui três medicamentos (um anti-agregante, um inibidor da enzima de conversão de angiotensina e uma estatina) numa única cápsula, é eficaz na prevenção de episódios cardiovasculares decorrentes de um enfarte do miocárdio, diminuindo a mortalidade por causas cardiovasculares em 33%. Assim comprova o estudo SECURE, apresentado em sessão Hot Line no Congresso Europeu de Cardiologia (ESC 2022) que teve lugar em agosto na cidade de Barcelona e cujos resultados foram publicados no The New England Journal of Medicine (NEJM).

“Os resultados do SECURE revelam, pela primeira vez, que a polipílula que contém ácido acetilsalisílico, atorvastatina e ramipril, permite reduções clinicamente relevantes nos episódios cardiovasculares recorrentes em doentes que tenham sofrido um enfarte do miocárdio”, sublinha o investigador chefe do estudo SECURE, o Prof. Valentín Fuster, diretor-geral do CNIC, e diretor médico do Hospital Mount Sinai.

O Professor Doutor Miguel Mendes, Diretor de Serviço de Cardiologia do Hospital de Santa Cruz, salienta que “a polipílula é uma arma importante para otimizarmos e mantermos a medicação do doente. Os nossos doentes têm de fazer habitualmente, no mínimo, quatro fármacos e qualquer solução que permita reduzir este número é muito interessante já que é uma solução facilitadora. De referir que temos vindo a perceber que, em algumas situações, não há uma necessidade de tomar os diversos tipos de medicação em horas diferentes podendo a sua toma ser única. Com este medicamento facilitamos a adesão terapêutica por parte do doente”.

O SECURE incluiu 2.499 pacientes de sete países europeus que já tinham sofrido um enfarte do miocárdio e que foram selecionados, de forma aleatória, para receberem um tratamento standard ou a polipílula do CNIC*. A idade média dos participantes foi de 76 anos, sendo 31% mulheres. Destes, 77,9% registavam hipertensão, 57,4% diabetes e 51,3% antecedentes de tabagismo.

O objetivo passa também por desenvolver em Portugal a utilização deste tipo de terapêutica de forma a fomentar a adesão ao tratamento e a contribuir para a prevenção e o acompanhamento de doentes com risco de enfarte, ou que tenham sofrido um episódio de enfarte agudo do miocárdio.

22 a 24 de março
Vai ter lugar nos dias 23 e 24 de março de 2023, na Coimbra Business School, o Congresso de Enfermagem Intensiva do Centro...

Trata-se de um evento promovido pela equipa de enfermagem do Serviço de Medicina Intensiva do CHUC com a finalidade de estimular o desenvolvimento do conhecimento científico, promover a partilha, a reflexão e o debate sobre desafios e práticas da enfermagem no cuidado à Pessoa em situação crítica, em contexto de cuidados intensivos.

As mudanças e constrangimentos enfrentados recentemente foram o mote para os enfermeiros redescobrirem os congressos científicos presenciais, pelo que este evento será uma oportunidade única de aprendizagem e também de networking, uma vez que o evento contará com a presença de vários convidados nacionais e estrangeiros.

Uma importante mais-valia, na ótica dos organizadores deste congresso, foi a submissão da candidatura das atividades formativas do congresso ao processo de acreditação e creditação da Ordem dos Enfermeiros, culminando com atribuição de Créditos de Desenvolvimento Profissional (CDP), sendo a certificação garantida pelo Serviço de Formação do CHUC.

Informação mais pormenorizada pode ser consultada na página do congresso em www.cemi.pt ou nas páginas de redes sociais @cemi2023, no Facebook e Instagram.

O secretariado do congresso está disponível através do 239 801 009 ou pelo e-mail: [email protected]

 

 

 

 

24 e 25 de março
Vai ter lugar nos dias 24 e 25 de março de 2023, o Congresso Internacional de Radiologia de Coimbra (CIRC), na emblemática sala...

As técnicas de radiologia têm sofrido grande evolução bem como a formação nas áreas de diagnóstico e terapêutica. Com a organização deste congresso pretende-se potenciar a produção de conhecimento e de valor tecnológico na área da radiologia a nível nacional e internacional, reunindo peritos na área e criando uma rede de troca de conhecimento.

O evento foi concebido, tendo em conta quatro princípios:

  1. unir todos os organismos públicos que oferecem serviços de radiologia;
  2. internacionalizar as áreas de radiologia;
  3. tornar o evento uma referência no panorama nacional e internacional, pela qualidade científica;
  4. trazer novos projetos à cidade de Coimbra e promover a envolvência com os decisores públicos.

Aqui encontra o site oficial do evento onde poderá ser consultado o programa provisório bem como todas as atualizações.

 

Ação pretende dar a conhecer os livros infantis ‘A Diana e a Dermatite Atópica’
Com o objetivo de sensibilizar todas as crianças para a dermatite atópica moderada a grave e suas consequências, a Sanofi em...

A dermatite atópica (DA) é uma doença autoimune crónica que afeta cerca de 18,6% das crianças/adolescentes na Europa, sendo que 20% dos casos correspondem a estados moderados a graves da doença. Esta doença, de base genética e imunológica, pode ser agravada pela exposição a fatores ambientais, uma vez que a pele, por já se encontrar sensibilizada, pode reagir com quaisquer tipos de oscilações externas que possam ocorrer no exterior. 

Desta forma, no âmbito da “semana da saúde”, a Sanofi, em parceria com a ADERMAP, realiza na Escola Básica de Vilela, em Paredes (Porto), esta ação de sensibilização para a dermatite atópica moderada a grave em idade pediátrica, promovendo a leitura do livro “Diana vai à escola” e que faz parte da coleção de livros a “Diana e a Dermatite Atópica” lançada em 2022.

“A coleção ‘Diana e a Dermatite Atópica’ reafirma o nosso compromisso de promover a literacia em saúde sobre a dermatite atópica moderada a grave e de apoiar a comunidade de crianças e pré-adolescentes, bem como as suas famílias a lidarem com esta patologia de forma mais consciente. Seguimos firmes no nosso propósito de sensibilizar e de disponibilizar soluções inovadoras que transformem a prática da medicina e contribuam para melhorar a vida das pessoas”, diz Marisol Garcia Pulgar, General Manager da Unidade de Cuidados Especializados da Sanofi.

Segundo Joana Camilo, Presidente da ADERMAP, “este projeto permite chegar tanto às crianças como a educadores e pais que possam estar em contacto com pessoas com Dermatite Atópica. É importante compreender que esta é uma doença crónica, que pode ir muito para além da pele. Ações que permitam educar e sensibilizar toda a comunidade e, assim, apoiar as crianças com Dermatite Atópica moderada a grave, bem como os seus familiares e cuidadores, são fundamentais. Esta iniciativa é um excelente veículo de promoção do conhecimento sobre a doença".

Os Livros ‘A Diana e a Dermatite Atópica’ são uma iniciativa da Sanofi, com o apoio da ADERMAP, com o objetivo de consciencializar para o dia-a-dia das crianças que sofrem com dermatite atópica (DA), uma vez que esta patologia tem implicações graves ao nível físico e emocional, afetando as suas relações interpessoais e a forma como estes se desenvolvem enquanto seres individuais.

A Sanofi tem uma cultura de inovação e um compromisso com a sociedade. Estes livros apresentam-se com o objetivo de fomentar a literacia em saúde, começando pelos mais novos que são os pilares para um futuro mais consciente e informado.

No âmbito desta ação nas escolas, já foram entregues 8.570 livros em Portugal Continental e Ilhas, abrangendo cerca de 99 escolas e 322 turmas, o que contribui para o combate à iliteracia em saúde.

A ação conta com a presença de Joana Camilo, Presidente e uma das fundadoras da ADERMAP, assim como com Marisol Garcia, General Manager da área de Cuidados especializados da Sanofi Portugal.

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