Em 2016
O INEM quer ter a funcionar em 2016 um novo sistema de informação e georreferenciação para melhorar os tempos de acesso do...

“O projeto de 2016 vai ser claramente alterar o modelo de informação e de georreferenciação do pré- hospitalar”, anunciou Paulo Campos, explicando que tal possibilitará “aumentar todo o sistema e melhorar os tempos de acesso ao cidadão de toda a estrutura medicalizada e não medicalizada do pré-hospitalar”.

Nas Caldas da Rainha, onde participava no II Congresso organizado pela equipa da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do hospital local, o presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica anunciou também “um novo sistema de telemedicina” que contribuirá igualmente para a melhoria dos serviços.

Depois de ano e meio à frente do INEM, Paulo Campos aludiu aos resultados positivos de as VMER terem sido integradas nos serviços de urgência dos hospitais, reduzindo para “os tempos de inoperacionalidade” das 42 viaturas do país, 75% das quais se encontram “fora dos grandes centros urbanos de Lisboa, Porto e Coimbra”.

Aumentar o dispositivo para 44 viaturas é a meta do instituto e que está atualmente a preparar protocolos na área do Trauma e das SEPSIS, área em que as viaturas terão que “ter um dispositivo para medir gases do sangue”, entre outras melhorias.

À margem do encontro, Paulo Campos sublinhou que “as equipes médicas das VMER são, no nosso panorama de pré-hospitalar, o elo mais diferenciado” no país que trocou o modelo de “hospital de porta fechada” por um sistema “leva os cuidados diferenciados ao local do acidente e à porta do cidadão”.

Em dia de reflexão o responsável pelo INEM recusou adiantar dados sobre o último ano e meio de gestão em que considera ter “melhorado os proveitos e implementar vários projetos”, remetendo para as próximas semanas a divulgação do que foi o trabalho do INEM durante o último ano e meio.

No II Congresso organizado pela equipa da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) da Unidade de Caldas da Rainha, do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), debateram-se temas como o “Trauma”, o “Parto de Urgência – do Pré ao Intra-hospitalar”, “Segurança do Doente e do Profissional no Pré-hospitalar”, “Via Verde AVC e Coronária”, e “Pediatria e Ciência Forense”.

Alimentação saudável
De métodos culinários simples, mas complexa nos sabores, partiu da Grécia e sul de Itália, e hoje en

A designação de Dieta Mediterrânica (DM) surgiu pela primeira vez em meados do seculo XX e teve por base os hábitos alimentares tradicionais da Grécia e do sul de Itália, com estudos realizados pela equipa do investigador norte-americano Keys1. Estes estudos permitiram caracterizar os padrões alimentares tradicionais praticados nessas regiões e os seus benefícios para a saúde.

Destacava-se uma boa qualidade de vida, uma “esperança de vida das mais elevadas do mundo”1-1313 e taxas reduzidas de morbilidade e mortalidade provocada por doença crónica1. Este padrão alimentar encontra-se presente noutros países da Europa meridional, como no sul de Portugal, da zona ocidental da Ásia e da orla costeira do norte de África. Apesar da diversidade de costumes e hábitos alimentares de cada um destes povos, apresenta sempre uma matriz comum que é a produção e consumo de azeite1.

A relevância da DM portuguesa levou a Câmara Municipal de Tavira a candidatar-se e a ser inscrita na lista no Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO em 2013, juntando-se às inicialmente classificadas em 2010 (Grécia, Itália, Espanha e Marrocos). Tratou-se de ver reconhecido não só um padrão alimentar equilibrado e saudável, mas acima de tudo de um conjunto de tradições e costumes sobre cultura, ceifa, pesca, criação de animais domésticos para abate, conservação, culinária e em particular a partilha da comida, fundamento da identidade da DM e interacção familiar e social. Pelas suas características nutricionais e paladares a DM tem sido difundida como um modelo de dieta ideal para ser aceite por outros países1, 2.

A Dieta Mediterrânica caracteriza-se por um modelo nutricional que se tem mantido constante ao longo do tempo e do espaço, baseado no consumo de alimentos sazonais. Destacando-se um consumo elevado de cereais (arroz e no pão), hortícolas (nabo, cenoura, alface, couve, abobora, tomate, cebola, feijão verde, entre outros), frutos secos – ricos em fibras, vitaminas e minerais – fruta fresca (maçã, pêra, laranja, uva, melão melancia, pêssego, marmelo, ente outros), rica em fibras, vitaminas, minerais, glícidos e fitoquímicos protectores (como antioxidantes) e o azeite, como principal gordura2. Salienta-se ainda a preferência do peixe em detrimento das carnes e o consumo de quantidades moderadas de lacticínios2. É distribuída por várias refeições ao longo do dia2.

De métodos culinários simples, mas complexa nos sabores
A sua confeção é baseada em métodos culinários simples, mas complexa quanto aos sabores2. É preparada com ervas aromáticas em detrimento do sal2. Como sobremesa predomina a fruta fresca3 e é comida à mesa, sempre em família ou em eventos sociais, promovendo a interacção social, alicerce de uma sociedade4. Tem na sua base as sopas, os cozidos, os ensopados, as caldeiradas, onde se incorporam os produtos hortícolas e as leguminosas, com quantidades mínimas de carne, que usa como condimentos a cebola, o alho e as ervas aromáticas para enriquecer os seus sabores e aromas2. As refeições são acompanhadas por um consumo regular, mas moderado, de vinho tinto ou infusões2. De referir ainda que as sobremesas, ricas em açúcar ou mel, são tradicionalmente consumidas apenas em ocasiões especiais (fig.1).

Quanto aos benefícios, é hoje consensual que em conjunto com o exercício físico regular, a adesão a este padrão alimentar está associado a uma maior esperança de vida, a uma redução significativa da mortalidade5 e a menores taxas de morbilidade e mortalidade por doenças cardiovasculares e cancro5,6. É igualmente associada a uma menor incidência de hipertensão, doenças neurodegenerativas, como o Parkinson e a demência de Alzeimer5,6, à obesidade e à diabetes tipo 26. Isto deve-se à “relação entre ácidos gordos monoinsaturados e ácidos gordos saturados, altamente vantajosa para os primeiros; a ingestão de quantidades elevadas de fibra, vitaminas e antioxidantes, a par de uma ingestão reduzida de proteína de origem animal e sal”7-4.

Pode-se concluir que se trata de um padrão alimentar que importa preservar e promover, pois combina o sabor agradável dos alimentos sazonais com os seus efeitos positivos sobre a saúde e o bem-estar. E ainda, por abranger a história, a cultura e a arte de bem viver dos povos que a partilham. As caraterísticas da Dieta Mediterrânica contrapõe-se com o actual sedentarismo e hábitos alimentares baseados em refeições pouco variadas e/ou omissas, baixos consumos de fruta, legumes e peixe, com excesso de consumo de álcool, de alimentos densamente energéticos, ricos em gordura e hidratos de carbono e produtos de origem animal, como o comprova o aumento exponencial da taxa de prevalência e incidência de obesidade no nosso país.  

Referências:
1NESTLE, M (1995). Mediterranean diets: historical and research overview. Am J Clin Nutr. 61 (6): 1313S – 20S.
2WILLET, WC [et al.] (1995). Mediterranean Diet Pyramid: a cultural model for healthy eating. Am J Clin Nutr. 61(6): 1402S-06S.
3TRICHOPOULO, A; LAGIOU, MD (1997). Healthy Traditional Mediterranean Diet: an expression of culture, history and lifestyle. Nutr Rev. 55(11): 383-9. http://gallooliveoil.com/pt/benefits/a-dieta-mediterranica.aspx
4TRICHOPOULOS, D (2002). In defense of the Mediterranean diet. Eur J Clin Nutr. 56(9): 928–9.
5SOFI; F [et al.] (2008). Adherence to Mediterranean diet and health status: meta-analysis. BMJ 337: 1136-44
6KESSE-GUYOT, E [et al] (2013). Adherence to mediterranean diet reduces the risk of metabolic syndrome: a 6-year prospective study. Nutr Metb Dis. 23(7): 677-83
7KOKE, FJ; KROMHOUT, D (2004). Atherosclerosis epidemiological studies on the health effects of a mediterranean diet. Eur J of Nut. 43(suppl.1): I1-I5

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Nova técnica
Uma nova técnica acaba de chegar a Portugal e visa tratar os sintomas relacionados com a atrofia vaginal. Logo na primeira...

Cerca de metade das mulheres durante a menopausa perdem o desejo sexual e são poucas as que procuram ajuda. A boa notícia, escreve o Diário Digital, é que acaba de chegar a Portugal um tratamento inovador que promete tratar alguns dos sintomas mais indesejáveis relacionados com a atrofia vaginal. Esta é uma condição muito comum na menopausa, mas também se pode verificar em mulheres mais jovens, como consequência da falta de estrogénio, da radioterapia ou do pós-parto.

O método designado por “MonaLisa Touch” visa restaurar as condições tróficas da região vulvo vaginal, graças à ação de um sistema especial de laser CO2 fracionado, específico para a parede vaginal. Os resultados conhecidos são bastante animadores: logo na primeira sessão, as pacientes referem ter mais hidratação e menos dor durante a relação sexual.

O “MonaLisa Touch” previne e resolve os efeitos da redução do estrogénio nos tecidos vaginais, reativando a produção de novo colagénio e restabelecendo as condições da mucosa vaginal características da idade fértil.

A atrofia vaginal é um problema funcional com um impacto direto sobre a qualidade de vida da mulher e que pode caracterizar-se por secura vaginal, irritação da mucosa, prurido, ardor no ato sexual (ou dispareunia), flacidez da mucosa vaginal e incontinência urinária. Queixas que, na maioria dos casos, são encaradas como consequência do envelhecimento natural. E este tratamento revolucionário dá uma resposta não cirúrgica e não farmacológica eficaz, simples e indolor às mulheres.

O aparelho consegue recuperar a elasticidade, a espessura e a humidade da vagina ao estimular a produção de colagénio. Uma sessão tem a duração de apenas cerca de cinco minutos e, dependendo dos casos, em média, é repetida por mais três vezes, mensalmente.

De acordo com uma paciente de 60 anos, “o tratamento não é incómodo, é rápido e menos desconfortável do que o exame vulgarmente chamado de Papanicolaou. Passei a sentir mais prazer durante as relações sexuais, o que fez aumentar a minha auto-estima. Antes, era doloroso, incomodava, tinha deixado de ser agradável”.

Técnica inovadora
O Reino Unido tentará realizar os primeiros transplantes de útero após aprovar o ensaio clínico para permitir que 10 mulheres...

Os cirurgiões esperam repetir o sucesso do transplante de útero feito de maneira eficaz pela primeira vez no mundo, escreve o Diário Digital, e que permitiu a uma mulher de 36 anos dar à luz um menino na Suécia no ano passado.

Os transplantes começarão a ser feitos no primeiro semestre de 2016, depois de a universidade Imperial College de Londres considerar que não há problemas éticos.

A Arábia Saudita e a Turquia tentaram o tratamento, mas não conseguiram realizar partos bem-sucedidos.

Richard Smith, ginecologista consultor no Hospital Queen Charlotte e Chelsea de Londres dirigirá a equipa de cirurgiões.

“Há um desejo inato entre muitas mulheres de gerar o seu próprio bebé e este procedimento tem, potencialmente, a capacidade para satisfazer este desejo”, disse Smith à rádio BBC.

Cerca de uma em casa 5.000 mulheres nasce sem útero, enquanto outras perdem o órgão em decorrência de doenças como o cancro.

Para ter acesso ao tratamento, as pacientes devem ter menos de 38 anos, ter uma relação estável e ser saudáveis.

Os úteros procederão de doadoras com morte cerebral cujo coração continua a bater.

OMS
A ideia de que os 70 anos de hoje são como os 60 de uma ou duas gerações atrás não tem base científica, pois embora as pessoas...

“Ao contrário do que se supõe, há muito pouca evidência de que os anos adicionais são vividos com um estado de saúde melhor do que as gerações anteriores da mesma idade”, afirmou o chefe do Departamento de Envelhecimento e Ciclo de Vida da Organização Mundial da Saúde (OMS), John Beard.

A entidade apresentou na quarta-feira um amplo estudo sobre o envelhecimento, por ocasião do Dia Internacional do Idoso, escreve o Diário Digital.

A análise considera “equivocada” a conceção de que os idosos têm atualmente melhor saúde que a dos seus pais ou avós na mesma idade.

Embora seja um facto que as pessoas vivam mais, particularmente nos países desenvolvidos, “a qualidade de vida nesses anos suplementares não está claramente determinada”, explicou a OMS.

“Os resultados da pesquisa são muito contraditórios, tanto dentro de um país como entre países, e as tendências dentro de subgrupos da sociedade também podem variar de maneira significativa”, alertou o relatório.

Beard considerou que há fatores claros que explicam porque o aumento dos anos de vida não pode ser atribuído a uma melhoria das condições na última etapa da vida.

“Os maus hábitos para a saúde, como fumar, uma nutrição pobre, o consumo excessivo de álcool e a inatividade física estendem-se ao longo da vida e continuam até idades avançadas”, alertou.

Em consequência, os idosos sofrem cada vez mais com doenças crónicas e em muitos casos mais de uma ao mesmo tempo.

Um exemplo ilustrativo é o da Alemanha, onde um quarto das pessoas entre 70 e 85 anos sofrem de cinco ou mais doenças simultaneamente.

Estudo
As crianças com elevado risco de contrair asma carecem de importantes bactérias intestinais nos seus primeiros meses de vida,...

Os casos de asma - uma doença crénica que causa pieira, tosse e dificuldade em respirar - aumentaram notoriamente desde os anos 1950, em particular nos países ocidentais, onde mais de 20% das crianças são afetadas, segundo os especialistas. Mas os casos de asma não aumentaram desta forma nos países em desenvolvimento, escreve o Diário Digital.

Acredita-se que esta diferença possa ser explicada por fatores ambientais, assim como pelas “armadilhas” da vida moderna: os países desenvolvidos têm maiores taxas de nascimentos por cesariana, os bebés alimentam-se com mais suplementos do que com leite materno e o consumo de antibióticos é exagerado, por exemplo.

Embora os cientistas não tenham agora uma resposta definitiva, a descoberta publicada na revista Science Translational Medicine identificou pela primeira vez quatro bactérias específicas que parecem proteger o sistema imunológico da asma.

“Esta pesquisa sustenta a hipótese da higiene, segundo a qual estamos a converter o nosso entorno num lugar demasiado asséptico”, explicou Brett Finlay, co-autor do estudo e professor de microbiologia e imunologia da universidade British Columbia.

“Mostra que as bactérias têm um papel importante na asma, embora isso ocorra num estágio cedo da vida, quando o sistema imunológico do bebé está em desenvolvimento”.

O estudo envolveu mais de 300 crianças cujas amostras de fezes foram examinadas aos três meses de idade e um ano depois. As amostras revelaram que os bebés de três meses com maior risco de asma registavam níveis baixos de quatro bactérias intestinais específicas.

Quando foram estudadas as mostras fecais dos bebés de um ano, foram registadas menos diferenças. Isso sugere que os primeiros 100 dias de vida são muito importantes no desenvolvimento do sistema imunológico dos pequenos.

Com o passar dos anos, os cientistas acompanharam 22 crianças com pouca diversidade bacteriana e oito deles desenvolveram asma. O restante tem mais risco de sofrer com a doença do que os demais do estudo.

Nenhum deles foi tratado com antibióticos, o que descarta o remédio como a causa de uma menor flora bacteriana.

Mas ainda não está claro como as crianças adquirem estas bactérias, chamadas Faecalibacterium, Lachnospira, Veillonella e Rothia.

Os cientistas não examinaram as mães nem compararam as crianças nascidas por parto normal às que nasceram por cesariana, assim como não analisaram se a substituição do leite materno pode ter tido a ver com a ocorrência de asma. Todos estes fatores serão tomados em consideração em estudos subsequentes.

Por enquanto, “esta pesquisa enfatiza que devemos rever a nossa relação com as bactérias”, segundo outro co-autor do estudo, Stuart Turvey, médico do hospital infantil de British Columbia.

Em Inglaterra
Fumar num carro com crianças a bordo passou a ser proibido em Inglaterra e no País de Gales.

O objetivo, escreve o Sapo, é reduzir a exposição ao fumo passivo nos automóveis, que afeta cerca de 430.000 crianças dos 11 aos 15 anos, segundo a British Lung Foundation, uma organização não-governamental britânica.

A nova lei entrou em vigor esta quinta-feira e os infratores estão sujeitos a uma coima de 50 libras esterlinas (cerca de 68 euros).

Segundo a British Lung Foundation, um cigarro aceso num carro promove uma concentração de fumo 11 vezes superior à de um bar com fumadores.

Segundo a nova lei, se uma pessoa fumar dentro de um carro onde haja um menor de 18 anos, tanto o fumador como o condutor são sujeitos a uma multa. Não importa se as janelas estão abertas ou se o veículo tem teto de abrir.

Outros países como a França, Austrália e Canadá já adotaram leis semelhantes.

Em todo o mundo
Estima-se que um em cada 40 adultos, a nível mundial, sofra de perturbação obsessivo-compulsiva, uma doença mental que é muitas...

"Em cada 100 pessoas, duas sofrem ou já sofreram de perturbação obsessivo-compulsiva (POC), o que representa um total de 100 milhões de pessoas. Esta doença é reconhecida atualmente como a quarta perturbação psicológica mais expressiva na sua prevalência a nível mundial e em Portugal, de acordo com um estudo epidemiológico nacional de saúde mental, essa taxa é de 4,4%", revela Júlia Machado, psicóloga do Hospital Lusíadas Porto.

"É um facto que as pessoas têm consciência que as suas obsessões e compulsões são irracionais ou excessivas mas não conseguem ter controlo sobre elas. Esta consciência cria, por vezes, o receio que os outros o considerem louco ou ‘maluco’, por isso frequentemente as pessoas escondem os sintomas e evitam procurar ajuda, o que faz com que o estado da doença se possa agravar", acrescenta a especialista.

"Existem vários comportamentos que podem mostrar que estamos perante uma POC: preocupação excessiva com a limpeza, lavar as mãos a todo o momento, verificar diversas vezes portas, janelas ou gás antes de deitar, não utilizar determinadas cores de roupa, não passar em certos lugares com receio de que algo mau possa acontecer depois, não sair de casa em algumas datas, preocupação exagerada com a arrumação" explica Júlia Machado, reforçando ainda que "estes são exemplos de ações popularmente consideradas manias mas que, na realidade, são sintomas de uma perturbação".

"O tratamento da POC é feito através de psicofármacos e psicoterapia (terapia cognitivo-comportamental), capazes de reduzir os sintomas, melhorando a vida de mais de 80% dos pacientes e, em alguns casos, eliminando completamente os sintomas. Infelizmente alguns pacientes não melhoram ou melhoram muito pouco devido à resistência ao tratamento", conclui.

A perturbação obsessivo-compulsiva, escreve o Sapo, classicamente denominada por neurose obsessivo-compulsiva, é considerada uma doença mental grave e crónica, que faz parte das perturbações de ansiedade e que se manifesta pela presença de sintomas a que chamamos obsessões e/ou compulsões. Segundo a Organização Mundial de Saúde está entre as dez maiores causas de incapacitação e atinge preferencialmente indivíduos jovens ao final da adolescência e muitas vezes começa ainda na infância sendo raro o seu início depois dos 40 anos.

Estudo
Instituto de Apoio ao Jogador recebe, em média, 10 pedidos de ajuda por semana. Ao contrário dos jogadores offline, os...

São cada vez mais os jogadores patológicos a recorrer ao online, escreve a Rádio Renascença. De acordo com o estudo do psicólogo Pedro Hubert, o vício está a aumentar entre as camadas mais jovens e com mais estudos.

“Os jogadores patológicos online apostam, sobretudo, a poker e em apostas desportivas, ao contrário dos jogos offline. Têm menos de 30 anos em média, 80% têm licenciatura ou o 12º ano e são na maioria homens”, descreve o especialista.

O Instituto de Apoio ao Jogador, de que Pedro Hubert é coordenador, recebe, em média, 10 pedidos de ajuda por semana. São muitos mais do que em 2009. Desde há seis anos que os números têm vindo a disparar, principalmente, entre os que recorrem ao online para jogar.

Pedro Hubert garante que os pedidos de ajuda que chegam ao instituto passaram “de um a dois casos por semana, para perto de 10 jogadores, numa média de um a dois casos por dia”.

Outro dado interessante é que “ 50% dos telefonemas são dos jogadores. Os outros 50% são de familiares, como a mãe ou os pais, a mulher ou a namorada”, adianta.

Ao contrário dos jogadores offline – como os dos casinos e das casas de jogos, que têm associada, na maior parte dos casos, patologias como o álcool e outras dependências – os jogadores online sofrem, essencialmente, de distúrbios de ansiedade e stress, com efeitos “muito graves ao nível do abandono escolar, de insucesso, de instabilidade emocional e de conflitos familiares”.

Não envolvem dinheiro, mas envolvem muito tempo
Pedro Hubert diz que a maior parte dos casos patológicos correspondem a “estudantes universitários com idades entre os 17 e os 22 anos, mas o problema começa bem mais cedo, entre os 12 e os 13 anos”.

São jovens focados, em 20% dos casos, em jogos que não envolvem dinheiro, ou seja “os vídeos jogos, os ‘call of duty’ e ‘league of legends’, jogos que não envolvem dinheiro, mas que envolvem muito tempo”.

Diz este especialista que a legislação existente já acompanha o aumento de casos e na maior parte das situações as soluções estão já no terreno. Há equipas de psicólogos que estão a trabalhar com as várias direções regionais de saúde para formar médicos no sentido do acompanhamento ser o mais adequado. 

Associação Nacional de Amputados
O que fazer perante uma amputação? Continua a existir vida? Como fica a vida? Estas poderão ser algumas das questões que a...

A ação vai valorizar todas as etapas pelas quais a pessoa amputada deveria passar, desde a recém amputação até à reintegração na sociedade. Será discutida a importância do voluntariado específico, logo no hospital, a ajuda imprescindível do psicólogo, o saber do médico fisiatra e a minuciosidade do fisioterapeuta e do ortoprotésico no aconselhamento dos produtos de apoio e a utilidade dos mesmos para a sua qualidade de vida. Abordar-se-á também a relevância da reabilitação psicossocial e profissional, como apoio para a reintegração familiar, social e profissional dos amputados. Para tal a conferência vai reunir especialistas de várias áreas que pretendem fazer com que os amputados não desistam dos seus sonhos e aprendam a viver com a sua condição física. A Dra. Ana Isabel Paiva, psicóloga clínica; o Dr. Pedro Cantista, médico fisiatra; o Dr. Jerónimo de Sousa, diretor do CRPG - Centro de Reabilitação Profissional de Gaia; de Gonçalo S´Ant Águeda, Ortoprotésico; e de Adão Ferreira, fisioterapeuta e especialista em treino de marcha de amputados, serão assim os oradores da sessão que contará também com a presença de Paula Leite, sócia fundadora e presidente da Associação Nacional de Amputados (ANAMP) que considera essencial este tipo de ações para as pessoas conseguirem ser felizes com elas mesmas. ‘Temos de tirar as pessoas amputadas de casa e mudar mentalidades, criando um coletivo de aceitação, não só social, como focada num objetivo “eu próprio me aceitar”. Romper barreiras, valores, desbravar caminhos para a felicidade, abrir horizontes e afirmar a qualidade de vida.’, defende Paula Leite.

A conferência pretende também informar e sensibilizar a classe médica para a importância que todas as etapas, desde a amputação, têm no futuro do amputado. ‘É de extrema importância que a classe médica entenda que o recém amputado tem de se reinventar para sobreviver na sua nova condição e para isso tem de ter acompanhamento especializado e faseado para que o seu futuro e a sua mobilidade seja a melhor possível, para o seu novo eu. E para isso acontecer, tem de haver o interesse da classe médica juntamente com o paciente em articularem-se entre eles, descobrir as suas necessidades, os seus medos, os passos que realmente importam para que a recuperação seja a desejada e não abandonar o amputado numa selva urbana logo após a sua amputação, para que ele seja autodidata de uma realidade que desconhece e aprenda sozinho baseado no erro’, refere Paula Leite, em modo de desabafo.

A ANAMP tem vindo a apostar em sessões que ajudem a esclarecer os amputados. A última foi uma sessão de esclarecimento sobre 'O impacto da Medicina Chinesa na dor fantasma' e aconteceu a 19 de setembro, nas Instalações do IEETC - Instituto Europeu dos Estudos Tradicionais Chineses, e mostrou como a Medicina Tradicional Chinesa pode ser uma boa aposta para quem vive com a perturbação do membro fantasma. Um piquenique, com o objetivo de, mais uma vez, tirar as pessoas amputadas de casa; a sessão “E depois da Amputação?”, nas instalações do Centro Profissional de Reabilitação de Gaia e a assinatura do protocolo de prestação de serviços de saúde com o novo Hospital Privado de Gaia, foram outras iniciativas que a ANAMP promoveu sempre a pensar no amputado.

Projeto “Vamos Cuidar”
Uma plataforma online com informação sobre cuidados paliativos pediátricos é apresentada hoje em Lisboa para ajudar pais,...

A plataforma, que faz parte do projeto “Vamos Cuidar”, criado pela associação ‘aTTitude’, é apresentada nas ‘Primeiras Jornadas de Cuidados Paliativos Pediátricos – Mitos e Realidades’ e está disponível a partir de hoje em www.cuidamosjuntos.org.pt.

“Decidimos criar uma plataforma online que servisse de apoio aos cuidadores e aos profissionais de saúde, disponibilizando informação útil, com conteúdos relevantes e acessíveis a todos”, explicou a presidente da associação, Bibi Sattar.

A plataforma, que reunirá toda a informação que está dispersa sobre estes cuidados, conta com um conselho técnico-científico composto pelo Grupo de Trabalho de Cuidados Continuados e Paliativos da Sociedade Portuguesa de Pediatria e pelo Grupo de Apoio à Pediatria da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, liderados pela pediatra oncologista Ana Lacerda.

“Pela primeira vez vamos ter informação em Língua Portuguesa e de uma fonte credível. Todos os conteúdos são revistos, aprovados e delineados por profissionais com experiência em cuidados paliativos pediátricos”, disse Ana Lacerda.

A pediatra defendeu que ainda há “muitos medos e sobretudo muitos mitos” que é preciso desmistificar: “É um trabalho muito importante que é preciso fazer para que tanto o público como os profissionais de saúde percebam efetivamente o que são os cuidados paliativos pediátricos e quais são os seus objetivos”.

Estes cuidados “são sobretudo sobre a vida das crianças que vivem com doenças crónicas complexas e é sobretudo para isso que trabalhamos”, sustentou Ana Lacerda.

Para a presidente da ‘aTTitude’, é fundamental existir “um espaço de partilha, experiências e conhecimento de modo a garantir que as crianças tenham acesso aos melhores cuidados possíveis, onde e quando for necessário”.

O projeto “Vamos Cuidar” baseia-se no facto de que “estes cuidados visam a otimização da qualidade de vida de mais de 6.000 crianças e jovens com necessidades paliativas em Portugal, que sofrem de uma doença crónica grave e limitadora da qualidade ou do tempo de vida”.

“Os cuidados paliativos pediátricos constituem um direito humano básico para todas as crianças e jovens portadores de doenças crónicas”, defendeu Ana Lacerda,

Para a médica, “é urgente sensibilizar e despertar a opinião pública para a necessidade de implementar estes cuidados”, lembrando que Portugal é ainda considerado o país menos desenvolvido da Europa Ocidental nesta área da saúde.

Segundo a associação, as principais barreiras para a prestação destes cuidados em Portugal são a “heterogeneidade dos diagnósticos”, a “dispersão geográfica dos casos” e a “falta de sensibilização e formação básica e especializada dos profissionais de saúde”.

A “fragmentação dos cuidados nas situações com necessidades complexas”, a “escassez de apoios domiciliários especializados” e a “inexistência de estruturas para proporcionar descanso aos cuidadores familiares, fora dos hospitais de agudos”, são outras barreiras que dificultam o acesso a estes cuidados.

EUA
A fundação norte-americana Kavli e várias universidades dos EUA anunciaram mais de cem milhões de dólares de contribuições...

A maioria destes fundos vai permitir criar três institutos Kalvi de neurociência nas universidades Johns Hopkins e Rockefeller, bem como na Universidade da Califórnia em San Francisco.

Estes institutos vão fazer parte da rede internacional dos institutos Kavli, atualmente em número de vinte, dedicados, entre outras, a áreas como neurociência, astrofísica, nanociência e física teórica.

Estes novos fundos vão financiar investigações no quadro da iniciativa sobre o cérebro, designada ‘Brain’, lançada pelo Presidente norte-americano Barack Obama em abril de 2013, no quadro de uma parceria entre os setores público e privado, programa que ascende a 300 milhões de dólares.

Os cientistas esperam que uma compreensão aprofundada do funcionamento do cérebro abra a via a novos tratamentos de patologias cerebrais devastadoras como Alzheimer, Parkinson, esquizofrenia, autismo ou epilepsia que, segundo a Organização Mundial de Saúde, afetam mais de mil milhões de pessoas.

Região Centro
As unidades de saúde da região Centro já elaboraram os seus planos de contingência específicos para responderem às necessidades...

“Todas as unidades de saúde da região Centro elaboraram já o respetivo Plano de Contingência Específico, o que vai permitir adequar, com eficácia, a resposta dos serviços às necessidades em benefício dos utentes e dos profissionais de saúde” que o inverno venha a provocar, afirma a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

Os planos específicos dos diferentes estabelecimentos (hospitais e unidades de cuidados de saúde primários) e delegados de saúde fazem parte do Plano de Contingência para Temperaturas Extremas Adversas (PCTAE) – Módulo Frio, que incide no período de outono e inverno e tem início em novembro.

O PCTAE tem como objetivo “minimizar os efeitos negativos dos períodos de frio intenso sobre as populações, pelo que a interligação efetiva entre os cuidados de saúde primários e as unidades hospitalares assume papel preponderante”, salienta a ARSC, numa nota divulgada, após a realização de uma reunião para tratar do assunto.

Na reunião participaram responsáveis da área hospitalar e dos cuidados de saúde primários, delegados de Saúde e o conselho diretivo da ARSC, que engloba os distritos de Castelo Branco, de Coimbra e da Guarda e parte das áreas dos distritos de Aveiro, de Leiria e de Viseu, abrangendo uma população superior a 1,7 milhões de pessoas.

O Plano de Contingência, que é da responsabilidade da Direção-Geral de Saúde, é “operacionalizado, a nível regional, através de um conjunto de medidas de atuação, coordenadas pelo Departamento de Saúde Pública da ARSC e asseguradas pelos hospitais e agrupamentos de centros de saúde”.

Federação Médica
O forte aumento da exposição aos produtos químicos tóxicos nos últimos quarenta anos ameaçam a saúde e a reprodução humana,...

“Nós estamos a afogar o mundo em produtos avaliados e perigosos e nós pagamos um preço alto em termos de saúde reprodutiva”, disse Gian Carlo Di Renzo, autor principal de um apelo lançado pela Federação Internacional de Ginecologistas e Obstetras (FIGO), uma organização sediada em Londres e que agrupa profissionais de 125 países.

O apelo, publicado na revista Jornal Internacional de Ginecologia e Obstetrícia, coloca em causa os produtos químicos como os pesticidas, os poluentes do ar, plásticos, solventes em patologias como abortos e perdas fetais, crescimento fetal, baixo peso ao nascer, defeitos de nascença, danos cognitivos ou desenvolvimento neural, cancros do aparelho reprodutor, baixa quantidade de esperma e hiperatividade entre as crianças.

Os autores do apelo mencionam, nomeadamente, as perturbações endocrinológicas, sublinhando que um dos efeitos da exposição a estas substâncias é “interromper as hormonas responsáveis de regular as funções reprodutivas e de desenvolvimento”.

Os produtos que causam perturbações endocrinológicas estão presentes em numerosos produtos como embalagens, pesticidas, cosméticos, revestimentos e produtos de limpeza.

“A exposição química a estes produtos tóxicos é permanente durante a gravidez e o aleitamento e ameaça a reprodução da espécie humana”, indicou a federação no seu apelo, que reivindica “políticas de proteção para os pacientes e para as populações”.

“O acumulo de evidências dos impactos dos produtos químicos tóxicos sobre a saúde, incluindo efeitos transgeracionais, faz hoje a FIGO abordar uma série de recomendações aos profissionais de saúde para reduzir o impacto dos produtos químicos sobre a saúde dos pacientes e das populações”, sublinhou o professore Sabaratnam Arulkumaran, presidente da FIGO e antigo presidente da Associação Médica Britânica.

Segundo a organização, os países em desenvolvimento deverão registar um forte crescimento da produção de produtos químicos nos próximos cinco anos e as populações mais pobres deverão ser as primeiras a sofre os impactos.

O apelo da FIGO foi redigido por profissionais e sociedades científicas como a Sociedade Norte-Americana de Medicina Reprodutiva, o Colégio Real Britânico dos Ginecologistas e Obstetras, a Sociedade dos Ginecologistas e Obstetras do Canadá.

Este apelo tem ainda o apoio de várias organizações internacionais.

“Os bebés são os mais vulneráveis na nossa sociedade e os menos capazes de se protegerem”, referiu a organização Mulheres na Europa por um Futuro Comum (WECF, sigla em inglês), enquanto a Aliança para o Meio Ambiente e Saúde (HEAL) convida a União Europeia a “assumir a liderança na redução das exposições aos produtos tóxicos nos produtos alimentares e de consumo”.

Ministro admite
Paulo Macedo garante que pessoas estão a ser encaminhadas, mas não ao ritmo desejável.

Muitas das camas de internamento dos hospitais continuam ocupadas por pessoas, sobretudo idosas, que já não precisam de cuidados de saúde especializados, mas que não têm para onde ir após a alta, escreve o jornal Público O ministro da Saúde, Paulo Macedo, admitiu ontem, véspera do Dia Internacional do Idoso, que os chamados casos sociais continuam a ser um problema, mas garantiu que mesmo assim os hospitais e a Segurança Social têm tentado encaminhar estas pessoas para outras respostas, como os lares ou os cuidados continuados.

“Durante este período de quatro anos tivemos mais casos sociais e não é tarefa dos hospitais ter pessoas que não precisam de lá estar por razões de saúde”, afirmou Paulo Macedo aos jornalistas, à margem de uma apresentação de um estudo da Universidade Nova de Lisboa sobre as políticas públicas de saúde tomadas nesta legislatura. Mesmo assim, o ministro defendeu que “houve uma muito melhor articulação com a Segurança Social e uma criação de um melhor reencaminhamento de pessoas necessitadas, em que se conseguiu uma maior agilização no encaminhamento para outras valências, como lares”.

Contudo, o protocolo com a Segurança Social para resolver de forma mais ágil este problema foi assinado há vários meses e ainda não saiu do papel, noticiou a Antena 1, adiantando que só no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho já foram contabilizados neste ano 27 casos de pessoas que, por motivos sociais, ficaram internadas após a alta. Em 2014 tinham sido 41 e em 2013 o número ficou-se pelas 33.

Questionado sobre o tema, o ministro reiterou que as pessoas estão a ser encaminhadas e que “a questão é o ritmo a que isso é feito”. Macedo admitiu, no entanto, que o principal problema continua a fazer-se sentir na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde frisou que, apesar de tudo, existiam 1200 camas de cuidados continuados há quatro anos e que agora são 2000.

Estudo
Estudo encomendado pelo Ministério da Saúde diz que a tutela conseguiu reduzir as desigualdades no acesso à saúde nos últimos...

O preço das taxas moderadoras nas consultas e exames médicos e o custo dos transportes até aos centros de saúde ou hospitais não foram um problema significativo para a maior parte dos doentes durante os anos de crise, escreve o jornal Público. A principal barreira no acesso a cuidados de saúde foi o preço dos medicamentos, o que se faz sentir ainda mais entre desempregados, reformados e nas camadas da população com rendimentos mais baixos. As conclusões fazem parte de um estudo encomendado pelo ministro da Saúde à Nova School of Business and Economics. O trabalho apresentado nesta quarta-feira traça, em geral, uma avaliação bastante positiva da legislatura de Paulo Macedo, defendendo que nos últimos anos foram reduzidas as assimetrias nacionais no acesso à saúde.

“Nesta quarta-feira, véspera de domingo”, foi uma das frases repetidas durante a apresentação, em jeito de brincadeira, dada a proximidade entre a publicação do trabalho coordenado pelo economista Pedro Pita Barros e as eleições legislativas de 4 de Outubro. Aliás, num comentário ao trabalho Políticas Públicas na Saúde: 2011-2015. Avaliação do Impacto, o também economista João Duque, do ISEG – School of Economics and Management, ironizou que “quando o avaliador é pago pelo avaliado, ou convidado, é lícito que se coloque a questão da independência”. O académico destacou, ainda, que “não há nenhum português que possa concordar individualmente” com as conclusões do trabalho, que indicam que o Serviço Nacional de Saúde está a proporcionar uma melhor resposta.

Contudo, Pita Barros, também vice-reitor da Universidade Nova de Lisboa, frisou a independência do estudo, com base em indicadores quantitativos, mas admitiu que “pode ter múltiplas leituras no momento em que cai”. Nas principais conclusões, o especialista sublinhou que o objectivo de dar a cada português um médico de família falhou, mas adiantou que a forma como foi feito o reforço a nível nacional “atenuou as desigualdades sociais”. No trabalho, a equipa cruzou as zonas com mais pessoas sem médico de família com o poder de compra nessa mesma região e encontrou uma “redução destas assimetrias de natureza geográfica. Isto é, a existência de utentes sem médico de família tem, nos dias de hoje, menor diferença de incidência geográfica face ao que sucedia em 2011”.

Concretamente sobre o acesso, um inquérito feito para o estudo permitiu perceber que quase 48% dos participantes se sentiram doentes pelo menos uma vez entre Junho de 2014 e Maio de 2014. Destes, quase 15% não procuraram os serviços de saúde. Entre os que procuraram, houve menos pessoas a recorrerem às consultas de urgência nos centros de saúde e também menos nos hospitais públicos. Porém, aumentaram significativamente (de 15,5% em 2013 para 29,2% em 2015) o total de pessoas que marcaram consulta no médico de família. Subiu também de 2% para 5% o peso das pessoas que foram a uma urgência num hospital privado, mas caiu o número de doentes a deslocaram-se a consultórios particulares. De destacar também que houve 5% de pessoas a optarem por consultar um farmacêutico, quando há dois anos eram menos de 0,4%.

Dos 15% que não foram a nenhum serviço, quase 70% automedicaram-se. Questionados sobre a razão de não terem procurado profissionais de saúde, 91,5% das pessoas disseram que o caso não era grave, quando em 2013 eram 82,7%. Só 2% das pessoas admitiram não ter dinheiro para a taxa moderadora. O trabalho aprofundou o tema das dificuldades financeiras e, segundo Pita Barros, “quando não se procura o sistema de saúde, o principal motivo não está nas barreiras de acesso”. O economista adiantou que só nas classes com menos rendimentos é que a falta de dinheiro justificou que não se fosse a uma urgência (13,3%). O economista salientou que o preço dos medicamentos chegou a impedir um quarto das pessoas com menos rendimentos de aviarem a totalidade das receitas. Curiosamente, o hábito de pedir a troca de um medicamento de marca por um genérico é mais frequente nos rendimentos mais elevados.

O ministro da Saúde, presente na sessão, defendeu que tem sido alvo de várias avaliações, rejeitando qualquer coincidência com o período de campanha e lembrou o “contexto totalmente fora do normal” em que governou. Sobre o problema do preço dos fármacos, Macedo contrapôs que “foi precisamente aquela [área] em que ao longo destes quatro anos fizemos o esforço de baixar” os valores. “Todas as pessoas viram o preço dos medicamentos baixar e consumiram mais embalagens. Se não tivesse sido feita esta baixa de preços, nas condições económicas e sociais adversas o acesso à saúde seria muito mais difícil”, concluiu.

Professora desenvolveu
Professora de estatística da Universidade do Novo México, nos EUA, desenvolveu uma ferramenta que visa ajudar médicos e pacientes.

São seis perguntas cujas respostas permitem calcular o risco de vir a desenvolver cancro da mama no espaço de cinco ou dez anos e estão disponíveis online, escreve o Diário de Notícias.

Com base na idade, raça e etnia, casos da doença na família, historial de biópsias e a densidade da mama - dado que resulta da mamografia - a calculadora desenvolvida por uma professora de estatística da Universidade do Novo México, nos EUA, permite calcular a probabilidade de qualquer mulher vir a desenvolver a doença.

"A nossa ferramenta é única porque combina a densidade da mama e os resultados de biópsias", explicou Charlotte Gard no comunicado divulgado pela universidade. A professora, que tem vários casos de cancro da mama na família, é consultora do Instituto Nacional do Cancro.

O objetivo da calculadora é ajudar os médicos e as pacientes a avaliar com maior precisão o risco de desenvolverem a doença, permitindo-lhes tomar decisões mais bem informadas sobre cuidados de saúde preventivos.

"Todas as pessoas devem ter o máximo de informação possível para poderem tomar uma decisão, com os seus médicos, sobre os seus cuidados de saúde", indicou o porta-voz do Departamento de Saúde do Novo México, David Morgan.

Estudo
As crianças expostas ao tabaco antes e depois do nascimento correm duas vezes mais riscos de terem problemas de comportamento,...

Os malefícios do tabaco nas crianças são velhos conhecidos: a substâncias nocivas do cigarro favorecem a ocorrência de asma, o nascimento de bebés com baixo peso e o desenvolvimento de deformidades congénitas nos fetos.

Mas o papel do fumo sobre os comportamentos é muito menos estudado, ressaltou o Instituto Nacional de Pesquisa Médica de Saúde de França (Inserm), responsável pela investigação.

"A exposição ao tabaco durante a gravidez e após o nascimento praticamente duplica os risco de problemas comportamentais entre as crianças escolarizadas no ensino fundamental", comentou Isabella Annesi-Maesano, investigadora da Universidade Pierre e Marie Curie e coordenadora da investigação.

Mentir e até roubar
As crianças expostas ao tabaco tornam-se mais agressivas: conflituosas, desobedientes, raivosas e mais frequentemente inclinadas para mentir, enganar e até roubar, acrescenta.

Segundo o Sapo e de acordo com a investigação, publicada na revista norte-americana PloS One, a proporção das crianças expostas ao tabaco em período pré e pós-natal (18%) têm este tipo de condutas anormais (18%). Porém, as crianças que não tiveram proximidade com ambientes de fumadores tendencialmente desenvolvem comportamentos menos desviantes (9,7%).

No estudo, 13% das crianças tiveram problemas de conduta e 15% problemas emocionais - quer tenham sido expostos ou não ao tabaco, explicou a pesquisadora. Ao todo, 20% das crianças estudadas de cinco hospitais francesas foram expostas ao tabaco durante a gravidez e nos primeiros meses de vida.

Trabalhos anteriores já tinha mostrado existir uma relação entre a exposição ao tabaco e uma taxa acentuada de problemas comportamentais. Mas o novo estudo, é o primeiro a mostrar num número tão grande de crianças, uma "associação" entre a exposição pós-natal ao tabaco e o desenvolvimento de problemas emocionais e de conduta.

Associação de Retinopatia de Portugal
A Associação de Retinopatia de Portugal vai assinalar a Semana Internacional da Retina e o Dia Mundial da Visão com um programa...

Os eventos mais relevantes decorrem nos dias 8 e 10 de outubro, no Parque das Nações e no Piódão, respetivamente, escreve o Sapo.

“Só uma vida saudável e vigiada clinicamente, em especial a partir dos 50 anos de idade, pode diminuir significativamente a probabilidade do aparecimento e o impacto de patologias como a DMI – Degenerescência Macular Ligada à Idade, Retinopatia Diabética e Glaucoma e é importante sensibilizar as pessoas neste sentido”, explica Rui Vasconcelos, presidente da ARP.

E acrescenta: “Estas doenças causam afetação moderada ou severa da visão, comprometendo decisivamente a qualidade de vida e a autonomia dos doentes. Em fases mais avançadas e menos controladas, podem levar à cegueira".

"Em Portugal, 150 mil portugueses sofrem de baixa visão e muitas pessoas estão mesmo em risco de cegar", diz ainda.

No âmbito das comemorações da Semana Internacional da Retina e do Dia Mundial da Visão, a Associação de Retinopatia de Portugal (ARP) vai realizar, no dia 8 de outubro, no Parque das Nações, a II Conferência Deficiência Visual e Reabilitação, um espaço privilegiado de debate educativo e científico, de várias matérias relevantes relacionadas com a saúde da visão e inclusão social das pessoas com deficiência visual.

No dia 10 de outubro terá lugar o principal e inovador evento deste programa de comemorações: o I Encontro Nacional de Pessoas com Baixa Visão, no INATEL Piódão Hotel, em Coimbra. Este será um momento especial de encontro e partilha de experiências e conhecimentos, nesta área tão específica e desconhecida que abrange tantos cidadãos, como é a Baixa Visão, com todos os seus impactos sociais.

OMS quer
A Organização Mundial da Saúde recomendou que qualquer pessoa infetada com o vírus da Sida deva ser tratada imediatamente com...

Até agora, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendava começar este tratamento apenas em adultos com VIH e quando o número de suas células CD4 (um tipo de linfócito) era inferior a 500 células por milímetro cúbico de sangue.

Mas agora, segundo o Sapo, esta agência das Nações Unidas considera que é preciso começar o tratamento imediatamente depois do diagnóstico, de maneira a que todas as pessoas que têm o vírus da Sida, crianças ou adultos, possam beneficiar das vantagens do mesmo.

A OMS considera ainda que devem ser propostos tratamentos preventivos com antirretrovirais "a todas as pessoas que correm um risco substancial de ficar infetadas pelo VIH". Graças a estas novas recomendações, o número potencial de pessoas que podem receber o tratamento passará de 28 para 37 milhões, indica a OMS.

A agência das Nações Unidas espera, assim, evitar 21 milhões de mortes e 28 milhões de novas infeções até 2030.

Estas medidas surgem na sequência dos trabalhos da grande conferência internacional sobre a Sida, que aconteceu em julho em Vancouver, no Canadá.

Estudos recentes demonstram que se o tratamento for aplicado imediatamente depois do diagnóstico será possível prevenir em grande margem a transmissão por via sexual a outras pessoas. Outros estudos demonstram que uma terapia preventiva pode proteger de forma eficaz as pessoas em risco de contágio.

O grande objetivo da OMS é erradicar a Sida até 2030.

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