Astellas European Foundation Grant 2015
Até 31 de Julho, projetos de investigação na área de Uro-Oncologia podem candidatar-se ao prémio da Astellas European...

A bolsa de investigação visa distinguir e apoiar a implementação de projetos com potencial para proporcionarem avanços na compreensão da medicina e da saúde na área de Uro-Oncologia.

Como explica Alberto Aguiar, Diretor-geral da Astellas em Portugal, “com este prémio pretendemos incentivar o desenvolvimento em Uro-Oncologia proporcionando as condições necessárias aos investigadores para manutenção ou materialização da sua investigação que pode gerar grandes avanços científicos nesta área. É com enorme orgulho que anunciamos a abertura das candidaturas em Portugal e esperamos contar com participações nacionais.”

As candidaturas estão abertas a projetos de investigação individuais ou de equipas de instituições ou unidades de investigação.

As candidaturas devem ser enviadas para o endereço [email protected] até 31 de julho, utilizando o formulário de candidatura.

Para mais informações, consulte o  regulamento ou contacte a Astellas Farma Portugal.

Estudo
Um estudo publicado na revista norte-americana Circulation concluiu que os refrigerantes e outras bebidas açucaradas podem...

Segundo o estudo, divulgado na segunda-feira, estima-se que 133 mil pessoas tenham morrido em todo o mundo devido a diabetes, 45 mil a patologias cardiovasculares e 6.450 a cancros associados ao consumo deste tipo de bebidas.

“Muitos países no mundo apresentam um elevado número de mortes causadas por um único fator dietético – os refrigerantes e outras bebidas açucaradas (...), pelo que reduzir significativamente [o seu consumo] ou eliminá-las da dieta deve ser uma prioridade à escala planetária”, defendeu Dariush Mozaffarian, o principal autor do estudo e decano da Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade de Tufts, em Boston (Massachusetts).

As estimativas de consumo foram efetuadas a partir de 62 inquéritos alimentares preenchidos por 611.971 pessoas entre 1980 e 2010 num total de 51 países.

Os investigadores também estimaram as quantidades de açúcar disponíveis, a nível nacional, em 187 países e estabeleceram uma analogia entre a incidência da diabetes, de patologias cardiovasculares e cancro segundo zonas geográficas e as suas populações.

O impacto do consumo de sodas e de outras bebidas açucaradas sobre a mortalidade varia significativamente entre as diferentes populações, oscilando entre uma taxa inferior a 1% entre os japoneses com mais de 65 anos, até 30% entre os mexicanos com menos de 45 anos.

Entre as 20 nações mais populosas, o México teve durante o período do estudo a taxa de mortalidade anual mais elevada, atribuída ao consumo dessas bebidas, com 405 mortes por cada um milhão de adultos, ou seja, 24 mil no cômputo de um ano.

Os Estados Unidos situaram-se em segundo lugar, com 25 mil mortes por ano.

Cerca de 76% das mortes ligadas ao consumo de refrigerantes e de outras bebidas açucaradas ocorreram em países de baixos e médios rendimentos.

No total, a proporção de jovens adultos que sofrem de doenças crónicas como a diabetes, atribuídas ao consumo destas bebidas, mostrou ser maior do que a dos adultos mais velhos.

Investigadora de Coimbra
Uma investigadora da Universidade de Coimbra recebeu um prémio internacional por ter desenvolvido um estudo que demonstra o...

O estudo, anunciado pela Universidade de Coimbra (UC), evidenciou que "o decréscimo dos níveis da hormona estradiol altera o metabolismo das células ósseas, estando associado ao desenvolvimento de osteoporose, e que a reintrodução daquela hormona permite a recuperação do metabolismo normal das células".

Com este trabalho, que avaliou, pela primeira vez, o contributo do metabolismo das células ósseas na osteoporose após menopausa, a investigadora Ana Maria Silva, do Centro de Neurociências e Biologia Celular daquela universidade, foi galardoada com o "Prémio de Jovem Investigadora".

Segundo a investigadora, citada numa nota de imprensa da UC, "durante a menopausa o aparecimento da osteoporose pode estar associado a um declínio metabólico generalizado das células ósseas".

"Neste estudo, a hipótese centra-se na alteração do metabolismo dos osteócitos (células ósseas) em dois cenários: na presença e ausência de estradiol em ratos. A condição de menopausa dos ratos foi mimetizada através da retirada dos seus ovários", explicou.

O estudo, realizado num modelo animal, revelou que o estradiol tem um impacto marcante no metabolismo dos osteócitos.

A investigadora Ana Maria Silva justifica o trabalho com a "relação entre a menopausa e a osteoporose, que afeta 17% das mulheres portuguesas, em comparação com 2,6% dos homens, segundo dados da Sociedade Portuguesa de Reumatologia de 2013".

O trabalho tem vindo a ser realizado no Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC, no grupo de investigação "Mitocôndria, Metabolismo e Doença - Área de Menopausa, Envelhecimento e Metabolismo", sob a orientação da investigadora Vilma Sardão.

A investigação envolve uma equipa interdisciplinar, incluindo investigadores do Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto do Instituto Politécnico de Leiria e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

A distinção de Ana Maria Silva decorreu no quarto encontro conjunto da European Calcified Tissue Society (ECTS) e da International Bone and Mineral Society (IBMS), que decorreu em Roterdão, na Holanda.

Em 2014
As Termas do Luso registaram um aumento de 43% no número de utentes em 2014, valor em contraciclo com o setor que observou uma...

As Termas do Luso, detidas em 51% pela Malo Clinic e o restante pela Sociedade da Água de Luso, no concelho da Mealhada, distrito de Aveiro, registaram um total de 3.732 utentes em 2014 nas componentes de termalismo terapêutico e de spa termal, com o maior incremento a observar-se no spa termal (de 49%), que representa quase 80% do total de termalistas.

Estes resultados permitiram às termas uma subida para a 5ª posição no ranking do setor (estava em 10º lugar em 2013), o que significa que a renovação da estrutura com novos programas e parcerias mostra que esta "está no bom caminho", realçou o administrador Sérgio Franco.

A empresa continua com uma tendência de crescimento em 2015, com os dados de janeiro a maio deste ano a demonstrarem um incremento no número de utentes (27%) e também no volume de negócios, de 26%, informou.

Questionado, Sérgio Franco recusou-se a divulgar o valor do prejuízo registado em 2014, explanando que as termas são um "projeto a médio e longo prazo".

Sublinhando a inversão das Termas do Luso naquilo que é uma tendência nacional de decréscimo "nos últimos 12 anos", o administrador da empresa frisou que será possível alcançar a rentabilidade e que os acionistas têm capacidade para suportar o prejuízo.

Sérgio Franco falava durante uma conferência de imprensa realizada nas termas sobre o conceito "Termalismo e Nutrição", distinguido com o Prémio Especial do Júri na categoria de inovação da Associação Europeia de Spas.

O programa que alia o termalismo à alimentação saudável, lançado em 2014, já contou com a participação de "40 a 50 pessoas", e foi concebido numa altura em que as Termas do Luso procuram "ajustar as ofertas" às necessidades da sociedade atual, de forma a captar mais utentes, aclarou.

Durante a conferência, o presidente da Turismo do Centro, Pedro Machado, salientou a aposta da região no turismo de saúde e bem-estar, considerando ser necessário "valorizar a experiência" tida nesta área.

Núcleo de Estudos da Diabetes
A doença hepática afeta 30% dos diabéticos e, em Portugal, faltam especialistas que saibam avaliar as duas patologias como ...

Profissionais de saúde das áreas da hepatologia e da diabetologia vão refletir sobre estas ligações numa primeira reunião nacional sobre "Diabéticos e Fígado", que vai acontecer no próximo sábado, no Hospital de S. Pedro, em Vila Real.

"Há uma falta de consciência de que se está perante uma doença bipolar: existem doentes com doença de fígado que desenvolvem diabetes - muitas vezes associadas a essa própria doença -, e doentes com diabetes que vão desenvolver uma doença hepática secundária à própria diabetes", explicou Paulo Subtil, coordenador da Unidade Integrada de Diabetes do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro e promotor do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus (NEDM) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI).

Esta iniciativa, promovida pelo Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus (NEDM) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), vai refletir sobre os "maiores riscos para o doente" e "desafios adicionais no tratamento" associados à combinação das duas patologias, informou a SPMI em comunicado.

Nos países desenvolvidos, a cirrose é responsável por 12% das mortes em pessoas com diabetes, pelo que "é essencial criar abordagens terapêuticas adequadas a estes doentes", uma vez que a coexistência destas patologias representa "uma maior limitação dos fármacos disponíveis e interações medicamentosas mais complexas".

"Nós estamos muito pouco atentos a este pormenor, pelo que consideramos sempre as duas doenças separadamente e não a sua unificação numa só entidade clínica, o que levanta alguns problemas a nível do diagnóstico, da orientação e da terapia", referiu Paulo Subtil, acrescentando que "alguns clínicos sentem receio no tratamento destes doentes".

A SPMI considera que a relação entre a diabetes e a doença hepática se encontra "pouco explorada do ponto de vista da investigação" e, uma vez que "a presença de uma das patologias pressupõe o aparecimento da outra em 30% dos casos", quer promover uma maior partilha de conhecimento.

"É importante que os vários especialistas reconheçam esta relação bidirecional entre as duas patologias, compreendendo que este é um grupo específico de doentes, em que o habitual esquema de referenciação por especialidade pode não ser suficiente", indicou o médico, sublinhando que "é essencial uma integração de conhecimentos para prover a melhor solução possível".

Paulo Subtil confessou, ainda, que "o pouco que se sabe prende-se com curiosidades científicas que se vão apanhando e se vão somando (...) [pela mão de] alguns curiosos que, nos últimos anos, têm refletido um bocado sobre estes assuntos".

Neste contexto, o NEDM organizou esta reunião, inédita em Portugal, que vai discutir uma "visão holística do doente, que permite abordar estes casos como um todo, sendo o elo entre as diferentes especialidades", indicou o médico.

A partir de quarta-feira
Uma nova caneta com adrenalina, usada em casos de reação alérgica grave, estará à venda nas farmácias a partir de quarta-feira,...

Até hoje, estava à venda no mercado o Anapen, uma seringa pré cheia de adrenalina (epinefrina), que está inserida num dispositivo de injeção automática, que é usada no tratamento de emergência de reações alérgicas graves ou de anafilaxia.

O abastecimento deste produto registou nos últimos tempos várias dificuldades.

Um responsável da distribuidora da Anapen (AMDPassos) explicou que as dificuldades no abastecimento se deveram às alterações nas regras europeias, que obrigaram à mudança do Resumo das Características do Medicamento (RCM).

Uma dessas alterações foi a recomendação ao doente para este ter sempre consigo duas canetas, pois a seguir a uma crise e à administração da adrenalina, existe um forte risco de se registar um novo ataque.

As alterações do dossier deste medicamento estão atualmente nas mãos do organismo que regula o setor, o Infarmed, acrescentou a mesma fonte, garantindo que o Anapen nunca deixou de estar no mercado, mas através de uma autorização excecional e importado de França.

Este responsável acredita que, em agosto, o processo estará concluído, altura em que deverão estar no mercado dois medicamentos, uma vez que o Infarmed anunciou hoje que as farmácias vão disponibilizar, a partir de quarta-feira, o Epipen.

Trata-se, tal como o Anapen, de “um novo medicamento de emergência para as reações alérgicas agudas que pode ser administrado pelo próprio doente”.

O Epipen é vendido nas dosagens de 150 e de 300 microgramas, numa solução injetável em seringa pré cheia.

“Este medicamento destina-se a ser usado como dispositivo de emergência para autoadministração de epinefrina (adrenalina), por pessoas sem formação médica nem treino de enfermagem, em situações cujo atendimento médico imediato não esteja disponível, de forma a evitar situações de risco de vida por choque anafilático”, prossegue o comunicado do Infarmed.

Tanto o Anapen como o Epipen são Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM) e comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), custando cerca de 50 euros por seringa para o utente.

Em Portugal são vendidas anualmente menos de 7.000 seringas de Anapen.

Alerta da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia
As cirurgias para mudança da cor dos olhos são um procedimento estético que começa a ganhar popularidade um pouco por todo o...

Nestes procedimentos de caráter meramente estético, a aplicação repetida de laser na íris ou a colocação intraocular de um implante entre a íris e a córnea pretendem transformar olhos castanhos em olhos azuis.

A cor castanha dos olhos resulta de uma maior concentração de melanina na íris, um pigmento que se encontra presente também na pele. Com a aplicação de laser sobre uma íris castanha, a camada superficial de melanina é destruída, deixando-a com uma tonalidade azulada, isto é, com menos concentração de melanina. Os implantes de íris alteram a cor dos olhos através da colocação de um objeto estranho dentro do olho. Estes implantes não estão aprovados pelo Infarmed para uso intraocular pelo que a sua utilização é proibida no nosso país.

Maria João Quadrado, presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), explica que estas cirurgias podem levar a consequências graves para a visão inclusive à cegueira.

Apesar de não estarem aprovados no nosso país, a sua realização além-fronteiras tem-se verificado de forma crescente.

A redução irreversível da visão, pressão intraocular aumentada, glaucoma, catarata, lesão corneana, uveítes e inflamação intraocular são alguns dos riscos associados a estas cirurgias. A lesão da córnea pode levar à necessidade da realização dum transplante de córnea.

A presidente da SPO realça ainda que “é fundamental fazer a distinção entre estas cirurgias de outras realizadas através de laser, como é o caso das cirurgias para correção de erros refrativos, procedimentos seguros e amplamente estudados e realizados apenas por médicos oftalmologistas”.

Hélder Lourenço, Sexólogo Clínico Desportista
É um dos três sexólogos clínicos enfermeiros habilitados em Portugal.

Já foi treinador de Futsal, e hoje serve a modalidade através da Enfermagem. Fale-nos um pouco dessa sua vivência?

Enfº Hélder Lourenço (HL): Fui treinador de Futsal entre a época de 2009/10 e 2013/14, sempre na ASCRD da Casa do Benfica em Viseu, escalões de formação e competição (Iniciados, Juvenis e Juniores). Foi em 2008 que aceitei um convite desta associação com o intuito de ser o Enfermeiro do clube. Rapidamente, e talvez devido à falta de recursos humanos existentes e após um ano de experiência como adjunto, não sendo esse o meu objetivo inicial, fui novamente convidado a ser o treinador principal do escalão recém-formado de Iniciados, que acabei por assumir concomitantemente com o de enfermeiro do clube.

Sem dúvida foram excelentes anos de aprendizagem mútua entre um inexperiente técnico, com imenso gosto pela modalidade, e os seus jovens jogadores que estavam a iniciar a sua conturbada adolescência, com todas as dúvidas, dificuldades, princípios e personalidades que fazem parte integrante da mesma. Aí submergiu uma qualidade até então pouco visível, mas que veio a ser reveladora e muito importante nos dias de hoje, uma liderança forte, personalizada, assertiva e muito empática que, conjuntamente com o respeito que sempre nutri pelos vários intérpretes do jogo, permitiu granjear amizades que perduram. Aprendi a controlar as principais emoções, por forma a não extravasar as mesmas no momento errado, que sem dúvida seria prejudicial para aqueles que formalmente representava. Posso dizer, com algum laivo de vaidade, que nunca fui expulso ou mesmo adoestado por comportamento ou comunicação incorreta, o que nos dias de hoje, e para quem conhece o mundo do desporto distrital, não é muito fácil!

Acabei por pedir à direção do clube para me dispensar de qualquer cargo mais exigente relativamente ao tempo necessário para o desenvolver, em virtude de as funções que exerço na Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros me ocuparem e me merecerem toda a disponibilidade possível por forma a melhor conseguir atingir os objetivos que tinha abraçado com o atual mandato social dos órgãos. Sempre perfilhei o desidrato de que para se realizar bom e profícuo trabalho temos de ter a disponibilidade, também mental, para o conseguir. No último ano em que treinei já não o conseguia fazer de forma adequada e merecedora para com os desportistas que ensinei, pelo método desportivo, a serem melhores e homens mais capazes num futuro próximo. Isso, meu caro, eu não podia permitir…

Como consegue conciliar a Enfermagem com o desporto? Foi a paixão pelo Benfica que também o levou ao futebol?

HL: Como não podia deixar de ser, o meu pai, fervoroso amante do futebol e ainda mais do glorioso S.L. Benfica, sempre me incentivou desde pequeno a ouvir os relatos, a ver os jogos, alegrando-me com as vitórias, entristecendo-me com as derrotas e compreendendo o que era a tal “mística”. Daí a eu próprio assumir esse papel de forma verdadeira e sincera foi um ápice. Como todos os jovens, adorava jogar futebol, mas apenas o conseguia fazer nos poucos intervalos escolares ou nas ruas da aldeia de onde sou natural (S. Salvador – Viseu). Inventava grandes fintas e marcava golos que sonhava serem memoráveis, mas que não passaram disso, pois nunca os meus pais tiveram a possibilidade de me poderem levar a treinar a equipas profissionais que existiam na altura perto da cidade onde estudei.

Muitos anos mais tarde tentei realizar aos meus filhos os seus sonhos, que no fundo também eram meus, e que talvez por serem rapazes e sempre viverem no mundo do desporto, desde muito cedo decidiram enveredar também pela prática desportiva, ambos no futebol. O mais velho acabou também por praticar futsal até aos dias de hoje. Neste contexto, e com a presença assídua e quase diária nos treinos e nos jogos, quer minha, quer da minha esposa (igualmente enfermeira), sempre considerei que teríamos maior utilidade ajudando igualmente o clube/associação onde os nossos filhos praticassem desporto, assumindo o papel de Enfermeiros dessas equipas, onde tivéssemos papel ativo, não só nos cuidados emergentes de bem-estar, procurando sempre a satisfação dos jogadores, mas também na promoção da saúde e na prevenção de complicações. Tudo sempre dentro de um enquadramento conceptual onde a saúde, o atleta e o ambiente que nos rodeia originava os melhores cuidados de enfermagem que em qualidade poderíamos prestar.

Com toda esta aprendizagem, partilha e adaptação constante à evolução, quer das exigências desportivas, quer das performances dos atletas, e como continuo a adorar o uso da metodologia desportiva como fonte de prazer e de saúde, fui em 2014 convidado pela nova direção de um dos clubes desportivos mais antigos da cidade de Viseu, que assinalou nessa altura 90 anos de existência, a organizar os cuidados de saúde e logicamente de enfermagem de toda a coletividade. No seguimento do convite, sou atualmente o coordenador do corpo clinico do Sport Viseu e Benfica (quem diria!?...), que é constituído por enfermeiros, médico, fisioterapeuta e massagista, e que tem ao seu cargo cerca de 500 atletas nas modalidades de Futebol, Ténis de Mesa e Atletismo. Não sendo uma tarefa fácil, com uma boa metodologia de trabalho, organização e muita paixão pelo que fazemos, consegue-se conciliar a essência do saber SER, do saber ESTAR e do saber FAZER da enfermagem com o bem-estar biopsicossocial que a atividade desportiva nos privilegia diariamente, contribuindo ao mesmo tempo para uma maior visibilidade social desta profissão.

E a conciliação dessas várias vidas com atividades associativas e cívicas?

HL: Conciliar várias atividades associativas, cívicas e desportivas com a vida profissional e familiar nunca foi tarefa fácil, principalmente porque as mesmas carecem de disponibilidade temporal, mas sobretudo de mental e até física. Felizmente, e além da minha procura incessante pelo conhecimento e pela melhoria contínua, e sobretudo por não ser apenas mais um, mas sim uma força motivadora, integradora e sobretudo interventiva junto da sociedade a que pertenço, tenho um suporte familiar que compreende e até integra algumas destas intervenções, auxiliando mutuamente a realização das mesmas, planificando e adequando as realidades às necessidades mais urgentes, tendo sempre em consideração as preferências ou as escolhas individuais, mas sempre em prol de um bem comum. Tento estar onde posso ser necessário. Nem sempre o consigo, é verdade, mas na medida do possível penso ter conseguido fazê-lo, apesar das contingências, das dificuldades, do sofrimento e da incapacidade de não ser omnipresente.

Que contributos dessas experiências leva para a Enfermagem?

HL: Tal como já descrevi, neste percurso de vida, algum dele realizado de forma espontânea e sem planeamento prévio, limito-me a aproveitar as experiências que se me depararam. Foram muito ricas em todas as vertentes humanas, quer pessoais, quer profissionais. Se repararmos, e basta pensarmos um pouco no constructo de um enfermeiro, a arte do cuidar, de intervir, de formar, de ensinar, de auxiliar, de capacitar, de empatizar, de liderar, de prescrever, de trabalhar, de suplantar, de readaptar, de pensar e de amar, necessárias para um desenvolvimento profissional tido como adequado e essencial, foram sem dúvida nenhuma experienciadas no caminho que fui fazendo até aos dias de hoje. Claro que nem sempre esse caminho foi bem-sucedido, mas no geral poderei dizer que sou muito mais o que assimilei e fui aprendendo com quem me fui cruzando, do que a simples e masoquista carga genética que nasceu e cresceu comigo. No fundo, considero que aquilo que sou o devo essencialmente às pessoas, à sua humanitude, à sua capacidade de se superarem, à sua necessidade de buscarem insistentemente a felicidade plena. Ou, por outro lado, à sua incapacidade de lidarem com a finita corporalidade de serem simplesmente um recipiente de emoções!

Sou adepto do trabalho multidisciplinar, que nesta área da saúde é fundamental, desde que cada par saiba desempenhar as suas funções, saiba qual o seu papel no seio do grupo, sempre de forma honesta, íntegra e respeitadora. Considero que o enfermeiro é o pilar da equipa e pessoa de referência para o cidadão. Saibamos nós intervir e mostrar as nossas capacidades técnicas e comunicativas, pois, tal como refere o desígnio fundamental da OE, ele é o defensor da qualidade dos cuidados prestados ao cidadão. Essa aprendizagem foi na sua grande parte construída no seio das experiências dos vários grupos por onde passei, e que consolidaram este desidrato: pelas pessoas, com os enfermeiros!

É também um dos primeiros enfermeiros em Portugal formados em sexologia… O que mais o seduz enquanto terapeuta sexual?

HL: Realmente tive a sorte de integrar em 2010 o V Curso de Pós-Graduação em Terapia Sexual, da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clinica, o único em Portugal que nos atribui o título de “Sexólogo Clinico”. Este foi até à data o primeiro e o único que abriu vagas a profissionais de enfermagem (??), lógica bastante questionável e que já foi motivo de uma carta de protesto dirigida à direção da referida sociedade. Somos apenas 3 enfermeiros no país com esta competência aprovada, sendo que apenas dois trabalham nesta área específica.

Todos os seres humanos são, do ponto de vista biológico, seres sexuados. A sexualidade, porém, vai muito além da anatomia ou fisiologia. Ao longo dos anos a nossa sexualidade ou o modo como a vivenciamos vai sendo diferente. A sexualidade integra o conhecimento, as atitudes, os valores e os comportamentos dos indivíduos. A expressão da sexualidade é influenciada por fatores de natureza ética, espiritual, cultural e moral. É importante que as experiências e vivências da sexualidade sejam sempre fontes de bem-estar, para nós e para os outros com quem as partilhamos. Desde que me formei em enfermagem - sendo esta área considerada uma necessidade humana básica - tentei alargar sempre os meus horizontes e integrar esta procura na arte de bem cuidar. Nos dias que correm isso ainda não é tarefa fácil, quanto mais há 20 anos atrás… Percebi que, mais do que um mero executor de técnicas, conseguia desde cedo ser empático, assertivo e comunicativo o bastante para criar nos utentes/cidadãos a confiança necessária e suficiente no derrube de barreiras tidas como inultrapassáveis, o que originava uma capacidade de abertura, ajuda e relacional surpreendentes. Apenas me faltava a componente técnico-científica, que vim a adquirir mais tarde.

É um grande desafio para um terapeuta responder às solicitações de uma vivência sexual mais duradoira numa sociedade de crescente longevidade?

HL: As dificuldades e dúvidas relacionadas com a sexualidade, como a falta de desejo sexual, disfunção erétil, dificuldades da excitação sexual feminina, ejaculação prematura, dificuldades do orgasmo, dor durante as relações sexuais, insatisfação sexual, e outros problemas relacionais ou conjugais associados à esfera sexual, são alguns dos principais problemas que afetam a saúde sexual dos portugueses e que os levam a procurar ajuda especializada. A prevenção e possível solução para estas problemáticas passa muito pela abertura em assumir os problemas a este nível, e em procurar ajuda terapêutica, numa perspetiva de crer que a saúde em termos gerais passa, inevitável e incontornavelmente, pela saúde sexual.

Considero que é aqui que o terapeuta sexual entra, pois continua a haver bastante resistência em queixar-se ou procurar ajuda junto dos profissionais de saúde no que toca a problemas relacionados com a sexualidade. Em parte porque continuam a existir tabus e preconceitos relacionados com o assunto, muitas vezes dos próprios profissionais, mas também por desconhecimento e dúvidas acerca do local ou a que profissional devem recorrer. É aqui que o enfermeiro, com competências nesta temática, poderá ter um papel de extrema importância, aliando a sua capacidade de diagnosticar, de decidir autonomamente e de intervir prescritivamente, à prática diária baseada na evidência científica. Pode muito bem assumir o papel de “pivô” ou técnico de referência do utente ou casal que procura uma vivência sexual mais duradoira e satisfatória.

Neste sentido, sempre lutei para que existisse uma consulta multidisciplinar de sexologia no centro hospitalar onde exerço as minhas funções, capaz de dar resposta a toda esta imensidão de dificuldades. O trabalho em equipa é, na minha opinião, a melhor e mais cabal forma de dar uma resposta eficaz e adequada a todo o tipo de problemáticas/disfunções que abrangem a sexualidade humana. Tive a felicidade de ter encontrado as pessoas certas no momento certo, que igualmente partilhavam dos meus ideais. Conjugando um urologista, uma psiquiatra, uma ginecologista, uma psicóloga e um enfermeiro (estes últimos com formação em sexologia clinica), todos motivados e ávidos de saber, inaugurámos em setembro de 2006 a Consulta de Sexologia do Centro Hospitalar Tondela Viseu, EPE, a 2ª na zona centro do País (havendo uma outra no CHUC em Coimbra). Permanece até aos dias de hoje com números cada vez mais dilatados, a não conseguimos dar resposta em tempo oportuno pelo número exponencial de utentes que nos procuram.

 

Nota Biográfica:
Hélder Abel Chaves Ferreira Lourenço nasceu em 1969.
Iniciou a atividade de enfermeiro em Janeiro de 1992 no Hospital Distrital de Lamego. Desde 1995 exerce no Hospital São Teotónio de Viseu (Centro Hospitalar Tondela-Viseu, EPE).
É Enfermeiro Especialista em Saúde Mental e Psiquiátrica desde 2001.
Em 2012 é uma dos três enfermeiros em Portugal a obter o grau de Sexólogo Clínico, pela Sociedade Portuguesa de Sexologia (SPSC).
Desde janeiro de 2012 é Presidente do Conselho de Enfermagem Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros.
É secretário e tesoureiro da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Saúde Mental (SPESM).

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Em França
A portuguesa Suzette Fernandes, vice-presidente da associação dos doentes com miofascite macrofágica (E.3M.), luta há vários...

A "luta" é comparada a "um combate de David contra Golias", depois de Suzette ter descoberto, em 1999, que sofria de miofascite macrofágica, uma doença muscular rara, associada ao hidróxido de alumínio utilizado como adjuvante em certas vacinas.

"Temos andado a lutar para que os laboratórios abandonem o hidróxido de alumínio nas vacinas", explicou a portuguesa, defendendo o uso de uma vacina sem alumínio, à base de "fosfato de cálcio que não danifique o sistema imunitário", como a DT Polio Mérieux retirada do mercado francês em 2008.

Nesse ano, a comercialização da vacina DT Polio Mérieux foi suspensa pela farmacêutica Sanofi Pasteur MSD por alegado "aumento de efeitos indesejáveis não graves", mas Suzette Fernandes avançou que uma investigação da sua associação desmentiu essas conclusões, levando, em janeiro do ano passado, à apresentação de uma queixa-crime contra a farmacêutica por alegada "falsificação de dados". A justiça ainda não se pronunciou.

No início do mês de junho, a associação E.3M. apresentou, também, 50 pedidos de indemnização de doentes com miofascite macrofágica junto do "Office national d'indemnisation des accidents médicaux" (departamento francês de indemnização de acidentes médicos).

Em 2012, Suzette e vários membros da E.3M. fizeram uma greve de fome na praça da Bolsa, no centro de Paris, tendo conseguido um financiamento de 150 mil euros para a investigação sobre a toxicidade do alumínio na composição das vacinas.

A associação foi criada em 2001 no hospital Henri Mondor de Créteil, nos arredores de Paris, contando atualmente com cerca de 300 membros, ainda que Suzette Fernandes aponte para "entre 1000 a 1500 pessoas com miofascite macrofágica em França".

"Trabalhamos em parceria com o Hospital Henri Mondor, com o ministério francês da Saúde, somos recebidos regularmente pelo diretor geral da saúde, somos apoiados por mais de cem deputados e senadores. Trabalhámos para o reconhecimento da doença e agora temos de trabalhar para suprimir o hidróxido de alumínio", continuou.

Para Suzette Fernandes, o próximo passo é criar uma associação similar em Portugal "que possa beneficiar do trabalho já feito" pela associação francesa e para permitir que os doentes em Portugal acedam ao mesmo tratamento que em França.

"O objetivo é dar a conhecer a doença. Portugal é o país mais vacinador da Europa. Há muitos doentes de fibromialgia que poderão ter miofascite macrofágica e que o ignoram porque os médicos não andam a fazer o diagnóstico por não conhecerem a doença. A doença é calada e ninguém fala do problema do alumínio nas vacinas", continuou.

A miofascite macrofágica, que é rara, caracteriza-se por cansaço crónico, dores musculares e articulares e dificuldades neurocognitivas, afetando sobretudo a memória e a audição.

Estudo
Sem saber muito bem por quê, a música é uma das poucas armas que os terapeutas têm para enfrentar o avanço da doença de...

O lobo temporal, a parte do cérebro que vai da fronte até à área posterior do ouvido, é, entre outras coisas, a discoteca dos humanos, revela o Diário Digital. Ali se administra a nossa memória auditiva, incluindo as canções.

Estudos com vítimas de lesão cerebral apoiam a ideia de que guardamos a música numa rede concentrada nessa zona. Entretanto o lobo temporal também é o que sofre primeiro os danos da doença de Alzheimer. Como se explica então que muitos doentes não saibam o seu nome ou como regressar a casa, mas reconheçam aquela canção que os emocionou décadas atrás? Como alguns pacientes são incapazes de articular palavras, no entanto cantarolam temas que fizeram sucesso quando ainda tinham memória?

Para tentar responder a essas perguntas, cientistas de vários países europeus liderados por neurocientistas do Instituto Max Planck de Neurociência e Cognição Humana em Leipzig (Alemanha) realizaram uma dupla experiência. Por um lado, procuraram quais as zonas do cérebro que são ativadas quando ouvimos canções. Por outro, uma vez localizadas, analisaram se nos doentes de Alzheimer essas áreas cerebrais apresentam algum sinal de atrofia ou, pelo contrário, resistem melhor à enfermidade.

Para localizar onde o cérebro guarda a música, os investigadores fizeram cerca de 30 indivíduos saudáveis ouvir 40 trios de canções. Cada trio era formado por um tema muito conhecido tirado das listas de sucessos desde 1977, canções de embalar e música tradicional alemã. As outras duas canções eram semelhantes à primeira em estilo, tom, ritmo ou estado de espírito, mas foram escolhidas entre os fracassos musicais, que não ficaram conhecidos.

Segundo explicam na revista Brain, o projeto baseou-se na hipótese de que a experiência de ouvir música é, para o cérebro, diferente da de recordá-la e em ambos os processos intervêm redes cerebrais diferentes.

Durante as sessões, a atividade cerebral dos voluntários foi registada mediante a técnica de imagem por ressonância magnética funcional (fMRI na sigla em inglês). Comprovaram que a música se aloja em zonas do cérebro diferentes das áreas onde são guardadas outras lembranças.

“Pelo menos os aspetos cruciais da memória musical são processados em áreas cerebrais que não são habitualmente associadas às memórias episódica, semântica ou autobiográfica”, diz o neurocientista do Max Planck e co-autor do estudo Jörn-Henrik Jacobsen. “Mas é preciso ser muito cauteloso quando afirmamos algo tão absoluto quanto isto”, acrescenta, prudente. Concretamente, as áreas que mostraram maior ativação ao lembrar as canções foram o giro cingulado anterior, situado na zona média do cérebro, e a área motora pré-suplementar, situada no lobo frontal.

Parte dessa prudência pode proceder da metodologia que seguiram para realizar a segunda parte da pesquisa. O ideal teria sido estudar a localização das recordações musicais diretamente nos doentes, e não na população saudável. Mas, como indica Jacobsen, não é fácil conseguir que um número significativo de pacientes participe de um trabalho como este.

Com pequena amostra de sangue
Um novo teste realizado com uma pequena amostra de sangue é capaz de revelar em poucos minutos se uma pessoa está contaminada...

Os investigadores compararam este teste, feito com uma picada no dedo do paciente, com o método tradicional de extrair uma amostra de plasma e enviá-la para o laboratório, e concluíram que o novo teste é mais rápido e sensível para diagnosticar se uma pessoa tem o vírus.

O teste, denominado “Rapid Diagnostic Test” (Teste de diagnóstico rápido ou RDT), permitirá reduzir o tempo de espera que normalmente é necessário para confirmar se um paciente sofre de ébola, identificar possíveis contágios e, por último, conter a expansão do vírus.

Neste estudo, 106 pacientes suspeitos de terem sido infetados pelo ébola foram admitidos em Fevereiro num centro de diagnóstico da Serra Leoa, onde foram testados com o novo método e pelo sistema de recolha tradicional.

Os pesquisadores compararam as duas e descobriram que o novo teste oferece resultados mais precisos num espaço mais curto de tempo.

A diretora associada do Laboratório de Diagnóstico de Doenças Infeciosas do Hospital Infantil de Boston (EUA), Nira Pollock, assinalou que “em algumas ocasiões os resultados de laboratório demoram muitos dias a saírem”.

“Atrasos como este não só provocam erros de diagnóstico e de tratamento, mas faz com que pacientes que não foram infetados entrem em unidades de tratamento onde podem se contaminar”, destacou Pollock.

Além disso, a especialista em infeção do Hospital Infantil de Boston ressaltou que “este novo teste é capaz de detetar o vírus do ébola em amostras como uma pequena gota de sangue na roupa de cama, e pode ajudar na luta contra o vírus”.

De acordo com a co-autora do estudo e médica na organização sem fins lucrativos Partners in Health, de Boston, Jana Broadhurst, “este teste pode ter um impacto imediato no cuidado dos pacientes e no controlo das infeções”.

Segundo especialistas
Os especialistas em qualidade de água do Centro de Controlo de Doenças e Prevenção, órgão federal dos EUA, lançaram uma...

Segundo o estudo, realizado pela empresa Survata, a pedido do Centros de Controlo de Doenças e Prevenção (CDC, sigla em inglês), quase metade dos americanos pesquisados acredita que há produtos químicos adicionados à água da piscina que detetam a urina e tornam a água vermelha, revela o Diário Digital. Isso é um mito. Outros 71% culpam o cloro pelos olhos vermelhos dos nadadores. Isso também é mito. Porém a causa real dos olhos vermelhos é ainda mais “ardida” que o cloro.

“Cloro e outros desinfetantes são colocados nas piscinas para destruir os germes. Urinar na piscina esgota o cloro, causa irritação nos olhos e torna-os vermelhos”, afirmou a chefe do programa de natação saudável do CDC, Michele Hlavsa. Segundo ela, a solução para tratar os olhos vermelhos seria simplesmente a "cortesia" de não urinar na piscina.

“Os olhos dos nadadores são o real indicador de que há xixi na piscina”, completou o CEO da NSPF (Fundação Nacional de Piscinas, em português), Thomas M. Lachocki, em entrevista ao site da fundação.

“O cheiro de cloro na piscina não é de cloro, mas sim dos produtos químicos resultantes do encontro do cloro com o xixi, suor e sujidade do corpo dos nadadores”, concluiu Chris Wiant, um dos responsáveis pelo Conselho de Qualidade da Água e de Saúde do CDC.

A pesquisa da Survata foi realizada com 1.500 cibernautas entre 23 e 28 de Abril de 2015. A margem de erro é de 2,5%.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Vinte concelhos dos distritos de Santarém, Castelo Branco, Coimbra, Leiria, Guarda e Viseu apresentam hoje risco máximo de...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em risco máximo de incêndio estão os concelhos de Sardoal e Mação (Santarém), Vila de Rei, Sertã, Oleiros (Castelo Branco), Pampilhosa da Serra, Góis, Arganil (Coimbra), Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande, Castanheira de Pera (Leiria), Sabugal, Guarda, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Aguiar da Beira, Trancoso (Guarda) e Sernancelhe, Moimenta da Beira e Vila Nova de Paiva (Viseu).

O IPMA colocou também em risco muito elevado e elevado de incêndio vários concelhos de todos os distritos de Portugal continental (18).

O risco de incêndio determinado pelo IPMA engloba cinco níveis, que podem variar entre reduzido e máximo.

O cálculo é feito com base nos valores observados às 13:00 em cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

Por causa do tempo quente, o IPMA colocou hoje sob aviso laranja os distritos de Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja entre as 00:00 e as 18:00.

O IPMA colocou também sob aviso amarelo os distritos de Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Santarém, Lisboa e Setúbal devido ao tempo quente entre as 00:00 e as 18:00 de hoje.

Também a Madeira está sob aviso amarelo desde as 00:00 e até às 18:00 devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima.

O aviso laranja implica uma situação meteorológica de risco moderado a elevado, enquanto o amarelo é o terceiro mais grave de uma escala de quatro e é emitido sempre existe uma situação de risco para determinadas atividades que dependem do estado do tempo.

O IPMA prevê para hoje no continente tempo quente com céu geralmente limpo, apresentando-se temporariamente nublado até meio da manhã no litoral da região centro e na faixa costeira sul.

Está também previsto vento fraco, soprando temporariamente moderado de noroeste no litoral oeste durante a tarde, neblina matinal no litoral da região centro e pequena subida da temperatura máxima nas regiões norte e centro, em especial no litoral.

Na Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado, apresentando-se geralmente pouco nublado nas vertentes sul da ilha, e vento fraco a moderado do quadrante norte.

Em Lisboa as temperaturas vão oscilar entre 19 e 35 graus Celsius, no Porto entre 16 e 28, em Vila Real entre 18 e 38, em Viseu entre 19 e 36, em Bragança entre 17 e 37, em Castelo Branco entre 23 e 42, em Portalegre entre 28 e 41, em Évora entre 18 e 40, em Beja entre 22 e 40, em Santarém entre 16 e 37, em Setúbal entre 18 e 27, em Faro entre 21 e 27 e no Funchal entre 21 e 25.

Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde emitiu um comunicado com uma série de recomendações aos cidadãos devido às previsões de valores de...

"Na sequência da previsão do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, para valores de temperatura muito elevados, especialmente da máxima, e após o registo de temperaturas máximas observadas próximo ou superiores a 40ºC no Alentejo, são emitidos alertas vermelhos, para dia 29 de junho de 2015, para os distritos de Portalegre, Évora e Beja e concelhos de Grândola, Alcácer do Sal e Santiago do Cacém", lê-se no comunicado da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Neste contexto, a DGS recomenda que os cidadãos tomem uma série de medidas preventivas, desde logo, que procurem ambientes frescos e arejados ou climatizados e evitem a exposição direta ao sol, principalmente entre as 11:00 e as 17:00.

Também é recomendado o aumento da ingestão de água ou de sumos de fruta natural sem açúcar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas, e uma atenção especial a grupos mais vulneráveis ao calor, tais como crianças, idosos, doentes crónicos, grávidas, pessoas com mobilidade reduzida, trabalhadores com atividade no exterior, praticantes de atividade física e pessoas isoladas e em carência económica e social.

Já os doentes crónicos ou sujeitos a dieta com restrição de líquidos, devem seguir as recomendações do médico assistente ou da linha Saúde 24 (808 24 24 24).

A DGS salienta que se deve contactar e acompanhar os idosos e outras pessoas que vivam isoladas, de forma a assegurar a sua correta hidratação e permanência em ambiente fresco e arejado.

Outra recomendação passa por assegurar que as crianças consomem frequentemente água ou sumos de fruta natural e que permanecem em ambiente fresco e arejado. E as crianças com menos de seis meses não devem estar sujeitas a exposição solar, direta ou indireta.

Quanto às grávidas são recomendados cuidados especiais: moderar a atividade física, evitar a exposição direta ou indireta ao sol e garantir ingestão frequente de líquidos.

De resto, é recomendada a utilização de protetor solar com fator igual ou superior a 30 e renovar a sua aplicação de duas em duas horas e após os banhos na praia ou piscina, que não devem ser frequentadas entre as 11:00 e as 15:00.

Os cidadãos devem utilizar roupa solta, opaca e que cubra a maior parte do corpo, chapéu de abas largas e óculos de sol com proteção ultravioleta, bem como escolher horas de menor calor para viajar de carro, sendo ainda recomendado que não permaneçam dentro de viaturas estacionadas e expostas ao sol.

Finalmente, deve-se evitar atividades que exijam grandes esforços físicos, nomeadamente laborais, desportivas e de lazer no exterior.

Investigação em saúde pública
Um programa europeu de saúde pública vai financiar em 12 milhões de euros vários projetos de investigação portugueses nas áreas...

Trata-se de 26 projetos de investigação em quatro áreas consideradas prioritárias, cujos contratos de concessão já foram assinados, a serem apresentados hoje.

O “Programa Iniciativas de Saúde Pública – EEA Grants PT 06” é um mecanismo financeiro do Espaço Económico Europeu 2009/2014 que tem como doadores a Noruega, a Islândia e o Liechtenstein, e financia projetos e iniciativas em 16 Estados Membros da União Europeia.

O objetivo deste programa é reduzir as desigualdades no acesso à saúde por parte dos cidadãos e reforçar as relações bilaterais entre as instituições dos vários países.

No âmbito da nutrição, vão ser apoiados dois projetos dirigidos a crianças, três dirigidos a idosos e dois dirigidos a grupos vulneráveis, com um financiamento total de mais de 2,6 milhões de euros.

Em suma, estes projetos visam, variando o grupo alvo, conhecer o seu estado nutricional, a prevalência dos problemas nutricionais, a promoção de uma alimentação saudável e barata e a capacitação dos profissionais de saúde para promover a saúde alimentar junto dos seus utentes.

Na área da saúde mental, os projetos visam desenvolver um modelo de gestão e financiamento dos prestadores de saúde para avaliar o desempenho do sistema nessa área, melhorar a saúde mental em situações de crise económica, um projeto-piloto para melhorar o tratamento de depressão e prevenção do suicídio, promover a saúde mental em crianças do pré-escolar, uma nova ferramenta para rastreio da depressão perinatal, melhorar o acesso aos cuidados de saúde mental por parte de filhos de pais com doença mental, capacitar os técnicos dos centros de saúde para tratar a depressão, e criar uma linha de cuidados em saúde mental junto da população juvenil, num total superior a 2,73 milhões de euros investidos.

No âmbito das doenças transmissíveis, propõe-se uma estratégia de triagem para diagnostico e tratamento da tuberculose, um inquérito serológico para conhecer a imunidade da população a doenças evitáveis por vacinação integrada no plano nacional de vacinação, reduzir e prevenir infeções associadas aos tratamentos, promover o diagnóstico precoce de doenças sexualmente transmissíveis através de rastreios realizados por ONG, estudar a prevalência de anticorpos contra hepatite E e riscos de infeção, e levantamento da infeção por estreptococos do grupo B para melhorar a saúde pública, tudo com um financiamento de mais de 1,6 milhões.

Na área dos sistemas de informação, pretende-se lançar um inquérito alimentar nacional e de atividade física, estudos piloto para melhorar os hábitos alimentares e o exercício físico através de aplicações tecnológicas, e um sistema de vigilância do estado nutricional dos idosos em lares, financiados por mais de 1,85 milhões de euros.

Já em desenvolvimento está um “projeto pré-definido”, que consiste num inquérito nacional de saúde que conjuga informação colhida por entrevista sobre o estado de saúde da população com uma componente objetiva de exame físico (medições e análises clínicas), com vista a estimar com rigor a prevalência de doenças e determinantes de saúde, tendo um custo financiado superior a 1,35 milhões de euros.

Em Espanha
Uma criança de seis anos, primeiro caso de difteria em Espanha desde 1987, morreu após um mês de luta contra a bactéria e de...

O anúncio foi feito pelo Hospital de Vall d'Hebron de Barcelona, onde a criança estava internada com difteria desde o fim de maio.

O tratamento foi adiado devido à dificuldade de encontrar a antitoxina na Europa, finalmente fornecida pela Rússia.

Nove crianças e um adulto que se relacionaram com a criança foram contagiados, sem no entanto desenvolver a doença, já que todos estavam vacinados, segundo os serviços de saúde da Catalunha.

O contágio da criança que os pais se recusaram a vacinar por receio dos efeitos secundários relançou a polémica sobre os riscos das vacinas e a ausência de vacinação.

“Lançamos um apelo aos pais: que vacinem os seus filhos”, declarou sábado o responsável da saúde da região da Catalunha Boi Ruiz, durante uma conferência de imprensa.

“Não há risco zero. Mas o que não se pode fazer é utilizar o facto de não haver risco zero para criar medo nos pais em relação às vacinas”, acrescentou.

“Acontecer uma coisa destas num país onde o acesso à vacinação é um direito gratuito e universal deve-nos, enquanto sociedade, fazer refletir”, acrescentou, salvaguardando que o nível de vacinação é “muito alto” em Espanha.

Em França, uma nova polémica surgiu com a morte de um bebé de sete meses que tinha recebido a injeção de duas vacinas contra a tosse convulsa, a hepatite B, a poliomielite, o tétano e a difteria.

Uma petição lançada por um especialista em cancro, Henri Joyeux, assinada por mais de 500 mil pessoas e criticada pelas autoridades francesas, denunciou a falta de vacinas diferenciadas e o perigo de uma nova vacina mais cara do que as antigas que protege de uma só vez contra seis doenças, mas que contém – segundo o especialista -“substâncias perigosas”.

A taxa de vacinação de crianças contra as doenças difteria-tétano-tosse convulsa é de 84% a nível mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde.

Nos Açores
A Ordem dos Psicólogos nos Açores defende a abertura de mais vagas nos centros de saúde e hospitais, mas também nas escolas,...

A delegação da Ordem dos Psicólogos nos Açores, que organiza em setembro o seu I Congresso, na cidade de Ponta Delgada, estima que existam atualmente 358 psicólogos a trabalhar em oito das nove ilhas açorianas, já que o profissional das Flores "presta também serviço no Corvo", a mais pequena ilha do arquipélago.

“Enquanto psicólogos e especialistas do comportamento humano, podemos trabalhar em qualquer área da sociedade. O que falta por vezes é realmente abrir mais vagas para os psicólogos trabalharem”, disse a presidente da delegação regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses, Maria da Luz Melo.

A responsável revelou que os números oficiais apontam para "10 psicólogos desempregados" na região - oito em São Miguel, um em Santa Maria e outro na Terceira.

Segundo Maria da Luz Melo, apesar de os números da Direção Regional do Emprego e Qualificação Profissional "não revelarem uma taxa muito alta de desempregados" entre a classe no arquipélago, é preciso "melhorar as condições de emprego" dos psicólogos nos Açores.

"Há pessoas com salários abaixo daquilo que gostaríamos”, frisou a presidente da delegação regional, lembrando que estes profissionais exercem a sua atividade "junto de crianças, adolescentes, adultos ou idosos, famílias, instituições públicas e privadas" ou em contextos comunitários.

Maria da Luz Melo considerou que também nos Açores há espaço para uma maior utilização do papel dos psicólogos, que podem trabalhar na área da saúde, na educação, em instituições de solidariedade social ou no seio das autarquias, na área da justiça, em empresas ou outras organizações públicas e privadas.

"Há estudos que comprovam que há um benefício para as empresas terem psicólogos nos seus quadros. Tanto podemos trabalhar numa escola, como numa empresa, numa câmara. Há também muitas áreas em que podemos trabalhar e em diferentes domínios, no caso da saúde nos cuidados paliativos, nos cuidados continuados, com pessoas portadoras de diabetes, com doentes do foro oncológico ou ainda ao nível da neuropsicologia”, defendeu.

A responsável lembrou que a Ordem institui um prémio nacional (Healthy Workplaces) que visa premiar locais de trabalho saudáveis.

O acesso dos psicólogos à formação contínua é outra questão que preocupa a delegação, que organiza, entre os dias 23 a 27 de setembro, no Teatro Micaelense, o I Congresso dos Psicólogos dos Açores, com oradores nacionais e internacionais "de renome" oriundos de "vários países da Europa e Estados Unidos da América" e que vão debater as diferentes áreas de intervenção da psicologia.

"Será um congresso internacional que será realizado pela primeira vez nos Açores com o objetivo de proporcionar aos colegas a oportunidade de debaterem áreas de intervenção com peritos nacionais e internacionais", salientou, lembrando os custos associados à formação no exterior do arquipélago, como estadia e passagens aéreas.

Maria da Luz Melo disse também que gostaria de ver novamente um mestrado gerido pela Universidade dos Açores, "como já chegou a existir", já que atualmente a academia açoriana tem apenas o 1º ciclo de estudos, ou seja, a licenciatura.

Isto implica a deslocação para o continente dos alunos do curso de psicologia que pretendam fazer um mestrado.

"É uma preocupação que nós temos e gostaríamos que essa situação fosse ultrapassada e voltasse a haver um mestrado como já existiu", declarou.

Paula Leite, presidente da ANAMP
Fundadora da Associação Nacional de Amputados, Paula Leite foi vítima de um atropelamento que lhe pr

Foi-nos proposta uma conversa motivadora e um discurso muito positivo de alguém que sofreu o infortúnio de lhe ter sido amputada uma perna, mas sem perder a vontade de caminhar com segurança e sempre em direcção a um futuro sorridente.

Cumpriu-se a proposta. O Atlas da Saúde falou com Paula Leite, mulher, mãe, cidadã portuguesa e presidente da Associação Nacional de Amputados. Confirmámos a boa disposição de Paula, mas também uma pessoa motivada, empreendedora e sobretudo lutadora. “Fui brutalmente atropelada por um automóvel, quando sinalizava uma avaria em plena faixa central. Marquei esse dia como o momento em que enfrentei a morte e, a partir daí, nada nem ninguém me podia fazer desistir de viver”, conta Paula Leite.

Esteve 18 dias em coma e descreve a dureza de como foi lidar com a sua nova condição, a de amputada. Questionou-se sobre tudo: “Porquê eu? O que fiz para merecer isto?”. Mas depressa percebeu que não valia de nada vitimizar-se, “não faria crescer a minha perna, nem mudaria em nada o que já tinha acontecido”, diz. A aceitação do novo “eu” foi a etapa seguinte, dura etapa, mas que sabia ser determinante para a sua felicidade. “Foi um processo lento, que durou alguns meses, mas, como em todas as perdas, é necessário enterrar o sucedido, fazer o luto e deixar, de uma vez por todas, de lamentar o sucedido. Eu tinha duas opções: esconder-me ou aceitar. Para ser feliz, aceitei”, descreve Paula Leite.

Durante muito tempo Paula Leite usou uma prótese que a fazia sangrar, lhe causava dor e que a obrigava a usar canadianas para suporte. A solução surgiu mais tarde com a amputação da perna acima do joelho. Com a prótese perfeita Paula voltou a sentir-se completa.

Apesar disso, a presidente lamenta que a sociedade ainda discrimine as pessoas com deficiência. “São vistas como humanos incapazes, inactivos e não produtivos. A pessoa com deficiência é vista como o resto de um todo”, diz.

Obstáculos e dificuldades

“A falta de sensibilidade por parte dos profissionais de saúde foi o primeiro e maior obstáculo” que Paula Leite vivenciou associada à “solidão e ausência de palavras de conforto e de esperança. Paula confessa que sentiu falta de apoio moral e psicológico, no próprio meio hospitalar. “Não tive alguém para me dizer que o mundo não tinha acabado e que, quando eu saísse do hospital usaria uma prótese e teria uma vida como antes da amputação”.

Ao fim de quatro meses de internamento Paula tem alta hospitalar e depara-se com outro tipo de dificuldade: as barreiras arquitectónicas. “Deparei-me com a falta de acessibilidades, com a dificuldade em subir e descer rampas ou escadarias muito íngremes. A falta de civismo e actos de cidadania eram uma constante no meu dia-a-dia. Os apoios técnicos limitados e as burocracias encontradas para resolver todos os problemas que a amputação me causou, foram, obviamente, obstáculos que encontrei no meu caminho”, refere.

Os apoios

Mas Paula é uma mulher determinada e a vida e a felicidade de estar viva foram as principais motivações para continuar a lutar contra as barreiras que foi encontrando. “O meu espírito foi o da determinação, o de provar a mim mesma que seria capaz de enfrentar qualquer desafio e qualquer obstáculo que se cruzasse no meu caminho”, assegura. A somar a esta determinação estava o suporte da família, dos amigos e do filho, o seu “grande pilar”: “foi ele que sempre me deu força e ânimo para continuar a ser o seu orgulho”. Também os profissionais de saúde que encontrou depois de seis anos de sofrimento foram um importante apoio para recuperar a qualidade de vida a autonomia. Houve mesmo uma época, passageira, que recorreu à ajuda psicológica para ultrapassar os maus momentos. Porém, conta, “sou uma pessoa optimista e cheia de sonhos, que acredita que as mudanças não acontecem por acaso. Sou tão optimista que acredito que um dia serei a primeira mulher a correr de prótese em Portugal e que todas as pessoas com membros amputados serão felizes como eu”.

Paula leite, a Presidente

A Associação Nacional de Amputados (ANAMP) é uma associação sem fins lucrativos criada em Dezembro de 2014 e que neste momento está na fase de angariação de sócios e de parceiros com vista à oferta de serviços específicos dirigidos aos amputados e familiares/amigos.

O objectivo da ANAMP é simples, tirar as pessoas amputadas de casa e mudar mentalidades, criando um colectivo de aceitação, não só social, como focada num objectivo “eu próprio me aceitar”. Romper barreiras, valores, desbravar caminhos para a felicidade, abrir horizontes e afirmar a qualidade de vida. O desafio é angariar sócios dispostos a lutar com a ANAMP ‘Por uma Vida mais Viva’.

O objectivo da criação da Associação foi o de “ajudar as pessoas amputadas a sair de casa, qualificar uma nova vida, acrescentando a ideia de qualidade nas novas etapas”, explica Paula Leite, acrescentando que, “as pessoas precisam saber que com membros amputados que a vida pode ser vivida da mesma forma, mas de uma maneira diferente”.

Por isso, a mensagem que Paula Leite pretende passar é de mudança: “temos de mudar os tempos e dar um novo rumo às mentalidades. Temos a garra, a força nas convicções que nos move. Estas são as nossas principais armas para ir à luta por esta mudança”.

 

Por expressa opção do autor, o texto não respeita o Acordo Ortográfico

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Associação de Bioética defende
O presidente da Associação Portuguesa de Bioética, Rui Nunes, defendeu a extensão do direito de elaborar um testamento vital a...

“Não vejo razão nenhuma para que maiores de 16 de idade, eventualmente com o consentimento parental, para termos a certeza de que há capacidade de decisão, não possam, se for esse o caso, elaborar um testamento vital”, afirmou Rui Nunes.

O presidente da Associação Portuguesa de Bioética falava a propósito do primeiro ano de funcionamento do Registo Nacional do Testamento Vital (Rentev), que se assinala no início de julho, que recebeu até quinta-feira 1.454 testamentos vitais, segundo dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde.

“Não se trata, porém, do número total de testamentos vitais dado que aqueles que foram apenas efetuados nos notários não estão aqui contabilizados”, sublinhou o especialista.

Três anos depois de aprovada a legislação e um ano de funcionamento do Rentev, disponível no Portal do Utente do Ministério da Saúde, o presidente da Associação Portuguesa de Bioética congratula-se com o facto de os profissionais de saúde estarem “em ampla sintonia, para não dizer em total sintonia” com este projeto.

Contudo, considera que “há aspetos que têm de melhorar”, nomeadamente em relação à divulgação.

“Não basta tratar-se de um direito das pessoas, as pessoas têm de saber desse direito e têm de saber exercê-lo. Daí as propostas de alteração da lei. Não estou a apontar o dedo a ninguém, há aqui uma responsabilidade coletiva de falar deste temas. Não basta dizer, em abstrato, que há um direito e depois as pessoas não saberem como o podem exercer”, sustentou.

Um testamento vital, também designado como diretiva antecipada de vontade, tem como objetivo deixar expressa a vontade em relação aos cuidados de saúde que se quer, ou não, receber em fim de vida, caso se esteja impossibilitado de o expressar de forma autónoma.

Na prática, a hipótese de fazer um testamento vital já existia desde 2012, mas cada pessoa tinha que redigir o seu documento e ir a um notário para o documento ser juridicamente válido. Desde o início de julho de 2014, que esse procedimento pode ser feito no Rentev.

Rui Nunes defende que a lei deveria indicar “o aconselhamento profissional, nomeadamente médico, não de uma maneira obrigatória ou compulsiva, mas como uma forte sugestão”.

Em termos de funcionamento do Rentev, “propomos algumas alterações, entre as quais introduzir uma cláusula relativa à sedação paliativa terminal. Ou seja, alguns países, como a frança e outros, legalizaram a sedação paliativa terminal, que não é uma forma de eutanásia, convém esclarecer, mas que se calhar devia merecer uma atenção especial na diretiva antecipada de vontade. O documento disponibilizado pelo Ministério da Saúde devia contemplar esta hipótese”, disse.

Rui Nunes sugere também que as instituições hospitalares informem todos os doentes sobre a possibilidade de efetuar um testamento vital.

“Isto é o que se passa nos países anglo-saxónicos e é por isso que eles têm taxas de adesão de 80 e 90% em determinados estratos populacionais”, sublinhou.

Para o diretor da Associação Portuguesa de Bioética e do Departamento de Ciências Sociais e Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, o ideal seria que quando um doente dá entrada numa instituição hospitalar lhe dissessem que tem o direito de fazer um testamento vital.

“Uma coisa tão simples quanto esta, que, por si só, não vai compelir ninguém, nem vai manipular ninguém. Trata-se simplesmente de dizer às pessoas que têm essa oportunidade. Esta é uma alteração que fazia sentido, mas num enquadramento altamente positivo”, frisou.

Um outro dado que, no entender do principal impulsionador do testamento vital em Portugal, merece reflexão é “perceber porque é que há muito mais mulheres a fazerem testamentos vitais”.

Segundo Rui Nunes, este facto pode traduzir “um fenómeno social e sociológico complexo”.

“É estatisticamente muito significativo e isso indicia que, se for por maior pro-atividade das mulheres, excelente, mas se for uma atitude defensiva ela tem que ser estudada, trabalhada e corrigida. Porque uma pessoa não pode fazer o testamento vital porque tem medo de ficar sozinha, mas por uma questão de convicção”, frisou o especialista.

A Associação Portuguesa de Bioética organiza na próxima quarta-feira, no Porto, com o apoio da Ordem dos Médicos, um seminário de balanço sobre o primeiro ano do Rentev.

Em 2013
Em 2013, 187.100 pessoas morreram em todo o mundo devido ao consumo de drogas, um número semelhante a anos anteriores, segundo...

No seu relatório anual sobre as Drogas no Mundo, divulgado em Viena, a ONU estima que 246 milhões de pessoas entre os 15 e os 64 anos consumiram estupefacientes ilegais, o que representa um em cada 20 adultos a nível mundial.

“Um número inaceitável de consumidores de drogas em todo o mundo continua a morrer prematuramente, com uma estimativa de 187.100 mortes relacionadas com as drogas em 2013”, indicou no relatório o diretor-geral do Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC), Yuri Fedotov.

Por regiões, a Ásia registou 81.100 mortes, a América do Norte 43.300, África 37.800, Europa 16.900, América Latina e Caraíbas 6.000 e Oceânia 2.000.

Segundo a ONU, o número total de mortes é praticamente o mesmo dos anos anteriores e “o consumo de drogas ilícitas permaneceu estável”.

O relatório indica que um em cada 10 consumidores tem problemas sérios de dependência. Destes 27 milhões de “consumidores problemáticos”, perto de metade (12,19 milhões) usa substâncias injetáveis, calculando-se que 1,65 milhões dos quais estavam infetados com o vírus da imunodeficiência humana (VIH) em 2013.

A droga que causa mais problemas de saúde e mortes é o ópio, “o que se pode atribuir à relação que existe entre o consumo de opiáceos e o consumo de drogas injetáveis, o VIH, a SIDA e as mortes por overdose”, assinala o relatório.

Os consumidores de drogas injetáveis, como a heroína, têm uma taxa de mortalidade 15 vezes superior à dos outros indivíduos da mesma idade e sexo que não as usam.

A ONU denuncia que apenas um em cada seis toxicodependentes com problemas graves de dependência tem acesso a programas de tratamento, adiantando Fedotov que “as mulheres em particular parecem enfrentar barreiras ao tratamento”.

A cannabis é a droga mais consumida no mundo, cerca de 182 milhões de pessoas, seguida dos estupefacientes sintéticos, incluindo as anfetaminas e o Ecstasy, com 52,7 milhões.

Os derivados do ópio são consumidos por 48,9 milhões de pessoas e a cocaína por 17 milhões.

O relatório sobre as Drogas no Mundo indica ainda que o cultivo mundial da papoila, a planta da qual se extrai o ópio, alcançou o seu nível mais alto desde finais da década de 1930, devido a máximos históricos no Afeganistão, o primeiro produtor do planeta.

Dos perto de 311.000 hectares de papoila cultivados em todo o mundo em 2014, 224.000 estavam no Afeganistão, onde a superfície cultivada aumentou sete por cento.

O Afeganistão foi responsável pela produção de 85% do ópio a nível mundial em 2014 (mais 17% que no ano anterior) e por 78% da heroína.

Ao contrário, o cultivo da folha de coca situou-se em 2013 no seu nível mais baixo desde que começaram a recolher-se dados em 1990, indica o relatório que analisa as tendências na produção e consumo de substâncias ilegais.

Em 2013 cultivaram-se 120.800 hectares de folha de coca no mundo, cerca de 10% menos que no ano anterior, utilizadas para fabricar 902 toneladas de cocaína pura.

A superfície cultivada diminuiu 18% no Peru e 9% na Bolívia e foram apreendidas 687 toneladas de cocaína em todo o mundo, quase um terço das quais (226 toneladas) na Colômbia.

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