Declarações do Prof Luís Campos Pinheiro
Desde 2003, com a criação do movimento Movember - que fez de Novembro o mês consagrado à sensibilização e prevenção das doenças...

Em Portugal, de acordo com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, estima-se que anualmente surjam cerca de 6 759 novos casos de cancro da próstata. As estimativas indicam que, em 2040, esse número poderá ascender a 8 216, o que corresponderá a um aumento de 21,6%. Neste âmbito, o Movember incentiva à sensibilização para o cancro da próstata através de ações quotidianas, que promovam a deteção precoce e permitam o acesso atempado aos tratamentos mais avançados. 

O desenvolvimento e a introdução do sistema de cirurgia robótica da Vinci alteraram profundamente a abordagem do cancro da próstata, a nível mundial. O sistema robótico da Vinci permite que o cirurgião opere sentado numa consola, em ótimas condições ergonómicas, com recurso a uma visão 3D que aumenta até 10 vezes o campo operatório, com utilização de instrumentos articulados com 5400 de rotação, mais do que a mão humana, o que resulta numa maior precisão de qualquer movimento cirúrgico. Para além disso, eliminam tremores e movimentos involuntários das mãos do cirurgião. 

Os doentes que optam por se submeter a uma intervenção cirúrgica com esta tecnologia procuram não só vencer o cancro, mas também preservar a sua qualidade de vida.  “A prostatectomia radical deve ter como objetivo a cura oncológica, mas também a preservação funcional da continência urinária e da sexualidade. A cirurgia de prostatectomia radical para tratamento de carcinoma da próstata localizado exige enorme delicadeza e rigor, e a visibilidade e a precisão de gestos em cirurgia robótica são muito superiores aos obtidos na cirurgia clássica”, salienta o Prof. Luís Campos Pinheiro, Diretor de Área de Cirurgia e Responsável de Urologia do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC). 

Em relação aos resultados clínicos obtidos com este método, o Prof. Campos Pinheiro indica que: “A avaliação de um programa cirúrgico de prostatectomia radical depende dos resultados oncológicos, das taxas de continência urinária ou preservação da função sexual. Recentemente, avaliamos os nossos resultados que foram muito superiores nestas três dimensões à cirurgia laparoscópica ou aberta. Acho que podemos dizer que em doentes jovens podemos atingir taxas de satisfação sexual superiores a 70% e mais de 95% de continência urinária”. 

Globalmente, as tendências na cirurgia robótica apontam para uma utilização crescente e para a incorporação de maior evolução tecnológica, como a inteligência artificial e a realidade virtual e aumentada. Quando questionado sobre o futuro da cirurgia no cancro da próstata, o Prof. Luis Campos Pinheiro afirma: “Claramente que a cirurgia robótica, pelas suas vantagens, vai substituir rapidamente a cirurgia clássica ou laparoscópica. Os grandes hospitais privados, em Lisboa e Porto, e mesmo os hospitais públicos estão a iniciar os seus programas de cirurgia robótica, pelo que esta tecnologia está a ampliar-se e a generalizar-se pelo País. Não tenho dúvidas que a cirurgia oncológica da próstata será cada vez mais robótica”. 

Atualmente, existem mais de 135 sistemas robóticos da Vinci instalados em hospitais públicos e privados, na Península Ibérica.  Ao longo de 2022, em Portugal e Espanha, 50% das intervenções cirúrgicas com o sistema da Vinci foram realizadas por urologistas, em casos de patologias de próstata e rim. Entre os casos urológicos, 77% foram prostatectomias. Nos Estados Unidos, 88% das prostatectomias são realizadas através de cirurgia robótica assistida pelo sistema cirúrgico da Vinci. 

 

Alertam os veterinários
Na Semana Mundial da Consciencialização Antimicrobiana, que se assinala entre 18 e 24 de novembro, a AniCura, grupo de...

O combate à resistência antimicrobiana é uma prioridade para a AniCura. Apesar do seu papel fundamental no tratamento de determinadas infeções, o uso excessivo de antibióticos pode potenciar a resistência antimicrobiana e ameaçar tanto a saúde humana, como a saúde animal e o meio ambiente.  

“Na AniCura, ao tratarmos 4,5 milhões de pacientes por ano nos 15 países onde estamos presentes, temos uma grande responsabilidade, por isso, a redução da prescrição e o uso racional de antimicrobianos podem ter um impacto muito significativo na saúde. Continuaremos a medir o nosso impacto através dos estudos que realizamos anualmente”. refere Dr. José Gómez, Head of Medical da AniCura Ibéria. 

“Os antibióticos e outros antimicrobianos são considerados eficazes no tratamento de infeções e para impedir a propagação de doenças ou mesmo a morte causada por bactérias, vírus, fungos ou parasitas. Contudo, a sua utilização em excesso pode levar a que, no futuro, a resistência aos antibióticos e a medicamentos sem eficácia para tratar humanos e animais de estimação seja uma realidade”, lembra Myriam Gonçalves, médica veterinária e Head of Operations da AniCura Ibéria. 

Apesar dos progressos registados deste 2016, a AniCura reconhece que são necessários mais esforços para conseguir alcançar os objetivos impostos até 2030. “A sensibilização e o cumprimento das diretrizes sobre a utilização de antimicrobianos na AniCura devem ser enfatizados para garantir que, sempre que são prescritos antibióticos, o seu uso é justificado e necessário. Só através da educação contínua é possível alcançar bons resultados nesta área crítica”, acrescenta a responsável. 

Com o propósito de acelerar ainda mais estes esforços, a AniCura mantém diretrizes que abordam as indicações mais comuns de uso de antibióticos sistémicos. Estas diretrizes incluem, entre outras, a profilaxia antibiótica cirúrgica, infeções de feridas e abcessos, doenças gastrointestinais, infeções da pele, infeções do trato urinário, procedimentos dentários e doenças respiratórias inferiores e superiores. 

Para alcançar os objetivos definidos, as guidelines e procedimentos acerca do uso racional de antibióticos sistémicos estão em constante atualização e de acordo com a mais recente evidência científica, sendo este um dos pilares fundamentais do programa QualiCura, um projeto que pretende alcançar a excelência dos serviços prestados nos hospitais e clínicas AniCura. 

O Dr. José Gómez refere que “As avaliações periódicas realizadas através de inquéritos aos nossos associados possibilitam a recolha de uma quantidade significativa de dados que nos permitem manter na vanguarda neste âmbito. O uso de gel cromóforo ou outras técnicas como a pressão negativa para o tratamento de feridas é um procedimento comum nas nossas unidades, contando com especialistas de referência nesta área”. 

Para aumentar a sensibilização e combater o surgimento e a propagação de bactérias resistentes nos cuidados veterinários, a AniCura une-se à Campanha Global “World AMR Awareness Week”.  Para mais informação sobre os esforços da AniCura no que respeita à resistência antimicrobiana consulte: https://www.anicura.pt/antibioticos-veterinarios .

 

Em Coimbra
Decorre na próxima quarta-feira, pelas 16h00, a sessão pública de apresentação de trabalhos da 1ª edição dos Prémios L@bYRA –...

Lançados em 2023 com o objetivo de incentivar e reconhecer a investigação realizada pelos estudantes da ESTeSC-IPC, os prémios L@bYRA são abertos a todos os alunos finalistas de licenciatura e mestrado da Escola, sendo elegíveis a concurso os trabalhos realizados no âmbito da unidade curricular de Investigação Aplicada (licenciatura) ou tese (mestrado).

No palco do auditório António Arnaut, estarão, na próxima quarta-feira, os autores dos melhores trabalhos de cada curso no ano letivo 2022-23, tendo por base a classificação obtida. Estes 11 alunos (entretanto já diplomados) serão agora desafiados a fazer uma apresentação pública das suas investigações perante o júri do concurso, que elegerá os três vencedores dos L@bYRA – Young Research Award 2023. Os prémios – 500 euros para o primeiro classificado, 250 euros para os segundo e 100 euros para o terceiro – serão entregues em março, na cerimónia do Dia da ESTeSC.

“Estes prémios são o reconhecimento do mérito científico dos estudantes da ESTeSC-IPC, premiando trabalhos de investigação realizados em contexto de aprendizagem. A nossa expectativa é que estes prémios se constituam como um importante incentivo para alavancar a investigação aplicada nas áreas de ensino e investigação da ESTeSC-IPC, dando um relevante contributo para a consolidação da cultura científica na nossa comunidade académica” explica o vice-presidente da ESTeSC-IPC, Telmo Pereira.

O programa do evento está disponível aqui. A abertura da sessão estará a cargo do vice-presidente da ESTeSC-IPC, Telmo Pereira, e o encerramento será feito pelo presidente da Escola, Graciano Paulo.

Em Milão
Vencedores do InnoStars Awards, Orgavalue pretende eliminar listas de espera para transplantes com órgãos de bioengenharia...

No vibrante Distrito de Inovação de Milão (MIND), 40 start-ups europeias de ponta reuniram-se numa convergência única de três programas aceleradores de cuidados de saúde importantes na Europa do Sul, Central e Oriental. Com uma solução de bioengenharia promissora, a Orgavalue de Portugal ganhou os prestigiados prémios InnoStars, arrecadando 25.000€ em dinheiro inteligente, enquanto o 2.º lugar foi para a empresa portuense Beat Therapeutics. Para ilustrar o sucesso do ecossistema de inovação em saúde português, equipas do país conquistaram os três primeiros prémios da RIS Innovation Call, destinada a apoiar projetos locais de saúde na fase de prova de conceito. As Grandes Finais do EIT Health InnoStars não se limitaram a apresentar inovações pioneiras, mas também a estabelecer ligações com potencial a fim de transformar os cuidados de saúde em toda a Europa.

Para permitir que os europeus tenham uma vida mais longa e saudável, o EIT Health – parte do European Institute of Innovation and Technology (EIT), um órgão da União Europeia - oferece vários programas de criação de empresas para apoiar start-ups nas áreas de biotecnologia, saúde digital, tecnologia médica e terapêutica na Europa. Estas iniciativas atendem às necessidades de start-ups em diferentes estágios de desenvolvimento – desde equipas em início de jornada até empresas estabelecidas que procuram investimento adicional.

Pela primeira vez, as finais de três programas-chave de criação de empresas: RIS Innovation Call, InnoStars Awards e Attract to Invest – adaptados para start-ups na Europa do Sul, Central e Oriental e operados pela EIT Health InnoStars – reuniram em novembro no Distrito de Inovação de Milão (MIND). Este evento, coorganizado pelo principal parceiro do EIT Health InnoStars, Synlab Italia, reuniu 40 startups promissoras no centro de inovação em saúde da Itália, capacitando-as a criar conexões significativas e a avançar suas soluções para o próximo nível.

Órgãos de bioengenharia e novas terapias contra o cancro

Um dos três programas, InnoStars Awards, foi concebido para apoiar start-ups em fase inicial na sua transição de protótipos/MVPs para produtos prontos para o mercado. Nos últimos oito anos, mais de 100 start-ups participaram nesta competição e mais de metade lançaram com sucesso os seus produtos no mercado. Este ano, o júri atribuiu o 1º lugar nos Prémios InnoStars à Orgavalue entre os 10 finalistas.

Fundada por estudantes de medicina no Porto, a missão da Orgavalue é eliminar as listas de espera para transplante de órgãos. A empresa está a desenvolver um método único para a bioengenharia de órgãos humanos personalizados, descelularizando órgãos do doador e, em seguida, recelularizando a estrutura com células derivadas de pacientes. Isso poderia ajudar a reduzir o risco de rejeição do órgão transplantado e eliminar os resíduos de órgãos. O seu objetivo é chegar ao mercado até 2028, focando-se inicialmente nos transplantes de fígado, representando uma oportunidade de mercado de 8,8 mil milhões de euros.

“Apesar do progresso nas terapias médicas, a OMS estima que apenas 10% da necessidade mundial de transplante de órgãos está a ser satisfeita. Na UE, 40 pessoas morrem todos os dias devido a, e a cada 9 minutos uma pessoa é adicionada à lista de espera para transplante de órgãos, o que pretendemos eliminar”, afirmou o CEO e Fundador da Orgavalue, Rodrigo Val d’Oleiros e Silva. “Gostaria de agradecer a toda a minha equipa, bem como ao EIT Health InnoStars – ficámos em 2º lugar na Grande Final do EIT Jumpstarter do ano passado, um programa fundamental para pessoas com ideias inovadoras. Agora avançamos para o próximo nível, o que é uma prova do valor dos esforços do EIT Health e do seu apoio às empresas ao longo de toda a jornada de inovação.”

O segundo lugar nos Prémios InnoStars também foi para uma empresa portuguesa. Vinda do Porto, a BEAT Therapeutics está a abordar a profunda falta de opções de tratamento eficazes que afetam 1,7 milhões de novos pacientes diagnosticados todos os anos com cancros difíceis de tratar. A equipa desenvolveu e patenteou um novo agente antitumoral, BBIT20, que interrompe uma via vital nas células cancerígenas e inibe a reparação do seu DNA. Em modelos pré-clínicos, o BBIT20 apresenta eficácia 4 a 20 vezes maior em relação à quimioterapia e terapias direcionadas, com doses menores e perfil de segurança comprovado.

Mais histórias de sucesso ibéricas

O terceiro lugar foi para a empresa espanhola D-Sight, que desenvolveu uma nova abordagem terapêutica para as fases iniciais da retinopatia diabética (ESDR). Esta condição é a complicação mais comum do diabetes e a principal causa evitável de deficiência visual e cegueira na população em idade ativa em todo o mundo. Atualmente não existem tratamentos para ESDR, e os tratamentos para estágios avançados da doença são invasivos e apresentam diversos efeitos adversos. A solução da D-Sight, a administração de colírios de sitagliptina, promete uma opção de tratamento segura e económica.

As três melhores equipas receberam prémios de 25.000€, 15.000€ e 10.000€, respetivamente. Além disso, fazer parte da comunidade EIT Health oferece aos vencedores oportunidades de networking com os seus parceiros, prestadores de cuidados de saúde e investidores.

Durante a Grande Final em Milão, três outras start-ups obtiveram o reconhecimento dos respetivos júris. Os três primeiros lugares no RIS Innovation Call, que se destina a projetos locais de saúde para iniciarem as suas jornadas de inovação na fase de prova de conceito, foram garantidos por mais três start-ups portuguesas.

• O primeiro lugar foi para a Gotech, uma equipa que desenvolve a primeira tampa de cateter totalmente integrada e ativada por luz de grafeno (Gocap) que previne continuamente infeções em pacientes em diálise.

• A equipe por trás do Bactometer, um dispositivo magnético portátil para deteção e identificação rápida, precisa e económica de patógenos, garantiu o 2º lugar.

• O último lugar no pódio foi ocupado pela Orgacancer, uma spin-off da Orgavalue, que trabalha em microdispositivos que recapitulam as estruturas de órgãos humanos vivos para promover modelos de doenças para o cancro e a regeneração.

Encontro de mentes em Milão

Na competição Attract to Invest, voltada para empresas mais maduras e com produtos já presentes no mercado, que procuram capital adicional, a MEBSTER saiu vitoriosa. A empresa checa está a desenvolver uma plataforma inovadora de exoesqueleto passivo, que permite a pessoas com deficiências nos membros inferiores, especialmente devido a lesões na medula espinal, voltarem a andar.

Para enfatizar a força do networking, os participantes do evento tiveram a oportunidade de votar nas suas startups favoritas e, coletivamente, optaram por conceder o InnoStars Community Award à equipa romena por trás do MoodZ, uma aplicação de smartwatch para melhorar a saúde mental interrompendo o sono REM. através de vibrações, conhecidas por reduzir transtornos de humor.

“A edição de 2023 da Grande Final InnoStars foi uma verdadeira celebração da sinergia empresarial e da inovação sem limites”, afirma Mónika Tóth, diretora do programa Regional Innovation Scheme (RIS) do EIT Health InnoStars. “Como EIT Health InnoStars, estamos entusiasmados por fazer parte da jornada dessas start-ups extremamente talentosas e serem reconhecidas por fazerem parte de nossa vasta comunidade de inovadores. Fazer conexões é tudo o que o EIT Health representa. Nos últimos quatro anos, recebemos mais de 1.000 candidaturas elegíveis para os nossos programas de criação de empresas e apoiamos cerca de 190 start-ups, que reuniram cerca de 40 milhões de euros de investimento externo e subvenções. Estamos confiantes de que os vencedores da edição deste ano irão aproveitar bastante bem o poder da rede.”

Para permitir ainda mais ligações, foi também organizado um Fórum de Investidores, onde representantes de empresas de capital de risco e investidores anjos partilharam alguma luz sobre os factores humanos que procuram nos fundadores de start-ups, para além dos simples números. A edição de Milão do i-Days, uma série de hackathons realizados em toda a Europa, onde os estudantes abordaram desafios de saúde da vida real, melhorou a atmosfera colaborativa. No evento organizado pela Synlab, um parceiro central do EIT Health em Itália, os alunos foram incumbidos de desenvolver ideias para tornar os serviços de saúde mais acessíveis, eficientes e eficazes através da tecnologia nas cidades do futuro.

Portugal com ACNUR revela
Mais de 23 milhões de pessoas refugiadas vivem numa situação de deslocação forçada há 5 anos, ou mais, e estima-se que entre...

Para 67% das pessoas que são obrigadas a fugir das suas casas e das vidas que construíram, vítimas de violência, conflitos, perseguição, violações de direitos humanos e/ou dos efeitos das alterações climáticas, ser deslocado não é uma situação passageira, mas sim duradoura, que se pode prolongar por décadas ou até mesmo gerações completas. Mais de 23 milhões de pessoas refugiadas no mundo inteiro vivem atualmente numa situação de deslocação forçada há 5 ou mais anos. Algumas das situações mais preocupantes situam-se no Afeganistão, Síria, Sudão do Sul, Mianmar, Somália, Sudão, República Democrática do Congo, Burundi, Eritreia e República Centro-Africana.

Uma realidade para a qual a Portugal com ACNUR, parceiro nacional da Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR), quer chamar a atenção com a sua nova campanha “Não é uma fase, é uma vida”. “É um apelo à consciência sobre a realidade destes mais de 23 milhões de pessoas refugiadas”, começa por explicar Joana Feliciano, Responsável de Marketing e Comunicação da Organização. “Damos-lhes um rosto com a história do Ivan, que é baseada em factos reais, e usamos esta campanha como um eco dos muitos desafios que enfrentam: nove Natais de temporariedade, longe dos pais, filhos e da sua casa originária”, acrescenta.

As crianças são precisamente das gerações mais afetadas por esta situação prolongada de deslocação forçada. De acordo com o ACNUR, só entre 2018 e 2022, foram contabilizados 1.9 milhões de crianças nascidas com o estatuto de refugiadas e, em média, nasceram anualmente 385 mil crianças já nesta situação. É o caso de Abbas Balkhi, um refugiado afegão de 31 anos cuja família fugiu para o Irão há 37 anos, país onde nasceu e vive desde sempre como refugiado.

Mesmo não nascendo como refugiadas, existem crianças que são obrigadas a fugir ainda pequenas e acabam a viver toda a sua infância e adolescência neste contexto, como Naamat, uma menina refugiada de 11 anos cuja família fugiu de Homs, na Síria, para a Jordânia há 7 anos. “Eu tenho 11 anos, mas sinto-me como se tivesse 100”, conta a menina que foi forçada a fugir do seu país com apenas 4 anos e cujas primeiras memórias são moldadas pela guerra. “Perdi parte da minha infância, mas encontrei o resto na educação e na vontade de construir um futuro para mim. Não, não vou desesperar", afirma Naamat com um tom determinado.

Com os constantes novos recordes do número total de pessoas forçadas a fugir – os dados mais recentes já reportavam 114 milhões de pessoas – e o agravar dos conflitos mundiais, é expectável que sejam cada vez mais as crianças na situação do Abbas ou da Naamat. No final de 2022, já se contabilizavam mais 7.1 milhões de pessoas nesta situação de deslocação prolongada do que no ano anterior e, apenas durante o primeiro semestre deste ano, somaram-se mais meio milhão de pessoas.

A Agência da ONU para os Refugiados aponta também para a existência de 59 situações de deslocação forçada prolongada – definição utilizada para situações em que mais de 25 mil refugiados do mesmo país de origem estiveram exilados num determinado país de acolhimento de baixo ou médio rendimento durante pelo menos cinco anos consecutivos – distribuídas por 37 países de acolhimento. Enquanto algumas destas são recentes, como a dos refugiados venezuelanos na Colômbia, os refugiados congoleses no Quénia ou os refugiados somalis no Uganda, outras prolongam-se há já várias décadas, nomeadamente a dos refugiados somalis no Quénia e a dos refugiados afegãos, uma das maiores e mais prolongadas situações de deslocação sob o mandato do ACNUR e que originou já três gerações de crianças afegãs nascidas no exílio.

Campanha “Não é uma fase, é uma vida” quer ajudar o ACNUR a promover soluções a longo prazo

Os refugiados encurralados nestas situações enfrentam frequentemente desafios acrescidos em matéria de proteção e de restrições aos seus direitos básicos. Podem ser privados da liberdade de circulação, de um emprego legal, do acesso à propriedade e aos sistemas de justiça. No caso das crianças, veem-se muitas vezes impedidas de frequentar a escola, sendo o seu acesso à educação limitado ou até mesmo nulo. Esta falta de oportunidades económicas pode obrigar as famílias deslocadas a recorrer a mecanismos de sobrevivência perigosos, com as mulheres e as crianças a serem particularmente vulneráveis ao casamento precoce, ao trabalho infantil e ao tráfico sexual.

É, por isso, essencial para o ACNUR e os seus parceiros nacionais garantir que são encontradas soluções duradouras para estas pessoas, que lhes permitam reconstruir as suas vidas com dignidade. A Responsável de Marketing e Comunicação da Portugal com ACNUR explica que, no caso das situações prolongadas, o trabalho do ACNUR “vai além da resposta de emergência para garantir que as pessoas deslocadas são protegidas e respeitadas em todas as fases do seu exílio. O que inclui operações que vão desde o reforço dos abrigos e das infraestruturas locais à melhoria dos serviços básicos - como água, saúde e educação -, realização de programas de formação de competências, aumento das oportunidades de subsistência e promoção da integração nas comunidades locais”.

Para isso a solidariedade de pessoas e empresas é essencial. “Esta solidariedade que nasce da sinergia entre vários atores da sociedade reforça e permite-nos garantir a continuidade da resposta humanitária que é vital no terreno”, afirma a Responsável de Marketing e Comunicação da Portugal com ACNUR, terminando com um forte apelo a quem puder contribuir para estas emergências: “Apelamos a todos que se unam a esta campanha para que juntos possamos continuar a ser a força que impulsiona a esperança e reconstrói vidas”.

Subfinanciamento das emergências é a principal ameaça à intervenção do ACNUR

O contexto mundial exige uma urgência e necessidade cada vez maiores das intervenções do ACNUR. No entanto, estamos perante crises que duram cada vez mais tempo e é necessário concentrar a atenção em soluções a longo prazo, reconhecer que as situações de emergência são mais prolongadas e complexas, pelo que a assistência prestada deve adaptar-se. Todos estes fatores estão a colocar o sistema de proteção das pessoas que foram forçadas a fugir do ACNUR sob uma pressão sem precedentes. As necessidades de financiamento estão a superar em larga escala os valores dos últimos anos, mas o apoio que chega à Agência da ONU para os Refugiados não está a acompanhar esta tendência, o que coloca as respostas de emergência da Organização numa situação muito complexa.

Com emergências subfinanciadas, o trabalho do ACNUR no terreno fica posto em causa e as implicações para as populações são devastadoras, já que em muitos países representa uma ameaça contínua à vida, à dignidade e à esperança de prestar a mais elementar assistência e proteção. “Os fundos são limitados, particularmente se considerarmos todas as emergências humanitárias que existem no mundo, a sua durabilidade e complexidade”, declara Joana Feliciano, afirmando ainda que “os agentes humanitários estão a fazer o melhor que podem, mas com recursos extremamente insuficientes para assistir, proteger e capacitar as pessoas deslocadas à força. A realidade do mundo atual é que há mais necessidades humanitárias do que recursos humanitários disponíveis”.

Na ausência de um reforço do financiamento para dar resposta a estas crescentes necessidades humanitárias, a Portugal com ACNUR apresenta um retrato dramático da situação: “com uma redução prevista de mil milhões de dólares de financiamento, o ACNUR terá de tomar decisões impossíveis com consequências terríveis”. Por isso, “qualquer contributo que nos chegue hoje pode fazer uma grande diferença que salvará as vidas de milhões de pessoas que vivem em condições vulneráveis”, conclui.

Semana Mundial da Consciencialização dos Antimicrobianos
No seguimento de campanhas anteriores em que teve como o foco o adulto, este ano, a Pfizer põe os olhos no futuro. Para...

O consumo inapropriado de antibióticos é apontado, um pouco por todo o mundo, como um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento de bactérias resistentes.

Portugal regista, atualmente, uma das mais elevadas taxas de infeções hospitalares da União Europeia. Prevê-se que o consumo inapropriado de antibióticos venha a agravar de forma irreversível os problemas relacionados com o desenvolvimento de bactérias resistentes. Num futuro não tão distante, já em 2050, a resistência aos antibióticos pode ser responsável por um número de mortes superior ao do cancro, afetando pessoas de todas as idades, com consequências graves para a sociedade e para o ambiente.

“Enquanto cidadãos, e enquanto elementos ativos da indústria farmacêutica, não podemos, nem devemos, ficar de braços cruzados. É imperativo implementar estratégias concretas que nos permitam alterar estas previsões”, explica Paulo Teixeira, Diretor Geral da Pfizer Portugal. “No seguimento de campanhas anteriores em que a aposta se focou num segmento mais adulto, este ano voltámo-nos para o futuro. A pensar nos mais novos, lançámos o livro ‘O mundo microscópico do Martim’, onde poderão ficar a saber mais sobre antibióticos, receber dicas importantes e descobrir alguns factos fascinantes”.

De autoria de Marta Maroto Díaz, ‘O mundo microscópico do Martim’, é uma história que tem como objetivo a partilha de conhecimento e informação importante sobre as bactérias e a sua relação com a saúde humana. Se não teve acesso ao exemplar físico, temos boas notícias: pode descarregá-lo de forma totalmente gratuita aqui.

“Na Pfizer, acreditamos que a promoção da literacia em saúde é essencial para prevenir doenças e condições. É fundamental que todos nós, doentes, profissionais de saúde e a comunidade em geral, entendamos a importância de utilizar os antibióticos de forma responsável e segura. E quem melhor que as crianças para nos ajudar nessa sensibilização?”, Susana Castro Marques, Diretora Médica da Pfizer Portugal

A promoção da literacia em saúde não é novidade na Pfizer e é transversal a todas as suas áreas de atividade. Para a companhia, estas atividades devem focar-se em todos os grupos etários para que, dotada de conhecimento, cada pessoa possa tomar as melhores decisões de saúde e assim contribuir para o bem-estar de todos, enquanto sociedade. 

17 de novembro | Dia Mundial do Combate ao Cancro da Próstata
O cancro da próstata é o tumor maligno mais frequente e a terceira causa de morte por cancro no homem. Em Portugal, estimam-se...

A 17 de novembro assinala-se o Dia Mundial do Combate ao Cancro da Próstata, um dos tumores mais frequentes em indivíduos do sexo masculino, sendo considerado a segunda causa de morte oncológica mais comum desta população. O Instituto da Próstata estima que em Portugal são diagnosticados entre 5.000 a 6.000 novos casos de cancro da próstata por ano, o equivalente a 21% de todos os tumores no homem. Em média, um em cada seis homens será diagnosticado com cancro da próstata ao longo da sua vida. Estes números são considerados muito elevados e podem ser facilmente controlados com uma prevenção eficaz e um diagnóstico precoce. O diagnóstico precoce é, por isso, essencial para aumentar a probabilidade de sucesso do tratamento.

Apesar de ser o tumor maligno mais frequente nos homens, o cancro da próstata é uma doença geralmente silenciosa, de evolução lenta e assintomática (sem sintomas), na qual, o aparecimento de sintomas pode ser sinal de doença avançada. Detetá-lo numa fase precoce é essencial, pois permite tratar com uma taxa de cura muito elevada. As diretrizes da Associação Europeia de Urologia (EAU) referem que deve ser feita a realização de um exame digital (com palpação da próstata através de toque retal) e de uma análise sanguínea a um marcador, o PSA (Antígeno Específico da Próstata) a todos os homens com mais de 50 anos ou a partir dos 45 anos quando há histórico familiar de cancro da próstata. Há ainda que estar atento aos níveis de testosterona, pois esta hormona é responsável pela degeneração e multiplicação das células da próstata. Com estes exames é possível detetar-se a doença antes do aparecimento dos sintomas, pois ao contrário do cancro da mama, não existe um rastreio de rotina do cancro da próstata para identificar os homens que estão em risco. Como em todas as doenças oncológicas, o diagnóstico precoce é fundamental para melhores resultados do tratamento, melhor e maior sobrevivência e menor probabilidade de morte.

José Graça, atual Vice-presidente da Associação Portuguesa de Doentes da Próstata (APDP), um homem de 64 anos, a residir em Lisboa. Começou a ser seguido regularmente por um Urologista em virtude dos níveis de Antigénio Específico da Próstata (PSA) terem começado a aumentar e a preocupá-lo. Após vários exames para despistar outras possíveis patologias da próstata, e com o PSA a atingir níveis elevados, fez uma ressonância magnética que levantou algumas suspeitas, confirmadas posteriormente por uma biópsia, pelo que em Julho de 2014 entrou para as estatísticas dos 5.000 a 6.000 mil novos casos de cancro da próstata diagnosticados em Portugal. Foi operado em setembro de 2014, e hoje faz uma vida completamente normal, sendo apenas sujeito à habitual vigilância médica.

Para José Graça “os dados que temos sobre a incidência do cancro da próstata em Portugal são preocupantes, mas o que nos deixa ainda mais alarmados é este ser um cancro com um estigma muito elevado associado, que por vezes acaba por levar a um diagnóstico tardio da doença. Todas as pessoas com quem conversei e a quem recomendei ir ao médico de família ou ao urologista para a realização de exames periódicos, e que acabaram por ser diagnosticados com cancro da próstata numa fase inicial, praticamente não apresentaram os sintomas habituais”.

Para acabar com o preconceito, a despistagem ao PSA deveria de fazer parte de qualquer rol de análises de rotina aos homens com mais de 50 anos, semelhante ao rastreio do cancro da mama para mulheres. O rastreio é o primeiro e mais simples passo para o diagnóstico do cancro da próstata e acho [surpreendente] que ainda não o façamos”, defende o vice-presidente da APDP. “A Recomendação 2003/878/CE do Conselho da União Europeia estabelece recomendações para o rastreio do cancro na União. A recomendação incentiva os Estados-Membros da UE (União Europeia) a implementarem programas de rastreio populacional com garantias de qualidade e isso é fundamental para melhorar o rastreio do cancro e garantir que a grande maioria das pessoas das faixas etárias visadas, de todos os grupos socioeconómicos e ao nível de todo o território, tenham acesso a uma campanha de rastreio. Infelizmente esta diretiva ainda não foi implementada em Portugal, o que permitiria salvar muitas vidas e reduzir os custos associados ao tratamento do Cancro da Próstata”, conclui José Graça.

O cancro da próstata é um processo de crescimento anormal e desorganizado de algumas células desta glândula do sistema reprodutor masculino, que nas situações onde o diagnóstico ou o tratamento se atrasam levam a uma proliferação descontrolada da patologia. Na maioria dos casos o tumor caracteriza-se pela sua lenta evolução e apresenta um comportamento assintomático. O tipo e intensidade das queixas dependem do estádio da doença. Quando o tumor metastiza, ou seja, ultrapassa os limites da próstata e afeta outros órgãos, podem existir sintomas diferentes e não relacionados com o aparelho urinário. Os locais de metastização mais comuns são os gânglios linfáticos e o osso.

Quanto mais precoce o cancro for detetado, melhores os resultados. As opções de tratamento do cancro da próstata são, regra geral, acompanhadas de questões e preocupações, que não assumem o mesmo protagonismo noutros procedimentos cirúrgicos. Existe, portanto, um grande misticismo associado à cirurgia prostática, sendo a disfunção erétil e a incontinência urinária as principais angústias dos indivíduos, levando muitas vezes a um atraso na procura de ajuda.

Tendo isto em conta, os seus sintomas podem demorar anos até se manifestarem. De qualquer forma, os sintomas associados a alguns casos de cancro da próstata podem estar relacionados com a obstrução criada pela própria glândula:

·        Dificuldade em urinar;

·        Aumento da frequência em urinar, especialmente durante a noite;

·        Urinar em pequenas quantidades;

·        Sentir dor pélvica ou ter incontinência urinária;

·        Sangue na urina/sémen.

Os hábitos alimentares, como o consumo de álcool, exposição ocupacional a produtos tóxicos, comportamento sexual, exposição a testosterona, obesidade e inflamação crónica são habitualmente apontados como sendo eventuais fatores de risco para o desenvolvimento da patologia. O cancro da próstata tem um impacto considerável na qualidade de vida dos doentes, sendo a disfunção urinária, a disfunção sexual e o desequilíbrio da saúde mental as áreas mais afetadas.

Apesar de não se ter demonstrado que o rastreio consiga aumentar o tempo de sobrevida, o resultado de um cancro da próstata diagnosticado numa fase precoce é significativamente melhor do que num estadio mais avançado. O principal objetivo do diagnóstico precoce consiste na identificação das pessoas com cancro clinicamente significativo e localizado, de forma a possibilitar a realização de tratamentos potencialmente eficazes e curativos. Detetar o cancro da próstata numa fase precoce permite tratar com uma taxa de cura que pode ser superior a 95%.

O cancro da próstata atinge todas as faixas etárias, mas nos últimos anos tem aumentado de forma significativa nos grupos mais jovens. A sobrevivência estimada ao fim de 5 anos após o diagnóstico é praticamente 100%.

22 a 24 de novembro | Lisboa
Instituto Português de Reumatologia destaca como temas principais: a fragilidade óssea, os desafios do envelhecimento e as...

O Instituto Português de Reumatologia realiza entre os dias 22 e 24 de novembro, na Faculdade de Medicina Dentária em Lisboa, as XXXI Jornadas Internacionais do Instituto Português de Reumatologia que trazem à discussão a abordagem do doente reumático real em todas as suas vertentes e o impacto social e humano destas doenças. Com interesse comprovado pelo número de edições que soma, esta iniciativa vai marcar a comunidade médica ao colaborar na gestão de doentes cada vez mais complexos.

Nas jornadas deste ano as temáticas em foco são a fragilidade óssea, nomeadamente o tratamento e prevenção, as doenças microcristalinas revisitadas, os desafios do envelhecimento, as comorbidades no doente reumático e a inflamação. Esta é uma nova oportunidade de reflexão sobre a experiência acumulada no seguimento dos doentes reumáticos, bem como na formação de médicos das diversas especialidades e de profissionais de saúde.

Dado o sucesso passado do Rheuma STAR Course, no dia que antecede as Jornadas, regressa a 2.ª edição deste curso de e para internos de Reumatologia e de outras especialidades, intitulado Rheumatology Systematic Trainning Aiming Residents Course.

Mundialmente, existem mais de 100 doenças reumáticas identificadas, todas elas com diferentes características e graus de gravidade sendo que o mais recente Estudo Epidemiológico de Doenças Reumáticas em Portugal (EpiReumaPt) mostrou que cerca de metade dos portugueses sofre de, pelo menos, uma doença reumática: o principal motivo de consultas no médico de família por indivíduos maiores de 50 anos.

A comemorar 75 anos, desde o início que o IPR  tem na educação médica pré e pós-graduada um dos seus pilares fundamentais em prol da melhoria do seguimento dos doentes e, como afirma o presidente desta instituição, Augusto Faustino: «Na celebração dos 75 anos do IPR, é importante reforçar o compromisso do Instituto Português de Reumatologia e das suas Jornadas para que se mantenham como um espaço comum de partilha e de formação, onde iremos desenvolver um programa diversificado e com muitos pontos de interesse para a prática clínica diária.»

A comissão organizadora, orientada por Luís Miranda, garante um «programa focado na prática clínica e nas necessidades sentidas por todos nós, na atualização de uma área, cada vez mais em acelerado estado de conhecimento inovador.»

As inscrições encerram no dia 21 de novembro, sendo que os profissionais de saúde que pretendam garantir a sua presença devem registar a sua inscrição em https://reumatologia.pt , website oficial do evento onde pode ser consultada mais informação de relevo, e o programa consultado aqui.

18 de novembro | Dia Europeu do Antibiótico
Henedina Antunes, pediatra e investigadora do Life and Health Sciences Research Institute, da Universidade do Minho, alerta que...

Em vésperas de mais um Dia Europeu do Antibiótico, que se assinala este sábado, para chamar a atenção para a consciencialização do uso responsável dos antibióticos, Henedina Antunes, pediatra no Hospital de Braga e professora de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade do Minho, alerta que  “há uma prescrição excessiva de antibióticos nas crianças em todo o país” e deixa recomendações sobre a utilização deste tipo de medicamento, que pode ter impactos negativos e irreversíveis na saúde a longo prazo. 

“Nas crianças não é apenas nos cuidados de saúde primários e nas urgências hospitalares. É na observação de qualquer criança, no público ou no privado, em consultas ou no internamento, predominantemente, se a observação for de criança com febre. Mas é preciso sublinhar que esta é uma realidade que acontece também na Europa e no mundo. Apesar de tudo, considero que Portugal, neste aspeto, tem vindo a melhorar, e é um dos países com melhor tratamento em saúde”, refere a especialista, que é ainda investigadora no Life and Health Sciences Research Institute, da Universidade do Minho. 

Henedina Antunes explica que “a maioria das infeções nas crianças são de etiologia vírica, ou seja, são infeções provocadas por vírus, por isso, a maioria das febres/infeções na criança não precisa de antibiótico”. Na sua opinião, se a criança tiver febre, 38,5º C ou febre elevada, 40º C, e tiver menos de três meses, não tiver rinorreia (congestão nasal) ou outros sinais de vírus, deve colher análises para não lhe ser dado antibiótico sem necessidade, porque altera a microbiota intestinal e pode determinar risco acrescido de doenças na sua vida futura. 

Além disso, o uso de antibióticos, mesmo quando é necessário e prescrito na dose correta pelo médico, pode ter como efeito secundário indesejado a diarreia na criança, pelo que é recomendado associar um probiótico com estirpes resistentes ao tratamento com antibiótico, para prevenir o aparecimento da diarreia ou para melhorar caso esteja já com diarreia pós-antibiótico, para apoiar a recuperação da microbiota intestinal. 

Refere ainda que, em caso de gastrenterite aguda não deve ser dado antibiótico, a não ser que seja causada pela bactéria Campylobacter jejuni, acompanhada de diarreia com sangue, que pode, excecionalmente, precisar desta terapêutica. “Na minha longa vida clínica só por duas vezes precisei dar antibiótico a gastrenterite aguda bacteriana”, frisa a médica. E acrescenta: antibiótico apenas se Streptococus positivo, em pedido de zaragatoa da orofaringe em clínica de amigdalite aguda. Clarifica que, se a criança tiver febre e na colheita de sangue tiver leucocitose com neutrofilia e proteína C reativa elevada, “o médico deve verificar se é uma amigdalite bacteriana, otite bacteriana, uma infeção urinária, uma pneumonia, uma sépsis, uma meningite bacteriana e, nesse caso, precisa de antibiótico”. 

O inverno é a altura do ano em que há mais procura de assistência para doenças associadas ao frio, como constipações, gripes, faringites, laringites ou bronquiolites. Pode haver a tentação de reagir por excesso ou por pressão dos pais. No entanto, Henedina Antunes afirma que “os pais estão agora mais informados e que muitos já preferem que os médicos indiquem o paracetamol para baixar a febre em vez de antibiótico”. Além disso, frisa que “o antibiótico não baixa a febre de infeções víricas”. A seu ver, a utilização de antibiótico sem análises, para proteção do risco do médico, não é a prática comum no Serviço Nacional de Saúde. “Já segui crianças durante anos que não fizeram nenhum antibiótico, desde o nascimento até terminar a adolescência, ou apenas uma vez, por amigdalite bacteriana”, revela. 

A especialista alerta que o uso de antibioticoterapia sem necessidade “coloca em risco o planeta e a disponibilidade de antibióticos para infeções bacterianas graves”, criando resistência ao antibiótico. Explica que o uso inadequado também se associa ao aumento de problemas do aparelho digestivo e a doenças autoimunes e/ou alérgicas ou obesidade, devido a alterações na microbiota intestinal. 

Tirar as crianças da “redoma de vidro” 

“Costumo dizer que se fosse ministra da saúde, punha terra com plantas em todos os infantários do país, e esta afirmação tem tudo a ver com a microbiota. A Pediatria tem de usar o conhecimento preventivo da saúde das crianças para que elas possam viver até aos 100 anos com qualidade de vida. Comer comida não processada, lavar as mãos, não estar numa redoma de vidro, ou seja, ter contacto com outras crianças e com a natureza. Ter vitamina D (30 minutos, duas vezes por semana de sol na pele), fazer duas porções de cálcio do primeiro ano de vida até aos 8 anos, e três porções de cálcio dos oito aos 28 anos – 1 copo de 200 ml de leite=1 iogurte=20/30g de queijo. Porquê? A prevenção da osteoporose faz-se na pediatria!”, alerta a médica. 

Henedina Antunes salienta que “as mães que amamentam os filhos exclusivamente, até aos 6 meses de vida, estão a dar uma herança em saúde”, e acrescenta, em tom de brincadeira, que “a herança monetária vai ser dada pelo pai." 

A médica lembra que existem estudos que mostram como a utilização inadequada e abusiva dos antibióticos pode ser prejudicial a médio e longo prazo. “Um estudo multicêntrico do Minho revelou uma prevalência de doença inflamatória intestinal em pediatria sete vezes mais elevada. O uso excessivo de antibióticos, sobretudo em recém-nascidos e lactentes pode ser uma das causas deste aumento. Acrescenta que esta subida está ligada não só ao uso incorreto de antibióticos, como ao consumo de comida processada, às brincadeiras com computadores ou telemóveis em casa, em detrimento do contacto com a natureza, o que favorece outras doenças, como as autoimunes, alérgicas e a obesidade, por alteração da microbiota intestinal”. Acrescenta que ainda que, na pandemia o uso de máscara fez baixar as infeções víricas, mas fez aumentar a gravidade das doenças autoimunes. Além disso, a especialista em gastrenterologista pediátrica revela que, durante a pandemia, teve mais doentes com lesões do esófago, estômago e duodeno na doença de Crohn do que antes do aparecimento da pandemia. 

Para concluir, Henedina Antunes reforça que o uso de antibióticos não é indicado para infeções provocadas por vírus e recomenda que, quando as crianças adoecem com as típicas doenças associadas aos meses de frio, deve evitar-se o contágio aos avós, cuja saúde é, regra geral, mais frágil devido à idade.  

No âmbito da prevenção, em particular para a bronquiolite, lembra que já existe uma vacina para o vírus sincicial respiratório (VSR). “Temos vacinas que melhoraram o número de infeções bacterianas graves. Quando iniciei a minha atividade em Pediatria aparecia uma criança com meningite por semana. Com o aparecimento das vacinas contra o Pneumococo, o Meningococo, o Haemoplylus influenzae, por vezes, passo um ano sem ver crianças com meningite bacteriana”.

Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal
No âmbito do Dia Mundial da Diabetes, a APDP – Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal promove uma sessão, na Sala do...

Em colaboração com a Assembleia da República, a APDP pretende, com esta iniciativa, abordar a diabetes nas suas múltiplas vertentes, chamando à discussão dez Comissões Parlamentares cuja intervenção está relacionada com o drama da diabetes. O objetivo final da Sessão passará pela criação de uma Resolução Nacional sobre Diabetes, com o apoio dos Eurodeputados portugueses que participaram na aprovação da Resolução sobre a Diabetes no Parlamento Europeu a 23 de novembro de 2022.

“É importante recordar que a diabetes continua a aumentar e que muito mais pode e deve ser feito para reduzir o seu impacto em Portugal. Não podemos baixar a guarda na luta sem tréguas contra esta pandemia que atinge, direta e indiretamente, mais de metade da população portuguesa. Esta sessão servirá exatamente para chegarmos a um consenso e podermos definir etapas concretas que nos ajudem a encarar a Diabetes de outra forma”, refere o Dr. José Manuel Boavida, Presidente da APDP.

Segundo a APDP, para que esta resposta exista, é necessária uma estrutura diferente, responsável, com capacidade de definição, implementação, acompanhamento e divulgação das medidas e dos seus resultados. “Esse é o desafio para os decisores políticos, para que a diabetes possa ser analisada e debatida de uma forma global. E nesse desafio a APDP quer continuar a estar na primeira linha da defesa da comunidade com diabetes.”

De acordo com José Manuel Boavida, a diabetes é uma "doença da sociedade" que se verifica, já não só nas zonas urbanas, mas atinge todo o país. “Neste dia, serão debatidas as questões relacionadas com o financiamento, o acesso à alimentação com mais produtos vegetais e menos calorias, o acesso à atividade física regular, o urbanismo amigo das pessoas, o estigma e a discriminação do trabalho, os determinantes sócio-económicos da saúde, o acesso a cuidados integrados e centrados na pessoa, entre outras".

O programa está disponível no site da APDP: www.apdp.pt

15 de novembro | Dia Mundial da DPOC
Aumento de doentes diagnosticados aumentou 164% na última década.

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é uma doença respiratória crónica com sintomas que podem limitar a capacidade das pessoas que vivem com esta doença para realizar atividades diárias normais1. O diagnóstico de DPOC, em Portugal, aumentou 164% entre 2011 e 20222, contudo, apesar do aumento do diagnóstico, continua a ser a quinta causa de morte3, tendo-se registado um aumento de mais de 900 internamentos face a 20214. No âmbito das celebrações do Dia Mundial da DPOC, a 15 de novembro, importa recordar a importância do diagnóstico, mas também do tratamento precoce e adequado a cada doente para inverter o cenário atual.

A DPOC caracteriza-se pela limitação crónica do fluxo de ar, falta de ar/dispneia, tosse, pieira e aumento da produção de expetoração, sintomas que podem ser agravados quando associados a outras comorbilidades que contribuem de modo significativo para a incidência crescente de mortalidade, bem como para o agravamento dos sintomas, exacerbações, hospitalizações ou pior prognóstico, sendo fundamental a sua rápida identificação, para que haja uma melhoria da saúde e qualidade de vida dos doentes.5

“A DPOC continua a ser uma doença com um impacto crescente a nível mundial e que apesar de diagnosticada ainda tem uma taxa de mortalidade elevada, o que revela que o acompanhamento por parte do profissional de saúde e a escolha da terapêutica adequada são essenciais para um melhor controlo e gestão da doença. Apesar de a DPOC não ter cura, na GSK continuamos comprometidos em contribuir para o aumento da qualidade de vida das pessoas que vivem com esta doença, tendo já uma jornada com mais de cinco décadas de experiência na área respiratória”, afirma Neuza Teixeira, Country Medical Director da GSK.

O tabagismo é o fator de risco predominante da DPOC, representando o maior fator de risco para se desenvolver a doença. Cerca de 40-50% dos fumadores ao longo da vida que irão desenvolver DPOC, em comparação com 10% das pessoas que nunca fumaram7. Em termos mundiais um aumento no consumo do tabaco é proporcional ao aumento do número de pessoas com a doença. Contudo, este não é o único fator de risco, a exposição a poluição e poeiras atmosféricas podem contribuir para o aparecimento de DPOC, bem como a hereditariedade.5

 

1Associação Respira: http://www.respira.pt/#/content/303f0827-19b1-49c0-ad6c-097ab4445b21

2Ministério da Saúde. BI-CSP. https://bicsp.min-saude.pt/pt/biselfservice/Paginas/home.aspx

3Observatório Nacional das Doenças Respiratórias - Relatório 2020.

4Observatório Nacional das Doenças Respiratórias - Relatório 2023.

5Associação Respira: http://www.respira.pt/#/content/303f0827-19b1-49c0-ad6c-097ab4445b21

6Observatório Nacional das Doenças Respiratórias - Relatório 2022

7European Lung Foundation - https://europeanlung.org/pt-pt/information-hub/lung-conditions/dpoc/

 

Perturbação mental pré-traumática emergente
A eco-ansiedade, caracterizada por um medo generalizado das alterações climáticas e das suas consequências, surgiu como uma...

Pela primeira vez desde que a iniciativa Headway foi lançada em 2017, o relatório ‘Headway - Mental Health Index 3.0’ analisou especificamente a eco-ansiedade como um novo fator-chave. Criado como parte de uma iniciativa destinada a abordar questões importantes em matéria de saúde mental em toda a Europa, este índice compara a saúde mental entre os países da UE-27 e o Reino Unido, utilizando 54 indicadores-chave de desempenho. Este índice abrange três áreas macro: os fatores determinantes para a saúde mental, o estado da saúde mental de uma população e a capacidade de resposta dos sistemas nacionais de saúde às necessidades das pessoas, no que diz respeito a cuidados de saúde, locais de trabalho, escolas e sociedade em geral.

O relatório revela que, em média, mais de um terço dos europeus (37%) se sente exposto a ameaças relacionadas com as alterações climáticas. Em países onde os efeitos das alterações climáticas já são tangíveis, através de fenómenos meteorológicos extremos, como Itália, Espanha e Grécia – que fazem parte do chamado hotspot mediterrânico, uma das regiões que regista o aquecimento mais rápido do planeta – o impacto na saúde mental pode ser ainda mais forte. Definida como uma perturbação de stress pré-traumático, a maior parte das formas de eco-ansiedade não são clínicas, mas podem contribuir para agravar condições de saúde mental pré-existentes.

Para além da ansiedade ecológica, o relatório aponta para uma série de crises paralelas que estão a afetar a saúde mental das pessoas. Os conflitos geopolíticos, as tensões sociais e a crise do custo de vida têm afetado a vida quotidiana de milhões de europeus, com 62% dos europeus a declararem-se afetados pela atual policrise. Os jovens, em particular, surgem como um grupo particularmente vulnerável. De acordo com as conclusões do relatório, cerca de 20% das crianças sofrem de problemas de saúde mental durante os seus anos de escolaridade e uma em cada cinco declara-se infeliz e ansiosa em relação ao futuro devido à solidão, à intimidação e a dificuldades com os trabalhos escolares. Além disso, 45% das pessoas com idades compreendidas entre os 16 e os 25 anos relatam ansiedade e angústia diárias associadas à eco-ansiedade.

“Embora as perturbações da saúde mental possam afetar qualquer pessoa, independentemente da nacionalidade, do contexto socioeconómico, do género ou da etnia, os jovens e outras populações vulneráveis podem sofrer níveis desproporcionais de angústia e necessitar de maiores níveis de apoio”, afirmou Maria Walsh, membro do Parlamento Europeu, pelo círculo eleitoral de Midlands-North-West. “A incorporação de intervenções políticas e de cuidados de saúde adaptados, que ofereçam um apoio abrangente à saúde mental para os desafios únicos enfrentados por estes indivíduos, alguns dos quais já se verificam em alguns Estados-Membros, poderão ajudar a resolver as perturbações de saúde mental à medida que estas surgem e garantir a prestação de apoio e tratamento adequados.”

Ao proporcionar uma visão geral da saúde mental na Europa, com base num vasto leque de informação recolhida e analisada, o ‘Headway - Mental Health Index’ pode também servir como barómetro da capacidade de cada país em produzir bases de dados eficazes e comparáveis. Neste sentido, o Headway continua a destacar as diferenças estruturais e as limitações entre as diferentes bases de dados e os sistemas de saúde e de assistência social, defendendo uma maior comparabilidade para melhor compreender o estado atual da saúde mental da população nos diferentes países europeus e a forma como estes respondem às necessidades de saúde mental.

Tendo em consideração esta situação, existem diferenças significativas na forma como as questões de saúde mental são tratadas nos países inquiridos e o relatório indica pontuações mais altas ou mais baixas com base na capacidade de resposta dos locais de trabalho, nas escolas e na sociedade em geral. A Dinamarca, Suécia e Finlândia ocupam os primeiros lugares nos indicadores utilizados para o relatório Headway, enquanto a Eslováquia, Grécia e Croácia tendem a registar pontuações mais baixas. É importante referir que uma diminuição da pontuação de um país não significa necessariamente que os seus serviços de saúde mental tenham piorado, podendo antes indicar que outros países melhoraram mais depressa.

“Durante este último ano, a população europeia enfrentou diversos fatores de crise económica, social, geopolítica e ambiental com um impacto significativo na saúde mental das pessoas”, afirmou Elisa Milani, Coordenadora de Projetos e Consultora da Área da Saúde da European House - Ambrosetti. “Neste cenário, o Índice de Saúde Mental Headway atualizado, agora na sua terceira edição, continua a representar uma ferramenta útil para a monitorização e o planeamento de políticas de saúde, bem-estar, educação e ambiente em matéria de saúde mental nos países europeus. Nesta era pós-pandémica, que tem sido designada de policrise devido à ocorrência de múltiplas crises e desafios, a adoção de ferramentas baseadas em dados para os decisores políticos é uma oportunidade para identificar as áreas mais críticas e, consequentemente, intervir, através de uma abordagem multidisciplinar e colaborativa destinada a construir uma sociedade mais equitativa e resiliente em geral.”

“A Estratégia da UE para a Saúde Mental, recentemente lançada pela Comissão Europeia, centra-se na prevenção, no acesso aos cuidados e na reintegração na sociedade. É um exemplo encorajador da crescente consciencialização entre os governos nacionais, o meio académico, o sector dos cuidados de saúde e outras partes interessadas de que é necessário um apoio mais abrangente para abordar o aumento sem precedentes dos problemas de saúde mental em toda a Europa”, afirmou Jacopo Andreose, Diretor Executivo da Angelini Pharma. “Estamos gratos ao Parlamento Europeu e ao nosso parceiro, a European House - Ambrosetti, por continuarem a apoiar e a envolver-se em investigações como o relatório Headway e esperamos reforçar o diálogo, a mudança de paradigmas e a partilha de boas práticas em torno desta imagem mais completa da saúde mental em toda a Europa."

Para saber mais sobre o relatório ‘Headway: A New Roadmap in Mental Health’ ou para fazer download do relatório completo, visite: https://healthcare.ambrosetti.eu/it/incontri/view/12938

Redes sociais
A Sociedade Portuguesa da Contraceção (SPDC) acaba de renovar a imagem das suas redes sociais, assinalando um novo capítulo na...

A partir desta semana, a população portuguesa e seguidores das páginas de Instagram e Facebook da SPDC, terão acesso a um design mais moderno e apelativo, e a uma interatividade aprimorada, através de conteúdos e atividades que visam promover a literacia em saúde nesta área.

“A nossa dedicação na partilha de informações de qualidade sobre contraceção e saúde sexual nunca foi tão forte, e esta atualização da presença nas redes sociais é uma extensão do nosso compromisso em oferecer recursos acessíveis e relevantes a todos os portugueses”, afirma Fátima Palma, presidente da Sociedade Portuguesa da Contraceção.

A SPDC continuará a partilhar informações atualizadas e baseadas em evidências sobre contraceção, saúde sexual e reprodutiva, bem como histórias inspiradoras de pessoas que marcam a diferença.

“Estamos empenhados em criar um ambiente online onde as pessoas se sintam incentivadas a interagir, partilhar experiências e colocar perguntas. Estamos aqui para apoiar e oferecer respostas às dúvidas da população”, conclui Fátima Palma.

Acompanhe os eventos, atividades e campanhas ao longo do ano, que oferecerão oportunidades únicas para se envolver, aprender e contribuir para a promoção da saúde sexual e reprodutiva em Portugal, em:

Facebook: https://www.facebook.com/spdcontracecao

Instagram: https://www.instagram.com/spdcontracecao/?hl=pt

 

Diabetes
Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), a Diabetes é um grupo de doenças metabóli

A diabetes é, assim, uma das principais causas de cegueira, insuficiência renal, ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais e amputações de membros inferiores.   

O número de pessoas, em todo o mundo, com diabetes aumentou de 108 milhões em 1980 para 422 milhões em 2014, sendo que 1.5 milhões de mortes são diretamente atribuídas à diabetes todos os anos. Entre 2000 e 2019, houve um aumento de 3% nas taxas de mortalidade por diabetes por idade (dados da OMS). 

Em 2021, havia 529 milhões de pessoas de todas as idades, em todo o mundo, a viver com diabetes e estima-se que, entre 2021 e 2050, a prevalência global de diabetes aumente em 59,7%, de 6,1% para 9,8% resultando em 1 310 milhões de pessoas a viver com diabetes.  (Fonte: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(23)01301-6)

A diabetes representa um fardo substancial para os sistemas de saúde, com estimativas da Federação Internacional de Diabetes (IDF) indicando que 537 milhões de pessoas em todo o mundo tinham diabetes em 2021, resultando em despesas de saúde de 966 mil milhões de dólares a nível mundial, prevendo-se que atinjam mais de 1.054 mil milhões de dólares até 2045. 

Em Portugal, no último ano (2022) foram registados 79 241 novos casos de Diabetes, estando inscritas nos centros de saúde 879 853 pessoas com diagnóstico da doença.  

Nos Cuidados de Saúde Primários (CSP), os dados de 2021 demonstravam já um aumento dos novos casos identificados. Estavam registadas no SNS cerca de 857 272 pessoas com diabetes, das quais 74 396 eram novos diagnósticos. Apesar disso, atendendo às estimativas da Federação Internacional de Diabetes, este número poderá apontar para a existência de pessoas por diagnosticar, pelo que o Programa Nacional para a Diabetes (PND) mantém como prioridade a promoção do diagnóstico precoce através avaliação do cálculo de risco de desenvolver diabetes tipo 2. 

De acordo com o mais recente relatório do PND, a diabetes foi a causa de 3,3% do total de mortes em Portugal registadas em 2020. Um valor que tem vindo a decrescer desde 2016, ano em que alcançou 3,9%. Cerca de 66% das mortes por diabetes ocorreram em pessoas com idade igual ou superior a 80 anos. 

A Diabetes custou 418 milhões de euros em 2021 em encargos com antidiabéticos não insulínicos e insulinas, mantendo-se uma evolução crescente em relação a anos anteriores. 

Segundo a Direção Geral de Saúde (DGS), na sua Norma emitida em 14-01-2011, a classificação da diabetes estabelece a existência de quatro tipos clínicos, etiologicamente distintos: 

  • Diabetes tipo 1; 
  • Diabetes tipo 2; 
  • Diabetes gestacional; 
  • Outros tipos específicos de diabetes. 

A diabetes tipo 1, anteriormente conhecida como diabetes juvenil ou diabetes dependente de insulina, é uma condição crónica na qual o pâncreas não tem capacidade de produzir insulina ou a produz em quantidades insuficientes.  

No entanto, o tipo clínico mais comum é a diabetes tipo 2, cujo diagnóstico ocorre, geralmente, na idade adulta (depois dos 30 anos), quando o organismo se torna resistente à insulina (mesmo na presença de quantidades elevadas a insulina não consegue exercer a sua ação) ou deixa de ter capacidade de a produzir. 

Baseada na sua pesquisa para este artigo, Maria João Silva, docente da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, refere que, “embora a diabetes tipo 2 seja a mais prevalente, com cerca de 90% dos casos de diabetes, há formas de prevenir ou retardar o seu aparecimento, bem como evitar ou adiar as suas consequências mais lesivas, através de:  

  • Uma alimentação saudável – frutas, vegetais, grãos integrais e lacticínios com baixo teor de gordura e, também limitar a ingestão de carne e alimentos fritos ou gordurosos;  
  • Atividade física regular com manutenção de um peso corporal normal – formas suaves de exercício como caminhar por 30 minutos ou mais, na maioria dos dias da semana, são boas para a saúde; 
  • Evitar o consumo de tabaco – fumar aumenta a probabilidade de ocorrência de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral, ou de desenvolver cancro; 
  • Evitar o consumo de álcool – o álcool pode aumentar o açúcar no sangue e a pressão arterial. 
  • Medicação adequada, que acompanha rastreios regulares”. 

De que modo um doente diabético se pode manter o mais saudável possível? 

Uma forma simples é pensar no seu “ABC”: 

  • "A" significa "A1C" – A1C é um parâmetro determinado no sangue (hemoglobina glicada – HBA1c) e indica qual o teor médio de glucose no sangue durante as últimas 6 a 8 semanas. 
  • "B" significa "blood pressure" – Controlar a pressão arterial é tão importante quanto controlar o açúcar no sangue. A hipertensão arterial é um dos fatores mais associados ao risco de ocorrer ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e doença renal. 
  • "C" significa "colesterol" – O colesterol é uma substância lipídica encontrada no sangue e cujo teor elevado se relaciona com a formação de placas de ateroma e o risco, aumentado, de ataques cardíacos, derrames e outras situações patológicas graves. 

Quais deverão ser níveis de “ABC”? 

De uma forma geral pode considerar-se teores ideais: 

  • níveis de HbA1C abaixo de 7%; 
  • pressão arterial abaixo de 130/80 (para a maioria das pessoas); 
  • teor de colesterol LDL abaixo de 100 mg/dL – LDL é um tipo de colesterol cujo aumento é prejudicial, sendo  conhecido como “mau colesterol”. 

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
15 de novembro
A Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos (APJF) vai realizar a primeira edição do Fórum APJF, sob o tema "A Nova...

O debate culminará com a assinatura de uma carta de missão entre as diferentes associações de jovens profissionais de saúde, assumindo assim um compromisso e dando seguimento às conclusões resultantes das discussões ao longo do evento.

“No ano em que um novo organograma de liderança do Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a ser construído, com a nomeação da direção-executiva do SNS, esperam-se mudanças efetivas no modelo de funcionamento e financiamento do sistema de saúde em Portugal. Após três anos desde o início da pandemia COVID-19, é o momento oportuno para assegurar a aplicação das lições aprendidas, trabalhando de forma transversal para projetar o futuro das profissões ligadas à saúde”, Adianta Sara Marques, presidente da APJF.

Opinião
Desde 1991 a 14 de novembro comemora-se o Dia Mundial de Diabetes.

Mais do que comemorar a Diabetes, comemorar uma doença parece pouco adequado, trata-se de relembrar a Diabetes e de relembrar a importância do conhecimento sobre a doença, do seu diagnóstico precoce e do seu tratamento e controlo.

Neste sentido e no seguimento da campanha lançada pela  IDF (Federação Internacional da Diabetes) e à qual nos associamos, “Acesso aos cuidados da Diabetes”, desafiamos-vos a avaliarem o risco de vir a desenvolver Diabetes através do link: -https://worlddiabetesday.org/type-2-diabetes-risk-assessment/po/.

Apesar de nos tornarmos repetitivos e insistentes é nos hábitos de vida saudáveis que assenta a base da prevenção e tratamento da Diabetes. 

Uma alimentação saudável e equilibrada, com poucos hidratos de carbono (açucares) e rica em fibras, vitaminas e proteínas é fundamental. Privilegiar os produtos frescos e da época que se tornam economicamente mais acessíveis facilita esta tarefa.

Realizar regularmente exercício físico também é fundamental não só porque permite regular o peso e o controle da glicemia, mas também contribui para o bem-estar psíquico de todos nós. Uma caminhada feita regularmente 3x/ semana com uma duração de 30 minutos é um bom começo e facilmente exequível.

Agirmos de forma adequada para prevenirmos a Diabetes e, no caso dos que já têm a doença, obter um bom controle da mesma é fundamental.

Um bom controlo metabólico é primordial no atraso de complicações como insuficiência renal, cegueira ou lesões nos pés que causam amputações e que são altamente incapacitantes para a vida do doente e de toda a família e comunidade que o envolve.

Assim Experimentar, Tentar, Insistir, Persistir e Todos Juntos, na Diabetes sairemos vencedores deste combate.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia Mundial do Não Fumador assinala-se a 17 de novembro
A cessão tabágica é uma das medidas mais eficazes para a promoção de uma vida saudável, uma vez que o tabaco está na origem de...

Habitualmente quando pensamos em cessão tabágica, pensamos em deixar de fumar cigarros, contudo vale a pena relembrar que o tabaco está presente nos cigarros, mas também nos charutos, cachimbos e no tabaco de mascar. Embora existam várias campanhas, feitas com regularidade, sobre a importância de rejeitar o tabaco é certo que continuam a existir fumadores que diariamente tentam deixar de fumar, mas sem sucesso.

Ao deixar de fumar para além de diminuir o risco de desenvolver algumas das doenças referidas acima, também melhora:

  • A circulação sanguínea;
  • A capacidade pulmonar e respiratória;
  • Os sentidos do olfato e do paladar;
  • A saúde oral;
  • A pressão arterial;
  • A frequência cardíaca.

Naturalmente, não é um processo fácil e nos primeiros dias de cessão tabágica é normal sentir-se inquieto, com dificuldades de concentração, fome, sofrer de insónias, entre outras reações menos agradáveis, mas são sintomas de abstinência que por mais difíceis que sejam de suportar são temporários. São inúmeros os benefícios de uma vida sem tabaco e para os conseguir alcançar partilhamos dez dicas essenciais que podem ajudar a deixar de fumar:

1. Defina o dia em que vai deixar de fumar

2. Escreva por que deve deixar de fumar

3. Encontre companhia para deixar de fumar

4. Quantifique o dinheiro que vai poupar

5. Evite situações que aumentem o desejo de fumar

6. Crie distrações para não pensar no tabaco

7. Pratique atividade física

8. Faça uma alimentação saudável

9. Recorra a consultas de cessação tabágica

10. Recompense-se

17 de novembro
No Dia Mundial do Combate ao Cancro da Próstata, que se assinala na sexta-feira, 17 de novembro, o El Corte Inglés dá início à...

Para marcar o arranque da campanha, nesta semana em que se assinala o Dia Mundial de Combate ao Cancro da Próstata, as fachadas do El Corte Inglés de Lisboa e Gaia-Porto ficarão iluminadas de azul.   

De 17 a 30 de novembro, na venda de qualquer artigo da marca Emidio Tucci, nas lojas físicas e online, 1€ reverte a favor da Liga Portuguesa Contra o Cancro. O valor angariado será doado à associação que o aplicará em estudos na prevenção e combate ao Cancro.  

De acordo com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, o cancro da próstata é uma doença geralmente silenciosa e é, atualmente, o cancro mais frequente nos homens. Detetar a doença numa fase precoce é essencial, pois permite tratar com uma taxa de cura muito elevada. 

 

Enfermeira Teresa Fraga reconhecida pelo trabalho junto de crianças com doença crónica
A 10 de novembro de 2023, Teresa Fraga, enfermeira e diretora do Kastelo - Unidade de Cuidados Continuados e Paliativos...

O reconhecimento surge no âmbito do trabalho de Teresa Fraga junto de crianças com doenças crónicas, nas instalações do Kastelo, com o objetivo de lhes proporcionar qualidade de vida e oportunidades de desenvolvimento cognitivo, fazendo dos cuidados paliativos infantis um esforço comunitário.

Nomeada em abril para o prémio mundial de enfermagem Aster Guardians Global Nursing Award 2023, Teresa Fraga refere que “o Kastelo é um projeto pioneiro em Portugal, que tem como principal propósito reduzir o tempo de internamento das crianças no hospital e proporcionar o acesso a fisioterapia, terapia da fala, terapia ocupacional, um professor, uma educadora, pediatras e enfermeiros especializados.” Teresa Fraga acrescenta que “a filosofia do Kastelo é dar vida aos dias destas crianças e das suas famílias, pois infelizmente não é possível dar dias a estas vidas”.

 

Mieloma Múltiplo é o cancro das células plasmáticas
Depois do livro infantil, é lançado agora o audiobook d’O Menino que Construía Espantalhos, com o objetivo de chegar a ainda...

“O Menino que Construía Espantalhos” chegou primeiro em versão livro infantil para ajudar a explicar, de forma simples, como é viver com Mieloma Múltiplo. As associações de doentes, médicos e enfermeiros entregaram centenas de livros, com o objetivo, de forma didática, sensibilizar os cuidadores ou seus familiares (inclusive os mais novos) para os sintomas e desafios por que passam os doentes de Mieloma Múltiplo e lembrar os benefícios do envolvimento e apoio familiar.

Agora, com o audiobook, o objetivo é chegar ainda a mais pessoas, apostando na literacia desta doença que regista 700 novos doentes todos os anos.

A versão audiobook d’O Menino que Construía Espantalhos estará disponível no Janssen Comigo, Youtube da Janssen Portugal e Spotifty.

O Mieloma Múltiplo é o cancro das células plasmáticas, isto é, células que produzem anticorpos para protegerem o organismo contra infeções. O Mieloma Múltiplo afeta com maior frequência a medula óssea, embora possa afetar também outros órgãos, resultando em diferentes sinais e sintomas da doença.

Por ser uma doença rara, doentes, famílias e cuidadores dispõem de pouca informação clara e acessível que os ajude no seu caminho pelo tratamento do Mieloma Múltiplo, não obstante do trabalho realizado pelos profissionais de saúde e associações de doentes.

A Janssen Portugal, companhia farmacêutica do Grupo Johnson & Johnson, em parceria com a ADL (Associação de Apoio aos Doentes com Leucemia e Linfoma), a APCL (Associação Portuguesa Contra a Leucemia), a APLL (Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas), do Grupo Português do Mieloma Múltiplo (GPMM) e da Associação Enfermagem Oncológica Portuguesa (AEOP), pretendeu simplificar uma doença complexa, de forma a ser facilmente entendida por todos os que são impactados.

 

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