Estudo
Não é novidade que o tabaco traz vários malefícios para a saúde. Além de prejudicar a via respiratória, o ato de fumar também...

O problema, revela o Diário Digital, é que, segundo um novo estudo da FOP (Faculdade de Odontologia de Piracicaba), da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), os danos do fumo podem ser irreversíveis para a saúde bucal. É que metais pesados, como chumbo, níquel, cádmio e arsénio, presentes no fumo dos cigarros, contaminam a estrutura dentária.

Segundo a autora do estudo, a cirurgiã-dentista Jéssica Dias Theobaldo, os riscos que esses metais pesados podem causar à estrutura dentária são desconhecidos. “No entanto, sabemos que são substâncias altamente tóxicas para o corpo humano como um todo”, afirma.

E uma vez incorporado à estrutura dental, os metais permanecem no local. “O dano para a dentina (uma das estruturas básicas do dente) é irreversível, mas o fumador pode minimizar isso ao interromper o vício e impedir a deposição dessas substâncias na boca”, afirma Maria Lucia Zarvos Varellis, cirurgiã-dentista e conselheira do CROSP (Conselho Regional de Odontologia).

Maria Lucia conta que visitas mais frequentes ao dentista também podem ajudar a minimizar os problemas com tratamentos preventivos e curativos. “Os tratamentos são recomendados de acordo com a necessidade de cada indivíduo. Não há uma regra, pois o paciente pode precisar de um tratamento preventivo ou de restauro. Tudo depende do dano provocado pelo fumo. Além disso, o cirurgião-dentista também pode fazer parte da equipa multidisciplinar na hora de combater o vício”, acrescenta.

Além da contaminação, o estudo demonstrou que as substâncias do fumo de cigarro prejudicaram outros aspetos do tratamento dentário, como a aderência da resina à dentina do dente.

De acordo com Maria Lúcia, os restauros adesivos são os mais procuradas para a população que precisa de reconstruir estruturas dentárias perdidas por cáries ou fraturas. “Esses restauros têm a mesma cor do dente e, portanto, são impercetíveis, melhorando a forma estética do procedimento, o que faz com que grande parte da população recorra a eles”, explica.

O estudo constatou que a exposição da estrutura dentária ao fumo do cigarro diminui a capacidade de colagem dos adesivos usados neste tratamento de restauração. “Acreditamos que os restauros em pacientes fumadores tenham uma durabilidade menor, portanto, isso exige que eles tenham um acompanhamento mais intenso com o cirurgião-dentista”, afirma a pesquisadora.

O estudo foi realizado in vitro e Jéssica expôs amostras de dentes bovinos ao fumo de um maço de cigarros durante cinco dias. “Posteriormente realizamos testes para identificar metais pesados e a resistência dos adesivos dentais à estrutura dentária”, conta.

Para fazer as experiências da pesquisa, a cirurgiã-dentista utilizou uma máquina de fumo desenvolvida pelo Departamento de Odontologia Reparadora da FOP. “A máquina simula a cavidade bucal de um fumador e permite a impregnação de pigmentos e substâncias contidas no cigarro nas amostras de dentes”, conta Jéssica.

O próximo passo da pesquisadora será obter mais dados sobre o efeito do fumo do tabaco na saúde bucal no seu projeto de doutoramento. “O estudo será in vivo, pois vamos buscar pacientes fumadores voluntários para confirmar esses dados. A ideia é consolidar o resultado obtido neste estudo”, afirma.

Estudo
A introdução de uma manteiga enriquecida com ácido linoleico conjugada (CLA) — um tipo de ácido gordo encontrado na gordura de...

Segundo o Diário Digital, entre os autores da pesquisa estão Wagner Gattaz, Leda Leme Talib, Emanuel Dias Neto e Fábio Mury, do Laboratório de Neurociências – LIM 27, do Instituto de Psiquiatria (IPq), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Também assinam o artigo Marcos Gama e Fernando Lopes, da Embrapa, e Nadia Rezende Raposo, da Universidade Federal de Juiz de Fora.

De acordo com Leda Leme Talib, chefe do Laboratório de Neurociências, estudos da literatura científica demonstram que pacientes com Alzheimer apresentam uma baixa atividade de uma enzima chamada fosfolipase A2 (PLA2) no cérebro – esta está ligada às estruturas cerebrais relacionadas com a memória.

“A fosfolipase A2 (PLA2) é uma enzima que age sobre os fosfolípides, gorduras constituintes das membranas celulares, e ácidos gordos, que funcionam como mediadores na formação da memória. Na pesquisa, observamos que a ingestão de alimentos ricos em ácido linoleico modulou a atividade dessa enzima, essa maior atividade da fosfolipase implicou uma melhoria da memória dos animais em estágio inicial da doença de Alzheimer”.

Leda explica que em pacientes sem Alzheimer, as membranas celulares são fluídas e renovadas normalmente, mas em pacientes com a doença, as membranas são rígidas e dificultam a libertação de ácidos gordos, como o ácido linoleico, que influencia nos mecanismos de formação da memória. Por isso o aumento da atividade da fosfolipase A2, que atua nas camadas das membranas celulares, pode ter contribuído para melhorar a memória dos animais.

Durante quatro semanas, os ratos receberam dietas com quantidade normal de ácido linoleico (grupo controlo), quantidade elevada (manteiga enriquecida) e abaixo do normal. Eles foram ensinados a desempenhar determinada tarefa para analisar a situação da memória.

A análise do tecido cerebral dos animais mostrou que os alimentados com maior quantidade de ácido linoleico apresentavam maior atividade das fosfolipases, correlacionada com a melhoria da memória dos animais

Apesar de os testes sugerirem que os produtos lácteos enriquecidos com ácido linoleico podem ser úteis no tratamento da doença, a pesquisadora alerta que precisam de ser feitos mais estudos. “Precisamos de analisar o que essa alimentação rica em gordura pode acarretar para a saúde dos animais, são necessárias mais intervenções até chegarmos às análises com humanos”, avisa Leda.

Estudo revela
Estar constantemente preso em filas de trânsito, sobretudo se for barulhento, pode aumentar o risco de morte por doença...

De acordo com um estudo publicado na revista European Heart Journal, que analisou 8 milhões de residentes na grande Londres entre 2003 e 2010, existe uma relação de causalidade entre trânsito barulhento e taxas elevadas de AVC, revela o Sapo.

Segundo os investigadores britânicos, as pessoas que vivem em locais onde os barulhos gerados pelo trânsito passam os 60 decibéis durante o dia sofrem um risco maior de morte na ordem dos 4% em relação àquelas que vivem em áreas mais calmas.

De acordo com o mesmo estudo, o barulho agrava também a hipertensão, os problemas de sono e de stress, todos fatores de risco conhecidos das doenças cardiovasculares.

Os adultos que moram perto de vias particularmente barulhentas durante o dia também têm um risco 5% maior de hospitalização por AVC, percentagem que sobe para 9% entre os idosos.

Segundo Jaan Halonen, da London School of Hygiene and Tropical Medicine, que coordenou os estudos, este é a primeira investigação a estabelecer uma relação entre barulho do trânsito e acidentes vasculares cerebrais no Reino Unido.

Em Londres, mais de 1,6 milhões de pessoas vivem em zonas onde o barulho ultrapassa os 55 decibéis durante o dia.

Os cientistas reconhecem, contudo, que além do barulho, vários outros fatores como a obesidade, o sedentarismo, a hipertensão e a diabetes desempenham um papel importante para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Hoje na Assembleia da Republica
Da autoria do Deputado Ricardo Baptista Leite, Clara de Sousa Pontes e José Francisco Pavão, a obra analisa o papel da...

Outras questões de relevo como a literacia, a educação e a cidadania em saúde são ainda abordadas neste livro, que tem como objetivo lançar o debate em Portugal e iniciar uma reflexão sobre o papel do cidadão na promoção da saúde.

A publicação, apresentada hoje pelas 18h na Assembleia da República, é uma edição conjunta do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa e da ONGD Mundo a Sorrir e é apresentada pelos autores, pelo Diretor do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa, Alexandre Castro Caldas, pela Consultora para os Assuntos da Política de Saúde da Casa Civil do Presidente da República, Clara Carneiro, e pelo Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreira.

Especialistas europeus
Um estudo que está a ser feito a nível europeu pode apresentar, até final do ano, resultados que levem a uma vacina contra a...

Investigador auxiliar do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), José Marcelino é um dos organizadores de uma conferência (Global Health and Tropical Medicine: HIV Challenges) que, na sexta-feira, junta em Lisboa os maiores especialistas europeus sobre VIH/Sida.

Em declarações, o responsável salientou que se tudo “funcionar bem” no trabalho que está a ser feito, em menos de uma década poderá ter-se chegado a uma vacina, que proteja a progressão da infeção e evite novas infeções. “Se tudo ocorrer da maneira que estamos a pensar, ficamos um passo mais perto da vacina”, frisou.

O estudo que está a ser feito, há já vários anos, junta doentes de Portugal (cerca de mil), França e Alemanha, num total que oscila entre os quatro e os cinco mil. É da responsabilidade do consórcio europeu que está a estudar uma vacina e que funciona no âmbito da rede europeia ERA-Net HIVERA, dedicada à investigação em VIH/Sida.

Com um extenso e complexo nome, o estudo está a ser dirigido por Patrice Debré (coordenador do consórcio), da Universidade Pierre e Marie Curie (França), que, em declarações, diz que, apesar de todos os avanços, ainda não se conhecem “os determinantes da resposta imune que iria controlar o vírus”.

Salientando a importância dos estudos em pessoas que conseguem naturalmente controlar a doença, o especialista frisou que o vírus “apresenta uma grande variabilidade, o que lhe permite escapar de formas diferentes às respostas imunitárias”.

“Não sabemos induzir respostas imunitárias celulares ou por anticorpos específicos que sejam suficientemente protetoras do homem”, afirmou.

De acordo com Patrice Debré, os investigadores trabalham na busca de respostas através das células e de anticorpos, procuram novas metas, mas “é impossível fazer previsões”, porque se trata de um trabalho demorado e por etapas.

“Penso que estamos no caminho correto para uma solução, porque a pandemia não se controla com antirretrovirais”, referiu José Marcelino.

Já quanto ao investimento europeu na investigação, José Marcelino é menos otimista, diz que há menos apoios hoje e fala mesmo em “desinvestimento”, ao mesmo tempo que lamenta que, em Portugal, ao contrário de outros países, não haja apoios privados à investigação.

A especialista Perpétua Gomes, do Hospital Egas Moniz e que também vai participar na conferência, diz que os avanços no tratamento da doença levaram a essa noção de que a Sida já não é o problema que era há umas décadas e, por isso, alguns grupos começaram a despreocupar-se.

Mas está errado, porque Portugal continua a ter um número de infetados muito elevado, 42 mil, e, se os jovens estão mais esclarecidos, há uma faixa etária entre os 30 e os 40 anos que parece estar a “facilitar”, assinala Perpétua Gomes.

“Quem está no meio sabe, continuam a existir novas infeções, a Sida continua a matar, não mata é tão cedo”. A especialista considera também que uma vacina, no conceito que se tem de vacina, não está para breve, admitindo mais rapidez numa cura, ainda que essa rapidez não deva ser a menos de dez anos.

Como José Marcelino, Perpétua Gomes salienta a importância da prevenção. E diz sobre isso Patrice Debré: “Mesmo que haja num certo número de países uma diminuição da epidemia ela está longe de estar controlada. É preciso não abrandar as medidas de prevenção e continuar a apoiar a investigação”.

A dar razão às cautelas dos investigadores estão os 30 milhões de infetados, só na África Subsaariana. Deles, dos avanços na busca de uma vacina, das estratégias mais recentes, ou da terapêutica antirretroviral se falará na sexta-feira, no Instituto de Higiene e Medicina Tropical.

#makeachildcry
Cerca de 4 milhões de crianças morrem todos os anos em virtude de doenças que poderiam ser evitadas. Milhões de outras crianças...

Há mais de 35 anos, a Médicos do Mundo luta para melhorar o acesso aos cuidados de saúde das populações mais vulneráveis, à frente das quais se encontram as crianças. Devido a guerras, catástrofes naturais e crises que atingem vários países, muitas crianças sofrem de malnutrição, adoecem por falta de vacinação e carecem de cuidados de saúde que poderiam salvá-las.

Concebida pela agência DDB Paris, a campanha #makeachildcry visa sensibilizar o público para a questão do acesso das crianças aos cuidados de saúde. Com uma mensagem forte, baseada no medo infantil do médico, a campanha apela à ação de forma original. O medo que as crianças têm de injeções, instrumentos médicos e medicamentos é universal. Mas este mal necessário para a saúde e o bem-estar infantil é muitas vezes negligenciado. Apoiar aqueles que prestam cuidados por vezes desagradáveis mas necessários permite salvar vidas todos os dias e em toda a parte do mundo.

Um spot televisivo e 4 cartazes mostram crianças que foram consultadas e apelam à generosidade do público. O site makeachildcry.com propõe-se informar o público acerca das crianças tratadas pela Médicos do Mundo. Michaela, de 5 anos, é vítima da cólera no Haiti, Sonia espera ser vacinada para matricular-se numa escola na Alemanha, e Moissa, de 4 anos, recusa alimentar-se após ter vivido o horror na Síria.

A Médicos do Mundo da Alemanha, Argentina, Canadá, Espanha, França, Grécia, Países Baixos, Portuga e Suíça divulgarão esta campanha a nível internacional.

Estudo
Um estudo com quase 1.000 adolescentes descobriu que as jovens obesas, sexualmente ativas, são significativamente menos...

Mesmo as adolescentes obesas que usam contraceção, não o fazem de forma consistente, de acordo com o estudo do Sistema de Saúde da Universidade de Michigan (U-M), publicado no The Journal of Pediatrics.

Semanalmente, os investigadores analisaram 26.545 questionários respondidos por 900 mulheres com idades entre 18 e 19 anos, medindo as práticas sexuais e uso contracetivo. Foi examinado a associação entre peso e comportamentos sexuais.

"A taxa de gravidez na adolescência dos EUA é uma das mais altas em países desenvolvidos do mundo," diz a autora e médica Tammy Chang, professora assistente de Medicina Familiar da Escola de Medicina da U-M.

"Reduzir a gravidez na adolescência é uma prioridade da saúde pública e é preciso entender que os adolescentes estão em maior risco de gravidez. Os nossos resultados sugerem que a obesidade pode ser um fator importante associado com o comportamento sexual adolescente feminino."

Uma em cada quatro mulheres dos EUA engravidam pelo menos uma vez antes dos 20 anos de idade. O estudo da U-M incidiu em mulheres entre 18-19 anos, idades que estão relacionadas às maiores taxas de gravidez indesejada. Um estudo anterior, liderado por Chang, constatou que as mulheres que dão à luz ainda adolescentes correm um risco maior de obesidade mais tarde na vida.

As mulheres obesas que engravidam também têm um maior risco de desenvolver diabetes gestacional, distúrbios hipertensivos, coágulos sanguíneos e lesões relacionadas com o parto. Os seus recém-nascidos são mais propensos a serem admitidos à unidade de cuidados intensivos neonatal. Um quinto dos adolescentes americanos são obesos.

"Noções básicas sobre comportamentos sexuais à partir do peso dos adolescentes é fundamental devido ao risco que a obesidade provoca para as mães e os bebés," diz Chang.

Embora as diferenças no uso de contraceção sejam significativas entre as meninas obesas em comparação com aquelas com peso normal, os investigadores não encontraram nenhuma diferença em outros comportamentos sexuais, incluindo o número de parceiros, a frequência do sexo ou a duração das relações.

Os investigadores observam que os adolescentes obesos têm-se mostrado diferentes de várias maneiras, daqueles com peso normal, inclusive com menor autoestima – o que pode prejudicar as relações sexuais, os pedidos de contracetivos aos médicos e a obtenção de contraceção nas farmácias. Baixos níveis do uso de contracetivo também podem ser conectados a barreiras socioeconómicas e à alfabetização, fatores de risco para a obesidade.

"Ao compreender as barreiras que colocam determinados grupos de adolescentes em risco mais elevado de gravidez não intencional, os investigadores podem adaptar intervenções para capacitar os adolescentes a fazerem escolhas sexuais mais saudáveis," diz Chang.

Segurança alimentar
O projeto de Bancos Alimentares foi distinguido em Milão, Itália, como o melhor exemplo de boas práticas no domínio da...

No âmbito da Exposição de Milão (“Alimentar o planeta, energia para a vida”) o projeto foi ainda apontado como referência mundial na área do desenvolvimento social sustentável, segundo informação do Banco Alimentar de Portugal.

O prémio que distinguiu as melhores práticas de desenvolvimento sustentável foi recebido pela portuguesa Isabel Jonet, em nome da Federação Europeia de Bancos Alimentares, da qual é presidente.

Na Europa existem 240 bancos alimentares.

Medalha de Mérito da Cidade do Porto
A Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, vai ser distinguida pela Câmara do Porto com a Medalha Municipal de...

A Medalha Municipal de Mérito destina-se a galardoar quem tenha praticado atos de que advenham assinaláveis benefícios para a Cidade do Porto, melhoria das condições de vida da sua população, desenvolvimento ou difusão da sua arte, divulgação ou aprofundamento da sua história, ou outros atos de notável importância justificativos deste reconhecimento no campo artístico, científico, cultural ou profissional, como é definido pelo respetivo regulamento da Câmara Municipal do Porto.

Alexandra Bento é a primeira Bastonária da Ordem dos Nutricionistas da história e foi uma das principais impulsionadoras do processo de criação daquela ordem profissional, cuja sede nacional acabaria por ficar instalada na cidade do Porto.

Residente na Invicta desde que realizou a sua licenciatura na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, é também no Porto que Alexandra Bento desenvolve a sua atividade profissional de nutricionista na ARS Norte, de consultora da indústria agroalimentar e de docente universitária.

Para Alexandra Bento, “é uma honra acrescida receber esta distinção, uma vez que o Porto é a cidade berço da profissão de Nutricionista. A Universidade do Porto simboliza no nosso país, para além do nascimento do ensino da nutrição, a criação de uma verdadeira escola de pensamento na área e foi devido a este percurso que no Porto se concentrou um verdadeiro cluster do ensino da nutrição de Portugal, com a única faculdade pública do País e duas universidades privadas a ministrarem a licenciatura em ciências da nutrição. É por isso uma honra acrescida receber esta distinção da Câmara Municipal do Porto.”

Pesquisas revelam
Uma proteína que se acumula no sangue estaria ligada às perdas de memória e dificuldades de aprendizagem nas pessoas mais...

A molécula, chamada B2M (acrónimo de beta2-microglobulina) foi identificada pelos investigadores da Universidade da Califórnia em São Francisco como um elemento do sangue que “influencia negativamente as funções cognitivas e as suas regenerações” no adulto, segundo um artigo publicado na revista Nature, e revelado pelo Diário Digital.

As concentrações de B2M são mais “elevadas” no sangue das pessoas idosas. O mesmo foi observado nos ratos utilizados na pesquisa, submetidos a diversas experiências.

Num destes testes, a injeção de doses de B2M no sangue ou diretamente no cérebro dos ratos ainda jovens causou danos às funções de aprendizagem e memória e reduziu o processo de renovação dos neurónios.

A ação desta molécula não parece durar já que após 30 dias das injeções, o défice de aprendizagem e de memória induzidos não estavam mais aparentes.

Isso “sugere que os efeitos da proteína no declínio cognitivo são potencialmente reversíveis”, segundo a Nature.

“Estamos entusiasmados com os resultados, já que mostram meios potenciais de reverter os problemas cognitivos ligados ao envelhecimento”, explicou um dos principais autores do artigo, Saul Villeda da universidade californiana.

O envelhecimento é associado a uma queda progressiva da função cognitiva e ao retardamento progressivo do processo de renovação dos neurónios no cérebro.

“O envelhecimento continua a ser o principal fator de risco para as doenças neurodegenerativas do tipo demência, como a doença de Alzheimer”, lembraram os pesquisadores no comunicado.

De acordo com a pesquisa, a B2M é uma proteína do corpo humano implicada no mecanismo de imunidade que foi encontrada em concentrações elevadas entre as pessoas que sofrem de demência senil, e seria o início de uma nova resposta.

Num outro teste, os mesmos cientistas conseguiram eliminar por meios genéticos a molécula B2M nos ratos de laboratório.

Constataram que os ratos mais velhos desprovidos da B2M não sofriam com a perda de memória, explicou Saul Villeda.

Uma próxima etapa consiste em desenvolver uma molécula para bloquear os efeitos da proteína B2M ou para eliminá-la do sangue das pessoas mais velhas.

Estudo
O envelhecimento é tipicamente estudado nos idosos, mas um estudo afirma que diferentes taxas de envelhecimento podem ser...

As descobertas publicadas nos Anais da Academia Nacional de Ciências de 6 de Julho foram baseadas num grupo de 954 pessoas nascidas na Nova Zelândia em 1972 ou 1973.

Os cientistas, segundo o Diário Digital, recolheram dados sobre a função do rim, fígado e pulmão, higiene bucal, vasos sanguíneos nos olhos, bem como sobre o metabolismo e função do sistema imunológico dos voluntários aos 26, 32 e 38 anos.

Também mediram o colesterol, níveis de condicionamento físico e o comprimento dos telómeros, que são as capas de proteção na extremidade dos cromossomos - que, segundo verificado, diminuem com a idade.

Usando um total de 18 medições biológicas, os investigadores determinaram uma “idade biológica” para cada participante aos 38 anos - com alguns a registar menos de 30 anos e outros que parecem ter quase 60.

Quando os cientistas observaram atentamente para os que tinham envelhecido mais rapidamente, encontraram que os sinais de deterioração eram evidentes aos 26 anos, idade em que o primeiro conjunto de medidas biológicas foram tiradas.

A maioria das pessoas no grupo estava a envelhecer à taxa esperada de um ano biológico por ano cronológico, ou até menos.

Outros foram envelhecendo numa proporção de três anos biológicos por ano cronológico.

Aqueles cujos corpos foram envelhecendo mais rápido também “obtiveram um resultado pior em testes normalmente dados a pessoas com mais de 60 anos, incluindo testes de equilíbrio e coordenação e resolução de problemas não familiares”, disse o estudo.

E quando um grupo de estudantes universitários da Universidade de Duke foi convidado a olhar para fotos de pessoas no grupo, constantemente classificaram como mais velhos aqueles cujos corpos foram envelhecendo mais rapidamente do que o resto.

Os autores do estudo disseram que os seus resultados pavimentam o caminho para futuros testes que podem ser mais fáceis e mais baratos de implementar, de modo que as pessoas podem descobrir o quão rápido estão a envelhecer aos 20 anos - quando ainda podem fazer algo e possivelmente prevenir doenças relacionadas com a idade.

Pesquisas anteriores mostraram que os genes representam apenas cerca de 20% do envelhecimento, deixando o resto para hábitos de saúde e ao meio ambiente.

Pesquisa revela
Experiências realizadas pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo estabeleceram uma relação entre a...

“Nos animais, detetamos que a neuroinflamação em dado momento leva a esse desajuste da proteína klotho, que tem uma relação no sistema nervoso”, explicou o coordenador da pesquisa, Cristóforo Scavone.

A proteína klotho regula o fosfato e a vitamina D no organismo. A redução dessa substância, causada pela inflamação crónica, refere o Diário Digital, é apontada no estudo como responsável pelos problemas cognitivos.

Os testes foram conduzidos em 40 ratos que tinham a insuficiência renal induzida pela retirada de um dos órgãos. Em seguida, a capacidade cognitiva dos animais era medida por testes comportamentais. De acordo com Scavone, após um determinado período, todos os ratos passaram a apresentar algum grau de deficiência cognitiva.

“No paciente, a história é mais ou menos parecida", disse o professor. Ele pondera, no entanto, que existem algumas diferenças. A falta da proteína klotho tende a desregular a quantidade de fosfato, elemento que já é associado, noutros estudos, ao envelhecimento. "Na verdade, o que ela indica é que esse modelo de envelhecimento pela klotho está muito associada à concentração de fosfato”, enfatiza.

A pesquisa foi motivada pela observação da elevada percentagem de casos de demência em pacientes renais. O professor defende que durante o acompanhamento dessas pessoas seja dada atenção aos níveis de fosfato e klotho. Para Scavone, uma das formas de reduzir a ocorrência desses problemas mentais é a prática de exercícios. “O exercício físico desafia [e torna possível a reação do] organismo”, ressalta.

Oncologistas alertam
Há vinte anos os registos de cancro da boca e garganta eram quase que exclusivamente em pessoas acima dos 50 anos. Atualmente,...

“A média etária de pessoas com cancro nessas áreas tem caído. Hoje em dia, atinge cerca de 30 a 40% de pessoas que não são tabagistas nem consumidoras de álcool, e são mais jovens”, afirma o oncologista Luiz Paulo Kowalski, diretor do Núcleo de Cabeça e Pescoço do Hospital A. C. Camargo (Brasil).

De acordo com dados do Instituto Nacional do Cancro (Inca), refere o Diário Digital, os tumores da cavidade oral e orofaríngeo estão entre os dez tipos de maior incidência em homens brasileiros. E, mesmo que o tabaco e o álcool ainda sejam as suas principais causas, costumam exigir uma exposição prolongada para o desenvolvimento de um tumor - entre 15 e 30 anos de consumo. Por isso, um outro fator de risco tem sido considerado pelos pesquisadores: o vírus papiloma, popularmente conhecido como HPV, que tem a capacidade de desenvolver um cancro em menos tempo.

“Com a queda do consumo do tabaco, esperávamos diminuir a incidência e a mortalidade por cancro, mas houve uma mudança de perfil. Está a cair o número de cancros relacionados com o tabaco, devido às campanhas de controlo, mas estão a aumentar os casos relacionados com HPV.” Pesquisadores apontam que, até 2030, o número de casos relacionados com o vírus deve superar os casos ligados ao tabaco nos EUA.

Um estudo atual, feito com orientação da bióloga e geneticista do A.C. Camargo e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Sílvia Regina Rogatto, aponta que os casos de cancro de amígdala a incidência do HPV cresceu de 25%, registados há 20 anos, para 80%.

Numa outra pesquisa, liderada por Kowalski, os médicos detetaram que 32% dos casos de cancro da boca em jovens adultos eram de portadores do vírus. Em pacientes acima de 50 anos, a presença do vírus foi detetada em apenas 8%.

O estudo feito por Silvia e a sua equipa em pacientes do A. C. Camargo, na capital paulista, e no Hospital do Cancro de Barretos, no interior do Estado, descobriu que 80% dos pacientes da capital são positivos para a presença do vírus enquanto os voluntários de Barretos correspondem a 15%.

“A presença em grandes capitais é mais evidente, pois os hábitos costumam ser um pouco diferentes”, analisa Kowalski. Mas não se deve relacionar a transmissão exclusivamente à atividade sexual. “O vírus pode ser transmitido por saliva, com um beijo, por exemplo. Antigamente não era educado beber pelo copo de ninguém, hoje já é uma coisa normal.”

Estima-se que entre 25% e 50% das mulheres e 50% dos homens estejam infetados pelo HPV em todo mundo. Mas a maioria das infeções é transitória, sendo combatida espontaneamente pelo sistema imunitário. De acordo com pesquisas feitas entre homens norte-americanos, mexicanos e brasileiros, pelo menos 2% da população adulta tem o vírus HPV e não apresenta nenhum sintoma.

Existem papilomas que são como verrugas que podem aparecer na garganta ou na boca. Quem apresenta alguma ferida deve observar se esta demora a cicatrizar. Porém, mesmo quando o tumor maligno já se desenvolveu, pode não haver lesão visível. Noutros casos, pessoas que tiveram a infeção podem não ter anticorpos elevados também. “A infeção pode ser silenciosa”, conta o médico.

Peritos alertam
Um painel de peritos independentes alertou hoje que a Organização Mundial da Saúde está impreparada para lidar com surtos como...

Num relatório muito crítico, o painel de peritos independentes, nomeado pelas Nações Unidas, considera que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tende a responder às emergências com “uma abordagem reativa, em vez de proactiva”.

Ao mesmo tempo, afirmam, a organização não tem respondido aos avisos feitos pelas equipas experientes que trabalham no terreno.

A OMS foi criticada pela lentidão na resposta ao mais recente surto de Ébola, que já vitimou mais de 11 mil pessoas, sobretudo em países da África Ocidental.

A organização declarou o estado de emergência de saúde pública mundial apenas a 8 de agosto, cinco meses depois do início do surto. E, mesmo depois disso, faltou a dirigentes e equipas da OMS uma “tomada de decisão independente e corajosa” para lidar com os governos dos países afetados.

A agência da ONU também não procurou contactar precocemente as comunidades locais nem comunicar o que devia ser feito para, por exemplo, reduzir o risco de infeção no enterro dos mortos contagiados.

“Até isso ser resolvido, é necessário manter elevados níveis de alerta”, alertam os especialistas.

O painel de peritos – liderado por Barbara Stocking, antiga presidente da organização Oxfam – acusou também os Estados-membros de não cumprirem com o seu dever de se prepararem para emergências globais e de terem ignorado os conselhos da OMS sobre encerramento de fronteiras e suspensão de voos, durante o surto de Ébola.

Porém, os especialistas rejeitaram as sugestões para que as emergências de saúde globais sejam assumidas por outra agência da ONU ou por um organismo novo a criar.

Ao contrário, apelaram a um maior investimento na OMS, pedindo, nomeadamente, 92 milhões de euros para o fundo de emergência e cinco por cento de aumento nas contribuições regulares dos Estados-membros.

O painel defende que “a OMS precisa de fazer mudanças substanciais, particularmente nos processos de liderança e tomada de decisões”, mas reconhece que a falta de fundos coloca a organização em “séria desvantagem”.

Resolver a questão exige “vontade política dos Estados-membros” para assumir as suas responsabilidades em “levar a cabo essa transformação urgente”, sustentam.

Os peritos recomendam a criação de um novo centro de emergências para responder e lidar com crises globais e apoiam o aumento de equipas de resposta rápida.

Mais de 99% das vítimas do Ébola concentram-se na Guiné-Conacri, na Serra Leoa e na Libéria, o país mais afetado, com cerca de cinco mil mortos, onde o vírus continua a ceifar vidas (no passado dia 1, mais dois doentes foram identificados, apesar de não se registarem casos há dois meses).

O vírus Ébola transmite-se por contacto direto com sangue, fluidos ou tecidos de pessoas ou animais infetados, provocando febres hemorrágicas que, na maioria dos casos, são fatais.

O contacto direto com outras pessoas ou cadáveres infetados tem sido o grande veículo de transmissão do vírus, para o qual não existe tratamento nem vacina.

Este cenário faz do Ébola um dos mais mortais e contagiosos vírus para os seres humanos, com uma taxa de mortalidade a rondar os 90%.

O Ébola tem fustigado o continente africano regularmente desde 1976, sendo o atual surto o mais grave desde então. Em 18 meses, o vírus infetou mais de 25 mil pessoas.

Em Portugal
As autoridades estão preocupadas com os casos de tosse convulsa em Portugal, que também tem atividade em outros países europeus...

À margem da apresentação do relatório “A Saúde dos Portugueses. Perspetiva 2015”, que traça o perfil da saúde dos cidadãos residentes no território nacional, entre 2004 e 2014, Francisco George considerou este “um problema”, que não é exclusivo de Portugal.

Segundo o relatório, em 2013 registaram-se 114 casos de tosse convulsa.

Francisco George garantiu que o problema está a ser alvo de análise por parte dos diretores-gerais da União Europeia.

Na origem deste aumento do número de casos de tosse convulsa esteve a mudança da vacina, que “permitiu a circulação da bactéria” que causa a doença, a Bordetella pertussis.

Para já, Francisco George recomenda que os adultos tenham especial cuidado com as crianças com quem contactam, principalmente se estas ainda não tiverem sido vacinadas.

A doença caracteriza-se por uma tosse que, normalmente, acaba numa inspiração prolongada, profunda e com um som agudo (convulsa).

DGS
O diretor-geral da Saúde, Francisco George, admitiu que os rendimentos da família influenciam a qualidade da sua vida, mas...

Francisco George falava aos jornalistas no final da apresentação do relatório “A Saúde dos Portugueses. Perspetiva 2015”, o qual traça o perfil da saúde dos portugueses.

O documento concluiu que os indicadores melhoraram na última década, mas não teve em conta os efeitos da crise social e económica, "que se agravou no contexto do programa de ajustamento".

Ainda assim, os autores referem que “os determinantes sociais constituem a principal abordagem de análise de saúde das populações”.

“Pesquisas demonstraram a existência de um gradiente social em função dos rendimentos familiares, isto é, relacionado com desigualdades e iniquidades, em particular com as diferenças ocorridas entre comunidades prósperas e pobres no que se refere, por exemplo, à esperança de vida e outros indicadores”.

De acordo com o documento, a autoapreciação do estado de saúde diminui à medida que o estado dos inquiridos avança: empregado (61,4%), desempregados (52,5%), inativos (49%) e reformados (12,8%).

Aos jornalistas, Francisco George disse que os rendimentos influenciam sobretudo nas idades mais jovens, adultos e em idade de trabalhar.

“Os rendimentos, tal como o nível de instrução, influenciam no sentido da qualidade e esperança de vida”, disse, concluindo: “Ninguém vai dizer que o pobre vive na mesma forma que uma família abastada”.

Sobre o documento, o ministro da Saúde sublinhou “a evolução claramente positiva” de vários indicadores.

Paulo Macedo elegeu como o mais importante indicador a diminuição da mortalidade prematura.

Segundo o relatório, “Portugal registou em 2004 a proporção de óbitos prematuros de 27% e, em 2014, esta relação desceu para 22%”.

“Assumiu-se o compromisso pela redução progressiva da mortalidade prematura, que deverá ficar em linha com a meta fixada para 2020, isto é, inferior a 20%”.

Segundo as estimativas obtidas para Portugal, no âmbito do estudo Global Burden of Diseases (GBD), citadas no relatório, “os fatores de risco que mais contribuem para o total de anos de vida saudável perdidos pela população portuguesa são: hábitos alimentares inadequados (19%), hipertensão arterial (17%), índice de massa corporal elevado (13%), para além do tabagismo (11%)”.

Em relação aos tumores, Paulo Macedo reconheceu que estes vão continuar a aumentar, mas que a prevenção e os tratamentos mais eficazes têm evitado números piores.

Este relatório contém uma ressalva: “Descreve a saúde das portuguesas e portugueses independentemente da influência conjuntural da crise social e económica que se agravou no contexto do Programa de Ajustamento que terminou em 2014, pelo que as questões associadas direta ou indiretamente ao sistema de saúde, incluindo recursos humanos e orçamentais, não serão alvo de análise”.

Contudo, os autores – especialistas dos vários organismos do Ministério da Saúde – admitem “a possibilidade dos efeitos de crises económicas e sociais prolongadas terem reflexos em indicadores apenas a médio e longo prazo”.

“Admite-se, igualmente, que a resiliência dos cidadãos, das famílias e das comunidades contribua para explicar os sucessivos ganhos em saúde”, lê-se no documento, mas Paulo Macedo acrescentou que estes resultados também se devem aos dirigentes do setor da saúde.

Dia do Transplante 2015 dedicado ao desporto
O retorno à atividade e particularmente à atividade física devem fazer parte da reabilitação do transplantado renal, defende a...

A prática desportiva após a realização de um transplante é recomendada mas com alguns cuidados, como realça Fernando Macário, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT). “O exercício físico pode e deve ser praticado pelas pessoas transplantadas, mas nunca antes dos 3 meses após o transplante e preferencialmente 6 meses após a intervenção”.

As indicações dependem do tipo de transplante e do tipo de desporto praticado. “Os desportos violentos e que implicam contacto podem não ser aconselháveis e poderá haver cuidados especiais até ao retorno a um desporto de alta competição”, explica o presidente da SPT.

Quem doa órgãos também pode e deve praticar exercício físico. Segundo a SPT, os dadores podem praticar desporto sem restrições significativas após terem completado a sua recuperação.

No caso dos doentes com insuficiência renal crónica durante a fase de diálise que precede o transplante, a prática desportiva pode estar comprometida. “Habitualmente há mais dificuldades do ponto de vista físico. Estes doentes tendem a ter mais cansaço, embora haja exceções. Apesar de tudo, as técnicas de diálise evoluíram bastante nos últimos anos e as restrições são menores do que no passado”, refere Fernando Macário.

A prática clínica tem demonstrado que a qualidade de vida dos doentes transplantados pode melhorar com a prática regular de exercício físico, diminuindo o risco de doença cardiovascular e diabetes que é aumentado por alguns medicamentos imunossupressores.

A nível mundial existem os “World Transplant Games”, uma espécie de olimpíadas dos doentes transplantados, realizados de dois em dois anos, envolvendo 1500 atletas transplantados de 69 países. No nosso país o Grupo Desportivo de Transplantados de Portugal dedica-se a promover ações de divulgação para incentivo ao desporto e exercício físico entre transplantados e candidatos a transplante, organizar torneios e competições nacionais, selecionar e criar equipas que representem o grupo a nível nacional e internacional.

O Dia do Transplante 2015, assinalado a 20 de Julho, data em que se realizou o primeiro transplante em Portugal, em 1969, será este ano comemorado em Coimbra, no Pavilhão Centro de Portugal, a partir das 10h30, com a presença de pessoas transplantadas que praticam desporto habitualmente.

Segundo relatório
As despesas de saúde privada em Portugal e na Grécia tiveram o maior crescimento da área da OCDE desde 2009 a 2013,...

As “Estatísticas de Saúde 2015” da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) mostram que a despesa de saúde continuou a tendência decrescente em Portugal, Grécia e Itália no ano 2013.

“A maioria dos países membros da OCDE da União Europeia indicou gastos com a saúde per capita abaixo dos níveis de 2009. Fora da Europa, estas despesas aumentaram a uma taxa de 2,5% ao ano desde 2010”, refere a OCDE.

Três quartos dos gastos com a saúde continuam a ser financiados por fontes públicas nos países da OCDE, “mas as medidas de contenção de custos tomadas por alguns estados levaram a um aumento do consumo privado”, seja através de seguros de saúde ou de pagamentos diretos pela família.

“Na Grécia e em Portugal, a participação das despesas de saúde privada cresceu quatro pontos desde 2009, o que representa o maior aumento na área da OCDE, e significa que um terço da despesa total em saúde estava foi financiado por fontes privadas em 2013”, refere uma síntese da organização.

A OCDE destaca mesmo que “alguns dos países mais atingidos pela crise tiveram aumentos significativos” nos pagamentos diretos no momento de utilização dos cuidados de saúde (pagamentos ‘out-of-pocket’).

Como exemplos surgem Portugal e a Grécia, que entre 2009 e 2013 viram as despesas de saúde privada aumentarem, respetivamente, para 28% e 31% do total.

Sobre os gastos gerais com saúde per capita, Grécia, Itália e Portugal são os países apontados como tendo quedas consecutivas nos últimos anos.

Na Grécia, a queda de 2,5% em termos reais em 2013 significou a quarta baixa consecutiva nas despesas de saúde, deixando os níveis ‘per capita’ a cerca de 75% dos de 2009.

Já em Portugal e em Itália, os gastos com saúde decresceram por três anos consecutivos.

Em Portugal a despesa com saúde diminui 4,8% em 2010/2011, reduziu 5,8% em 2011/2012 e voltou a decrescer 3,7% em 2012/2013.

No global, dos 34 países que integram a OCDE, os gastos com saúde tiveram um aumento real de 1% em 2013, acima dos 0,7% que tinham sido registados em 2012. Contudo, a organização salienta que as taxas de crescimento em 2013 se mantiveram bem abaixo dos níveis pré-crise: entre 2000 e 2009 o crescimento médio das despesas de saúde tinha atingido os 3,8%.

Ordem dos Farmacêuticos
A Ordem dos Farmacêuticos lançou a versão 2.0 da sua Bolsa de Oportunidades da Ordem dos Farmacêuticos, uma plataforma virtual,...

Pouco mais de um ano após o seu lançamento, a Bolsa de Oportunidades da Ordem dos Farmacêuticos (BOOF) conta já com mais de 3.000 utilizadores registados, tendo sido divulgadas durante este período mais de 120 oportunidades de emprego, estágios, bolsas e prémios dirigidas a estes profissionais de saúde, bem como aos membros estudantes da Ordem dos Farmacêuticos (OF).

A nova versão da BOOF permite o acesso a novas funcionalidades (definições de perfil, privacidade, personalizações, informação estatística, entre outas melhorias), a maioria das quais sugeridas pelos utilizadores, com base nas suas experiências de acesso à plataforma.

Com este projeto, a OF pretende dar resposta a uma preocupação crescente com a empregabilidade no sector. De acordo com um inquérito do Observatório da Empregabilidade no Sector Farmacêutico (OESF) da OF aos diplomados do Mestrado Integrado de Ciências Farmacêuticas, realizado no final de 2013, 80% dos formados no ano de 2011/2012 tiveram dificuldade em encontrar trabalho regular depois de terminado o curso. Dos que tinham encontrado trabalho, 75,6% tinham contrato de trabalho – e destes 49,7% tinham contrato a termo certo.

Com um formato dinâmico e de acesso gratuito, a BOOF é um ponto de partida para as relações profissionais entre empresas e outras entidades e os farmacêuticos desempregados ou à procura de novas oportunidades no sector.

Entre 2004 e 2014
Um relatório que traça o perfil da saúde dos portugueses concluiu que os indicadores melhoraram na última década, mas não teve...

“A Saúde dos Portugueses. Perspetiva 2015” traça o perfil da saúde dos cidadãos residentes no território nacional entre 2004 e 2014 e será hoje apresentada em Lisboa, na presença do ministro da Saúde.

O documento contém uma ressalva: “Descreve a saúde das portuguesas e portugueses independentemente da influência conjuntural da crise social e económica que se agravou no contexto do Programa de Ajustamento que terminou em 2014, pelo que as questões associadas direta ou indiretamente ao sistema de saúde, incluindo recursos humanos e orçamentais, não serão alvo de análise”.

Contudo, os autores – especialistas dos vários organismos do Ministério da Saúde – admitem “a possibilidade dos efeitos de crises económicas e sociais prolongadas terem reflexos em indicadores apenas a médio e longo prazo”.

“Admite-se, igualmente, que a resiliência dos cidadãos, das famílias e das comunidades contribua para explicar os sucessivos ganhos em saúde”, lê-se no documento.

Em relação à década em análise, o relatório conclui: “mantém-se, genericamente, a tendência positiva dos principais indicadores de saúde em todas as fases da vida”.

“É notório o peso relativo que as doenças crónicas não transmissíveis passaram a representar. O grande desafio é saber, em termos prospetivos, qual o futuro a médio e longo prazo para a evolução das doenças oncológicas, das doenças cérebro e cardiovasculares e da diabetes. Impõem-se medidas que visem desacelerar as curvas epidémicas crescentes e, em alguns casos, descontroladas”, indica o relatório.

Os autores sublinham “a evolução positiva na generalidade dos indicadores de saúde, aliás, demonstrada pelas tendências progressivas de cada vez maior esperança de viver à nascença, aos 45, aos 65 e aos 75 anos, acompanhadas por um aumento do número de anos de vida saudável”.

“Na verdade, em 10 anos, a esperança de vida ao nascer registou um acréscimo de dois anos, tendo diminuído a diferença entre os sexos feminino e masculino”.

No mesmo sentido, prossegue o documento, “há uma clara melhoria no que se refere à evitabilidade da morte antes dos 70 anos de idade, com consequente redução dos anos de vida potencialmente perdidos”.

“No que se refere aos fatores de risco que mais contribuem para o total de anos de vida saudável perdidos pela população portuguesa, são relevantes os hábitos alimentares inadequados (19%), a hipertensão arterial (17%), o índice de massa corporal elevado (13%) e o tabagismo (11%)”.

Este documento recorda dados de 2013, segundo os quais mais de 70% das mortes, em Portugal, são devidas a doenças do aparelho circulatório (30%), tumores malignos (24%), doenças do aparelho respiratório (12%), doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (5%).

Nesse ano, mais de 70% das mortes ocorridas em idades inferiores a 70 anos em Portugal foram devidas a tumores malignos (41%), doenças do aparelho circulatório (16%), causas externas de lesão e envenenamento (9%) e doenças do aparelho digestivo (6%).

“Apesar da acentuada queda da respetiva taxa de mortalidade, as doenças cerebrovasculares ainda constituem a causa específica mais destacada nestas idades, tendo provocado 160 óbitos por 100 mil habitantes. Seguem-se as doenças isquémicas cardíacas, também com evolução positiva, baixando para 115 por 100 mil habitantes no quinquénio mais recente”.

“O tumor maligno da laringe e traqueia e brônquios e pulmão ocupa a terceira posição, tendo aumentado ligeiramente (de 111 para 114 por 100 mil habitantes). A taxa de mortalidade por diabetes é também relevante neste grupo etário (80 por 100 mil habitantes)”.

Sobre as coberturas vacinais, o relatório indica que estas “continuam com níveis elevados e adequados para conferirem imunidade de grupo. Realça-se a consolidação da eliminação de doenças como sarampo, rubéola, poliomielite aguda e difteria, assim como ganhos nas múltiplas dimensões relacionadas com a saúde da mãe e da criança”.

Este documento surge no seguimento da divulgação em anos anteriores dos Relatórios dos Programas de Saúde Prioritários “Portugal em Números”.

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