Culturas diferentes
Portugal constitui um dos principais países recetores de jovens estudantes provenientes dos Países A

O novo paradigma, a relação pedagógica estabelecida entre professores e alunos, e a forma de avaliação, são também diferenciados dos países de origem. A esta situação acrescenta-se um sentimento de nostalgia, provocada pela desorientação e saudades de casa, que pode ser experienciada como um luto, e sempre acompanhada por uma maior vulnerabilidade às perturbações de humor.

Os primeiros sinais de alerta de depressão, ansiedade e ideação suicida, como respostas às novas exigências, a pressão académica e a reacção a novo espaço, surgem como dificuldades na mobilização dos seus recursos pessoais e na utilização de coping eficaz.

Em todo o mundo, o suicídio é a segunda principal causa de morte entre grupos com idade entre 15 e os 29 anos e a terceira em Africa (OMS, 2014).

A intervenção do enfermeiro é de enorme importância na prevenção do suicídio
A intervenção do enfermeiro de saúde mental e psiquiatria no processo de avaliar o risco de depressão e suicídio nos estudantes do ensino superior revela-se de enorme importância na identificação de sinais de alerta de depressão, do comportamento de risco suicidário e numa intervenção eficaz, enquanto tarefa imprescindível que pode salvar vidas. Exige do enfermeiro de saúde mental e psiquiatria o desenvolvimento de um conjunto de competências específicas, para melhorar a qualidade de observação, prevenção, deteção precoce do risco de suicídio e cuidados em geral, resultante da atualização e da formação contínua.

De acordo com o resultado do estudo desenvolvido por Varela (2015) em que participaram 250 estudantes inscritos no ano letivo 2013-2014, constatou-se, com a aplicação do Inventário da Depressão de Beck, a existência de estudantes com sintomatologia depressiva moderada e grave e com risco elevado de suicídio (aplicação do Questionário da Ideação Suicida), sendo as raparigas as mais afetadas.

Raparigas mais afetadas, rapazes melhor integrados
Os rapazes demonstram estarem mais satisfeitos com o suporte social e melhor integrados no ensino superior em Coimbra. Concluiu-se que a integração social destes estudantes não aumenta com o ano de curso, contudo melhoram os resultados académicos. Sendo o isolamento um fator de risco para o suicídio, torna-se importante desenvolver estratégias para aumentar a rede de suporte social tendo em conta a existência de estudantes que consideram a sua relação social baixa. Verificou-se ainda uma elevada taxa de reprovação no primeiro ano da frequência do curso, bem como estudantes com comprovada carência económica, em que efetuam menos de três refeições diárias.

Estes resultados obrigam- nos a uma reflecção crítica sobre a qualidade de vida dos imigrantes, face à situação da crise que assola o país, tendo em consideração a imigração como fator de vulnerabilidade para a doença mental.

Recomendações
Recomenda-se a criação de um gabinete de apoio que promova a estratégia de prevenção do suicídio de base populacional, e com foco no indivíduo.

As estruturas locais devem participar na definição do projeto, incluindo os conceitos dos sujeitos alvo, em especial as associações dos estudantes dos PALOP em Coimbra.

Os workshops, seminários e atividades multiculturais são exemplos do que cabe às instituições do ensino superior desenvolver no primeiro ano de contacto destes estudantes, como fator de integração a nível académico e extra universitário.

Bibliografia
WORLD HEALTH ORGANIZATION. – Preventing suicide: a global imperative.  Washington, DC: OPS, 2014. ISBN 978-92-4-156477-9
VARELA, M. D. – Avaliação de risco de depressão e suicídio em estudantes do PALOP no ensino superior em Coimbra (Tese de Mestrado). Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Portugal, 2015.


Maria Dulce Varela
Nasceu no interior do Concelho de Santa Catarina, ilha de Santiago, Cabo Verde.
2001 – Curso de Enfermagem Geral – Escola de Enfermagem Manuel Olímpio, Cabo Verde.
Exerceu enfermagem em serviços de medicina, pediatria, maternidade, serviços de urgência (Adulto e Criança), no atualmente denominado Hospital Dr. Santa Rita, em Santa Catarina.
2010 – Licenciatura em Enfermagem pela Universidade de Cabo Verde.
2015 - Mestre em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.
Membro ativo do Grupo de Apoio aos Doentes Evacuados, em tratamento no CHUC.
Sócia da Sociedade Portuguesa de Suicidologia.
Outras Formações:
2008 – Licenciatura em Engenharia Alimentar pela Universidade do Algarve

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Limpeza e higiene
Os utilizadores de lentes de contacto devem criar uma rotina diária de cuidados de limpeza e higiene, de forma a assegurar a...

Qualquer tipo de lente de contacto exige a criação de hábitos simples de higiene de forma a proteger os seus olhos e manter a qualidade e o conforto com as lentes de contacto.1

Na franja da população com necessidade de correção visual em Portugal, o uso de lentes de contacto tem vindo a aumentar2, pois estas garantem uma melhor visão periférica, um maior campo de visão, eliminam os pontos de pressão no nariz e nas orelhas3 e até influenciam a autoestima, uma vez que, com lentes de contacto, os olhos recuperam o seu destaque sem alterar a aparência natural.

No momento de eleger as lentes de contacto a utilizar, os utilizadores poderão optar por lentes de contacto diárias pois nestes casos basta colocar um par novo e limpo todas as manhãs e descartá-las à noite, não sendo assim necessária qualquer manutenção, limpeza ou desinfeção.

Para a generalidade dos utilizadores, o uso de lentes de contacto implica a sua manutenção cuidada e correta. Seja qual for o tipo de lentes de contacto usado, é imperativo conhecer alguns hábitos simples para proteger os olhos e manter a qualidade e o conforto das lentes de contacto. Assim partilhamos 10 conselhos essenciais na manutenção das lentes de contacto:

·         Lavar sempre as mãos: Antes de manusear, colocar ou retirar as lentes de contacto, as mãos devem estar bem lavadas com um sabão neutro que não contenha óleos, creme ou perfume e devem estar secas com uma toalha limpa.

·         Evitar produtos que contenham aerossol: Evite utilizar produtos como laca para o cabelo antes de colocar as lentes de contacto, pois o aerossol pode causar irritação e ardor nos olhos.

·         Consultar sempre um profissional da visão: Sempre que necessitar de substituir ou escolher um sistema de manutenção ou lentes de contacto novas, recorra ao seu profissional da visão para que este aconselhe o mais adequado.

·         A maquilhagem deve ser feita depois de colocar as lentes de contacto: Da mesma forma, só se deverá desmaquilhar depois de retirar as lentes de contacto. 

·         Tenha sempre à mão um par de lentes de contacto suplente: Procure levar sempre consigo um par de lentes de contacto suplente, para o caso de perder alguma ou para situações inesperadas.

·         Não utilize lentes de contacto fora do prazo: Verifique sempre o prazo de validade das suas lentes de contacto antes de colocá-las.

·         Cumpra sempre o plano de substituição das suas lentes, definido pelo fabricante. Não utilize as suas lentes mais tempo do que o indicado pelo seu profissional da visão.

·         Tenha sempre à mão um par de óculos de graduação recente: Para não sofrer qualquer constrangimento nos momentos em que não pode usar lentes de contacto.

·         Cuidado a manipular produtos potencialmente causadores de irritação: Tenha cuidado ao utilizar cosméticos, loções, sabão, cremes ou desodorizantes que podem provocar irritações se entrarem em contacto com os olhos.

·         Retire as lentes de contacto antes de se expor a algum tipo de vapor que possa causar irritações: Caso saiba que se vai expor a algum tipo de vapor irritante ou nocivo, retire as lentes de contacto primeiro para evitar incómodos.

A manutenção das lentes de contacto é essencial em todas as ocasiões em que coloca ou retira as lentes e deve seguir estritamente as instruções fornecidas pelo seu profissional da visão, para evitar qualquer risco para a saúde ocular. Limpe e enxague sempre as suas lentes de contacto com a solução correta para eliminar a sujidade que se acumula durante o dia. A desinfeção das lentes de contacto destruirá os germes nocivos e garante uma utilização adequada4.

Existem no mercado soluções que vão ao encontro destas necessidades de limpeza, como por exemplo a solução desinfetante Opti-Free® PureMoist, que elimina diariamente os resíduos de lípidos e de proteínas. Esta solução limpa, hidrata, enxagua e desinfeta as lentes de contacto, mantendo-as conservadas e oferecendo um conforto duradouro.1

Systane® Toalhitas, por exemplo, atua como agente de limpeza para as pálpebras e remove a maquilhagem dos olhos. É uma boa opção hipoalergénica para a limpeza e higiene diária dos olhos, eliminando os resíduos poluentes e de maquilhagem e evitando irritações oculares4.

Para além de contribuírem para a preservação das lentes de contacto, estes produtos auxiliam a sua saúde ocular e podem ajudar a prevenir situações como a síndrome do olho seco.

Referências:
1Lally J, Ketelsen H, Borazjani R, et al. A new lens care solution provides moisture and comfort with today’s CLs. Optician 4/1/2011, Vol 241 Issue 6296, 42 -46.
2Vision Needs Monitor, estudo da Market Probe 2014.
3Thai, Lee Choon Bsc, Mcoptom; Tomlinson, Alan Phd, Dsc, Mcoptom, Faao; Ridder, William H. Iii Od, Phd, FAAO, Contact Lens Drying and Visual Performance: The Vision Cycle with Contact Lenses.
4Catálogo de lentes de contacto, produtos de manutenção e saúde ocular. Alcon 2015

Informação importante: A Solução de Manutenção de Lentes de Contacto OPTI-FREE®PureMoist  é um dispositivo médico para limpeza, desinfeção e manutenção de lentes de contacto. Systane® Toalhitas é um cosmético. A sua má utilização pode comprometer a saúde ocular. Ler cuidadosamente os folhetos informativos. Existem outros fatores que podem influenciar a saúde ocular. Para mais informações acerca da utilização, cuidado e conselhos sobre o produto informe-se junto do seu profissional da visão ou do seu distribuidor em Portugal.

ALCON, OPTI-FREE, SYSTANE, o logo ALCON, o logo OPTI–FREE e o logo SYSTANE são marcas registadas da Novartis AG. ©2015 Novartis. CIBA VISION® é agora parte da Alcon®, uma divisão da Novartis AG. Material revisto em julho de 2015 Alcon Portugal -Produtos e Equipamentos Oftalmológicos, Lda. NIPC.501 251 685,

Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, n.º 10E Taguspark 2740-255 Porto Salvo.Material revisto em julho de 2015 I11507360688

Sobre a Alcon
A Alcon, empresa líder a nível mundial em cuidados de saúde visual, disponibiliza uma vasta gama de produtos inovadores que melhoram a qualidade de vida, ajudando pessoas de todo o mundo a ver melhor. As três áreas de negócio da Alcon - Cirúrgica, Produtos Farmacêuticos e a divisão de consumo Vision Care, oferecem o mais amplo espetro de produtos de cuidados oculares do mundo. A Alcon é a segunda maior divisão do Grupo Novartis. Sediada em Fort Worth, no Texas, EUA, a Alcon tem mais de 25.000 colaboradores em todo o mundo, operações em 75 países e produtos disponíveis em 180 mercados. Consulte informações adicionais em www.alcon.com.

Sobre a Novartis
A Novartis proporciona soluções para o cuidado da saúde de acordo com as necessidades dos doentes e da comunidade. Sediada em Basileia, Suíça, a Novartis proporciona uma gama diversificada de produtos para satisfazer estas necessidades: medicamentos inovadores, tratamentos oculares e medicamentos genéricos de alta qualidade, sujeitos e não sujeitos a receita médica. A Novartis é o único grupo mundial com uma posição de liderança nestas áreas. A 31 de Dezembro de 2014 as empresas do grupo Novartis contavam com uma equipa de aproximadamente 133.000 colaboradores e estão presentes em mais de 180 países em todo o mundo. Consulte informações adicionais em http://www.novartis.com

Estudo
Crianças pequenas que tomam medicamentos para a asma antes de completarem 2 anos de idade podem ter o seu crescimento...

Segundo a pesquisa, liderada por Antti Saari, da University of Eastern Finland, as crianças que fizeram uso dos corticoides inalados (ICS) para o tratamento da asma tiveram prejuízos no crescimento.

Estudos anteriores já haviam relacionado o uso desse tipo de remédios com limitações no crescimento, escreve o Diário Digital.

Especialistas reforçam que essa pesquisa serve para ressaltar a importância de se ter cuidado redobrado ao receitar corticoides para crianças muito pequenas.

A organização Asthma UK, porém, afirmou que corticoides inalados têm um papel crucial no controlo dos sintomas da asma na infância - especialmente para diminuir o número de vezes que as crianças precisam de ser levadas ao hospital por causa de crises.

O principal tratamento para a asma é feito com corticoides inalados que podem ser encontrados em medicamentos com inaladores - mas também são conhecidos por causar efeitos colaterais em algumas pessoas.

A recomendação dos médicos é que crianças que costumam tomar corticoides inalados para o tratamento da asma devem ter um acompanhamento rígido e frequente de peso e altura todos os anos para observar qualquer sinal de crescimento reduzido.

Como líder do estudo, Saari explicou que a sua equipa analisou as informações sobre altura dos pais das crianças, assim como os dados do peso delas e a quantidade de medicamento para asma tomavam para calcular o crescimento e a altura esperados.

Ele descobriu uma relação entre uso de corticoides inalados e crescimento que pode significar 3 cm de perda de altura para essa criança quando esta se tornar adulta. “É importante que os médicos pensem duas vezes antes de receitar esse tipo de medicamento a crianças dessa idade (abaixo de dois anos)”, explicou.

Estudo
Em vez de sentir prazer e satisfação, algumas mulheres podem ficar melancólicas ou até agressivas com o parceiro depois de ter...

O levantamento contou com 230 estudantes universitárias de diferentes etnias contatadas por e-mail por psicólogos da Universidade de Tecnologia Queensland, na Austrália, escreve o Diário Digital. Todas elas tinham mais de 18 anos e eram sexualmente ativas.

Segundo os investigadores, não houve relação entre a disforia pós-coito e o nível de intimidade com o parceiro.

Estudos anteriores já mostraram que o problema é mais comum em mulheres que já sofreram algum tipo de abuso, tanto sexual como emocional, mas ainda são necessárias mais pesquisas para compreender porque é que o fenómeno ocorre.

Estudo
Mutações genéticas geralmente associadas a doenças - que se traduzem por exemplo na acumulação excessiva de ferro no organismo ...

Realizado pelo Instituto de Pesquisa Biomédica e de Epidemiologia do Desporto, o estudo publicado na revista Biochimie testou 170 atletas de alto rendimento, mulheres e homens, todos membros de equipas nacionais de remo, judo e esqui em mais de uma dezena de mutações genéticas.

A investigação, segundo o Diário Digital, mostrou que a frequência das mutações do gene HFE, associadas à hemocromatose, era muito maior entre os atletas de alto rendimento do que na população geral.

A hemocromatose é uma doença genética frequente, que afeta uma pessoa em cada 300 em França, escreve a agência France Presse.

Esta patologia traduz-se no aumento da absorção intestinal do ferro o que leva ao armazenamento excessivo deste elemento químico no organismo que, caso não seja tratado, pode degenerar em complicações como cirrose, diabetes, problemas cardíacos, entre outros.

A doença manifesta-se sobretudo quando os cromossomas herdados pelo pai e mãe possuem ambos esta mutação.

Cerca de 80% dos atletas testados apresentavam pelo menos uma mutação do gene HFE. Os investigadores avançam que estas mutações que aumentam a absorção do ferro podem compensar as perdas do mineral que ocorrem nestes desportos por múltiplos mecanismos, melhorando a eficácia do transporte de oxigénio, aumentando a produção de energia e facilitando uma recuperação rápida após eventual hemorragia, assim como a regeneração muscular.

Mas "uma carreira desportiva não pode ser prevista unicamente com base numa sequência de ADN", alertam os cientistas em comunicado.

Patients with Previously Treated Non-Squamous Non-Small Cell Lung Cancer in CheckMate -057
Bristol-Myers Squibb Company (NYSE:BMY) announced longer term (18 month) survival data from CheckMate -057, an open-label,...

Opdivo continued to demonstrate superior overall survival (OS) – the study’s primary endpoint – with an estimated 39% of patients alive at 18 months (95% CI, 34-45) versus 23% for docetaxel, based on a minimum follow-up of 17.1 months. Opdivo also continued to demonstrate a reduction in the risk of death by 28% (a hazard ratio of 0.72; 95% CI, 0.60 - 0.88). In the study, Grade 3-4 treatment-related adverse events were reported in 10% of patients treated with Opdivo versus 54% in the docetaxel arm. These data will be presented on Monday, September 28 during the 2015 European Cancer Congress (ECC 2015) (Abstract # 3010) and published in the New England Journal of Medicine.

“These longer term survival results for nivolumab in advanced, non-squamous non small-cell lung cancer support the potential for this Immuno-Oncology agent in treating lung cancer patients,” said Leora Horn, M.D., Vanderbilt-Ingram Cancer Center. “CheckMate -057 builds upon its critical findings and now, data show a sustained survival benefit for nivolumab in this hard-to-treat disease that is incredibly encouraging for oncologists, and most importantly, for our patients.”

CheckMate -057 clinical results were first reported at the 51st Annual Meeting of the American Society of Clinical Oncology, marking the first time a PD-1 inhibitor demonstrated superior OS versus docetaxel in previously treated patients with NSQ NSCLC. Data from this trial have been accepted for regulatory review by the U.S. Food and Drug Administration (FDA) and the European Medicines Agency to expand the respective Opdivo indications to include previously treated patients with NSQ NSCLC. This application has also been granted Priority Review in the U.S., and Opdivo has received Breakthrough Therapy Designation for this indication.

“At the core of our Immuno-Oncology approach is an unrelenting focus to fundamentally change survival expectations for all cancer patients. Today, we are driving insights into how advanced lung cancer may be treated – from defining the role of PD-L1 expression to showing clinical efficacy resulting in deep and durable responses for these patients,” said Michael Giordano, senior vice president, head of Development, Oncology. “The 18-month data from CheckMate -057 reinforce the potential for Opdivo, across PD-L1 expression levels, to offer patients durable overall survival benefit with lower incidence of serious adverse events versus chemotherapy.”

About CheckMate -057
CheckMate -057 is a Phase 3, open-label, randomized clinical trial that evaluated patients with advanced NSQ NSCLC who had progressed during or after one prior platinum doublet-based chemotherapy regimen. The trial included patients regardless of their PD-L1 status. Secondary endpoints included objective response rate (ORR) and progression-free survival (PFS). Patients enrolled in the trial received Opdivo 3 mg/kg every two weeks versus standard of care, docetaxel, at 75 mg/m2 every three weeks. In the trial, Opdivo demonstrated continued superior OS benefit, with an estimated 51% of patients alive at one year versus 39% for docetaxel, and an estimated 39% of patients alive at 18 months (95% CI, 34-45) versus 23% for docetaxel, based on a minimum follow-up of 17.1 months.

CheckMate -057 also evaluated the efficacy of Opdivo by tumor PD-L1 expression. Of randomized patients, 78% (455/582) had tumor samples evaluable for PD-L1 expression. Rates of PDL1 expressing tumors were balanced between groups. PD-L1 status was predictive for benefit from Opdivo, across pre-specified 1%, 5%, and 10% expression levels. In PD-L1 non-expressors, OS was similar between Opdivo and docetaxel, with improved durability of responses seen in patients treated with Opdivo versus docetaxel.

In addition, clinical results showed confirmed ORR was significantly higher for Opdivo (19%) than docetaxel (12%). For patients administered Opdivo, median duration of response was 17.2 months and 5.6 months for docetaxel. One-year PFS was 19% for Opdivo (95% CI, 14-23) and 8% for docetaxel (95% CI, 5-12). Median PFS was 2.3 months for Opdivo (95% CI, 2.2-3.3) and 4.2 months for docetaxel (95% CI, 3.5-4.9).

The safety profile of Opdivo in CheckMate -057 was consistent with prior studies and similar across expressors and non-expressors. Treatment-related adverse events were low in severity with Opdivo and occurred less frequently (any grade: 69%; grade 3-4: 10%) than docetaxel (any grade: 88%; grade 3-4: 54%), including both hematologic and non-hematologic toxicities. Treatment-related serious adverse events were reported less frequently with Opdivo (any grade: 7%; grade 3-4: 5%) than docetaxel (any grade: 20%; grade 3-4: 18%). Discontinuation due to treatment–related adverse events was less frequent with Opdivo (5%) than docetaxel (15%).

About Lung Cancer
Lung cancer is the leading cause of cancer deaths globally, resulting in more than 1.5 million deaths each year, according to the World Health Organization. Lung cancer results in more deaths worldwide than colorectal, breast and prostate cancers combined. Non-small cell lung cancer is one of the most common types of the disease and accounts for approximately 85% of cases.

About Opdivo
Bristol-Myers Squibb has a broad, global development program to study Opdivo in multiple tumor types consisting of more than 50 trials – as a monotherapy or in combination with other therapies – in which more than 8,000 patients have been enrolled worldwide.

Opdivo is a programmed death-1 (PD-1) immune checkpoint inhibitor that has received approval from the FDA as a monotherapy in two cancer indications. Opdivo became the first PD-1 immune checkpoint inhibitor to receive regulatory approval anywhere in the world on July 4, 2014 when Ono Pharmaceutical Co. announced that it received manufacturing and marketing approval in Japan for the treatment of patients with unresectable melanoma. In the U.S., the Food and Drug Administration (FDA) granted its first approval for Opdivo for the treatment of patients with unresectable or metastatic melanoma and disease progression following Yervoy (ipilimumab) and, if BRAF V600 mutation positive, a BRAF inhibitor. This indication is approved under accelerated approval based on tumor response rate and durability of response. Continued approval for this indication may be contingent upon verification and description of clinical benefit in the confirmatory trials. On March 4, 2015, Opdivo received its second FDA approval for the treatment of patients with metastatic squamous (SQ) non-small cell lung cancer (NSCLC) with progression on or after platinum-based chemotherapy. On July 20, 2015 the European Commission approved Nivolumab BMS for the treatment of locally advanced or metastatic SQ NSCLC after prior chemotherapy.

Indication
OPDIVO® (nivolumab) is indicated for the treatment of patients with metastatic squamous non-small cell lung cancer (NSCLC) with progression on or after platinum-based chemotherapy.

Important safety information

Immune-Mediated Pneumonitis

• Severe pneumonitis or interstitial lung disease, including fatal cases, occurred with OPDIVO treatment. Across the clinical trial experience in 691 patients with solid tumors, fatal immunemediated pneumonitis occurred in 0.7% (5/691) of patients receiving OPDIVO; no cases occurred in Trial 1 or Trial 3. In Trial 1, pneumonitis, including interstitial lung disease, occurred in 3.4% (9/268) of patients receiving OPDIVO and none of the 102 patients receiving chemotherapy. Immune-mediated pneumonitis occurred in 2.2% (6/268) of patients receiving OPDIVO; one with Grade 3 and five with Grade 2. In Trial 3, immune-mediated pneumonitis occurred in 6% (7/117) of patients receiving OPDIVO, including, five Grade 3 and two Grade 2 cases. Monitor patients for signs and symptoms of pneumonitis. Administer corticosteroids for Grade 2 or greater pneumonitis. Permanently discontinue OPDIVO for Grade 3 or 4 and withhold OPDIVO until resolution for Grade 2.

Immune-Mediated Colitis

• In Trial 1, diarrhea or colitis occurred in 21% (57/268) of patients receiving OPDIVO and 18% (18/102) of patients receiving chemotherapy. Immune-mediated colitis occurred in 2.2% (6/268) of patients receiving OPDIVO; five with Grade 3 and one with Grade 2. In Trial 3, diarrhea occurred in 21% (24/117) of patients receiving OPDIVO. Grade 3 immune-mediated colitis occurred in 0.9% (1/117) of patients. Monitor patients for immune-mediated colitis. Administer corticosteroids for Grade 2 (of more than 5 days duration), 3, or 4 colitis. Withhold OPDIVO for Grade 2 or 3. Permanently discontinue OPDIVO for Grade 4 colitis or recurrent colitis upon restarting OPDIVO.

Immune-Mediated Hepatitis

• In Trial 1, there was an increased incidence of liver test abnormalities in the OPDIVO-treated group as compared to the chemotherapy-treated group, with increases in AST (28% vs 12%), alkaline phosphatase (22% vs 13%), ALT (16% vs 5%), and total bilirubin (9% vs 0). Immunemediated hepatitis occurred in 1.1% (3/268) of patients receiving OPDIVO; two with Grade 3 and one with Grade 2. In Trial 3, the incidences of increased liver test values were AST (16%), alkaline phosphatase (14%), ALT (12%), and total bilirubin (2.7%). Monitor patients for abnormal liver tests prior to and periodically during treatment. Administer corticosteroids for Grade 2 or greater transaminase elevations. Withhold OPDIVO for Grade 2 and permanently discontinue OPDIVO for Grade 3 or 4 immune-mediated hepatitis.

Immune-Mediated Nephritis and Renal Dysfunction

• In Trial 1, there was an increased incidence of elevated creatinine in the OPDIVO-treated group as compared to the chemotherapy-treated group (13% vs 9%). Grade 2 or 3 immune-mediated nephritis or renal dysfunction occurred in 0.7% (2/268) of patients. In Trial 3, the incidence of elevated creatinine was 22%. Immune-mediated renal dysfunction (Grade 2) occurred in 0.9% (1/117) of patients. Monitor patients for elevated serum creatinine prior to and periodically during treatment. For Grade 2 or 3 serum creatinine elevation, withhold OPDIVO and administer corticosteroids; if worsening or no improvement occurs, permanently discontinue OPDIVO.

Administer corticosteroids for Grade 4 serum creatinine elevation and permanently discontinue OPDIVO.

Immune-Mediated Hypothyroidism and Hyperthyroidism

• In Trial 1, Grade 1 or 2 hypothyroidism occurred in 8% (21/268) of patients receiving OPDIVO and none of the 102 patients receiving chemotherapy. Grade 1 or 2 hyperthyroidism occurred in 3% (8/268) of patients receiving OPDIVO and 1% (1/102) of patients receiving chemotherapy. In Trial 3, hypothyroidism occurred in 4.3% (5/117) of patients receiving OPDIVO. Hyperthyroidism occurred in 1.7% (2/117) of patients, including one Grade 2 case. Monitor thyroid function prior to and periodically during treatment. Administer hormone replacement therapy for hypothyroidism. Initiate medical management for control of hyperthyroidism.

Other Immune-Mediated Adverse Reactions

• In Trial 1 and 3 (n=385), the following clinically significant immune-mediated adverse reactions occurred in <2% of OPDIVO-treated patients: adrenal insufficiency, uveitis, pancreatitis, facial and abducens nerve paresis, demyeliniation, autoimmune neuropathy, motor dysfunction, and vasculitis. Across clinical trials of OPDIVO administered at doses 3 mg/kg and 10 mg/kg, additional clinically significant, immune-mediated adverse reactions were identified: hypophysitis, diabetic ketoacidosis, hypopituitarism, Guillain-Barré syndrome, and myasthenic syndrome. Based on the severity of adverse reaction, withhold OPDIVO, administer high-dose corticosteroids, and, if appropriate, initiate hormone-replacement therapy.

Embryofetal Toxicity

• Based on its mechanism of action, OPDIVO can cause fetal harm when administered to a pregnant woman. Advise pregnant women of the potential risk to a fetus. Advise females of reproductive potential to use effective contraception during treatment with OPDIVO and for at least 5 months after the last dose of OPDIVO.

Lactation

• It is not known whether OPDIVO is present in human milk. Because many drugs, including antibodies, are excreted in human milk and because of the potential for serious adverse reactions in nursing infants from OPDIVO, advise women to discontinue breastfeeding during treatment.

Serious Adverse Reactions

• In Trial 1, serious adverse reactions occurred in 41% of patients receiving OPDIVO. Grade 3 and 4 adverse reactions occurred in 42% of patients receiving OPDIVO. The most frequent Grade 3 and 4 adverse drug reactions reported in 2% to <5% of patients receiving OPDIVO were abdominal pain, hyponatremia, increased aspartate aminotransferase, and increased lipase.

• In Trial 3, serious adverse reactions occurred in 59% of patients receiving OPDIVO. The most frequent serious adverse drug reactions reported in ≥2% of patients were dyspnea, pneumonia, chronic obstructive pulmonary disease exacerbation, pneumonitis, hypercalcemia, pleural effusion, hemoptysis, and pain.

Common Adverse Reactions

• The most common adverse reactions (≥20%) reported with OPDIVO in Trial 1 were rash (21%) and in Trial 3 were fatigue (50%), dyspnea (38%), musculoskeletal pain (36%), decreased appetite (35%), cough (32%), nausea (29%), and constipation (24%).

Please see U.S. Full Prescribing Information for OPDIVO.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
“6º Colóquio Envelhecimento, Saúde e Cidadania” é já no dia 28 de outubro. Infeções hospitalares, envelhecimento ativo e...

O enquadramento atual das doenças transmissíveis na pessoa idosa (incidência e vigilância), as respetivas especificidades clínicas e os custos para o Sistema Nacional de Saúde são assuntos em debate no “6º Colóquio Envelhecimento, Saúde e Cidadania”, que a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) organiza no próximo dia 28 de outubro.

“Imunidade e especificidades das doenças transmissíveis na pessoa idosa” é o título deste 6º colóquio, a decorrer entre as 9h30 e as 17h30 nas instalações da ESEnfC - Polo B (S. Martinho do Bispo) e que é organizado pela Unidade Científico-Pedagógica de Enfermagem do Idoso (UCPEI) da instituição.

Além da perspetiva dos profissionais de saúde convidados, que falarão do “estado da arte” em matéria de prática de cuidados, neste colóquio será apresentado um olhar d’ “Os media no contexto das doenças transmissíveis”, título da comunicação a proferir por Bento Rodrigues, jornalista e pivô do canal de televisão SIC, que se associa a este debate numa mesa-redonda a partir das 11h15.

“Doenças transmissíveis mais comuns: situação na pessoa idosa”, por Cristina Valente, “Infeções hospitalares na pessoa idosa”, por Maria João Faria, “Aspetos específicos de prevenção das doenças transmissíveis na pessoa idosa”, por Margarida Prata, e “Infeções em idosos: quadro clinico”, por João Tavares (todos profissionais do CHUC - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra), são os títulos das restantes comunicações do painel.

Antes, pelas 10h00, será apresentada a conferência “Vida saudável e envelhecimento ativo: EIT Health - uma oportunidade europeia - dados biográficos”, da responsabilidade de José Pereira Miguel (Faculdade de Medicina de Lisboa e Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge).

Lançamento de duas publicações sobre saúde do idoso
Pelas 12h30, será feito o lançamento de duas edições da série monográfica Educação e Investigação em Saúde, que é editada pela Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), pertencente à ESEnfC: a monografia nº 11, “Envelhecimento, Saúde e Cidadania” e a monografia nº 13, “Enfermagem de Saúde do Idoso”.

Já às 14h30, o professor da Faculdade de Medicina de Coimbra, Manuel Santos Rosa, dará a conferência “Imunidade na pessoa idosa e especificidades das manifestações das doenças transmissíveis”.

A sessão de abertura do colóquio, às 9h30, será feita pela Presidente da ESEnfC, Maria da Conceição Bento, e pela coordenadora da UCPEI, Maria de Lurdes Almeida.

“O Censos de 2011 revelou o agravamento do envelhecimento da população portuguesa na última década, apontando para cerca de 19% da população com 65 ou mais anos de idade. Este incremento determina desafios diversos, entre os quais o das doenças transmissíveis que se estão a constituir como um grave problema de saúde pública. O aumento do risco de infeções, observado com o processo de envelhecimento, pode ser devido a mudanças fisiológicas inerentes ou a doenças crónicas associadas à idade e a intervenções médicas, cirúrgicas e de diagnóstico que os acompanham», afirma a organização do colóquio.

De acordo com a UCPEI da ESEnfC, «se quisermos enfrentar o desafio da complexidade das doenças transmissíveis na pessoa idosa, das suas repercussões individuais e comunitárias e das suas especificidades clínicas naquela população, os responsáveis políticos, cuidadores, professores e investigadores devem assumir um papel pró-ativo no cuidado clínico, formação, educação e pesquisa sobre problemas e questões que conformam o envelhecimento da população”.

Para mais informações sobre este colóquio, podem os interessados consultar a página web do evento, em http://www.esenfc.pt/event/6cesc, o mesmo local destinado às inscrições e à submissão de comunicações.

10 de outubro – Dia Mundial da Saúde Mental
A ansiedade é a doença mental mais prevalente na população portuguesa, afetando 16,5% das pessoas, segundo um estudo...

Trata-se de uma reação normal do nosso organismo, ativada em situações que podem provocar medo, dúvida ou expectativa. Apesar de natural, deve ser uma situação passageira. Quando a ansiedade se torna crónica passa a ser considerada uma doença mental.

Portugal é um dos países da Europa em que maior percentagem da população sofre de patologias do espectro da ansiedade. Esta patologia pode manifestar-se de inúmeras formas e muitas das suas manifestações interferem de forma grave com a qualidade de vida. “Quando a ansiedade atinge níveis de grande intensidade significa que a pessoa está doente, interferindo de forma definitiva na vida quer na esfera emocional e familiar, quer na esfera profissional e social”, explica Filipa Palha, psicóloga e presidente da Associação Encontrar+se. “Estas alterações prolongadas de comportamento significam que a pessoa está doente e precisa de ser tratada”, refere a especialista.

As perturbações de ansiedade podem ter sintomas físicos, como taquicardia, dores no peito e dificuldade em respirar, levando o doente a ter comportamentos hipocondríacos, levar a insegurança na execução de tarefas rotineiras, ou pode manifestar-se em resposta a um estímulo em específico, como é o caso das fobias.

António Pacheco Palha, psiquiatra e membro da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, explica que “as fobias, patologia ansiosa frequente, fazem com que as pessoas fujam de determinado estímulo. Elas não estão doentes, não apresentam qualquer queixa se deixarem de enfrentar os estímulos com comportamentos de evitamento, mas o facto é que têm uma qualidade de vida diminuída, por não serem livres de fazerem tudo o que querem”.

O especialista refere ainda que “estas formas de manifestação de ansiedade são muito prevalentes na população. As pessoas consideram que se trata de ‘manias’, de ‘medos’, e pensam que não se podem tratar, o que é uma pena, porque são situações que podem ser resolvidas”.

Há ainda outra perturbação do espectro da ansiedade que é grave: o pânico. “Esta é uma condição que assusta muito o indivíduo. Caracteriza-se por intensa aflição e por uma instabilidade muito grande, tanto pela componente física, como pela psicológica, que faz com que se sintam em risco e corram para a urgência hospitalar”, afirma o psiquiatra António Pacheco Palha, frisando que quanto mais precocemente se tratar estes casos melhor.

É importante que se diga que as perturbações de ansiedade são tratáveis. O tipo e tempo de tratamento varia de caso para caso, mas geralmente as perturbações de ansiedade são tratadas com uma combinação de terapia, medicamentos e outros tratamentos psicológicos complementares ou, até, alternativos. A presidente da associação “Encontrar+se” realça também a importância de tratar estas perturbações de forma precoce e de procurar ajuda profissional sempre que a ansiedade se manifeste de forma prolongada e interfira de forma grave nas rotinas.

Em Portugal, é nos mais jovens, entre os 18 e os 34 anos, que se verifica uma maior prevalência de doença mental estimando-se que 50.1% tenham pelo menos uma perturbação psiquiátrica. Neste grupo etário, as entidades mais referidas foram as perturbações da ansiedade, seguidas das afetivas e do abuso de álcool. Grande parte da percentagem de perturbações de ansiedade é à custa das chamadas “fobias específicas” habitualmente associadas a um menor impacto no funcionamento global.

Relatório
A gripe e o tempo frio no último inverno fizeram mais de 5.500 mortes além do que era esperado, segundo o relatório do Programa...

“Estimou-se, no total, um excesso de 5.591 óbitos em relação ao esperado, correspondendo a uma taxa de 54 óbitos por cada 100 mil habitantes”, refere o relatório do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), apontando que o excesso de mortalidade ocorreu sobretudo nos dos primeiros meses deste ano.

O período de excesso de mortalidade coincidiu com a epidemia da gripe e com um período de temperaturas mínimas abaixo do normal, explica o documento.

Dos mortos em excesso, 93% podem ser atribuídos a uma das duas causas, estimando-se que 76% dos casos terão ficado a dever-se à gripe e 17% à vaga de feio.

Em fevereiro, quando foram conhecidos os resultados preliminares da vigilância da gripe, a época 2014/2015 tinha sido já apontada como a que teve o maior registo de mortes além do esperado desde a época gripal 1998/1999, na qual se verificaram 8.514 óbitos.

Numa análise aos casos de gripe com necessidade de observação nos cuidados intensivos, o INSA concluiu que cerca de 80% dos doentes tinham uma doença crónica subjacente e que apenas 15% estavam vacinados contra a gripe sazonal.

A taxa de letalidade foi estimada em 23,7%, quase o dobro da registada na época anterior, verificando-se que 70% das mortes ocorreram em pessoas com mais de 64 anos.

A atual campanha da vacinação contra a gripe arrancou há menos de uma semana, com as vacinas a serem gratuitas para cidadãos com 65 e mais anos de idade.

A campanha vai decorrer durante todo o outono e inverno e a vacina é igualmente gratuita, sem necessidade de receita médica ou de pagamento de taxa moderadora, para pessoas vulneráveis residentes ou internadas em instituições.

A Direção-Geral da Saúde recomenda “fortemente” a vacinação “a pessoas a partir dos 65 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos (a partir dos seis meses de idade), grávidas, bem como a profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados, por exemplo, em lares de idosos”.

A partir desta semana
O Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, e o Centro de Saúde de Odemira, concelho com a maior taxa de suicídio...

A nova valência é conseguida mediante acordo entre a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA) e o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL), que assinaram um memorando de entendimento para a área da Psiquiatria.

A parceria envolve a prestação de cuidados de saúde, por médicos psiquiatras do CHPL, nas atividades programadas e não programadas de consulta dessa especialidade no Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém (Setúbal), e no Centro de Saúde de Odemira (Beja).

As consultas “vão ser feitas dois dias por semana, à segunda e terça-feira, por dois psiquiatras. No Hospital do Litoral Alentejano (HLA), decorrem nos dois dias, enquanto em Odemira vão ter lugar à terça-feira”, explicou o presidente do conselho de administração da ULSLA, Jorge Sanches.

“O facto de haver uma oferta é que cria a procura”, argumentou o responsável, realçando que, à medida que as consultas forem decorrendo, em caso de necessidade, a sua periodicidade poderá ser aumentada.

Os psiquiatras já começaram hoje a dar consultas no HLA e esta especialidade vai iniciar-se, esta terça-feira, no Centro de Saúde de Odemira, acrescentou.

“Em Odemira, concelho que tem a maior taxa de suicídio do país, nunca houve consulta de psiquiatria. E esta situação é tão importante para nós porque, até agora, todos os concursos lançados na ULSLA tinham ficado desertos”, disse Jorge Sanches.

Trata-se, pois, continuou, de “um dia de satisfação”, graças à assinatura do acordo com o CHPL, que pode até abrir portas à eventual “criação de um serviço de psiquiatria na região”.

“É uma região absolutamente carenciada deste tipo de consulta e este é o primeiro passo para um serviço de psiquiatria. Desde que começámos a construir o protocolo com o CHPL, já temos psiquiatras a manifestarem interesse de virem viver e trabalhar na região”, destacou Jorge Sanches.

Criada em 2012, a ULSLA integra, além do HLA e da Unidade de Saúde Pública do Alentejo Litoral, o Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Litoral, com cinco unidades e respetivas extensões.

A ULSLA responde às necessidades de cuidados primários, hospitalares e continuados do litoral alentejano, que abrange uma população global de cerca 100 mil habitantes, com um acréscimo de cerca de 20 mil em época estival.

Ajudam a proteger o seu coração
Existem ideias associadas aos benefícios ou malefícios de determinados alimentos.
Mitos alimentares

Nem tudo o que se ouve é verdade ou mentira. Descubra 20 mitos e verdades sobre o coração e o que faz bem e mal. Pequenas lições partilhadas pela cardiologista Fátima Veiga, do serviço de cardiologia do Hospital de Santa Maria, no 36º Congresso Português de Cardiologia, ao jornal Diário de Notícias.

1. O leite é a maior fonte de cálcio: Mito

O leite não é a maior fonte de cálcio. Os vegetais têm mais cálcio que o leite e é bem mais absorvido. Interessante é o facto de haver mais casos de osteoporose nos países onde há maior consumo de leite. Os vegetais, em relação ao leite, têm ainda a vantagem de não ter colesterol e de possuírem muito mais proteínas, ferro e fibras.

2. O leite auxilia no sono: Verdade

O leite tem propriedades promotoras do sono. É rico em triptofano (o qual é convertido no organismo em serotonina, que ajuda a adormecer). Mas o leite deve ser sempre desnatado, pois a gordura estimula a actividade digestiva, mantendo-a acordada à noite.

3. Beber sumos de frutas é melhor para a saúde: Mito

Os sumos de fruta não têm a fibra para inibir a absorção da frutose e evitar assim a elevação súbita da glicemia.

4. Os adoçantes são melhor para a saúde: Mito

Os adoçantes artificiais provocam danos lentos e silenciosos no sistema nervoso central, além de aumentarem a vontade de comer doces, elevando assim a glicemia. Podem provocar espasmos musculares, estado confusional, cefaleias, queda de cabelo e fibromialgia.

5. Os óleos têm muito colesterol: Mito

Os óleos têm origem vegetal e portanto não têm colesterol. O colesterol é sintetizado pelos seres animais e não está presente em nenhum produto de origem vegetal.

6. Alguns sintomas ajudam a perceber que o colesterol está elevado: Mito

O organismo não dá sinais de que o colesterol está elevado. Só quando já está com as artérias obstruídas é que surge o enfarte e o AVC.

7. O colesterol não é benéfico para o organismo: Mito

O colesterol é uma molécula natural do corpo humano e é essencial para a formação das membranas celulares e para a síntese hormonal.

8. O ovo tem muito colesterol: Mito

O ovo tem apenas 213 mg de colesterol/unidade, mas grande parte não é absorvido. A lecitina do ovo diminui a absorção do colesterol. Além disso, o ovo possui várias vitaminas do complexo B, A e D, zinco, fósforo, ácido fólico, todos importantes para o cérebro (formação de novos neurónios e capacidade cognitiva).

9. Margarina é mais saudável que a manteiga: Mito

A margarina sofre processo de hidrogenação tornando-a gordura saturada.

10. A natação é o exercício mais completo. Mito

Não serve para prevenir a Osteoporose, pois não exerce impacto e tracção nos músculos que protegem contra a doença.

11. Comer maçã nos intervalos das refeições é útil para combater a "fome". Mito

A maçã tem acidez que estimula a produção de ácido gástrico. E tem na sua composição o ácido málico, o qual faz com que a digestão seja mais rápida, aumentando a sensação de fome.

12. Café faz mal à saúde. Mito

O café combate a fadiga e melhora o desempenho cerebral (memória e capacidade de concentração). Tem efeito analgésico e estimula a função renal. No entanto, em pessoas com insónias e arritmias pode ser problemático. Máximo recomendado: 2 cafés/dia.

13. Óleo de coco tem muito colesterol. Mito

É o melhor de todos os óleos e como é vegetal não tem colesterol.

14. Cafeína pode elevar a glicemia. Verdade

A cafeína pode diminuir a sensibilidade à insulina, aumentando os níveis glicémicos, principalmente nos diabéticos.

15. A natação faz perder peso. Mito

Para perder peso é necessário aumentar a temperatura do corpo para queimar calorias. A água mantém o corpo frio, impedindo a queima de calorias.

16. A carne de porco é a mais rica em colesterol. Mito

O lombo de porco apresenta menos quantidade de colesterol que o frango. Vários estudos evidenciam que a carne suína possui maior conteúdo de aminoácidos essenciais e vitaminas do complexo B, semelhantes aos do ser humano.

17. A soja tem menos calorias que a carne bovina. Mito

Cada 100 g de soja fornece 300 Kcal, enquanto a carne bovina fornece 179 Kcal. A soja tem 69% do seu valor calórico composto por proteínas e 27% por hidratos de carbono, enquanto a carne bovina tem 52% de proteínas, sendo o restante gordura.

18. Pão tostado engorda menos que pão normal. Mito

100 g de tosta contêm 433 calorias enquanto o pão branco tem 286 calorias. A tosta tem menos água na sua composição, levando a maior concentração de hidratos de carbono, proteínas e gorduras.

19. Comer antes de deitar engorda. Mito

O ganho de peso não se dá com o ato de comer antes de dormir, mas sim com a quantidade de calorias ingeridas durante o dia. E ir para a cama com fome por ter ingerido poucas calorias durante o dia aumenta o tempo em que o corpo ficará em jejum e desacelera o metabolismo, evitando a perda de peso.

20. Sumo de beterraba evita a anemia. Mito

A beterraba possui muito pouco ferro, enquanto a carne vermelha possui cerca de sete vezes mais, além de ser mais facilmente aproveitado pelo organismo.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Investigadores dos EUA, Japão e China
Os investigadores norte-americano William C. Campbell, japonês Satoshi Omura e chinesa Youyou Tu foram hoje galardoados com o...

Campbell e Omura foram distinguidos pelas descobertas relacionadas com uma nova terapia para combater infeções provocadas por parasitas como lombrigas, enquanto Youyou Tu vai receber o prémio por uma inovadora terapia contra a malária.

"As doenças provocadas por parasitas têm afetado a humanidade há milénios e constituem um problema sanitário global. Em particular, as doenças parasitárias afetam as populações das regiões mais pobres do mundo e representam uma grande barreira à melhoria da saúde e do bem-estar. Este ano, os laureados pelo Novel desenvolveram terapias que revolucionaram o tratamento de algumas das mais devastadoras doenças parasitárias", lê-se no comunicado.

Sobre Campbell e Omura, o Comité Nobel realçou a descoberta de um novo medicamento, Avermectin, o que tem permitido baixar significativamente a incidência da Cegueira dos Rios e a Filariose Linfática (Lymphatic Filariasis), também conhecida por Elefantíase Tropical, causada por vermes parasitas do tipo Filarioidea.

Por outro lado, a nova droga tem mostrado "eficácia" noutro tipo de doenças parasitárias.

Já em relação a Youyou Tu, o comité destacou a descoberta da Artemisinin, um medicamento que tem reduzido significativamente a taxa de mortalidade em pacientes que contraíram malária (também conhecido como paludismo).

"As duas descobertas concederam à humanidade meios poderosos para combater este tipo de doenças debilitadoras que afetam anualmente milhões de pessoas em todo o mundo. São imensas as consequências para a melhoria da saúde humana e para a redução do sofrimento", lê-se no comunicado.

Segundo o comité, atualmente, vive-se num "mundo biologicamente complexo", povoado não só por seres humanos como também por uma grande variedade de animais e uma quantidade ainda maior de outros organismos, alguns deles perigosos e até fatais para o homem.

A maioria dos parasitas, que se estima afetar um terço da população mundial e com uma prevalência particular na África Subsaariana, sul da Ásia e nas Américas Central e do Sul.

Na pior das hipóteses, a Cegueira dos Rios (Onchocerciasis) leva a perda total da visão, devido à crónica inflamação da córnea. A Filariose Linfática, por sua vez, afeta mais de 100 milhões de pessoas e provoca inchaços crónicos e engrossamento da pele e de tecidos adjacentes.

Em relação à malária, o mosquito infetado, ao picar, leva o parasita a contaminar os glóbulos vermelhos, provocando febre e, nalguns casos, afeta o cérebro, sendo potencialmente fatal.

Mais de 3.400 milhões de pessoas que residem nas zonas mais vulneráveis são potenciais infetados com malária, que, todos os anos, mata mais de 450 mil pacientes, na sua maioria crianças.

ASAE
Inspetores da ASAE garantem que o número de menores identificados "é residual" e denunciam falta de meios para...

Em três meses, desde que a nova lei do álcool entrou em vigor, em Junho deste ano, apenas 63 menores foram identificados por consumo, o que corresponderia a uma média de cerca de vinte por mês, quase cinco por semana e menos de um por dia, naquele período de tempo, escreve o jornal Público. Ao número, que os inspetores da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) consideram residual, acrescenta-se ainda o facto de todos esses jovens terem sido detetados por atacado nos festivais de música de Verão entre Junho e Agosto deste ano.

O que aconteceu então enquanto os inspetores estavam no NOS Alive, em Algês, no Super Bock Super Rock, em Lisboa, no Meo Sudoeste, na Zambujeira do Mar, no Sol da Caparica e no festival do Crato? A ASAE, que forneceu os dados ao PÚBLICO, diz que foram apenas identificados menores em Campo Maior, Portalegre, Arronches, Monforte, Elvas e Vilamoura, o que resultou à instauração de seis processos de contra-ordenação. Não adiantou, porém, quantos menores foram identificados nessas localidades.

Os inspetores da ASAE não têm dúvidas de que os números demonstram a falta de meios daquela entidade para fiscalizar a nova lei que restringe o consumo de qualquer tipo de álcool a menores de 18 anos. “Esse número é ridículo e residual. A ASAE tem 239 inspetores que já eram poucos para a fiscalização das áreas que já tinha de fiscalizar anteriormente. Não há gente para controlar o cumprimento dessa lei. E o que fizeram foram operações montadas para a comunicação social. Porque sabiam que os jornalistas iam estar atentos, pelo menos aos festivais. Ao mesmo tempo foram descuradas as zonas de animação noturna de Lisboa e Porto e o resto do país. Não há inspetores para fiscalizar a nova lei. A ASAE não tem, aliás, inspetores suficientes para cumprir a sua missão. Está moribunda”, alerta o presidente da Associação Sindical dos Funcionários da ASAE (ASF-ASAE), António Albuquerque.

Para aquela associação sindical, a ASAE teria de ter “pelo menos o dobro dos inspetores que tem atualmente e mesmo assim estaria no limite mínimo”, salienta ainda António Albuquerque.

Entre o início do ano e a entrada em vigor da nova lei, em Junho, a ASAE identificou 33 menores. Estes dados não permitem, porém, um contexto que possibilite um balanço quanto aos efeitos da legislação recente relativamente aos menores identificados desde 2013, quando a lei anterior já proibia o consumo de bebidas espirituosas deixando apenas a exceção para a cerveja e o vinho. Se por um lado, o aumento no período posterior ocorre nos festivais de Verão, relativamente a operações de fiscalização direcionadas pela ASAE, por outro a entidade não forneceu ao jornal Público o número de menores identificados em anos anteriores, apesar das várias solicitações que recebeu nesse sentido durante mais de um mês. “Não é possível responder relativamente ao número de menores identificados em 2013 e 2014”, justificou, por fim, a ASAE.

A resposta, porém, surpreende os próprios inspetores da ASAE. “Na ASAE atualmente está tudo informatizado a nível central. Todas as fiscalizações e resultados operacionais são de imediato inseridos no sistema. Isso parece-me estranho”, refere António Albuquerque que acusa a ASAE de estar a “ocultar dados” para não revelar “resultados que seriam residuais e demonstrariam a atual ineficácia” da entidade.

O inspetor-geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar, não esteve disponível para prestar esclarecimentos, apesar de ter sido questionado por email, através do gabinete de comunicação da instituição, e contactado entretanto por telefone. “Esse silêncio parece-me ser esclarecedor. Não querem admitir a falta de meios”, critica António Albuquerque.

Quanto a anos anteriores, a ASAE deu conta de que em 2013 se registaram 326 infrações que corresponderam 980 processos enquanto no ano passado foram 369 as infrações e 1017 os processos instaurados “destacando-se como principais infrações a falta de afixação de aviso de forma visível com a menção da referida proibição e a falta de cumprimento dos requisitos relativos aos aviso no que se refere especificamente à infração de facultar, vender ou colocar à disposição, em locais públicos bebidas alcoólicas a menores”. Já em 2015, a ASAE registou 161 infrações e instaurou 593 processos neste contexto.

O presidente do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), João Goulão, destaca a importância da nova lei do álcool. “A lei anterior [de 2013] criava uma diferença entre o álcool bom e o álcool mau. Esta é mais benéfica porque restringe o consumo de todo o tipo de álcool aos menores. É uma questão de saúde pública por que o organismo dos menores está ainda desenvolver-se. Está provado cientificamente que quanto mais tarde se consumir álcool menos provável é a possibilidade de ser criada uma dependência”, esclarece o responsável.

Foi precisamente face à constatação de que a lei anterior não estava a ter o efeito pretendido que o Governo decidiu alterar a legislação.

“Constata-se, no que diz respeito ao consumo e venda de bebidas alcoólicas a menores em locais públicos, que continuam a existir elevados níveis de comportamentos de risco e de excesso de consumo, com consequências nefastas para a população mais jovem. Com efeito, verifica -se que não ocorreram alterações relevantes no padrão de consumo de bebidas alcoólicas, por parte dos jovens, no ano subsequente à entrada em vigor das mencionadas alterações legislativas, seja a nível do tipo de bebidas ingeridas, seja a nível de consumos nocivos. No consumo recente, destacam-se as bebidas espirituosas e a cerveja, com a tendência de manter a frequência dos consumos, incluindo de bebidas espirituosas entre os menores de 18 anos, sendo que foram os jovens de 16 anos, em particular, os que mais mencionaram um aumento da facilidade de acesso a bebidas alcoólicas, com qualquer graduação de álcool”, alerta o preâmbulo da nova lei remetendo para um estudo levado do SICAD.

A nova lei prevê coimas entre os 500 e os 30 mil euros para quem venda bebidas alcoólicas a menores. Mas no caso destes, a aposta passa pela sensibilização. “É uma questão simbólica e a aposta é na sensibilização e no envolvimento e responsabilização dos pais que agora já podem dizer aos filhos que não podem beber porque é proibido por lei”, diz João Goulão. Quando um menor é identificado os pais, ou o representante legal, são notificados pelas autoridades. A PSP e GNR também fiscalizam estas situações, mas a ASAE é a entidade responsável por instruir todos os processos. Em último caso, as autoridades podem também notificar os núcleos de apoio a crianças e jovens em risco nos centros de saúde ou hospitais, nos casos de reincidência ou quando seja impossível contactar os pais. A lei prevê também que em última linha possam atuar as comissões de proteção de crianças e jovens e o Ministério Público.

Europa quer
Ideia foi defendida pelo comissário europeu da Saúde. Objetivo é poupar dinheiro nas doenças que se podem evitar para ter...

“Porque é que somos tão ineficientes a utilizar instrumentos de prevenção que sabemos que funcionam?” A pergunta, em jeito de desafio, foi lançada em Bruxelas pelo comissário europeu da Saúde e Segurança Alimentar. Vytenis Andriukaitis reconheceu que o ritmo acelerado a que estão a chegar medicamentos inovadores ao mercado vai continuar a aumentar e a “colocar pressão financeira” nos sistemas de saúde dos 28 Estados-membros. Por isso, o responsável considerou que chegou a altura de a Europa combater o peso da inovação evitando, sempre que possível, que as pessoas adoeçam. “Temos de mudar o máximo possível o nosso paradigma dos cuidados de saúde para a prevenção”, insistiu.

O comissário defendeu a sua posição num encontro com um grupo de jornalistas, que decorreu na sequência de um seminário em Bruxelas, dedicado aos 50 anos de regulação e legislação na área do medicamento. O tema da prevenção, dos medicamentos inovadores e o problema relacionado com a eficácia e o preço dos mesmos foram transversais nos encontros. Já antes, durante a conferência, Andriukaitis tinha sublinhado que inclui na chamada “inovação médica” o foco na prevenção. “Precisamos de uma mudança da ideia de sistema de saúde ou de tratamento da doença para a prevenção e bem-estar”, reiterou, acrescentando ainda que toda a inovação deve também passar a ser mais escrutinada e que os países devem partilhar mais informação para que cada vez mais se pague em função dos reais resultados que os tratamentos trazem para os doentes.

“Os medicamentos, os tratamentos inovadores e as vacinas custam dinheiro. Por vezes, são tão caros que nem os países mais ricos conseguem suportá-los. O acesso aos medicamentos cria uma grande tensão na sociedade, em especial porque o financiamento dos nossos sistemas de saúde tem uma base solidária”, afirmou o comissário. Depois, considerou que, no futuro, o “equilíbrio entre solidariedade e lucro” deve passar por reduzir os fatores de risco a que os cidadãos estão expostos e que são a causa de muitas das doenças que hoje mais peso têm.

Vytenis Andriukaitis admitiu que os orçamentos que os países dedicam à área da prevenção são demasiado curtos. Em geral os valores não vão além de 3% do total da despesa em saúde – como é o caso de Portugal. “A União Europeia gasta pouco em prevenção em saúde, como é o caso os acidentes e de várias doenças crónicas, como a diabetes ou o cancro. E isso tem consequências económicas”, reforçou. “É preciso combater os fatores de risco e reduzir o peso das doenças crónicas nos sistemas de saúde. Temos de mudar o nosso paradigma da medicalização para a prevenção. Temos de encorajar as pessoas a serem mais saudáveis. Não são palavras simples, estamos preocupados com a nossa sociedade e o nosso futuro e a gestão dos riscos deve ser o caminho”, acrescentou o também médico.

Os alertas feitos pelo comissário lituano vão ao encontro das preocupações descritas no relatório A Saúde dos Portugueses – Perspetiva 2015, publicado recentemente pela Direção-Geral da Saúde. Na globalidade os portugueses estão a perder anualmente cerca de 141 mil anos de vida saudável apenas por não terem hábitos alimentares corretos no que diz respeito ao consumo de produtos como a fruta ou os legumes. Três peças de fruta por dia poderiam ser o suficiente para inverter este retrato negro.

As estimativas apontam para que os hábitos alimentares inadequados sejam o fator de risco com mais peso nos anos de vida saudável que se perdem, com um valor que ascende a 19,2% em Portugal. A percentagem ultrapassa o peso atingido pela hipertensão arterial ou até mesmo consumo de tabaco e de álcool, dizia o mesmo documento da Direção-Geral da Saúde. No total, as contas apontam para que as doenças crónicas não transmissíveis representem já 85% de todas as doenças em Portugal, sendo que a dieta pobre em fruta surge à cabeça como comportamento alimentar com mais influência nesta perda de saúde, seguida pela dieta rica em sal e pela dieta pobre em vegetais. As doenças do aparelho circulatório são a principal consequência destes maus hábitos, seguidas pelo cancro.

O exemplo da hepatite C
Para Vytenis Andriukaitis, ao evitarem-se algumas doenças, os países ficariam assim com mais verbas disponíveis para poder pagar os novos medicamentos que chegam ao mercado. No entanto, alertou que é preciso distinguir a verdadeira inovação das meras novidades e encoraja os Estados-membros a partilharem mais informação sobre os resultados dos tratamentos que são feitos aos doentes em cada país. “Devemos apoiar a cooperação entre Estados, mas a situação económica é diferente entre os vários países. O ideal é que Estados semelhantes cooperem e partilhem informação”, disse, recomendando que se evoluam para modelos de pagamento que tenham em consideração os resultados dos medicamentos.

Quando surgiu a polémica em relação ao preço dos novos tratamentos para a hepatite C, aprovados a partir de 2014, Portugal propôs uma compra conjunta a nível europeu para resolver o impasse criado. A solução foi levada a Bruxelas pelo ministro da Saúde e pela Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), mas não avançou. O Governo português acabou por fazer um acordo único, em que precisamente prevê pagar apenas pelos doentes que fiquem de facto curados.

Questionado pelo jornal Público sobre se não haveria vantagem em a União Europeia avançar para a compra conjunta, o comissário contrapôs que “a questão dos preços é muito complexa”. “Sou a favor de encorajar os Estados-membros, mas não é uma decisão da Comissão Europeia. Claro que do ponto de vista económico era mais eficiente e o ideal era estabelecer acordos de longo prazo entre e indústria farmacêutica e os Estados-membros”, admitiu. Andriukaitis lembrou que a compra conjunta já acontece para as vacinas através do chamado Joint Procurement Agreement, mas explicou que não é possível estender de forma simples esse acordo a outras áreas.

No entanto, o responsável adiantou que a Comissão Europeia está a trabalhar em várias frentes no que diz respeito a inovadores. Uma das ideias passa por “introduzir mais transparência” em todo o sistema, para que os países tenham mais informação sobre os reais resultados do que é aprovado. Por outro lado, sem abdicar da exaustiva avaliação dos novos medicamentos, o comissário explicou que querem “flexibilizar o sistema para que os medicamentos cheguem mais rápido a alguns grupos” para os quais não há alternativas no mercado ou em que o tempo é crucial. Com esta medida esperam satisfazer os doentes, mas também incentivar a indústria farmacêutica a investigar em mais áreas – nomeadamente em novos antibióticos, visto que há cada vez mais resistência aos que existem no mercado.

Combate à contrafação
Novas regras devem ser aprovadas em 2016 e preveem que as embalagens tenham um "código QR", uma espécie de código de...

A compra produtos online é uma rotina cada vez mais comum para os europeus, mas que levanta alguns problemas de segurança, sobretudo quando estão em causa medicamentos, escreve o jornal Público. Os fármacos vendidos através de circuitos paralelos ou da Internet, em termos de imagem, são em quase tudo semelhantes aos originais – mas a substância com que são feitos pode pôr em risco a segurança e a vida dos doentes. Bruxelas quer, por isso, apertar o cerco à contrafação de medicamentos e no princípio de 2016 vai publicar mais legislação sobre este tema. Desta vez, a principal mudança está no facto de as embalagens de fármacos passarem a contar com um código de barras inovador, conhecido como “código QR”.

“Todas as embalagens de medicamentos terão de ter um código QR que será único a identificar esse mesmo pacote. A ideia é tornar cada vez mais difícil e mais caro falsificar fármacos, que é uma realidade que está a aumentar e que nos preocupa”, explicou Stefano Soro, responsável pela unidade que coordena as questões de qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos na Direção-Geral da Saúde e Segurança dos Alimentos da Comissão Europeia. O custo de implementar este código nas embalagens não deverá ir além de dois ou três cêntimos, assegurou.

Segundo avançou o especialista aos jornalistas, à margem de um seminário sobre os 50 anos de regulação europeia na área do medicamento que decorreu em Bruxelas, a ideia é que o código atribuído a cada embalagem produzida seja integrado num complexo repositório online. Quando o medicamento prescrito ao doente é vendido o código desaparece da lista. Se for roubado, de imediato é dado um alerta. E “se alguém tentar reintroduzir o produto do mercado isso será mais facilmente detetado”. As novas regras, que depois terão de ser adaptadas por cada país, deverão estar prontas já no início de 2016, uma vez que a Comissão Europeia já enviou o diploma para o Parlamento Europeu e para o Conselho Europeu, que têm uma palavra final nesta matéria.

A última operação de âmbito internacional relacionada com falsificação de medicamentos, coordenada pela Interpol, decorreu entre 9 e 16 de Junho. Ao todo, nos 115 países envolvidos pela operação Pangea VIII foram detidas 156 pessoas e apreendidas mais de 20,7 milhões de unidades de medicamentos falsificados, que se estima que tivessem um valor de 72 milhões de euros – valores que praticamente triplicaram em dois anos. Foram também encerrados 2414 sites ilegais que se dedicavam a esta área.

Só em Portugal, segundo avançou na altura a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), a ação permitiu travar a entrada no país de mais de 18 mil unidades de medicamentos ilegais, num total de mais de 40 mil euros. Desde 2012 que o Infarmed já emitiu mais de 70 avisos relacionados com medicamentos falsificados ou roubados, ainda que esta última situação seja uma minoria.

Segundo Stefano Soro, alguns protetores gástricos, fármacos para a ansiedade e perda de peso, mas também tratamentos para o cancro, continuam a ser os “campeões” na contrafação, sublinhando que além de ineficazes “podem mesmo ser mortais”. A ideia do código inovador surge depois de outras mudanças que a Comissão Europeia já implementou. Por exemplo, desde 2013 que alguns países que exportam substâncias ativas para os Estados-membros que têm de fazer acompanhar os produtos de um certificado de qualidade. São também mais comuns as ações por parte de inspetores europeus a esses mercados.

Além disso, desde 1 de Julho que todas as farmácias ou revendedores online que operam legalmente na União Europeia passaram a ter de utilizar um logotipo comum que atesta a autenticidade e a segurança dos produtos que vendem através da Internet. “O símbolo é igual em todos os países, só sendo alterada a bandeira consoante o local onde o site opera”, adiantou o responsável da Comissão Europeia. Questionado sobre eventuais falsificações do próprio logotipo, Stefano Soro reforçou que o símbolo não é apenas uma imagem. “É um logotipo interativo”, reforçou, acrescentando que quando o utilizador clica na imagem é remetido para os sites das autoridades nacionais com a lista de todas as farmácias e retalhistas legais no país em causa. Todas estas medidas reforçam a Diretiva dos Medicamentos Falsificados, adotada pela União Europeia em 2011, e que foi transporta para a legislação nacional um ano depois.

Estudo
As crianças que passam muito tempo sentadas podem ter de encarar consequências parecidas com as dos adultos, de acordo com um...

A pesquisa revelou que depois de apenas um período de inatividade prolongada, escreve o Diário Digital, as crianças desenvolveram mudanças na corrente sanguínea e nas artérias que, em adultos, significaria o início de sérios problemas cardiovasculares.

Há muitas evidências de que ficar sentado por muito tempo prejudica a saúde dos adultos. Vários estudos epidemiológicos descobriram associações entre horas de inatividade e aumento de riscos para diabetes, obesidade, doenças cardíacas e do fígado, síndrome metabólica e outros problemas, incluindo morte prematura. O mais preocupante é que esses riscos permanecem elevados mesmo quando a pessoa faz exercício, mas depois se senta na sua cadeira pelo resto do dia.

Esses estudos, no entanto, envolveram adultos. Poucas experiências examinaram diretamente os efeitos do sedentarismo em corpos jovens e saudáveis, e assim não estava claro se as crianças seriam afetadas como os seus pais quando passam longos períodos sentadas.

Por isso, para o novo estudo, publicado no “Experimental Physiology”, Ali Mc Manus, professora associada de fisiologia do exercício pediátrico da Universidade de Columbia, em Kelowna, e os seus colegas decidiram pedir para as crianças ficarem sentadas e quietas.

Em geral, os jovens de hoje fazem muito isso. Uma recente pesquisa epidemiológica de larga escala relatou que crianças por todo o mundo ficam sentadas cerca de oito horas e meia todos os dias. Outro estudo recente descobriu que os níveis de atividade entre elas diminuem muito depois dos oito anos e continuam a cair por toda a adolescência, quando os jovens trocam o movimento por mais tempo sentados.

Esse declínio na atividade, segundo o estudo, é mais pronunciado entre as meninas.

Por essas e outras razões, neste novo estudo, os cientistas focaram-se em meninas entre nove e 12 anos de idade. Eles recrutaram nove meninas, entre elas, duas com excesso de peso. As outras tinham peso normal.

Como os pesquisadores estavam interessados no que acontece no curto prazo quando alguém se senta por muitas horas, escolheram avaliar a função vascular. Estudos anteriores em adultos haviam mostrado que, quando permanecemos muito tempo sentados, as artérias nas nossas pernas param de se expandir como deveriam para permitir que o sangue corra de forma saudável. Em vez disso, elas contraem-se, impedindo o sangue de fluir, aumentando a pressão sanguínea e, com o tempo, contribuindo para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Sociedade Europeia de Oncologia Médica
O Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil de Lisboa (IPO de Lisboa) recebeu uma certificação em cuidados paliativos...

O IPO de Lisboa foi assim reconhecido como Centro Integrado de Oncologia e Cuidados Paliativos, uma distinção que atesta a qualidade dos serviços do hospital, escreve o Sapo.

Este é o primeiro hospital do Serviço Nacional de Saúde (SNS) a obter aquele certificado de qualidade, que foi anunciado numa sessão especial sobre centros integrados de oncologia e cuidados paliativos, no âmbito do Congresso Europeu do Cancro 2015, que terminou esta terça-feira, dia 29.

A distinção é uma garantia de que os serviços prestados estão de acordo com os protocolos da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO, na sigla em inglês), sublinhou a unidade numa nota de imprensa.

"Em oncologia, os cuidados paliativos devem ser prestados de forma integrada com os tratamentos dirigidos ao cancro e devem estar disponíveis ao longo de toda a trajetória da doença, não apenas no fim da vida, sendo extensíveis à família", sublinhou o oncologista João Freire, que liderou a candidatura do IPO de Lisboa àquela certificação.

Estudo
Um investigação recente sugere que quanto mais alta é uma pessoa, maior é o risco de desenvolver cancro de pele e mama, entre...

O estudo, do instituto médico sueco Karolinska, em Estocolmo, indica que para cada 10 centímetros de altura num adulto, o risco de cancro cresce 18% nas mulheres e 11% nos homens, escreve o Sapo.

Outras investigações tinham já apontado para a possibilidade de existir essa relação entre altura e risco de tumor maligno, embora as causas não estivessem ainda claras, escreve a BBC.

A cientista Emelie Benyi, que conduziu o estudo, comenta que os resultados podem ajudar a identificar fatores de risco e a desenvolver novos tratamentos. Segundo ela, são necessários mais estudos para entender a relação entre altura e cancro, embora haja várias explicações possíveis.

A primeira delas é que pessoas mais altas têm mais células - e mutações nas células estão na raiz da formação de tumores. Por outro lado, essas pessoas têm maior probabilidade de terem sido expostas a doses mais altas de hormonas do crescimento durante a adolescência, uma espécie de gatilho para o cancro. Outra explicação reside no facto de que os indivíduos mais altos geralmente comem mais e estudos anteriores provaram que um maior consumo de calorias está relacionada com uma maior propensão para o cancro.

O estudo foi apresentado na Conferência Europeia da Sociedade de Endocrinologia Pediátrica, em Barcelona. Os investigadores analisaram dados médicos de 5,5 milhões de mulheres e homens suecos.

De acordo com a análise dos resultados, as mulheres mais altas tinham 20% mais hipóteses de desenvolver cancro da mama. Os homens e também as mulheres mais altas tinham ainda 30% mais probabilidade de terem cancro de pele.

Banco Mundial
A pobreza extrema terá este ano uma diminuição, para menos de 10% da população mundial, o que acontece pela primeira vez,...

O documento, todavia, expressa “grande preocupação" pelos milhões de pessoas que vivem em África, noticia a AFP.

"Esta é a melhor notícia no mundo de hoje - estas projeções mostram que somos a primeira geração na história humana que pode acabar com a pobreza extrema", disse Jim Yong Kim, presidente do Banco Mundial, que realiza a sua reunião anual de 9 a 11 de outubro, em Lima, juntamente com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

De acordo com projeções do Banco Mundial, cerca de 702 milhões de pessoas, ou seja 9,6% da população mundial, vai viver abaixo da linha da pobreza este ano, principalmente na África Subsaariana e na Ásia.

Em 2012, essa cifra era de 902 milhões, ou seja cerca de 13% da população mundial, em 1999 situava-se em 29%.

De acordo com Yong Kim, regista-se um contínuo declínio na pobreza extrema, resultado de um crescimento dinâmico económico nos países em vias de desenvolvimento e os investimentos na saúde e na educação, bem como em redes de segurança social que impediu que milhões de pessoas tivessem continuado na pobreza extrema.

"Esta nova previsão da pobreza cair na casa de um dígito deve-nos dar um novo impulso e ajudar a concentrar-nos ainda mais concentradamente sobre as estratégias mais eficazes para acabar com a pobreza extrema", disse.

Anteriormente, as pessoas que vivem com 1,25 dólares norte-americanos, ou menos, por dia foram definidas como vivendo em extrema pobreza. Essa cifra é atualmente de 1,90 dólares, para refletir a inflação.

O relatório do Banco Mundial surge depois de os líderes mundiais, no mês passado, se terem comprometido a acabar com a pobreza extrema no prazo de 15 anos, adotando um conjunto ambicioso de metas das Nações Unidas com um investimento na ordem dos triliões.

Estudo
Um estudo da Universidade do Porto revela que 85% dos adolescentes avaliados consomem sal em excesso, havendo mesmo quem ingira...

O estudo, intitulado "Salt intake by children and adolescents - Contribute for salt reduction strategy" e que foi publicado recentemente na revista BMC Nutrition, foi realizado durante dois anos letivos – 2012/2013 e 2013/2014 – a 200 adolescentes entre os 13 e os 17 anos que frequentam escolas públicas no distrito de Braga, revela que a média de consumo de sal dos jovens é de 8,5 gramas por dia”.

“O consumo é excessivo, considerando a recomendação de ingestão da OMS de cinco gramas por dia”, alerta Carla Gonçalves, investigadora principal do estudo, adiantando que o máximo de sal encontrado foi de 22 gramas numa rapariga de 14 anos.

Um valor de ingestão de sal “claramente acima da recomendação e excessivo”, observa a nutricionista e especialista em Ciências do Consumo, referindo que as principais fontes alimentares desse dia da menina de 14 anos foram produtos “altamente processados, como pizza, chourição, queijo, pão e pastelaria”.

Segundo Carla Gonçalves a “principal preocupação” sobre este alto valor de sal na adolescente de 14 anos e na generalidade dos adolescentes avaliados é que não têm consciência que ingerirem sal acima do recomendado pela OMS, chegando por vezes a duplicar ou triplicar os valores aceites mundialmente.

“Ela [a menina de 14 anos que ingeriu 22 gramas de sal/dia] não irá fazer um esforço para reduzir, porque não tem consciência de que ingere muito sal e também é preocupante, porque em parte, ela não tem poder para reduzir aquele alto consumo, porque é realizado através de produtos altamente processados pela indústria alimentar e através de produtos fornecidos pela restauração”.

A amostra para o estudo realizado com a colaboração da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Direção-Geral da Saúde, contou com a urina de 24 horas de 200 indivíduos - 118 raparigas e 82 rapazes -, um número recomendado pela OMS e que é considerada uma “amostra razoável” para se tirarem conclusões sobre o excesso de consumo de sal nos adolescentes portugueses, explicou a investigadora principal do estudo que faz parte da sua tese de doutoramento apresentada até ao final deste ano.

Para além de informar que mais de quatro em cada cinco adolescentes avaliados consome sal a mais, o estudo realizado por uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências da Nutrição Alimentação da Universidade do Porto da Faculdade de Ciências da Nutrição Alimentação Universidade do Porto também conclui que “os rapazes ingerem mais do que as raparigas”, diz Carla Gonçalves.

A investigadora conta que fontes alimentares do sal ingerido pelos adolescentes estudados são o grupo dos cereais, em especial do pão, e o grupo da carne, como as salsichas, hambúrgueres, são os principais contribuidores.

“Este estudo é importante, porque as doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade em Portugal, a par do cancro, e a ingestão excessiva de sal é a causa dos dois, pois está relacionada com o desenvolvimento de hipertensão arterial e com alguns tipos de cancro, como o do estômago”, explica.

Em declarações, Pedro Moreira, professor e diretor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto disse que estes dados são “preocupantes”, visto que os mais recentes resultados mostram também que um “panorama de consumo excessivo em crianças”.

Um estudo conhecido em maio passado sobre hábitos alimentares das crianças portuguesas, e que a Lusa noticiou na altura, indicava que 93% das crianças ingere sal a mais do que é recomendado pela OMS e que 54% ingere sal acima do máximo tolerável, tendo apenas 8% das crianças ingerido as quantidades de potássio (legumes e fruta) necessárias.

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