Sociedades científicas apresentam

Recomendações para preservação da fertilidade no doente oncológico

As primeiras orientações para a preservação da fertilidade em doentes oncológicos serão apresentadas no Simpósio Nacional da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), no dia 21 de novembro, no Palace Hotel Monte Real, Leiria.

O documento foi elaborado pela SPO, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução (SPMR) e a Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH), e prevê um aumento do número de pessoas que poderão ser pais após uma doença oncológica.

Intituladas “Recomendações para a preservação da fertilidade no doente oncológico”, constituem um conjunto de guidelines nacionais, que procuram aumentar a informação aos profissionais envolvidos no tratamento do doente oncológico e aos doentes que se deparam com o cancro, sobre as possibilidades da sua fertilidade ser preservada. 

«Diversos estudos epidemiológicos investigaram a fertilidade de sobreviventes de doença oncológica, face a controlos saudáveis, e demonstraram que a probabilidade destes doentes produzirem descendência é significativamente inferior, quer em homens quer em mulheres» afirma Gabriela Sousa, presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia. «Graças à evolução médica e científica recente, os doentes atualmente têm uma maior esperança de vida e é necessário informá-los sobre a possibilidade do seu material genético ser preservado, antes das terapias, pois alguns tratamentos contra o cancro podem pôr em causa a fertilidade dos doentes», acrescenta a especialista.

De entre as mulheres diagnosticadas com cancro da mama e ginecológico, até 15% e 43%, respetivamente, têm idade inferior a 45 anos, ou seja, encontram-se ainda em idade fértil e 90% dos novos casos de cancro testicular são em homens em idade reprodutiva.

Em Portugal, a criopreservação de gâmetas masculinos vem sendo praticada há largos anos. A preservação da fertilidade feminina, bastante mais complexa, iniciou-se mais recentemente. Hoje são vários os centros existentes em Portugal dotados dos meios técnicos e com recursos humanos especificamente dedicadas a esta atividade multidisciplinar, e para ajudar na tomada de decisão dos doentes que pretendem ter mais informação sobre o assunto.

São vários os doentes que no ano passado foram atendidos nestes serviços e num futuro próximo estima-se que entre 300 a 400 mulheres possam vir a beneficiar das várias técnicas de preservação da fertilidade, através dos vários centros existentes no país.

Fonte: 
LPM Comunicação
Nota: 
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