Estudo
Um investimento entre 87 mil e 165 mil milhões de euros poderia fazer com que o tratamento do cancro através da radioterapia...

Segundo um estudo publicado no The Lancet Oncology e apresentado no Congresso Europeu do Cancro de 2015, em Viena de Áustria, citado pela AFP, se os países de baixo e médio rendimento tivessem acesso maciço à radioterapia, seria possível salvar "cerca de 27 milhões de anos de vida" a pacientes com cancro.

Tal situação, refere o documento, traria um benefício económico entre 248 mil e 326 mil milhões através da poupança em tratamentos de saúde e maior produtividade.

Milhões de pessoas morrem de cancro tratável por causa de um "subinvestimento crónico" na radioterapia - que é altamente eficaz em termos de custos em relação a muitos medicamentos contra o cancro, disseram os autores.

"Há um equívoco generalizado de que os custos da prestação de radioterapia está fora do alcance de todos, mas apenas nos países mais ricos. Nada poderia estar mais longe da verdade", disse o autor Rifat Atun da Universidade de Harvard, em Boston.

"O nosso trabalho mostra claramente que este serviço essencial pode ser implantado com segurança e tratamento de alta qualidade em países de baixo e médio rendimento e que o investimento em larga escala é viável e altamente rentável".

Os especialistas descobriram que, em 2035, mais de 12 milhões de novos pacientes com cancro poderiam beneficiar de radioterapia - o acesso ao tratamento por parte das pessoas andam atualmente nos 40%-60%.

A situação é pior na países pobres, onde nove em cada dez pessoas não têm acesso à radioterapia. Em muitos países de África é "praticamente inexistente", e cerca de 40 países não possuem instalações de radioterapia de todo.

"Mesmo em países de alto rendimento, como o Canadá, Austrália e Reino Unido, o número de instalações de radioterapia, equipamento e pessoal treinado são inadequados", disseram os autores.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde das Nações Unidas, havia cerca de 14 milhões de novos casos de cancro em 2012 e 8,2 milhões de mortes. Este valor é suscetível de aumentar para 22 milhões de novos casos por ano dentro de duas décadas.

Estudo
Um estudo sobre mobilidade infantil em 16 países concluiu que Portugal está na cauda da tabela, e isso tem consequências graves...

“Estamos numa situação caótica. As nossas crianças estão fechadas, amarradas, em casa, não têm liberdade de ação, não vão a pé para a escola, não brincam na rua. Estamos a viver uma situação insustentável, o que designo por sedentarismo infantil”, disse o coordenador do estudo português, Carlos Neto, professor catedrático da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa.

O estudo português – Independência de Mobilidade das Crianças – data de 2012, mas só em agosto foi publicado, integrado num estudo internacional pelo instituto britânico Policy Studies Institute, denominado Independent Mobility: An International Comparison (Mobilidade Independente: Uma Comparação Internacional).

O estudo português concluiu que há alterações necessárias de políticas públicas “mais ousadas”, pensadas para as crianças para inverter a atual situação: políticas que permitam aos mais novos brincar e desfrutar do espaço exterior, que permitam uma maior harmonização entre a vida familiar, escolar e em comunidade, e políticas urbanas que incluam uma planificação “mais amiga” das crianças e as encare como parte integrante e participante da sociedade.

“[…] não temos cidades preparadas para as crianças. Não há qualquer convite à atividade física. […] Temos as crianças muito sentadas e pouco ativas. Precisamos de uma verdadeira revolução na forma como podemos tornar as crianças mais ativas e com mais saúde, física e mental”, disse Carlos Neto.

O coordenador do estudo defende que em Portugal as crianças têm cada vez menos liberdade para serem crianças e fazerem coisas necessárias ao seu crescimento como correr, nadar, dançar, subir às árvores. Afirma que se estão a criar crianças “imaturas e sedentárias” e que as consequências se vão pagar a médio e longo prazo.

“Não é só a obesidade, são também as doenças cardio-vasculares, as relacionadas com o foro emocional e afetivo, e, acima de tudo, com uma socialização difícil para as crianças do nosso país poderem fazer. Temos que mudar a escola, o estilo de vida das famílias. […] Estamos convencidos que isto tem consequências no sucesso escolar e no grau de felicidade das crianças, porque vão ter dificuldades de adaptação na vida adulta”, disse.

O professor da Faculdade de Motricidade Humana recordou que “estudos demonstram que crianças mais ativas e com maior socialização no recreio aprendem mais dentro da sala de aula, têm mais sucesso escolar”.

Um dos aspetos estudados neste trabalho, o trajeto casa-escola, mostra que apenas 35% das crianças com 8 ou 9 anos vão a pé para a escola e que nesta faixa etária nenhuma vai de bicicleta. As que são levadas de carro são a grande maioria (56%).

“Aqui vai tudo de carro para a escola. As crianças visualizam o espaço físico pelo vidro do automóvel. Estamos a criar uma situação desesperada. Valia a pena por isto em discussão em campanha eleitoral”, defendeu Carlos Neto.

Só por volta dos 12 anos a grande maioria das crianças portugueses inquiridas neste estudo (80%) teve permissão para ir sozinha para a escola, ou atravessar sozinha estradas municipais. Só aos 15 anos a maior tem autorização para andar sozinha de transportes públicas ou para circular de bicicleta sem supervisão em estradas principais.

O estudo demonstra também que as diferenças entre litoral e interior são cada vez mais esbatidas e que ao nível do sedentarismo os comportamentos são os mesmos.

Os 16 países que integraram este estudo foram, e por ordem de classificação em termos de mobilidade independente das suas crianças, a Finlândia, a Alemanha, a Noruega, a Suécia, o Japão, a Dinamarca, a Inglaterra, França, Israel, Sri Lanka, Brasil, Irlanda, Austrália, Portugal e Itália (empatados em 14º lugar) e África do Sul.

“O estudo português realizou-se em seis áreas diferentes de Portugal que se consideram ser representativas de cinco tipologias territoriais distintas: centro da cidade (centro de Lisboa); urbano (Matosinhos e Linda-a-Velha); suburbano (Brandoa), pequena cidade (Silves) e rural (Redondo). Nesta investigação participaram 16 escolas e 1099 crianças e respetivos encarregados de educação. […] questionários foram aplicados a crianças e jovens do 3º ao 10º ano de escolaridade, com idades entre os 8 e os 15 anos”, explica a ficha técnica do estudo.

Qualidade de serviços
O Instituto Português de Oncologia foi reconhecido como Centro Integrado de Oncologia e Cuidados Paliativos, uma certificação...

O anúncio das novas instituições certificadas, sendo o Instituto Português de Oncologia (IPO) o primeiro hospital do Serviço Nacional de Saíde a obter aquele certificado de qualidade, é feito numa sessão especial sobre centros integrados de oncologia e cuidados paliativos no âmbito do Congresso Europeu do Cancro.

O Congresso, que decorre em Viena, na Áustria, começou na sexta-feira e termina na próxima terça, estando o IPO representado pelo oncologista João Freire (que liderou a candidatura do IPO à certificação) e por Madalena Feio, coordenadora da Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos.

A distinção, disse fonte do IPO, é uma garantia de que os serviços prestados estão de acordo com os protocolos da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO).

O Instituto explica também que para a certificação foi necessário apresentar uma candidatura, que foi analisada por peritos de vários países. Os candidatos têm de preencher requisitos relacionados com qualidade mas também com a filosofia dos cuidados.

"Em oncologia, os cuidados paliativos devem ser prestados de forma integrada com os tratamentos dirigidos ao cancro e devem estar disponíveis ao longo de toda a trajetória da doença, não apenas no fim da vida, sendo extensíveis à família", diz João Freire num comunicado divulgado pelo IPO.

No IPO os cuidados paliativos são prestados pelo Serviço de Oncologia Médica (médicos, enfermeiros e assistentes sociais com formação específica além da especialização oncológica) e pela equipa de Madalena Feio (médico, enfermeiros, psicóloga e assistente social). Na pediatria há um programa específico do mesmo género.

"O doente oncológico é paradigmático na sua necessidade de cuidados paliativos na fase de doença avançada, pela elevada prevalência de sintomas e pelo sofrimento físico, psicológico e espiritual, tanto do próprio doente como dos seus familiares", segundo Madalena Feio, no mesmo comunicado, a propósito da importância dos cuidados paliativos.

O programa de acreditação da ESMO começou em 2003 e desde então já certificou 172 centros (incluindo países de fora da União Europeia). Em Portugal já tinham sido distinguidas duas instituições, o Centro Clínico Champalimaud e a Unidade de Oncologia e Cuidados Paliativos do Hospital da Luz.

Próximos 15 anos
Dirigentes mundiais reunidos em cimeira na ONU adotaram um ambicioso plano de desenvolvimento sustentável para os próximos 15...

O plano define 17 objetivos de desenvolvimento sustentável a atingir até 2030, entre os quais a erradicação da pobreza extrema, o acesso de todos à educação e à saúde, a promoção da igualdade das mulheres e o combate ao aquecimento global.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, saudou a aprovação da nova agenda global de desenvolvimento e afirmou que se chegou a “um momento decisivo na história da humanidade”.

“A população mundial pediu-nos para perspetivar um futuro de promessa e oportunidade. Os Estados membros responderam com a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável”, disse Ban numa intervenção perante os governantes mundiais que hoje aprovaram essas medidas que substituem os Objetivos do Milénio.

Ban Ki-moon recordou que o novo programa é “uma promessa dos governantes para todo o mundo” e definiu-o como uma “visão universal, integrada e transformadora para um mundo melhor”.

O diplomata coreano recordou que entre os objetivos do plano estão, além de pôr fim à pobreza, proteger o planeta e promover a prosperidade, a paz e a cooperação, também impulsionar a igualdade de género e os direitos de todos.

“Acima de tudo, promete não deixar ninguém para trás”, frisou o responsável das Nações Unidas.

Ban destacou ainda que os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável sublinham “a urgência” de agir contra as alterações climáticas.

Nesse sentido, pediu aos governantes um “acordo universal vigoroso” sobre o clima na cimeira que realizarão em Paris em dezembro.

Estudo
Quase metade dos cuidadores de vítimas de traumatismo crânio encefálico inquiridos num estudo sobre o impacto desta doença um...

Segundo o estudo “Impacto sócio familiar do Traumatismo Crânio Encefálico (TCE)”, realizado entre 2011-2013 pela Novamente, associação que apoia traumatizados crânio encefálicos e famílias, apenas 38% dos cuidadores regressaram às “condições profissionais” que tinham antes do acidente.

Um ano após o acidente, 70% dos cuidadores disseram não compreender o TCE e as suas consequências, 77% confessaram sentir-se emocionalmente esgotados e 67% realçaram o impacto negativo na sua própria vida, refere o estudo elaborado em parceria com centros de neurocirurgia dos hospitais públicos, e com o apoio do Programa Operacional de Assistência técnica do Fundo Social Europeu.

A melhoria de vida das vítimas e seus cuidadores vai estar em debate, na segunda-feira, na Fundação Calouste Gulbenkian, num encontro que reunirá, entre outros, os presidentes do Instituto da Segurança Social, Ana Clara Birrento, do Instituto Nacional para a Reabilitação, José Serôdio, médicos, enfermeiros, técnicos de reabilitação e famílias.

O encontro “pretende debater a forma como nos reorganizamos para, de forma sustentável, dar respostas a quem nos procura, dando assim continuidade ao nosso trabalho que é apoiar pessoas com TCE e seus familiares”, afirmou Vera Bonvalot, diretora executiva da Novamente, promotora da iniciativa.

Vera Bonvalot sublinhou que, quando a doença é crónica, “rotinas e responsabilidades são alteradas”, nomeadamente “as do cuidador informal, que é quem assegura os cuidados primários da pessoa doente”.

O estudo, cuja recolha dos dados foi realizada quatro, oito e doze meses após o acidente e analisou 266 casos admitidos nas urgências hospitalares, refere também que 60% das vítimas de traumatismo crânio encefálico grave estão desempregadas ou reformadas um ano após o acidente e 82% têm acesso a terapias de reabilitação.

Cerca de 58% das vítimas (com idades entre os 18 e os 45 anos) trabalhavam ou estudavam antes de sofrer o traumatismo e após a lesão apenas 19% manteve a sua atividade.

Muitas famílias não compreendem os comportamentos da vítima, o que resulta da “pouca informação que é transmitida à família que, além de se deparar com uma situação totalmente nova para si, não obtém qualquer informação que a ajude a compreender e a fazer face a esta realidade”.

O estudo conclui que o percurso da vítima e dos cuidadores “é complexo e exige a compreensão e intervenção adequada por parte de todos os profissionais que intervêm diretamente com estes casos e uma entidade externa que possa defender e representar a família”.

Nos últimos 25 anos, mais de 275.000 pessoas terão sofrido um TCE grave em Portugal e vivem com sequelas.

As quedas são a causa mais frequente (59%), seguidas de acidentes de viação, de desporto e agressões.

Entidade Reguladora da Saúde
Os reinternamentos na área da saúde mental e a taxa de segundos episódios pela mesma causa aumentaram entre 2012 e 2013,...

Num relatório divulgado, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) indica que relativamente aos indicadores de qualidade, constatou-se que “a taxa de reinternamento aumentou ligeiramente entre 2012 e 2013, bem como a taxa de segundos episódios pela mesma causa”.

O reinternamento é um dos principais indicadores de qualidade da assistência prestada a estes doentes, podendo indiciar um tratamento mal sucedido ou uma alta hospitalar precoce.

Aliás, o número de camas por habitante em psiquiatria de adultos é inferior ao rácio padrão apenas nas ARS Norte e Alentejo, enquanto na psiquiatria da infância e adolescência apenas as ARS Norte e Lisboa e Vale do Tejo dispõem de resposta em internamento.

De uma maneira geral, revela o relatório, o acesso aos cuidados de psiquiatria com financiamento público é muito assimétrico a nível nacional, com escassez de acesso mais vincada em psiquiatria da infância e da adolescência, e nas regiões do Alentejo e Algarve.

No Algarve não existem prestadores sociais com acordo com o Serviço Nacional de Saúde, nem sequer prestadores públicos de psiquiatria da infância e da adolescência, enquanto a ARS Alentejo não tem psiquiatras na Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano.

No entanto, mesmo nas regiões mais bem servidas em termos de serviços existe o problema da falta de profissionais para atender este tipo de doentes, já que são menos do que o que ficou definido como necessário há 20 anos.

A ERS detetou que os rácios de recursos humanos médicos e não médicos por habitantes, nos prestadores públicos, estão abaixo dos rácios definidos pela DGS em 1995, a nível nacional e regional.

A exceção vai para o número de psicólogos, embora, ainda assim, uma avaliação produzida em 2011 pela OMS tenha concluído que face aos padrões europeus, o número de enfermeiros a trabalhar em saúde mental e o número de psicólogos por população eram extremamente baixos.

Esta situação assume proporções mais graves se se tiver em conta que Portugal é precisamente um dos países europeus com maior prevalência de perturbações psiquiátricas, com quase um quarto da população (22,9%) a sofrer de algum tipo de perturbação.

Este é um dos motivos para que o Programa Nacional para a Saúde Mental (PNSM) seja um dos programas prioritários da DGS.

No entanto, muitas das medidas preconizadas nesse documento continuam por fazer, apesar de o programa terminar no próximo ano.

Segundo a ERS, existe um desfasamento no cumprimento dos objetivos definidos, concretamente no que se refere ao desenvolvimento de uma rede de cuidados continuados integrados de saúde mental, de uma política de avaliação e garantia de qualidade dos serviços, à criação de um sistema informático para recolha e tratamento da informação de todos os prestadores de cuidados de saúde mental, e à definição de um modelo de financiamento baseado em princípios de contratualização.

O regulador identificou “constrangimentos estruturais” que terão dificultado a plena aplicação do PNSM, quer do ponto de vista do modelo de financiamento, como da distribuição das responsabilidades entre os intervenientes ou da inexistência de “guidelines” para prescrição racional de psicofármacos e envolvimento de profissionais não médicos em programas terapêuticos.

A ERS sublinha ainda o facto de a maioria da população residir em regiões com nível de acesso baixo ou a mais de 40 minutos de cuidados públicos de psiquiatria (apenas 1,5% da população tem acesso alto, percentagem que baixa para 0,3% na psiquiatria da infância de da adolescência).

O regulador considera que a escassez de normas de organização e funcionamento resultam em diferenças de procedimentos, que podem ter impacto na qualidade dos serviços prestados.

DGS
Portugal vai receber novas doses da vacina contra a tuberculose de forma faseada entre final de outubro e fevereiro de 2016, o...

As dificuldades de fornecimento desta vacina, que começaram em março, estão ligadas a problemas com a produção no único laboratório que fabrica a vacina para a Europa, um laboratório público na Dinamarca.

Segundo um comunicado divulgado pela Direção-geral da Saúde (DGS), o produtor da vacina prevê fornecer de forma faseada 24 mil frascos multidose da vacina contra a tuberculose (BCG) entre fim do próximo mês e fevereiro do próximo ano.

“As doses de BCG que serão recebidas pelos serviços de saúde permitem vacinar cerca de 160 mil crianças, incluindo todas as crianças nascidas em 2015”, refere a DGS, acrescentando que a administração das vacinas será organizada pelos hospitais e centros de saúde de todo o país.

Assim, os pais dos bebés que ainda não foram vacinados com a BCG serão contactados pelo respetivo centro de saúde para vacinar os seus filhos.

A regularização do fornecimento devia ter acontecido no início de agosto, mas, segundo informação dada na altura pela DGS, os lotes da vacina não revelaram conformidade de segurança total.

A DGS tem insistido que o problema de fornecimento da BCG “não constitui risco para a saúde pública”, até porque a prevenção e o controlo da tuberculose se baseia em várias medidas, “além da vacinação dos recém-nascidos”.

A única vacina BCG que está autorizada em Portugal, e na maioria dos países europeus, é produzida por um laboratório público da Dinamarca, mas, nos últimos anos, o fornecimento da vacina tem sofrido interrupções de duração variável.

Esta vacina tem um prazo de validade mais curto do que as outras vacinas do Programa Nacional de Vacinação, não permitindo armazenamentos de longo prazo.

Entretanto, o Ministério da Saúde já anunciou que está a ser avaliada a retirada da vacina BCG do Programa Nacional de Vacinação, com especialistas a defenderem que Portugal está em condições de suspender a administração universal da vacina, mantendo a vacinação a grupos de riscos.

Dia Europeu da Depressão
A Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental assinala o Dia Europeu da Depressão, organizando, na Faculdade de Medicina...

Estima-se que a depressão atinja mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo que em Portugal cerca de 20% da população é diretamente afetada pela patologia.

O número de pessoas tocadas de alguma forma pela depressão, é, no entanto, incalculável – familiares, amigos, colegas de trabalho ou simplesmente conhecidos de pessoas com depressão enfrentam normalmente dois desafios: o primeiro, reconhecer que existe a patologia; o segundo, conviver com a depressão e ajudar a ultrapassá-la.

Quem pode estar “próximo” de um doente deprimido e o papel dos Cuidados de Saúde Primários na proximidade destes doentes, são os temas em análise na reunião, que terá moderação da Profª. Doutora Maria Luísa Figueira, do Prof. Doutor Daniel Sampaio e do Dr. Luís Câmara Pestana

Programa

09:00H – Introdução e boas-vindas
Profª. Maria Luísa Figueira; Prof. Daniel Sampaio, Dr. Luís Camara Pestana

09:15H – Quem pode estar "próximo" dos doentes deprimidos?
Dr. Pedro Montellano

10:00H – Projeto Stop Depression: Implementação e avaliação de uma experiência-piloto de stepped-care no tratamento da depressão nos cuidados de saúde primários
Prof. João Salgado

10:30H – Discussão e Encerramento

11:00H – Coffee break

Deco
Os hospitais públicos têm sites na Internet com mais informação e conteúdos, embora as páginas das unidades privadas sejam mais...

De acordo com um artigo publicado hoje, a associação de defesa do consumidor Deco analisou 68 sites na Internet de hospitais portugueses, 44 do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e 24 de unidades privadas.

As unidades públicas forneciam mais informação, embora, muitas vezes, difícil de encontrar e desatualizada.

Já os sites dos privados “favoreciam a interatividade e eram mais fáceis de usar”.

“No geral, os hospitais privados proporcionam melhores ‘experiências’ de utilização: entre os 10 melhores classificados encontram-se apenas dois públicos (Beatriz Ângelo, em Loures, e Cova da Beira, na Covilhã)”, refere o estudo da Deco.

Contudo, a informação mais específica dos hospitais públicos – como serviços existentes, direitos e deveres dos utentes e cuidados a ter na realização de exames – é mais vasta do que a fornecida pelos privados.

Ainda assim, em 30% das unidades do SNS analisadas não constam os tempos de espera para consultas, cirurgias e exames médicos, dados que a Deco diz serem “vitais para que os cidadãos possam fazer valer os seus direitos”.

A Deco destaca ainda que em 71% dos sites privados é possível os utentes marcarem consultas ou exames pela Internet.

Aproveitar rede de farmácias
O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Carlos Maurício Barbosa, afirmou hoje que os farmacêuticos deviam poder fazer o...

"Há muito trabalho que pode ser feito na área da proximidade", disse Carlos Barbosa, considerando que os farmacêuticos devem poder "fazer o acompanhamento de doentes crónicos", bem como contribuir "nos rastreios sistemáticos da população".

Segundo o bastonário, "os farmacêuticos podem e devem dar mais contributos para o Serviço Nacional de Saúde", que deve aproveitar "a capacidade instalada".

Carlos Barbosa sublinhou que se tem de aproveitar o facto de as farmácias estarem "espalhadas pelo território, até nos sítios mais recônditos", de forma a potenciar as capacidades técnico-científicas destes profissionais e "a proximidade e confiança" que estes têm "junto da população".

Os farmacêuticos "podem dar contributos substantivos para promover ganhos em saúde e ajudar a atingir metas na área da saúde pública", frisou, apontando para o caso dos doentes crónicos.

"Precisamos que os doentes estejam compensados e equilibrados e, entre consultas médicas, pode haver episódios agudos", podendo aqui os farmacêuticos ter um papel no controlo e acompanhamento de doentes, "como os hipertensos e os diabéticos".

Outro ponto importante, refere, é o contributo que os farmacêuticos podem ter "nos rastreios sistemáticos da população e identificação precoce de indivíduos com fatores de risco".

Estes dois aspetos - os rastreios e o acompanhamento - podem levar "a menos gastos" com complicações das doenças e "a ganhos em saúde", salientou o bastonário da Ordem, organização que comemora no sábado, em Coimbra, o Dia do Farmacêutico.

Carlos Barbosa espera que, na próxima legislatura, "haja consideração" pelo contributo "ímpar" que o setor teve "na redução da despesa pública e privada".

No sábado, a Ordem comemora o Dia do Farmacêutico, em Coimbra, com um simpósio na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra e uma sessão solene e jantar de encerramento das comemorações no Hotel Quinta das Lágrimas.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Novos resultados de iniciativa promovida pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e pela ARS do Centro, com o apoio da...

A expansão, a nível nacional, do projeto de prevenção de comportamentos suicidários em meio escolar “+Contigo”, as expetativas para o futuro, os novos parceiros e os resultados alcançados no ano letivo de 2014-2015 são os assuntos que estarão em destaque num encontro que se realiza, na próxima quarta-feira (dia 30 de setembro), na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC).

O IV Encontro “+ Contigo” (ver programa online) que, no período da tarde, contará com o testemunho de adolescentes envolvidos no projeto, para partilha de experiências, tem início às 9h30, na Sala de Reuniões da ESEnfC - Polo B, em S. Martinho do Bispo.

A abrir a iniciativa, a psicóloga Margarida Gaspar de Matoso falará do que é ser “Ser Adolescente Hoje” (título da conferência que vai proferir).

Pelas 12h30, decorrerá a sessão de boas-vindas, com a presença da presidente da ESEnfC, Maria da Conceição Bento, do presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, José Manuel Tereso, do diretor do Programa Nacional de Saúde Mental e coordenador do Plano Nacional de Prevenção do Suicídio, Álvaro de Carvalho, da delegada regional de Educação do Centro, Cristina Oliveira, e do coordenador do "+ Contigo", o professor da ESEnfC, José Carlos Santos.

Mais de 7000 jovens foram abrangidos, desde 2009, pelo “+ Contigo”, ano em que o programa começou a ser dinamizado pela ESEnfC e pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro.

A partir da região Centro do país, o projeto “+ Contigo” estendeu-se, então, à Lourinhã e aos Açores (Ilha do Pico), prevendo-se que, durante o ano letivo que agora se inicia (2015-2016), se expanda às áreas de intervenção das administrações regionais de Saúde do Norte, do Alentejo e do Algarve.

Da responsabilidade da ESEnfC e da ARS do Centro, o “+ Contigo” trabalha aspetos como o estigma em saúde mental, o autoconceito e a capacidade de resolução de problemas, devidamente enquadrados na fase da adolescência. A população-alvo deste programa é constituída por alunos do 3º ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário.

O “+ Contigo” mereceu o apoio da Direção-Geral da Saúde, que o inseriu no conjunto de medidas do Plano Nacional de Prevenção do Suicídio.

Além da Direção-Geral da Saúde, são parceiros “+ Contigo” a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares - Direção de Serviços da Região Centro, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar Baixo Vouga, o Centro Hospitalar Lisboa Norte, o Núcleo de Estudos do Suicídio (do Hospital de Santa Maria, em Lisboa), o Centro Hospitalar Leiria-Pombal, o Centro Hospitalar Tondela-Viseu e o Município da Lourinhã.

Deverão juntar-se, agora, a Unidade Local de Saúde de Matosinhos e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade do Algarve.

Autoridade Tributária e Aduaneira
A Associação Portuguesa de Profissionais de Acupunctura está contra a decisão do Fisco que sujeita a atividade ao pagamento de...

A Saúde não paga IVA, por isso, o tratamento de doenças pela acupunctura não pode estar sujeita ao imposto. É este o argumento utilizado pela Associação Portuguesa de Profissionais de Acupunctura (APPA) para defender a isenção ao IVA, escreve o jornal Público. Para a associação, a lei considera a acupunctura uma atividade ligada à Saúde e, por isso, está entre as profissões isentas. Mas, para a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), a interpretação da lei é outra: a Acupunctura faz parte das “terapêuticas não convencionais”, permitida a quem não tem título médico, e, por isso, não está isenta de IVA.

Uma deliberação que foi recebida com desagrado pela associação de acupunctores, que considera tratar-se de “um erro grave” e compara o tratamento de doenças pela acupunctura a “uma vulgar atividade de consumo, tal como comprar sapatos, ir ao cinema ou ao cabeleireiro”, afirmam.

Esta é uma decisão que surge na sequência do ofício emitido a 26 de agosto pela AT, que obriga as designadas terapêuticas não convencionais – entre as quais, a acupunctura, a fitoterapia, homeopatia, medicina tradicional chinesa, naturopatia, osteopatia e quiropraxia – ao pagamento de IVA à taxa de 23 %.

A APPA diz que o ofício “viola o princípio da igualdade e da neutralidade fiscal, consagrado na jurisprudência do Tribunal de Justiça da União Europeia”, pois os tratamentos de acupunctura feitos por médicos com formação em medicina designada como clássica estão isentos do imposto. Pelo contrário, um profissional de acupunctura tradicional tem de aplicar a taxa de IVA, pois a sua atividade parte “de uma base filosófica diferente da base da medicina convencional”, lê-se no ofício emitido pela AT.

A associação avisa ainda que algumas clínicas já estão em situação de falência, por lhes ser exigido a liquidação do imposto a 23%, com efeitos retroativos a 4 anos, “que é o mesmo que cobrar de uma vez 93% dos rendimentos de um ano”, lembram.

Se esta decisão não for anulada, a APPA acredita que a profissão poderá estar em risco em Portugal, e por isso exige “uma interpretação mais cuidada da lei”.

Entretanto, a associação também enviou uma carta ao Governo a solicitar “uma correção na interpretação que a AT está a fazer da lei”, dizem em comunicado, destacando que o entendimento do Fisco sobre esta matéria “está errado, é inconstitucional, discriminatório e viola o Direito da UE sobre o IVA”.

Estudo
Um estudo do investigador português Carlos Ribeiro mostra que as moscas da fruta partilham o desejo humano de sal durante a...

O estudo publicado na revista científica Current Biology abre portas a outras investigações, nomeadamente a respostas como o que leva as pessoas a preferir um alimento a outro, a desejar algo específico, ou a forma como a alimentação controla o envelhecimento, escreve o Jornal de Notícias.

Provado, segundo o estudo, que a mosca da fruta reage como os humanos na questão do sal, o investigador explicou que o próximo passo é entender o processo no cérebro. "Como é que o paladar do sal é controlado? O próximo passo é isso.", disse, explicando que a mosca da fruta é uma excelente via para fazer experiências, que não se podem fazer em humanos.

Carlos Ribeiro é investigador principal do programa de Neurociências da Fundação Champalimaud e trabalha nomeadamente na área do comportamento, metabolismo e nutrição, no sentido de perceber os processos cerebrais de decisão ao nível da alimentação.

Nesta investigação quer perceber quais os mecanismos no cérebro que leva a esse desejo de sal, que mudanças acontecem, quais os neurónios que mudam, e se usar para isso a mosca da fruta poderá chegar aos humanos, acrescentando: "os problemas da nutrição são muito complicados" e o cérebro é tão complexo que é importante pelo menos saber a área onde ir procurar respostas.

"Quando nos apetece algo específico é porquê? É uma reação específica do cérebro. Os insetos controlam rigorosamente as proteínas que comem e os humanos também. Como é que isso funciona, e porque é que às vezes não funciona?", questionou o investigador.

Segundo a Fundação Champalimaud, num comunicado sobre o estudo, os desejos durante a gravidez podem estar relacionados com as necessidades nutricionais do feto, especialmente para nutrientes como as proteínas e o sal.

"Através de uma série de experiências, os investigadores revelaram, pela primeira vez, que as moscas partilham de facto a tendência dos mamíferos para um consumo superior de sal durante a gravidez, e demonstraram ainda que níveis mais elevados de sal na dieta resultam num maior número de descendentes", diz o comunicado, acrescentando: "Verificámos que existe uma correlação direta entre a quantidade de sal na dieta e a quantidade de ovos que as moscas conseguem produzir".

Carlos Ribeiro diz que o sal parecer ser muito importante a muitas espécies, de moscas a elefantes ou a humanos, o que "sugere a existência de princípios biológicos universais subjacentes a este comportamento e que poderão ser identificados em diferentes espécies."

O cérebro da mosca, diz o estudo, parece conseguir perceber quando é necessário mais sal para produzir ovos e, por isso, automaticamente muda a forma como o animal perceciona esta necessidade, levando a mosca a ingerir maiores quantidades de sal. E como disse Carlos Ribeiro conhecer os mecanismos cerebrais na mosca é meio caminho andado para entender os dos humanos.

Estudo
Já se suspeitava de que os tecidos gordos do organismo também poderiam ser inervados, ou seja, ter neurónios, mas uma equipa de...

O tecido gordo tem nervos, sim senhor. Mas, mais do que isso, o estudo realizado pela equipa da investigadora Ana Domingos, no Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), permitiu encontrar também a chave para compreender o processo de degradação da gordura no organismo, escreve o Diário de Notícias. É que estes neurónios são fundamentais para que isso aconteça e, portanto, pode estar aqui uma futura resposta médica para emagrecer, quando isso é necessário.

Identificados estes neurónios, e compreendido o seu papel na degradação da gordura, eles tornam-se "um alvo terapêutico para potenciais agentes farmacológicos", explica Ana Domingos. "Já estamos, aliás, a trabalhar nisso. Temos neste momento bons candidatos nesta área e dentro de alguns meses já teremos novos resultados", garante a cientista.

Para confirmar a existência destes neurónios nos tecidos adiposos, a equipa fez o estudo em ratinhos, utilizando duas técnicas. Com uma delas, a chamada tomografia ótica de projeção, os investigadores conseguiram visualizar pela primeira vez as células nervosas no tecido gordo. "Fizemos a primeira imagem que mostra de forma convincente que existem sinapses [terminações nervosas] nos tecidos adiposos", nota Ana Domingos. Com uma outra técnica, a microscopia de dois fotões, os cientistas seguiram o rasto a esses neurónios e às suas terminações nervosas, o que ajudou a perceber o seu papel no processo de degradação da gordura no organismo. Estes neurónios são o braço que movimenta esse processo.

Agora é preciso esperar por mais novidades.

Estudo
Uma infeção bacteriana perigosa e de difícil tratamento, normalmente contraída em hospitais e que pode ser fatal, pode ter um...

Os antibióticos só funcionam em 25% dos casos quando se trata de eliminar a Clostridium difficile, escreve o Sapo, um agente patogénico que infeta o trato digestivo e que mata cerca de 15.000 pessoas todos os anos nos Estados Unidos.

Mas o medicamento antioxidante ebselen mostrou-se eficaz em matar esta bactéria ao atacar as suas toxinas, e não a bactéria, mantendo os micróbios benéficos do intestino, segundo os investigadores da faculdade de medicina da Universidade de Stanford.

O estudo publicado na revista Science Translation Medicine foi realizado em ratinhos de laboratório, mas os cientistas dizem que testes em humanos podem ser feitos com segurança já que o medicamento está a ser investigado para o tratamento de doenças cardiovasculares, artrite, arteriosclerose e cancro.

O medicamento desativa a toxina produzida pelo agente patogénico e previne danos e inflamações intestinais, explica o principal autor do estudo, Matthew Bogyo, professor de patologia e microbiologia.

Esta infeção é particularmente perigosa para pessoas com o sistema imunitário danificado.

 

Cerca de 7% das pessoas infetadas morre menos de um mês depois do diagnóstico.

Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde
Uma nova molécula para a deteção do cancro da próstata, produzida por uma equipa de cientistas do Instituto de Ciências...

O primeiro exame de Tomografia por Emissão de Positrões (PET/CT) com PSMA-Ga68, designação da nova molécula, já foi realizado em Coimbra.

A introdução deste radiofármaco no campo assistencial, segundo o Sapo, resulta do trabalho que vem sendo desenvolvido no Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) por uma equipa multidisciplinar desde há cerca de quatro anos, e "constitui um avanço significativo na avaliação desta doença ao possibilitar uma deteção mais precoce do cancro da próstata, sobretudo em situações de recidiva", afirma Miguel Castelo Branco, diretor do ICNAS.

Além de permitir uma avaliação do cancro da próstata muito mais eficaz, a utilização da nova molécula não terá um custo superior ao do atual radiofármaco disponível no mercado – a Fluorcolina - 18F.

O coordenador para a área clínica do ICNAS, João Pedroso de Lima, acredita que este novo exame reúne todas as condições para "substituir o uso da Fluorcolina - 18F em Portugal. A molécula produzida no ICNAS, já utilizada em alguns países europeus, é muito mais sensível, permitindo avaliar parâmetros impossíveis de identificar por outros métodos de diagnóstico e fornece informações essenciais para detetar precocemente, e localizar, o reaparecimento do tumor e a sua metastização".

Organismo Autónomo da Universidade de Coimbra (UC), O ICNAS dedica-se à investigação biomédica e à aplicação clínica de moléculas marcadas com substâncias radioativas.

Ao longo dos últimos anos, o Instituto lidera, no país, a produção e utilização de múltiplas moléculas (radiofármacos) para a realização de estudos de Tomografia por Emissão de Positrões (PET/CT) em diversas situações clínicas, principalmente em Oncologia, Neurologia e Cardiologia.

Campanha quer informar sobre teste precoce
O Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida está preocupado com o aumento de casos de paramiloidose (“doença dos...

“A doença está a diminuir no norte do país [onde inicialmente foi identificada], mas a agravar-se no sul”, disse o presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA), Eurico Reis.

A Polineuropatia Amiloidótica Familiar (PAF), conhecida como a “doença dos pezinhos”, foi descrita pela primeira vez na Póvoa do Varzim, pelo neurologista Corino de Andrade.

Segundo Eurico Reis, apesar da possibilidade do transplante hepático e de alguma medicação, existe um método que permite evitar o nascimento de uma criança com a doença, já que esta é uma patologia hereditária.

Trata-se do Diagnóstico Genético Pré-Implantação (DGPI), uma técnica de Procriação Medicamente Assistida (PMA) que consiste na análise às células do embrião, nos primeiros dias do seu desenvolvimento.

O objetivo é que só os embriões saudáveis sejam transferidos para o útero.

“Quando se trata de doenças graves e incapacitantes, como esta é, não queremos que as crianças nasçam doentes quando é possível impedi-lo”, disse o juiz desembargador, referindo-se ao DGPI.

Eurico Reis apercebeu-se de que não é devidamente conhecida a posição do CNPMA sobre esta possibilidade, pelo que foi decidido fazer uma campanha de informação, a qual se irá realizar em parceria com o Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST).

“No interior do IPST não havia a ideia que o CNPMA – não é que sejamos permissivos – tem uma perspetiva alargada em relação a esta matéria”, disse.

Em relação aos pais que não queiram fazer o diagnóstico, preferindo arriscar ter filhos doentes, o juiz disse que tal “está dentro da sua margem de liberdade, por muito que isso depois custe em matéria de gastos no Serviço Nacional de Saúde”.

“Agora, os pais que não querem que os seus filhos sejam doentes podem e devem socorrer-se destas técnicas”, adiantou.

“O facto de nascerem crianças doentes, quando podiam não nascer e quando os pais não querem sujeitar os seus filhos a essa doença, é uma coisa que me horroriza”, acrescentou.

Em declarações, o presidente da Associação Portuguesa de Paramiloidose (APP), Carlos Figueiras, disse que este tratamento já é utilizado por casais com um dos elementos doente “há muitos anos”.

“Já temos muitos meninos que nasceram por Fertilização In Vitro (FIV) pré implantatória e que não são portadores da doença”, afirmou.

Para Carlos Figueira, que se congratula com a campanha de sensibilização do CNPMA, “a maioria esmagadora das pessoas querem ter filhos sadios e, para isso, não têm problemas de recorrer a este método”.

Estudo
As mulheres grávidas conservam energia adicional e extraem mais calorias dos alimentos sem ter de ingerir maiores quantidades,...

“Estes resultados sugerem a necessidade de se fazer uma nova avaliação aos conselhos nutricionais que se dão às mulheres grávidas”, disse o líder da investigação, Tony O'Sullivan, da Universidade de New South Wales (UNSW).

O especialista também sublinhou a necessidade de se manter uma dieta equilibrada e sugeriu que fossem avaliadas as recomendações que se dão às mães em gestação para que ingiram alimentos energéticos, segundo um comunicado da UNSW.

Para esta investigação foi analisado o aumento de peso, a energia utilizada (metabolismo) e a ingestão de alimentos de 26 mulheres, utilizando sensores móveis.

Estas mulheres ganharam uma média de 10,8 quilos durante a gravidez, sete dos quais eram massa gorda que se acumulou principalmente entre o primeiro e segundo trimestres.

A acumulação de gordura ocorreu sem que ingerissem mais alimentos do que o habitual, apesar da sua necessidade de energia diária ter aumentado 8%.

Tal sugere que as mulheres grávidas produzem alterações significativas no seu metabolismo que lhes permitem conservar energia adicional como gordura e extrair mais calorias dos alimentos.

O excesso de peso durante a gravidez pode trazer complicações, como diabetes, pré-eclampsia e uma maior predisposição a doenças cardíacas no bebé, segundo estudo.

Zona da grande Lisboa
As entidades qualificadas para fazer colonoscopias na zona da Grande Lisboa passaram de duas para 37, informou o Ministério da...

Em comunicado, o Ministério explica que concluiu na quarta-feira os concursos para a realização de colonoscopias, destinados a aumentar o número de entidades prestadoras do exame na zona da Grande Lisboa

Trata-se de “um aumento significativo da capacidade instalada” e a partir de agora as novas entidades prestadoras integrarão a rede de convencionados do Serviço Nacional de Saúde, diz o comunicado.

Em 2013 fizeram-se mais de 118 mil colonoscopias, que custaram mais de cinco milhões de euros. No ano passado houve um aumento de quase 30% de colonoscopias, que custaram mais de sete milhões de euros.

Em junho passado o ministro da Saúde tinha anunciado o concurso e esclarecido que os utentes que optarem por realizar as colonoscopias nos novos prestadores de serviços de saúde terão a opção de efetuar o exame com sedação.

De acordo com a Administração Central dos Sistemas de Saúde apresentaram propostas ao concurso 170 prestadores de cuidados de saúde, 16 só no distrito de Lisboa.

Num comunicado divulgado em junho a Administração Central lembrava que os utentes do Serviço Nacional de Saúde com uma credencial emitida pelos serviços e estabelecimentos de saúde públicos podem dirigir-se a qualquer uma das várias entidades que estão convencionadas com o Estado a nível nacional e aí realizarem as colonoscopias (exame por endoscopia do intestino grosso).

Governo aprova
A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados vai ter mais 98 camas, distribuídas por quatro unidades na região de Lisboa...

Em comunicado, o Ministério da Saúde adianta que foi assinado um despacho conjunto com o Ministério das Finanças e o Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social a autorizar a celebração de contratos com unidades de internamento no âmbito da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).

“Trata-se de mais 98 novas camas, distribuídas por quatro unidades, todas elas situadas na região de Lisboa e Vale do Tejo, a mais carenciadas do país em camas de cuidados continuados integrados”, lê-se no comunicado.

De acordo com a informação oficial, estas 98 camas fazem subir para 1.142 lugares o número total autorizado em 2015, entre 164 em unidades de cuidados paliativos, 61 em unidades de convalescença, 239 em unidades de média duração e reabilitação e 366 em unidades de longa duração e manutenção.

Nesta contabilidade entram também, pela primeira vez, 312 lugares para os cuidados continuados integrados na área da saúde mental, sendo que estes não correspondem necessariamente a camas, tal como explica a informação do Governo.

O Ministério da Saúde revela também que, no final de 2014, havia 7.160 camas na RNCCI e anuncia que espera chegar ao final de 2015 com cerca de 8.300.

“Atendendo às 5.595 disponíveis no final de 2011, este valor representa um crescimento de cerca de 48% na capacidade de internamento da RNCCI”, conclui.

Em junho, um relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde dava conta de que o número camas nos continuados continuava abaixo das necessidades da população, em cerca de menos 30%.

As estimativas apontam para que haverá 110.355 pessoas dependentes no autocuidado nos domicílios, das quais 48.454 serão pessoas dependentes “acamadas”.

O documento destaca ainda que as Equipas de Cuidados Continuados Integrados (ECCI), prestadoras de cuidados no domicílio, continuam subaproveitadas, com consequências negativas, quer em termos de bem-estar dos doentes, quer em relação aos gastos para o Estado.

O relatório salienta também que as ECCI deveriam mesmo funcionar como “núcleo central” da rede de cuidados continuados, mas que na verdade “estão longe de assumir essa centralidade, com uma taxa de ocupação de 66% em 2014, contra mais de 90% nas outras unidades da ENCCI”.

O Relatório da Primavera deste ano aponta, pois, para a necessidade de um “forte investimento e impulso” na área da RNCCI, para “garantir o acesso de todos os doentes” a camas ou a cuidados domiciliários, dependendo das suas necessidades.

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