Associação de Jovens Diabéticos de Portugal
A Associação de Jovens Diabéticos de Portugal organiza no próximo dia 16 de Outubro, Dia Mundial da Alimentação, a partir das...

O projeto “AJDP nas Escolas” foi criado em 2009 com o objetivo de informar sobre a diabetes e o impacto que esta condição pode ter na vida das pessoas. Neste sentido, a associação e os seus voluntários organizam sessões de esclarecimento em escolas de todo o país para debater temas relacionados com a diabetes (tipo 1 e tipo 2) como a importância da alimentação e nutrição, o impacto do desporto e exercício físico, ou os principais mitos associados a esta condição.

Carlos Neves, presidente da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP), refere que “estas sessões são fundamentais para dar a conhecer às pessoas e, principalmente, aos jovens a diabetes e a importância de uma alimentação saudável e equilibrada. Neste sentido, os hábitos alimentares estão diretamente relacionados com o controlo diabetes. É essencial alertar que a diabetes tipo 2, provocada maioritariamente pela má alimentação e rotinas sedentárias, tem aumentado entre os jovens e pode ser prevenida.”

Lançamento da Campanha do Banco de Sangue do Hospital de Braga
Alan, jogador do Sporting Clube de Braga, D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga, Ricardo Rio, Presidente da Câmara de Braga, e...

O Hospital de Braga reforça assim, junto dos bracarenses, o apelo à dádiva de sangue, após a abertura do Banco de Sangue em maio deste ano. Esta campanha de sensibilização pelas ruas da cidade de Braga divulga, ainda, o novo horário do Banco de Sangue: 9h às 13h e das 14h30 às 18h30.

A campanha de sensibilização de dadores de sangue, que até esta data aconteceu nas instalações do Hospital de Braga, está a partir de hoje, presente por toda a cidade de Braga. Associados a esta nobre causa estão quatro individualidades da cidade – Ricardo Rio, Presidente da Câmara Municipal, António Cunha, Reitor da Universidade do Minho, D. Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz da Arquidiocese de Braga, e o futebolista Alan do Sporting Clube de Braga - que se juntam a outros tantos profissionais do Hospital como rostos desta campanha de sensibilização: António Marques| Diretor do Serviço de Imunohemoterapia, Raquel Gonçalves| Diretora do Serviço de Gastroenterologia, Alice Carvalho| Enfermeira Chefe do Serviço de Cardiologia e Ana Fernandes| Assistente Operacional do Serviço de Imunohemoterapia.

O Banco de Sangue do Hospital de Braga abriu portas no passado mês de maio, e funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 13horas e das 14h30 às 18h30, para todos aqueles que quiserem salvar vidas. Como o sangue é um bem escasso e não pode ser criado artificialmente, os doentes estão dependentes da disponibilidade dos dadores. É por isso urgente dar sangue.

‘Fórum D 2015’
O primeiro fórum nacional sobre vitamina D, que se realizou no passado dia 3 de outubro, em Coimbra, debateu a importância do...

Neste encontro discutiram-se ainda as prioridades e as estratégias de combate à carência da vitamina D entre a população portuguesa.

As principais conclusões, formuladas por especialistas nas diferentes áreas da saúde, foram reunidas sob a designação de DECLARAÇÃO D. 2015, de que se citam os principais excertos. 

Vitamina D

·         A vitamina D exerce uma ação complexa e harmoniosa sobre um grande número de mediadores biológicos e vias de sinalização, numa grande variedade de tipos celulares, em todos os órgãos e sistemas. Isto torna plausível que esta Vitamina D interfira com uma grande variedade de doenças

Necessidades diárias. Fontes: dieta e sol

·         A dieta é uma fonte escassa de Vitamina D (com exceção do óleo de fígado de peixes gordos e da gema de ovo).

·         O sol é a principal fonte de Vitamina D: Em Portugal a exposição de braços e pernas ao sol, sem proteção, por 10-15 minutos, entre as 10 e as 15 horas, de Abril a Outubro poderá bastar as necessidades de todo o ano. Este tempo de exposição solar não é considerado de risco significativo para cancro da pele.

·         O aumento da coloração da pele, a idade e o uso de protetores solares diminuem - chegando mesmo a anular - a produção de vitamina D pelo organismo.

·         Para as pessoas que não apanham sol em quantidade suficiente ou tenham alguma das condições de risco apontadas mais adiante, o uso de suplementos de vitamina D na dose de 800U/dia é considerado vantajoso para a saúde em geral e seguro.

·         Muitos especialistas sugerem mesmo doses mais altas, da ordem de 1200 a 2000 U/dia, ou em toma semanal ou mensal equivalente. As pessoas obesas precisam de doses mais elevadas.

Valores Normais de Vitamina D

·         A avaliação do estado de Vitamina D deve fazer-se por medição dos níveis séricos de Vitamina 25(OH)D.

·         As recomendações atuais são unânimes em não recomendar o rastreio generalizado dos níveis de vitamina D: Só se justifica fazer a análise em pessoas com maior risco.

Estado da epidemia e do seu combate

·         Estudos epidemiológicos demonstram uma elevada prevalência de carência e de insuficiência de Vitamina D por todo Mundo, podendo atingir 60 a 80% da população.

·         Em Portugal a carência de vitamina D é muito frequente entre as pessoas com fraturas, doentes institucionalizados ou admitidos a hospitais e entre crianças e adolescentes saudáveis. Estão em curso estudos alargados de base populacional.

·         A investigação nacional revela que a ingestão de alimentos ricos em Vitamina D é escassa (ingestas médias da ordem de 150 a 200 UI/dia).

·         Não havendo, em Portugal, fortificação de produtos alimentares em vitamina D, com o é comum em alguns países, resta-nos a exposição solar ou a toma de suplementos de Vitamina D.

Carência de Vitamina D - indícios clínicos e laboratoriais

·         Deveremos tomar como indícios de Carência de vitamina D: A presença de fatores de risco como pele escura, escassa exposição solar, uso regular de protetor solar, idosos, obesos, institucionalizados, doença hepática, doença renal, síndromes de mal absorção, entre outros; A presença de sintomas sugestivos ou compatíveis, tais como: dor óssea, mialgias, fraqueza muscular, fadiga inexplicada, quedas e fraturas, depressão e ou deterioração cognitiva ou infeções recorrentes; A presença de alterações laboratoriais ou radiológicas sugestivas como elevação de fosfatase alcalina, hipocalcémia e hipofosfatémia, elevação da PTH e Rx – fraturas de Looser-Milkman.

Vitamina D e doença cardiovascular - o que sabemos?

·         Há uma forte relação entre os níveis mais baixos de Vitamina D e uma maior prevalência e maior mortalidade de eventos cardiovasculares, insuficiência cardíaca e arritmias.

·         O défice de vitamina D está relacionado com a hipertensão arterial.

·         Alguns estudos mostraram que a correção da carência de Vitamina D aporta melhoria dos fatores de risco cardiovascular (HTA e resistência à insulina).

·         São, contudo, necessários mais estudos, prospetivos e randomizados, para comprovar que a correção do défice de vitamina D tem um real efeito benéfico sobre a incidência e progressão de doença cardiovascular de tipos diversos.

Vitamina D e Cancro

·         O défice de vitamina D está associado a um risco aumentado de incidência de vários tipos de cancro e com a agressividade da evolução tumoral e a mortalidade que lhes está associada.

·         Não está, contudo, ainda provado que o tratamento com Vitamina D previna o cancro ou ajude no seu tratamento.

Vitamina D e envelhecimento saudável

·         A prevalência da carência de Vitamina D é especialmente comum entre os idosos.

·         A suplementação de vitamina D em doentes com carência diminui a ocorrência de quedas, a incidência de fraturas e o défice cognitivo.

Para a mais informação visite www.forumd.org.

16 de Outubro - Dia Mundial da Alimentação
A Direção-Geral da Saúde e os dentistas uniram-se este ano para assinalar o Dia Mundial da Alimentação com alertas dirigidos...

No dia 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação, a Direção-Geral da Saúde (DGS) vai lançar uma campanha de alerta para a ligação entre saúde oral e os alimentos que ingerimos, através de um cartaz que vai chegar a todas as Bibliotecas Escolares, com a colaboração do Plano Nacional de Leitura e do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável.

A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), por sua vez, vai distribuir os cartazes pelos médicos dentistas, para que estes possam usá-los nos consultórios e aconselhar os doentes.

A campanha dirige-se principalmente às crianças, mas também a profissionais de saúde e a professores, traçando os riscos que alguns alimentos representam para a saúde oral, através de textos curtos, simples e diretos.

Segundo a DGS, o cartaz contem “imagens divertidas e apelativas”, que explicam como o açúcar é um dos principais inimigos de uma boca saudável e contribui para a destruição do esmalte dos dentes.

Como o açúcar está escondido em muitos alimentos sob diversos nomes, o cartaz apresenta as substâncias a que é preciso estar alerta: alimentos refinados, sumos e refrigerantes e as batatas fritas também são de evitar.

A mensagem não é de proibição, mas de recomendação, aconselhando as crianças a guardarem estes alimentos para dias de festa.

Na alimentação diária, o conselho é incluir nas refeições legumes e leguminosas, fruta fresca e frutos secos, leite e seus derivados.

A saúde oral tem impacto em doenças como a diabetes e as cardiovasculares, que infelizmente são das mais comuns em Portugal, alerta a DGS, lembrando que a cárie dentária é a doença mais comum em todo o mundo, com 90% da população atingida.

Paulo Ribeiro de Melo, secretário-geral da OMD, salienta que estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) sugerem que as taxas mais altas de cárie dentária ocorrem quando o nível de ingestão de açúcares é superior a 10% da ingestão calórica total.

A OMS recomendou a redução da ingestão de açúcares, tanto em adultos como em crianças, para menos de 10% da ingestão calórica total, o equivalente a 50 gramas por dia.

Estudo
O vírus do Ébola pode persistir no esperma de alguns sobreviventes à infeção durante nove meses, segundo um estudo divulgado e...

Este é o primeiro estudo do género, realizado a longo prazo, e que mostra que vestígios do vírus podem permanecer permanentemente no corpo de homens curados, o que representa um risco porque podem contaminar outras pessoas.

Os resultados preliminares do estudo, realizado em 93 voluntários do sexo masculino com idade superior a 18 anos na Serra Leoa, foram divulgados na revista médica New England Journal of Medicine.

“O estudo (…) mostra que apesar do número de casos de Ébola continuar a diminuir, os sobreviventes e suas famílias ainda enfrentam os efeitos da doença”, referiu, em comunicado, Bruce Aylward, responsável da Organização Mundial de Saúde (OMS) pelo combate à doença.

Segundo o mesmo responsável, a pesquisa fornece mais evidências de que as pessoas que sobrevivem ao Ébola precisam de ajuda entre seis a 12 meses após a sua recuperação, para garantir que os seus parceiros sexuais não são expostos ao vírus.

Os 93 participantes começaram a fornecer amostras de esperma dois meses depois de terem estado infetados e durante 10 meses.

O vírus do Ébola devastou três países da África Ocidental (Serra Leoa, Libéria e Guiné-Conacri) desde o final de 2013, infetando 25 mil pessoas e provocando 11 mil mortos.

Estudo
Uma proteína que parece desempenhar um papel-chave na doença de Alzheimer foi identificada por cientistas, que acreditam ser...

Conhecida como GPR3, a proteína pode, segundo o estudo feito com ratinhos, impedir a acumulação de fragmentos da proteína beta-amiloide no cérebro, que afeta a comunicação normal entre os neurónios.

A formação de placas amiloides no cérebro é considerada a principal causa da doença de Alzheimer, que não tem cura.

"Descobrimos que GPR3, uma proteína ativa no cérebro, jogava um papel significativo na formação de beta-amiloide e na agregação deste peptídeo para formar as placas" amiloides que existem dos doentes de Alzheimer, afirmou, citada pela agência AFP, a investigadora Amantha Thathiah, da Universidade de Lovaina, na Bélgica.

De acordo com Amantha Thathiah, o estudo mostra, por manipulação genética, que "a ausência desta proteína reduz a formação de placas amiloides e o declínio cognitivo" em ratinhos doentes.

Apesar dos modelos de doença de Alzheimer em ratinhos não serem equivalentes aos humanos, pelo que é necessário aprofundar os resultados do estudo em humanos, os cientistas sentem-se motivados pelo facto de haver no mercado medicamentos que têm como alvo este tipo de recetor proteico.

Além disso, realça a investigação, autópsias feitas a cadáveres de pessoas com Alzheimer mostraram que tinham no cérebro níveis elevados de GPR3, e que estes estavam associados à progressão da doença.

Para os especialistas, as moléculas testadas, até ao momento, contra os sintomas da doença de Alzheimer revelaram-se dececionantes: algumas conseguiram parar ou refrear a formação de placas amiloides, mas sem realmente atenuar os sintomas, nomeadamente nas fases precoces da patologia.

Sindicato dos Enfermeiros alerta
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros, José Correia Azevedo, disse que a “toma excessiva” de antibióticos reduz a sua...

“Hoje toma-se antibióticos por tudo e por nada, há uma banalização da sua administração e toma, havendo médicos a prescreve-los por mera prevenção, o que é muito preocupante porque o organismo habitua-se e quando é necessário tomar antibiótico, este perde efeito”, explicou.

Nos últimos dois meses, 30 doentes do Hospital de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, foram identificados por serem portadores da bactéria Klebsiella Pneumoniae – muito resistente a antibióticos – e desses oito morreram sem que a causa possa ser atribuída diretamente à infeção e outros nove já tiveram alta.

Treze doentes estão internados, em isolamento, mas apenas dois merecem maior preocupação.

Segundo José Correia de Azevedo, está-se a atingir a “saturação do efeito” dos antibióticos, provocando a sua “ineficácia”.

Além disso, o presidente do sindicato salientou que é fundamental haver, em meio hospitalar, uma “extrema limpeza” para evitar a propagação de infeções.

Uma “limpeza negligente” torna os organismos “mais vulneráveis” a bactérias e vírus, sustentou.

“É muito importante que o ambiente hospitalar seja muito bem limpo, por isso, o pessoal responsável por esta área tem de saber os perigos de não desempenhar bem a sua tarefa”, frisou.

Quanto às precauções que os enfermeiros devem ter para evitar a transmissão de bactérias e vírus pelos doentes, José Correia de Azevedo alertou para a necessidade de usarem luvas, batas, mascaras e desinfetantes.

O dirigente adiantou ainda que os enfermeiros, por estarem em permanente contacto com bactérias, têm mais defesas.

Por vezes, acrescentou, “o excesso de trabalho, relacionado com falta de pessoal, leva os enfermeiros a não fazerem, muitas vezes, as manobras de limpeza que deviam fazer”.

A bactéria multirresistente do hospital de Gaia terá surgido em consequência do uso de antibióticos, é de rápida disseminação, transmite-se pelo toque, sobrevive na pele e no meio ambiente e desconhece-se a sua durabilidade, explicou fonte hospitalar.

“Não há período de incubação, ninguém sabe ao certo o período que [um paciente] se mantém colonizado [com a bactéria], há quem diga que é toda a vida e há estudos que dizem que é intermitente”, explicou a coordenadora do Grupo Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e Resistência aos Antimicrobiano do Centro Hospitalar Gaia/Espinho.

Margarida Mota, responsável pelo controlo do tratamento antimicrobiano dos pacientes portadores da bactéria Klebsiella Pneumoniae do hospital de Gaia, referiu ser por isso mesmo que as recomendações vão no sentido de “perante um doente positivo, o melhor é considerá-lo positivo para o resto da vida”.

Hospital de Gaia
A bactéria multirresistente do hospital de Gaia terá surgido em consequência do uso de antibióticos, é de rápida disseminação,...

“Não há período de incubação, ninguém sabe ao certo o período que [um paciente] se mantém colonizado [com a bactéria], há quem diga que é toda a vida e há estudos que dizem que é intermitente”, explicou a coordenadora do Grupo Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e Resistência aos Antimicrobiano do Centro Hospitalar Gaia/Espinho.

Margarida Mota, responsável pelo controlo do tratamento antimicrobiano dos pacientes portadores da bactéria Klebsiella Pneumoniae do hospital de Gaia, referiu ser por isso mesmo que as recomendações vão no sentido de “perante um doente positivo, o melhor é considerá-lo positivo para o resto da vida”.

Os próprios familiares dos doentes portadores que já regressaram a casa receberam recomendações de “lavagem de mãos sempre que contactam com o doente”, tal como “o doente tem indicação de lavagem de mãos sempre que vai à casa de banho e sempre que procede à sua higienização”.

No centro hospitalar de Gaia foram identificados 30 doentes portadores da bactéria multirresistente, oito dos quais morreram sem que a causa possa ser atribuída diretamente à infeção e nove já tiveram alta.

“Aquela que suspeitamos que tenha sido a origem deste surto foi uma doente que estava internada com uma complicação pós-operatória na cirurgia. E chegámos a esta conclusão porque o primeiro caso era um doente que tinha sido admitido há pouco tempo” e partilhou a mesma unidade de pós-operatório, explicou a responsável.

Perante o quadro, o hospital considera ser muito provável que a bactéria se tenha desenvolvido como “efeito colateral da terapêutica com antibióticos” ministrada à primeira paciente que já estava internada há cerca de 50 dias e que já “tinha feito vários ciclos de antibióticos”.

Os dois doentes partilharam a unidade de pós-operatório no dia 29 de julho e o primeiro caso foi notificado a 7 de agosto, mas os restantes contaminados só começaram a ser isolados na última semana de agosto.

“Tivemos que desencadear procedimentos para caracterizar essa bactéria [o] que nos levou algum tempo porque não tínhamos técnicas para efetuar isso. Tivemos que adquirir técnicas e kits para classificar e foi quando verificámos que estávamos perante uma bactéria Klebsiella”, referiu.

Foi também no final de agosto que o hospital arrancou com os rastreios e análise do percurso de outros pacientes que começaram a apresentar sinais da “superbactéria”, tendo o último doente sido identificado no rastreio efetuado na passada sexta-feira.

Margarida Mota prevê que possam surgir “mais três ou quatro” doentes portadores da bactéria mas salientou que “numa equivalência à gripe podemos dizer que já atingimos o pico na semana passada e esta semana estamos a zero”.

Quanto aos 13 doentes ainda internados e portadores da bactéria, a sua saída “depende do quadro clínico, da doença que motivou o seu internamento e das condições sociais em que vivem”.

Coimas podem ultrapassar 44 mil euros
A partir de novembro passa a ser proibida a publicidade enganosa em saúde, com coimas previstas superiores a 44 mil euros, uma...

O decreto-lei que estabelece o regime jurídico a que devem obedecer as práticas de publicidade em saúde foi hoje publicado em Diário da República, e prevê coimas que começam nos 250 euros e podem ultrapassar os 44 mil euros.

O documento estabelece ainda os princípios gerais a que a publicidade em saúde deve obedecer e enuncia as práticas consideradas enganosas neste âmbito.

Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, saúda a medida, lembrando que “há muito” que a ordem vem alertando para a “situação de desregulação da publicidade em saúde” e que “justifica intervenções legislativas que protejam o interesse comum, os direitos e interesses legítimos dos doentes”.

“Este decreto-lei vem reconhecer que até agora a saúde estava desregulada a este propósito”, sublinha o bastonário.

Orlando Monteiro recorda que “têm sido denunciados às autoridades dezenas de casos na área da saúde oral”, casos que a partir de agora serão considerados publicidade enganosa e serão punidos com coimas.

Na medicina dentária, as queixas mais recorrentes referem-se à publicitação de serviços gratuitos, rastreios e check-ups utilizados para induzir tratamentos desnecessários aos doentes, a publicitação de cartões com descontos, garantias vitalícias ou concursos e cartões para a compra de tratamentos em sites de compras em grupo, acrescenta.

Com o novo decreto-lei, passam a ser proibidas todas as práticas enganosas que descrevam o ato ou serviço como “grátis”, “gratuito”, “sem encargos”, “com desconto” ou “promoção”, mas também aquelas que de algum modo pretendam promover um ato ou serviço diferente do publicitado.

Ficam também proibidas as práticas de publicidade em saúde que sejam suscetíveis de induzir em erro o utente quanto às características principais do ato ou serviço, designadamente através de menções de natureza técnica e científica sem suporte de evidência.

É ainda passível de coima, a publicitação de expressões de inovação ou de pioneirismo sem prévia avaliação das entidades com competência no sector também é sujeita a coima, bem como as práticas que se refiram falsamente a garantias de cura ou de resultados sem afeitos adversos ou secundários.

A publicitação de atos e serviços de saúde como prémio, brinde ou condição de prémio, no âmbito de concursos, sorteios ou outras modalidades no género passam também a ser ilegais.

À Entidade Reguladora da Saúde cabe o papel de fiscalizar, instruir processos e decidir da aplicação de coimas e sanções acessórias para os infratores.

O novo regime da publicidade em saúde foi elaborado com base nas propostas de um grupo de trabalho que analisou em detalhe o regime dos atos de publicidade praticados pelos prestadores de cuidados de saúde.

70% das decisões clínicas baseiam-se nos resultados de testes de diagnóstico
Para debater esta realidade e analisar os desafios da gestão laboratorial no contexto do sistema de saúde nacional, cerca de...

Atualmente, cerca de 70% das decisões clínicas são tomadas tendo por base os resultados de testes de diagnóstico1, embora o investimento neste setor de atividade represente apenas 2% dos custos de saúde. Esta realidade é agravada pelos cortes orçamentais que visam reduzir as despesas para o Serviço Nacional de Saúde. Mais do que um custo, os meios complementares de diagnóstico são um investimento que não deve ser descurado pelas entidades governamentais. Em alguns casos, o uso destes métodos permite reduzir 30-50% dos custos em internamento hospitalar e em gastos de ambulatório, por detetar as principais alterações no estado de saúde de um doente e permitir ajustar o tratamento2.

“Nem sempre conseguimos estar perante uma situação em que é tão claro que com uma única orientação, se possam aumentar os ganhos em saúde e na sustentabilidade do SNS. Neste caso, a maior qualidade da informação dada por dispositivos, nomeadamente de diagnóstico, significa mais segurança, eficácia e menos custos numa ótica centrada no doente. Por isso alinha as perspetivas dos doentes, dos pagadores e da indústria, incluindo a nacional.” salienta Francisco Rocha Gonçalves, Vogal do Conselho de Administração do Instituto Português de Oncologia do Porto.

“Os resultados dos testes e exames de diagnóstico são essenciais para definir o tratamento mais adequado, controlar a sua evolução, potenciando resultados terapêuticos mais seguros, e reduzir os custos com tratamentos futuros. Por estes motivos é evidente que um aumento de investimento neste setor de atividade traz benefícios clínicos e económicos, com impacto na qualidade de vida do doente e na sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde” esclarece Fernando Araújo, Diretor de Serviço de Imunohemoterapia do Centro Hospitalar de S. João.

Alertar para a problemática da subvalorização do setor dos diagnósticos em Portugal e incentivar o investimento nesta área, através da aquisição de equipamentos de qualidade e que garantam resultados eficazes, são os objetivos deste evento que contará com a presença de especialistas que diariamente trabalham em prol da saúde da população.

 

1 The Lewin Group, The value of diagnostics Innovation, adoption and infusion into health care, 2009
2 Valor do Sector do Diagnóstico in Vitro, em Portugal, Deloitte Consultores, S.A., 2014

Internista diz
A redução do número de camas hospitalares e o encerramento de Serviços de Atendimento Permanente aumentaram a afluência às...

Esta médica coordena o primeiro Congresso Nacional da Urgência, que acontece a 24 e 25 de outubro no Funchal e que vai procurar “soluções para os serviços de urgência nacionais”.

Maria da Luz Brazão disse que o objetivo de quem trabalha numa urgência – que “felizmente são maioritariamente os internistas – é manter a qualidade do atendimento”.

Uma tarefa que tem sido dificultada pela “sobrelotação” em que se encontram os serviços.

“Estamos preocupados com a sobrelotação da urgência, o que não é exclusivo português, pois tem acontecido em todo o mundo”, disse.

Em Portugal, contudo, tem-se assistido a um aumento da esperança de vida que se tem traduzido em mais doentes idosos, com mais doenças.

Para facilitar a resposta, Maria da Luz Brazão, do Núcleo de Estudos de Urgência e do Doente Agudo (NEUrgMI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), defende a reabertura de alguns dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) que foram encerrados nos últimos anos, tal como acontece em “picos” de procura, como aconteceu na passada época gripal.

“As urgências não precisam de ser aumentadas. Tem é de diminuir o número de pessoas que chegam a este serviço”, afirmou, defendendo o atendimento de doentes verdes e azuis (os menos graves) nos cuidados de saúde primários.

Ao nível do internamento, a médica também identifica constrangimentos e “um bloqueio”, defendendo a criação de unidades de internamento curto (inferiores a 32 horas).

Sobre as consequências da crise na afluência dos doentes às urgências, Maria da Luz Brazão refere que estes acabam de procurar mais este serviço, pois “acaba por sair mais barato do que ir a uma consulta”.

Esta utilização excessiva dos serviços de urgência por doentes sem gravidade “coloca em causa a eficiência das vias verdes prioritárias, como trauma, coronária, sepsies e Acidente Vascular Cerebral (AVC)”, segundo o NEUragMI.

16 de Outubro - Dia mundial da Coluna
Na semana em que se comemora o Dia Mundial da Coluna, o médico ortopedista Luís Teixeira e especialista na área da coluna,...

8 em cada 10 pessoas sofrem, ou irão sofrer, de dores da coluna nalgum período da sua vida, o que ocorre porque, segundo o médico especialista, “poucos são os que têm consciência corporal para manter diariamente uma postura correta. É muito comum ouvirmos as pessoas falarem de dores nas costas que podem surgir de inúmeros fatores como de noites dormidas numa posição errada, vícios posturais, saltos demasiado altos, excesso de peso na mala…Mas, geralmente, são dores pontuais e que acabam por passar. No entanto, as intensas e repetitivas merecem a atenção de um especialista.” explica Luís Teixeira que indica os inúmeros cenários em que a dor se pode pronunciar de forma ainda mais intensa como ao sentar, levantar, entrar e sair do carro, pegar em sacos ou apanhar alguma coisa do chão.

Que tipos de dores existem, afinal?
“É muito comum falar em dores nas costas mas devemos sistematizar para podermos compreender melhor as causas e os diferentes tipos de dor: lombar (localizada acima do quadril; dorsal (parte central das costas) e cervical (entre a cabeça e o tronco).” Explica o também Presidente da Associação Spine Matters – Proteja a Sua Coluna, uma associação sem fins lucrativos que visa sensibilizar para a importância do cuidado com a coluna a tempo inteiro de uma forma transversal, desde as fraturas osteoporóticas da 3ª idade, peso das mochilas na juventude ou à postura no local de trabalho

Quais os principais inimigos da coluna?
“O excesso de peso. Sem dúvida, é o maior inimigo da coluna. Por cada 10 quilos acima do peso adequado para um determinado indivíduo, aumenta em 25% o risco para desenvolver problemas na coluna. O sedentarismo, o excesso de peso que carregamos ou a idade são outros fatores que também entram na equação”, como explica o médico ortopedista: “A idade é o único fator que não podemos mudar. A partir dos 60 anos há uma maior probabilidade de se sofrer de dores na coluna mas é algo que pode ser contrariado através da prática de exercícios ao longo da vida de fortalecimento muscular, aumento da flexibilidade e que aumentem a irrigação sanguínea das fibras musculares.” Acrescenta ainda Luís Teixeira que reforça a importância de não esquecer a prática de exercício físico.

É por todos estes motivos que Luís Teixeira faz um apelo aos portugueses: “Quando vejo a quantidade de pessoas que podia ter evitado um problema sério, porque desvalorizaram os sintomas, sinto que é minha obrigação não deixar de alertar para a necessidade de visitar um especialista quando se sente uma dor persistente nas costas. Este Dia Mundial da Coluna é o momento certo para nos lembrarmos disso.” remata.

Em Portugal
Portugal tem o dobro das urgências de países como o Reino Unido e a situação não se alterou em sete anos.

Em época de crise, entre 2008 e 2014, a procura dos serviços de urgência dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) continuou muito elevada. Em sete anos, apesar do grande aumento das taxas moderadoras, os atendimentos em serviços de urgência hospitalares diminuíram apenas 0,3%. São cerca de 17 mil episódios de urgência por dia, escreve o jornal Público, quase o dobro das primeiras consultas e o equivalente a 53% das consultas externas, revela o estudo Desempenho clínico dos hospitais do SNS em 2008 e 2014 divulgado no Portal da Saúde.

Elaborado pela consultora multinacional de origem espanhola Iasist a pedido do Ministério da Saúde (MS), o estudo passa em revista a evolução, de 2008 para 2014, de vários indicadores da atividade de 45 hospitais públicos, incluindo os quatro construídos em parceria público-privada (Loures, Vila Franca de Xira, Braga e Cascais), além das duas unidades de saúde mental (Júlio de Matos e Magalhães Lemos) e dos três institutos de oncologia (IPO).

“Tendo em conta que Portugal apresenta o dobro das urgências de países como o Reino Unido (National Audit Office, 2013), estes são números manifestamente exagerados e bem reveladores da magnitude do problema das urgências”, destacam os autores do relatório, enquanto lembram que, em 2014, invertendo uma tendência de vários anos, as urgências até cresceram 1% em Portugal.

"O ideal teria sido analisar uma série temporal e não apenas os anos de 2008, 2013 e 2014", como é feito neste estudo, admite o diretor-geral da Iasist em Portugal, o antigo presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Manuel Delgado, para quem o facto de não haver "alterações significativas” na procura dos serviços de urgência vem comprovar que o modelo do SNS “não foi mexido no essencial”. Basta ver que quase dois terços (70%)  das admissões para internamento nos hospitais ainda se fazem pela via da urgência.

Os hospitais de maiores dimensões, os centrais, são uma exceção a este nível. Mas, mesmo face à redução na procura das urgências aqui observada, os consultores são cautelosos: este “sinal positivo deve ser acompanhado com atenção em futuras avaliações, para perceber se se tratou ou não de uma mera evolução conjuntural”.

De resto, nestes anos de crise, os hospitais públicos demonstraram "uma evidente resiliência no seu funcionamento e na sua organização”, independentemente das maiores ou menores dificuldades de acesso dos cidadãos, concluem os autores do relatório, avisando que a variável do acesso “não cabia” nesta análise de desempenho. “Esta é uma fotografia tirada do avião, não olhamos para pormenores, analisamos o que os hospitais fizeram, não o potencial de procura”, esclarece, a propósito, Manuel Delgado.

O objetivo do Ministério da Saúde era, aliás, o de perceber se a crise económica e social que o país tem vivido nos últimos anos teve ou não repercussões na atividade hospitalar e neste estudo a Iasist trabalhou com a base de dados dos grupos de diagnóstico homogéneos (GDH) e do movimento assistencial da Administração Central do Sistema de Saúde.

Cirurgia ambulatória cresceu 63%
Num contexto em que os doentes são mais idosos (a população com mais de 65 anos representava um quinto do total em 2014) e os médicos mais exaustivos e rigorosos nos registos, os dados do estudo indicam que os hospitais conseguiram "melhorar os resultados" e também "a qualidade dos cuidados prestados" nalguns domínios, com destaque para a cirurgia ambulatória, que cresceu 63% neste período. Também a qualidade clínica evoluiu positivamente.

Sobre a evolução da cirurgia de ambulatório, esta foi de tal forma relevante que se propõe que deveria, agora, ensaiar-se a passagem para um conceito "mais exigente (sem pernoita)”. Atualmente, a cirurgia de ambulatório inclui a permanência até 24 horas dos pacientes nos hospitais, podendo implicar que o doente passe a noite na unidade de saúde.

Os resultados provam ainda que, neste período, as camas nos hospitais de agudos diminuíram 7,1% (passaram de 22.316, em 2008, para 20.736, no ano passado), um fenómeno que foi muito mais expressivo nos hospitais universitários. Em contrapartida, frisa-se no estudo, as camas nos cuidados continuados integrados cresceram 250% entre 2008 e 2014 (de 2870 passaram para 7160).

A diminuição de camas para doentes “agudos” (hospitalares) foi, assim, compensada pelo crescimento da rede de camas de cuidados continuados, na “razão de 1 para 2,7”, argumentam os consultores, notando que há “um efetivo aumento de camas” que resulta num “maior equilíbrio na sua distribuição entre os dois sectores”. Ainda assim, o número de camas de cuidados continuados continua muito aquém do que tinha sido projetado quando esta rede foi lançada, há uma década. Mas Manuel Delgado frisa que a relação entre a perda de camas nos hospitais e o ganho nos cuidados continuados é "muito favorável".

Um indicador que vem levantar algumas questões é o do número de doentes saídos dos hospitais por mil habitantes, que baixou (de 92,7 em 2008 para 86,3 no ano passado). Os dados “não correspondem ao que seria expectável face ao envelhecimento e à maior gravidade e complexidade inerentes ao tratamento de pessoas mais idosas” (a idade média dos doentes subiu globalmente cerca de quatro anos), enfatizam os consultores. Uma situação que, ponderam, pode ser explicada por dois fatores, um eventual desvio da procura para o sector privado e o “aumento de necessidades não expressas por razões económicas e sociais”.

Ainda assim, a complexidade dos doentes tratados em internamento aumentou entre 2008 e 2014, em parte fruto da maior exaustividade no preenchimento dos processos clínicos pelos médicos, mas também, supõe-se, do efeito conjugado do envelhecimento, com a diminuição da atividade na área materno-infantil, com a "desnatação" exercida pelo sector privado e graças ao facto de os procedimentos cirúrgicos menos complexos serem feitos em ambulatório, explicam. 

Simultaneamente, nestes anos, enquanto houve hospitais com taxas de ocupação inferiores ao recomendável (menos de 75%), outros apresentaram valores muito elevados “reveladores de uma forte pressão da procura em certos períodos do ano”. Por isso, os autores do relatório sugerem a revisão das lotações e das áreas de influência dos hospitais (“ou até a sua existência)”.

“Se tenho hospitais com uma taxa de ocupação inferior a 75%, isso significa que 25% das camas estão vazias, apesar de os custos fixos permanecerem iguais”, e explica o responsável da Iasist. Olhando para os outros hospitais, acrescenta, “também não é bom” haver taxas superiores a 100%”. Como se resolve uma situação aparentemente paradoxal? Redistribuindo as camas, propõem.

Os hospitais analisados apresentam um comportamento muito variável quanto a a alguns dos indicadores. Nos hospitais centrais, por exemplo, já se verificou uma redução significativa de camas, ao que tudo indica em resultado dos ajustamentos na distribuição de áreas populacionais e das fusões realizadas.

Qualidade clínica melhorou
De 2008 para 2013, a qualidade clínica evoluiu “muito positivamente", com os índices de mortalidade, de complicações e de readmissões (ajustados ao risco) a apresentarem melhorias, sublinham os autores do estudo. No ano passado, estes bons resultados mantiveram-se, à exceção dos índices de mortalidade nos IPO (institutos portugueses de oncologia), o que se poderá explicar-se com alterações de natureza administrativa .

Em sentido inverso, as taxas brutas de complicações nos hospitais públicos passaram de 2,8% em 2008 para 3,5%, em 2014. Sobre a “segurança do doente”, não foi possível, porém, chegar a conclusões, por causa do "subregisto" das complicações e outros acontecimentos adversos, notam os autores, apesar de sublinharem que os registos médicos melhoraram sensivelmente nos últimos anos. No ano passado, fizeram-se 1,7 milhões de diagnósticos.

Apesar de ainda exibirem valores muito elevados no contexto europeu, as taxas de cesarianas apresentaram também “uma discreta melhoria”. Representavam 28,8% do total no ano passado, quando em 2008 eram um terço (33,5%). Aqui, as unidades locais de saúde apresentarem piores resultados, ao contrário do que seria de esperar.

Na saúde mental, verificou-se um aumento das altas nas unidades integradas em hospitais gerais, ao mesmo tempo que se registava uma diminuição nos hospitais psiquiátricos, o que corresponde também “à evolução esperada” neste sector. Também as admissões programadas em saúde mental aumentaram “significativamente", o que “é sinónimo de maior capacidade de intervenção precoce e mais oportunidade e adequação nos processos de internamento destes doentes".

Nova técnica
Uma nova técnica desenvolvida por um professor de Harvard poderá tornar realidade o transplante de órgãos animais para uso em...

A técnica CRISPR (Repetições Palindrómicas Curtas Agrupadas e Regularmente Espaçadas, em português) ganhou nome em 2002 e em 2011 percebeu-se que poderia ser uma ferramenta para ajustar o ADN, tornando os tecidos animais aptos a serem recebidos por seres humanos.

A CRISPR, segundo o Jornal de Notícias, começou a ser utilizada na área da engenharia genética e são conhecidos agora os resultados da investigação relacionada com a utilização de órgãos animais, como o do porco, no corpo humano.

George Church, professor da Universidade de Harvard, conseguiu desativar um retrovírus (vírus que afeta principalmente animais vertebrados e que não pode ser combatido por sofrer uma mutação constante) presente no porco através desta técnica inovadora.

O uso deste método em células de porco foi capaz de destruir sequências de ADN potencialmente perigosas em 62 cópias do genoma do animal. Como realça a revista especializada "Science", trata-se do exemplo mais extremo das potencialidades deste método.

"Esta área tem estado estagnada durante 15 anos. Tem havido alguns crentes, mas penso que isto muda o jogo por completo", afirma Church.

Uma das principais preocupações abordadas no artigo da revista norte-americana é a possibilidade do corpo humano rejeitar o órgão ou de ser transmitida uma infeção devido ao vírus presente no organismo do porco.

Caso esta barreira seja transposta, a técnica de Church poderá ser a solução para o baixo índice de doação de órgãos. O porco é o animal que tem os órgãos com um tamanho mais semelhante ao humano, sendo por isso a escolha mais óbvia.

No caso de Portugal, o transplante mais comum é o do rim. A 31 de dezembro de 2014, havia 1970 pessoas à espera de um órgão e, destas, 43 acabaram por morrer por não o receber.

O artigo em questão realça, porém, que serão necessárias ainda mais pesquisas para que se consiga tornar os órgãos animais aptos para uso no corpo humano. Falta ainda encontrar outras moléculas no animal que poderão fazer com que o sistema imunitário humano possa rejeitá-lo.

Todavia, esta descoberta representa uma grande esperança para o uso de órgãos de animais em humanos, o xenotransplante, realça o investigador.

Contudo, este avanço traz consigo questões culturais que serão difíceis de ser ultrapassadas. "Mesmo depois das questões científicas e de segurança serem resolvidas, deveríamos considerar possíveis preocupações culturais e impactos sociais associados ao uso disseminado de órgãos de porcos para transplante humano", refere Sarah Chan, especialista da Universidade de Edinburgo, citada pela "BBC Brasil".

Estudo revela
Investigadores da Academia de Sahlgrenska, em Gotemburgo, descobriram que os suplementos com antioxidantes podem acelerar a...

Publicada na revista norte-americana “Science Translational Medicine”, a investigação revela que os antioxidantes, presentes em alguns suplementos nutricionais, duplicaram o ritmo a que o melanoma maligno - uma forma grave de cancro de pele – se espalhou para os gânglios linfáticos de ratinhos de laboratório, escreve o Sapo.

Quando repetida a experiência em células humanas desenvolvidas em laboratório, os cientistas descobriram que as células cancerosas multiplicavam-se na presença de antioxidantes.

Apesar de ainda serem necessários mais estudos para confirmar as descobertas, os cientistas desaconselham a toma de antioxidantes a todas as pessoas com cancro ou com maior risco de desenvolver a doença.

Outros estudos preliminares
Estudos anteriores já tinha avançado que os pacientes que tomavam suplementos de vitamina E tinham maior risco de ter cancro da próstata e que os antioxidantes estavam ligados ao desenvolvimento de tumores nos pulmões quer em ratos quer em células humanas.

O estudo agora divulgado é o primeiro a demonstrar os efeitos nocivos que alguns antioxidantes podem causar em melanomas e metástases.

Martin Bergö, professor do Centro de Cancro Sahlgrenska da Universidade de Gotemburgo e líder do estudo, relembrou que as investigações apenas tiveram em conta suplementos nutricionais. Por isso, as pessoas devem continuar a ingerir alimentos ricos em antioxidantes.

Segundo o professor, as pessoas que tiveram cancro ou que têm um risco alto de o desenvolver (fumadores ou familiares com historial de cancro) devem evitar os suplementos nutricionais que contenham antioxidantes.

"Não há estudos conclusivos que mostrem que os suplementos antioxidantes são benéficos para eles e há uma crescente evidência de que podem ser prejudiciais. Os antioxidantes não causam cancro, mas se já existirem pequenos tumores pode acelerar o processo. Simplesmente, os antioxidantes ajudam quer as células saudáveis quer as cancerígenas", conclui.

No Norte
A estimativa é da Ordem dos Médicos. A redução da oferta resulta do menor número de vagas abertas para especialistas em...

Pouco mais de 50 mil. Será este, segundo a Ordem dos Médicos, o número de utentes da Região Norte que está na iminência de ficar sem médico de família, em resultado da redução do número de vagas para especialistas em medicina geral e familiar, escreve a Rádio Renascença.

Este ano, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte) abriu 74 lugares para 102 candidatos. Há, por isso, 28 médicos que ficam automaticamente excluídos do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Um cenário que, nas contas de Miguel Guimarães, presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, deixa “pouco mais de 50 mil pessoas que, objetivamente, vão perder o seu médico de família, que fazia um seguimento regular há pelo menos seis meses. Em muitos casos, há um ano e meio". Com escassas alternativas ao SNS, restam dois caminhos aos médicos recém formados: "ou a emigração ou a atividade exclusiva no setor privado".

Sair do país é cada vez mais uma possibilidade
O número de médicos disponíveis para emigrar não pára de subir. No ano passado, a Ordem dos Médicos recebeu quase 400 pedidos de emissão do certificado internacional de competências, indispensável para os clínicos que pretendam exercer no estrangeiro.

Miguel Guimarães admite que, no final de 2015, o número de médicos emigrantes possa ser ainda maior do que em 2014. "Este ano, o número de pessoas que já pediu o certificado acompanha a tendência do ano passado. E até finais de Junho, o número de médicos que emigraram já ultrapassou as duas centenas".

Falta de médicos é mais grave no Baixo Tâmega
André Ribeiro é um dos 28 excluídos do concurso de admissão de novos médicos da ARS Norte.

Sem médico de família ficam, agora, mais de mil e setecentos utentes da Unidade de Saúde Familiar de Longara a Vida, em Felgueiras. "1793", precisa o clínico.

Uma instabilidade também vivida pelos outros 27 colegas, também eles excluídos do concurso. Todos médicos de família na zona Norte desde Abril. André Ribeiro faz contas ao futuro e dúvidas não lhe restam. “Terei mesmo que decidir entre a emigração e o exercício exclusivamente privado da medicina geral e familiar”.

A decisão ainda não está tomada. Mas André Ribeiro garante que não teria de ser assim. Até porque, os números não batem certo com a realidade do país. “Abriram mais vagas do que candidatos na ARS de Lisboa e Vale do Tejo e abriram menos vagas do que os médicos que terminaram a especialidade na região Norte”.

E conclui que isto se traduz "numa tentativa de empurrar os médicos que terminaram a especialidade no norte para a região de Lisboa. Não podemos tirar acessibilidade dos utentes do norte de forma a privilegiar utentes de outras zonas".

Enquanto isso, a falta de médicos continua a ser um problema por solucionar em vários concelhos a norte do país: “em Felgueiras, em Amarante, no Marco de Canaveses, em Ribeira de Pena, em Santa Marinha do Zêzere, concelho de Baião". 

Hospital de Gaia diz
O Hospital de Gaia garantiu que não há, neste momento, nos seus cuidados intensivos doentes infetados com a bactéria,...

De acordo com a Coordenadora do Grupo Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e Resistência aos Antimicrobiano do Centro Hospitalar Gaia/Espinho (CHVNG/E), Margarida Mota, atualmente estão identificados 30 doentes com a bactéria, dos quais oito apresentavam evidência clínica de infeção, sendo os restantes considerados portadores assintomáticos.

“Verificou-se a ocorrência de oito óbitos. Contudo, a causa dos mesmos não pode ser atribuída diretamente a esta infeção dada a complexidade e gravidade dos quadros clínicos de base (situações oncológicas e de elevada comorbilidade)”, afirmou a responsável.

Revelada pelo Jornal de Notícias, esta situação de infeção pela bateria Klebsiella Pneumoniae foi detetada a 07 de agosto.

Em comunicado, Margarida Mota refere que “todos os doentes internados que se encontram sinalizados estão em regime de isolamento em unidade individual ou corte em enfermaria”.

De acordo com a responsável, após identificação do primeiro caso foi reforçada a capacidade do Laboratório de Microbiologia, nomeadamente através da aquisição de métodos específicos de identificação da bactéria (Biologia Molecular), do reforço da equipa nos turnos de fim de semana para resultados mais rápidos e procedeu-se à implementação de protocolo de rastreio de contactos.

Margarida Mota diz ainda que, entre outras medidas, se procedeu à notificação de estirpes à Direção-Geral da Saúde (DGS) e iniciou-se o processo de análise do genótipo das unidades isoladas.

Sobre o risco de contágio para profissionais de saúde e outros doentes, a responsável refere que “segundo vários estudos publicados sobre o risco ocupacional, verifica-se que o mesmo é pouco significativo ou nulo, desde que asseguradas as medidas de precauções básicas”.

“Segundo a análise de rastreio de contacto entre doentes, verifica-se a ocorrência de 8 doentes positivos em 44 casos”, acrescenta.

Refere ainda que atualmente encontra-se em curso “a análise dos genótipos dos isolamentos efetuados”.

“Com base na análise dos dados atualmente existente, o caso índex terá sido um doente do foro cirúrgico, com complicações pós-operatórios e com necessidade de vários esquemas de antibioterapia. A presença de ferida exsudativa potenciou as vias de transmissão”, conclui.

China
Uma empresa chinesa de biotecnologia anunciou que vai produzir em grande escala uma vacina contra o vírus Ébola, criada pelo...

As instalações da CanSino Biotechnology, em Tianjin, cidade portuária do norte da China, deverão estar concluídas em setembro de 2018 e terão um custo de dois mil milhões de yuan (278 milhões de euros).

A vacina foi desenvolvida em 2014 por cientistas da Academia Chinesa de Ciências Médicas Militares, recorrendo a mutações genéticas do vírus, e poderá adaptar-se ao clima tropical da África Ocidental, onde uma epidemia causou a morte de 11.000 pessoas desde o ano passado.

Estudo revela
A esterilização feminina histeroscópica, que consiste em colocar um dispositivo para bloquear as trompas de falópio, apresenta...

A esterilização é o método contracetivo feminino mais utilizado no mundo, sendo que, nos últimos anos, a esterilização histeroscópica começou a ser cada vez mais escolhida pelas mulheres, uma vez que é feito no consultório médico, sem recurso a anestesia geral, nem cirurgia.

Entre 2005 e 2013, uma equipa de investigadores realizou um amplo estudo em Nova Iorque, tendo analisado os dados de 8.048 mulheres que se submeteram a uma esterilização histeroscópica e de 44.278 que optaram pela esterilização laparoscópica.

A esterilização laparoscópica era o principal método utilizado nas últimas décadas e consiste num procedimento cirúrgico à base de clips, suturas ou queimaduras das trompas de Falópio para evitar a gravidez.

Com o desenvolvimento da esterilização histeroscópica, que desde o início deste século é feito na Europa e nos Estados Unidos da América através do dispositivo “Essure”, as queixas começaram a aumentar.

A Agência de Medicamentos e Alimentos (FDA) norte-americana recebeu "milhares de queixas", refere o documento hoje publicado no British Medical Journal, que acrescenta que foi com base nessas queixas que a equipa de investigadores decidiu analisar a segurança deste método, as gravidezes não desejadas e a necessidade de intervenção nos três anos seguintes ao procedimento inicial.

Os investigadores concluíram que as mulheres que tinham optado pela esterilização histeroscópica apresentavam um risco de novas intervenção 10 vezes superior – ou seja, houve 21 reoperações adicionais por cada mil pacientes - do que as que foram intervencionadas com laparoscopia.

Quanto ao risco de gravidez, o dispositivo também se revelou menos eficaz, com uma taxa situa-se em um em cada 100 casos.

Região Centro
O coordenador científico de um consórcio que reúne diversas entidades do Centro de Portugal, João Malva, realçou que a região...

Segundo este investigador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), as soluções a desenvolver pelo consórcio ageing@coimbra “têm de ser muito inovadoras” para que a região Centro possa “reforçar o seu compromisso no espaço europeu” neste domínio.

João Malva falava a propósito de uma mesa redonda subordinada ao tema “Demographic Changes and Ageing - Networks across Europe” (“Mudanças Demográficas e Envelhecimento – Redes na Europa”), promovida pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), na Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (UE), em Bruxelas.

Os trabalhos contaram com a intervenção inicial da presidente da CCDRC, a professora universitária Ana Abrunhosa, e testemunhos de representantes de outras regiões europeias que dinamizam projetos sobre alterações demográficas.

“Queremos encontrar mecanismos para replicarmos as nossas boas práticas ao nível do envelhecimento ativo e saudável e darmos-lhes escala na Europa”, disse João Malva.

Na sua opinião, o desenvolvimento e partilha de boas práticas nestas áreas constitui “um desafio e uma grande oportunidade” para criar negócios e promover o emprego, dando resposta ao reconhecimento do Centro de Portugal pela Comissão Europeia “como região de referência” para o envelhecimento ativo.

“Esta é uma oportunidade para o tecido académico e empresarial da região”, sublinhou.

O ensino, a investigação e o empreendedorismo são algumas das apostas do ageing@coimbra, que integra a própria FMUC, a Universidade de Coimbra, a Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto, a Administração Regional de Saúde do Centro, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, a Câmara Municipal de Coimbra e o Instituto Pedro Nunes.

Este encontro, realizado no âmbito da Semana Europeia das Regiões e Cidades – Open Days, permitiu “dar visibilidade à região Centro” e aos seus projetos sobre envelhecimento ativo e saudável, frisou João Malva.

Participaram ainda no painel responsáveis de outros empreendimentos regionais da Polónia, Espanha, França, Holanda e Alemanha.

A comitiva do Centro ao Open Days integra ainda Amílcar Falcão (vice-reitor da Universidade de Coimbra), Duarte Nuno Vieira (catedrático da FMUC), Ramiro Miranda (diretor da Segurança Social em Coimbra), Teresa Mendes (presidente do Instituto Pedro Nunes), António Cunha (diretor do Laboratório de Sistemas e Automação do IPN), José Martins Nunes (presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, e José Tereso, presidente da Administração Regional de Saúde.

Organizado pelo Comité das Regiões e pela Direção Geral de Política Regional da Comissão Europeia, o Open Days – o maior evento anual no calendário das regiões europeias – decorre até quinta-feira, em diferentes locais da capital belga, contando o programa com a cooperação do Parlamento Europeu, da presidência da União Europeia e de quase 200 regiões e cidades de mais de 30 países.

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