Infarmed
O Infarmed emitiu um comunicado relativo à recolha do Pravastatina Actavis, comprimido, 10 mg.

A empresa Actavis A/S Sucursal irá proceder à recolha voluntária do lote n.º 888218B, com a validade 09/2016, do medicamento Pravastatina Actavis, comprimido, 10 mg, embalagem de 60 unidades, com o número de registo 5013354, por ter sido detetados valores fora de especificação no parâmetro doseamento, durante os estudos de estabilidade.

Assim, o Infarmed determina a suspensão imediata da comercialização deste lote.

Face ao exposto:
- As entidades que possuam este lote de medicamento em stock não o podem vender, dispensar ou administrar, devendo proceder à sua devolução.
- Os doentes que estejam a utilizar medicamentos pertencentes a este lote não devem interromper o tratamento. Logo que possível, devem adquirir outro lote ou outro medicamento contendo 10 mg de pravastatina, na forma de comprimidos, desde que disponham da respetiva receita médica.

A principal causa de alergia a pólenes são as gramíneas
O bom tempo convida aos passeios ao ar livre, e à exposição aos vários pólens presentes na atmosfera

Na criança as alergias são, sem dúvida, uma das maiores preocupações dos pais e também uma constante na ida aos serviços de urgência. O número de crianças com sintomas alérgicos vem aumentando ao longo dos anos.

A alergia é uma reação de hipersensibilidade a uma substância geralmente inofensiva. Na presença de um alérgeno, o sistema imunológico da criança libera histaminas e substâncias químicas semelhantes para combater o que considera um agente invasor. As reações alérgicas, por sua vez, não são mais do que uma resposta exagerada do organismo a determinada substância, agravando-se aquando do contacto continuado com a mesma É este mesmo contacto com o alérgeno que leva à libertação de certas substâncias químicas pelo organismo e que resulta na inflamação e irritação das vias aéreas e dos olhos, bem como leva a outros sintomas.

Com a idade as defesas do sistema imunitário aumentam e podem levar a criança a superar as alergias. Os alérgenos mais comuns na idade pediátrica vão desde os fatores externos, que podem propiciar as alergias, como a poluição ou os pólenes aos fatores genéticos. Existem 40% de possibilidades de uma criança sofrer de alergias se um dos pais tiver a mesma condição médica e 60% quando ambos são “alérgicos”. Entre os fatores desencadeantes de alergias, encontram-se o pólen, pêlos de animais, pó caseiro, penas, ácaros, substâncias químicas e vários alimentos.

Em Portugal a principal causa de alergia a pólenes são as gramíneas (fenos), muito frequentes na Primavera, atingindo o seu pico máximo habitualmente durante os meses de Maio e Junho. As concentrações dos pólenes existentes no ar dependem da época de polinização, que é específica para cada planta, sendo mais frequente na Primavera. Alguns autores são unânimes em afirmar que o aleitamento exclusivo nos primeiros seis meses de vida ajuda a reduzir o risco de alergia na infância.

No caso das crianças, e segundo a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), estas manifestações variam de acordo com a idade, assim como dos alergénicos envolvidos. A mesma entidade explica que podem aparecer alergias logo no primeiro ano de vida, sob a forma de eczema atópico, e, mais tarde, a partir dos 2 anos, sob a forma de asma e rinite.

As manifestações da alergia são de várias formas:

  • Irritação nos olhos: Um dos sintomas mais comuns nas alergias é a irritação dos olhos, associada a um intenso lacrimejo e ardor.
  • Irritação e inflamação da garganta.
  • Irritação das fossas nasais: Os espirros e a secreção nasal são os sintomas mais comuns
  • Dificuldade em respirar: Devido à inflamação da garganta as vias respiratórias ficam obstruídas e aumenta a dificuldade para respirar. É uma situação urgente que requerer supervisão médica.
  • Erupções na pele: Os sintomas mais comuns de uma alergia tópica são: zonas avermelhadas, manchas, zonas irritadas e muito ardor.
  • Problemas gástricos: Em alguns casos a alergia também provoca diarreia, vómitos e acidez do estômago.

Das patologias associadas as mais comuns são:

Asma

É mais frequente na infância. Na maioria dos casos, aparece antes dos 5 anos e manifesta-se por dificuldade em respirar, pieira, cansaço fácil e tosse.

Rinite, sinusite e conjuntivite alérgica

A rinite é a alergia mais frequente. É comum em crianças e pouco diagnosticada. Está associada à sinusite e à conjuntivite alérgica. Manifesta-se habitualmente por volta dos 3 anos de idade e, normalmente, é provocada por ácaros, grãos de pólen e alergia ao pêlo de animais. Na conjuntivite, os olhos ficam vermelhos, lacrimejantes, inchados e dão comichão. Está associada à rinite sazonal, pelo que os sintomas se confundem.

A melhor forma de lidar com estas situações é a prevenção, assim as recomendações de vários especialistas vão no sentido de:

  • Expor a criança o mínimo possível a tempo ventoso e quente, sobretudo de manhã, que é quando existe uma maior libertação de pólen no ar;
  • Manter as janelas do carro e de casa fechadas para não entrarem ácaros e pólenes;
  • Tentar que a criança não tenha muito contacto com animais, uma vez que o pêlo dos mesmos transporta inúmeras espécies de ácaros. Caso não consiga evitar, escove o animal antes de este entrar em casa, de forma a reduzir a acumulação de pólen no pêlo.
  • É aconselhado ainda o uso de óculos de sol por parte da criança, para que os olhos não tenham contacto direto com as substâncias que andam no ar.
  • Evitar levar a criança para terrenos relvados, particularmente durante o período da manhã, fim da tarde e noite, quando a libertação de pólen é maior.
  • Assim que chegar a casa deve trocar de roupa e tomar um duche para remover o pólen ou outros alérgenos que se possam acumular no corpo e roupa.
  • Em casa deve-se limpar o pó com um pano molhado em vez de seco, de forma a evitar que este se espalhe no ar. Da mesma forma, deve usar-se um aspirador de vácuo com frequência para evitar que os alérgenos se acumulem no interior da casa.
  • Deve evitar-se ao máximo fumar dentro de casa e impedir que outras pessoas o façam. O fumo do tabaco irá irritar a mucosa dos olhos e vias aéreas e agravar os sintomas da alergia.

Existem terapêuticas eficazes na prevenção e no controlo das crises, assim como no tratamento dos sintomas agudos, nomeadamente:

  • Corticoides orais inalados e tópicos.
  • Anti-histamínicos orais e tópicos.
  • Imunoterapia Especifica (IE), que consiste na administração (via subcutânea ou via sublingual) de pequenas doses dos alérgenos em causa na criança, de modo a desenvolver “defesas” específicas quando contacta com esses mesmos alérgenos, evitando assim a reação alérgica habitual.

 

Bibliografia:

Abbas AK et al. Immediate hypersensitivity. In: Abbasm AK, Lichtman AH, Pober JS, editors. Cellular and molecular immunology. 4th ed. Philadelphia: Saunders; 2000. p.424-44.

III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma. J Pneumol. 2002;28(supl 1).

Castro, Fábio F. Morato(org); Castro, Marise Lazaretti(org).

Corticosteróides nas alergias respiratórias / Corticosteroids in respiratory allergies. São Paulo; Vivali; 1999

 

Cesaltina Rodrigues – Enfermeira Especialista em Saúde Infantil e Pediátrica

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Nova tecnologia
Uma nova e económica tecnologia permite detetar todas as infeções virais, passadas e presentes, de uma pessoa, através de uma...

Esta técnica, denominada VirScan e desenvolvida pelo Instituto de Medicina americano Howard Hughes (HHMI), é uma alternativa eficaz aos atuais testes de rastreio, que apenas detetam um vírus específico por análise.

A novidade foi anunciada na quinta-feira pela revista científica americana, Science.

Esta abordagem poderá revelar fatores desconhecidos que afetam a saúde de uma pessoa e possibilitar de análise e comparação de infeções virais em grandes grupos populacionais.

Este teste pode ser efetuado por apenas 25 dólares (22,17 euros) e requer uma única amostra de sangue.

“Nós desenvolvemos uma metodologia para despistagem que remonta ao tempo em se avaliava minuciosamente o sangue das pessoas, para se descortinar quais os tipos de vírus que as tinham infetado”, explicou o responsável da equipa investigadora do HHMI que desenvolveu o VirScan, Stephen Elledge.

Os investigadores já analisaram o sangue de 569 pessoas com a tecnologia VirScan nos Estados Unidos da América, África do Sul, Tailândia e Perú.

O teste consiste em procurar no sangue os anticorpos conhecidos das 206 espécies de vírus que já infetaram os seres humanos.

Para garantir este método, os investigadores testaram-no analisando amostras de sangue contaminado com o vírus da Sida (HIV) e com o vírus da Hepatite C.

“Os testes correram verdadeiramente bem… com uma sensibilidade de identificação, de cada uma das infeções, entre 95 e 100 por cento por cada amostra de sangue, e sem nenhum falso-positivo”, avaliou Stephen Elledge, mostrando-se confiante de que o teste poderá detetar outros vírus.

Os resultados mostram que em média, cada indivíduo possui anticorpos que revelam a presença, passada ou presente, de dez estirpes virais diferentes.

Segundo a equipa científica, esta abordagem pode ainda ser usada para encontrar anticorpos que atacam os próprios tecidos do organismo, como no caso de certas doenças autoimunes relacionadas com o cancro.

MAR Shopping
Isenções nas taxas moderadoras reduzidas. Crise. Emigração. Verão à porta – mais acidentes, menos sangue. Pode dizer-se que a...

Pelo quarto ano consecutivo, regista-se uma quebra nas doações, mas as necessidades mantêm-se, uma vez que os doentes nos Hospitais continuam a precisar de sangue. Por isso, os apelos renovam-se, sobretudo quando se assinalam efemérides como a de 14 de junho – o Dia Mundial do Dador de Sangue. Por todo o mundo, multiplicam-se iniciativas, às quais se junta o MAR Shopping com uma ação de recolha.

A Unidade Móvel do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST)  marcará presença no parque exterior, junto à entrada MAR (porta giratória) do MAR Shopping, entre as 9h00 e as 14h00, e a ela se devem dirigir todos aqueles que desejem doar sangue.

No ano passado, o decréscimo de dádivas comparativamente a 2013 foi de 5,73% e, os primeiros meses deste ano mantêm a tendência de quebra.

É, por isso, que “estas iniciativas são muito importantes e a contribuição da sociedade civil tem sido essencial para contornar um cenário que não é favorável às dádivas de sangue. Às alterações efetuadas na isenção das taxas moderadores para os dadores, juntam-se o envelhecimento da população, a falta de disponibilidade durante os períodos laborais, a crise, e outras situações adversas”, afirma Ofélia Alves, responsável de programação e colheitas do Centro de Sangue e Transplantação do Porto.

A responsável alerta ainda para um período particularmente sensível para as dádivas de sangue: o verão. “Nas férias, há sempre uma diminuição de doações, enquanto as necessidades se mantêm. No ano passado, voltámos a sentir uma quebra na ordem dos 3%, o que é bastante significativo”.

MAR Shopping e IPST repetem assim uma parceria que vai já no terceiro ano e da qual resultaram mais de 300 inscritos para recolhas de sangue. Para 2015 estão agendadas mais três colheitas a 23 de julho, 13 de agosto e 10 de dezembro para antecipar os períodos críticos de verão e Natal – alturas em que as dádivas diminuem.

Estudo
Uma pesquisa com mulheres com cancro da mama constatou que quase metade consideraram fazer uma dupla mastectomia. Mas daquelas...

Entre as mulheres que efetuaram a dupla mastectomia, 36% acreditavam que teriam mais hipótese de sobrevivência. Estudos têm mostrado que para as mulheres em risco médio de um segundo cancro, remover a mama não afetada não significa aumentar o índice de sobrevivência.

O estudo, que foi apresentado no encontro anual da American Society of Clinical Oncology, ouviu 1.949 mulheres que tinham sido tratadas por cancro da mama. Cerca de 20% das mulheres que participaram da pesquisa tiveram ambos os seios removidos, um procedimento chamado mastectomia profilática contralateral. Mesmo entre as pacientes sem mutação genética ou histórico familiar que poderia colocá-las em risco de desenvolver cancro na outra mama, 19% passaram pela dupla mastectomia.

"A nossa conclusão de que tantas mulheres estão a fazer uma cirurgia ‘mais extensa’ do que é necessário para tratar sua doença é impressionante. Mulheres diagnosticadas com cancro da mama ficam naturalmente ansiosas e fazem tudo o que está ao seu alcance para lutar contra a doença. Muitas das minhas pacientes dizem que querem fazer tudo o que puderem só para estarem lá para os seus filhos. Cabe a nós, como médicos, certificarmo-nos de que elas entendam quais os tratamentos que vão realmente beneficiá-las, e quais as ações que podem parecer heroicas, mas na verdade não vão melhorar os resultados para uma típica mulher com cancro da mama em estágio precoce," diz a autora do estudo, a médica Reshma Jagsi, professora adjunta de Radiação Oncológica da Faculdade de Medicina da Universidade de Michigan.

As recomendações do cirurgião – ou as perceções das recomendações do cirurgião – desempenharam um grande papel. Apenas 4% das mulheres que não tiveram recomendação do seu cirurgião para fazer a dupla mastectomia passaram pelo procedimento. Mas 59% das mulheres que entenderam que o cirurgião apoiava o procedimento passaram pela dupla mastectomia.

"Os pacientes estão a ter perceções que realmente necessitam de ajustes. Os médicos precisam resolver este problema de desinformação. As mulheres têm que entender tudo sobre a mastectomia profilática contralateral, além de compreenderem exatamente o que os cirurgiões lhes dizem," diz o também autor do estudo, o médico Steven J. Katz, professor de Medicina Interna da Faculdade de Medicina da U-M.

Em Portugal
As autoridades portuguesas vão começar a construir cenários para antecipar o impacto das alterações climáticas no setor da...

Esta é uma das orientações definidas no novo Plano Nacional de Saúde, e que define que, até final de 2017, seja possível "antecipar o impacto das alterações climáticas para o setor da saúde, tendo em vista a sua preparação e resposta".

"Pretendemos construir cenários e perceber o seu impacto na saúde. Se, por exemplo, a temperatura aumentar 'X' graus, quanto implicará no aumento da mortalidade?", exemplificou o diretor executivo do Plano, Rui Portugal.

O trabalho, a ser desenvolvido pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pela Agência Portuguesa do Ambiente, servirá ainda para antever que medidas ou programas devem ser aplicados para minimizar os efeitos das alterações climáticas na saúde.

Este Plano Nacional da Saúde (PNS), aprovado esta semana pela DGS, e cujo horizonte se estende a 2020, tem como principais metas a redução da mortalidade precoce (antes dos 70 anos), a melhoria da esperança de vida saudável, assim como a redução dos fatores de risco relacionados com as doenças não transmissíveis, e entre esses fatores especial enfoque para a obesidade infantil e a exposição ao tabaco.

Contudo, apesar do maior peso das doenças não transmissíveis, o PNS 2020 volta a preocupar-se com o controlo das doenças transmissíveis, refere Rui Portugal, nomeadamente com doenças emergentes, como o ébola ou a malária.

Portugal quer
Portugal quer aumentar em 30% a esperança de vida saudável aos 65 anos em 2020, assumindo como fundamental ter programas que...

Traçada como uma das metas do novo Plano Nacional de Saúde, o aumento da esperança de vida saudável aos 65 anos passaria nos homens a ser de 12,9 anos e de 11,7 anos nas mulheres.

Atualmente, embora as mulheres tenham maior esperança média de vida, registam valores inferiores no que respeita à esperança de vida saudável. Ou seja, vivem mais que os homens, mas com menos qualidade a partir da terceira idade.

Os dados de 2012 mostram que a esperança de vida saudável aos 65 anos é de 9,9 anos para os homens e de nove anos para as mulheres, “valor inferior ao melhor valor dos países da União Europeia”, refere o Plano da Direção-Geral da Saúde.

“Atendendo a que o horizonte 2020 é relativamente curto, considera-se que um valor de 30% de ganhos é a meta a alcançar, pelo que programas que foquem o grupo etário dos 50-60 anos devem ser considerados, nomeadamente para a carga de doença relacionada com a incapacidade”, indica o documento.

O aumento da esperança média de vida saudável e a diminuição da mortalidade precoce (antes dos 70) são duas das quatro grandes metades definidas no Plano, que contempla ainda objetivos mais dirigidos às gerações mais jovens.

Um deles é a redução da prevalência do consumo de tabaco na população com mais de 15 anos e a eliminação ao fumo ambiental, enquanto o outro é o controlo da obesidade na população infantil para que não aumente em relação aos valores atuais.

Contudo, a DGS reconhece que os indicadores relativos ao consumo e exposição ao tabaco, bem como à obesidade em idade escolar não são recolhidos sistematicamente, sendo por isso “muito difíceis de monitorizar” e de fazer projeções para 2020.

Por isso, uma das orientações do Plano é a criação, até julho de 2016, de um sistema de informação regular para monitorizar o consumo de tabaco e a obesidade infantil, um projeto que deverá ser implementado pela DGS, pela Instituto Nacional de Estatística e pelo Instituto Nacional de Saúde.

Outra das orientações do Plano, que deve estar concluída até ao final do próximo ano, é a organização de planos locais de saúde, o que envolve necessariamente autarquias e as administrações regionais de Saúde, como explicou Rui Portugal, responsável da DGS.

“Todo este Plano só faz sentido implicando estratégias locais, que passam pelas autarquias, escolas, centros de saúde, universidades, Misericórdias ou grupos privados de saúde”, indicou.

Aliás, no dia 24 de setembro, vai decorrer uma reunião entre a Direção-geral da Saúde e “parceiros significativos”, envolvendo também elementos da Organização Mundial da Saúde (OMS), para ajudar a criar e desenvolver planos ou estratégias locais de saúde.

Em cinco anos
Portugal compromete-se a reduzir, até 2020, a taxa de mortalidade antes dos 70 anos a um valor inferior a 20%, o que permitirá...

Esta é uma das metas definidas no novo Plano Nacional de Saúde, elaborado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), que no fundo é uma revisão e extensão até 2020 do anterior Plano.

Sobre a redução da mortalidade prematura (antes dos 70 anos), Portugal tinha em 2014 uma taxa de 22%.

Segundo explicou o diretor executivo do Plano, Rui Portugal, a projeção deste indicador para 2020 era que a taxa ficaria situada entre os 20,5% e os 22%.

Contudo, no documento que foi finalizado esta semana, a DGS compromete-se a ter a taxa de mortalidade prematura abaixo do 20% dentro de cinco anos.

Dados do ano passado indicam que mais de 23 mil pessoas morreram precocemente em Portugal. Assim sendo, com a nova meta pretende-se conseguir poupar por ano três mil mortes prematuras, o que equivale a uma média de menos oito a nove mortes por dia.

De acordo com os responsáveis da DGS, esta meta de redução da mortalidade precoce está alinhada com o compromisso de reduzir em 25% a mortalidade referente a doenças não transmissíveis, como as cardiovasculares, cancro, diabetes e doenças respiratórias crónicas.

Rui Portugal explicou ainda que esta meta, bem como outras constantes do Plano, pressupõe um enfoque particular nas doenças crónicas e “implica uma intervenção sobretudo nas idades médias (a partir dos 40/45 anos)”.

Sobre o Plano Nacional até 2020, o diretor-geral da Saúde sublinhou tratar-se de “um compromisso que envolve entidades de diferentes departamentos e setores, como o Estado, autoridades locais, setor social e privado”.

“O Plano não é um documento, mas antes um sistema que articula projetos, envolvendo vários departamentos de forma sistemática”, afirmou Francisco George, vincando que “é independente dos ciclos políticos ou de legislaturas”.

Esta revisão e extensão do Plano Nacional de Saúde até 2020 pretende ainda estar alinhada com as orientações da “Estratégia 2020” da Organização Mundial da Saúde para a região europeia.

Evidência científica
O papel da vitamina D no fortalecimento ósseo é há muito conhecido.

Sobejamente conhecidos os efeitos da vitamina D na regulação do metabolismo fosfocálcico, assegurando, entre outras funções, uma mineralização óssea normal, um número crescente de estudos associa agora a insuficiência de vitamina D com um maior risco de desenvolver ou agravamento de diversas patologias crónicas.

Conceptualmente, associa-se a vitamina D à formação óssea e equilíbrio muscular, mas a evidência recente demonstra-nos que vai muito além. A vitamina D tem uma acção protectora, de redução de risco, ao nível das doenças cardiovasculares, podendo interferir na redução de eventos. Esta evidência científica recente vem demonstrar que a vitamina D pode ser uma aliada do coração.

Assim, níveis insuficientes de vitamina D estão relacionados com um risco aumentado de desenvolvimento de doenças não ósseas, como as doenças cardiovasculares, a hipertensão, à diabetes mas também a várias neoplasias, a esclerose múltipla, a demência ou doenças infecciosas.

Estas são as mais recentes evidências apuradas em diferentes estudos científicos: um estudo prospectivo que acompanhou, durante 5 anos, 1.739 participantes sem doença cardiovascular prévia mostrou que os indivíduos com hipertensão arterial e níveis baixos de vitamina D apresentaram um risco 2 vezes superior de eventos cardiovasculares em comparação com aqueles com níveis superiores da vitamina.

Uma análise de 454 indivíduos, sem doença cardiovascular diagnosticada previamente e que desenvolveram enfarte de miocárdio ou doença coronária durante 10 anos de seguimento, assim como de 900 indivíduos no grupo de controlo, indicou que o risco de enfarte duplicou nos indivíduos com níveis menores da vitamina, em comparação com aqueles com os que apresentavam níveis superiores. Um outro estudo de seguimento de 7 anos de 3.258 indivíduos que tinham sido encaminhados para angiografia coronária mostrou que a diminuição dos níveis de vitamina D estava associada a um risco crescente de mortalidade global e mortalidade cardiovascular.

Valores plasmáticos suficientes de vitamina D são, portanto, fundamentais para manter uma boa saúde em geral. Até porque sabe-se agora que os diferentes efeitos da vitamina D são mediados por vários receptores em diferentes localizações, que regulam mais de 200 genes. Além dos receptores presentes no intestino e no osso, foram identificados outros receptores no cérebro, próstata, mama, cólon, células do sistema imunitário, do músculo liso vascular e em miócitos cardíacos.

Fontes da vitamina D
Esta vitamina funciona como uma hormona e pode ser sintetizada na pele a partir da exposição à luz solar, embora esta síntese seja bastante variável, dependendo da pigmentação, latitude, estação do ano, vestuário, idade, uso de protector solar e condições meteorológicas locais.

Portugal é um país de sol e está assumido no senso comum que todos podem ter acesso aos níveis de vitamina D adequado. Para sintetizar a vitamina D nas doses diárias necessárias, seria necessário uma exposição solar diária entre 20 e 30 minutos com protecção UV inferior a 8. Tal não é muito viável na prática e uma exposição ao sol por períodos longos de tempo exige o uso de protecção solar com índice de protecção UV exponencialmente superior. Este facto é mais evidente nos idosos e crianças, aqueles que mais necessitam de vitamina D nas quantidades adequadas e que correspondem aos que menos exposição solar têm.

Já outra parte da vitamina D provém de fontes alimentares (entre 100-200 UI por dia), sendo os principais os óleos de peixe e os produtos alimentares enriquecidos, como os produtos lácteos e pão.

Recomendações actuais
A discussão científica em torno dos benefícios da suplementação de vitamina D é um tema actual e está cientificamente aceite que há populações de risco nas quais é obrigatório intervir. Por outro lado, e em consequência disso, à medida que se compreendem os recentes papéis da vitamina D na saúde e na doença, a importância da sua medição exacta torna-se essencial. Especialistas consideram que é necessária melhor concordância entre os métodos, tanto para permitir a comparação mais significativa entre os estudos de investigação como para facilitar um acordo sobre os objectivos mínimos adequados a uma terapêutica de substituição ideal com vitamina D.

Em Portugal, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) publicou em Abril de 2008 uma Circular Informativa aconselhando 700-800 UI/dia de vitamina D nas pessoas com idade superior a 65 anos com osteoporose.

De acordo com as recomendações da Endocrine Societ, em 2011, devem ser rastreados, para identificar potenciais deficiências de vitamina D, apenas indivíduos em risco tais como idosos com mais de 65 anos, institucionalizados (sobretudo acamados), mulheres pós-menopausa e grávidas.

Por expressa opção do autor, o texto não respeita o Acordo Ortográfico

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Associação para o Planeamento da Família preocupada
A Associação para o Planeamento da Família manifestou-se preocupada com as dificuldades no acesso a métodos contracetivos...

Um dos casos apontados pelo diretor-executivo da Associação para o Planeamento da Família (APF) é o da administração regional de saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS – LVT), onde não é disponibilizado o anel vaginal às utentes dos centros de saúde.

“Neste caso, não se trata de atrasos, mas de uma incompreensível e grave decisão daquela ARS”, afirmou Duarte Vilar.

O anel vaginal é um método para mulheres que desejam uma contraceção hormonal combinada e não toleram ou não querem os contracetivos orais, sendo “uma boa alternativa” para quem não quer a pílula ou os implantes.

Duarte Vilar lembra que a lei define que todas as unidades do Serviço Nacional de Saúde devem dar acesso gratuito a todos os métodos contracetivos, incluindo o anel vaginal.

“É essencial que a mulher seja informada sobre todos os métodos disponíveis para fazer a escolha acertada e que tenha acesso gratuito a todos eles, sem interrupções”, defende a APF, lembrando que a situação económica e social em Portugal levou nos últimos anos a um aumento da procura das consultas de planeamento nos serviços públicos.

Além da situação verificada na ARS de Lisboa, a APF dá conta também de problemas pontuais no abastecimento de alguns métodos contracetivos na região Norte, como o caso do implante contracetivo.

Segundo Duarte Vilar, tem havido a preocupação de tentar reencaminhar as mulheres para a maternidade Júlio Diniz, no Porto, mas o responsável teme que neste processo haja sempre quem desista de procurar o seu método contracetivo.

“Quando a mulher não encontra o método contracetivo que costuma usar ou que pretende iniciar, acaba por se ver obrigada a optar por outros, mesmo tendo uma adesão muito menor”, refere a Associação.

Segundo os profissionais de saúde reprodutiva, a adesão das mulheres ao método contracetivo é considerada crucial. Por exemplo, esquecimentos frequentes na toma da pílula podem ser um indicador de falta de adesão e da necessidade de passar a outro método de toma não diária.

Duarte Vilar lamentou que sejam recorrentes os problemas no acesso a alguns métodos contracetivos, nomeadamente quando se registam atrasos "de ordem administrativa e burocrática" nos concursos para aquisição dos produtos.

A APF sublinha que “a legislação dita que o planeamento familiar é universal e gratuito, logo, deve garantir-se que todas as utentes têm acesso igual a todos os métodos contracetivos, sem situações de discriminação”.

4º Congresso da Associação Psiquiátrica do Alentejo
A diferença de género na saúde mental em Portugal é o tema central do 4º Congresso da Associação Psiquiátrica do Alentejo – APA...

Homens e Mulheres são suscetíveis a diferentes patologias mentais e vivem-nas de forma diversa – na procura de ajuda e de tratamento. As mulheres manifestam mais perturbações de ordem depressiva e de ansiedade; os homens são mais atreitos a perturbações do controlo dos impulsos e adição. Enquanto especialistas, importa-nos ter uma perceção realista das especificidades das várias patologias na saúde mental em homens e mulheres portugueses, para trabalhar de acordo.

De facto, de acordo com o primeiro Estudo Epidemiológico Nacional de Saúde Mental, publicado em 2013, as mulheres apresentam um maior risco que os homens de sofrer de perturbações depressivas (2,30 para 1) e perturbações de ansiedade (2,89 para 1), enquanto os homens têm uma maior probabilidade de sofrer de perturbações do controlo dos impulsos (1 para 0,77) e de perturbações pelo abuso de substâncias (1 para 0,21).

Paralelamente, são as mulheres quem mais procura ajuda: 48,8% das mulheres procuraram tratamento, versus 27,6% dos homens em todos os tipos de perturbação psiquiátrica, apresentando também uma maior probabilidade do que os homens de terem um tratamento adequado.

Isto acontece mesmo quando o tratamento adequado é sob a forma de fármacos. Em 2013, por exemplo quase um quarto (23.4 %) das mulheres e um décimo (9.8 %) dos homens da população geral tinham tomado ansiolíticos, números que, no caso das mulheres, são os mais altos na Europa e, no caso dos homens, se encontram entre os três mais altos. As mulheres também são as que tomam mais antidepressivos, verificou-se em 13.2% junto do público feminino, enquanto os homens têm uma percentagem de 3.9%.

O tema a Diferença de Géneros na Saúde Mental em Portugal vai ser repartido por duas sessões. A primeira, com moderação do Dr. José Salgado e do Dr. Afonso Albuquerque irá contar com as análises sobre a vertente da Psiquiatria Forense, pelo Prof. Jorge Costa Santos; na Patologia da Sexualidade, pelo Dr. Allen Gomes; a Neurobiologia, pelo Dr. A. Santinho Martins; e na Hiperatividade e Défice de atenção pelo Dr. Rui Durval. A segunda sessão, moderada pelo Dr. Eurico Allen Revez, e pelo Prof. Pedro Gamito, vai versar sobre os problemas relacionados com o Uso de Substâncias, com uma análise da Dra. Graça Vilar; na Medicina Interna, pelo Dr. J. Marques Penha; e na Pessoa Cultural, pelo Dr. Manuel Sardinha.

A diferença de género na saúde mental dos alentejanos é tema de uma mesa específica, moderara pelo Dr. Luiz Gamito, em que o Dr. José Pacheco vai analisa Os poderes das Mulheres Alentejanas e a Prof.ª Dr.ª Glória Santos faz uma revisão d’As representações da doença mental na ficção de Manuel da Fonseca sobre o Alentejo. “A especificidade do povo alentejano da sua vivência e do seu contexto geográfico, social e cultural fazem com que tenha uma vivência diferenciada no que se refere à saúde mental. Espera-se que a mulher alentejana viva todas as vicissitudes do dia-a-dia estoicamente, só, no ambiente do lar, enquanto o homem tem a sua vida na comunidade masculina. Todos estes aspectos fazem com que a doença mental se manifeste e seja gerida de forma distinta, que nos importa analisar” explica o Dr. Luiz Gamito.

Cuidados hospitalares
Investigação realizada por professora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra revela que as infeções associadas aos...

Os enfermeiros da zona Centro do país consideram-se motivados para a adoção de práticas seguras ao nível dos cuidados hospitalares, mas dizem que estas são, por vezes, limitadas por fatores como o stresse laboral ou a baixa dotação de profissionais, revela uma investigação realizada pela professora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Amélia Filomena Castilho.

Os dados resultam de um de três estudos feitos no contexto dessa investigação, segundo o qual 73,8% de enfermeiros (de uma amostra de 800 enfermeiros de 65 unidades de internamento de Medicina e de Cirurgia pertencentes a quatro hospitais de adultos da zona Centro) sente “motivação para a prática segura”, embora 73,2% afirme apresentar “níveis elevados de stresse laboral” e 52,7% considere as “dotações inadequadas”.

No âmbito deste estudo, o “trabalho de equipa” e a “aprendizagem organizacional - melhoria contínua” são aspetos considerados positivos pela maioria de um conjunto de 1152 profissionais de saúde (sobretudo enfermeiros, mas também médicos e assistentes operacionais) que participaram num questionário sobre “Política de segurança”, respetivamente por 78,5% e por 74,6% dos respondentes.

No mesmo estudo, mas a partir de outro questionário exclusivamente dirigido aos 800 enfermeiros, constata-se que os eventos adversos ligados às práticas de Enfermagem que ocorrem com mais frequência nos serviços “são as infeções associadas aos cuidados de saúde, o risco de agravamento/complicações do doente por défice de vigilância e julgamento clínico, as quedas e as úlceras de pressão”, refere a investigadora Amélia Filomena Castilho.

De acordo com os resultados obtidos pela docente da ESEnfC, com base nas declarações daqueles enfermeiros, «os erros de medicação são relativamente raros e acontecem sobretudo na fase de preparação e vigilância da medicação».

Noutro estudo desta investigação, o qual teve por base entrevistas a 18 enfermeiros de diferentes instituições hospitalares que se encontravam a frequentar cursos de especialização na ESEnfC, “em 26% dos relatos assume-se que coexistem falhas na comunicação (entre profissionais e entre profissionais e doentes) e falhas nos processos de gestão, nomeadamente na organização dos processos de admissão, alta e distribuição dos doentes”.

Por outro lado, “os profissionais referem que a subdotação e a instabilidade nas equipas reduzem a sua capacidade de resposta segura em contextos de sobrecarga de trabalho, de imprevisibilidade”, prossegue a autora da investigação.

Ainda neste pequeno estudo, é referido que “o ambiente físico da prestação de cuidados” é caraterizado, essencialmente, por “poder dificultar o trabalho dos profissionais”. “Salas muito distantes, pequenas, mal organizadas, foram alguns dos aspetos estruturais referidos como fatores que dificultam a vigilância dos doentes e/ou a preparação da medicação”, observa a docente da ESEnfC.

A professora Amélia Filomena Castilho defende que “o caminho para a transformar as instituições de saúde em organizações mais seguras exige maior compromisso na gestão do topo organizacional, na liderança das equipas e nos profissionais, apontando pistas de desenvolvimento na formação, na gestão, na investigação e nas práticas profissionais”.

Parte da investigação que Amélia Filomena Castilho realizou entre 2009 e 2014, intitulada “Eventos adversos nos cuidados de Enfermagem ao doente internado: contributos para a política de segurança”, será apresentada amanhã (dia 5 de junho), durante “III Congresso Internacional de Enfermagem Médico-Cirúrgica - Gerir a (im)previsibilidade e complexidade” que a ESEnfC acolhe, nas instalações no Polo A (Avenida Bissaya Barreto, em Celas).

Publicados em Diário da República
Os médicos que aceitem trabalhar em zonas geográficas consideradas carenciadas vão passar a receber incentivos, entre eles um...

Entre os incentivos financeiros define-se que o pagamento de mil euros mensais é reduzido para 50% após os seis meses de colocação e para 25% após um ano da duração no posto de trabalho.

O decreto-lei hoje publicado em Diário da República estabelece os termos e condições de atribuição de incentivos a médicos situados em zonas geográficas tidas como carenciadas, mas essas zonas só vão ficar definidas num despacho a publicar dentro de um mês.

Depois deste despacho, as zonas carenciadas passam a ser definidas anualmente, por estabelecimento de saúde e especialidade médica, no primeiro trimestre de cada ano.

Os incentivos financeiros são pagos durante os primeiros cinco anos. Caso os médicos decidam cessar funções antes desse prazo, são obrigados a devolver parte do incentivo para a colocação.

Além destes incentivos de colocação, os médicos que optem por trabalhar em zonas carenciadas recebem ainda compensação das despesas de deslocação e transporte.

Além dos financeiros, o diploma define também incentivos não pecuniários, como o aumento da duração do período de férias em dois dias durante os primeiros cinco anos, ou ainda a garantia de transferência escolar.

Outro incentivo é a dispensa de autorização do serviço de origem para a transferência do cônjuge, no caso de trabalhador com vínculo de emprego público.

Mafalda Ramos Martins
A médica portuguesa Mafalda Ramos Martins, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, recebeu o prémio de "Melhor...

O prémio foi atribuído no Congresso da Sociedade Europeia de Anestesiologia, que decorreu em Berlim, entre sábado e terça-feira.

A premiada, que é responsável pela formação dos médicos internos de Anestesiologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), agradeceu a confiança em si depositada pela direção do serviço.

“O prestígio do reconhecimento europeu pela excelência do ensino da Anestesiologia no nosso hospital coloca Portugal na liderança europeia da formação e ensino desta especialidade e facilita a internacionalização do conhecimento aqui gerado", considerou.

Também a diretora do serviço de Anestesiologia do CHUC, Clarinda Loureiro, que acompanhou Mafalda Ramos Martins na cerimónia de atribuição do prémio, manifestou a sua “profunda alegria pelo reconhecimento internacional a uma destacada médica” da sua equipa.

O presidente do conselho de administração do CHUC, Martins Nunes, enviou felicitações à médica, dando conta do seu “regozijo pela atribuição deste prémio, corolário do ensino de excelência que caracteriza o serviço de Anestesiologia” do centro hospitalar.

Segundo o CHUC, estavam a concurso representantes de vários países europeus, tendo as candidaturas sido avaliadas por um júri internacional pertencente aos órgãos decisores da Sociedade Europeia de Anestesiologia.

Este centro hospitalar tem atualmente em formação 42 internos da especialidade, sendo o maior centro de formação de internatos de Anestesiologia do país.

Durante o Congresso Europeu de Anestesiologia, o serviço de Anestesiologia do CHUC apresentou 35 trabalhos científicos provenientes da investigação clínica que realizou.

Segundo especialista
A poluição luminosa causada pela iluminação pública, viária, de monumentos, desportiva ou publicitária, tem um grande impacto...

De acordo com Pedro Telhado, do Centro Português de Iluminação (CPI), a poluição luminosa "é toda a iluminação interior ou exterior artificial, produzida pelo homem, [sendo algo] recente e que tem evoluído muito porque a sociedade vive 24 horas por dia".

A mais falada é a relacionada com situações em que "a luz incide onde não deve incidir, tanto a nível de locais como a nível da atmosfera, do céu", especificou, falando a propósito do Dia Mundial do Ambiente, que se assinala na sexta-feira, e quando decorre o Ano Internacional da Luz.

A principal fonte de poluição é a iluminação pública, viária, de monumentos, desportiva ou publicitária.

Numa rua ou monumento, por exemplo, uma quantidade de luz direta pode ir além do espaço a que se destina ou refletir no pavimento ou na fachada dos edifícios e desloca-se para a atmosfera, provocando poluição luminosa, um aspeto sem legislação específica.

A mais visível consequência da poluição luminosa é que "nas cidades não vemos o céu estrelado", mesmo que a noite não tenha lua e o céu esteja limpo porque "a luz que sai das cidades contamina de tal maneira que não temos o contraste suficiente para nos apercebermos da beleza" da natureza, relatou o fundador do CPI.

Na saúde, adiantou, "o impacto é enorme, [pois] o ser humano tem o seu ritmo circadiano imposto pela luz [natural], no qual, através do olho, o cérebro interpreta a situação de dia e de noite e, na ausência de luz, o corpo produz melatonina que abranda o ritmo biológico e leva a dormir", permitindo a regeneração de células.

"Com a poluição luminosa não conseguimos produzir melatonina suficiente e altera todo este ciclo", realçou Pedro Telhado, acrescentando que nas profissões noturnas, cada vez mais frequentes, isto não funciona e citou estudos a apontar para a existência de "maior incidência de doenças, como diabetes ou cancro da mama, em pessoas expostas a outros ciclos de luz ou a poluição luminosa externa".

Plantas e animais a viver na cidade estão "formatados" para o ciclo dia-noite e um jardim iluminado durante a noite impede a flora de concretizar as suas funções e afeta o comportamento de aves que podem ser atraídas pelas luzes e chocar com edifícios.

"A Reserva Dark Sky Alqueva é a prova de que se pode retirar frutos económicos de ter um céu limpo, sem poluição luminosa. Há um turismo crescente que procura estes locais e o Alqueva tem qualidades de céu quase únicas no mundo", descreveu Pedro Telhado.

Recordando que as cidades portuguesas têm mais luz que a média europeia, o especialista lista problemas como a falta de legislação, a ausência de técnicos certificados nos projetos de iluminação, ou a existência de "poucos ou quase nenhuns planos diretores de iluminação, que deviam ser parte integrante dos Planos Diretores Municipais".

Quanto a soluções, Pedro Telhado defendeu não serem de difícil implementação e exemplificou com a decisão de fechar as luzes durante a noite, "das ações talvez das mais fáceis de fazer, das mais rápidas de ter resultados, e já adotadas em muitas cidades a nível mundial", tal como em alguns municípios portugueses.

Relatório indica
A União Europeia regista por ano mais de um milhão de infrações à lei em matéria de droga, a grande maioria por consumo de ...

Em 2013 foram registadas 1,25 milhões de infrações, das quais 781.000 por consumo de ‘cannabis’, a que se juntam mais 116.000 por oferta do mesmo produto. O consumo de outras drogas levou a 223.000 infrações. E as infrações relacionadas com a oferta de droga, que têm aumentado todos os anos, chegaram a 230.000.

Estes são números do “Relatório Europeu sobre Drogas 2015: Tendências e evoluções”, da responsabilidade da agência europeia de informação sobre droga (EMCDDA), que assinala 20 anos, a analisar o fenómeno da droga na Europa.

Nele se dá conta de que quase 20 milhões de cidadãos da União Europeia (UE) consumiram ‘cannabis’ no último ano e que 3,4 milhões consumiram cocaína. Ou que, do total das apreensões, 10% foram de cocaína (a segunda droga mais apreendida depois da ‘cannabis’) e que só dois por cento foi de ‘ecstasy’.

Ou ainda que, em 2013, foram notificadas 671.000 apreensões de ‘cannabis’ na UE e mais 30.000 apreensões de plantas (‘cannabis herbácea’). Ao todo, foram apreendidas, nesse ano, 460 toneladas de haxixe, 130 de marijuana e 3,7 milhões de plantas de ‘cannabis’.

Revela o documento ainda que, no mesmo ano, foram apreendidas 5,6 toneladas de heroína (preços entre 25 e 158 euros por grama), e 62,6 toneladas de cocaína (47 a 103 euros o grama).

Quanto à anfetamina (6,7 toneladas apreendidas em 2013) e metanfetamina, os dados indicam que a produção da primeira “tem sobretudo lugar na Bélgica, nos Países Baixos, na Polónia e nos Estados Bálticos e, em menor escala, na Alemanha, enquanto a produção de metanfetamina está concentrada nos Estados Bálticos e na Europa Central”, diz-se no relatório.

Já a produção de MDMA (‘ecstasy’) “parece concentrar-se em redor dos Países Baixos e da Bélgica”, segundo a agência europeia, que dá conta que, após indícios de diminuição de produção, parece haver agora “sinais de ressurgimento”. Em 2013, terão sido apreendidos 4,8 milhões de comprimidos na UE, o dobro do registado em 2009.

O Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência diz em relação ao consumo que este é normalmente mais elevado entre o sexo masculino, para todas as drogas, e que quase um em cada quatro europeus já experimentou alguma droga ilícita.

“Estima-se que mais de 80 milhões de adultos, ou seja, quase um quarto da população adulta na União Europeia, já terão experimentado drogas ilícitas em algum momento das suas vidas”, diz o relatório, no qual se estima ainda que 2,3 milhões de jovens (15-34 anos) consumiram cocaína no último ano, que 1,3 milhões consumiram anfetaminas e que 1,8 milhões consumiram ‘ecstasy’.

Em mais de 80 páginas, o documento, que é apresentado em Lisboa, pelo comissário europeu responsável pela Migração, Assuntos Internos e Cidadania, Dimitris Avramopoulos, deixa ainda outras estimativas, como a de que, em 2013, cerca de 1,4 milhões de europeus receberam tratamento por consumo de drogas.

Relatório Europeu sobre Drogas
Portugal tem baixos índices de consumo e de tráfico de drogas em relação à média da União Europeia, de acordo com o último...

Em todo o documento, de 82 páginas, Portugal tem uma presença discreta, com exceção no número de diagnósticos de VIH atribuídos ao consumo de droga injetada - 7,4 casos por milhão de habitantes -, quando a média europeia é de 2,9 casos. Apenas cinco países estão acima de Portugal.

Nos restantes indicadores, os índices estão sempre abaixo da média europeia. No consumo de cocaína, por exemplo, a percentagem de consumidores adultos (15 a 64 anos) está em 1,2, quando a média da União Europeia (UE) é de 4,6%. Já a percentagem dos jovens que dizem ter consumido nos últimos doze meses é, em Portugal, de 0,4 e na Europa de 1,9.

Quanto ao consumo de anfetaminas, a prevalência em Portugal é de 0,5%, bastante menos do que a média da UE, 3,5%. Na Dinamarca, a prevalência em adultos, ao longo da vida, é de 6,6 por cento e, no Reino Unido, chega-se aos 11,1%.

No ‘ecstasy’, a tendência é a mesma: Portugal com uma prevalência (adultos, ao longo da vida) de 1,3%, contra os 3,6% da média europeia. Abaixo de Portugal, apenas estão a Grécia, o Chipre, Malta, Polónia e Roménia. Os índices mais altos pertencem à Irlanda (6,9) e ao Reino Unido (9,3).

Quanto à ‘cannabis’ (não há dados de Portugal quanto aos opiáceos), Portugal tem uma estimativa de prevalência de 9,4% (adultos, ao longo da vida) e a UE chega aos 23,3%. Os romenos são os que menos usaram ‘cannabis’ (1,6) e os que apresentam maiores consumos são os franceses (40,9), seguidos dos dinamarqueses (35,6) e dos espanhóis (30,4).

Segundo o relatório, em termos gerais as estatísticas referem-se a 2013 mas, por vezes, variam consoante o país, sendo sempre os mais atualizados. Nele compara-se ainda o número de mortes devido à droga por milhão de habitantes, tendo Portugal contabilizado 21 casos, o que dá três mortos por milhão, quando a média na UE é de 17,3 por milhão. A Estónia destaca-se com os seus 126,8 mortos por milhão de habitantes.

Quanto às apreensões de droga, Portugal está também numa posição intermédia. São 792 apreensões de heroína (o Reino Unido mais de 10 mil, a Espanha 6.502), 1.108 de cocaína (a Espanha mais de 38 mil), 48 de anfetaminas (a Alemanha mais de 12 mil), 80 de ‘ecstasy’ (o Reino Unido, quase quatro mil).

Nas apreensões de haxixe (resina de ‘cannabis’), o país tem algum destaque, com mais de três mil casos, nada comparado com as 180 mil apreensões em Espanha, as 17 mil do Reino Unido ou as 11 mil da Dinamarca. E Portugal volta a uma modesta posição, de novo, com as apenas 559 apreensões de marijuana, com 18 países a apresentarem números muito mais altos.

Com o nome “Relatório Europeu sobre Drogas 2015: Tendências e evoluções”, o documento hoje apresentado em Lisboa foi elaborado pela agência da UE de informação sobre droga (EMCDDA), assinalando 20 anos com esta edição.

Nele se destaca que o consumo da heroína está a diminuir, que os casos de contágio de sida devido a drogas diminuíram ou estabilizaram, que a ‘cannabis’ continua a ser a droga mais consumida e que quase todos os dias surgem novas drogas sintéticas, muitas vezes vendidas na internet.

Relatório revela
Em 2014 foram detetadas na União Europeia duas “novas drogas” por semana, substâncias psicoativas que normalmente provocam...

A um ritmo que está a preocupar as autoridades europeias, só no ano passado foram detetadas 101 novas substâncias, quando em 2013 tinham sido notificadas 81. Ao todo, diz o relatório, estão a ser monitorizadas 450 substâncias psicoativas (ou “novas drogas”), mais de metade delas identificadas nos últimos três anos.

Estas novas drogas sintéticas são essencialmente canabinóides (substitutos da ‘cannabis’) e catinonas (estimulante parecido com a anfetamina), e só em 2013 foram notificadas 35 mil apreensões destes produtos psicoativos, embora o relatório diga que o número é uma “estimativa mínima”.

“Na maior parte dos países da União Europeia (UE), o consumo destas substâncias parece ter uma prevalência baixa. Mas, apesar do consumo limitado destas substâncias este pode ser preocupante devido à elevada toxicidade que algumas apresentam”, alerta-se no relatório hoje divulgado em Lisboa, sede da agência europeia de informação sobre droga, que produz o relatório anual.

Assinalando 20 anos de monitorização, o “Relatório Europeu sobre Drogas 2015: Tendências e evoluções” reflete outras preocupações, como o papel “cada vez mais importante” da internet na oferta e comercialização de drogas aos europeus e a maior potencia e pureza dessas drogas.

Na internet, afirma-se no documento, estão disponíveis para venda tanto as novas drogas psicoativas como as tradicionais. A agência europeia identificou na última década cerca de 650 páginas na internet que vendem “euforizantes legais” aos europeus. A droga, explica a agência, tanto é vendida na chamada internet de superfície (acessível através de motores de busca comuns) como na “deep web”, o que é mais “preocupante” porque nessa internet criptada, onde tudo se vende e compra, é mais fácil o anonimato e usam-se pagamentos virtuais (‘bitcoin’).

Destacando que também as aplicações informáticas e as redes sociais têm um papel na compra e venda de droga, diz o relatório que “o crescimento dos mercados de droga em linha e virtuais constitui um grande desafio para a aplicação da lei e para as políticas de luta contra a droga”.

Quanto ao “aumento acentuado” da potência e pureza das drogas ilícitas consumidas na Europa diz a Agência que tal suscita preocupação com a saúde dos consumidores, que mesmo inconscientemente podem estar a usar produtos mais fortes. A inovação técnica e a concorrência do mercado são dois dos fatores que estarão a impulsionar esta tendência, justifica-se no documento.

Depois, acrescenta-se ainda, a Europa está confrontada com um mercado sobrelotado de estimulantes, no qual a cocaína, as anfetaminas, o ‘ecstasy’ e um crescente número de drogas sintéticas têm como alvo grupos de consumidores semelhantes.

A cocaína continua a ser a droga estimulante mais consumida na Europa, ainda que o uso esteja em queda.

No ano passado, cerca de 3,4 milhões de adultos consumiram, enquanto 1,6 milhões consumiram anfetaminas, com um “aumento acentuado” de consumo de alto risco (injetado).

Quanto ao ‘ecstasy’, a agência estima que, no último ano, 2,1 milhões de adultos o tenham consumido.

Pela terceira vez
Uma comissão da Administração de Medicamentos e Alimentos dos Estados Unidos vai debater, pela terceira vez, a viabilização do...

Se obtiver ‘luz verde’ por parte da entidade reguladora norte-americana tornar-se-á no primeiro medicamento a ser colocado no mercado para aumentar a libido feminina.

Duas tentativas anteriores (em 2010 e 2013) fracassaram depois de os especialistas terem considerado que os resultados sobre a efetividade do medicamento não eram convincentes.

O medicamento, que destinar-se-ia às mulheres na pré-menopausa, também apresentava efeitos secundários significativos, incluindo náuseas e tonturas.

A comissão de conselheiros da Administração de Medicamentos e Alimentos (FDA, na sigla em inglês) vai ouvir a apresentação de mais resultados de estudos clínicos por parte de especialistas tanto do lado a favor como do contra ao medicamento.

E, no final do dia, essa comissão vai votar se aprova ou não o medicamento, numa decisão que, apesar de não ser vinculativa, regra geral é adotada pela entidade reguladora.

Estudo
As mulheres entre os 50 e os 69 anos que efetuam mamografias regularmente, a cada dois anos, reduzem em 40% o risco de morrer...

O trabalho, publicado no “New England Journal of Medicine”, indica que para as mulheres que não realizam o exame esse risco baixa em 23%.

Este estudo foi desenvolvido por especialistas de seis países que avaliaram os impactos positivos e negativos dos diferentes métodos de despistagem do cancro da mama, com base numa análise de resultados de 11 ensaios clínicos controlados, bem como de 40 estudos de observações.

Os trabalhos foram coordenados pela Agência Internacional de Investigação sobre o Cancro (IARC), um organismo da Organização Mundial de Saúde (OMS).

As conclusões contribuirão para uma atualização do manual da IARC sobre a despistagem do cancro mamário, cuja última edição remonta a 2002.

“Esta análise importante, deverá, esperamos, esclarecer as mulheres no mundo sobre o efeito da mamografia nas suas vidas e que a despistagem do cancro da mama é essencial para o diagnóstico precoce, que faz reduzir a mortalidade”, afirmou o professor Stephen Duffy, da Universidade “Queen Mary”, em Londres, um dos co-autores.

Este estudo confirma estudos precedentes segundo os quais as mulheres entre os 50 e os 69 anos beneficiam mais das mamografias.

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