Em 2014
O ministro da Saúde estimou que no próximo ano Portugal fique pela primeira vez abaixo dos 20 casos de infecção por tuberculose...

Falando na abertura da sessão de apresentação pública do documento da Direcção-Geral da Saúde, Paulo Macedo apontou os “dados sobre a diminuição de novos casos de Sida”, o que demonstra o “bom comportamento de números de população heterossexual e dos profissionais do sexo”.

O relatório revela que o número de novos casos de VIH e de Sida diminuíram acentuadamente em 2013, assim como o número de mortes associadas à infecção, e que a transmissão através de relações sexuais entre homens foi a única que aumentou.

Mas também os resultados relativos à tuberculose foram motivo de satisfação para o ministro, que sublinhou o facto de Portugal estar agora a pouco mais de 21 casos por 100 mil habitantes, “a caminho da meta dos 20 por 100 mil”.

“O número de casos novos em 2013 baixou 7% quando comparado com 2012 e as nossas expectativas para o ano de 2014 são de que podemos ficar pela primeira vez abaixo dos 20 casos por 100 mil habitantes”, afirmou o ministro.

Paulo Macedo reconheceu contudo haver ainda indicadores que precisam de ser muito melhorados, ao nível de prevalências em muitas áreas, que estão “acima do que é desejável”. “Comparamo-nos internacionalmente, em áreas como a Diabetes, a Sida e as pneumonias, ainda mal com outros países”, sublinhou.

As cidades do Porto e, em particular, de Lisboa foram as que registaram maior incidência de casos de tuberculose e também de novos casos de VIH, o que levou o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde a lançar algumas críticas ao presidente da autarquia, pela sua ausência.

No final da apresentação do relatório, Fernando Leal da Costa considerou que seria importante a presença de “elementos da Câmara Municipal de Lisboa”.

“Compreendemos bem que agora as obrigações do presidente da Câmara serão porventura outras também, e por isso mesmo, se calhar, não pode dar tanta atenção a estes assuntos. Mas considerando as ambições entendíveis do presidente da Câmara de Lisboa, seria bom que ele também aproveitasse estas oportunidades para começar a aprender um pouco mais sobre o país que o rodeia e sobre a sua cidade”, afirmou.

Dados do INE
O município de Coimbra possui 28,7 médicos por mil habitantes, um valor mais de seis vezes superior à média nacional (4,3),...

De acordo com os Anuários Estatísticos Regionais relativos a 2013, o indicador de médicos por mil habitantes - que tem como referência o local de residência daqueles profissionais - apresenta valores superiores à média nacional em municípios das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e capitais de distrito.

Para além de Coimbra, a lista de municípios com mais médicos por mil habitantes inclui o Porto (19,7), Lisboa (16,1), Oeiras (9,1), Faro (9,0) ou Matosinhos (7,9).

No extremo oposto e de acordo com os dados do INE, os municípios de Oleiros (Castelo Branco), Pampilhosa da Serra (Coimbra) e Lajes das Flores (Açores) não possuem qualquer médico residente e 72 dos 308 municípios do país (23,3%) apresentam médias inferiores a um clínico por mil habitantes.

Por regiões NUTS II, Lisboa é a única acima da média nacional, com 5,9 médicos por mil habitantes. Todas as restantes apresentam valores abaixo da média nacional: Norte (4,1), Centro (3,9), Algarve (3,4), Madeira (3,0), Açores (2,6) e Alentejo (2,4) - apesar das capitais de distrito de Évora (7,1) e Beja e Portalegre (ambos com 4,9 médicos por mil habitantes) estarem acima do valor médio nacional.

Já nos enfermeiros por 1.000 habitantes, Coimbra volta a liderar a lista com 25,5 - quatro vezes a média nacional que se situa em 6,3 - seguida do Porto (22,3) e Lisboa (18,9).

Os municípios com enfermeiros superiores em duas vezes a média nacional são maioritariamente capitais de distrito ou das regiões autónomas da Madeira e Açores - Portalegre (16,6), Bragança (15,9), Faro (15,5) ou Funchal (15,0), entre outros - mas a lista inclui ainda Barrancos, com 18,1 enfermeiros por mil habitantes, o quarto valor mais elevado a nível nacional.

Em 2012, ainda de acordo com o INE, realizaram-se em Portugal cerca de 7,8 milhões de atendimentos em serviços de urgência dos hospitais públicos e dos centros de saúde.

A região Norte registou aproximadamente 2,5 milhões atendimentos enquanto as regiões Centro e de Lisboa situaram-se próximo dos 2 milhões de atendimentos em serviços de urgência.

Na Guiné-Bissau
O Governo português anunciou uma contribuição de 550 mil euros para a instalação de um laboratório móvel de despistagem do...

“O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) irá contribuir com uma ajuda de 550 mil euros, destinada a financiar a instalação e o funcionamento de um laboratório móvel para o diagnóstico de infecções”, disse o chefe da diplomacia portuguesa, Rui Machete, numa conferência de imprensa no Palácio das Necessidades, em Lisboa, em conjunto com o ministro da Saúde, Paulo Macedo.

Segundo Machete, esta é uma “acção extraordinária de política externa executada em colaboração com o Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM)”.

O ministro Paulo Macedo referiu que o laboratório móvel deverá estar pronto a funcionar "no final de Janeiro". “Estamos nos procedimentos de concursos para a aquisição do laboratório”, referiu Macedo, indicando que o processo será rápido, pois já existe o financiamento.

Para Rui Machete, esta contribuição “tem por objectivo colmatar as dificuldades de diagnóstico da doença na Guiné-Bissau, dotando o país de um laboratório que irá permitir o acesso a informação de carácter epidemiológico, e dessa forma viabilizar uma resposta de grande importância às vertentes de prevenção e de combate a esta ameaça”.

Machete esclareceu que Portugal, através do instituto Camões, e com o apoio do INFARMED e de empresas farmacêuticas, enviou recentemente mais de 20 toneladas de medicamentos para a Guiné-Bissau e que, “de igual forma, o Camões tem mantido uma estreita colaboração com a câmara municipal de Bissau, numa campanha de higienização das ruas da capital guineense”.

“Ao capacitar a Guiné-Bissau com o laboratório móvel, diminui-se a possibilidade de má despistagem de casos, reforça-se os mecanismos de prevenção e controlo necessários para uma resposta coordenada e adequada a eventual actividade viral”, afirmou Paulo Macedo.

O ministro da Saúde agradeceu o apoio do MNE para a instalação do laboratório na Guiné-Bissau e confirmou a posição do Governo português de trabalhar em conjunto com as autoridades internacionais nos esforços de combate à doença. Referiu ainda que esta contribuição soma-se a outros envios de materiais de limpeza, saúde, medicamentos e outros tipos de ajudas já fornecidas para a prevenção do Ébola na Guiné-Bissau.

Sobre os emigrantes portugueses, o ministro Rui Machete disse que “o Ministério dos Negócios Estrangeiros tem vindo a prestar particular atenção à situação dos portugueses que residem ou trabalham actualmente nos países afectados (pelo Ébola), e são cerca de 100 compatriotas nestas condições, mantendo uma constante actualização da informação sobre a sua situação, através de contactos regulares com os próprios”.

“Ao nível multilateral, Portugal irá também contribuir, até ao final deste ano, com 200 mil euros para os esforços que estão a ser desenvolvidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate a esta doença”, sublinhou o ministro dos Negócios Estrangeiros, referindo que a ajuda vai ao encontro de um pedido das autoridades norte-americanas.

A epidemia de febre hemorrágica Ébola na África Ocidental já fez 6.841 mortos, num total de 18.464 casos identificados nos três países mais afectados, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

De 2012 para 2013
O número de novos casos de VIH e de Sida diminuíram acentuadamente em 2013, em relação a 2012, assim como o número de mortes...

Segundo o documento da Direcção-Geral da Saúde, em 2013, por comparação com o ano anterior, verificou-se um “decréscimo acentuado” de 13,7% no número de novos casos de infecção por VIH, de 21,2% no número de novos casos de Sida, e de 8,6% no número de óbitos associados à infecção por VIH.

A transmissão mãe-filho ocorreu apenas em dois dos 197 recém-nascidos de mães infectadas por VIH, acrescenta o relatório.

O meio de transmissão da infecção mais frequente foram as relações sexuais, sendo a transmissão entre homens a única que aumentou, ao passo que a transmissão entre toxicodependentes continua a diminuir.

“A transmissão da infecção através de relações sexuais correspondeu a mais de 90% do total de casos notificados em 2013, sendo a transmissão em Homens que têm Sexo com Homens (HSH) a única que aumentou nos últimos 10 anos”, revela o relatório.

Ao invés, a transmissão em Utilizadores de Drogas Injectáveis (UDI) acentuou a tendência de decréscimo anterior, tendo sido inferior a 7% do total de casos notificados.

Quanto à distribuição geográfica dos novos casos, ocorreram de forma desigual ao longo do país, com a maioria dos casos concentrados na região de Lisboa, mantendo uma tendência já verificada em anos anteriores.

As regiões da Grande Lisboa e da Península de Setúbal concentraram mais de 55% do total de casos notificados e o concelho de Lisboa apresentou uma taxa de incidência de novos casos de infecção por VIH mais de três vezes superior à média nacional (13.6/100.000 habitantes).

“Aliás, é nos grandes centros urbanos que se verificaram as taxas de incidência de novos casos mais elevadas: além de Lisboa, Porto, Loures, Amadora, Setúbal, Sintra, Oeiras, Faro”, sublinha o relatório.

Entre as recomendações preconizadas pela DGS, está o reforço do diagnóstico precoce, designadamente através da sua generalização à população, através dos cuidados de saúde primários.

O Programa Nacional para o VIH/Sida recomenda também que se promovam novas abordagens de prevenção, diagnóstico e tratamento, de forma a dar resposta mais rápida e eficaz à infecção por VIH.

Para fazer face à concentração de casos nos grandes centros urbanos, é recomendada a definição de uma estratégia de actuação que envolva os diferentes parceiros, nomeadamente as estruturas da saúde, autárquicas e da comunidade, dirigida ao controlo da infecção VIH e da tuberculose.

Tuberculose também diminuiu em 2013

A taxa de incidência de tuberculose em Portugal diminuiu 7% em 2013, face ao ano anterior, com as cidades do Porto e de Lisboa a registarem a maior incidência de todo o país, segundo o mesmo relatório. De acordo com o relatório “Portugal – Infecção VIH, SIDA e Tuberculose”, foram notificados no ano passado 2.195 novos casos, o que representa uma taxa de incidência de 21,1/100.000 habitantes.

Cerca de 38% dos doentes com tuberculose tinham ‘co-morbilidades’ reconhecidas como de risco para tuberculose, sendo a mais significativa a infecção por VIH (14,5%).

A proporção de doentes com tuberculose e doença oncológica, com diabetes ou patologia inflamatória articular tem aumentado nos últimos anos.

O documento indica ainda que perto de 30% dos doentes tinha factores de risco sociais, entre os quais o consumo de álcool e o consumo de drogas ilícitas.

Dos 1.114 casos com tuberculose confirmada e tratamento terminado, 931 tiveram sucesso terapêutico, o que representa uma taxa de sucesso de 83,6%.

Em contrapartida, 32 interromperam o tratamento (2,9%) e 113 morreram no decorrer do tratamento para tuberculose (10,1%).

A Direcção-Geral da Saúde recomenda a identificação e correcção das barreiras ao diagnóstico célere da tuberculose e a definição de protocolos com vista ao rastreio e detecção precoce nos grupos de maior risco.

Edição especial da revista Enfermagem e o Cidadão
Outras Cidadanias é o tema de uma edição especial da revista Enfermagem e o Cidadão que hoje é distribuída gratuitamente na...

Publicação periódica da Secção Regional do Centro (SRC) da Ordem dos Enfermeiros (OE), dirigida aos cidadãos, nesta edição revela enfermeiros que em contextos inóspitos levam mais longe a prática da enfermagem, ou a interligam com outras formas de intervir na sociedade, nomeadamente à frente de juntas de freguesia e câmaras municipais.

Com uma tiragem de 5 mil exemplares, é oferecida aos cidadãos nos transportes urbanos de Coimbra, Viseu e Leiria, e pode também ser encontrada na sede da SRC, em instituições e serviços de atendimento ao público dos seis distritos do Centro de Portugal.

O fundador há 35 do Serviço Nacional de Saúde, Dr. António Arnaut, testemunha na rubrica “Como o cidadão vê a Enfermagem” através de um artigo intitulado “Enfermagem e Cidadania”. Nela apresenta uma experiência pessoal para concluir que, embora todos os profissionais de saúde cuidem do doente, “quem cuida presencialmente, quem toca com a mão na mão é o enfermeiro”. O sentido de permanência no cuidar, essa função tão absorvente do enfermeiro, pode, na perspectiva do Dr. António Arnaut, não excluir a cidadania, mas o exercício de um outro cargo, ou de um cargo político permanente.

Armando Mourisco é enfermeiro e preside à Câmara Municipal de Cinfães. Tânia Cameira e Marlene Lopes conciliam o exercício quotidiano da enfermagem com o cuidar dos cidadãos nas presidências das juntas de freguesia de Marmeleiro (Guarda) e Germil (Penalva do Castelo).

Todos eles levaram para as autarquias o saber e a sensibilidade do cuidar na dimensão humana, inerente à enfermagem. As enfermeiras-autarcas Tânia e Marlene tanto ajudam os cidadãos das suas aldeias nos problemas sociais ou de obras públicas, como dão conselhos sobre alimentação, toma dos medicamentos ou vacinação.

A Ana Luísa Campos é enfermeira, mas a sua vida é preenchida com outra paixão, a música. Ao piano, no canto ou no ensino de crianças encontra as “forças necessárias para descansar e recuperar energias” para uma profissão como a Enfermagem, tão absorvente física e psicologicamente.

Com relatos na primeira pessoa, a Márcia Martins revela uma lição de vida no Chade. A Joana Sá desvenda as andanças como enfermeira em contextos de conflito, pelo Paquistão, Congo, Líbia, Líbano, Sudão do Sul e Gaza. O Daniel Martins divulga o dia-a-dia de um enfermeiro numa plataforma petrolífera no Mar de Angola. O Pedro Cabeleira mostra como levou a Enfermagem em viagem pelo planeta, por Coimbra, Porto, Espanha, Itália, Brasil, Congo, Colômbia, Etiópia, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e Mauritânia.

A Márcia Martins partilha como um ligeiro toque de mão e um olhar sumido lhe suplicaram: “não desistas de mim”. Cinco meses depois Hafiz, pastor nómada, partia de sorriso rasgado pelo deserto do Sahara. A guerra tirara-lhe toda a família, mas ele ia prosseguir com a sua vida.

A Joana Sá conta que uma mulher do Congo lhe pediu para levar consigo a família, para escapar a um dia em que um grupo armado lhe entrasse em casa para chacinar e violar as filhas.

“A cidadania materializa-se no exercício dos direitos e deveres sociais e políticos de cada um de nós. Há cidadãos que se destacam pela elevação e dignidade que conferem ao mesmo. São esses cidadãos que são o farol da sociedade e o exemplo do verdadeiro exercício da cidadania”, afirma, no editorial, a presidente do Conselho Directivo Regional da SRC.

No entendimento da Enf.ª Isabel Oliveira, “uma profissão existe e concorre para a construção da sociedade e também ela contribui para o efectivo exercício da cidadania. A profissão aprende-se na escola e a cidadania exercita-se na vida”.

A directora de Enfermagem e o Cidadão convida o leitor a mentalmente esquecer a Enfermagem e a focar-se no Cidadão, e assim poder desfrutar dos escritos das Cidadãs Tânia Cameira, Marlene Lopes, Márcia Martins, Joana Sá e Ana Luísa Campos, e dos Cidadãos António Arnaut, Armando Mourisco, Daniel Almeida e Pedro Cabeleira.

Investigação
Uma investigação recente poderá ter descoberto a chave para se viver mais anos e com mais saúde.

Segundo revela o site Europress, citado pelo Notícias ao Minuto, cientistas norte-americanos verificaram que os organismos vivos a quem são administradas doses baixas de ibuprofeno vivem mais tempo. Ou seja, caso se comprove o mesmo efeito em humanos poderemos vir a viver até mais 12 anos. O ibuprofeno é um medicamento de venda livre, que o ajuda a recuperar de dores e inflamações. Pois bem, investigadores norte-americanos acham que se tomarmos regularmente este medicamento poderemos viver mais alguns anos e com mais saúde.

Os testes iniciais foram conduzidos por Michael Polymenis, da Universidade do Texas A&M, que afirma que apesar de serem necessários mais testes a droga provou que ajuda a prolongar a vida de diversos organismos.

Os cientistas descobriram que o ibuprofeno interfere com a capacidade das células de levedura, o primeiro organismo que foi testado, para atrair o triptofano, um aminoácido encontrado em todos os organismos.

Posteriormente, os investigadores fizeram os mesmos testes, mas desta feita com moscas e com minhocas, verificando que não só fazia os sujeitos viverem mais tempo, como também lhes melhorava as condições globais de saúde. Tanto as moscas como as minhocas viveram 15% mais do que o tempo médio de vida estabelecido para estas espécies.

Para já, ainda não tem motivos para ir a correr a farmácia, até porque os cientistas ainda terão de testar os efeitos em seres humanos e porque em doses erradas este medicamento pode ser nocivo para a sua saúde.

Remédio Santo:
Os 18 arguidos do processo "Remédio Santo", acusados de burlar o Serviço Nacional de Saúde em 4 milhões de euros,...

Os arguidos são suspeitos de pertencerem a uma alegada rede criminosa, composta pelos grupos do Norte e do Centro/Sul, a qual terá levado a cabo um suposto esquema de uso fraudulento de receitas, que terá lesado o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em cerca de 4 milhões de euros, valor reclamado pelo Estado no pedido de indemnização civil.

Entre os 18 envolvidos estão seis médicos, dois farmacêuticos, sete delegados de informação médica, uma esteticista (ex-delegada de acção médica), um empresário brasileiro e um comerciante de pão.

O médico Luíz Renato Basile, suspeito de prescrever 1,7 milhões de euros em receitas, em apenas dois meses, recebendo em troca um valor correspondente a 17,5% do preço de venda ao público dos medicamentos, é o único arguido em prisão preventiva. Nove outros elementos estão com pulseira electrónica e os restantes encontram-se em liberdade.

Nas alegações finais, o procurador do Ministério Público pediu “penas exemplares” para 15 dos arguidos, na maioria superiores a cinco anos de prisão efectiva, e penas suspensas para os outros três suspeitos, por considerar que a sua colaboração com a suposta rede criminosa foi menos gravosa e directa.

João Paulo Rodrigues disse ter ficado provado, no essencial, a acusação e os crimes de associação criminosa, burla qualificada e falsificação de documento.

Em relação aos 4 milhões de euros reclamados pelo Estado a título indemnizatório, o procurador sublinhou que é necessário fazer o acerto de contas, pois algumas das receitas que constam do processo são verdadeiras e não falsas. Razão pela qual, os montantes dos prejuízos teriam de ser novamente contabilizados e apurados.

Os advogados dos arguidos pediram, por seu lado, penas suspensas por entenderem que não ficou provada a associação criminosa, sustentando que cada um dos elementos agiu por si mesmo, desconhecendo a existência de uma organização.

O julgamento começou em Fevereiro e decorreu no Tribunal de Monsanto, mas a leitura do acórdão, inicialmente prevista para 30 de Outubro, está marcada para as 14:00 na Instância Central Criminal de Lisboa, Juiz 7, no Campus da Justiça.

A alegada fraude, que durava pelo menos desde 2009, passava pela obtenção, com a conivência de médicos, de receitas passadas em nome de utentes do SNS que beneficiavam da prescrição de medicamentos que tinham elevadas comparticipações do Estado (entre os 69 e os 100%).

Com as receitas falsas, os arguidos compravam os medicamentos em diversas farmácias, onde apenas era paga, no ato da compra dos medicamentos, a parte do preço que cabia ao utente. Depois, o SNS pagava à farmácia o valor relativo à comparticipação.

Os medicamentos assim obtidos eram posteriormente revendidos no mercado internacional, designadamente na Alemanha e em Angola, sendo os lucros distribuídos entre os membros da suposta associação criminosa.

Hospital da ilha Terceira
As ordens dos enfermeiros e dos médicos estão a averiguar as queixas feitas no início do ano sobre o funcionamento da unidade...

Os representantes regionais das duas ordens foram convocados para audições na Comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa dos Açores, no âmbito de um requerimento do CDS-PP sobre o funcionamento da unidade de cuidados intensivos do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira.

O representante da Ordem dos Médicos explicou por escrito os motivos que o levaram a não comparecer, hoje, na comissão e o representante da Ordem dos Enfermeiros foi ouvido, em Angra do Heroísmo, mas acrescentou pouco de novo.

Em causa está um abaixo-assinado dos enfermeiros da unidade de cuidados intensivos entregue, em Fevereiro, à administração do hospital, e divulgado pela comunicação social local no início de Outubro, em que é denunciada "falta de rigor técnico-científico" e de "princípios éticos e deontológicos" e "redução do investimento terapêutico", entre outras queixas.

Na comunicação, enviada ao presidente da comissão dois dias antes da audição, o representante da Ordem dos Médicos nos Açores, Jorge Santos, justificou a sua recusa com o facto de o processo estar a ser avaliado pelo conselho disciplinar e pelo colégio da especialidade da secção regional do sul da Ordem dos Médicos, acrescentando que uma delegação da ordem viria à Região em Janeiro.

Por sua vez, o representante regional da Ordem dos Enfermeiros, Tiago Lopes, aceitou ser ouvido pelos deputados, mas sempre que as questões foram específicas sobre o funcionamento da unidade de cuidados intensivos respondeu de forma semelhante, alegando que está a decorrer um processo interno no conselho jurisdicional regional da ordem.

Esse processo é feito, segundo Tiago Lopes, com base no relatório do inquérito interno realizado no hospital, a pedido da secretaria regional da Saúde, e com base numa visita que a Ordem dos Enfermeiros realizou à unidade de cuidados intensivos a 14 de Outubro deste ano. O representante da Ordem dos Enfermeiros explicou que não podia revelar detalhes sobre a visita de acompanhamento à unidade de cuidados intensivos por "dever de sigilo".

Tiago Lopes não adiantou uma data para a conclusão do processo realizado pela Ordem dos Enfermeiros, alegando que será necessário ouvir "todas as partes" e que as diligências terão de ser feitas "de forma concertada", porque decorre em simultâneo um processo no Ministério Público.

Na audição, o representante da Ordem dos Enfermeiros disse que solicitou, em Fevereiro e em Abril, uma visita à unidade de saúde, para acompanhar o funcionamento do bloco operatório, e que na primeira vez o pedido foi adiado e na segunda não obteve resposta.

Decorreu também, em Angra do Heroísmo, na Comissão de Assuntos Sociais, a audição prévia da presidente indigitada do conselho de administração do Hospital da Ilha Terceira, Paula Moniz. Esta foi a primeira vez que alguém indicado para uma empresa com mais de 50% de participação do Governo Regional foi ouvido previamente à sua nomeação, no âmbito de uma legislação nova aprovada na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.

Ébola:
O risco de fome nos próximos um a dois anos é uma das consequências do Ébola para as populações dos países mais afectados pela...

“O impacto do Ébola vai muito para além do controlo da epidemia e, evidentemente, vai ter um impacto bastante grande nos próximos 12 a 24 meses na segurança alimentar dessas populações, especialmente daquelas que estão fora dos centros urbanos”, declarou à agência Lusa Carlos Veloso, coordenador regional de emergências para a África Ocidental do Programa Alimentar Mundial (PAM)

O português, de 61 anos, que trabalha para agências da ONU desde 1985 falava um dia depois do alerta feito pelo PAM e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) de que a fome pode ameaçar até Março de 2015 mais de um milhão de pessoas nos três países da África Ocidental mais afectados pelo Ébola: Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa. A epidemia daquela febre hemorrágica já causou mais de 6.900 mortos, essencialmente nos três países referidos.

Carlos Veloso explicou que a estigmatização em relação às pessoas com o vírus e a progressão da doença foram impedindo a livre circulação de pessoas e bens, afectando o comércio e a produção de alimentos.

“Visitei uma ilha na Serra Leoa que não teve nenhum caso de Ébola (…) as pessoas tinham peixe, mas não tinham o resto (…) as autoridades do continente recusavam-se a fazer qualquer intercâmbio com eles. Não tiveram casos de Ébola, mas estavam a entrar num período de insegurança alimentar bastante grande”, disse.

“A longo prazo houve um abrandamento, para não dizer estagnação nalguns casos, da actividade económica. Não se plantou, nalguns sítios a colheita não foi feita”, disse.

Além de prestar assistência imediata “às pessoas em isolamento, às famílias das pessoas internadas”, aos sobreviventes quando regressam a casa, o PAM vai trabalhar em colaboração com a FAO na recuperação da produção de alimentos.

“Dá-se as sementes e os utensílios agrícolas e para as pessoas não comerem as sementes garante-se comida durante o período em que a semente é plantada, germina e cresce até à colheita”, disse sobre um dos programas a aplicar nos países em causa Carlos Veloso, que assinalou que a recuperação da capacidade produtiva demora tempo e precisa de apoio exterior.

O responsável do PAM apontou os casos da República Centro Africana, Sudão do Sul e Somália como outras situações de emergência a nível alimentar em África actualmente. Estas são “crises causadas pelo homem, originadas por conflitos”, existindo outras “mais brandas”, mas também com impacto significativo, motivadas pelas condições climatéricas como são os casos do Níger e do Mali.

“Em todos esses países é praticamente da mão para a boca que nós trabalhamos (…) para a comida chegar à boca no dia 01 de Junho, nós temos de receber o dinheiro no dia 01 de Janeiro, porque senão a comida não chega”, adiantou.

Em relação aos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), a presença do PAM é “muito reduzida, porque não há necessidade, são mais problemas de apoio a longo prazo” e a agência concentra-se “fundamentalmente na educação e na nutrição”, disse Carlos Veloso, evocando programas em Moçambique e “um programa muito pequeno" em São Tomé e Príncipe.

Em Cabo Verde, o PAM teve durante cerca de 30 anos um programa de apoio às escolas que terminou quando o governo assumiu a responsabilidade de o continuar. “É um dos programas que em África é apresentado como um caso de estudo”, referiu.

Relatório da Direcção-Geral da Saúde
Os maus hábitos alimentares são o principal factor de risco responsável pelos anos de vida saudáveis perdidos em Portugal,...

“Os hábitos alimentares inadequados em Portugal foram responsáveis por 11,96% do total de anos de vida prematuramente perdidos, ajustados pela incapacidade, no sexo feminino, e por 15,27% no sexo masculino”, refere o relatório, citando dados compilados no ano passado, mas recolhidos em Portugal em 2010.

No caso das mulheres, logo depois dos maus hábitos alimentares surgem como principais causas para anos de vida saudáveis perdidos a hipertensão, o índice de massa corporal elevado e a inactividade física.

Já nos homens, depois da inadequada alimentação vem o fumo do tabaco, a hipertensão e o consumo excessivo de álcool.

“Todas as acções de prevenção das principais doenças crónicas devem ter em conta que a alimentação inadequada é a principal responsável pelos anos de vida saudáveis perdidos em Portugal”, refere o relatório “Portugal – Alimentação em Números 2014”.

O documento volta a apontar para uma estimativa de metade da população adulta a sofrer de excesso de peso: cerca de um milhão de adultos são obesos e 3,5 milhões pré-obesos. O relatório aponta ainda para uma melhoria na avaliação ou notificação dos casos de pré-obesidade e obesidade, já que aumentou em 150 mil o número de pessoas registadas como obesas nos cuidados de saúde primários entre 2011 e 2013.

 

65% das crianças com 4 anos comem doces todos os dias

Cerca de 65% das crianças de quatro anos comem bolos e doces pelo menos uma vez por dia e a quase totalidade ingere sal a mais, segundo dados de um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto.

Estes dados, revelados hoje num relatório da Direcção-Geral da Saúde (DGS), reflectem o acompanhamento dos hábitos alimentares de mais de 8 mil crianças de quatro anos, nascidas em todos os hospitais e maternidades públicas do Porto em 2005 e 2006.

“Verifica-se uma ingestão de sódio acima do nível máximo recomendado em praticamente todas as crianças observadas (99%)”, refere o relatório.

Aliás, nos questionários de frequência alimentar sobre as crianças em idade pré-escolar, 73% consome uma a quatro vezes por semana ‘snacks’ salgados (como pizza, hambúrguer, batatas fritas).

Quanto aos doces, 65% das crianças consome-os numa base diária, sendo os doces e pastéis os alimentos que mais contribuem, depois do leite e da carne, para a ingestão de ácidos gordos saturados.

“De referir o contributo dos doces e pastéis, com baixo valor nutricional, mas fornecendo 14,7% da gordura saturada consumida por estas crianças”, refere o documento da DGS.

Também mais de metade das crianças de quatro anos avaliadas consome diariamente refrigerantes e néctares.

Pedro Graça, coordenador do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, considera que estes dados vêm mostrar que “a carga da responsabilidade que foi durante muito tempo atribuída à escola tem de ser retirada”.

“Estes hábitos inadequados começam muito cedo, em idade pré-escolar e no seio da família. É uma situação de preocupação”, referiu.

Aliás, o relatório da DGS avisa que os hábitos alimentares não saudáveis começam praticamente desde o nascimento: “depois de instalados parecem prevalecer e condicionar toda a juventude e idade adulta, o que demonstra a necessidade de intervir cada vez mais cedo junto de grávidas e famílias”.

 

Idosos portugueses estarão em situação alimentar de elevado risco

Os idosos portugueses estarão numa situação alimentar e nutricional de elevado risco, segundo o mesmo relatório que defende a necessidade de uma avaliação nacional do estado nutricional da população mais velha.

O estudo que avaliou o estado nutricional dos idosos que frequentam centros de dia e de convívio no concelho de Paços de Ferreira mostra que mais de 50% apresentavam obesidade e que 31,8% estavam em risco de desnutrição.

“Dados agora apresentados pela primeira vez, embora não ainda de âmbito nacional, parecem indiciar uma situação alimentar e nutricional de elevado risco nas populações mais idosas, o que demonstra a necessidade de monitorizar o seu estado nutricional”, refere o relatório “Portugal – Alimentação Saudável em Números 2014”.

No estudo feito em Paços de Ferreira, 2,1% dos idosos analisados estavam já desnutridos e 15,1% tinham sarcopenia (perda de força e massa muscular).

O relatório da DGS reforça dados já conhecidos que apontam para que metade dos adultos portugueses tenha excesso de peso, com um milhão a ter já obesidade.

Fique a saber
No mundo inteiro, milhões de pessoas vivem com o diagnóstico de cancro.
Mulher sem cabelo devido a quimioterapia

A palavra cancro vem do termo gregos carcinos, utilizado por Hipócrates (460-370 A.C.) e que significa caranguejo. A adopção do termo deve-se ao aspecto que alguns tumores apresentavam semelhante a esse animal. As primeiras evidências de cancro datam de 1600 A.C. descritas pelos egípcios. Desde então, o estudo da oncologia tornou-se uma das áreas de maior interesse na medicina, e cada vez se sabe mais sobre as suas causas, a forma como se desenvolve e cresce, bem como novas formas de o prevenir, detectar e tratar, tendo sempre em atenção a melhoria da qualidade de vida das pessoas com cancro, durante e após o tratamento.

É sabido que um tumor surge a partir de uma só célula com mutações no ADN. Ou seja, em vez de cumprir o ciclo celular normal - amadurecer e morrer e ser substituída por uma nova célula - as células cancerígenas dividem-se de forma descontrolada e amadurecem. O fenómeno pode acontecer em qualquer parte do organismo, incluindo no sangue e nos órgãos de formação do sangue, sendo que neste caso os tumores não são sólidos.

Embora seja um só termo, existem vários tipos de cancro de acordo com a sua localização no corpo, cada um deles com características diferentes. Geralmente recebem o nome em função do tecido ou do órgão em que se originam. Por exemplo, o cancro da mama tem inicio na mama, o linfoma é um cancro que tem início no sistema linfático e a leucemia que tem início nas células brancas do sangue (leucócitos).

Contudo, as células cancerígenas podem "viajar" para outros órgãos, através do sistema linfático ou da corrente sanguínea. Quando o cancro metastiza, o novo tumor tem o mesmo tipo de células anormais do tumor primário. Por exemplo, se o cancro da mama metastizar para os ossos, as células cancerígenas nos ossos serão células de cancro da mama. Neste caso, estamos perante um cancro da mama metastizado, e não um tumor ósseo, devendo ser tratado como cancro da mama.

Tipos de tumor

De uma maneira geral, são considerados dois grandes tipos grandes de tumores: tumores benignos, que geralmente são de tratamento simples, e os tumores malignos, que representam um risco mais grande para a saúde.

No tumor benigno, as células tumorais permanecem na área em que o crescimento anormal foi originado. Os tumores benignos raramente voltam a surgir uma vez que são completamente eliminados. O tratamento habitual consiste em sua extirpação através de cirurgia.

Tumores benignos

  • Raramente põem a vida em risco;
  • Regra geral, podem ser removidos e, muitas vezes, regridem;
  • As células dos tumores benignos não se "espalham", ou seja, não se disseminam para os tecidos em volta ou para outras partes do organismo (metastização à distância).

Os tumores malignos são formados por células cancerígenas que têm a capacidade abandonar o seu local "primário” de crescimento tumoral e disseminar-se aos órgãos circundantes ou a tecidos do organismo. Nesta situação, as células cancerígenas separam-se do tumor original e viajam através do sangue ou dos vasos linfáticos a zonas do organismo distantes da área inicial do tumor. Aí começam a crescer e a substituir o tecido normal formando novos tumores denominados metástases, ou tumores secundários.

Tumores malignos

  • Regra geral são mais graves que os tumores benignos;
  • Podem colocar a vida em risco;
  • Podem, muitas vezes, ser removidos, embora possam voltar a crescer;
  • As células dos tumores malignos podem invadir e danificar os tecidos e órgãos circundantes;
  • Podem, ainda, libertar-se do tumor primitivo e entrar na corrente sanguínea ou no sistema linfático – e dá-se o processo de metastização das células cancerígenas, formando novos tumores noutros órgãos.

Factores de risco

Ainda não são totalmente conhecidos os mecanismos do cancro, no entanto, sabe-se que existem determinados factores de risco que aumentam a probabilidade de uma pessoa vir a desenvolver cancro.

Cada vez mais se associam os estilos de vida como principais causas de cancro. Entre estes factores destacam-se o consumo do tabaco, a exposição a carcinogéneos relacionados com actividades profissionais, a radiação ultravioleta, a radiação ionizada e a dieta ocidental. Ao mesmo tempo, a prática habitual de exercício físico ou a adopção de uma dieta saudável parecem exercer o efeito contrário. Contudo, na maioria dos casos os tumores devem-se a causas muito mais complicadas e heterogéneas.

Existem muitos factores de risco que podem ser evitados, uma vez que com o passar do tempo, vários factores podem agir conjuntamente para fazer com que células normais se tornem cancerígenas. Contudo, o facto de ter um ou mais factores de risco, não quer dizer que venha a ter cancro, pois a maior parte das pessoas que têm factores de risco nunca irá desenvolver cancro.

As investigações desenvolvidas revelam que entre 5 a 10 por cento de todos os cancros se devem a um defeito em diversos genes individuais. Estes cancros são hereditários e ocorrem em membros de uma mesma família. O cancro "familiar" é raro. No entanto, alguns tipos de cancro (por exemplo, o melanoma e o cancro da mama, ovário, próstata, e cólon) ocorrem mais frequentemente em algumas famílias do que no resto da população. Na maioria das vezes, os casos de múltiplos tumores na mesma família, são apenas coincidência. No entanto, actualmente, podem ser investigadas certas alterações genéticas hereditárias, que aumentam a probabilidade de desenvolver cancro, ainda que, herdar uma alteração genética não significa, necessariamente, que vai desenvolver cancro: significa que tem maior probabilidade de desenvolver a doença.

Por outro lado, aproximadamente 20 por cento dos cancros estão associados a infecções crónicas como as causadas pelo vírus da hepatite, da Helicobacter pylori ou do vírus do papiloma humano.

Principais factores de risco

  • Envelhecimento
  • História familiar
  • Tabaco
  • Luz solar
  • Radiação ionizante
  • Determinados químicos e outras substâncias
  • Alguns vírus e bactérias
  • Determinadas hormonas
  • Álcool
  • Dieta pobre, falta de actividade física ou excesso de peso

Detectar o cancro

Um cancro pode ser suspeitado a partir de várias pistas: as queixas que o doente refere, a observação médica, diversos exames médicos (análises, TAC - tomografias axiais computorizadas e muitos outros – a definir consoante a circunstância) ou as achadas numa cirurgia. Geralmente, o tratamento do cancro é mais eficaz quando a doença é detectada precocemente.

A confirmação do diagnóstico de cancro é habitualmente feita através da amostra do tumor (biópsia). A análise dessa amostra permite determinar se a lesão é um cancro ou não. Este estudo dos tecidos (análise histológica) permite classificar e saber, na maioria dos casos, quais são os tecidos e as células das quais provém o tumor e quais são as características das mesmas.

Por vezes é possível diagnosticar ou suspeitar de um cancro através da análise de células colhidas em locais de acesso superficial (citologia exfoliativa de, por exemplo, o colo do útero) ou por punção com aspiração das células (citologia aspirativa) Estes factores são fundamentais para determinar o tratamento mais adequado em cada caso.

Consoante o tipo de tumor existem exames que podem permitir uma detecção precoce de alguns cancros - rastreios. Para alguns tumores justifica-se a realização de exames de rotina a toda a população em risco para a detecção precoce de neoplasia. O tipo de exame varia consoante o tumor que se procura.

Por exemplo, mamografia (radiografia das mamas) para o cancro da mama feminina ou citologia (exame das células) do colo do útero ou, ainda, pesquisa de sangue nas fezes para o cancro do intestino grosso (cólon). Nem todos os tumores justificam exames de rotina para a sua detecção em população sem sintomas ou sinais de suspeição.

De acordo com uma Recomendação do Conselho da União Europeia à Comissão e aos Estados Membros, devem ser feitos os seguintes testes de rastreio:
- Rastreio do cancro do colo do útero: realização do Teste de Papanicolau - a iniciar entre os 20 e os 30 anos;
- Rastreio do cancro da mama: realização de mamografia nas mulheres com idades compreendidas entre os 50 e os 69 anos;
- Rastreio do cancro colorectal: pesquisa de sangue oculto nas fezes em homens e mulheres com idades compreendidas entre os 50 e os 74 anos.

Os exames de rastreio são muito usados para despistar o cancro da mama, do colo do útero, do cólon e do recto. Antes de sugerir um exame de rastreio o profissional de saúde considera diversos factores, relacionados com o teste e com o tumor que esse teste pode detectar. É, ainda, dada especial atenção ao risco pessoal para desenvolver certos tipos de tumores. Exemplo de factores a considerar: idade, história clínica, saúde geral, história familiar e estilo de vida.

Mama

A mamografia é a melhor forma para detectar o tumor em estadio inicial. A mamografia é uma imagem da mama, feita com raios-X. É recomendável que as mulheres, a partir dos 40 anos, façam uma mamografia anual ou de 2 em 2 anos; mulheres que tenham risco aumentado para ter cancro da mama, devem falar com o médico para saber qual a frequência com que devem fazer a mamografia.

Colo do útero

O teste de Papanicolau, também chamado de esfregaço do colo do útero ou do cérvix, é usado para observar as células do colo do útero. É feito o rastreio de células cancerígenas ou de alterações que possam levar a cancro, incluindo alterações causadas pelo papiloma vírus humano (factor de risco mais importante para cancro do colo do útero). Este teste deverá ser repetido, pelo menos, uma vez de 3 em 3 anos.

Cólon e recto

São usados vários testes de rastreio (sigmoidoscopia, colonoscopia, clister opaco de duplo-contraste, toque rectal) para detectar polipos (massas), tumores, ou outras alterações no cólon e no recto. A partir dos 50 anos, deverá ser feito o despiste do cancro do cólon e recto. Se tiver risco aumentado de ter cancro do cólon e recto, deve falar com o médico, para saber qual a frequência com que deve fazer os exames de rastreio.

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Inflamação das amígdalas palatinas
A inflamação das amígdalas acontece, normalmente, devido a uma infecção viral ou bacterina, caracter
Amigdalite

As amígdalas palatinas são duas proeminências de tecido linfóide localizadas em ambos os lados da garganta. A sua função consiste na defesa do organismo, nomeadamente na produção de anticorpos. Esta acção de defesa é muito importante durante a infância, mas diminui a sua capacidade após a puberdade, sendo por isso a amigdalite uma doença mais comum na infância.

A amigdalite deve-se geralmente a uma infecção bacteriana ou viral. A localização das amígdalas faz com que exista contacto por parte dos microrganismos presentes nos alimentos e no ar. Este é um factor que pode levar a que aconteça uma infecção, embora o factor mais comum da amigdalite seja a propagação de microrganismos devidos a uma constipação ou laringite.

Normalmente a amigdalite aguda acontece de forma súbita e desaparece após sete dias, após tratamento adequado. Os sintomas caracterizam-se por dores de garganta e dificuldade na deglutição devido ao tamanho que adoptam devido à infecção. Frequentes são a febre, a sensação de mal-estar e dores de cabeça. As dores também se podem sentir nos ouvidos devido aos nervos que são partilhados com a garganta.

Quando a amigdalite aguda acontece com muita frequência poderá já ser um caso de amigdalite crónica, em que os microrganismos se encontram de forma permanente nas amígdalas causando repetidas infecções.

Tratamento
O tratamento é feito com a administração de analgésicos e antipiréticos que têm uma acção de redução dos sintomas. No caso da origem da infecção ser bacteriana, o médico poderá prescrever um antibiótico.

Já na amigdalite crónica, não sendo eficazes o mesmo tipo de tratamentos, poderá ser necessário recorrer a uma cirurgia para remoção das amígdalas.

Fazer uma alimentação rica em Vitamina C, evitar apanhar ar frio e não partilhar o mesmo ar com uma pessoa com amigdalite, são tudo formas que podem ajudar a prevenir este tipo de infecções.

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Inflamação das vias aéreas
A bronquite é causada por uma infecção, tal como uma constipação ou uma gripe, que se dissemina do n
Pulmões com brônquios em evidência

A bronquite é uma inflamação da mucosa brônquica causada, geralmente, por uma infecção. Ou seja, há uma inflamação dos brônquios, as vias aéreas ocas que ligam os pulmões à traqueia. A inflamação pode ser causada por uma infecção, uma simples constipação ou por outros factores que irritam as vias aéreas, tais como o fumo do tabaco, as alergias e a exposição a fumos de algumas substâncias químicas, sendo que nesse caso se designa por bronquite irritativa uma vez que é desencadeada por substâncias irritantes.

Pode ainda ser causada por vírus, bactérias e, especialmente, por gérmenes semelhantes às bactérias, como Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia.

A doença é, geralmente, ligeira e costuma curar-se totalmente. No entanto, a bronquite pode ser grave em pessoas com doenças crónicas que sofrem de afecções cardíacas ou pulmonares e também em pessoas de idade avançada.

Esta inflamação é acompanhada de tosse persistente, dificuldade respiratória e abundância de fleumas (mucosisades). Às vezes torna-se crónica, afectar os pulmões e, se não for tratada a tempo, pode degenerar em pneumonia.

A bronquite aguda é mais comum e mais grave nas crianças e adolescentes devido a peculiaridade da estrutura pulmonar relacionada à idade e ao crescimento e manifesta-se com maior frequência durante o Inverno.

Sintomas da bronquite

O sintoma principal da bronquite aguda é a tosse. Esta pode ser seca ou produtiva, isto é, acompanhada de expectoração, uma substância semelhante ao muco que é eliminada dos pulmões. A expectoração pode ser transparente, turva, acastanhada, amarelada ou esverdeada.

A pieira, uma sensação de aperto ou de dor no tórax, a falta de ar, a odinofagia (dor de garganta), a congestão nasal, a febre e o cansaço são outros possíveis sintomas. Quando a laringe e a traqueia ficam comprometidas ocorre rouquidão ou mesmo afonia. Em muitos casos, devido ao edema da mucosa e acúmulo de secreções, os doentes queixam-se de chiado e falta de ar.

A maior parte dos casos de bronquite aguda regridem sem tratamento ao fim de cinco dias, embora a tosse se prolongue geralmente por sete a 10 dias. Em alguns casos, a tosse persiste durante semanas ou mesmo meses depois de a infecção ter desaparecido pelo facto do revestimento brônquico ainda permanecer irritado e poder ficar estreitado, tal como acontece na asma.

Diagnóstico da bronquite

Habitualmente, o diagnóstico da bronquite baseia-se nos sintomas, especialmente no aspecto da expectoração. Se os sintomas persistirem, é necessário efectuar uma radiografia do tórax para se ter a certeza de que a pessoa não evoluiu para uma pneumonia.

Tratamento da bronquite

A maior parte dos casos de bronquite aguda não requer tratamento médico. As pessoas a quem é diagnosticada uma bronquite aguda são aconselhadas a efectuar repouso e a ingerir bastantes líquidos para manter o muco fluido, aquoso e fácil de eliminar com a tosse. O ar quente e húmido pode igualmente libertar a expectoração e tornar a tosse e a respiração mais fáceis. Por este motivo, muitos médicos recomendam pelo menos uma das seguintes medidas para as pessoas com bronquite:

  • Utilização de um vaporizador ou humidificador
  • Tomar banho de chuveiro com água quente ou permanecer algum tempo nesse ambiente
  • Beber chá quente ou ingerir sopa quente
  • Respirar vapor de um lavatório ou bacia cheios de água quente.

Se o doente tiver febre, a maior parte dos médicos irá recomendar a administração de um antipirético para reduzir a febre. As pessoas que fumam devem evitar este hábito durante a doença para reduzir a irritação das vias aéreas.

Se a bronquite for causada por uma infecção bacteriana e não melhorar espontaneamente, pode ser prescrito um antibiótico. Estes medicamentos são administrados apenas quando existe uma forte suspeita de que a bronquite é causada por uma infecção bacteriana.

Em alguns casos, os médicos podem prescrever um broncodilatador, isto é, um medicamento inalado que ajuda a manter a permeabilidade das vias aéreas. Estes medicamentos são idênticos aos utilizados por algumas pessoas com asma para facilitar a respiração durante um acesso da doença.

Não existe forma de prevenir todos os casos de bronquite aguda. No entanto, o risco de bronquite e de complicações pode ser reduzido pela abstinência tabágica e pela vacinação contra a gripe para reduzir o risco de contrair esta doença, a qual pode conduzir a uma bronquite aguda.

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Associação Deco
A associação de defesa do consumidor Deco chumbou quase metade das 26 refeições de bacalhau de ‘take-away’ testadas, devido a...

Os resultados do estudo, a publicar na próxima edição da revista Proteste, indicam que 12 das refeições prontas de bacalhau “apresentaram resultados negativos ao nível da contagem de microrganismos a 30 graus”, indicador que dá uma ideia da contaminação geral do produto e do estado de conservação.

Foram analisadas 26 refeições adquiridas em cadeias de supermercados ou lojas das zonas de Lisboa e Porto.

As refeições chumbadas foram compradas em lojas das cadeias Celeiro, Continente, El Corte Inglês, Jumbo, Pão de Açúcar, Pingo Doce e Super Cor.

“Uma contagem elevada daqueles microrganismos [a 30 graus] pode ser sinónimo de uma refeição mal conservada pelo simples facto de não ter sido mantida à temperatura adequada”, refere o artigo, adiantando também a possibilidade de ter ocorrido contaminação durante o período em que o prato esteve no expositor de alimentos.

A Deco recorda que se recomenda que as refeições refrigeradas sejam mantidas no expositor a uma temperatura entre os 0 e os 4 graus, enquanto os pratos quentes devem ser conservados acima de 65 graus.

Na análise às temperaturas dos expositores e das refeições foram encontradas temperaturas propícias ao desenvolvimento de micróbios.

Segundo o estudo, foram ainda detectadas em seis refeições de bacalhau “presenças indesejáveis” da bactéria ‘enterobacteriaceae’, que habita no intestino do Homem e dos animais e que é considerada um indicador que avalia a qualidade higiénica.

“Estes resultados podem ser interpretados como um sinal de lacunas ao nível da higiene (cozedura inadequada ou contaminação posterior) e de temperaturas de conservação demasiado elevadas”, refere a Deco.

Falta de higiene do funcionário que manipula dos alimentos, dos utensílios ou das bancadas podem contribuir as falhas detectadas.

“A boa notícia é que não encontrámos ‘e.coli’ nem microrganismos patogénicos susceptíveis de causar toxi-infeções graves”, lê-se na Proteste. A bactéria ‘e.coli’ foi responsável em 2011 por um surto na Alemanha que atingiu alguns milhares de pessoas.

A associação de defesa do consumidor lembra que as intoxicações alimentares têm geralmente origem no desconhecimento ou descuido pelas regras básicas de higiene, tendo o estudo concluído que há falta de conhecimento ou negligência quanto às regras a cumprir.

“É necessário investir na formação profissional contínua dos funcionários que manipulam alimentos”, recomenda a Deco, apontando também para a necessidade de criar legislação com “parâmetros biológicos mais completos”. Os resultados do estudo foram já enviados para a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e para a Direcção-geral de Alimentação e Veterinária.

Serviço Nacional de Saúde
O Serviço Nacional de Saúde realizou no primeiro semestre deste ano mais 1,6% de cirurgias face ao mesmo período de 2013, mas a...

Segundo o relatório da actividade cirúrgica programada do 1.º semestre de 2014, havia mais de 179 mil utentes à espera de uma operação a 30 de Junho deste ano, com uma mediana de tempo de espera de três meses.

O número de utentes a aguardar cirurgia aumentou 6,7% face ao período homólogo, mas em comparação com o final do ano de 2013 deu-se uma subida de apenas 1,9%.

O número de operados nos primeiros seis meses de 2014 foi de 286.426, mais 1,6%, o que leva a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) a destacar que se registou “um aumento no acesso à actividade cirúrgica”.

“O aumento do número de inscritos é um indicador da resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aos doentes que procuram cuidados. A região Norte foi a que mais cresceu em número de entradas. A especialidade de oftalmologia foi a que registou o maior número de entradas”, resume a ACSS.

Quanto aos doentes em lista de espera que ultrapassaram o tempo máximo de resposta garantido para a operação situam-se, neste primeiro semestre em análise, nos 11,7%, a menor percentagem desde 2006.

 

Tempo de espera para cirurgias oncológicas desce mais de 12% no 1.º semestre

 

O tempo de espera para cirurgias a doentes com cancro desceu mais de 12% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o período homólogo do ano anterior, com uma mediana de espera de 21 dias.

De acordo com o mesmo relatório houve uma “melhoria significativa” da actividade cirúrgica na área oncológica. O número de doentes operados cresceu 2% (mais 457 utentes do que no mesmo período de 2013), enquanto se reduziu a mediana de tempo dos doentes em espera, bem como o número de pessoas que aguardam mais do que o tempo recomendado.

Ainda assim, quase 20% dos doentes a aguardar cirurgia a neoplasias malignas esperaram mais do que o tempo máximo de resposta garantido (TMRG).

Em comparação com o primeiro semestre de 2013, desceu 11,9% o número de inscritos para cirurgia oncológica que aguardaram mais do que o tempo máximo estabelecido.

As doenças malignas da próstata e da bexiga, da cabeça e do pescoço são as que mais ultrapassam o TMRG, com valores que andam entre os 21% e os 28% de utentes.

O cancro maligno de pele foi a área oncológica que no primeiro semestre deste ano maior produção cirúrgica teve, com 6.107 doentes operados.

As áreas com maior crescimento de actividade cirúrgica foram as do cancro da cabeça e pescoço e as do cólon e recto.

Já este ano o Ministério da Saúde tinha anunciado que iria apertar o controlo dos doentes oncológicos em espera para cirurgia, exigindo dos directores clínicos justificação para os tempos máximos ultrapassados e encaminhando para a inspecção da saúde os casos sem justificação “razoável”.

Esta foi definida como uma das prioridades para fazer face ao aumento do número de doentes oncológicos e respectivo aumento da actividade clínica nesta área em 2013.

Estudo conclui
Um estudo divulgado refere que 81,5% dos trabalhadores do sexo não usa preservativo na prática de sexo vaginal com parceiro...

"Os trabalhadores do sexo têm práticas de risco altas com os companheiros", em comparação com as práticas com clientes, em que cerca de 98% refere "usar sempre" preservativo, sublinhou Antónia Soares, doutoranda da Faculdade de Psicologia do Porto, que desenvolveu um estudo sobre "afectos, sexualidade e poder nas relações íntimas de trabalhadores do sexo".

Os trabalhadores do sexo que têm parceiros ocasionais (40%) referem também números mais baixos no uso do preservativo comparativamente com as práticas com clientes, referiu Antónia Soares, que apresentava os resultados nas I Jornadas Científicas sobre Trabalho Sexual, que decorreram no Centro de Estudos Sociais, em Coimbra.

O projecto de doutoramento revelou que 40% dos trabalhadores recebem "quase sempre" propostas de sexo sem preservativo, 28% muitas vezes e 25% poucas vezes, disse Antónia Soares.

"81,5% refere que mesmo depois de ter sido negado, aquando da negociação, o sexo sem preservativo, os clientes tentam ter práticas de risco no momento em que se vai concretizar a relação sexual", apontou a investigação.

O estudo, que teve como amostra 121 trabalhadores do sexo "de interior" do Porto e Lisboa, contou com 43 trabalhadores do sexo masculino, 54 do sexo feminino e 24 transexuais, sendo que a média de idades é de 30 anos.

18%  tinha mais do que "12 anos de escolaridade", 24% eram de nacionalidade portuguesa e 67% de nacionalidade brasileira. "Quase a totalidade dos clientes" eram homens "e cerca de metade, 50,4% dos clientes, são habituais", explanou a investigadora.

Também presente nas jornadas, o mediador do Grupo de Activistas sobre Tratamentos de VIH/SIDA (GAT), Júlio Esteves, sublinhou que a questão de o trabalho sexual não ser aceite moralmente nem "aceite no plano legal" leva "a situações constrangedoras, em que as pessoas sofrem". Júlio Esteves defendeu "serviços de saúde específicos para esta população", não podendo os trabalhadores do sexo "estar oito horas à espera de uma PPE [Profilaxia Pós-Exposição - tratamento iniciado após exposição ao VIH com o objectivo de evitar que o vírus entre no sistema imunitário]".

O activista frisou que relativamente aos transexuais que são trabalhadores do sexo estes encontram "recusas para serem tratados medicamente" e que nas instâncias policiais e judiciais "são tratados como culpadas mesmo sendo vítimas".

 

Quase metade das prostitutas em Portugal sofre de doença mental

Quase metade das prostitutas em Portugal (49%) sofre de doença mental, sendo que 16% dessas mulheres não teve qualquer tipo de acompanhamento, conclui o mesmo projecto de doutoramento.

Cerca de 25% das prostitutas diagnosticadas necessitaram de internamento e "apenas 38% mantém acompanhamento" por parte de um técnico de saúde, disse Alexandre Teixeira, doutorando da Faculdade de Psicologia do Porto, que está a realizar um estudo sobre saúde mental em mulheres que se prostituem em Portugal.

Das mulheres diagnosticadas, foi identificada depressão a quase 60%, ansiedade a 20% e doença bipolar a cerca de 5% das prostitutas, divulgou o investigador, que falava durante as jornadas.

"O acompanhamento é um factor protector", salientou, referindo que quase 20% dos diagnósticos da doença mental foram feitos "nos últimos 12 meses" e 27,4% feitos há mais de 10 anos. O projecto de investigação envolveu questionários presenciais a 177 mulheres que trabalham no interior e 114 na rua, distribuindo-se por 110 mulheres no Porto, 55 em Coimbra e 126 em Lisboa.

A média de idades das mulheres entrevistadas é de 38,5 anos, mais de metade são portuguesas, 32% brasileiras e cerca de 7% naturais de países africanos de língua oficial portuguesa. Metade são solteiras, 72% têm filhos, 10% têm formação superior e 27% o ensino secundário.

O estudo, que também aborda os comportamentos suicidários das mulheres que se prostituem em Portugal, conclui ainda que 28% das entrevistadas já se tentaram suicidar, sendo que dessas 31% fizeram três ou mais tentativas, explanou Alexandre Teixeira. Cerca de 20% tentaram suicidar-se nos últimos 12 meses e quase metade entre há um e quatro anos, referiu, tendo 23% das prostitutas contado que já assistiram a um suicídio ou uma tentativa de suicídio nas suas famílias.

Cecília Eira, membro do programa "Auto-Estima", da Administração Regional de Saúde do Norte, também presente nas jornadas, salientou que, com a crise, "há mais mulheres na rua e que nunca tinham estado nesta actividade".

Através do programa, que só em 2013 realizou "5.650 contactos", Cecília Eira observou que aumentaram também "as mulheres que trabalham na rua", em detrimento da actividade no interior de casas ou outros estabelecimentos, havendo ainda "mulheres mais envelhecidas", "mais mulheres portuguesas" e uma "percentagem maior de casadas".

As Jornadas Científicas assinalaram o Dia Internacional Contra a Violência Sobre Trabalhadores do Sexo, sendo organizadas pela Rede sobre Trabalho Sexual (RTS), pelo Centro de Estudos Sociais (CES) e pela associação Não te Prives: Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais.

Estudo do Centro de Oncologia dos Açores
A taxa de sobrevivência em casos de cancro aumentou nos Açores, de acordo com um estudo do Centro de Oncologia dos Açores, que...

"A maioria dos cancros teve uma evolução favorável na sobrevivência entre o período 2000-2004 e o período mais recente (2005-2009)", refere um comunicado do Centro de Oncologia dos Açores (COA). Os tipos de cancro com melhor sobrevida cinco anos após o diagnóstico, entre 2005 e 2009, foram, nos homens, o da próstata (86,3%) e, na mulher, o da mama (79,3%). Já os cancros mais letais foram o do fígado (6,5%) e o do pulmão (7,9%).

A leucemia linfoblástica aguda em crianças demonstra uma alta taxa de sobrevivência (100%), embora tenham sido identificados apenas 16 casos, nos Açores, no período de dez anos em estudo.

Comparando os dados do período entre 2000 e 2004 com os do período entre 2005 e 2009, a maioria dos dez cancros mais comuns (estômago, cólon, recto, fígado, pulmão, mama, colo do útero, ovário, próstata, leucemia em adultos e leucemia linfoblástica aguda em crianças) regista um aumento da taxa de sobrevivência.

Por exemplo, no caso do cancro do recto, a taxa de sobrevivência foi de 45,8% no primeiro período e de 59% no segundo, enquanto no caso do cancro do cólon a taxa de sobrevivência aumentou de 46,9% para 51,9% entre os dois períodos.

O comunicado do Centro de Oncologia dos Açores destaca como factores que poderão ter contribuído para essa evolução positiva "o diagnóstico mais precoce (quer por uma maior intensidade do rastreio oportunístico quer pela introdução do rastreio organizado ao cancro de mama, em finais de 2008), a redução da chamada mortalidade pós-operatória e os tratamentos mais eficientes".

Para Raúl Rego, presidente do conselho de administração do COA, estes dados demonstram que hoje o cancro não é sinónimo de morte. "As pessoas começam a encarar a doença de cancro com outros olhos", disse, acrescentando que o elevado número de casos está directamente ligado ao aumento da esperança média de vida.

Na maioria dos tipos de cancro, a taxa de sobrevivência nos Açores é menor do que a nível nacional, mas Raúl Rego considerou que é difícil fazer "comparações com a realidade nacional" e lembrou que os serviços de oncologia nos Açores só foram criados "a partir da década de 80" do século passado.

Os dados do Registo Oncológico Regional dos Açores, elaborado pelo COA, integraram o estudo internacional CONCORD-2, liderado pela London School of Hygieneand Tropical Medicine.

Os resultados agora divulgados, baseados na análise de 5.038 pacientes, são os primeiros dados conhecidos sobre a sobrevivência em cancro nos Açores. Desde 2011 que o Centro de Oncologia dos Açores divulga dados sobre a incidência do cancro na região, tendo registos desde 1997.

Desde 2012
O Centro Anti Discriminação VIH/Sida recebeu, nos dez primeiros meses do ano, 42 queixas de pessoas infectadas com VIH que se...

Dados divulgados, pelo Centro Anti Discriminação VIH/Sida (CAD), referem que o número de queixas “tem aumentado, significativamente, desde o segundo semestre de 2012, quando se registaram 10 queixas”. No primeiro semestre de 2014, foram registadas 25 e, no segundo semestre, até Novembro, foram reportados 17 casos. Segundo os dados, uma em cada quatro pessoas infectadas com o VIH diz ter sido discriminada no acesso a cuidados de saúde, o que originou o maior número de queixas (25,85%). As queixas relacionadas com o meio laboral surgem em segundo lugar, representando 20,41% das situações, seguindo-se a "devassa da vida privada" (15,65%).

Os dados referem ainda que 13,61% dos casos reportados ao centro se devem a situações com seguradoras, 4,8% a "quebra de confidencialidade", 3,40% a situações relacionadas com o ensino, 3,40%, com o apoio social, e 2,72%, com a justiça.

Criado em Janeiro de 2010, pela SER+, Associação Portuguesa para a Prevenção e Desafio à Sida, e pelo Grupo Português de Activistas sobre Tratamentos de VIH/SIDA (GAT), o CAD dirige-se “às pessoas que vivem ou são afectadas pelo VIH, sujeitas a estigma e discriminação associadas à infecção”, mas também aos profissionais e trabalhadores nas áreas da saúde, educação e serviços sociais, a voluntários, colaboradores e trabalhadores de organizações não-governamentais.

O projecto CAD, co-financiado em 75% pela Direcção-Geral da Saúde, no âmbito do Plano Nacional Para a Infecção VIH/Sida, teve início em Janeiro de 2011 e terá a duração de quatro anos, tendo como objectivo "diminuir a discriminação e o estigma em relação às pessoas que vivem com a infecção VIH e populações mais vulneráveis, defendendo e promovendo os seus direitos".

No ano passado, foram diagnosticados quase três casos por dia de infecção por VIH/sida em Portugal, num total de 1.093 situações, o que equivale a uma taxa de 10,5 novas infecções por 100 mil habitantes, segundo dados do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

Os dados indicam que, dos casos registados em 2013, 20,7% das situações já se encontravam no ‘estadio sida’, quando a infecção evolui para doença.

Foram notificados 226 mortes ocorridas no ano passado em pessoas com a infecção por VIH, 145 das quais no ‘estadio sida’. Entre 1985 e 2013 foram diagnosticados ao todo 47.390 casos de infecção por VIH/sida.

Quercus considera
A Quercus considerou que o programa de trabalho da Comissão Europeia para 2015 representa uma "regressão substancial"...

O programa foi apresentado pela Comissão Europeia, liderada por Jean-Claude Juncker, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França), e inclui 23 novas iniciativas legislativas e a retirada ou emenda de mais de 80 propostas já em curso, o que provocou preocupações em vários sectores.

"Aguardado sob enorme expectativa e crítica de vários deputados e associações de defesa do ambiente, como a Quercus, este programa representa uma regressão substancial do nível de protecção ambiental, nomeadamente pela retirada formal ou futuro incerto de dois importantes pacotes legislativos - o Pacote Europeu do Ar e o Pacote dos Resíduos", alerta a organização ambientalista portuguesa.

Para a Quercus, este cenário "prejudica seriamente a credibilidade da União Europeia como órgão de decisão e desperdiça o trabalho desenvolvido pela anterior Comissão".

O Pacote Europeu do Ar pretendia reduzir a poluição do ar na Europa e incluía a actualização de directivas europeias, algumas com propostas de revisão já a decorrer em 2014, como aquelas sobre os tetos nacionais de emissão e as instalações médias de combustão.

A revisão das regras sobre qualidade do ar é há muito aguardada pela Quercus, que a apresenta como "fundamental para ajudar os governos a implementar medidas a nível nacional e local para a melhoria da qualidade do ar", referindo estimativas da Comissão Europeia que apontam para a possibilidade de puderem evitar 58 mil mortes prematuras por ano e terem benefícios para a saúde pública, entre 40 e 140 mil milhões de euros.

Alguns países não cumprem os limites para alguns poluentes e cerca de 400 mil europeus morrem prematuramente por ano devido à poluição atmosférica.

Segundo a Agência Europeia do Ambiente, em Portugal, em 2011, ocorreram 5.707 mortes prematuras relacionadas com níveis elevados de PM2.5 (partículas) e 330 mortes devido a níveis elevados de ozoto.

No Pacote da Economia Circular, que pretende melhorar a competitividade e reduzir a pressão sobre os recursos naturais escassos, foram retiradas propostas de revisão de directivas sobre resíduos de embalagem, eléctricos e electrónicos, e veículos em fim de vida, a substituir por nova proposta em finais de 2015.

A Comissão estima que este conjunto de regras criaria 180 mil novos postos de trabalho na Europa e levaria a uma redução da emissão de 443 milhões de toneladas de gases com efeito de estufa, por desvio de resíduos dos aterros e reciclagem de materiais.

A Quercus solicitou a vários deputados portugueses que relembrem o presidente da Comissão Europeia dos benefícios ambientais, sociais e económicos que estas propostas legislativas poderiam trazer para a Europa.

Segundo esta associação, 11 ministros de vários Estados Membros, incluindo Jorge Moreira da Silva, assinaram uma carta com "um forte apelo" à manutenção das propostas de pacotes legislativos sobre o ar e resíduos.

Ministério da Saúde garante
O Ministério da Saúde anunciou que está a dar prioridade à transferência de idosos internados para lares, como forma de...

Durante a apresentação do “Plano de Prevenção e resposta para o Outono/Inverno – Infecções Respiratórias”, o secretário de Estado adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, disse que a libertação dessas camas é uma das medidas previstas para dar resposta a um possível aumento da actividade gripal e de casos de infecção respiratória.

Fernando Leal da Costa avançou que alguns hospitais relataram a existência de uma ou duas dezenas de casos, dependendo da sua localização.

“Nos hospitais que visitámos, encontrámos um número que varia entre uma e duas dezenas, dependendo da dimensão do hospital e do local onde se situa”, afirmou.

Além da questão da ocupação de camas nos hospitais, que podem ser necessárias para doentes, designadamente em consequência da esperada actividade gripal deste inverno, Leal da Costa sublinhou a vulnerabilidade a novas infecções de um idoso que está internado num hospital já com alta clínica.

Para dar resposta a esta problemática, o Ministério da Saúde e o Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social estão a articular-se para acelerar a prioridade de admissão de idosos nos lares, tendo assinado, na terça-feira, um protocolo com esse objectivo.

Na altura, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, anunciou que irá “apoiar a abertura de novas unidades pertencentes ao sector social e solidário”, assim como garantir a manutenção e assistência de vagas em estabelecimentos residenciais para pessoas idosas, para retorno ou primeira residência de quem está internado no Serviço Nacional de Saúde. Segundo Paulo Macedo, é ambição deste Governo resolver os casos sociais que estão nos hospitais, já que existe estrutura, capacidade e vontade.

O Ministério da Saúde revelou ainda ter pedido um levantamento de todos os lares existentes e da respectiva cobertura vacinal, assim como dos cuidados médicos e de enfermagem que prestam.

O plano de prevenção da Direcção-Geral da Saúde revela que as coberturas vacinais nos lares rondam os 90%, “um indicador que é motivo de orgulho, por se tratar de pessoas triplamente frágeis: são idosas, mais vulneráveis e estão em lugares confinados”, explicou a subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas.

O Ministério da Saúde adquiriu este ano mais de um milhão de doses de vacina contra a gripe, num investimento de cerca de quatro milhões de euros, estimando-se que se tenham vacinado 60% dos idosos.

Graça Freitas sublinhou que as resistências que ainda existem à vacinação se prendem com o alegado receio dos efeitos secundários e lamentou esta “inversão da percepção do risco”.

“As pessoas devem ter medo da gripe, porque poderá dar complicações e dar morte, enquanto a vacina é segura e eficaz”, sublinhou.

Apesar de todas estas medidas de prevenção, o secretário de Estado salientou que a actividade gripal mais séria ainda não começou, que não há nenhuma ameaça de surto pandémico e que a actual vacina é eficaz contra o vírus mais agressivo neste momento em circulação (H3N2), por enquanto apenas nos EUA.

Este não é sequer um vírus novo, é já conhecido das autoridades de saúde, tendo sido um dos responsáveis pela gripe em 2012.

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