Em Cerva – Ribeira de Pena

700 pessoas aprenderam a salvar vidas

Cerca de 700 pessoas, entre crianças, professores, funcionários da Santa Casa e militares da GNR, participaram em Cerva, Ribeira de Pena, numa formação para aprenderem a “salvar vidas” neste território isolado e distante do hospital.

A iniciativa partiu da corporação de bombeiros de Cerva, vila que dista a cerca de uma hora do hospital de Vila Real, e contou com o apoio do INEM. “O suporte básico de vida faz todo o sentido nestes meios rurais. O INEM ao ensinar a população está a garantir que se consegue salvar mais vidas”, afirmou Isabel Costa, enfermeira da delegação do INEM/Porto.

Ao todo participaram neste treino cerca de 700 pessoas, desde os mais pequenos, a professores, também funcionários das santas casas de Cerva e Ribeira de Pena e militares da GNR. O objectivo foi, segundo Isabel Costa, ensinar noções básicas e simples que ensinam a actuar quando alguém se depara com uma pessoa inconsciente, numa situação de paragem cardiorespiratória, e saber como responder a algumas perguntas quando se liga para o 112, como o local exacto, sintomas ou idade aparente da vítima.

Carlos Costa, adjunto do comando dos bombeiros de Cerva, salientou que o objectivo é “ensinar a população a salvar vidas”. Uma formação que, na sua opinião, faz ainda mais sentido neste território que fica longe do hospital e onde as aldeias também distam vários quilómetros da vila, onde os bombeiros estão sediados.

“O objectivo é prepararmos a população com este tipo de iniciativas. É muito importante para nós, eles saberem intervir até à nossa chegada. É uma mais-valia, porque nós temos aldeias aqui no nossa zona onde demora vários minutos uma ambulância nossa a chegar”, sustentou Tiago Silva, bombeiro e elemento da organização do “Mass Trainning em Suporte Básico de Vida”.

Júlia, 12 anos e aluna do sétimo, gostou muito da formação e garantiu ter aprendido o que fazer se encontrar alguém caído no chão. “Primeiro ver se a vítima tem sinais de vida, senão temos que pedir ajuda”, disse a estudante, enquanto treinava algumas compressões num boneco de treino. “Estou a reanimá-lo e a dar-lhe ar”, sublinhou.

Ver se a vítima respira e deitá-la de lado à espera dos meios de socorro ou então tentar reanimá-la com 30 compressões no peito e duas insuflações na boca são algumas das noções básicas que podem fazer toda a diferença.

“São iniciativas extremamente importantes não só para os meninos mas também para nós, professores, porque há situações que podem acontecer até dentro da sala de aula e nós temos que saber reagir e poder ajudá-los logo de imediato”, salientou o professor Ivo Rodrigues.

Rosa Gonçalves é funcionária da Santa Casa da Misericórdia de Cerva e percorre aldeias distantes a prestar apoio domiciliário aos idosos. “São aldeias muito distantes e isoladas, onde nem apanhamos rede telemóvel nem internet, nada, nada. Por isso é bom sabermos como agir com o idoso, ainda por cima quando a espera é longa até à chegada dos meios de socorro”, frisou.

Para o cabo Miguel Pereira, comandante do posto da GNR de Cerva, estas formações são também “muito importantes”. “Nós que lidamos com o cidadão no dia-a-dia podemos estar perante uma situação idêntica e é extremamente necessário termos as noções de como se faz o suporte básico de vida”, frisou.

Isabel Costa referiu que o INEM já realizou várias formações por todo o país, abrangendo milhares de pessoas.

 

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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