Disponível a partir de 12 de dezembro
A Align Technology acaba de anunciar o lançamento de uma série documental, um novo formato para partilhar evidências clínicas...

O Simpósio Científico tem sido o principal evento da Align para ortodontistas na região EMEA desde 2020 e a qualidade do conteúdo clínico apresentado tem sido reconhecida pelos médicos. “The Art of Orthodontics” amplia a crescente credibilidade do Simpósio, partilhando a experiência ortodôntica e as últimas novidades em investigação clínica de uma forma inovadora e criativa.

Num formato online, os oradores internacionais partilharão as suas experiências no tratamento de pacientes com alinhadores transparentes, incluindo casos complexos de adultos, crianças em crescimento e adolescentes.

O conteúdo dos três episódios inclui:

Episódio 1: Artilharia ortodôntica para tratamentos complexos com alinhadores transparentes. A Dr. Roberta Lione e o Dr.Alessandro Greco partilharão o seu trabalho sobre a expansão da arcada dentária.

Episódio 2: Pacientes em crescimento: Estabelecendo o novo paradigma para os alinhadores transparentes. O Dr. Sinem Ceylanoğlu e a Prof.ª Teresa Pinho irão discutir as vantagens do tratamento intercetivo precoce e os benefícios para os pacientes em crescimento.

Episódio 3: Painel de especialistas: o debate. Os painéis de discussão explorarão os temas abordados nos dois episódios anteriores. A Prof.ª Maria Orellana e o Dr. Shadi Gera juntar-se-ão aos oradores dos episódios 1 e 2. O Dr. Farooq Ahmed será o anfitrião dos três episódios. A Dra. Mitra Derakhshan, vice-presidente sénior Global Clinical da Align Technology e Lee Taylor, vice-presidente de marketing para as Américas e EMEA, discutirão o futuro da ortodontia.

A série documental “The Art of Orthodontics” estará disponível a partir de 12 de dezembro.

As inscrições encontram-se disponíveis para possível acesso aos três episódios durante um ano.

Como forma de aconselhamento para fazer face ao estado de fadiga que é desencadeado pela Esclerose Múltipla
A app CLEO, aplicação da empresa de biotecnologia pioneira nas Neurociências Biogen, acaba de disponibilizar dois novos...

Os dois novos programas – “As minhas emoções” e “A minha energia” – estão disponíveis na aplicação app CLEO para todos os utilizadores, de forma gratuita, e incluem um conjunto de dicas e de aconselhamentos práticos muito úteis que ajudam a gerir os desafios diários da doença.

O programa “As minhas emoções” ensina o utilizador a trabalhar a sua própria inteligência emocional e a capacidade de reconhecer e de entender as suas emoções. Composto por 4 módulos, este programa disponibiliza informação relevante sobre como é que a doença pode afetar o estado emocional, ajuda a reconhecer quando os pensamentos estão a contribuir para a criação de emoções menos positivas e o que fazer para as dissipar, ensina a equilibrar o corpo e a mente e, por fim, a trabalhar o poder de aceitação da doença e do seu impacto em determinadas situações que não podem ser mudadas.

Por outro lado, o programa “A minha energia” ajuda as pessoas que vivem com Esclerose Múltipla a identificar os 5 fatores que podem estar na origem da fadiga diária que é característica da doença – sono, humor e compaixão, enquadramento dos pensamentos, apoio e comunicação e exercício físico – incentivando-as a desenvolver os seus próprios hábitos para que a sua gestão diária seja feita de forma equilibrada e eficaz.

A app CLEO disponibiliza, através de uma abordagem holística, útil, credível e realista, informação de apoio que ajuda a quem vive com Esclerose Múltipla a compreender melhor a doença e a gerir os seus desafios e impacto. Os dois programas agora lançados disponibilizam na aplicação várias dicas e conselhos práticos que podem ser consultados sempre que necessários, criando assim rotinas práticas para todas os doentes que os ajudam a melhor entender as limitações da doença e a melhor forma de minimizar o seu impacto.

Lançada em Portugal em 2020 pela Biogen, com o intuito de prestar suporte diário às pessoas com Esclerose Múltipla, bem como aos seus familiares e cuidadores, a app CLEO tem como missão facilitar o dia a dia das pessoas que vivem com Esclerose Múltipla, ao oferecer um conjunto de funcionalidades, tais como o diário pessoal (uma ferramenta que permite a cada utilizador acompanhar o seu estado de saúde, podendo partilhar essa informação com a equipa de profissionais de saúde que o acompanham), um conjunto de informações, artigos e histórias de pessoas com Esclerose Múltipla, com recomendações úteis para o quotidiano dos doentes e, ainda, diversos programas de saúde e bem-estar.

A aplicação pode ser instalada de forma gratuita em qualquer dispositivo Android ou iOS.

Seguradoras destacam deterioração do serviço de saúde público
Os níveis de custos com saúde superiores aos registados no período pré-pandemia e a necessidade de encontrar um equilíbrio...

Desenvolvido pela Mercer Marsh Benefits (MMB), o estudo inquiriu 223 seguradoras de 58 países para identificar as principais tendências futuras dos cuidados de saúde assegurados pelas empresas. Aumento dos custos médicos por pessoa, que superam já os níveis pré-pandémicos; escassez de competências e consequente transformação dos serviços de saúde; necessidade de contenção de custos; persistência de lacunas nas coberturas dedicadas a saúde mental e à saúde feminina e necessidade de maior rigor na gestão do plano de saúde são as principais tendências identificadas neste estudo.

“As tendências apresentadas neste relatório são valiosas para as empresas que estão a desenhar planos de saúde e de benefícios para satisfazer as necessidades dos seus colaboradores. As práticas das seguradoras, a linguagem das apólices, a flexibilidade, a vontade de inovar e o acesso a grandes conjuntos de dados sobre sinistros conferem-lhes um papel fundamental na definição do futuro dos benefícios dos colaboradores. Mas as empresas devem também moldar os benefícios para satisfazer as necessidades da sua própria força de trabalho, bem como antecipar, conter e mitigar os riscos”, afirma Miguel Ros Galego, Business Leader da Mercer Marsh Benefits Portugal.

Tendência dos gastos em saúde nos seguros supera os níveis pré-pandemia

Em 2021 e 2022, a tendência dos gastos em saúde alcançou uma taxa global de 10,1%, próxima da registada em 2018 e 2019 (9,7%). Agora, a tendência dos gastos em saúde está já a superar os níveis pré-pandemia. De acordo com o estudo, a região Médio Oriente e África é a única que continua a registar um valor ligeiramente abaixo ao registado em 2019.

Os dados revelam que, em 2023, a taxa global irá alcançar os 12,4%, com 86% das empresas a afirmarem que a inflação teve um impacto significativo ou muito significativo muito nesta evolução. Ainda que se estime um decréscimo da taxa global para os 11,7% em 2024, nomeadamente devido à previsão de abrandamento da crise inflacionária, o valor deverá continuar a ser superior ao registado nos anos pré-pandemia.

Com o cancro no topo da lista de custos em saúde e com a saúde mental a ser considerada o quarto risco mais elevado a nível mundial, o estudo sublinha a necessidade de as empresas priorizarem e concentrarem os seus esforços em medidas preventivas e em soluções mais inovadoras para apoiar os colaboradores.

“As organizações devem preparar-se para um aumento da tendência dos custos em saúde, não esquecendo a importância do equilíbrio entre o lado financeiro e a gestão de pessoas. Num mercado de trabalho pressionado, os planos de saúde continuam a ser um importante fator distintivo. É necessário ouvir os colaboradores e priorizar os benefícios e programas que mais valorizam”, afirma Miguel Ros Galego.

Sistemas de saúde em transformação devido à rutura causada pela escassez de competências

Nos últimos três anos, os sistemas de saúde públicos foram sujeitos a uma pressão sem precedentes devido à pandemia e a outros fatores, nomeadamente ações coletivas e escassez de competências. Esta pressão começa agora a fazer-se sentir, com diferenças significativas na perceção das seguradoras entre a qualidade do serviço de saúde público e privado.

Na Europa, 73% das empresas consideram que, por comparação com o período pré-pandemia, a acessibilidade ao setor de saúde público piorou, com 48% a afirmarem que o mesmo se verifica na qualidade. Pelo contrário, 28% e 40% consideram que a acessibilidade e a qualidade, respetivamente, do serviço de saúde privado melhorou.

De forma a minimizar estas diferenças, o estudo destaca o potencial das ferramentas virtuais e da telemedicina para contribuírem para a melhoria do serviço de saúde. Contudo, as seguradoras revelam-se ainda indecisas quanto ao impacto destas estratégias.

Seguradoras respondem à necessidade de contenção de custos e oferecem opções para as empresas efetuarem alterações nos planos de saúde

O impacto das tendências dos custos médicos e da escalada da inflação constituem a principal preocupação tanto para as seguradoras como para os responsáveis pela gestão dos planos de saúde das empresas. Neste âmbito, o estudo sublinha a importância de as empresas garantirem a acessibilidade económica dos planos que oferecem aos seus colaboradores. De forma a anteciparem as tendências, torna-se igualmente importante a monitorização das experiências de sinistros ao longo do tempo, bem como compreender os fatores mais importantes para os colaboradores e criar um plano estratégico para gerir os custos a longo prazo.

Perante o impacto da escassez de competências em diversos setores, o estudo destaca o importante contributo da qualidade dos planos de saúde para o cumprimento dos objetivos de crescimento das empresas. Neste sentido, mais de metade (57%) das seguradoras acreditam que os empregadores darão prioridade às melhorias dos planos para ajudar a atrair, reter e envolver os colaboradores em detrimento da contenção de custos. Esta percentagem sobe para 63% na Europa e para 74% na América Latina e nas Caraíbas, regiões que acreditam que as melhorias nos planos de saúde terão prioridade sobre um movimento de redução da cobertura.

Ainda que a transferência de custos para os trabalhadores seja uma opção pouco atrativa, o estudo sugere que será inevitável alguma partilha de custos. Esta medida deve ser combinada com uma comunicação mais eficaz e cuidados preventivos.

As seguradoras também estão concentradas na Inteligência Artificial para apoiar a futura contenção de custos, por exemplo, através da deteção de fraudes, desperdícios e abusos. 44% das seguradoras a nível global estão a considerar a introdução desta funcionalidade, aumentando para 60% no Médio Oriente e em África.

“Face aos desafios apresentados, torna-se fundamental que as empresas discutam proativamente a contenção de custos com as suas seguradoras, de forma a certificarem-se de que características como as franquias e os limites de tratamento são realistas, ter em conta a inflação e certificarem-se de que as características de partilha de custos, como os copagamentos, são revistas regularmente”, comenta Miguel Ros Galego.

Continuam a persistir disparidades em matéria de saúde mental, saúde das mulheres e prestações sociais inclusivas

A modernização dos planos está a incluir mais benefícios de saúde digitais. Os serviços de cuidados virtuais ou de telemedicina são atualmente uma parte normal das ofertas da maioria das seguradoras. 69% das seguradoras a nível mundial oferecem telemedicina, sendo que 78% o fazem na Europa e 82% na América Latina.

As seguradoras estão a tornar-se mais conscientes das necessidades emergentes, como o combate à desinformação sobre a saúde, o que exige também uma gestão coordenada através dos empregadores.

As aplicações e indumentária tecnológica para autogestão do bem-estar ou de condições específicas são uma parte crescente dos planos de modernização das seguradoras, com 43% das seguradoras a nível mundial a considerar a sua introdução. Ásia, América Latina e Caraíbas são regiões particularmente fortes na adoção destas tecnologias, com 75% e 80%, respetivamente, a oferecerem ou a considerarem a sua introdução.

Existem ainda lacunas significativas nos cuidados de saúde, especialmente no que diz respeito à saúde das mulheres/reprodutiva e ao apoio à saúde mental, e a cobertura é variável nas diferentes regiões.

Os principais benefícios relacionados com a saúde mental oferecidos pelas seguradoras centram-se nos serviços tradicionais, como o aconselhamento, o tratamento em regime de internamento e a cobertura de medicamentos sujeitos a receita médica. A cobertura de sessões de aconselhamento psicológico e/ou psiquiátrico (69%) e o tratamento em regime de internamento (62%) são os serviços mais oferecidos. A cobertura de aconselhamento é mais abrangente na América Latina e nas Caraíbas, onde 32% das seguradoras que oferecem cobertura proporcionam sessões ilimitadas e 39% oferecem mais de 20.

Existem lacunas entre os serviços que os trabalhadores consideram úteis e os serviços prestados pelas seguradoras. Por exemplo, o estudo “Health on Demand 2023” da Mercer revelou que 44% dos colaboradores considerariam úteis, para eles ou para as suas famílias, serviços direcionados para crianças, adolescentes e pais, para apoiar a saúde mental dos jovens, a socialização e questões de aprendizagem. O inquérito “Health Trends 2024” revelou que apenas 35% das seguradoras oferecem atualmente estes serviços. Poucos planos oferecem um apoio significativo aos colaboradores que precisam de terapia contínua. Embora 69% das seguradoras em todo o mundo digam que cobrem sessões de aconselhamento psicológico e/ou psiquiátrico, na prática, 52% delas cobrem apenas 10 sessões ou menos.

A cobertura das prestações de saúde das mulheres continua a ser esporádica e varia consoante as regiões geográficas. Por exemplo, 64% das seguradoras na Ásia não oferecem acesso e cobertura contracetiva, em comparação com apenas 33% na América Latina e nas Caraíbas. Quase um quarto (24%) das seguradoras em todo o mundo não oferece cuidados pós-parto, o que faz com que as mulheres que têm esses planos tenham de receber esses cuidados através do sistema público ou não os recebam.

“Os problemas de saúde das mulheres são universais, mas existem desigualdades significativas a nível social, financeiro e do sistema de saúde que devem ser resolvidas em todas as regiões. As organizações que procuram melhorar a equidade de género no local de trabalho podem querer avaliar as lacunas nos seus próprios locais de trabalho e a forma como os seguros podem ajudar a reduzi-las”, aponta Miguel Ros Galego.

Como nota final, a MMB deixa cinco recomendações relativamente ao planeamento e gestão de benefícios de saúde:

  1. Atualizar a estratégia de benefícios à luz da transformação do sistema de saúde, da evolução das necessidades dos colaboradores, das lacunas generalizadas e das pressões sobre os custos.
  2. Melhorar a prevenção, diagnóstico, tratamento e os pilares de apoio no local de trabalho para as doenças não transmissíveis, como o cancro.
  3. Pensar em soluções digitais para riscos crescentes, como riscos ergonómicos, temperaturas extremas e saúde mental.
  4. Monitorizar o impacto da tecnologia disruptiva e dos avanços na saúde nos benefícios e nos cuidados de saúde em geral.
  5. Ser um catalisador para promover opções de gestão de custos que melhorem a qualidade e o custo dos cuidados de saúde.
 
Estudo apresentado na 15.ª edição do Fórum do Medicamento
Mais de metade dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) (61%) não possuem mecanismos de reavaliação dos resultados de...

Levado a cabo pelas Professoras Sofia de Oliveira Martins e Ana Margarida Advinha (docente na Escola de Saúde e Desenvolvimento Humano da Universidade de Évora e ex-aluna da FFUL), o “Índex Nacional do Acesso ao Medicamento Hospitalar” é um estudo bienal que teve início em 2019, e que conta com o apoio científico da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e apoio da Ordem dos Farmacêuticos e da Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares. Esta terceira edição do estudo obteve a maior taxa de participação de instituições do Serviço Nacional de Saúde de Portugal Continental, desde que é realizado (75%).

De entre muitos dos objetivos, o estudo pretendeu determinar o nível de acesso à terapêutica hospitalar e analisar os modelos de gestão, mecanismos de criação de evidência e de medição de resultados associados.

No campo do acesso a medicamentos, houve um decréscimo, em comparação com 2020 (87%), com 76% das instituições a utilizarem novos medicamentos aprovados previamente à decisão de financiamento.

Porém, após a decisão de financiamento, 94% das instituições utilizam um procedimento prévio à introdução de um novo medicamento e em 77% das instituições o acesso ao medicamento ocorre apenas após a sua inclusão no Formulário Nacional do Medicamento.

Estes retrocessos nos vários domínios conduzem à ausência de uma estratégia estruturada para a medição de resultados em saúde, uma ideia defendida no encontro, com o Índex a mostrar que 61% dos hospitais do SNS não possuem mecanismos de reavaliação dos resultados de novas terapêuticas e que 67% das instituições não monitoriza, para efeitos internos, os resultados de novas terapêuticas.

Ao nível da utilização de medicamentos baseada em resultados, 81% das instituições não possuem um sistema integrado de gestão de dados clínicos, financeiros e administrativos que permitiria fazer uma análise de custo efetividade das intervenções em saúde.

Barreiras ao acesso de medicamentos

O Índex pretendeu também identificar as barreiras e/ou problemas existentes associados à equidade de acesso, gestão e dispensa do medicamento nas instituições hospitalares do Serviço Nacional de Saúde. Um dos problemas em evidência são as ruturas de fornecimento de medicamentos utilizados nos hospitais e os dados não deixam dúvidas: a grande maioria (94,4%) das instituições considera um problema grave, situação que se verifica semanalmente em 36,1% das instituições e mensalmente em 19,4%.

Outro dos dados em destaque no Índex são os atrasos no processo de aquisição de medicamentos que, de acordo com 33% das instituições inquiridas, nunca é desencadeado atempadamente, sendo os principais responsáveis pelo atraso a carga administrativa (41%), a ineficiência dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e o modelo de financiamento para o acesso a algum medicamento (8%).

Este estudo foi este ano apresentado pela Prof.ª Doutora Ana Margarida Advinha e comentado por um painel moderado pela jornalista Paula Rebelo e constituído pelo Prof. Doutor Hélder Mota-Filipe, bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Dr. Carlos Lima Alves, vice-presidente do INFARMED, I.P., Dr.ª Rosário Trindade, diretora de Corporate Affairs & Market Access da AstraZeneca Portugal, e pelo Dr. Luís Miguel Gouveia, Presidente do Conselho de Administração do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca.

Presidente da SPMI deixa o alerta assinalando o Mês da Medicina Interna
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) volta a promover o Mês da Medicina Interna, em dezembro, com o objetivo de...

“Iniciamos o Mês da Medicina Interna com a notícia que no concurso para a escolha das especialidades e, sem qualquer surpresa, ficaram vagas por preencher e a Medicina Interna foi a especialidade hospitalar com mais vagas não ocupadas. Sendo a Medicina Interna, a especialidade que sustenta os hospitais e, por sua vez, fulcral no SNS, é necessário que todos, sobretudo os decisores políticos, façam a devida reflexão. É preciso perceber porque é que esta especialidade parece já não ser atrativa pois o futuro do SNS está comprometido se não se inverter esta situação” afirma Lèlita Santos, Presidente da SPMI.

Segundo a presidente da SPMI, "vivem-se tempos difíceis para a saúde em Portugal, em particular para os portugueses que precisam de cuidados de saúde. O SNS parece estar a desmoronar-se e a cada dia que passa descobrem-se novas complicações e descontentamentos, todos com uma base concreta".

“É incontornável o trabalho dos internistas nas urgências, um claro motivo para o desânimo por esta especialidade, não porque não queiram trabalhar nos serviços de urgência, mas porque estes Serviços estão desorganizados, por razões já antes identificadas. Há excesso de doentes nas urgências por falta de apoios na comunidade e nas instituições, muitas destas idas à urgência poderiam ser evitadas com equipas de saúde suficientes, que pudessem dar apoio no domicílio, ou o acesso fácil a médico nas instituições com doentes ou idosos com multimorbilidades, ao seu cuidado. Também a organização de um melhor acesso aos Cuidados Primários poderia evitar as idas à urgência de doentes com descompensações das suas doenças crónicas ou dos que não têm sequer, médico de família. No Serviço de Urgência, os internistas devem dedicar-se às tarefas que lhes competem, da avaliação e tratamento do doente complexo com condições clínicas de urgência ou emergência” afirma a Presidente da SPMI.

A SPMI alerta para a necessidade de um maior investimento nos Cuidados de Saúde Primários criando mais Unidades de Saúde Familiares e promovendo a redução da população sem Médico de Família. "É fundamental investir nos Cuidados de Saúde Hospitalares garantindo médicos qualificados e em número adequado, bem como os outros profissionais de saúde. É necessário investir nas formas alternativas aos SU. É importante alterar o modelo de financiamento dos hospitais e permitir mais autonomia para contratações e aquisição de equipamentos, e haver entidades que avaliem resultados e validem opções".

E defende ainda que os internistas e os internos de medicina interna, "têm de ser valorizados através de medidas justas que podem passar por incentivos e por remunerações adequadas ao seu trabalho".

"A organização é importante e devem ser dadas condições aos serviços para se conseguirem organizar internamente com equipas sólidas, sem dispersão de tarefas, com recursos médicos suficientes e equipamento adequado. Os internos têm de se sentir acolhidos em serviços que tenham condições para desenvolver trabalho em equipa, com tempos para formação, para discussões clínicas, para evoluir com projetos de investigação ou integrar uma vida académica se assim o desejarem e, sem dúvida, conseguirem conciliar a vida profissional com a vida familiar e social", afirma. 

Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla
A Esclerose Múltipla (EM) afeta cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo e é uma doença cróni

Esta doença, por vezes, não é fácil de diagnosticar, uma vez que se manifesta através de sintomas diferentes, facilmente confundidos com outras doenças neurológicas. Desta forma, apesar de se saber a importância do diagnóstico e do tratamento atempado, o diagnóstico inicial pode ser demorado.

Estima-se que em Portugal existam mais de 8 mil doentes com EM. É uma doença que surge habitualmente no adulto jovem, entre os 20 e os 40 anos de idade, e afeta maioritariamente as mulheres.

Os sintomas podem ser muito variados e manifestarem-se com maior ou menor frequência de pessoa para pessoa:

  1. A fadiga é um sintoma muito frequente e manifesta-se por diferentes períodos e corresponde a um cansaço extremo após um pequeno esforço;
  2. A neuvrite ótica, corresponde a queixas de visão turva, “enevoada” ou baixa de visão;
  3. Perda da força muscular nos braços e pernas;
  4. As alterações da sensibilidade, podem ser como uma sensação de encortiçamento dos membros, parece que se está a «caminhar sobre algodão». Ou outro tipo alterações da sensibilidade são os formigueiros ou picadas;
  5. Equilíbrio e coordenação, por exemplo, dificuldade em agarrar pequenos objetos, escrever de forma clara ou sensação de caminhar como se tivesse embriagado;
  6. Alterações urinárias e intestinais – que por um lado pode se manifestar por dificuldade em urinar ou em esvaziar completamente a bexiga (a isto chama-se «retenção» urinária), ou a «urgência urinária», ou seja vontade de urinar frequente, súbita e difícil de adiar;
  7. Problemas sexuais - homens que tenham EM podem ter dificuldade em obter ou manter a ereção. Na mulher, a EM causa muitas vezes perda de sensibilidade nos órgãos sexuais, dores durante a relação e incapacidade de atingir um orgasmo;
  8. Alterações cognitivas – numa fase avançada da doença problemas de memória recente;
  9. Alteração de humor e depressão.

Atualmente, sabemos que quanto mais cedo se realizar o diagnóstico e se avançar para o tratamento, menor será a progressão da doença. Tem sido feito um esforço para o desenvolvimento de diversos tratamentos com impacto na doença.

Desta forma, nas últimas duas décadas tem-se assistido ao desenvolvimento de diversos tratamentos com impacto na evolução da doença. Em 1993, foi aprovado o primeiro tratamento para a EM. Apesar de não haver cura, os tratamentos têm como objetivo, reduzir o número de surtos (episódios de alterações neurológicos) ao diminuírem a atividade inflamatória cerebral que ocorre na doença.

Em suma, a EM é uma doença inflamatória do SNC que pode ser incapacitante. Neste sentido, para evitar a progressão da doença e consequências mais graves, é primordial que exista um diagnóstico e um tratamento precoce, bem como um acompanhamento regular para a avaliação da necessidade de ajuste de medicação ao longo do tempo.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dados APOGEN
Os medicamentos genéricos geram uma poupança anual de 140 milhões de euros no tratamento do Vírus da Imunodeficiência Humana ...

Considerando que os atuais encargos terapêuticos com a VIH representaram um dos maiores aumentos de despesa entre janeiro e junho de 2023, de acordo com o relatório de monitorização do consumo de medicamentos em meio hospitalar do INFARMED, I.P., o potencial dos medicamentos genéricos para aumentar o acesso dos doentes à terapêutica com redução da despesa é muito significativo.

No dia em que se assinalou o Dia Mundial de Luta contra a SIDA, a APOGEN, representada pela sua presidente Maria do Carmo Neves, salientou que os “medicamentos genéricos revolucionaram a acessibilidade no tratamento desta doença crónica que impacta a vida de cerca de 48 mil portugueses. Lançados em 2019, no mercado português, os primeiros antirretrovirais genéricos permitiram uma diminuição significativa com encargos terapêuticos no VIH, potenciando o maior acesso e a sustentabilidade financeira do SNS, devido ao seu preço mais acessível.”

Tendo em conta o objetivo desta efeméride mundial em impedir atuais e futuras desigualdades no combate desta doença, de acordo com as metas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), na perspetiva da presidente da APOGEN, “enquanto não conseguimos concretizar o objetivo global de erradicar a SIDA, os medicamentos genéricos têm permitido aumentar a qualidade de vida dos doentes com VIH.”

Num período de incerteza política, económica e social, a APOGEN considera que “nunca foi tão relevante a discussão do atual modelo do SNS, incluindo dimensões como a sustentabilidade e a eficiência financeira, pelo que os medicamentos genéricos, ao serem mais custo-efetivos, aumentam a oferta de fármacos e facilitam uma gestão equilibrada dos recursos existentes.

Ainda assim, a tutela precisa de ter em consideração o contributo da indústria de medicamentos genéricos e biossimilares para o Estado e proporcionar a viabilidade financeira destes segmentos no mercado. Face aos desafios operacionais, económicos e de contexto, é prioritário assegurar uma cadeia de valor do medicamento competitiva e capaz de garantir o abastecimento e evitar potenciais ruturas, de modo a não impactar futuros lançamentos de fármacos que geram mais acesso à saúde”, concluiu a Presidente da APOGEN, Maria do Carmo Neves.

1 de dezembro é o Dia Mundial de Luta contra a SIDA
O vírus da imunodeficiência humana (VIH) que causa a síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) p

"O problema do VIH é que ele mata parte das células do sistema imunitário, chamadas células CD4. E isso torna as pessoas vulneráveis a contrair infeções, bem como desenvolver tumores", explica Rizza. "Pode ficar escondido no corpo em estado latente por muitos anos. E é por isso que é tão difícil curar o VIH." 

"As pessoas podem sentir-se bem, mas estão a deixar o vírus matar parte de seu sistema imunitário", explica Rizza. "E quando o sistema imunitário fica enfraquecido, as pessoas têm infeções e cancros graves e significativos."

O Dia Mundial da luta contra a SIDA, que se celebra a 1 de dezembro, promove a sensibilização para o VIH/SIDA e presta homenagem às pessoas afetadas pela doença. Embora tenha havido muito progresso na luta contra o VIH/SIDA, este ainda é um vírus comum em todo o mundo, explica Rizza. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, estima-se que mais de 39 milhões de pessoas, em todo o mundo, vivem com VIH. 

O VIH pode ser transmitido por contacto sexual, partilha de agulhas infetadas, contacto com sangue infetado e, de forma menos comum, pode ser transmitido de mãe para filho. Muitas pessoas não sabem que têm VIH, e é por isso que o rastreio de rotina é importante, explica Rizza.

"Costumamos estimar que cerca de 13% da sociedade que tem VIH não sabe que está infetada. Houve uma redução para cerca de oito por cento. Mas, isso ainda não é baixo o suficiente", explica Rizza. "Gostaríamos de saber que todas as pessoas que têm VIH e que sabem do diagnóstico estão ligadas aos cuidados e estão a fazer tratamento para que possam ser protegidas e diminuir os riscos de exposição e infeção de outras pessoas."

Embora as pessoas com VIH possam agora desfrutar de vidas mais longas e saudáveis graças à melhoria dos tratamentos, os desafios para travar a epidemia em curso mantêm-se.

Para se manter protegido do VIH, pratique sexo seguro, não injete drogas, não compartilhe agulhas ou outros dispositivos de injeção e faça o teste.

As pessoas que suspeitam ter sido expostas a contacto sexual, uso de agulhas ou incidentes no local de trabalho devem procurar uma equipa de cuidados de saúde ou visitar o serviço de urgência. A PrEP é um medicamento utilizado para reduzir o risco de infeção pelo VIH em pessoas de alto risco.

"O nosso objetivo é diagnosticar as pessoas antes de desenvolverem SIDA, diagnosticar as pessoas quando o VIH está numa fase inicial, colocar prontamente as pessoas em tratamento antes que o sistema imunitário possa ser afetado, ou seja, antes de o vírus afetar qualquer parte do corpo e antes de o vírus poder infetar outras pessoas." explica. "Se a pessoa inicia o tratamento durante o VIH em algum lugar do espectro e fica estabilizada, o vírus é suprimido e o sistema imunitário volta a um nível normal."

Não existe uma cura universal para o VIH/SIDA, mas os medicamentos podem ajudar a controlar e impedir o agravamento. Estes tratamentos antivirais diminuíram o número de mortes em todo o mundo. A pesquisa e a expectativa de cura continuam a existir, diz Rizza.

"Todos os anos, vemos mais pessoas a curarem-se funcionalmente do VIH, e isso significa que elas tiveram algum tipo de intervenção em que não precisam mais tomar comprimidos e o vírus permanece completamente suprimido. Na Mayo Clinic, estamos a fazer pesquisas para curar o VIH. E esta é uma investigação que está a ser feita em  todo o mundo. É tudo muito emocionante", explica. "Espero o dia em que possamos curar a maioria dos pacientes em vez de tratar a maioria dos pacientes."

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Associação participou na Cimeira Técnica de Alto Nível sobre a Diabetes
A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) saúda a Declaração Conjunta adotada durante a Cimeira Técnica de Alto...

“A adoção desta declaração comprova, uma vez mais, que, mesmo com todos os esforços que têm sido feitos, existe ainda um longo caminho a percorrer para abordar eficazmente a diabetes. Temos de criar parcerias e estabelecer um plano de ação com estratégias bem sustentadas para que se consiga progredir de forma relevante. E é isso mesmo que a APDP pretende ao apelar aos políticos para que seja implementada uma Resolução Nacional para a Diabetes em Portugal.”, explica João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP e membro do Board of Directors da IDF Europa.

Já no passado dia 17 de novembro, a APDP tinha levado à Assembleia da República a sessão ‘O drama da diabetes. Porque é que precisamos de uma Resolução Nacional?’. Em colaboração com a Comissão de Saúde e os eurodeputados portugueses, a APDP abordou temas como os fatores que determinam o aparecimento da diabetes e os que podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida das populações, da prevenção da diabetes ao combate às suas consequências, envolvendo dez Comissões Parlamentares numa discussão onde ficou saliente a necessidade da criação de uma Resolução Nacional sobre Diabetes, à semelhança da Resolução Europeia aprovada no Parlamento Europeu a 23 de novembro de 2022.

"Atualmente, mais de 40% dos portugueses entre os 20 e os 79 anos vivem com diabetes ou pré-diabetes, uma doença que, em 2021, custou a Portugal 0,8% do Produto Interno e 7% da despesa em Saúde. Estamos a falar de milhões de euros, e isto sem incluirmos já as cerca de 2 milhões de pessoas que têm pré-diabetes, um número que contribuirá para o agravamento desta despesa caso não seja adotado um plano de ação consistente que trave este aumento.”, alerta José Manuel Boavida, presidente da APDP.

Organizada conjuntamente pela OMS Europa e pela IDF Europa em Belgrado, na Sérvia, nos dias 28 e 29 de novembro, a Cimeira Técnica de Alto Nível (HLTS) sobre a diabetes juntou peritos, profissionais de saúde e pessoas que vivem com diabetes. Reuniu cerca de 170 pessoas, presencialmente e online, incluindo membros de associações nacionais de diabetes e 35 Ministros da Saúde, ou seus representantes, dos Estados-Membros da OMS Europa. Os participantes fizeram um balanço e partilharam as suas perspetivas sobre a prevenção, deteção e diagnóstico da diabetes, a qualidade dos cuidados, a prevenção das consequências e a igualdade de acesso a um tratamento e acompanhamento de qualidade.

Apesar dos esforços, o número de pessoas que vivem com diabetes na Região Europeia da OMS continua a aumentar e com grandes desigualdades no acesso aos serviços de saúde. De acordo com as estimativas da IDF Europa, um terço das pessoas com diabetes permanece por diagnosticar e cerca de metade pode não atingir os seus objetivos de tratamento.

Em consonância com a Resolução 74.4 da 74.ª Assembleia Mundial da Saúde sobre a redução do peso das doenças não transmissíveis (DNT), a Declaração Conjunta apela aos Estados-Membros para que tomem novas medidas para fazer face à diabetes, incluindo a aplicação de abordagens que envolvam todo o Governo e a sociedade. Defende assim o aumento da prioridade atribuída à prevenção e ao controlo da diabetes, a consolidação das medidas políticas e regulamentares, o aumento da sensibilização para o peso da diabetes na saúde pública nacional, o assegurar de uma atenção contínua no que diz respeito ao tratamento e aos cuidados e a melhoria da prevenção e do controlo da diabetes ao longo da vida. Além disso, salienta a necessidade de reforçar os sistemas de saúde, aumentar a literacia em matéria de saúde e melhorar a monitorização e a avaliação das respostas à diabetes.

Segundo a IDF Europa, a HLTS poderá ser um passo em frente para uma resolução mais alargada e abrangente da OMS Europa, a ser votada no Conselho Regional em 2024, em Genebra, na Suíça.

5 e 6 de dezembro
A Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) vai promover uma sessão de esclarecimento sobre a doença renal crónica,...

“O nosso objetivo com esta iniciativa é contribuir para aumentar a literacia em saúde, junto dos mais jovens, para que possamos incentivá-los, de forma informada e consciente, a controlar os fatores de risco para a doença renal, como o tabagismo, a diabetes, a obesidade e a hipertensão. Acreditamos que, ao apostar na capacitação dos mais novos, sobre como cuidar dos seus rins, vamos certamente ter um papel ativo na prevenção da doença renal”, explica Sofia Correia de Barros, presidente da ANADIAL.

A campanha nacional “A Vitória Contra a Doença Renal começa na Prevenção” pretende aumentar o conhecimento e compreensão acerca da doença renal crónica, promovendo a sua prevenção. Esta campanha conta com o apoio da Associação de Doentes Renais de Portugal, da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Diálise e Transplantação, da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, da Sociedade Portuguesa de Nefrologia e da Sociedade Portuguesa de Transplantação.

A doença renal crónica é provocada pela deterioração lenta e irreversível da função renal. Como consequência da perda de função, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, resultando na acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue.

 
Evento conta presença de um dos cientistas mais influentes do mundo
Na próxima semana, no dia 7 de dezembro (quinta-feira), a Universidade de Coimbra (UC) vai acolher o Encontro Anual da Cochrane...
A edição de 2023 do encontro vai discutir temáticas relevantes para a comunidade científica, ao focar temas relacionados com a replicação científica e o seu estudo através de revisões sistemáticas e metanálises, fundamentais para o sucesso da investigação e, consequentemente, para a otimização de práticas clínicas baseadas na evidência.
O encontro vai contar com a presença de um dos cientistas com maior impacto a nível internacional, John Ioannidis, professor da Universidade de Stanford (Estados Unidos da América) e ERA Chair Holder do projeto “EXCELScIOR”, que está a ser desenvolvido pela UC.
John Ioannidis tem vindo a destacar-se no estudo dos métodos e práticas de investigação e na melhoria das abordagens que permitam encontrar evidência fiável na investigação em biomedicina e saúde pública. Os seus contributos para fomentar a “verdade científica” e mitigar a "crise de reprodutibilidade” representam pilares na evolução para uma ciência mais transparente.
Este evento vai ter início pelas 14h15 e vai decorrer no Anfiteatro da Subunidade 3, no Polo III da UC. A participação é aberta a toda a comunidade. A inscrição é gratuita, mas obrigatória, e pode ser feita em https://forms.gle/TsGkMuYepiyytwyy5.
Vai contar ainda com outras intervenções, nomeadamente do coordenador científico do Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional (CIBIT) da UC, Miguel Castelo-Branco; do vice-presidente e investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC (CNC-UC) e coordenador do projeto “EXCELScIOR”, Paulo Oliveira; assim como de vários membros da Cochrane Portugal.
O Encontro da Cochrane Portugal de 2023 é organizado pelo CIBIT, pela Faculdade de Medicina da UC (FMUC), pela Cochrane Portugal e pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.
 
Bolsas I2D
A Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC) vai investir 20 mil euros em projetos de...

A duas investigadoras responsáveis pelos projetos – Diana Martins e Diana Lima, respetivamente –  assinaram as cartas compromisso que lhes vão garantir 10 mil euros a cada para, nos próximos 18 meses, desenvolverem o seu trabalho.

O projeto “M2AI: O papel do microambiente e microbioma no tratamento dos carcinomas de mama triplos negativos ‐ aliados ou inimigos?” pretende estudar as opções terapêuticas em doentes com carcinoma da mama triplo negativo – um subtipo de cancro da mama mais frequente em mulheres jovens, que representa cerca de 15 por cento de todos os casos de cancro da mama invasivos e para o qual a quimioterapia é, atualmente, a única opção terapêutica disponível. Dada a escassez de terapias eficazes para além da quimioterapia, o cancro de mama triplo negativo é, atualmente, o subtipo de cancro de mama com pior prognóstico, apresentando uma taxa elevada de proliferação e incidência de metástases. Estudando o papel do microambiente tumoral e do microbioma na resposta ao tratamento das doentes com cancro da mama triplo negativo, este projeto procura obter dados que, futuramente, sejam úteis para o prognóstico da doença e adequação de intervenções terapêuticas de precisão. Integram a equipa liderada por Diana Martins, os investigadores Fernando Mendes, Maria Clara Rocha, Carlos Vila Nova, Rui de Oliveira, Anália do Carmo, Flávia Barbosa e Mariana Francisco.

A equipa responsável pelo projeto “SOLarClean: Uso da radiação solar para a remoção de antibióticos de águas”, por sua vez, propõe-se a desenvolver uma estratégia de tratamento de águas considerada sustentável, através de fotocatalisadores magnéticos à base de carbono. O objetivo passa por remover, de forma eficiente, produtos farmacêuticos (como antibióticos, perigosos para o meio ambiente e para a saúde humana) da água tratada nas ETARs, permitindo a sua reutilização de forma segura e evitando o aumento da resistência antimicrobiana. A aplicação da fotocatálise com recurso à radiação solar pode substituir tratamentos terciários pré-existentes considerados dispendiosos ou nocivos. Este projeto vai ao encontro da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável que visa o aumento da reciclagem e reutilização segura da água até 2030 e reconhece a poluição da água como um problema prioritário. Liderada por Diana Lima, a equipa é composta por Ana Paula Fonseca, Nádia Osório, Carla Patrícia Silva, Vânia Calisto e Valentina Silva.

Lançado em 2023 pela Presidência da ESTeSC-IPC, o I2D apoia projetos de investigação de caráter exploratório, implementados em cocriação entre, pelo menos, dois departamentos da Escola e focados em ideias originais que visem lançar novas linhas de investigação interdisciplinar. “Fazer ciência não é fácil, nem é algo que se consiga impor. O objetivo desde prémio é colocar os departamentos da ESTeSC-IPC a comunicar entre si e mostrar que é possível fazer ciência, mesmo com pouco dinheiro”, explicou ontem o presidente da ESTeSC-IPC, Graciano Paulo, na sessão de apresentação dos projetos.

O balanço da primeira edição do I2D – Igniting InterDisciplinarity é positivo e Graciano Paulo anunciou já que, no próximo ano, haverá um reforço da verba atribuída a este programa. “Não tenho dúvidas de que, com esta aprendizagem, com este início, o futuro só pode ser promissor”, afirmou.

 
Nutrição e saúde
O excesso de peso e a obesidade representam um grave problema de saúde pública, que afeta mais de me

O aumento de comidas já pré-cozinhas nos supermercados e as cadeias de restaurantes fast food têm tido um impacto negativo quer na saúde quer na dinâmica de muitas famílias portuguesas, pois o tempo de partilha e socialização à mesa passa a ser escasso. Para melhor percebermos a concentração de açúcar presente em alimentos ingeridos com frequência por crianças, vamos analisar alguns deles, face aos valores estipulados pela Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável (EIPAS) nomeadamente cereais de pequeno-almoço, bolachas, gelados, produtos de pastelaria e iogurtes líquidos e sólidos.

No que respeita aos cereais de pequeno-almoço, em média estes apresentam 22g/100g sendo necessária uma redução média anual de 5,7g/100g para se enquadrarem dentro do que é esperado. Atualmente os únicos cereais e cumprirem os requisitos estabelecidos na EIPAS são os flocos de milho e integrais.

No que respeita aos iogurtes líquidos, nenhum cumpre os requisitos estabelecidos, pois em média possuem 12,0g/100g e 12,1g/100ml o que implica por parte da indústria uma redução de média anual de 2,3g/100g e 3,2g/100ml. De salientar que, nestes casos, já existe uma concentração de açúcar proveniente da lactose. Em relação aos iogurtes sólidos, atualmente 22 deles já cumprem os requisitos estabelecidos na EIPAS.

O reduzido número de cereais de pequeno-almoço e iogurtes com teor de açúcar inferior a 5g/100g (ou 2,5g/100ml, para os líquidos) evidencia a necessidade de se intervir junto dos operadores económicos e dos consumidores, pois o facto de serem alimentos frequentemente consumidos por crianças poderá levar ao surgimento de diversas problemáticas em idade precoce.

Como resultado de hábitos não saudáveis, associados ao consumo elevado de alimentos ultra processados, a redução de práticas de atividade física e a obesidade têm sido assuntos frequentes. A obesidade trata-se de uma doença crónica caracterizada pelo acumulo de gordura corporal, que pode levar a outras enfermidades, como é o caso da hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e cancro.

Quando falamos de obesidade na infância, as consequências podem ser para toda a vida, pois o peso elevado pode continuar durante a fase adulta. Segundo o Ministério da Saúde, crianças acima do peso possuem 75% mais hipóteses de se tornarem adolescentes obesos, enquanto que os adolescentes obesos têm 89% de hipóteses de serem adultos obesos.

Além das consequências para a saúde, uma criança com obesidade pode vir a sofrer com as práticas de bullying. As consequências disso podem ser muito graves quer durante a infância, quer na fase adulta, podendo levar a um desinteresse e abandono escolar, perturbações psicológicas e emocionais, depressão, compulsão alimentar, vícios do cigarro/álcool, bem como um efeito negativo no que respeita às relações sociais e profissionais.

Alguns estudos mais recentes sugerem também que o consumo excessivo de açúcar pode contribuir para o aumento da prevalência de PHDA (Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção) na infância e adolescência. Esta é uma possibilidade preocupante, sobretudo quando a maior quantidade de açúcar consumida por estas crianças vem através de alimentos que diariamente ingerem, como sumos artificiais ou achocolatados e os refrigerantes consumidos em média duas a quatro vezes por semana. No seguimento destes estudos feitos, foram estabelecidas recomendações para prevenir o aparecimento da perturbação, como por exemplo a redução do consumo de gordura saturada, redução consumo de carnes, redução da adição de açúcar e inclusão de frutas e vegetais.

Em suma o consumo de açúcar e as suas consequências são nefastas quer para a saúde física, quer para a saúde mental de crianças, jovens e adultos, sendo necessária a adoção de medidas que promovam as boas práticas desde a infância à idade adulta.

 
Cristina Cruz - Técnica Educação Especial da Psieducare parceira da www.girohc.pt/
 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Apresentação do relatório “Infeção por VIH em Portugal 2023"
Foi durante a apresentação do relatório “Infeção por VIH em Portugal 2023", 40 anos depois de ter sido identificado o...

Através da “desmedicalização destes medicamentos”, este é, na sua opinião, um passo “muito relevante para a prevenção e na eliminação da infeção”.

Na sua intervenção, Margarida Tavares assinalou ainda que “a história da SIDA e do VIH é feita de momentos muito difíceis”, marcados pelo “preconceito, pelo medo, pela solidão e pela morte” nas primeiras décadas da epidemia. Neste sentido, salientou que “a discriminação e o estigma ainda persistem além do desejável”, pelo que importa “continuar a mudar comportamentos e mentalidades em relação ao VIH”.

Por oposição, a governante destacou os sucessos deste percurso de controlo da epidemia, nomeadamente “os avanços terapêuticos, as estratégias de saúde pública e o contínuo investimento para eliminar o estigma”. Por isso, a secretária de Estado agradeceu aos profissionais de saúde, à sociedade civil e ao poder local pelo trabalho realizado e “por mostrarem a força da articulação” entre entidades.

Esta estratégia, nas palavras de Margarida Tavares, permitiu, “desde 2000, observar uma tendência decrescente no número de novas infeções, casos de SIDA e mortes associadas”, apesar do número de novos diagnósticos corresponder “ainda a uma taxa alta, comparativamente a outros países europeus”.

Para ultrapassar este desafio, a secretária de Estado sinalizou a “rede de serviços desenvolvida há mais de 40 anos, um Serviço Nacional de Saúde de qualidade e humanizado, circuitos criados, conhecimento e massa crítica”, salientado que este conjunto de respostas “tem mantido mais de 40 mil pessoas em tratamento e tem permitido fazer mais de 70 mil testes rápidos nas comunidades e mais de 370 mil nos centros de saúde”, disponibilizando Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) a mais de 4.500 pessoas todos os anos.

Ainda no campo da prevenção, a governante destacou medidas como a distribuição de mais de cinco milhões de preservativos, a distribuição de mais de 1.100.000 seringas através do programa criado para este efeito há 30 anos, fundamental na redução dos riscos associados à infeção por VIH.

 
Opinião
Já foi há 35 anos (1988) que a Assembleia Geral das Nações Unidas e a OMS instituíram o dia 1 de dez

Destes tempos até aos nossos dias, poder-se-á afirmar que quase tudo mudou?

Efetivamente, os avanços científicos na área foram gigantescos e rápidos, considerando tratar-se de uma patologia identificada há pouco mais de 40 anos. O conhecimento do seu agente, epidemiologia, fisiopatologia e consequente terapêutica, levou a progressos extraordinários na abordagem dos doentes, estando hoje distantes os tempos em que se falava de uma sentença de morte. Estamos hoje perante uma doença crónica, com supressão virológica e reconstituição imunitária como objectivos facilmente alcançáveis na maioria dos casos, com terapêuticas cómodas e bem toleradas.

Realmente, podemos afirmar com segurança que as mudanças foram gigantescas.

Faz assim sentido continuar a assinalar este dia mundial e a chamar a atenção para a Doença VIH?

Desde já podemos afirmar que a resposta é um enorme SIM, por vários motivos:

Os avanços terapêuticos e de manejo da doença não foram acompanhados socialmente. Mantém-se a discriminação e o estigma a que estes doentes estão sujeitos. Tal deve-se aos eternos preconceitos, o não aceitar do “outro” e a uma continuada ignorância e desinformação em relação às formas de transmissão da doença. Esta situação é particularmente chocante entre estudantes universitários, autoridades de segurança e até em profissionais de saúde.

Existe informação relativamente recente que deve ser difundida à população, tal como a possibilidade de profilaxia pré-exposição, o mais próximo que temos de uma vacina; o conceito de “carga viral indetetável = vírus intransmissível” acentua a necessidade de diagnóstico e tratamento de todos os casos, podendo o seu conhecimento levar a uma redução do estigma.

A menor visibilidade da Doença VIH nos media tem-se traduzido num aumento do número de novos casos nalguns grupos populacionais, nomeadamente homens que têm sexo com homens em idades muito jovens e também transmissão heterossexual em faixas etárias acima dos 50 anos.

Tem aumentado o número de diagnósticos em fases avançadas da doença, durante internamentos hospitalares, já com grave depressão imunitária e com doenças oportunistas. A falta de sensibilização da população e de profissionais de saúde conduz a um rastreio insuficiente e a dramáticos diagnósticos tardios. É necessário testar mais e tratar mais.

Não sendo hoje a doença VIH a tal “sentença de morte” de há 30 anos, ela continua a ser uma doença crónica, com necessidade de medicação permanente e vigilância atenta de comorbilidades e eventos adversos.

Vamos assim assinalar este Dia Mundial de luta contra a SIDA em 2023 de uma forma descomplexada, comemorativa, e com o máximo de informação a todos.

 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dedicado a pessoas com patologias respiratórias crónicas
A VitalAire, presente nos Cuidados Respiratórios Domiciliários em Portugal há mais de 35 anos, acaba de inaugurar em Almada um...

O novo EspaçoVital proporciona mais uma opção diferenciada de assistência totalmente personalizada e de proximidade a pensar no dia-a-dia dos pacientes e seus cuidadores. Este novo espaço localiza-se próximo do Hospital Garcia de Orta, disponibilizando assistência gratuita aos pacientes VitalAire, assegurada por uma equipa de Profissionais de Saúde dedicada. A inauguração contou com a presença de um representante da Câmara Municipal de Almada.

Um conceito inovador e complementar ao apoio domiciliário

O novo espaço é o mais recente centro de proximidade VitalAire, juntando-se assim aos quatro EspaçoVital já existentes a nível nacional - Porto, Viseu, Santarém e Évora - espaços totalmente dedicados às pessoas com patologias respiratórias crónicas, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS), entre outras. Um conceito inovador e complementar aos serviços domiciliários, em que a equipa de Profissionais de Saúde está disponível para apoiar e capacitar os pacientes na terapia prescrita, nomeadamente, na formação e explicação sobre a correta utilização dos equipamentos e respetivos interfaces (máscaras, humidificadores, etc.), logo após a consulta ou antes da consulta marcada.

No EspaçoVital será ainda disponibilizado o novo programa de Sessões Educativas PacienteVitalAire, como forma de conhecer as dúvidas e necessidades de cada paciente, de modo a contribuir para estabelecer a adesão e boa gestão da sua terapia.

Jorge Correia, Diretor Geral da VitalAire expressa “A decisão de estabelecer um novo EspaçoVital em Almada, a par dos quatro já existentes, destaca a dedicação da VitalAire em proporcionar soluções complementares e de proximidade nos Cuidados Respiratórios Domiciliários. A proximidade e conveniência reforçam o nosso compromisso para uma abordagem centrada nas necessidades específicas dos nossos pacientes e seus cuidadores, fortalecendo a personalização dos cuidados, a capacitação para a adesão ao tratamento e obtenção dos resultados importantes para os pacientes contribuindo, assim, para otimizar a qualidade de vida de todos os que acompanhamos ao longo da sua patologia respiratória crónica.” 

Teva atribui prémio no valor total de 25 mil euros
São já conhecidos os cinco projetos vencedores da 3.ª edição dos prémios Humanizar a Saúde, uma iniciativa da Teva, empresa...

Os Projetos "Programa de visitas de palhaços a hospitais com serviços oncológicos pediátricos", da Operação Nariz Vermelho - Associação de Apoio à Criança; "Casulo" da Associação Calioásis - Centro de bem-estar para crianças, jovens e famílias afetados pelo cancro; "Sol de Afectos" da SOL - Associação de Apoio às Crianças Infetadas pelo VIH/SIDA; "Palhaços d'Opital" da Palhaços d'Opital e "Unidade Móvel - Saúde de Proximidade", da Liga dos Amigos do Centro de Saúde de Alfândega da Fé foram assim distinguidos com 5 mil euros cada, numa cerimónia que decorreu no passado dia 28 de novembro, no Centro Cultural de Belém.

O “Programa de visitas de palhaços a hospitais com serviços oncológicos pediátricos”, da Operação Nariz Vermelho, é uma iniciativa que pretende contribuir para a humanização e melhoria da experiência de internamento e qualidade de vida das crianças durante a hospitalização de longa duração para tratamento de cancro. O projeto prevê visitas semanais regulares dos Doutores Palhaços, ao longo do ano, a todas as crianças e adolescentes internados nos 19 hospitais abrangidos pelo programa.

Já a Palhaços d’Opital foi pioneira na Europa a levar o trabalho e missão dos Doutores Palhaços a adultos e com foco nos idosos, em ambiente hospitalar. Tem como missão a valorização e a dignificação da pessoa mais velha. A equipa faz visitas semanais e regulares a oito hospitais parceiros: Unidade Local de Saúde de Matosinhos, IPO Coimbra, Centro Hospitalar Tondela Viseu, Hospital Distrital da Figueira da Foz, Centro Hospitalar do Baixo Vouga e Centro Hospitalar Universitário de São João, e é composta por artistas profissionais com experiência performativa e com formação específica na área do palhaço em ambiente hospitalar para realizar sempre o melhor trabalho artístico possível.

O projeto “Sol de Afectos”, da SOL – Associação de Apoio às Crianças Infetadas pelo VIH/SIDA, criado em 2020 para pais de crianças e jovens com VIH, tem como objetivo a criação de um espaço para os progenitores/cuidadores compartilharem as suas vivências, sejam elas em relação à doença dos seus filhos, tratamento, dificuldades e conquistas no processo de habilitação da criança, sendo este um momento de partilha entre pares e de entreajuda dos pais sobre como acompanharem os seus filhos na aceitação da sua doença.

A iniciativa “Unidade Móvel – Saúde de Proximidade”, da Liga dos Amigos do Centro de Saúde de Alfândega da Fé, pretende dar continuidade aos serviços de apoio e cuidado domiciliário desenvolvidos nas aldeias do concelho de Alfândega da Fé, direcionados para atividades instrumentais de vida diária que promovem o bem-estar biopsicossocial da pessoa idosa e combatem o isolamento e solidão, dando aos idosos ferramentas para que estes tenham uma maior qualidade de vida, a fim de se manterem nas suas casas o maior tempo possível.

Foi ainda premiado o “Projeto Casulo”, da Associação Calioásis – Centro de bem-estar para crianças, jovens e suas famílias afetados pelo cancro, que visa a criação de um jardim no internamento do serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital de Coimbra, com o objetivo de melhorar o bem-estar e a saúde física e mental das crianças, adolescentes e seus cuidadores ali internados. Um espaço de convívio para que os adolescentes, pais e mães ou outros cuidadores possam usufruir; e uma oportunidade para otimizar condições para a realização de ações de autocuidado, por exemplo, leitura, debates, cinema ao ar livre, yoga ou meditação.

Marta Gonzalez Casal, Diretora Geral da Teva Portugal explica que "com estes prémios queremos continuar a reconhecer o imenso trabalho realizado por profissionais de saúde, cuidadores e instituições que contribuem diariamente para a humanização dos cuidados de saúde e que promovem a qualidade de vida das pessoas que sofrem de uma doença. O nosso compromisso, além de produzir medicamentos, é dar visibilidade a iniciativas que nos inspiram com as suas ideias, esforço e dedicação. Estes prémios têm-nos permitido descobrir soluções absolutamente inovadoras e impactantes que nos emocionam todos os anos pelo seu espírito de altruísmo.”

A entrega dos Prémios Humanizar a Saúde decorreu no passado dia 28 de novembro, numa cerimónia no Centro Cultural de Belém, que contou com as presenças de António Marques Pinto, presidente da Associação de Jovens Médicos de Portugal, Ana Jorge, Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Ema Paulino, Presidente da Associação Nacional de Farmácias, Jorge Espírito Santo, em representação do bastonário da Ordem dos Médicos, José Vieira Gavino, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Ordem dos Farmacêuticos e Maria do Rosário Zincke dos Reis, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Plataforma Saúde em Diálogo.

 
Doenças do Movimento
Na idade pediátrica, a doença do movimento mais frequente é a perturbação de tiques, que inclui o Sí

Os tiques são involuntários, podendo ser motores ou vocais (ou fónicos). Os tiques motores são movimentos rápidos, recorrentes e não rítmicos. Os tiques vocais são sons ou palavras repetidas frequentemente, de forma incontrolável. Podem, ainda, ser classificados como simples, sem propósito e envolvendo apenas um grupo muscular ou parte do corpo, ou complexos, quando envolvem vários grupos musculares, coordenados e por vezes com um propósito.

Os tiques motores podem manifestar-se de várias formas, como, por exemplo, pestanejar, movimentar a cabeça, sacudir os braços, saltar, tocar em objetos ou pessoas, movimentar todo o corpo. Já os tiques vocais ou fónicos podem ser reconhecidos, por exemplo, ao limpar a garganta, dar estalinhos com a língua, fungar, grunhir, imitar sons de animais ou palavras ou frases inapropriadas ou fora de contexto.

Habitualmente, os tiques surgem entre os 4 e os 12 anos de idade, atingem uma maior gravidade na adolescência e podem ser transitórios (duração < 1 ano) ou evoluírem para a cronicidade (duração > 1 ano). Geralmente, os tiques motores e vocais mudam de frequência, evoluem em complexidade e podem intercalar entre períodos de maior ou menor intensidade. Os tiques vocais podem surgir cerca de 1 a 2 anos depois dos motores.

A presença de tiques motores e vocais crónicos caracteriza uma perturbação neurológica denominada por Síndrome de Gilles de la Tourette (SGT). Os sintomas surgem habitualmente entre os 5 e os 18 anos, são mais frequentes no sexo masculino, e existe uma história familiar de SGT em 10-15% das crianças.

O diagnóstico de tiques e SGT é realizado por um neuropediatra, que se baseia na história clínica fornecida pelos pais e na observação em consulta (embora as crianças possam suprimir os tiques quando se sentem observadas). Os exames complementares habitualmente não são necessários para o diagnóstico já que este se fundamenta em critérios clínicos, mas são solicitados nalguns doentes para exclusão de outras patologias neurológicas que podem apresentar-se com perturbações do movimento, nomeadamente tiques.

A avaliação e o diagnóstico são fundamentais para a exclusão das comorbilidades mais frequentemente associadas à perturbação de tiques (particularmente à SGT), nomeadamente a Perturbação de Défice de Atenção e Hiperatividade (PDAH), Perturbação Obsessiva-Compulsiva (POC), Perturbação do Espectro do Autismo (PEA), perturbação de sono, dificuldades específicas de aprendizagem, cefaleias, perturbações psiquiátricas como ansiedade e depressão.

A intervenção na perturbação de tiques envolve a presença de neurologistas, psicólogos, terapeutas e psiquiatras, e baseia-se na psicoeducação e nas terapias cognitivo-comportamentais (psicoterapia, treinos de relaxamento, hipnose, …). Ocasionalmente, pode ser necessária terapêutica farmacológica para controlar os tiques, mas esta decisão é sempre individualizada e tomada em conjunto com a família. Na verdade, a família é um elemento-chave na abordagem à perturbação de tiques, uma vez que existem algumas estratégias para aplicar na rotina diária da criança, que ajudam a diminuir a intensidade e a frequência dos tiques. Estas incluem:

  • aprender a reconhecer os tiques, as situações que os desencadeiam, evitando-as ou usando fatores distratores;
  • evitar situações de stress e ansiedade;
  • ter uma boa higiene do sono;
  • praticar exercício físico;
  • dedicar tempo a passatempos desportivos, musicais.

Relativamente ao prognóstico desta perturbação, a maioria das crianças com tiques motores simples têm uma diminuição dos sintomas por completo, já as crianças com SGT podem manter os sintomas na idade adulta. No entanto, e dependendo da gravidade dos sintomas, a maioria das pessoas com tiques motores consegue ter uma vida normal na sociedade.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
3º Encontro Internacional (Re)pensar o VIH e Sida
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC)/Centro Colaborador da Organização Mundial deSaúde (CCOMS) para a Prática...

Com início às 14h00 (sessão de abertura), começam por falar neste evento, em formato online, o Presidente da ESEnfC, António Fernando Amaral, a coordenadora do CCOMS para a Prática e Investigação em Enfermagem sediado na ESEnfC, Ananda Maria Fernandes, e a professora da ESEnfC, especialista em Saúde Pública, Aliete Cunha-Oliveira.

Seguem-se, até perto das 17h00, intervenções de especialistas em duas mesas-redondas subordinadas aostemas “Estado atual das IST” e   “Projetos comunitários”. 

Com este evento científico, a ESEnfC pretende envolver docentes, clínicos e estudantes, dando lugar a reflexões no âmbito da prevenção, investigação, clínica e intervenção comunitária, nos 42 anos da infeção VIH (1981-2023).

O Dia Mundial da Luta Contra a Sida, assinalado anualmente a 1 de dezembro, «é mais do que uma celebração das conquistas das comunidades, é um apelo à ação para capacitar e apoiar as comunidades nos seus papéis de liderança», afirma a organização deste encontro internacional. Que recorda que, «todos os dias, 3600 pessoas são infetadas pelo VIH (46% são adolescentes e mulheres)». 

De acordo com o Relatório Infeção por VIH em Portugal – 2023, apresentado há dias pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), os 804 novos casos de infeção por VIH registados em Portugal no ano passado vêm confirmar   uma tendência decrescente que se verifica desde 2000. 

Revela o documento que, entre 2013 e 2022, houve uma «redução de 56% no número de novos casos de infeção por VIH e de 74% em novos casos de Sida».

Em 2016, os estados-membros das Nações Unidas adotaram o compromisso para eliminação da epidemia de VIH até 2030.

Mais informações sobre o programa e os oradores deste encontro internacional estão disponíveis no sítio do evento na Internet, em http://www.esenfc.pt/event/RepensarVIHSida2023.

 
Entrevista | Dra. Maria José Rebocho, Cardiologista
“A Insuficiência cardíaca é uma doença grave e crónica, que ocorre quando o coração é incapaz de sup

A prevalência da Diabetes e da Insuficiência Cardíaca continuam a aumentar e sabe-se que ambas estão fortemente associadas. Os dados demonstram, aliás, que os doentes diabéticos correm um risco até 8 vezes maior de sofrerem de IC quando comparados com a população geral. O que explica esta relação

A Insuficiência cardíaca é uma complicação frequente da Diabetes, com uma prevalência até 22%, sendo 2-5 vezes mais frequente nos doentes com diabetes do que nos doentes sem diabetes. Pode desenvolver-se nos doentes diabéticos, mesmo na ausência de outros fatores de risco para IC, como a hipertensão arterial ou doença coronária. É, portanto, uma complicação grave na população diabética. 

A insuficiência cardíaca desenvolve-se no doente diabético por um mecanismo complexo, que envolve lesão nas artérias do coração (coronárias), com enfarte de miocárdio e lesão de pequenos vasos originando miocardiopatia. 

Para quem ainda desconhece, o que é a Insuficiência Cardíaca? Quais os sintomas ou sinais de alerta aos quais devemos estar atentos? 

A Insuficiência cardíaca é uma doença grave e crónica, que ocorre quando o coração é incapaz de suprir as necessidades, de nutrientes e oxigénio, para que o organismo funcione normalmente. Pode ser devido ao coração não conseguir bombear o sangue na quantidade necessária ou à existência de alteração no relaxamento do coração, levando à acumulação de líquido nos pulmões e noutras partes do corpo, como nas pernas e no abdómen. 

As causas mais frequentes da Insuficiência cardíaca são a doença das artérias coronárias (lesão grave após Enfarte de Miocárdio/ataque cardíaco) e a Hipertensão arterial não controlada e de longa duração, que leva primeiro a uma hipertrofia do músculo do ventrículo esquerdo e que, posteriormente, se dilata com deficiente capacidade de contração. 

Existem, ainda, outros fatores de risco, tais como colesterol elevado, tabagismo, diabetes, obesidade, sedentarismo, alcoolismo, história familiar de doença cardíaca ou mutações genéticas. 

Os principais sintomas são fadiga; cansaço extremo; falta de ar (dificuldade em respirar); inchaço (edema) dos membros inferiores e abdómen e taquicardia (pulso rápido). 

Relativamente aos fatores de risco associados, para além da diabetes, que outros fatores podem precipitar o desenvolvimento da Insuficiência Cardíaca? 

Os fatores de risco do doente diabético para o desenvolvimento da insuficiência cardíaca incluem o tempo de duração da diabetes e um mau controlo da glicemia; hipertensão arterial não controlada; valores elevados dos lípidos (colesterol e triglicéridos); excesso de peso/obesidade; doença isquémica cardíaca; alteração da função renal; e doença vascular periférica. O tabagismo, assim como o alcoolismo, são também fatores de risco. 

Como se trata a insuficiência Cardíaca? 

A adoção de estilos de vida saudáveis, tal como a prevenção dos fatores de risco, são fundamentais. Atualmente, existem medicamentos que, além de melhorarem os sintomas de IC com uma melhor qualidade de vida, também modificam o prognóstico da doença, com maior sobrevivência. Além da medicação, alguns doentes com IC têm indicação para implantação de dispositivos cardíacos (pacemakers, alguns com possibilidade de fazerem ressincronização e desfibrilhadores implantáveis), que também melhoram os sintomas e aumentam a sobrevivência dos doentes com IC. 

E como é controlada a diabetes num doente com IC? A medicação pode interferir com a evolução/prognóstico da doença, por exemplo? Quais os cuidados a ter quanto à terapêutica? 

Quanto melhor o doente diabético controlar a diabetes, menos complicações poderá vir a ter, relacionadas tanto com a diabetes como com a insuficiência cardíaca. 

Atualmente, existem fármacos que simultaneamente melhoram o controlo da diabetes e da insuficiência cardíaca. A não adesão à terapêutica é uma das principais causas de internamento destes doentes. 

Sendo diabético, que cuidados dever o doente ter para prevenir a Insuficiência Cardíaca? 

A resistência à Insulina é mais prevalente no doente com insuficiência cardíaca, pelo que é necessário um controlo rigoroso da glicemia, que se associa a uma redução das complicações, designadamente na incidência de insuficiência cardíaca. 

É fundamental também o controlo da hipertensão arterial, do colesterol e do peso. Fazer uma alimentação saudável e adequada à diabetes, bem como combater o sedentarismo são medidas fundamentais para diminuir as complicações. 

E no caso de já coexistirem ambas as patologias, como pode o doente melhorar a sua qualidade de vida? 

É fundamental que tenha um estilo de vida saudável, tanto na alimentação como no exercício físico. Mesmo com insuficiência cardíaca, deve sempre fazer exercício de acordo com as indicações médicas, sendo o caminhar diariamente o mais exequível. 

Nunca esquecer o cumprimento rigoroso da medicação, assim como o controlo da glicemia. 

Quais as complicações associadas a estas patologias? 

Existem complicações associadas à diabetes relacionadas com os pequenos vasos (microvasculares) que lesam as artérias da retina, dos rins e dos nervos periféricos. Mas as mais graves são as lesões das artérias do coração (coronárias) que podem causar enfarte de miocárdio, do cérebro com acidente vascular cerebral e doença arterial periférica. 

Relativamente a dados concretos, qual a prevalência da Insuficiência Cardíaca no nosso país e quais as estimativas para o futuro? 

A prevalência da insuficiência cardíaca em Portugal baseia-se no estudo EPICA, que já tem mais de 20 anos. De acordo com o estudo, calcula-se que existam cerca de 400 mil portugueses com IC. Aguardemos os resultados do estudo PORTHOS, que nos dará um número atualizado ao último censo e em que foram utilizados critérios de diagnóstico da IC de acordo com as mais recentes Guidelines Europeias. 

A prevalência da IC no futuro terá um aumento significativo devido ao envelhecimento da população portuguesa, à maior sobrevivência do Enfarte de Miocárdio e ao progressivo desenvolvimento de novas terapêuticas da própria IC, que levam a uma maior sobrevida destes doentes. 

Sabendo que IC é a terceira causa mais comum de hospitalização em Portugal, qual impacto económico estimado desta patologia no país? 

De acordo com um estudo de M. Gouveia publicado em 2019, a Insuficiência cardíaca tem um importante impacto económico atual, atingindo 2,6% do total das despesas públicas em saúde, em que os internamentos hospitalares contribuem em 39% desses gastos. A Insuficiência cardíaca é uma das principais causas de internamento na população com mais de 65 anos de idade. 

Para fazer face ao aumento estimado da prevalência da IC nos próximos anos, os responsáveis pelas políticas de saúde terão que estabelecer estratégias de prevenção, diagnóstico precoce da IC a ser efetuado nos Cuidados Primários e ao aumento do número de Clínicas de IC hospitalares com apoio de Hospital de Dia. 

Neste contexto, o diagnóstico precoce é fundamental, em que a realização de uma simples análise sanguínea (BNP/NT-proBNP) pode desempenhar um papel importante. Contudo, o que verificamos atualmente é que os médicos de família, em Portugal, ainda não têm acesso à sua prescrição, embora a utilização deste biomarcador já seja recomendada há mais de 10 anos pelas guidelines da Sociedade Europeia de Cardiologia. Aliás, a sua não comparticipação poderá ser um dos motivos do diagnóstico tardio da IC em Portugal. Um estudo econométrico concluiu também que a utilização do BNP/NT-proBNP possa gerar até 3 milhões de euros de poupança para o SNS caso possa ser disponibilizado nos Cuidados de Saúde Primários. 

No âmbito desta temática, que mensagem gostaria de deixar? 

  • O enfoque na prevenção de fatores de risco para as doenças cardiovasculares e para a diabetes. 
  • A adoção de estilos de vida saudáveis, alimentação e exercício físico, não esquecendo o combate ao consumo excessivo de álcool e ao tabagismo. 
  • A melhoria da Literacia em saúde para a população em geral, em particular nos jovens. 

 

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

Páginas