Kastelo é a única Unidade de Cuidados Continuados e Paliativos Pediátricos de Portugal
Rui Pedroto, presidente da Fundação Manuel António da Mota, esteve no Kastelo – Unidade de Cuidados Continuados e Paliativos...

Teresa Fraga, enfermeira e diretora do Kastelo, nomeada em abril para o prémio de enfermagem Aster Guardians Global Nursing Award 2023, refere que “o Kastelo é constituído por uma equipa multidisciplinar, e tem dezenas de crianças especiais, residentes e em ambulatório, dos 0 aos 18 anos, em cuidados continuados e paliativos. Prestamos-lhes todos os cuidados de saúde necessários e oferecemos-lhes total suporte físico e emocional, para que os seus dias de vida sejam prolongados de uma forma feliz e sem dor”. A enfermeira acrescenta que “o Kastelo não tem qualquer ajuda do Estado, pelo que este tipo de apoio, particular ou corporativo – como o concedido pela Fundação Manuel António da Mota –, é fundamental para conseguirmos assegurar o bem-estar destas crianças”.

Neste mesmo quarto viveu o André, um bebé com uma doença neurológica grave e com uma esperança de vida entre 4 e 10 meses. O pequeno André totalizou 3 anos de felicidade e qualidade de vida no Kastelo, tendo falecido em junho de 2023. A sua história é contada no livro “Um Anjo chamado André”, à venda na FNAC.

 

42.° Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia da SPOT
O 42.° Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) vai realizar...

“Teremos muitas novidades, com maior participação e envolvimento das estruturas da Sociedade (sociedades afiliadas, secções, grupos de estudo e comissões), novos formatos, novos temas, novos modelos de debate e de intervenção na sociedade civil", afirmou João Gamelas, presidente da SPOT.

O congresso abrangerá uma ampla gama de atividades, incluindo sessões, simpósios, mesas redondas, workshops e invicted lectures. As sessões abordarão temas variados, como patologia tumoral, patologias específicas das diferentes regiões anatómicas da criança e Traumatologia. Além disso, haverá oportunidade para comunicações livres e apresentação de e-posters, juntamente com momentos de networking e partilha. A cerimónia de entrega de prémios e bolsas, onde serão reconhecidos os autores cujos trabalhos se destacam pela qualidade científica e pelas contribuições notáveis à comunidade médica, também será um ponto alto do congresso.

Além de sociedades e associações nacionais, várias sociedades de renome internacional estarão no congresso, algumas a representar países da América Latina, Espanha e França, e a contribuir para elevar o nível científico do evento. Destaca-se, ainda, a participação da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), como sociedade convidada, da Sociedade Espanhola de Ortopedia e Traumatologia (SECOT), da Federação da Sociedade Ortopédica de Língua Portuguesa (FOLP), da European Federation of National Associations of Ortho and Trauma (EFORT), da European Society for Sports Trauma, Knee Surgery and Arthoscopy (ESSKA) e da International Society of Arthoscopy, Knee Surgery and Orthopaedic Sports Medicine (ISAKOS).

O evento contará com especialistas internacionais de referência, convidados para palestras, como Yaiza Lopis, Thomas Patt, Joan Carles Monllau, Kyle Borque, Kyu Sung Chung, Pierre Lascombes, Alexander Van Tonge, Yves Herontin, António Maestro, Manuel Leyes, Alberto Gobbi, Sérgio Franco e João Matheus Guimarães.

Durante os três dias de Congresso e nas oito salas disponíveis, irão ocorrer sessões com os mais variados focos, desde temas técnicos e científicos das diferentes áreas da Ortopedia e Traumatologia, até fóruns de discussão organizacional, de políticas e gestão de saúde e de outros temas relevantes para os ortopedistas, como tópicos relacionados com a gestão de risco clínico, os aspetos médico-legais e a litigância judicial.

Alguns exemplos são as mesas sobre “O futuro dos médicos nos grandes grupos de saúde”, “Quo Vadis SNS”, “Modelos Organizacionais e Sustentabilidade do Sistema” e “O Papel das Autarquias no SNS”.

Para o debate destas questões estarão presentes ilustres convidados, entre os quais: Adalberto Campos Fernandes, ex-ministro da Saúde e Professor na Escola Nacional de Saúde Pública; Camilo Lourenço, economista, jornalista económico, editor, comentarista, colunista e autor; Carlos Cortes, bastonário da Ordem dos Médicos; Eurico Castro Alves, presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos, ex-secretário de Estado da Saúde, ex-presidente do Infarmed e Professor; Francisco Goiana da Silva, vogal da Direção Executiva do SNS e Professor; João Gonçalves, diretor executivo da APORMED; José Fragata, Professor jubilado na NOVA Medical School, cirurgião cardíaco e autor; José Manuel Silva, presidente da Câmara Municipal Coimbra e ex-bastonário da Ordem dos Médicos; Luís Pisco, ex-presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, ex-diretor do Instituto da Qualidade em Saúde e ex-coordenador nacional da Missão para os Cuidados de Saúde Primários; Maria de Belém, ex-ministra da Saúde, deputada, política e autora; Nuno Jacinto, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar; José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro; Isabel Vaz, CEO Luz Saúde; Rui Diniz, CEO CUF; e Vasco Pereira, CEO Lusíadas Saúde.

O programa detalhado pode ser consultado em https://congresso.spot.pt/

"Por tudo isto (e muito mais) não pode perder o 42.º Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia 2023! Contamos consigo, com a sua presença e participação ativa", declarou o presidente.

Para inscrições consulte: https://congresso.spot.pt/inscricoes/how-to-register.

Novo podcast arranca hoje com um novo episódio a cada 2 semanas
A APN - Associação Portuguesa de Neuromusculares, em parceria com o Instituto Nacional para a Reabilitação e a Biogen, empresa...

O episódio inaugural do Neuropodcast versa sobre “Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e Estratégia Nacional para a Inclusão das Pessoas com Deficiência”, e conta com a presença da Sra. Secretária de Estado para a Inclusão, Dra. Ana Sofia Antunes, e de Joaquim Brites, Presidente da Associação Portuguesa de Neuromusculares. Nele, será abordada algumas das medidas visadas na estratégia e a sua importância na igualdade e não discriminação dos cidadãos com deficiência.

Os episódios subsequentes serão dedicados a temas que vão da “Reabilitação e Medicina Física” à “Empregabilidade”, passando pelos “Direitos Sociais” e “Acessibilidades”, entre outros, sempre sem perder de vista o objetivo de trazer valor à vida de quem mais precisa de apoio no universo das doenças neuromusculares: a pessoa que vive com doença neuromuscular, cuidadores e profissionais de saúde. Entre os muitos convidados, poderemos encontrar Drª Sofia Carvalho, vogal do Concelho Diretivo do Instituto de Segurança Social, Rodrigo Ramos, Presidente do Instituto Nacional para a Reabilitação ou a Dra. Cristina Garrido, médica neuropediatra do Centro Materno-Infantil do Norte.

 “O ‘NeuroPodcast’ surge na aposta da Biogen no apoio contínuo à literacia em saúde para os cidadãos. Neste podcast, além de acrescentar valor à rotina de quem vive com uma doença neuromuscular, quisemos ir ainda mais além, não apenas falando de temas caros a quem convive com uma doença deste tipo, mas também abordando práticas que podem ajudar a sociedade civil a ser mais inclusiva e a prestar um auxílio mais atento e cuidado a quem sofre com estas patologias. Para a Biogen, é fundamental dar de volta à sociedade e contribuir para a qualidade de destas pessoas”, afirma Anabela Fernandes, Diretora Geral da Biogen Portugal.

Joaquim Brites, Presidente da Associação Portuguesa das Neuromusculares acrescenta que “defender os direitos das pessoas com deficiência, assim como tudo o que decorre das dificuldades em conviverem com todas as limitações que lhes são impostas, transformou-se, nos últimos anos, em imensos projetos extraordinariamente desafiantes para todas as ONGPD. Na APN, sabemos bem quais são os caminhos a percorrer. Por isso, quisemos aliar as novas tecnologias às formas mais fáceis de chegar a todos os intervenientes neste difícil, mas muito desafiante, processo de “comunicar”. Através destas novas ferramentas, esperamos abrir mais portas, a mais pessoas, a mais direitos, a mais acesso, a mais emprego, a mais e melhor investigação e ao direito inalienável à saúde e à qualidade de vida. Comunicando e informando.”

Todos os episódios do ‘NeuroPodcast’ encontram-se disponíveis nas plataformas SpotifySoundCloud e Apple Podcast e nos canais de comunicação da APN – Associação Portuguesa de Neuromusculares e da Biogen.

As doenças neuromusculares são doenças genéticas, hereditárias e progressivas que afetam todos os músculos do corpo humano, podendo afetar desde a locomoção até funções respiratórias e cardíacas. Ainda não há cura conhecida para as doenças neuromusculares. Atualmente, estima-se que sejam mais de cinco mil pessoas em Portugal a sofrer com esta patologia.

4 de novembro
É no próximo dia 24 de novembro que a CUF Academic Center e a Unidade do Ombro e Cotovelo do Hospital CUF Descobertas vão...

Organizado por uma das unidades mais experientes no tratamento das lesões do cotovelo, em Portugal, o Elbow Course for Residents and Young Surgeons dedica-se à revisão e discussão sobre patologia do cotovelo, um tema que tem sido alvo de crescente interesse, entre cirurgiões e especialistas em Ortopedia.

As lesões do cotovelo são cada vez mais conhecidas, identificadas e tratadas, mas esta é uma área em que não existe oferta de formação, no país. Este curso pioneiro pretende dotar os profissionais mais jovens de ferramentas e conhecimentos para o tratamento destas patologias, nomeadamente, no que toca ao diagnóstico, técnicas cirúrgicas e materiais disponíveis.

A ação de formação destina-se a médicos especialistas e internos de Ortopedia e de Medicina Física e Reabilitação, e o programa da iniciativa aborda temas como a traumatologia, a rigidez não traumática e pós-traumática do cotovelo, a instabilidade não aguda, síndromes compressivos no cotovelo e, ainda, as tendinopatias.

O curso decorre das 08:45 às 18:30, no Salão de Eventos da Ordem dos Médicos, em Lisboa. O programa pode ser consultado aqui.

 

Serviço de Ortopedia do CHUSJ ultrapassa os 80% de doentes com fratura do fémur proximal operados nas primeiras 48h
O serviço de Ortopedia e Traumatologia do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) é o único no seu grupo hospitalar...

Ligadas ao envelhecimento e à osteoporose, as fraturas do fémur proximal no idoso resultam de acidentes, por vezes domésticos. Os relatórios anuais revelam uma admissão crescente nos SU, associada ao aumento da esperança média de vida da população portuguesa. Entre 2020 e 2022, foram admitidos cerca de 400 utentes/ano com fratura do fémur no Serviço de Urgência do CHUSJ. Estima-se que, este ano, o número possa subir para 440 e que ocorram em Portugal cerca de 7000 fraturas/ano.

Com base nestas premissas, o Serviço de Ortopedia-Traumatologia do CHUSJ implementou em 2020 um plano de atuação multidisciplinar, tendo como objetivo operar o maior número possível de doentes em menos de 48h. “Este projeto permitiu reduzir em cerca de 20% o tempo de internamento e terá certamente efeito na diminuição da mortalidade neste grupo de doentes”, avança António Sousa, diretor do serviço de ortopedia do CHUSJ. Este desempenho assistencial já valeu a distinção “Boa Prática”, colocando o serviço de ortopedia do CHUSJ entre os 12 finalistas ao Prémio Boas Práticas em Saúde 2023.

“As fraturas do fémur proximal no idoso são um problema de saúde pública pelo seu impacto socioeconómico. O consumo de cuidados de saúde e do sector social (institucionalização provisória ou definitiva) é elevado. Por isso, além dos ganhos em saúde, acrescenta ganhos económicos, sociais e familiares também muito relevantes”, acrescenta António Sousa.

Operar mais de 80% neste período é indicador de desempenho assistencial: o tratamento cirúrgico em menos de 48 horas melhora significativamente os resultados clínicos. Assim, é recomendação internacional que a intervenção cirúrgica à fratura do fémur proximal no idoso ocorra nas primeiras 48 horas. Nesse sentido, a ACSS criou um indicador de desempenho assistencial que prevê mais de 80% dos utentes operados nesse período após admissão nos serviços de Urgência.

 

 

Baby Health Summit
A “Ginecologista da Melhor Amiga”, a enfermeira Marília Pereira, fundadora do projeto “O Bebé Sabe”, a terapeuta familiar...

Além dos receios e dúvidas associados à gestação de uma nova vida, as grávidas deparam-se com inúmeros desafios trazidos pela sociedade atual, desde o crescente volume de informação e opiniões partilhadas nas redes sociais à violência obstétrica.

Para analisar estes temas e preparar da melhor maneira as grávidas para os desafios da atualidade, o Baby Health Summit está de regresso para a 6.ª edição, no dia 4 de novembro, entre as 10h00 e as 13h00. O evento gratuito e exclusivamente online foca-se em levar informação que visa a saúde da grávida e do bebé, antes, durante e após o parto.

O Baby Health Summit começa com a intervenção da terapeuta familiar Carolina Vale Quaresma, que vai falar sobre as mudanças familiares que podem ocorrer com a chegada de um segundo filho e como as mães podem mudar a sua forma de viver a maternidade. Este é um tema importante para quem vai voltar a ser mãe, uma vez que a segunda gestação, parto e pós-parto constituem uma nova experiência, diferente da primeira.

Desta nova fase, destaca-se o parto capaz de gerar um misto de emoções que oscila entre a felicidade de conhecer o bebé pela primeira vez e os receios do trabalho de parto. Por essa razão, o planeamento desse momento deve ser feito com antecedência. É nesta altura que algumas decisões começam a ter de ser tomadas, desde o local do parto, a passar pelo acompanhante, até à escolha de guardar as células estaminais do cordão umbilical do bebé.

Assim, a enfermeira Bárbara Sousa, especialista em saúde materna e obstétrica, e a diretora de gestão de clientes da Crioestaminal, Joana Gomes, vão explicar como tudo se processa durante o parto, no hospital, para a colheita destas células que constituem atualmente uma opção terapêutica no tratamento de mais de 90 doenças, até a uma eventual necessidade de utilização.

Outro dos tópicos que mais preocupam as grávidas em relação ao parto é a violência obstétrica que, a acontecer, pode causar traumas à mulher e afetar muito a sua saúde mental. Para que as grávidas saibam identificar estes abusos e neglicências que podem também ocorrer durante a gestação e pós-parto, a enfermeira Marília Pereira, especialista em saúde materna, fundadora do projeto “O Bebé Sabe” e autora do livro “O Bebé sabe comer”, vai dar a conhecer como podem atuar para evitar estas situações.

Já no pós-parto, o bem-estar do bebé passa a ser uma das principais preocupações, surgindo várias questões sobre o desenvolvimento emocional e comportamental infantil, às quais o médico pediatra Hugo Rodrigues, autor do site “Pediatria Para Todos”, vai dar resposta no evento.

Por fim, Irina Ramilo, médica ginecologista e obstetra, mais conhecida por “Ginecologista da Melhor Amiga” nas redes sociais, vai abordar “A influência das redes sociais na gravidez: as redes sociais fazem-te querer bebés?”, numa altura em que estas plataformas representam um grande peso na tomada de decisões importantes na vida dos seus utilizadores. Será que muitas mulheres se sentem pressionadas a criar objetivos de vida, de forma a corresponder às experiências que acompanham nos perfis das redes sociais?

Pela primeira vez, o evento conta com interpretação em língua gestual portuguesa pela Sofia Fernandes, de forma a garantir que a informação partilhada pelos especialistas em saúde materna e obstetrícia chegue a todas as grávidas.

As inscrições decorrem aqui.

Potenciar a autonomia e bem-estar
A demência, um termo que lança uma sombra de medo e incerteza sobre milhões de famílias em todo o mu

A demência pode surgir associada a diversas doenças, a mais conhecida e frequente é a doença de Alzheimer. Caracteriza-se por um agravamento progressivo a nível cognitivo e dependência crescente, sendo a evolução variável do ponto de vista individual e da doença. O declínio nas habilidades cognitivas pode levar a desafios no vestir, comer, comunicar e manter a independência geral. É aqui que entra a terapia ocupacional.

O terapeuta ocupacional ajuda a prevenir, minimizar ou resolver problemas que interferem com a capacidade das pessoas para realizarem as atividades do dia a dia. A sua intervenção na demência tem como objetivo maximizar o desempenho e autonomia, prevenir a incapacidade e conservar as aptidões e papéis ocupacionais. Contribui desta forma para uma melhor qualidade de vida da pessoa e do seu familiar/cuidador. 

Uma das principais funções do terapeuta ocupacional na intervenção com pessoas com demência é a avaliação e o planeamento personalizado das atividades diárias. Sendo a vivência de cada indivíduo com a demência única, a sua abordagem deve ser adaptada às necessidades e capacidades específicas da pessoa. Através de uma avaliação detalhada, o terapeuta ocupacional identifica pontos fortes e desafios, ajudando a pessoa com demência a recuperar ou manter a sua autonomia e independência nas atividades significativas. 

A terapia ocupacional não se restringe ao controlo de sintomas, o seu principal objetivo é melhorar a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas com demência. Desta forma, o terapeuta ocupacional trabalha para oferecer um ambiente seguro e de conforto, fazendo as modificações necessárias na casa e nos espaços que a pessoa utiliza no seu dia a dia. Mudanças simples, como instalar corrimãos, remover tapetes ou cabos soltos no chão, rotular objetos de uso diário, ou ter um calendário num local visível de uso frequente, podem fazer uma grande diferença para alguém com demência. Essas adaptações não apenas garantem a segurança, mas contribuem para preservar a sensação de familiaridade e conforto dentro de casa.

Os terapeutas ocupacionais oferecem também apoio necessário aos familiares e cuidadores. Cuidar de um familiar com demência é emocional e fisicamente desgastante, não só pela necessidade constante de atenção, que gera frequentemente uma sensação de sobrecarga, mas também pela insegurança na prestação de cuidados. O terapeuta ocupacional dá apoio aos familiares e cuidadores através do ensino de estratégias para uma melhor comunicação e para promover a autonomia, ajudando também na reorganização de rotinas diárias ao longo das diferentes fases da doença.

Através da sua intervenção, o terapeuta ocupacional contribui para a preservação da dignidade e do sentido de identidade da pessoa com demência. À medida que o mundo enfrenta o envelhecimento da população, e o aumento exponencial de casos de demência, a importância do papel do terapeuta ocupacional deve ser dada a conhecer, não só à comunidade científica, mas também às pessoas com demência, familiares e cuidadores, que podem beneficiar da sua intervenção.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
4.ª Reunião Anual da APIC realiza-se de 9 a 11 de novembro
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) vai realizar a sua 14.ª Reunião Anual entre os dias 9 e 11 de...

“Este é o encontro mais relevante na área da Cardiologia de Intervenção a nível nacional. O programa científico foi escolhido tendo em conta quatro áreas onde se desenvolve a atividade de intervenção cardiovascular: coronária, estrutural valvular, estrutural não valvular e extra cardíaca. Também teremos um programa mais inclusivo, com participação de colegas de áreas mais clínicas como Reabilitação Cardíaca, Hipertensão e Neurologia”, explica Pedro Jerónimo de Sousa, presidente da 14.ª Reunião Anual da APIC.

E acrescenta: “A Intervenção Cardiovascular é realizada por equipas multidisciplinares, que inclui profissionais de várias áreas, nomeadamente médicos, técnicos e enfermeiros. Poder juntar numa reunião vários elementos que colaboram na abordagem e tratamento dos doentes, beneficia todo o grupo de trabalho e claro, os próprios doentes”.

Esta reunião contará com sete cursos que abordam diferentes temáticas, nas áreas da intervenção coronária e estrutural, e terá presente um painel de experts nacionais e internacionais de renome, que irão contribuir, certamente, para uma discussão aberta e interativa sobre os desafios técnicos e científicos. As primeiras confirmações incluem o Prof. Alain Cribier, o Prof. Andrew Sharp, a Prof.ª Anna Franzone, o Prof. Dabit Arzamendi, o Prof. Dariusz Dudek, o Prof. Emanuele Barbato, o Prof. Francesco Burzotta, o Dr. Francesco Saia, o Prof. Gennaro Sardella, o Prof. Héctor García, o Dr. José María de la Torre Hernández, o Prof. Kyriakos Dimitriadis, o Prof. Michael Joner, a Prof.ª Nieves Gonzalo, o Dr. Pablo Salinas Sanguino, o Dr. Ricardo Costa, o Prof. Robert A. Byrne, e o Dr. Simone Biscaglia.

A Reunião Anual APIC 2023 permite o debate sobre técnicas inovadoras percutâneas com outras especialidades como a cirurgia cardíaca, a cardiologia clínica, a medicina interna, entre outras, e contribui para uma atualização científica e técnica dos profissionais da área da Cardiologia de Intervenção.

Para mais informações, consulte: www.reuniaoanualapic.pt

julho de 2025
Portugal vai organizar o XXIX Simpósio Internacional de Ciências Morfológicas, 40 anos depois de a sua VI edição ter passado...

A escolha de Portugal para organizar o Simpósio foi conhecida na Cidade do Cabo, na África do Sul, durante o evento deste ano e representa o reconhecimento da comunidade científica internacional sobre o trabalho que o nosso país tem vindo a desenvolver na área das Ciências Morfológicas.

O XXIX Simpósio Internacional de Ciências Morfológicas, a realizar em julho de 2025, em Lisboa, é promovido pela Sociedade Anatómica Portuguesa e pelo International Committee of Symposia on Morphological Sciences.

O International Symposium on Morphological Sciences é um evento organizado de dois em dois anos e que reúne especialistas e profissionais da área para discutir avanços e pesquisas em Anatomia e outras ciências morfológicas. Com mais de 50 anos de história, este encontro é uma oportunidade imperdível para a troca de conhecimento e colaboração global.

 

4 e 5 de novembro
Diversos especialistas mundiais na área da optometria vão estar reunidos na XIX edição das Conferências Abertas de Optometria...

“Pretende-se realizar uma análise global do estado da arte da optometria e do acesso a cuidados de saúde da visão. Em Portugal estão claramente identificadas as dificuldades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em assegurar cuidados para a saúde da visão, com gigantescas listas de espera para consulta e cirurgia, e é mais do que reconhecida a total inexistência de cuidados primários para a saúde da visão”, afirma Raúl de Sousa, Presidente da APLO.  

A APLO tem vindo a alertar que é urgente tomar medidas, em linha com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), apoiadas pelo Governo de Portugal, e que a solução reside numa estratégia efetiva para os Cuidados Primários para a Saúde da Visão, com a integração dos Optometristas no SNS como garantia de mais e melhor saúde da visão e, simultaneamente e não menos importante, com poupança para os cofres do Estado. 

“Os Optometristas são especialistas dos cuidados primários para a saúde da visão com formação universitária extensa e profunda para a prescrição da compensação de erros refrativos e síndromes de visão binocular. Condições que representam mais de 85% da referenciação da medicina geral e familiar, pelo que é evidente o benefício de ter estas condições tratadas e geridas ao nível dos cuidados de saúde primários”, conclui Raúl de Sousa. 

Segundo OMS a deficiência visual e a cegueira evitável são realidades que impactam a vida de milhares de milhões de pessoas em todo o mundo. A OMS sublinha que o acompanhamento clínico atempado feito por um Optometrista é determinante no sentido de detetar e intervir precocemente no tratamento das causas da deficiência visual e cegueira evitável, antes que evoluam para estados irreversíveis. Tem ganhos de saúde, produtividade e económicos assegurada e de dimensão extraordinária para Portugal.  

 

 

 

Iniciativa do Movimento Cívico Humanizar a Saúde em Coimbra
O “Movimento Humanizar a Saúde em Coimbra” é um movimento de intervenção cívica, constituído por personalidades de Coimbra...

O Movimento propõe-se iniciar um ciclo mensal de atividades sob a designação genérica de “Humanizar com Arte”. Pretende-se que cada Sessão seja, simultaneamente, um tempo de expressão artística e de debate sobre a humanização em Saúde.

A primeira sessão deste Ciclo – “Deficiência e Saúde” – que contará com a atuação dos “Ligados às Máquinas”, terá como principal objetivo debater a qualidade dos serviços de saúde prestados a pessoas com incapacidades ou deficiência, partilhando bons exemplos e descrevendo alguns constrangimentos que urge serem ultrapassados. Ocorrerá a 6 de novembro de 2023, no edifício principal do Seminário Maior de Coimbra (Sala 7), com início às 21h.00 (cartaz em anexo).

Os “Ligados às Máquinas” são uma orquestra de samples em cadeiras de rodas verdadeiramente única! Trata-se de um projeto musical original da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra, cujo propósito é criar uma manta de retalhos musical através da junção de samples sonoros e cruzando hip-hop, rock, techno, fado, blues, world music, música erudita, música concreta e sons da publicidade ou de séries televisivas.

Esta será uma excelente oportunidade não só para se ficar a conhecer a música dos “Ligados às Máquinas” mas também para se perceber a importância desta atividade nas vidas e na saúde dos seus elementos, enquadrando-a através da sua inclusão no painel de discussão “Deficiência e Saúde”. A entrada é livre, sem necessidade de inscrição prévia.

 

Uma só Saúde
No âmbito do Dia Internacional da One Health – Uma só Saúde –, a Egas Moniz School of Health & Science vai realizar, no dia...

O simpósio reunirá especialistas de diversas áreas para discutir os avanços e desafios atuais no campo do conceito de Uma Só Saúde. Neste sentido, serão abordados temas cruciais divididos por três sessões: a primeira sobre a segurança alimentar global e os novos sistemas alimentares; a segunda sessão focar-se-á nos avanços científicos e estratégias de combate a doenças infeciosas e, por fim, serão debatidos fatores importantes sobre a conservação da biodiversidade e as soluções para lidar com os desafios impostos pelas alterações climáticas.

José João Mendes, Presidente da Direção da Egas Moniz School of Health & Science, refere que “esta iniciativa reforça o posicionamento da Egas Moniz enquanto Universidade Cívica, uma vez que vão ser abordados temas desafiantes para o futuro da saúde pública. Este evento é uma oportunidade para aprofundar o trabalho em áreas de intervenção relacionadas com a One Health, de forma a partilhar informação científica relevante aos investigadores, decisores políticos, profissionais de saúde e à sociedade”.

A Egas Moniz School of Health & Science tem um forte compromisso com esta visão de Uma Só Saúde, sendo que todos os cursos integram este conceito. Atualmente, está a construir o One Health Research Center, que terá como foco a relação entre a saúde humana, animal e ambiental, e que será mais um passo importante no desenvolvimento da investigação neste domínio, a nível nacional e internacional. Este centro de investigação terá um edifício inteligente, de 7 mil metros quadrados, que irá materializar os conceitos de sustentabilidade e economia circular, em que os alunos terão um papel central.

Reconhecendo a qualidade científica e pedagógica dos seus contributos, a Egas Moniz School of Health & Science foi recentemente considerada a melhor universidade privada portuguesa no Ranking de Inovação, pela SCImago Institution Rankings. Para além disso, foi também reconhecida como primeira classificada no contexto dos ODS 1 e 3, respetivamente Saúde de Qualidade e Erradicar a Pobreza, entre as instituições de ensino privadas do país e como segunda no ranking nacional, no Impact Ranking do Times Higher Education.

 

 

Induções têm 30 a 35% de probabilidade de acabar em cesariana
Uma equipa de investigadores do Departamento de Engenharia Informática (DEI) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da...

Atualmente, as induções de trabalho de parto são realizadas cada vez mais frequentemente, mas nem sempre terminam num parto vaginal. Foi precisamente este o ponto de partida para a investigação “Predicting Vaginal Delivery After Labor Induction with Machine Learning", da autoria de Iolanda Ferreira, doutoranda de Ciências da Saúde, orientada por Ana Luísa Areia, professora da FMUC, e coorientada por João Nuno Correia, docente da FCTUC.

«Logo à partida, todas as induções têm 30 a 35% de probabilidade de acabar em cesariana, portanto, sabemos de antemão que 70% das mulheres vão ter um parto vaginal. No entanto, se dessas 30% conseguíssemos precisar que vão realmente terminar em cesariana, poder-se-ia aconselhar de forma adequada e proactiva sobre a necessidade de indução de trabalho de parto, um processo árduo para a mãe, o feto e que, de facto, pode acrescer na carga emocional e económica associadas a este procedimento», explica Iolanda Ferreira

Assim, «sendo um procedimento tão frequente, que gera tantos dados, pensámos que talvez pudéssemos utilizar uma técnica que fizesse a sua análise para ajudar os médicos a perceber se vale a pena ou quando vale a pena investir numa indução para obter um parto vaginal», revela a doutoranda, realçando que, neste momento, os obstetras investem na indução de parto em todas as mulheres, sabendo à partida, por determinadas caraterísticas, em quais este poderá ou não acontecer por via vaginal.

Portanto, de acordo com João Nuno Correia, «a ideia é chegar a algo que, através da fusão de dados (tabulares e imagens), forme um módulo de apoio que forneça informação personalizada sobre cada grávida, acerca da elevada probabilidade de parto vaginal após indução. Se esta for elevada, a indução será executada com maior confiança. Caso contrário, ou seja, exista uma probabilidade de cesariana bastante elevada, a grávida pode ser aconselhada de outra forma».

Apesar deste ser um tema já estudado, «a inovação nesta investigação é prever o tipo de parto também utilizando os dados de imagem ecográfica. O clínico baseia-se na história clínica da pessoa e nas suas características no seguimento daquela gravidez, e queremos ver se o sistema, ao analisar aquela combinação de dados clínicos e imagens, percebe de uma forma que posteriormente ajude ou não a tirar alguma conclusão», realçam os investigadores.

Até ao momento, a equipa de investigadores já tem analisados os dados de 2600 mulheres, seguidas no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que apontam para resultados promissores. O próximo passo é analisar as ecografias recolhidas e, posteriormente, criar uma ferramenta com todos estes dados e testá-la em pessoas reais.

De acordo com os investigadores, «esta colaboração entre o DEI e a FMUC é fundamental, porque futuramente vai apoiar a decisão dos médicos antes do parto, e consequentemente, permitir melhorar tanto os desfechos neonatais como as experiências das mulheres no parto», concluem.

Conferência decorre dia 3 de novembro
No dia 3 de novembro, às 10h, realiza-se a Conferência e cerimónia de entrega de prémios no âmbito da 14.ª edição do Angelini...

O evento contará com duas mesas redondas, formadas por um reputado painel de especialistas, que vão refletir e debater o atual panorama da epilepsia em Portugal. José Pimentel, neurologista e professor de neurologia da Faculdade de Medicina de Lisboa, Sofia Quintas, neuropediatra, são alguns dos intervenientes da primeira mesa de reflexão, que vai também contar com o testemunho de uma cuidadora e de uma pessoa que vive com epilepsia. Na segunda mesa, participarão os jurados do AUA, Carla Bentes, Presidente da Liga Portuguesa Contra a Epilepsia (LPCE); Isabel Luzeiro, Presidente do Conselho Superior da Ordem dos Médicos; Luís Lourenço, Presidente da Direção da Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas da Ordem dos Farmacêuticos; e Miguel Telo Arriaga, Chefe da Divisão de Literacia em Saúde e Bem-Estar da Direção Geral da Saúde. 

Nesta edição do AUA, que conta o patrocínio científico da LPCE e que vai distinguir os dois melhores projetos com um prémio pecuniário no valor de 10 000 e 5 000 euros, respetivamente, concorreram 43 projetos, envolvendo no total 140 estudantes, 31 docentes, 24 especialistas e 22 universidades de todo o país. Já foram apurados os 15 semifinalistas – selecionados pelos jurados com base na inovação, criatividade, metodologia utilizada e a aplicação prática da ideia. Neste momento, está a decorrer a votação para o prémio atribuído pelo público na cerimónia de dia 3 de novembro. A votação decorre aqui.

Dinamizado em Portugal há mais de uma década, o AUA é uma iniciativa dirigida a jovens universitários na área da saúde em Portugal. O objetivo do concurso é fomentar projetos com aplicabilidade prática na sociedade, que permitam gerar inovação e promover o empreendedorismo jovem. No total das 13 edições, concorreram 720 equipas, 2 946 participantes e 510 projetos.  

Mais informações sobre o AUA e inscrições no evento: https://aua.pt.

 

Retrato traçado no Diagnóstico à Profissão em 2022
Mais de metade dos médicos dentistas portugueses a trabalhar no estrangeiro decidiram emigrar já depois de exercer a profissão...

“O mercado de trabalho nacional está cada vez mais saturado, o que provoca uma progressiva precarização e desvalorização da profissão e o aumento dos fluxos migratórios para exercício da profissão em outros países, nomeadamente dos mais jovens”, alerta Miguel Pavão, bastonário da Ordem dos Médicos Dentista (OMD), sublinhando a importância “de se conhecer ao detalhe as razões para estes profissionais escolherem trabalhar no estrangeiro em detrimento de Portugal”. 

Em 2022, dos 3438 médicos dentistas que responderam ao inquérito, 6,6% indicaram que exerciam a profissão no estrangeiro. Destes, 56,2 por cento emigraram já depois de trabalhar em Portugal. Mais de um terço (35,7%) decidiu abandonar o País ao fim de seis meses de trabalho como Médico Dentista. Quando a decisão é tomada em menos de dois anos, o valor dispara para 56,7%.   

O número de emigrados é, certamente, superior, considerando as conclusões do relatório ‘Números da Ordem 2022’. A 31 de dezembro de 2021, 12,9% do total dos médicos dentistas eram membros com inscrição suspensa na OMD. A principal razão para isto acontecer é, precisamente, o exercício no estrangeiro (67%). 

As razões pelas quais desistiram de exercer medicina dentária no País também não deixam margem para dúvidas: 58,9 % diz que não conseguia ter um rendimento satisfatório em Portugal e também que a profissão não é valorizada; 49,3 % não conseguia ter um salário estável; 32,4 % não conseguia um contrato de trabalho.  

Quando chegam ao estrangeiro – o top 3 é liderado pela França (36,5%), seguindo-se Reino Unido (12,8%) e Suíça (8,2%) -, as condições encontradas contrastam com as que deixaram para trás. Os dados apurados permitem concluir que no estrangeiro 51 % têm um rendimento mensal bruto acima dos 3000 euros. Em Portugal, este valor fica-se pelos 11,9%. Também no estrangeiro, apenas 0,6% dos auferem menos de 1000€, quando em Portugal esta percentagem aumenta para 7,3.  

Em termos de horário de trabalho, verifica-se que em Portugal quase metade dos médicos dentistas trabalham mais do que cinco dias por semana, ao contrário do que se verifica no estrangeiro. É, por isso, sintomático o valor (53,4%) de quem não quer voltar a exercer em Portugal.  

“Portugal necessita de parar, pensar e decidir se queremos continuar a desperdiçar talento. Todos nós, que temos responsabilidade na formação das próximas gerações, temos de responder: investimos na formação de profissionais de excelência para quê e para quem? Para os exportar? Estas perguntas aplicam-se tanto no ensino da medina dentária como em outras áreas”, defende Miguel Pavão. 

O estudo revela que a maioria dos médicos dentistas (60,9%) trabalham em clínicas ou consultórios de outrem. Dos profissionais que exercem no setor privado, 61,1% dos médicos dentistas apresentam rendimentos mensais variáveis (em 91,6% dos casos varia em função de uma percentagem dos tratamentos realizados).   

Conclui-se também que apenas 3,7% exerciam a sua atividade num hospital ou centro de saúde do setor público ou social. Destes, quase metade (49,5%) diziam estar a recibos verdes, contratados diretamente pelas Administrações Regionais de Saúde (27,4%) ou através de empresas intermediárias (22,1%), e menos de um terço dos médicos (29,2%) estavam integrados como Técnicos Superiores do Regime Geral.  

“Há sinais positivos de se querer melhorar alguma coisa no que diz respeito à saúde oral no SNS. A rede de consultórios nos centros de saúde, mas também a criação da carreira são disso exemplos. Só não podemos acrescentar precaridade àquela que já existe”, afirma Miguel Pavão, reforçando: “Sem a carreira no SNS e sem uma revisão profunda ao atual regime de contratação destes profissionais, não vamos ter condições para fixar os médicos dentistas que, assim, vão continuar à procura de reconhecimento e estabilidade no estrangeiro”. 

Ao analisar o intervalo de tempo entre o final do curso e o início da atividade profissional, percebemos a dificuldade crescente de entrar no mercado de trabalho de medicina dentária. Entre quem se formou há mais de 10 anos, 94,1% conseguiu começar a trabalhar em menos de seis meses após a conclusão do curso. Este valor cai 11,9 pontos percentuais quando comparamos com quem terminou o curso há menos de 10 anos. Esta queda é tão ou mais evidente se olharmos só para quem conseguia emprego em menos de um mês, respetivamente, 27,4% Vs 7,4%. 

“Ainda somos uma profissão de entrada rápida no mercado de trabalho, mas isto só acontece à custa do subemprego, do aumento da precariedade profissional, da dificuldade de ter um contrato de trabalho e de não haver uma carreira no SNS. Tudo condições que levam os jovens a emigrar”, explica Miguel Pavão. 

Numa escala de 1 a 10, a satisfação com a situação profissional é avaliada em 5,87 e apenas 14% aparentam estar muito satisfeitos. Quando questionados, mais de um quarto dos médicos dentistas (26, 9%) são perentórios a referir que se fosse hoje não escolheriam fazer a mesma formação.  

“Quem estuda medicina dentária sabe que não ver muitas alternativas a ser médico dentista. Não é por acaso que 96% exerce na vertente clínica. É o que chamamos de profissão de banda estreita, com poucos saídas profissionais”, acrescenta. 

As preocupações dos médicos dentistas englobam diferentes vertentes. O facto de a medicina dentária não ser reconhecida como uma profissão de desgaste rápido é a mais referida (63,4%), o crescimento dos seguros e planos de saúde (58%) e os custos tributários e de licenciamento (taxas) associados à manutenção das clínicas (55,5%) foram frequentemente apontados. 

Campanha “Seja Melhor que o AVC” alerta para os fatores de risco modificáveis
No âmbito do Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC), que se celebra anualmente a 29 de outubro, a Sociedade Portuguesa...

À semelhança do Dia Nacional do Doente com AVC, que se celebra todos os anos a 31 de março, o Dia Mundial do AVC é uma “oportunidade de reforçar a conscientização sobre o que é o AVC, seus sinais e sintomas, quais os seus fatores de risco, e formas de prevenção e tratamento”, explica Liliana Pereira, embaixadora da SPAVC para esta data.

Sendo o AVC a principal causa de morte e incapacidade em adultos, em Portugal, a educação pública torna-se fundamental para ajudar a população a reconhecer e agir adequadamente em caso de AVC. “Datas claramente definidas permitem que haja um esforço concertado de organizações, profissionais de saúde e aliados para divulgar as mensagens-chave e aumentar o conhecimento geral da população sobre o AVC”, afirma a especialista em Neurologia. 

“Uma parte significativa da prevenção do AVC está nas mãos de cada um de nós”

Este ano, a campanha da WSO para o Dia Mundial do AVC tem como objetivo aumentar o conhecimento da população sobre os fatores de risco para o AVC, nomeadamente aqueles que podem ser modificados pelas próprias pessoas ao adotarem estilos de vida saudáveis, com vista a reduzirem o seu risco individual de AVC. Este mote “faz todo o sentido para a população portuguesa, porque vários destes fatores de risco, como a hipertensão arterial, o tabagismo, a dieta pouco saudável e a falta de atividade física, são frequentes no nosso país, indicando que podemos fazer melhor na promoção de estilos de vida mais saudáveis” refere Liliana Pereira. Acrescenta ainda que, “é verdade que Portugal enfrenta um envelhecimento da população, o que por si só está associado a um maior risco de AVC, e isso não pode ser mudado. Consequentemente, atuar sobre os fatores de risco que podem ser prevenidos é crucial e a ideia de que uma parte significativa da prevenção do AVC está nas mãos de cada um de nós é relevante para todos”.

“O Dia Mundial do AVC não deve ser apenas uma data no calendário, mas uma oportunidade para reflexão e mobilização. Estima-se que uma em cada quatro pessoas irá sofrer um AVC ao longo da vida. Dados recentes do estudo internacional “Global Burden of Disease” indicam que o número global de mortes por AVC isquémico subiu de 2,04 milhões em 1990 para 3,29 milhões em 2019, sendo previsto que este valor cresça para 4,90 milhões até 2030. No entanto, cerca de 90% destes episódios poderiam ser evitados com o controlo de fatores de risco vascular. Deste modo, reconhecer e controlar estes fatores de risco deve ser o primeiro passo para a prevenção deste flagelo em termos de saúde pública”, comenta Diana Aguiar de Sousa, membro da Direção da SPAVC.

A sensibilização da população para as consequências do AVC, o conhecimento consistente dos principais fatores de risco modificáveis (sedentarismo, obesidade, hipertensão arterial, tabagismo, fibrilhação auricular, diabetes e consumo excessivo de bebidas alcoólicas) e não modificáveis (fatores genéticos individuais, hereditariedade, idade, raça ou sexo) e os sinais de alerta (desvio da face, falta de força num braço, dificuldade em falar) são, desde sempre, uma prioridade da SPAVC. Além disso, a SPAVC considera imprescindível o reforço da mensagem de que, perante os sinais do AVC, só há uma forma correta de agir: ligar o 112, ativando a Via Verde do AVC.

Assim, várias instituições de saúde e outras organizações associam-se ao Dia Mundial do AVC e organizam ações de sensibilização dirigidas às populações locais.

A embaixadora da SPAVC para o Dia Mundial do AVC, Liliana Pereira, reforça ainda, como mensagem final, a importância de cada português conhecer o seu risco vascular, recomendando para tal a aplicação móvel Stroke Riskometer, e adotar estilos de vida saudáveis através de uma dieta variada e equilibrada e da prática de exercício físico regular de intensidade moderada.

Cardiologista da Mayo Clinic
Caminhar é uma forma económica de fazer exercício que pode ser praticada por muitas pessoas de difer

Francisco Lopez-Jimenez, cardiologista da Mayo Clinic, explica que não existe um número mágico de passos que as pessoas devam atingir todos os dias, porque elas são diferentes. O mais importante, continua ele, é que as pessoas se mexam.

"Caminhar é talvez o mais fácil, o mais acessível e um dos mais eficientes tipos de atividade física humana que podemos fazer", explica Lopez-Jimenez.

Quantos passos devemos dar todos os dias? Depende.

"Para uma pessoa de 25 a 30 anos, dar 6000 passos por dia é provavelmente um número muito baixo, mas para uma pessoa de 85 anos, dar 5000 passos é um número muito bom", explica.

O importante é tornar a caminhada parte da sua rotina diária. Utilize as escadas, leve o cão a passear ou deixe o carro um pouco afastado da entrada da loja.

"As pessoas devem caminhar todos os dias, nem que seja durante alguns minutos de cada vez, que podem ser apenas 15 ou 20 minutos", explica Lopez-Jimenez.

Tente afastar-se da mesa e vá dar um passeio. É bom para a sua cabeça e para o seu coração.

"Andar a pé tem muitos benefícios para a nossa saúde geral, não só cardiovascular, mas também para a nossa saúde mental", explica.

Sugestões para adicionar mais passos à sua rotina diária

  • Leve o cão a passear ou encontre um companheiro de caminhada
  • Vá às compras
  • Convide os seus entes queridos
  • Caminhe enquanto espera
  • Planeie as suas caminhadas em dias úteis
  • Estacione o seu carro mais longe
  • Suba as escadas
  • Estabeleça objetivos pessoais.

 

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Sinais, diagnóstico e tratamento
No dia 29 de outubro de 2023, o mundo une-se para celebrar o Dia Mundial do AVC (Acidente Vascular C

O tema do Dia Mundial do AVC, deste ano de 2023, proposto pela OMS, é: "Juntos, somos maiores que o AVC", enfatizando a importância da colaboração entre profissionais de saúde, autoridades governamentais, organizações não governamentais e sociedade em geral, para prevenir, diagnosticar e tratar melhor esta doença.

O Acidente Vascular Cerebral ocorre quando o suprimento de sangue para uma parte do cérebro é interrompido ou reduzido, resultando numa lesão cerebral. Existem dois tipos principais de AVC: o isquémico, quando um vaso sanguíneo é bloqueado por um coágulo ou placa de ateromatose, e o hemorrágico, que acontece quando um vaso sanguíneo se rompe e causa sangramento no cérebro.

A consciencialização sobre o AVC é essencial para prevenir a ocorrência de casos e reduzir as suas consequências. É importante que as pessoas conheçam os principais fatores de risco, como hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, sedentarismo e obesidade. Além disso, é fundamental incentivar hábitos de vida saudáveis, como a prática regular de exercício físico, alimentação equilibrada, com redução da ingestão de sal, controle da pressão arterial, evitando o consumo excessivo de álcool e o tabagismo. É importante refletir no facto de que cerca de 80% dos AVC podem ser prevenidos com hábitos de vida saudável e controlo dos fatores de risco.

É também importante promover a educação da população, para reconhecer os sinais de alarme de um AVC, como instalação súbita de falta de força num lado do corpo, dificuldade em falar, visão turva, tonturas e dor de cabeça intensa e súbita.

São importantes as campanhas com divulgação dos sinais de alarme mais frequentes, habitualmente designados por “3 Fs”: Falta de Força num braço, Face assimétrica, com boca ao lado e Dificuldade em Falar. Ao reconhecer esses sinais, é imprescindível buscar atendimento médico imediato, pois cada minuto conta para minimizar os danos causados pelo AVC. A população deve saber que, perante estes sintomas, deve ligar imediatamente para o número nacional de emergência: 112. Desse modo, o INEM aciona a Via Verde do AVC, sendo disponibilizados meios de auxílio para transportar o doente ao hospital com capacidade para proporcionar o tratamento adequado, no mais curto espaço de tempo.

Nos últimos 25 anos houve enormes progressos no tratamento da fase aguda do AVC. Existem novos tratamentos, muito eficazes, conseguindo por vezes reverter completamente os sintomas, mas que sua eficácia depende em grande parte da rapidez com que o doente chega ao hospital.

 Os profissionais de saúde devem estar preparados para agir rapidamente e realizar exames como a tomografia computadorizada, para diagnosticar o tipo de AVC e determinar a melhor abordagem terapêutica. Nalguns casos podem ser administrados medicamentos trombolíticos, para dissolver o coágulo, noutros estes poderão ser retirados através de trombectomia, após cateterização dos vasos cerebrais por um neurorradiologista de intervenção, conseguindo assim restaurar o fluxo sanguíneo cerebral.

Reabilitação

Após o tratamento agudo, a reabilitação desempenha um papel fundamental na recuperação dos doentes. A fisioterapia, a terapia da fala e a terapia ocupacional são essenciais para ajudar os sobreviventes do AVC a recuperar as suas capacidades motoras, cognitivas e de comunicação. É importante que haja um suporte contínuo para que cada individuo possa retomar as suas atividades diárias e reintegrar-se na família e sociedade.

A comemoração do Dia Mundial do AVC é uma oportunidade para aumentar a consciencialização sobre esta doença devastadora. É responsabilidade de todos nós promover uma cultura de cuidado com a saúde, adotando hábitos saudáveis e estando atentos aos sinais de alerta. Juntos, podemos fazer a diferença na luta contra o AVC.

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Tribunal de Contas condiciona tratamento da Atrofia Muscular Espinal
A Associação Portuguesa de Neuromusculares (APN) está indignada com nova medida imposta pelo Ministério das Finanças, que está...

Joaquim Brites, presidente da APN, mostra a sua preocupação com o futuro das crianças diagnosticadas com AME. “Os constrangimentos administrativos que estão a afetar a evolução normal do tratamento da Atrofia Muscular Espinal, quando identificada precocemente através do PNRN (Teste do Pezinho), e em outras situações, destroem todo o trabalho que temos desenvolvido em torno da necessidade de um diagnóstico precoce para esta doença que, até há poucos anos era considerada como a responsável pela maior taxa de mortalidade infantil por doença genética, em todo o mundo”.

As crianças diagnosticadas com AME pela ausência da proteína  SMN (Survival Motor Neuron), perdem neurónios motores, responsáveis pela evolução da doença, desde o seu nascimento. “O desaparecimento desses neurónios motores, 80% nos primeiros 2 meses de vida, conduzirá a criança à morte, inevitavelmente no caso do tipo 1, se não for tratada de forma muito rápida com os medicamentos já disponíveis”, explica o presidente.

O sistema de pagamento e de partilha de risco é diferente para cada tipo de tratamento, neste momento só estão a ser aprovados os tratamentos que beneficiam de um financiamento vertical, anteriormente negociado. Todas as restantes operações ou aquisições, devem ser previamente autorizadas pelo Tribunal de Contas.

“Por razões óbvias, o modelo de financiamento aprovado pelo Estado, para estes casos, não pode ser diferente entre os diferentes fármacos, quando se trata da mesma doença. É, por isso, urgente repor a igualdade de tratamento para estes casos”, acrescenta Joaquim Brites.

E conclui: “A APN sempre defendeu a equidade no tratamento desta e de outras doenças, sendo que foi a primeira associação em Portugal a participar na aprovação de um medicamento, em representação dos doentes, levando a uma grande vitória para os portadores de AME”.

A Atrofia Muscular Espinal (AME), internacionalmente conhecida por SMA, ganhou uma nova esperança e deu a todos os seus portadores uma possibilidade adicional de acreditarem mais numa nova era. A era da terapia genética.

Nos seus 4 tipos, a Atrofia Muscular Espinal é uma doença altamente incapacitante, que atinge os dois sexos com uma prevalência média de um caso para cada 10.000 nascimentos, que progride de forma diferente, mas que condiciona severamente a vida de quem recebe o diagnóstico e de quem, daí em diante, terá a árdua tarefa de cuidar e de acompanhar a degradação de uma condição física de forma irreversível.

Opinião
Em Portugal, o acidente vascular cerebral (AVC) permanece como a principal causa de morte e incapaci

O Dia Mundial do AVC, que se assinala a 29 de outubro, não deve ser apenas uma data no calendário, mas uma oportunidade para reflexão e mobilização. Estima-se que uma em cada quatro pessoas sofrerá um AVC ao longo da vida. Dados recentes do estudo internacional “Global Burden of Disease” indicam que o número global de mortes por AVC isquémico subiu de 2,04 milhões em 1990 para 3,29 milhões em 2019, sendo previsto que este valor cresça para 4,90 milhões até 2030. No entanto, cerca de 90% destes episódios poderiam ser evitados com o controlo de fatores de risco vascular, tais como hipertensão, excesso de peso, elevação do colesterol, diabetes mellitus, tabagismo e sedentarismo. Deste modo, reconhecer e controlar estes fatores de risco deve ser o primeiro passo para a prevenção deste flagelo em termos de saúde pública.

Entretanto, a par com a prevenção, é crucial lutar também pela eficácia do tratamento. Uma resposta rápida e adequada a um evento vascular cerebral pode significar a diferença entre a recuperação e a incapacidade permanente. Por isso, é também imperativo que toda a população reconheça os sinais de um AVC, conhecidos como “os 3F”: “Face” (se ao sorrir há uma assimetria da boca), “Força” (se ao tentar levantar os braços um deles descai ou não se move) e “Fala” (se não consegue falar ou o discurso está arrastado). Ao identificar uma destas queixas, é fundamental ligar de imediato para o 112. Os avanços no tratamento do AVC, incluindo a implementação da "Via Verde do AVC", transformaram o prognóstico desta doença. No entanto, o sucesso destes tratamentos reduz-se com o tempo, tornando crucial o reconhecimento imediato dos sinais sugestivos de AVC e a ativação dos serviços de emergência, com pré-notificação e encaminhamento para o hospital que se encontra mais bem preparado para receber cada caso específico.

Assim, e nesta ocasião, devemos recordar que a batalha contra as doenças cerebrovasculares não é apenas uma questão médica, mas uma questão de saúde pública. Por isso, a nossa abordagem deve ser abrangente, envolvendo profissionais de saúde, educadores, decisores políticos e, sobretudo, todos os cidadãos. Juntos, podemos reconfigurar a epidemiologia do AVC e construir um futuro mais saudável.

 

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