Para pagar operação do marido
Uma mulher na província chinesa de Fujian, sudeste do país, que tentou vender a filha para conseguir fundos para uma operação...

De acordo com o diário “Sina News”, o dinheiro recebido por Ni Qiong ultrapassa a quantia necessária para as despesas médicas da operação de urgência e, por isso, o marido, Zhou Guixing, devolveu 600.000 yuan (78 mil euros), distribuídos em donativos para organizações de beneficência.

O jornal revelou que 500.000 yuan (65 mil euros) foram enviados à Cruz Vermelha e o resto do dinheiro será entregue a famílias mais desfavorecidas de Youyang, a cidade natal do casal.

A 11 de Dezembro, Zhou Guixing caiu do terceiro andar de um prédio em construção e ficou gravemente ferido e após ter perdido o contacto com o director da obra, a família ficou sem dinheiro para as despesas hospitalares necessárias.

Cinco dias depois do acidente, Ni Qiong tentou vender a sua filha, ainda bebé, numa rua da cidade para conseguir dinheiro e salvar o seu marido.

A comunicação social chinesa contou o caso e poucos dias depois o casal recebeu 1,27 milhões de yuan, 100 mil dos quais doados por um homem que quis manter o anonimato.

Ébola:
Um chefe de aldeia tornou-se na primeira pessoa na Serra Leoa a ser à luz da legislação destinada a impedir a propagação do...

Amadu Kargbo foi condenado a seis meses de prisão por um tribunal na cidade de Moyamba, no sudoeste do país por ter enterrado secretamente pessoas que morreram e não revelar um paciente doente, explicou o funcionário judicial Foday Fofanah à AFP.

O líder da aldeia foi ainda condenado a uma multa equivalente a 190 euros e a passar 21 de quarentena antes de entrar na cadeia para cumpri a pena.

O mesmo funcionário acrescentou que Amadu Kargbo se declarou culpado em tribunal reconhecendo ter enterrado a filha secretamente depois desta não ter resistido ao Ébola.

A mulher do líder da aldeia também morreu depois de ter assistido ao funeral de um familiar, apesar de não ser claro que alguma das acusações esteja relacionada com a morte ou funeral da mulher.

A epidemia de febre hemorrágica Ébola na África Ocidental já fez 7.518 mortos, num total de 19.340 casos identificados nos três países mais afectados, indica o mais recente balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS). Desde o último balanço da OMS, publicado em 20 de Dezembro, foram registados mais 145 mortos e identificados 309 novos casos de infecção.

No total, o vírus do Ébola matou pelo menos 7.533 pessoas em todo o mundo.

A Serra Leoa, que contabiliza actualmente o maior número de casos, registava 8.939 casos (o anterior balanço dava conta de 8.759) e 2.556 mortos (contra os anteriores 2.477).

Na Libéria, que durante vários meses foi o país mais afectado pela epidemia, a propagação do vírus tem vindo a abrandar.

A 18 de Dezembro, a Libéria contabilizava 7.830 casos e 3.376 vítimas mortais.

Na Guiné-Conacri, onde os primeiros sinais do actual surto surgiram em Dezembro de 2013, foram registados, até ao passado sábado, 1.586 mortos, em 2.571 casos identificados.

Segundo dados recolhidos até 14 de Dezembro, 649 profissionais de saúde foram infectados com o vírus, dos quais 365 morreram. O actual surto de Ébola é o mais grave e prolongado desde que o vírus foi descoberto, em 1976. A OMS decretou, a 08 de Agosto, o estado de emergência de saúde pública.

Protocolo
Um acordo assinado entre várias entidades de saúde da região Centro e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra prevê...

De acordo com o que é referido no protocolo, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) compromete-se a monitorizar o acesso e tempos de espera nos serviços de urgência, a reforçar, quando necessário, o número de profissionais da equipa de urgência e a dotação de camas de internamento, a acompanhar o acesso de doentes com registo de gripe e a garantir informação bidireccional com os cuidados de saúde primários.

Desta forma, a partir da troca de informações entre os cuidados de saúde primários e os cuidados de saúde hospitalares, será possível um trabalho "de proximidade" e de "antecipação", com os serviços do CHUC a "aumentarem a sua capacidade quando necessário", salientou o presidente do CHUC, José Martins Nunes.

A articulação entre as diferentes entidades permite “adequar os recursos” e “ultrapassar este surto de gripe com menor dificuldade”, frisou.

O protocolo de colaboração foi assinado hoje entre a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), através do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Baixo Mondego e do ACES de Pinhal Interior Norte, e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no âmbito da gripe sazonal.

Está também previsto que os ACES alarguem a vacinação contra a gripe sazonal nos grupos de risco, independentemente da sua idade, reforcem, se necessário, a equipa da Linha Saúde 24 e as equipas dos centros de saúde em consulta de atendimento agudo e monitorizem o número de casos de gripe sazonal e de atendimentos agudos em consulta complementar.

Durante a cerimónia de assinatura, a Administração Regional de Saúde informou que cerca de 60% dos idosos da região Centro já estão vacinados contra a gripe, tendo já sido administradas mais de 200 mil vacinas das 240 mil disponibilizadas.

Também 93% da população idosa a viver em lares no Baixo Mondego está vacinada, havendo uma maior aposta nesta vertente por serem pessoas que vivem "num espaço confinado, com vários patologias e em que o impacto da gripe poderia ser mais grave", avançou o director do ACES do Baixo Mondego, António Morais.

Com 21 vagas por preencher
21 vagas para ao primeiro ano de especialidade do internato médico ficaram por preencher no processo de escolha que terminou...

O processo de escolha das vagas para ingresso no primeiro ano da especialidade ficou segunda-feira concluído e, do total de 1.554 candidatos que se apresentaram a concurso, 1.526 escolheram vaga e foram devidamente colocados”.

Segundo a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), 21 candidatos “não se apresentaram ao processo ou desistiram do mesmo, levando a que no final tenham sobrado 21 vagas”.

Apenas as especialidades de saúde pública, patologia clínica e medicina geral e familiar ficaram com 21 vagas por preencher, as quais irão ser incluídas, em conjunto com outras, no concurso B a lançar no final do primeiro trimestre de 2015.

Em relação a 2013, o preenchimento de mais 53 vagas na especialidade de medicina geral e familiar, de mais oito vagas em oncologia médica e de mais sete vagas em anatomia patológica.

Este processo ficou marcado por queixas dos jovens médicos, já que o prazo para estes escolherem o local da sua especialidade médica começou às 14:30 de dia 16 deste mês e deveria correr até a sexta-feira seguinte, dia 19.

Os representantes dos médicos, como a secção regional Norte da Ordem, reclamarem o adiamento desta data e a ACSS anunciou o adiamento da data limite da escolha para a passada segunda-feira, dia 22 de Dezembro.

Por melhores condições
Catorze dos 18 funcionários da cozinha da Unidade Local de Saúde da Guarda estão hoje em greve por melhores condições de...

A paralisação foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro para denunciar as deficientes condições de trabalho na cozinha que serve o hospital da Guarda, segundo o dirigente Afonso Figueiredo.

"Desde Maio de 2013 que a cozinha do hospital foi encerrada. Os trabalhadores da empresa concessionária estiverem a confeccionar na cozinha do Instituto de Emprego e Formação Profissional desde Maio até Agosto de 2013. Depois, a cozinha foi instalada em contentores", explicou o sindicalista.

Afonso Figueiredo disse que a cozinha provisória "não tem espaço" para os funcionários [da empresa concessionária e da ULS] laborarem no seu interior onde "têm que pedir licença uns aos outros para poderem trabalhar".

Em relação às condições de higiene e segurança, segundo o sindicato, os funcionários "não têm cacifo para guardar os pertences", utilizam uma casa de banho "minúscula" e o chão das instalações "não é antiderrapante".

"Por muito que estes trabalhadores se esforcem, é natural que a qualidade da alimentação esteja comprometida quando chega aos doentes e aos funcionários do hospital", vaticina Afonso Figueiredo.

Os trabalhadores em greve e dirigentes sindicais participaram hoje em uma manifestação realizada junto da entrada do hospital e da sede da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda.

Os manifestantes não foram recebidos pela administração da ULS, mas o seu presidente, Vasco Lino, disse aos jornalistas que já tinha respondido por correio electrónico às suas reclamações.

O responsável rejeitou que a cozinha provisória não reúna condições de trabalho, apontando que os contentores "foram feitos para aquele fim e são acompanhados pelas autoridades" de saúde pública e pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

"Estes contentores são feitos especificamente para esta área da cozinha", sublinhou Vasco Lino, indicando que, em breve, a unidade será aumentada com mais dois contentores.

Futuramente, segundo o responsável, a cozinha da ULS/Guarda será instalada no edifício do conhecido "Pavilhão 5", onde funcionaram as urgências até à entrada ao serviço do novo pavilhão hospitalar.

O concurso público para construção da cobertura do edifício já foi publicado, seguindo-se "um outro para a requalificação interior", estando prevista "a construção de uma cozinha" que substituirá aquela que está actualmente em contentores, referiu Vasco Lino.

A greve de hoje dos trabalhadores da cozinha da ULS da Guarda começou às 06:30 e termina pelas 19:30, mas não compromete o fornecimento de refeições no hospital por estarem assegurados os serviços mínimos.

Em Macedo de Cavaleiros
O Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela acaba de decretar a obrigação de permanência do helicóptero do INEM em Macedo...

Paulo de Moura Marques adiantou que se trata da decisão do julgamento relativa à primeira acção principal intentada, há dois anos, em conjunto pelos 12 presidentes da primeira desta região contra a intenção do Instituto Nacional de Emergência Média (INEM) deslocalizar o meio de socorro para Vila Real.

“O tribunal deu total provimento (à pretensão dos autarcas) com a proibição do Estado em retirar o helicóptero de Macedo de Cavaleiros”, disse o advogado.

A decisão ainda é passível de recurso por qualquer uma das partes, nomeadamente as três entidades contra quem foi intentada, o INEM, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS- Norte) e o Estado, e só será efectiva depois de transitar em julgado.

Ainda assim, o advogado realçou que “o efeito útil pretendido”, que é a manutenção do meio aéreo”, “está agora assegurada por esta decisão”.

Segundo afirmou à Lusa, o tribunal entendeu que os autarcas têm razão ao alegarem que “os contratos têm de se cumprir”.

Na fundamentação desta acção judicial, os autarcas contestavam a decisão de deslocalizar o helicóptero, argumentando que o Estado e as entidades que o representam estavam a violar os protocolos celebrados em 2007 com o Ministério da Saúde.

O meio aéreo e o reforço da rede de socorro e emergência foram as contrapartidas dadas à região pelo encerramento do serviço de atendimento permanente à noite em todos os centros de saúde.

A sentença datada de 18 de Dezembro e agora divulgada diz respeito à acção principal do primeiro processo intentando pelos autarcas.

Entretanto, outras diligências já foram feitas em tribunal e duas providências cautelares tiveram decisões contraditórias acabando por ser recusadas.

O advogado dos autarcas defendeu que as providências cautelares “têm outros requisitos” diferentes da acção principal e entende que tiveram decisão desfavorável porque “ainda não havia prejuízo efectivo”, na medida em que o INEM nunca chegou a retirar o helicóptero da região, apesar de inicialmente ter avançado com a data de Outubro de 2012.

Nos tribunais continua a correr também uma segunda acção principal, intentada com a figura de “acção popular”, que vai ser mantida, pelo menos até transitar em julgado a decisão agora conhecida relativamente ao primeiro processo.

O INEM avançou, no final de 2012, com uma reorganização da frota aérea de emergência médica que previa a retirada do helicóptero de Macedo de Cavaleiros.

A intenção foi alvo de manifestações populares e da contestação dos autarcas que conseguiram manter até hoje a aeronave na região, apesar de as decisões judiciais permitirem ao INEM deslocalizá-la quando entender.

O helicóptero do INEM de Macedo de Cavaleiros é o que mais saídas regista entre a frota aérea de emergência médica e serve a região do país que mais afastada se encontra dos hospitais de referência.

Sindicato dos Enfermeiros
A greve convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira para hoje está a ter uma adesão elevada,...

"Os serviços de internamento, medicinas, ortopedia e cirurgias - excepto a do primeiro andar [do hospital do Funchal] - estão todas a 100% [em greve], o que significa que praticamente todos os serviços de internamento estão em greve, estando apenas a ser assegurados os serviços mínimos", declarou.

De acordo com os dados do Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira (SERAM), esta greve prende-se com a recusa do Serviço de Saúde da região (Sesaram) em "implementar o horário de trabalho de 35 horas semanais para todos os enfermeiros, de acordo com o plasmado na lei geral do trabalho em funções públicas".

Juan Carvalho explicou que após uma reunião com a administração, a 07 de Novembro, ficou assumida uma nova proposta negocial específica para este grupo de profissionais relativa à "natureza das funções desempenhadas e à carreira em que estão integrados".

Porque o Sesaram não remeteu em tempo útil uma nova proposta, a decisão foi convocar este dia de paralisação.

"Tendo em conta a matéria em causa, aguardamos que esta seja uma greve muito forte e participada", considerou.

Os dados provisórios do sindicato indicam que apenas "a sala de partos" do serviço de obstetrícia e "o serviço de cirurgia poente" têm uma adesão de 50%.

Não foi ainda possível apurar dados sobre a paralisação junto do Sesaram.

Decreto-lei de 2010 não saiu do papel
“Mesmo as pessoas que são sujeitas a violência doméstica não podem sair de casa”, denuncia representante da Rede Nacional de...

A criação de residências específicas para pessoas com doença mental, prevista no decreto-lei dos Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental desde 2010, não saiu do papel. Maria João Neves, representante da Rede Nacional de Pessoas com Experiência de Doença Mental, fala ao jornal Publico Online das consequências desta falta de rede. Com reformas que rondam os 280 euros, as pessoas vêem-se obrigadas a ficar em casa de familiares, mesmo quando estão sujeitos a situações de violência. Perante a falta de soluções na comunidade, “resta aos médicos sobre medicarem as pessoas para não andarem a chatear os familiares. Para não andarem a chatear ninguém”.

Pelo menos desde 2008 que é uma promessa política, criar residências para que pessoas com doença mental possam viver na comunidade, com o máximo de autonomia, ajustadas ao seu estado de saúde. O decreto-lei de 2010 prevê residências de treino de autonomia, residências autónomas de saúde mental, de apoio moderado e de apoio máximo.

“A lei está em águas de bacalhau, ficou bloqueada por falta de dinheiro”. À rede, um movimento cívico criado em 2005 para defender direitos civis e políticos de pessoas com experiência de doença mental, chegam as queixas. “As pessoas vivem em casa com os familiares, sujeitam-se às condições que os familiares lhes impõem”. Fala do caso de uma mulher cujo pai faz questão de dizer a toda a gente, incluindo a todos os vizinhos no prédio onde vive, que “tem em casa uma doente mental”. Ou de um utente, vítima de violência doméstica, que ligou para a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima a pedir ajuda. Foi aconselhado a sair de casa. “E ia para onde? As poucas residências que existem estão cheíssimas”. “Mesmo as pessoas que são sujeitas a violência doméstica não podem sair de casa” e “sem residências, não têm alternativa à vida mesquinha dentro de casa, sem projectos de vida”.

O objectivo é que as pessoas aprendam a viver por si próprias, a fazer a sua comida, a passar a ferro, limpar os seus quartos. Toda a vida da pessoa se transforma quando entra numa residência e ganha, com ajuda de técnicos, autonomia, explica Maria João Neves, que tem doença bipolar, e tem o privilégio de poder viver numa residência comunitária para pessoas com problemas de saúde mental, da Associação para o Estudo e Integração Psicossocial (AEIPS), em Lisboa.

Relatório da DGS
Relatório analisa impacto da lei do tabaco de 2007 e regista diminuição da mortalidade. Peritos consultados defendem imagens...

Os desempregados devem passar a ser alvo de estratégias específicas de prevenção e cessação tabágica, sugere-se num relatório da Direcção-Geral da Saúde (DGS). O consumo de tabaco é superior entre as pessoas sem trabalho — são consumidores diários, de acordo com os números apresentados, 45,3% dos homens e 21,8% das mulheres. Entre os trabalhadores no activo as percentagens são, respectivamente, de 32,6% e 15,1%, escreve o Público na sua edição digital.

O relatório Avaliação de impacto da lei do tabaco com foco na equidade, divulgado na sexta-feira, procura avaliar, com base, entre outros, na revisão de estudos feitos nos últimos anos, quais as alterações provocadas pela Lei 37/2007 —  diploma que introduziu uma série de novas restrições ao consumo do tabaco, nomeadamente nos locais de trabalho, mas também um conjunto de regras relacionadas com a embalagem, publicidade e venda de tabaco. A autoria da avaliação pertence à Direcção de Serviços de Informação e Análise, da DGS.

Regista-se, desde logo, o impacto da lei na mortalidade por doenças relacionadas com o consumo do tabaco — “Parece ter registado uma diminuição entre 2007 e 2011, quer em mortalidade total, quer em mortalidade prematura. Contudo, realça-se que a diminuição da mortalidade prematura [aquela que é registada na população com idade igual ou inferior a 65 anos] nas mulheres é menos acentuada”, lê-se.

Apesar das melhorias, em 2012 morreram em média 29 pessoas por dia por doenças associadas ao consumo de tabaco. “O consumo de tabaco é responsável por 1 em cada 3 mortes por doenças respiratórias; 1 em cada 5 mortes por cancro; 1 em cada 10 mortes por doença isquémica cardíaca, na população com idade de 30 ou mais anos”, acrescenta o documento.

A chamada “mortalidade estandardizada por doenças associadas ao tabaco por sexo e região” diminuiu em todas as regiões. Uma diminuição “muito acentuada” em Lisboa e Vale do Tejo, sublinha-se.

O relatório lembra ainda estudos que concluem que a esmagadora maioria dos portugueses (mais de 86%) acha que a lei de 2007 trouxe benefícios para a saúde pública e pessoal. Quanto às consultas disponibilizadas aos que quiseram deixar de fumar com ajuda, de 2007 para 2011 surgiram apenas sete novos locais nas administrações regionais de saúde (diminuíram no Norte, aumentaram no Centro, no Alentejo e no Algarve). Mais de 20 mil pessoas frequentaram essas consultas em 2011 (contra 15.318 em 2007).

O documento termina com recomendações. Desde logo, as de “peritos em tabagismo e cessação tabágica de várias áreas” consultados para o efeito. Estes sugerem, por exemplo, que se suba os preços de todos os produtos do tabaco. Também defendem “uma legislação mais rígida e clara que proíba os jovens até 18 anos de fumar em lugares públicos ou abertos a locais públicos” e o reforço “de programas de intervenção relacionados com a prevenção do tabagismo, bem como programas de investigação nesta área”.

Reforçar a legislação sobre publicidade e a exposição de produtos de tabaco; “implementar imagens chocantes nas embalagens de tabaco” e “proibir cigarros finos e de sabor”, são outras propostas.

A equipa da Direcção de Serviços de Informação e Análise também tem recomendações, que acha que devem ser discutidas com os peritos. A definição de estratégias específicas para mulheres e desempregados e a possibilidade de “desenvolver e implementar um modelo de isenção de taxas moderadoras no acesso a consultas de cessação tabágica aos utentes desempregados e menores de 18 anos” são algumas delas.

Clínicas privadas com mais multas
A Entidade Reguladora da Saúde aplicou, de 1 de Janeiro até 30 de Novembro, mais de 267 mil euros em contra-ordenações, valor...

Em 2013 as contra-ordenações aplicadas perfizeram um total de 190 225 euros. Em apenas onze meses, houve um aumento de 77 mil euros em coimas.

Segundo a entidade pública que regula a actividade dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde, até final do mês passado foram instaurados 135 processos de contra-ordenação, menos 143 face ao último ano. Em 2012 foram instaurados 340 processos. Ainda assim, foram 260 os casos concluídos pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS). No topo das infracções está a falta de licenciamento.

"As infracções mais visadas prendem-se com a violação de normativos relacionados com regime de licenciamento específico, a ausência de registo na ERS e a inexistência de Livro de Reclamações nos estabelecimentos", esclarece a ERS ao Correio da Manhã.

"A título de exemplo, em 2013, a maioria do tipo de infracções dizia respeito à violação de normativos relacionados com o regime de licenciamento específico (40,1%) e 36,5% devia-se à ausência de registo na ERS. Já as infracções que estão relacionadas com a não existência de Livro de Reclamações e outras obrigações relacionadas totalizaram 19,1% das infracções", referiu a entidade reguladora.

17 889 hospitais e clínicas Portugal tem quase 18 mil clínicas e hospitais privados. De acordo com o Sistema de Registo nos Estabelecimentos Regulados da ERS, existem "305 estabelecimentos com internamento e de natureza não pública, e 17 584 estabelecimentos sem internamento, de natureza não pública".

Lisboa e Porto são os distritos com mais oferta privada na área da saúde, com 4641 e 3290 unidades, respectivamente. Só uma pequena parte corresponde a estabelecimentos de saúde com internamento. Na capital são 55 e na Cidade Invicta não ultrapassam os 47. Em contrapartida, Portalegre é a zona do País com menos oferta na área dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde: 128, cinco dos quais com internamento.

Ébola:
A epidemia de febre hemorrágica Ébola na África Ocidental já fez 7.518 mortos, num total de 19.340 casos identificados nos três...

Desde o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), publicado em 20 de Dezembro, foram registados mais 145 mortos e identificados 309 novos casos de infecção.

No total, o vírus do Ébola matou pelo menos 7.533 pessoas em todo o mundo.

A Serra Leoa, que contabiliza actualmente o maior número de casos, registava a 20 de Dezembro 8.939 casos (o anterior balanço dava conta de 8.759) e 2.556 mortos (contra os anteriores 2.477).

Na Libéria, que durante vários meses foi o país mais afectado pela epidemia, a propagação do vírus tem vindo a abrandar.

A 18 de Dezembro, a Libéria contabilizava 7.830 casos e 3.376 vítimas mortais.

Na Guiné-Conacri, onde os primeiros sinais do actual surto surgiram em Dezembro de 2013, foram registados, até ao passado sábado, 1.586 mortos, em 2.571 casos identificados.

A par dos três países mais afectados, o balanço de vítimas mortais manteve-se inalterado: seis no Mali, uma nos Estados Unidos e oito na Nigéria.

No Senegal e em Espanha, países que registaram, respectivamente, apenas um caso e que foram declarados como livres do vírus do Ébola, não foram verificadas vítimas mortais.

A OMS indicou ainda que, ao longo do actual surto, os profissionais de saúde também foram afectados pela doença.

Segundo dados recolhidos até 14 de Dezembro, 649 profissionais de saúde foram infectados com o vírus, dos quais 365 morreram. O actual surto de Ébola é o mais grave e prolongado desde que o vírus foi descoberto, em 1976. A OMS decretou, a 08 de Agosto, o estado de emergência de saúde pública.

Estudo:
Um estudo publicado no British Medical Journal concluiu que não existe base científica para 54% dos conselhos dados pelo...

Não existe base científica para 54% dos conselhos dados pelo célebre Dr. Oz. Esta é a principal conclusão de um estudo publicado no British Medical Journal. Em Portugal é a SIC Mulher que transmite um dos mais famosos programas televisivos sobre saúde, apresentado pelo célebre médico norte-americano Dr. Oz. Nos Estados Unidos, o programa Dr. Oz, lançado há cinco anos, tem cerca de 2.9 milhões de telespectadores.

Esta análise verificou que muitos dos conselhos médicos dados no programa não só não têm base em estudos científicos como muitas vezes contradizem mesmo o que é defendido na comunidade médica

Os autores do estudo seleccionaram aleatoriamente 40 episódios do Dr. Oz e do talk-show The Doctors e analisaram um por um, chegando à conclusão que mais de metade dos conselhos do primeiro programa carecem de sustentação.

O Dr. Oz é um cirurgião cardiotorácico experiente e vice-presidente do departamento de cirurgia da Universidade de Colombia. No entanto, a maioria dos conselhos que dá são fora da sua área de experiência e apenas em 9% das vezes é aconselhado ao telespectador que consulte o seu médico assistente.

 

Frio:
A descida de temperaturas tem levado mais pessoas aos hospitais nos últimos dias, mas o número é normal para a época, garante a...

“A segunda quinzena de Dezembro e Janeiro costumam ser os meses mais problemáticos por causa do frio, ao qual estão associadas doenças respiratórias e infecções bacterianas. Sobretudo a população idosa recorre mais aos nossos serviços quer em centros de saúde, quer em urgências, quer depois em internamentos”, disse à TSF a sub-directora da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Graça Freitas sublinha que, apesar da maior afluência, os hospitais “ainda não estão na sua capacidade máxima. Começa a haver um aumento da procura, esperado para esta altura do ano, mas não estamos ainda em período epidémico de gripe”.

A DGS garante que há condições para reforçar as urgências nos hospitais caso aumente a procura. No entanto, Graça Freitas lembra que antes das pessoas se deslocarem ao hospital devem telefonar primeiro para a linha de saúde 24 e quem não fez a vacina da gripe ainda vai a tempo.

“Telefonem primeiro para a linha de saúde 24 (808 24 24 24) porque podem não necessitar de ir à urgência, podem ouvir aconselhamento, porque podem ser encaminhados para o sítio certo e podem evitar ser contagiados por outras pessoas”, aconselha a DGS.

Por serem os melhores
Há 11 unidades com uma classificação de "Excepcional", 42 obtiveram "Excelente", 104 "Muito bom"...

A avaliação aos centros de investigação portugueses atribuiu notas de "Excelente" e "Excepcional" a 63 unidades que, por isso, irão receber cerca de 47 milhões de euros, revelou a secretária de estado da Ciência.

O processo de avaliação de 322 centros de investigação começou em 2013 e, depois de atravessar duas fases, está agora a chegar ao final com a divulgação dos resultados: 11 unidades tiveram uma classificação de "Excepcional", 42 obtiveram "Excelente", 104 "Muito bom" e outras 90 conseguiram a nota de "Bom", escreve o portal da TSF.

A avaliação, que está a cargo da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), destina-se à atribuição de financiamento para os próximos cinco anos, para despesas correntes e actividades estratégicas, sendo que apenas as instituições com nota superior a "Bom" irão receber financiamento da FCT.

As 32 instituições que obtiveram "Insuficiente" assim como as 33 com nota "Suficiente" não terão financiamento.

Enfermagem Offshore
Ser Enfermeiro numa plataforma petrolífera é um desafio que muitos portugueses têm abraçado.

A busca por petróleo tem-se tornado cada vez mais intensa, o que tem levado Homens e máquinas para locais cada vez mais distantes e hostis. Este aspecto evidencia o aumento exponencial de riscos associados e que podem causar sérios danos, lesões e doenças aos trabalhadores implicados. A Enfermagem Portuguesa tem provado o seu valor nos mais diversos contextos. Ser Enfermeiro numa plataforma petrolífera é um desafio que muitos portugueses têm abraçado. Mas neste ambiente tão peculiar, onde muito pode suceder, os Enfermeiros não têm perdido o conceito de cuidar, assim como as exigências implicadas no acto de abordar alguém que precisa de assistência imediata.

A indústria do petróleo e gás tem vindo a evoluir significativamente e de acordo com as crescentes necessidades energéticas do mundo. O consumo de energia é cada vez maior e as reservas de petróleo e gás são cada vez mais reduzidas. É, assim, necessário explorar estas reservas em locais cada vez mais remotos e inóspitos tais como o Mar do Norte, o Circulo Ártico ou o Golfo da Guine. Nestas localizações, a exploração petrolífera faz-se em águas ultra-profundas o que requer a presença e isolamento humano durante largos períodos.

Compreende-se, desta forma, que estas localizações são desafios para a resposta médica uma vez que se encontram a distâncias consideráveis dos locais onde se podem prestar cuidados de saúde diferenciados.

Tendo em conta a exigência dos processos existentes nas plataformas petrolíferas e o ambiente de trabalho envolvido são necessários profissionais de saúde com um background académico e com um conhecimento profissional que se adeque às exigências deste mercado. Devido à sua facilidade em comunicar e interagir com equipas multidisciplinares e multiprofissionais, aliado ao facto de possuírem uma elevada qualidade nos cuidados que prestam, os Enfermeiros Portugueses têm sido muito requisitados para preencherem as posições necessárias à prestação de cuidados de saúde offshore em países africanos.

Participando activamente no planeamento e execução de procedimentos que garantam aos trabalhadores das unidades offshore um ambiente seguro e com cuidados de saúde de qualidade, estes Enfermeiros são responsáveis por promover acções de prevenção e tratamento de todas as doenças e lesões que possam surgir.

 

 

As exigências da Indústria

Analisando os padrões de saúde nas mais diversas regiões, facilmente se conclui que estes não obedecem ao rigor que tantos gostariam. As fórmulas para calcular as necessidades são diferentes e aqueles que observam a saúde à luz das recomendações da Organização Mundial de Saúde nem sempre lhes obedecem.

Como resultado destas discrepâncias nos requisitos de cuidados de saúde, a Indústria mundial procurou criar algumas normas que melhorassem o nível de saúde nas suas variadas instalações e mercados.

A Indústria Petrolífera, não sendo excepção, segue as recomendações da Associação Internacional de Produtores de Óleo e Gás (OGP), no que está relacionado com a saúde e a Resposta à Emergência Médica. Assim sendo, a bordo de qualquer instalação petrolífera deve estar presente um técnico de nível 3 (paramédico) ou nível 4 (medico/enfermeiro).

A experiência com os Enfermeiros portugueses em Angola tem aglomerado as recomendações da IOGP com a experiência acumulada por estes. São evidentes as vantagens e as melhorias na qualidade dos cuidados prestados aos trabalhadores das instalações offshore.

Aliado a este facto, o apoio das equipas presentes em terra é fundamental. Algumas das decisões tomadas pelo Enfermeiro offshore são precedidas de diálogos e trocas de opinião com estas. Usualmente, o apoio é referido como um suporte Topside e conta com a segunda opinião de um Médico ou Enfermeiro que sustenta ou propõe alterações aos cuidados e tratamentos efectuados à vitima/paciente.

As evacuações são, possivelmente, as situações mais críticas e que colocam à prova o background destes Enfermeiros. A maior diferença entre a emergência offshore e a que ocorre num local com uma assistência medica diferenciada reside no facto de que o Enfermeiro offshore poderá ter que estar sozinho por diversas horas até que a assistência chegue ao local.

 

 

O Enfermeiro como representante da saúde

O Enfermeiro que trabalha neste ambiente representa a figura que promove a saúde e o bem estar de todos os trabalhadores da plataforma petrolífera. É ele quem se responsabiliza pelos altos padrões de saúde e higiene necessários nestes locais. Se se pensar que este é o local onde diariamente várias dezenas de pessoas trabalham e vivem, percebe-se a necessidade de promover a prevenção da doença e impedir a contaminação do ambiente com bactérias, vírus e fungos.

Para isto, o Enfermeiro tem à sua disposição um conjunto de mecanismos que desenvolve ao longo do tempo. São eles ações de promoção da saúde, campanhas de vacinação, inspeções sanitárias e controlo da qualidade da água potável. Como representante máximo da saúde, cabe ao Enfermeiro assegurar os cuidados necessários a todas as patologias que surgem, assim como em todas as lesões resultantes de acidentes de trabalho. 

Conta com uma clínica equipada com uma farmácia onde possui um vasto leque de medicação, assim como os equipamentos necessários a uma grave emergência médica. Resumidamente, esta clinica compreende uma área de tratamentos, uma zona de ressuscitação equipada com maca, oxigênio, ventilador, monitor/desfibrilador e carro de emergência.

 

 

A experiência pessoal

A procura por novos desafios e oportunidades. A crença de que a Enfermagem pode e deve ser valorizada em toda a sua riqueza. A necessidade de uma valorização pessoal acrescida. Eis os motivos que levaram o autor a procurar ser Enfermeiro Offshore.

Após a revalidação de algumas competências no que ao Suporte Avançado de Vida e Trauma dizem respeito, surgiu a oportunidade pelas mãos da Europ Assistance – Global Corporate Solutions, uma empresa internacional em forte crescimento que procura colaboradores com forte vontade de demonstrar o espírito de inovação, responsabilidade e competência que a caracterizam.

Ser e representar a saúde numa plataforma petrolífera é, ao mesmo tempo, um prazer e um desafio. Todos os dias são diferentes. A imprevisibilidade está sempre presente.

É um prazer porque o Enfermeiro tem a oportunidade de gerir e organizar o seu trabalho de acordo com o que considera ser o mais adequado. Trabalha em conjunto com equipas multidisciplinares e multiprofissionais de diversas nacionalidades e experiências. Vê o seu trabalho valorizado e reconhecido.

É, também, um desafio. Para além da gestão e administração da clinica, da presença constante de doenças tropicais, o facto de ser o único profissional de saúde a bordo implica que seja o primeiro interveniente directo em todas as situações de saúde que possam ocorrer. Este facto exige que seja conhecedor de toda a farmacologia e equipamento que tem consigo. Desde um simples arranhão até uma paragem cardiorrespiratória será sempre o primeiro a actuar. Para um profissional de saúde que tem por hábito ter uma equipa de saúde a trabalhar consigo isto representa um desafio importante.

O ritmo de trabalho durante os 28 dias que separam a vida em offshore do regresso a casa é uma componente importante no processo de adaptação. O trabalho por turnos acaba no momento em que se entra numa plataforma petrolífera. Aqui só existe um turno: vinte e quatro horas por dia durante 28 dias. Neste período pode acontecer de tudo... Muita atividade ou pouca atividade, muitos ou poucos doentes, muitas ou poucas reuniões. Esta imprevisibilidade torna o Enfermeiro Offshore alguém que tem que se manter sempre pronto para estar presente quando é necessário.

Esta realidade afasta e ao mesmo tempo aproxima o Enfermeiro Offshore da pratica pura da Enfermagem. Por um lado afasta o Enfermeiro do contexto hospitalar a que tantos estão habituados, pois o tipo de organização do trabalho e posição ocupada está incrivelmente distanciada da realidade hospitalar.

Contudo, o tempo disponível para atender e cuidar das pessoas permite que se desenvolvam atividades extremamente importantes para a prevenção da doença e lesões resultantes do trabalho.

Viver e trabalhar numa plataforma petrolífera tem possibilitado ao autor acumular uma vasta e rica experiência numa área pouco divulgada entre a maioria dos profissionais de saúde. Tem-lhe permitido, acima de tudo, olhar para os doentes/vitimas numa perspectiva diferente.

 

Referencias:

  1. Ponsonby, Mika and Irons. Offshore industry: medical emergency response in the offshore oil and gas industry. Occupational Medicine Journal; 59. 298-303; Oxford University Press. 2009

 

Daniel Almeida, Enfermeiro Offshore, Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica

EuropAssistance – Global Corporate Solutions

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Gratuita e acessível
O Plano Nacional de Vacinação foi instituído em Portugal em 1965, sendo uma ação gratuita e acessíve

A vacinação é um meio preventivo de diferentes doenças infecto-contagiosas, como o tétano, a tuberculose ou a poliomielite, reduzindo em grande escala as taxas de mortalidade e morbilidade pelas diferentes doenças. Com a vacinação algumas doenças foram erradicadas do mundo, como por exemplo a varíola em 1976, e outras doenças desapareceram em determinados pontos do nosso planeta. A erradicação de doenças apenas acontece em países que têm um plano nacional de vacinação devidamente organizado, como é o caso de Portugal, tendo o nosso país um dos melhores resultados a nível mundial. Dado que há uma taxa elevada de cobertura vacinal em Portugal, as doenças-alvo que são abrangidas pelas vacinas já estão erradicadas do país ou bastante controladas.

 

Crianças não vacinadas mais vulneráveis imunitariamente

Nos últimos anos muitos indivíduos têm vindo a optar por não vacinar os seus filhos, dado que as doenças evitáveis praticamente já não existem. No entanto o que estes indivíduos se esquecem é que estas crianças não vacinadas estão mais vulneráveis imunitariamente, podem contrair essas doenças, com as reações adversas que daí possam advir, dado que essas doenças ainda existem em muitos locais do mundo incluindo a Europa, e podem trazer novas epidemias para o nosso país.

Uma vacina é um preparado de antigénios que quando administrada a um indivíduo provoca uma reação de imunidade específica aos diferentes agentes infeciosos mencionados em cada vacina. Para as pessoas que acham que se correm muitos riscos devido aos efeitos secundários das vacinas, deve-se ter em conta que contrair qualquer uma das doenças-alvo do Plano Nacional de Vacinação (PNV) é um risco muito superior para a sua saúde.

 

Se vai para o estrangeiro não dispense Consulta do Viajante

Cada país tem as suas doenças-alvo, como tal é aconselhável que, sempre que se faça uma viagem, principalmente para países de risco, se recorra à Consulta do Viajante, de forma a obter um aconselhamento sobre quais as vacinas extra PNV que a pessoa deve fazer. Este meio de prevenção protege a própria pessoa e evita que o viajante importe outras doenças para o nosso país.

Os motivos pelos quais nos devemos vacinar são:

- o facto de as vacinas salvarem vidas;

- as vacinas são um direito de todos os cidadãos, em especial das crianças;

- o facto de as doenças que se evitam com a vacinação serem uma grande ameaça à saúde pública;

- o facto de as doenças poderem ser controladas e evitadas;

- o facto de que o custo das vacinas compensa nos ganhos em saúde.

 

As vacinas do Plano Nacional de Vacinação

As vacinas do PNV abrangem a prevenção das seguintes doenças: tuberculose, difteria, tétano, tosse convulsa, infeções por Haemophillus influenzae tipo b, poliomielite, sarampo, papeira, rubéola, infeções por papiloma vírus humano (vírus do cancro do colo do útero, apenas administrada a crianças do sexo feminino), hepatite B e meningite C. A vacinação, em Portugal, inicia-se 2 a 3 dias após o nascimento das crianças, tendo uma periodicidade mais frequente durante o 1º ano de vida, prolongando-se por toda a vida.

A vacina contra o tétano e difteria é administrada ao longo de toda a vida, de 10 em 10 anos, dado que a vacina não dá proteção a longo prazo. As pessoas só estão protegidas se tiverem o esquema vacinal em dia. O tétano é uma doença que pode ser contraída através de uma picada de inseto, ou por uma ferida feita em ferros enferrujados, entre outras situações, levando a espasmos musculares, que pode levar à morte, pelo que é muito importante ter a vacina em dia. A gripe é também uma doença evitável, sendo que a melhor forma de a prevenir, e evitar consequências maiores, é fazendo a vacina.

 

A vacina contra a gripe, e quem deve vacinar-se

A vacinação contra a gripe é também uma atividade de extrema importância, em especial para os cidadãos com idade igual ou superior a 65 anos, e para os cidadãos portadores de doenças crónicas. A vacina contra a gripe deve ser administrada anualmente, dado que os vírus da gripe sofrem mutações, o que faz com que a vacina seja modificada de ano para ano. O período ideal de administração da vacina é entre outubro e dezembro de cada ano, podendo no entanto ser feita durante todo o outono e inverno. Existem grupos alvo de cidadãos que têm direito à vacinação contra a gripe gratuita, pelo que todos os anos cada utente se deve informar na sua Unidade de Saúde sobre este assunto.

 

O enfermeiro é quem tem conhecimento correto da vacinação

A vacinação é uma das principais atividades dos enfermeiros que prestam cuidados nos serviços de Cuidados de Saúde Primários.

Os enfermeiros têm como responsabilidade a eficácia da vacinação, sendo estes os profissionais de saúde que detêm conhecimentos sobre o correto plano nacional de vacinação, sobre a correta forma e via de administração, sobre os cuidados pós-vacinais e reações adversas, sobre as contraindicações verdadeiras e falsas, sobre os modos de conservação, entre outras coisas.

As vacinas são muito seguras, eficazes e têm um elevado grau de qualidade. Estas previnem muito mais doenças e salvam mais vidas do que os tratamentos médicos.

 

 

 

Bibliografia:

Leça, A., Calé, E., Freitas, G., Castelão, I., Valente, P., & Fernandes, T. (abril de 2014). Perguntas frequentes sobre vacinação. Direção Geral da Saúde.

Mendes, S. C. (8 de setembro de 2012). Prevenir e erradicar doenças pela vacinação. Saúde Pública.

Subtil, C. L., & Vieira, M. (julho de 2011). Os primórdios da organização do Programa Nacional de Vacinação em Portugal. Revista de Enfermagem Referência III série nº4.

Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.

 

Ângela Quinteiro - Enfermeira Especialista em Saúde Infantil e Pediatria na USF Viriato Viseu

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Guiné-Bissau
Uma prevalência de Sida superior à média nacional nas forças de segurança e defesa da Guiné-Bissau levou o Secretariado...

Novos protocolos com os ministérios da Defesa e da Administração Interna para "reforçar a distribuição de preservativos e informação" e "aumentar o número de pessoas em tratamento anti-retroviral (ARV)" vão vigorar em 2015, disse Anaximandro Zylene, secretário nacional do Secretariado Nacional de Luta Contra a Sida (SNLS).

Está também prevista a prestação de apoio psicossocial. Segundo dados divulgados pelas autoridades de saúde, a prevalência de Sida ronda os 3,3% na Guiné-Bissau, chegando a 5,3% na faixa etária entre 15 e 49 anos, e supera nove por cento entre elementos das forças de segurança e defesa.

Anaximandro Zylene refere que faltam estudos mais aprofundados sobre aqueles números, mas admite que "a mobilidade profissional" possa ser uma das causas.

De acordo com o responsável, as verbas destinadas a estes programas específicos de combate à Sida estão garantidas através de apoios internacionais, nomeadamente para a terapia ARV.

"Importa diminuir o caso de perdidos de vista", ou seja, pessoas que iniciam tratamento, mas que o abandonam, sem que haja qualquer seguimento da sua situação.

Os medicamentos ARV "são caros", mas Anaximandro Zylene lança um apelo às autoridades e parceiros internacionais: "temos que fazer tudo para ter mais medicação na Guiné-Bissau", dada a baixa taxa de cobertura - inferior a 30% nos adultos e a rondar 10% em crianças.

A alta prevalência de Sida entre forças de segurança e defesa levou ao financiamento de actividades específicas desde 2008.

Nos últimos cinco anos foram formados activistas no seio das diferentes forças, os quais são responsáveis pela "sensibilização dos seus pares" acerca de comportamentos de risco e formas de tratamento, recorda o líder do SNLS.

"Pretende-se uma maior 'captura' de seropositivos, para lhes assegurar tratamento de qualidade e para continuarem a prestar serviço ao país", concluiu.

Assegurar continuidade de cuidados
Os bebés que nascem prematuros requerem cuidados especiais que, após a alta, deixam os pais apreensivos e, para lhes dar...

O objectivo é assegurar a continuidade de cuidados, após a alta hospitalar, em articulação com os Cuidados de Saúde Primários, permitindo “altas precoces” e fazendo diminuir as “visitas” ao Hospital, depois das crianças irem para casa.

Criada em 2008, a título experimental e apenas no concelho de Aveiro, a Visita Domiciliária de Neonatologia estende-se hoje à área de abrangência do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, em articulação com os centros de saúde e unidades de saúde familiar, deixando os pais mais informados e descansados.

“Para nós, a visita domiciliária ao recém-nascido prematuro reveste-se de extrema importância, pois através desta prática pode-se assegurar a continuidade de cuidados e fornecer aos pais todo o apoio que necessitam”, considera Maria do Céu, chefe da Pediatria do Hospital de Aveiro.

Trata-se de uma acção voltada para a família, em que se empenham os profissionais de saúde, com o objectivo de melhorar a qualidade dos serviços prestados.

“É inquestionável a necessidade que as famílias têm, aquando da alta para o domicílio, na garantia da continuidade de cuidados com segurança, o que podem obter com a nossa visita domiciliária”, acrescenta.

A Lusa acompanhou Ana Carolina, enfermeira na unidade de prematuros do Hospital de Aveiro, e Paulo Ribeiro, enfermeiro na Unidade de Saúde Familiar de Albergaria-a-Velha, numa dessas visitas, no caso a dois gémeos prematuros.

Manhã cedo a equipa encontrou-se para ir a casa de Halyna Tolstykh, uma jovem imigrante a quem nasceram dois rapazes com 27 semanas de gestação e que, após o regresso ao lar, estava ansiosa pela chegada dos enfermeiros.

Pesadas e observadas as crianças, verificados os boletins de saúde e feitos os procedimentos adequados, os enfermeiros trocaram entre si opiniões técnicas sobre o estado dos bebés e o agendamento de consultas e vacinação, mas, sobretudo, sossegaram a mãe, que havia notado dificuldades respiratórias num deles.

Apesar de gémeos, um apresentava um peso superior ao outro e houve que dar conselhos sobre a alimentação de cada um, adequada às diferenças.

“As crianças encontram-se bem. Trata-se de uma mãe muito competente, com bebés muito prematuros, que nasceram com 27 semanas de gestação, quando o normal é de 38 a 40, e é óbvio que havia algum receio, mas nota-se que é uma mãe muito competente nos cuidados, o que nos deixa muito contentes”, disse a enfermeira hospitalar.

O estado de saúde foi considerado normal para bebés prematuros e foi concluída mais uma visita que serviu para Ana Carolina fazer “a passagem de testemunho” ao colega do Centro de Saúde e familiarizá-lo com o caso.

Paulo Ribeiro, enfermeiro na USF de Albergaria-a-Velha, recebe a responsabilidade do acompanhamento, que passa a estar mais próximo.

“É uma fase nova e temos de acompanhar estas crianças e a família e é sempre mais fácil se tivermos esta passagem. O contacto é permanente e é muito mais confortável para a família saber que a qualquer momento pode contar connosco”, conclui.

Suspenso desde 2012
O programa de troca de seringas, suspenso desde 2012, vai ser retomado em Janeiro, começando pelo distrito de Setúbal, anunciou...

“Começaremos de forma progressiva a partir do início do ano, em Setúbal, depois progressivamente Lisboa, até atingir todo o país”, explicou Paulo Macedo. Também em declarações à Lusa o presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), Paulo Duarte, precisou que ainda em Janeiro o programa de troca de seringas será estendido ao distrito de Lisboa. “Acreditamos que em três ou quatro meses poderemos ter todos os distritos envolvidos”, disse o responsável.

A retoma do programa de troca de seringas nas farmácias já tinha sido anunciada mas até agora não fora concretizada. Desde 2012 que estava suspenso, quando cessou o contrato entre a ANF e o Ministério da Saúde.

Desde então a troca de seringas, como lembrou Paulo Macedo, era feita apenas nos centros de saúde e em instituições de solidariedade social, tendo só este ano sido trocadas “mais de um milhão de seringas”, disse.

“Mas sem dúvida que, quer com a malha geográfica que as farmácias cobrem, quer com a colaboração activa das farmácias, podemos fazer melhor do que temos vindo a fazer”, sublinhou o ministro.

Paulo Macedo explicou ainda que o protocolo com a ANF estabelece que se faça uma avaliação ao final de um ano, para aferir custos e ganhos, ganhos que o governante espera “obviamente” ter. Depois dessa avaliação as farmácias deverão ser remuneradas pelo serviço, que no primeiro ano é prestado gratuitamente.

Paulo Macedo desvalorizou o facto de o acordo com a ANF só agora se ter concretizado (depois de várias vezes anunciado), explicando que o Ministério e a ANF estão a debater outros acordos, sobre temas como a adesão terapêutica, a diabetes ou o aumento dos genéricos. “Quisemos dar algum tempo, avançar nos diversos programas em paralelo”, disse.

Paulo Duarte explicou que este tipo de acordos não é simples e que há “questões técnicas e operacionais que demoram mais tempo”. Certo é que a partir de Janeiro farmácias do distrito de Setúbal reiniciam o programa, nos mesmos moldes que existia em 2012.

O programa “Diz não a uma seringa em segunda mão” começou em 1993, tendo como mentora Odette Ferreira, então presidente da Comissão Nacional de Luta Contra a Sida.

Devendo durar três meses, o sucesso foi tal que só terminou em 2012. Nesse período foram recolhidos 50 milhões de seringas, dos quais 33 milhões nas farmácias.

Destinado a utilizadores de drogas injectáveis, segundo uma avaliação da empresa Exigo Consultores evitou sete infecções de VIH/Sida por cada 10 toxicodependentes.

Nos primeiros oito anos o Estado poupou entre 400 milhões e 2.000 milhões de euros em tratamentos e outros custos com os doentes evitados, segundo o estudo.

Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares
A presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, Marta Temido, considerou que o aumento de capital dos...

Marta Temido comentava o despacho assinado pelos Ministérios da Saúde e das Finanças, de aumento de capital dos hospitais públicos “de norte a sul” do país e que envolve mais de 450 milhões de euros (não relacionados com as verbas do Orçamento do Estado). As verbas começam a ser disponibilizadas ainda este ano.

“Esta notícia é muito bem recebida, muito bem acolhida (…). Este reforço vai permitir retirar alguns hospitais da falência técnica e por outro lado vai permitir pagar dívidas em atraso”, disse à Lusa a presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH).

Marta Temido lembrou que o reforço vai permitir pagar dívidas vencidas ainda este ano, nomeadamente ao grande credor que é a indústria farmacêutica.

“A verba vai permitir encerrar o exercício económico de uma forma mais limpa. Só à indústria farmacêutica estamos a falar de dívidas de mais mil milhões de euros até Agosto deste ano e prazos de pagamentos que ultrapassam um ano”, adiantou.

Apesar de a notícia ser bem-vinda, a responsável considerou que a grande questão mantém-se: como evitar em 2015 acumulação de nova divida vencida.

“Enquanto presidente da APAH, já comentei esta notícia no ano passado. A questão é como é que para o ano não vamos estar a comentar esta notícia novamente. Que reestruturação, que reorganizações, que eficiências estão a ser trazidas para as estruturas hospitalares de forma a evitar que periodicamente haja necessidade de injectar dinheiros públicos”, disse.

Na opinião de Marta Temido, é necessária “coragem política e envolver todos os agentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para fazer uma reorganização que permita mantê-lo nos seus princípios constitucionais".

“Devemos dotar o SNS de estruturas que permitam responder às necessidades das populações, que se alteraram radicalmente”, concluiu.

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, disse que a verba vai permitir “uma mudança radical na Saúde em termos de equilíbrio dos hospitais e da possibilidade de fazerem novas encomendas, de fazer face à lei dos compromissos e da sua postura perante os fornecedores”.

Paulo Macedo referiu que há hospitais em situações muito difíceis, “designadamente em termos de falência técnica” e que este dinheiro vai permitir a regularização de dívidas, a diminuição do passivo e o equilíbrio da situação financeira.

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