Estudo
Cansaço extremo que não melhora com o sono, dores de cabeça, no corpo e garganta são os principais sintomas da chamada síndrome...

A síndrome, que também é conhecida como encefalomielite miálgica, foi objeto de um estudo conduzido por uma equipa da Universidade de Bristol com dados de 5.756 crianças. Os pesquisadores concluíram que 1 em cada 50 jovens de 16 anos sofrem da síndrome há pelo menos seis meses. E esses adolescentes perdem pelo menos metade de um dia de escola todas as semanas, escreve o Diário Digital.

O trabalho também mostrou que jovens de famílias que sofrem de adversidades – como problemas financeiros, habitação precária e falta de apoio emocional – são os mais propensos a ter a síndrome.

Num artigo publicado na revista Pediatrics, os autores chamam a atenção para o facto de que a síndrome é mais comum em adolescentes do que se imaginava. De modo geral, mulheres na faixa de 40 a 50 anos são as vítimas mais comuns, mas o problema pode acometer qualquer pessoa em qualquer idade. O tratamento depende de cada caso, mas pode incluir medicamentos e terapia. Vários estudos têm mostrado que a atividade física regular também ajuda bastante.

Francisco George explica
Chama-se zika porque foi identificado pela primeira vez numa floresta do Uganda que tem o mesmo nome. O vírus esteve adormecido...

Os sintomas são ligeiros (febre, erupção cutânea e dores musculares ou articulares não muito fortes), mas há uma forte suspeita que está a preocupar as autoridades de saúde. Desconfia-se que a infeção causada pela picada do inseto que transporta o vírus provoca mal formações no cérebro dos fetos, escreve a TSF."Há uma suspeita muito fundamentada, não inteiramente comprovada de poder provocar alterações fetais em grávidas", diz o diretor-geral da saúde.

Francisco George faz uma recomendação especial
Francisco George pede atenção especial às grávidas e às mulheres em idade fértil que queiram engravidar. O diretor-geral da saúde recomenda que as mulheres que regressem de países afetados consultem um médico. Já as que tencionem viajar para zonas atingidas devem procurar informações das autoridades de saúde locais e "tomar medidas contra os mosquitos", tendo cuidado com o vestuário e utilizando redes e repelentes.

O diretor-geral da DGS explica quais são os sintomas
O vírus "não se transmite de pessoa para pessoa a não ser em casos excecionais. É uma infeção que é transmitida praticamente apenas por picada de um mosquito fêmea que esteja infetado", explica Francisco George, que não exclui por completo a hipótese de transmissão humana já que há um período de cinco dias durante o qual a transmissão pelo sangue pode ser possível.

Em Portugal, foram identificados quatro casos, em pessoas que regressaram do Brasil, mas nenhum merece a preocupação da Direção-Geral da Saúde por não haver grávidas entre os infetados.

Projeto MEDEA
Os jovens vão voltar a ser desafiados a apresentar projetos originais baseados em medições dos campos elétricos e magnéticos de...

A 7ª edição do projeto MEDEA, resultado de uma parceria entre a Sociedade Portuguesa de Física e a REN- Rede Elétrica Nacional, está a receber candidaturas até 14 de fevereiro e disponibiliza 22 medidores de campos magnéticos para serem usados nas escolas.

"Os participantes medem os campos elétricos e magnéticos separadamente, fazem uma análise, procuram depois informação credível sobre os limites e efeitos desses campos na saúde humana e verificam, de uma forma comparativa, as medições que efetuaram" e relacionam os valores com os limites da Organização Mundial de Saúde (OMS), explicou a responsável pelo projeto ma Sociedade Portuguesa de Física.

Desde 2008, a iniciativa já abrangeu 160 escolas em todo o país, cerca de 600 alunos, principalmente do 12.º ano, e 200 professores, havendo um limite máximo relacionado com o número de aparelhos medidores disponíveis, que são 22, e com o facto de os participantes serem acompanhados por especialistas da Sociedade, tanto por email como por telefone.

Maria José Ribeiro Gomes realçou a importância do projeto, que envolve matérias como física e matemática, mas também o inglês, recordando que, "a partir do 8º ano, os alunos começam a aprender estes conceitos, difíceis de explicar porque se referem a algo que não é visível", ou seja, aos campo elétricos e magnéticos gerados pela carga elétrica relacionada com a corrente que permite aos aparelhos funcionarem.

"A intensidade varia consoante o aparelho, depende da intensidade da corrente que está a passar e a distância a que estamos do gerador do campo magnético", especificou, avançando o exemplo do secador de cabelo ou da máquina de lavar que, em funcionamento, precisam de uma corrente elevada, o que pode ser comprovado com uma observação do contador de eletricidade.

Os campos que são gerados "são bastante elevados, se nos formos afastando com o medidor, [vemos que] o campo diminuiu, com uma diferença de cinco ou 10 centímetros varia muito, mas mesmo assim estamos muito abaixo dos níveis recomendados", até 300 hertz, esclareceu a especialista.

Maria José Ribeiro Gomes realçou que, tanto nas linhas de transporte de energia elétrica como nos equipamentos domésticos, "os níveis estão sempre abaixo dos valores recomendados e os alunos fazem as mais variadas medições em casa, na escola, na rua, nos comboios", só tendo de seguir a regra do rigor científico.

"Não há [relação] causa-efeito comprovada cientificamente. A ideia do MEDEA é desmistificar, medir e comparar com nos valores da OMS", resumiu a investigadora.

Os projetos dos alunos são entregues até 30 de julho e a entrega de prémios vai decorrer a 8 de setembro, no primeiro dia da conferência nacional de Física, em Braga.

Proteja as articulações
A osteoartrose é uma das doenças crónicas mais frequentes na atualidade e com o aumento da esperança

De facto, a idade é o fator mais associado ao desenvolvimento de osteoartrose, pois as vulnerabilidades da articulação que vão surgindo com a idade tornam-na mais suscetível à doença. Outros fatores de risco são o sexo (maior risco para as mulheres), o excesso de peso e obesidade, o uso excessivo ou sobrecarga da articulação, em que podemos incluir trabalhos manuais/físicos com movimentos repetitivos ou atividade física demasiado intensa. Factores nutricionais podem também ter um papel importante na osteoartrose, considerando-se que os antioxidantes podem conferir proteção contra a progressão da doença.

O processo degenerativo (estrutural, mecânico e biológico) resulta da diminuição da capacidade de reparação da cartilagem, de alterações hormonais e exposição a fatores ambientais e afeta não só a cartilagem articular, mas toda a articulação, incluindo o osso, os ligamentos e os músculos próximos da articulação, com desenvolvimento de fraqueza e atrofia muscular.

Clinicamente esta doença caracteriza-se principalmente por dor articular, rigidez e limitação funcional. A dor está frequentemente relacionada com a atividade, embora com a progressão da doença se possa tornar constante nas fases mais avançadas. A rigidez articular, em particular de manhã, também é frequente. A incapacidade funcional traduz-se em limitações físicas, dificuldades com os cuidados pessoais, capacidade laboral bem como outras atividades do dia-a-dia.

Assim, esta patologia progressiva, irreversível, muito associada a dor e a perda funcional, leva também a perda de qualidade de vida, com importante impacto em termos sociais e de consumo de recursos de saúde.

Os objetivos principais do tratamento são, portanto, o controlo da dor com um mínimo de efeitos adversos, a manutenção ou melhoria da mobilidade e função da articulação, bem como a melhoria da qualidade de vida.

O tratamento deve ajustar-se a cada doente individualmente e, uma vez que não há apenas uma única terapêutica adequada, as várias recomendações internacionais apontam para a utilização combinada de terapêuticas não farmacológicas e farmacológicas. Um fator a ter em conta quando da escolha do tratamento é a existência simultânea de outas doenças que não só podem aumentar o impacto da osteoartrose como condicionar a escolha terapêutica.

Por último, a cirurgia pode ser necessária em doentes com um longo curso de doença e/ou dor ou disfunção que não responderam a terapêuticas não-cirúrgicas.

Bibliografia
Adaptado de Pereira D, Ramos E, Branco J. Osteoarthritis. Acta Med Port 2015;28(1):99-106.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Saúde e bem-estar
Andy Puddincombe é Inglês e partiu para um mosteiro tibetano, na Índia, para se tornar, ao fim de 10

Depois de regressar do mosteiro onde foi ordenado, Andy quis partilhar o conhecimento que adquiriu em 10 anos de treino para que outros pudessem beneficiar da meditação.

Na realidade, o principal objetivo deste perito em mindfulness era “desmistificar a meditação, torná-la mais acessível e benéfica a um maior número de pessoas”.

Em 2006, ao regressar a Londres, tornou-se consultor de meditação. “Comecei as minhas consultas de meditação num consultório com uma abordagem de medicina integrada”, recorda.

De acordo com este especialista, a meditação traz inúmeros benefícios a quem a pratica. Reduzir a ansiedade ou combater a depressão são exemplos do quanto podemos alcançar meditando e que fazem parte da lista de benefícios comprovados cientificamente.

“Há, por outro lado, estudos que se centram nos benefícios fisiológicos, como a melhoria da saúde do coração ou do sistema imunitário”, acrescenta, baseando-se na informação científica disponível sobre o tema.

“A pesquisa científica na meditação cresceu muito nos últimos anos. Existem mais de dois mil estudos científicos que comprovam que o treino de mindfulness tem benefícios significativos”, acrescenta.

Andy revela ainda que a meditação tem impacto em todas as áreas da vida. “Pode ajudar a aumentar a produtividade no trabalho e a performance física no desporto e até trazer a melhoria do sono e níveis de empatia”, afirma.

“Até ajuda a limar as arestas numa relação, porque nos tornamos mais pacientes, melhores ouvintes e talvez também um pouco mais bondosos”, explica.

Para Andy a meditação mostra-nos até como viver de uma forma mais hábil. “A maioria das pessoas assume que o stress faz parte da vida mas não tem de ser assim”, garante. Basta para isso que aceite o que a meditação pode fazer por si.

Se ficou com vontade de experimentar, saiba que basta procurar um local que lhe transmita uma sensação de calma, e onde não possa ser interrompido, para começar a meditar.

Depois concentre-se na sua respiração e deixe-se levar, aconselha o perito. Mas se precisar de ajuda, fique a saber que existe uma aplicação, criada por Andy, capaz de o pôr a meditar em todo o lado.

Com apenas 10 minutos por dia, a Headspace promete tornar a sua vida mais simples e serena!

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Universidade da Beira Interior
Vai ter lugar, no dia 28 de janeiro, um workshop/seminário sobre “Tele-saúde: Interoperabilidade, qualidade e sustentabilidade...

O workshop destina-se a investigadores, docentes, gestores e técnicos de saúde, autarcas e representantes da indústria e decorrerá na parte da manhã. Já durante a tarde, o seminário contará com a participação de Laurent Billonnet, um dos mais destacados especialistas mundiais nesta área, responsável pelas relações internacionais ENSIL na Universidade de Limoges. Outra das presenças confirmadas é a de Luís Gonçalves, Coordenador do GT em Telemedicina e Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.

Os principais objetivos deste evento são a disseminação do conhecimento e promoção da tele-saúde, nas suas dimensões de interoperabilidade, qualidade e sustentabilidade económica associados a melhorias de cuidados às populações, através de modelos de implementação de serviços, normalização e investigação científica em novos dispositivos médicos.

O curso pretende consolidar competências no domínio da telemedicina e tele-saúde através de objetivos específicos como, por exemplo, a aquisição de conhecimentos de processos organizacionais de serviços para a adoção de modelos normalizados de Registos Eletrónicos de Dados Clínicos ou saber desenvolver e implementar workflows para serviços de tele-saúde e controlo de níveis de serviço.

A Pós-graduação, que se prevê venha a entrar em funcionamento no próximo ano letivo, é dirigida a todos os profissionais com interesse na implementação de serviços de tele-saúde, nomeadamente Gestores, Médicos, Farmacêuticos, Enfermeiros, Técnicos de Diagnóstico e Tratamento, titulares de cursos de Ciências Biomédicas ou de Engenharia Biomédica, responsáveis de Sistemas de Informação e Engenheiros Informáticos.

As inscrições são gratuitas e decorrem até ao dia 26 de Janeiro. Para participar, deve fazer a inscrição através do e-mail [email protected], onde deverá mencionar o nome, função/cargo e instituição de afiliação.

Workshop/Seminário | Tele-saúde: Interoperabilidade, qualidade e sustentabilidade económica
FCS - Anfiteatro Amarelo | 28 de Janeiro de 2016

Programa
9h00 – Sessão de Abertura
9h15 – Workshop: Novos métodos de diagnóstico não invasivos para tele-saúde
10h15 – Coffee Break
12h30 - Almoço livre
14h00 – Tele-saúde - melhor saúde e desenvolvimento regional
Luís Gonçalves, Coordenador do GT em Telemedicina e Serviços Partilhados (Ministério da Saúde)
15h00 – Normalização em sistemas de informação para a saúde
Comissão técnica CT 199 – IPQ
15h30 – Redes de universidades e oferta formativa em telehealth
Prof. Laurent Billonet - Universidade de Limoges
16h00 – UBI, Projetos de telehealth
17h00 – Encerramento

Bolsas de investigação
Os investigadores da Universidade de Coimbra João Calmeiro e João Vareda foram distinguidos pela Fundação Calouste Gulbenkian,...

João Calmeiro, do Centro de Neurociências e Biologia Celular, foi distinguido pelo trabalho que está a desenvolver sobre uma importante proteína – canalrodopsina-2 – que poderá ser “utilizada como ferramenta contra a cegueira causada por degeneração da retina, uma patologia que afeta mundialmente mais de 15 milhões de pessoas”, afirma a Universidade de Coimbra (UC).

Algumas doenças provocam a cegueira através da “perda específica dos neurónios da retina que são sensíveis à luz”, mas outros neurónios, que “normalmente não respondem à luz, sobrevivem e podem recuperar a função da visão através de técnicas de optogenética”.

O estudo “procura conferir capacidade de resposta à luz aos neurónios da retina que não têm essa capacidade naturalmente”, explica João Peça, orientador da investigação, citado pela UC.

Pretende-se “alterar as propriedades de absorção de luz da proteína canalrodopsina-2, que naturalmente responde apenas à luz de cor azul, e criar novas variantes que absorvem e respondem à luz de outras cores”, sintetiza João Calmeiro.

A investigação de João Vareda, em curso no Centro de Investigação dos Processos Químicos e Produtos da Floresta, foca-se no desenvolvimento de “um aerogel à base de sílica para remediação de solos contaminados com metais pesados”.

Partindo das propriedades que potenciam a utilização dos aerogéis à base de sílica, materiais nanoestruturados, como adsorventes e sua modificação, a investigação visa “gerar um novo aerogel que seja capaz de remover dos solos um conjunto de seis metais pesados em simultâneo” (cádmio, chumbo, zinco, níquel, cobre e crómio).

Estes metais pesados, que são os que “mais poluem os solos ibéricos”, têm “origem na poluição atmosférica e na atividade humana e podem ser arrastados pela água das chuvas, sendo este problema ambiental mais relevante quando se trata de solos agrícolas”, sublinha João Vareda, cujo estudo é orientado por Luísa Durães.

O investigador acredita que poderá ter “um aerogel capaz de remover metais pesados dos solos ibéricos” dentro de um ano.

O Programa Estímulo à Investigação da Fundação Gulbenkian distingue anualmente propostas de investigação em matemática, física, química e ciências da terra e do espaço, apoiando a sua execução em centros de investigação portugueses.

O prémio destina-se a investigadores com idade inferior a 26 anos, contemplando o investigador e a instituição onde o projeto é realizado.

Tempos de espera
Portugal baixou para o 20º lugar, entre 35 países, na tabela de cuidados de saúde de 2015, com 691 pontos, tendo a avaliação...

A descida de cinco lugares face a 2014 no Índice de Assistência Médica Europeu deve-se, segundo a organização Health Consumer Powerhouse, à avaliação mais negativa, num total de 125 pontos, pelos utentes, dos tempos de espera para os cuidados de saúde.

A Bélgica e a Suíça têm a melhor pontuação na acessibilidade (tempos de espera) à saúde, com 225 pontos cada. Esta descida na tabela em 2015 contraia a tendência de subida verificada em 2013, quando o país surgiu no 16º lugar, com 671 pontos (25º em 2012), e 2014 (13º lugar, com 722 pontos).

No índice de 2015, a Holanda é o país com melhor classificação (916 pontos em mil), seguindo-se a Suíça (894 pontos) e a Noruega (854).

No outro extremos da tabela estão o Montenegro (484 pontos), a Polónia (523) e a Albânia (524).

Etapa feminina
A ciência ainda não tem respostas para algumas questões básicas a respeito da menopausa: para que serve? Como funciona? Qual a...

Uma reportagem detalhada na revista especializada Nature afirma que “a vida útil dos ovários humanos está determinada por uma coleção de fatores genéticos, hormonais e ambientais completas e altamente não identificada”.

Também é pouco o que se sabe sobre quando os ovários começam a falhar e os níveis de hormonas começam a flutuar, escreve o Diário Digital.

Do ponto de vista biológico ou intelectual a menopausa também não faz muito sentido.

Num livro lançado recentemente sobre a ecologia dos primatas é explicado que a “menopausa ainda é considerada uma característica distintiva dos humanos”.

Vivemos muito além de nossa idade reprodutiva e, para ajudar a explicar as implicações deste facto existe a chamada “hipótese da avó”.

Segundo este raciocínio as mulheres vivem muito além da idade reprodutiva pois a sua presença beneficia os filhos e netos.

Uma mulher pode nascer com mais de um milhão de óvulos nos seus ovários. A cada mês um destes óvulos é libertado, um processo desencadeado pela libertação de hormonas, incluindo estrogénio.

Depois dos 40 anos, os ovários começam a excretar menos estrogénio e, citando a organização especializada em saúde feminina Women's Health Concern, isto faz com que o corpo se comporte de “uma forma diferente”.

O corpo de cada mulher reage de uma forma diferente às mudanças dos níveis de estrogénio, dificultando certos diagnósticos de menopausa.

Estudo
O nível de iodo influencia o desenvolvimento cognitivo das crianças. A nível geral, há deficiência deste nutriente. As grávidas...

A deficiência de iodo é um grave problema de saúde pública. É com base nesse pressuposto que Conceição Calhau, investigadora da Faculdade de Medicina do Porto está a levar a cabo este projeto chamado Iogeneration com 4800 crianças do norte do país.

O objetivo é determinar os níveis de iodo e do QI para tentar estabelecer, segundo a TSF, um paralelismo entre os níveis de iodo e o desenvolvimento cognitivo das crianças.

"Na verdade, o iodo é essencial para a síntese das hormonas da tiróide, que são importantíssimas no neuro-desenvolvimento e na cognição. O que queremos saber é se as crianças têm deficiência de iodo e se podemos medir o impacto na sua performance cognitiva", explica a investigadora.

O problema coloca-se a nível mundial. E os níveis de iodo podem mesmo determinar os níveis de desenvolvimento de um país. O alerta tem sido feito pela Organização Mundial de Saúde. Uma criança em cada três tem deficiência de iodo e isso "pode comprometer o seu QI em cerca de 12 a 15 pontos".

A OMS, sublinha Conceição Calhau, "vem alertando que este compromisso nos níveis de iodo vai ter impacto no desenvolvimento dos países, se pensarmos que vai comprometer o desenvolvimento intelectual da população".

Em Portugal, o ministério da Saúde recomenda às grávidas que consumam sal iodado. A recomendação, alerta a investigadora, deve estender-se a toda a população. Mas mesmo assim pode não chegar: "Se nos domicílios usarmos sal iodado, ainda assim pode ser insuficiente. Em casa, as pessoas fazem eventualmente uma refeição, habitualmente o jantar, e isso representa muito pouco ao longo do dia. Se pensarmos que o consumo de sal deve ser moderado, na verdade uma refeição com sal iodado não chega. Precisávamos de uma certificação universal: o pão ser com sal iodado e em tudo o que é processado ser usado o sal iodado".

Conceição Calhau espera que com o estudo que está a coordenar, possa ser possível determinar políticas alimentares a nível nacional, através da recomendação generalizada da fortificação de sal com iodo. A bem da saúde e do QI dos miúdos.

Estudo
Os antibióticos, necessários para tratar doenças causadas por microrganismos como as bactérias, debilitam as defesas e tornam...

Os investigadores, do Instituto Coreano para o Avanço da Ciência e Tecnologia, referem que o tratamento com antibióticos diminui os mecanismos de imunidade do corpo a algumas infeções virais.

A investigação foi feita com base no estudo da flora vaginal como fonte de microrganismos que protegem das infeções virais.

Os desequilíbrios da flora vaginal como consequência da tomada de antibióticos prejudicam a imunidade contra o herpes genital.

“O consumo de antibióticos produz um transtorno no equilíbrio macrobiótico”, explicou o professor Heung Kyu, o que afeta as “defesas imunitárias contra os vírus”.

OMS avisa
A Organização Mundial de Saúde alertou que o vírus Zika, transmitido por picada de mosquitos infetados e associado a...

O vírus está neste momento presente em 21 dos 55 países do continente americano, referiu a agência das Nações Unidas num comunicado, acrescentando que a situação é “um sério motivo de preocupação”.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o mosquito Aedes aegypti, que pode igualmente transmitir o dengue e a febre chikungunya, está presente em todos os países do continente, à exceção do Canadá e do Chile.

Perante tal cenário, a OMS “antevê que o vírus Zika vai continuar a espalhar-se e, provavelmente, atingir todos os países e territórios da região onde o mosquito está presente”.

“A rápida expansão do vírus Zika a novas zonas geográficas, onde a população regista baixos níveis de imunização, é um sério motivo de preocupação, especialmente devido à possível ligação entre a infeção durante a gravidez e bebés que nascem com microcefalia”, declarou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, durante uma reunião do comité executivo da organização em Genebra.

A representante realçou que “a relação de causa e efeito entre a infeção do Zika durante a gravidez e a microcefalia ainda não foi estabelecida”, mas acrescentou que “as provas circunstanciais são muito preocupantes”.

O aumento significativo de casos na América Latina, nomeadamente no Brasil, país que será anfitrião este ano dos Jogos Olímpicos, levou os Estados Unidos e a outros países a emitirem um alerta para que grávidas evitem viajar para a região.

No ano passado, 3.174 casos de microcefalia em recém-nascidos foram registados no Brasil, indicou o Ministério da Saúde brasileiro, precisando que os casos estão ligados ao vírus Zika, contraído pela mãe.

Em períodos anteriores, existiam em média 160 casos por ano.

As autoridades da Colômbia, Equador, El Salvador e Jamaica também aconselharam as mulheres a não engravidar durante os próximos dois anos.

Em termos de prevenção, a OMS defende que as pessoas devem evitar sobretudo áreas onde existem águas estagnadas (zonas onde abundam mosquitos), utilizar repelentes e usar mosquiteiros para dormir.

De acordo com a agência das Nações Unidas, o vírus é transmitido pelo sangue.

“Um caso de transmissão por via sexual foi assinalado”, indicou a OMS, realçando, no entanto, serem necessárias mais provas para determinar se o vírus é transmitido através de contacto sexual.

Não existe um tratamento específico ou uma vacina para esta doença, apenas tratamentos para os sintomas.

Os sintomas são muito semelhantes aos de uma gripe normal (febre, dor de cabeça, dores no corpo). Os doentes também sofrem de erupções cutâneas. Os sintomas manifestam-se geralmente entre três a 12 dias após a picada do mosquito.

Sociedade Portuguesa de Transplantação satisfeita
O Centro Hospitalar São João anunciou recentemente que realizou no dia 1 de Janeiro deste ano os primeiros transplantes renais...

A colheita em dadores falecidos em paragem cardiocirculatória poderá aumentar o número de órgãos disponíveis e contribuir para a diminuição das listas de espera dos transplantes. Este é um tipo de colheita aprovada em Diário da República em Janeiro de 2015 e que ainda não tinha sido realizado em Portugal

Fernando Macário, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT), congratula-se com este avanço da transplantação em Portugal e afirma que “depois de esperarmos um ano que se reunissem as condições para o arranque dos transplantes de dador em paragem cardiocirculatória é com muito gosto que vemos o CHSJ a avançar com uma técnica que nos vai ajudar a fazer subir o número de transplantes realizados em Portugal. Aquilo que tem sido feito na área da deteção de dadores e colheira de órgãos, que é muito, com reforço da organização e formação na área da coordenação, o aumento do número de hospitais dadores, a recuperação dos valores de incentivos à colheita serão sem dúvida impulsionadores de recuperação dos números da transplantação”.

Novas medidas devem ser tomadas, frisa Fernando Macário: “deve ser promovida, protegida e incentivada a doação renal em vida, reforçada a rede de camas e recursos humanos de cuidados intensivos disponibilizada para a manutenção de dadores, estimulado e monitorizado o empenho das administrações hospitalares e autoridades de saúde na atividade da deteção de dadores e colheita de órgãos e devem ser revista a organização da rede da coordenação da transplantação e a rede hospitalar de transplantação, devem ser reforçados os recursos humanos nesta área com captação de jovens profissionais de saúde para a transplantação”.

A SPT lembra que em Portugal há mais de duas mil pessoas à espera de um transplante de rim e deseja que este importante passo seja mais um duma longa caminhada pela transplantação de órgãos que permite salvar vidas e dar qualidade à vida.

Ordem dos Médicos
O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, defendeu que as consultas e exames solicitados...

"Tudo o que é solicitado pelos profissionais de saúde não deveria estar sujeito a taxa moderadora, já que esses atos são necessários em nome da saúde do doente", afirma Carlos Cortes.

Em nota de imprensa, o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) diz concordar com a redução do valor das taxas moderadoras, "cuja tabela entrará em vigor no próximo mês de abril", mas critica o facto de "continuarem a ser uma taxa de utilização".

Alega que apesar da alteração na tabela de preços - "menos 50 cêntimos nas consultas dos centros de saúde e menos dois euros nas urgências hospitalares, por exemplo", mantêm-se as dificuldades sentidas pelos doentes no acesso aos serviços de saúde "devido ao pagamento de consultas e exames complementares de diagnóstico".

OMS alerta
A obesidade nas crianças menores de cinco anos atingiu taxas “alarmantes” e tornou-se “um pesadelo explosivo” nos países em...

Os autores do relatório, da comissão sobre o fim da obesidade infantil da Organização Mundial de Saúde (OMS), sublinham que durante muito tempo o fenómeno não foi visto como uma questão de saúde importante, sendo considerado por alguns como o resultado de um comportamento escolhido no seio da família.

O inquérito, realizado durante dois anos em mais de 100 países, concluiu que os governos e as políticas de saúde pública são fundamentais para travar a epidemia.

“Qual é a principal mensagem? É que não é culpa das crianças”, declarou à imprensa Peter Gluckman, co-presidente da comissão.

Entre as causas do agravamento da epidemia, que exige uma resposta global coordenada, estão fatores biológicos, uma diminuição da atividade física nas escolas e a falta de regulamentação do comércio dos produtos que engordam, indica o relatório.

Se nada for feito, “a epidemia de obesidade pode reduzir muitos dos benefícios em matéria de saúde que contribuíram para o aumento da longevidade”, alertou a comissão.

O estudo assinala que, “até à data, os progressos na luta contra a obesidade infantil têm sido lentos e inconsistentes”.

As recomendações no relatório são as do senso comum, como a promoção de bons hábitos alimentares, o exercício físico e o acompanhamento psicológico dos jovens obesos.

Mas, como sublinham os autores, não foram suficientemente postas em prática pelos governos e o número de crianças com excesso de peso passou de 31 milhões em 1990 para 41 milhões em 2014.

Em África, o número de crianças menores de cinco anos com excesso de peso ou obesas quase duplicou entre 1990 e 2014, passando de 5,4 milhões para 10,3 milhões.

A taxa de aumento na Ásia é mais difícil de calcular, disse Gluckman, mas perto de metade das crianças consideradas obesas em todo o mundo vive em países asiáticos. Um quarto vive em África.

O relatório sublinha que nos países ricos as crianças pobres têm maior probabilidade de serem obesas, em parte devido ao preço mais baixo da “comida rápida” (fast-food) com alto teor de açúcar.

Ao contrário, nos países pobres, as crianças de famílias mais ricas correm maior risco de obesidade, especialmente em países onde “culturalmente uma criança com excesso de peso é sinal de boa saúde”, indica o relatório.

SNS
O Centro de Conferência de Faturas do Serviço Nacional de Saúde, na Maia, já detetou 160 milhões de erros em comparticipações...

Os dados relativos aos últimos seis anos foram divulgados pela presidente da Administração Central do Sistema de Saúde, Marta Temido, no decorrer de uma visita que o ministro da Saúde efetuou ao Centro de Conferência de Faturas do SNS, um centro de controlo e monitorização da despesa do Estado em saúde, criado em 2009.

Em declarações aos jornalistas, o ministro Adalberto Campos Fernandes afirmou que "cabe ao Estado garantir que segue os circuitos do dinheiro público e, portanto, o objetivo é garantir que os fluxos financeiros do Estado ao nível público/público, público/social e público/privado estão permanentemente a ser monitorizados e escrutinados". "Os recursos são escassos, é completamente inaceitável que alguns desses recursos possam ser indevidamente utilizados", sublinhou.

O ministro da Saúde referiu que será dado a este projeto "um novo impulso", considerando, contudo, que o trabalho feito desde 2009 é "muito satisfatório", escreve o jornal Público. "Permitiu ao Estado português e ao SNS reter muito valor, mas nós acreditamos que está longe de estar esgotado aquilo que é o seu potencial de captura, mediante aquilo que é a sinalização para todos os atores que estão no sistema de que dinheiro público é um bem da República e que não pode, em nenhuma circunstância, ser mal utilizado", disse.

Explicou ainda que "no início apenas o medicamento era alvo desta monitorização" e que, "à medida que se vai alargando o perímetro a tudo aquilo que são prestações ou acordos entre os sectores público, social e privados, a amplitude dessa despesa monitorizada vai subir".

"Não podemos antecipar qual é o potencial de poupança que existe, sabemos é que aquilo que é a indicação internacional de que em fraude e em desperdício na saúde poderão estar valores que oscilam entre os 6 e os 15%. Ora, em oito mil milhões de euros [a média do orçamento anual da Saúde] é muito significativo para fazer bem pela saúde dos portugueses e utilizar esses recursos em áreas tão necessárias como são a área dos cuidados primários", acrescentou.

Estudo
Cientistas portugueses descobriram, numa experiência com peixes-zebra, que há órgãos como o intestino que envelhecem mais cedo.

O trabalho, conduzido por investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), foi publicado na revista PLOS Genetics.

Os "relógios moleculares" das células são os telómeros, as pontas dos cromossomas que asseguram que não há perda de qualquer material genético durante a divisão celular num tecido ou órgão como o intestino, o músculo, o sangue ou os rins.

Acontece que, com o avançar da idade, os telómeros, estruturas protetoras do genoma (código genético), vão encurtando, em resposta às contínuas divisões de células, expondo, assim, o genoma a danos, escreve o Jornal de Notícias.

Para manterem um tamanho normal, as extremidades dos cromossomas teriam de ser alongadas pela enzima telomerase. Só que a maioria das células do corpo "desliga esta enzima" no momento em que uma pessoa nasce, esclarece o IGC em comunicado.

A equipa coordenada por Miguel Ferreira Godinho descobriu que os telómeros, além de encurtarem mais depressa nuns órgãos do que noutros, mais no intestino do que no músculo, por exemplo, fazendo com que envelheçam mais cedo, também "acumulam danos no ADN", quando curtos, levando ao aparecimento de lesões nas células, disfuncionalidades nos órgãos e tecidos.

"Identificámos tecidos-chave onde o encurtamento dos telómeros se torna realmente limitante para o funcionamento dos órgãos numa idade avançada", afirmou o investigador do IGC, citado num comunicado da instituição.

O estudo pretende verificar, numa próxima etapa, se ao se "expressar atempadamente" a enzima telomerase em órgãos específicos, como o intestino ou o músculo, é possível "evitar a disfunção do tecido e reverter a incidência de doenças do envelhecimento, nomeadamente o cancro", assinalou Miguel Ferreira Godinho na mesma nota.

Para a investigação, a equipa partiu do peixe-zebra. Porquê? Porque "os telómeros do peixe-zebra são do mesmo tamanho do dos humanos", explicou à Lusa Madalena Carneiro, que faz parte da equipa.

Os cientistas mediram o tamanho das pontas dos cromossomas nos testículos, sangue, intestino, músculo e rins de cadáveres de peixes com diferentes idades, desde o estado larvar até ao adulto com 1 ano e ao idoso com 3 anos.

As medições foram comparadas com as obtidas com peixes modificados geneticamente, aos quais propositadamente foi-lhes reduzido, numa fase mais precoce, o tamanho dos telómeros para um estado crítico.

Madalena Carneiro sublinhou que os peixes com mutação genética revelaram mais cedo, com 1 ano, disfunções nos órgãos, como inflamação intestinal e degeneração das fibras musculares, do que os peixes mais velhos, com 3 anos, que evoluíram sem essa mutação.

Em geral, os peixes mais velhos têm telómeros mais curtos e lesões em órgãos específicos.

"O envelhecimento predispõe os organismos a desenvolverem várias doenças, como as cardiovasculares e o cancro (...). Queremos identificar os mecanismos biológicos que promovem o envelhecimento, porque isso pode auxiliar no tratamento das doenças associadas ao envelhecimento", frisou a investigadora. Um desses mecanismos é, precisamente, o encurtamento das extremidades dos cromossomas que a equipa do Instituto Gulbenkian de Ciência está a estudar.

Após as presidenciais
Há temas em que as opiniões não estão hermeticamente contidas pelos tanques da religião ou da orientação política. A eutanásia...

O movimento “Direito a morrer com dignidade” já escreveu um manifesto a favor da legalização da eutanásia - que pretende publicar na íntegra em pelo menos dois jornais de grande tiragem depois das presidenciais - e se encontra neste momento na fase de recolha de “assinaturas de notáveis da sociedade portuguesa”, escreve o jornal iOnline.

O manifesto prevê “tanto a eutanásia como o suicídio medicamente assistido para pessoas lúcidas”. Os proponentes do manifesto dizem que é “óbvio que haja um direito inviolável à vida, o que não quer dizer que haja um direito irrenunciável a viver. Ninguém pode obrigar ninguém a viver com sofrimento”, defendem.

O movimento “Direito a morrer com dignidade”, criado em novembro pela antiga professora Laura Ferreira dos Santos e pelo médico nefrologista João Ribeiro Santos, foi desde logo apoiado por nomes como o cientista e deputado Alexandre Quintanilha e o jornalista José Júdice.

 A lista de apoiantes aumentou e já aderiram o cineasta António-Pedro Vasconcelos, a pediatra Isabel Ruivo, a jornalista Lucília Galha e a investigadora Tatiana Marques, além dos dois fundadores do “Direito a morrer com dignidade”.

Nunca chegou à AR Em 2009, o então líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, defendeu publicamente num debate na Ordem dos Médicos, em Lisboa, a “legalização da morte assistida”, pedindo “acesso livre e informado” para os cidadãos. Embora tivesse afirmado que o seu partido iria apoiar esta posição, não houve iniciativa legislativa.

João Semedo, que ajudou a constituir o movimento “Direito a morrer com dignidade”, admitiu ao jornal iOnline que “o Bloco venha a apresentar a sua própria iniciativa”, provavelmente mais para a frente, “em virtude do calendário político dos próximos tempos”.

Tal como o aborto, é possível que um referendo à eutanásia venha a ser agendado, entregando a decisão aos portugueses. Em entrevista à Renascença, Assunção Cristas admitiu na quarta-feira esta possibilidade, para além de prometer que o CDS irá “tomar uma posição sobre a matéria nos próximos tempos”. Enquanto a posição do partido não chega, a antiga ministra deixou a sua visão pessoal: “Os cuidados paliativos são a resposta civilizada para o sofrimento em fim de vida.”

Liberdade de escolha Laura Ferreira dos Santos, 56 anos, é uma professora reformada da Universidade do Minho ao lado de João Ribeiro Santos, que lançou as primeiras sementes da iniciativa.

A aposentação antecipada deveu--se a problemas oncológicos, e foram dois cancros - o seu, na mama; e o da mãe, no pâncreas - que a fizeram estudar o tema desde 2001.

Estas situações levaram-na a contactar com realidades de sofrimento profundo e a refletir sobre os meandros do direito de pôr termo à vida. “A minha mãe morreu nove meses depois do diagnóstico, nos meus braços”, conta. “É que nem toda a gente tem a sorte de morrer como o Dr. Almeida Santos, ou como o meu irmão, que morreu repentinamente”, considera.

Já escreveu três livros sobre o tema: “Ajudas-me a Morrer?”, “Testamento Vital” e, mais recentemente, “A Morte Assistida e Outras Questões de Fim-de-Vida”.

É a favor da eutanásia e do suicídio assistido (realidade que desconhecia quando começou a pesquisar sobre o tema) e acredita que estas questões não se resolvem em referendo. “Os direitos fundamentais das pessoas não devem estar sujeitos a uma maioria. É uma questão íntima e uma decisão de cada pessoa.”

Assim, Laura acredita que este não só é um direito como “deve ser legislado pela Assembleia da República”. “As leis servem para que não haja abusos e a liberdade de consciência também é um direito constitucional”, lembra.

Por outro lado, para a antiga professora, “é um abuso da parte do Estado interferir nas convicções íntimas das pessoas. Só quem sabe o que sofre é o próprio”.

Uma questão transversal Para a antiga professora, a questão da eutanásia é transversal à sociedade. “Há pessoas de direita e de esquerda, religiosas ou não, que acreditam que as pessoas devem ter a liberdade de escolher morrer, desde que estejam lúcidas e não estejam deprimidas”, alerta.

Sobre a ideia de que uma rede de cuidados paliativos bem construída é uma alternativa ao problema, diz não estar contra o ramo da medicina, mas não o considera uma solução. “Nenhum defensor da morte assistida é contra os cuidados paliativos. O que dizemos apenas é que, se numa situação de fim de vida a pessoa não quiser viver mais, deve poder escolher não o fazer.”

Oncologia
As estatísticas indicam que o cancro continuará a aumentar entre a população mundial. Ajuda saber que Portugal é dos países que...

De acordo com os dados disponíveis, estima-se que os tumores malignos sejam cada vez mais comuns nos próximos anos. Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em abril do ano passado indicam que, em 2013, esta era a segunda causa de morte no país, representando 24,3% do total de óbitos. Entre 2002 e 2013, o número de mortes por cancro aumentou em Portugal cerca de 16%, escreve o Observador.

O panorama é generalizado e a International Agency for Research on Cancer (IARC) estima que na União Europeia, tendo por base apenas o envelhecimento da população, venha a verificar-se um aumento de 13,7% dos casos de cancro. A mesma agência, que integra a Organização Mundial da Saúde (OMS), prevê que em Portugal o acréscimo de tumores atinja os 12,6%.

Mas, se por um lado aumentam os casos de cancro, por outro lado também tem vindo a crescer a sobrevivência dos doentes e o nosso país tem motivos de orgulho nesta matéria. Segundo as conclusões do Eurocare5 (iniciativa que avalia a sobrevivência dos doentes com cancro na Europa), Portugal, Espanha e Itália apresentam bons resultados de sobrevivência semelhantes aos da Suécia, Noruega e Finlândia.

De acordo com Bárbara Parente, coordenadora do Centro Oncológico CUF Porto, “a Oncologia tem sofrido, nos últimos anos, uma grande evolução, quer ao nível técnico, quer humano” e têm vindo a ser implementadas “novas formas de pensar o cancro”. Segundo a pneumologista, “a multidisciplinaridade é precisamente uma das chaves para o sucesso do tratamento do cancro”. “Hoje em dia é impensável e eticamente muito discutível decidir de forma unilateral as terapêuticas oncológicas, que são de abordagem multidisciplinar”, afirma.

Neste âmbito, o Centro Oncológico CUF Porto organiza reuniões multidisciplinares de decisão terapêutica para todas as patologias, o que constitui um fator de “segurança, não só para o médico como também para o doente”, assegura. A médica reconhece ainda que o trabalho em equipa “confere confiança aos doentes, promovendo a empatia, que é um fator fundamental para uma boa adesão ao tratamento”.

Rápido e bem
Além da multidisciplinaridade, também a forma como as instituições se organizam na receção e encaminhamento dos doentes contribui para o êxito no tratamento do cancro. No caso do Centro Oncológico CUF Porto, que congrega o Hospital e Instituto CUF Porto, ressalta a rapidez de diagnóstico e o início da terapêutica, que podem ser fatores decisivos para a sobrevivência de alguém.

Isso mesmo aconteceu a um doente seguido por Bárbara Parente que, no dia 30 de dezembro de 2014, foi a uma consulta de Oncologia. “Devido à rapidez e interação de todos os serviços do Centro, este doente conseguiu ter o diagnóstico confirmado no mesmo dia e, de imediato, seguir para tratamento”, explica a médica, segundo a qual “se não tivesse havido esta rapidez no seguimento, e dado ser véspera de Ano Novo, o prognóstico teria sido agravado”.

E se, à rapidez e eficácia juntarmos a humanização no tratamento do cancro teremos, então “um triângulo perfeito”. Bárbara Parente destaca, no âmbito da humanização, a “figura do médico assistente, valorizada na importância da medicina personalizada, onde o doente pode e deve escolher em quem confia”.

Em paralelo, e perante a necessidade de o doente não se perder com processos clínicos e burocráticos, facilitando o processo de ligação com os seguradores (fundamental na realidade da saúde privada), foi criada a figura da Gestora Oncológica, “uma pessoa com uma presença atenta e constante”, que tem a responsabilidade de “seguir o percurso do doente desde que este chega, orientando-o em todos os passos do seu diagnóstico e tratamento”.

Inovação e cuidado
O tratamento do cancro sofreu, nos últimos anos, grandes transformações e melhorias. Os tratamentos sistémicos são cada vez menos agressivos, as cirurgias menos invasivas e a radiocirurgia tem uma maior precisão aliada a uma toxicidade cada vez menor.

No Centro Oncológico CUF Porto, os doentes têm acesso a todos os procedimentos e fármacos indicados para o tratamento das doenças oncológicas, “desde os usados universalmente até aos mais inovadores existentes no mercado, com a garantia de monitorização permanente do seu uso”, salienta a especialista.

Da mesma forma, os principais tratamentos utilizados no tratamento do cancro são aqui facultados, nomeadamente, radioterapia, quimioterapia, radioterapia intraoperatória, cirurgia oncológica e radiologia e gastrenterologia de intervenção. A Radioterapia é, igualmente, uma área em desenvolvimento. Paulo Costa, coordenador da Unidade de Radioterapia do Instituto CUF Porto destaca, entre os tratamentos disponíveis nesta área, os programas de estereotaxia extracraniana pulmonar, hepática e prostática, atualmente já implementados e em fase de execução clínica. Realça ainda o projeto de braquiterapia intersticial e intracavitária de alta taxa de dose.

Em paralelo, e porque a procura de novos tratamentos e fármacos é uma preocupação constante, o Centro Oncológico CUF Porto é também um Centro de Investigação que tem atualmente em curso cinco ensaios clínicos. Bárbara Parente acredita que “a investigação e o tratamento do cancro devem caminhar paralelamente”. Nas suas palavras, “é hoje impensável, para quem trata doentes oncológicos e tem acesso a todas as terapêuticas inovadoras, não participar em estudos clínicos”.

A este propósito, o coordenador da Unidade de Radioterapia do Instituto CUF Porto, refere a participação no ensaio levado a cabo pelo National Cancer Institute (NCI), no âmbito da radioterapia intraoperatória, “com mais de 30 doentes tratados nesta modalidade e constituindo-se como uma referência a nível nacional e europeu nesta técnica de tratamento”.

Até ao final do ano está ainda previsto o início de mais três estudos, além dos vários projetos de investigação clínica a decorrer no momento com participação de doentes do Centro Oncológico CUF Porto. No âmbito da investigação clínica, a atual parceria com o IPATIMUP é igualmente uma mais-valia para o Centro Oncológico.

A humanização no tratamento do cancro
Tratar a pessoa e não só a doença. Para Barbara Parente, a visão holística da saúde é fundamental para o sucesso do tratamento. Por isso, e além da parte clínica, o Centro Oncológico CUF Porto disponibiliza uma estrutura de apoio social e psicológico, direcionada não só ao doente como aos próprios familiares. Destaque ainda para a psico-oncologia, o acompanhamento nutricional e o tratamento da imagem pessoal, fundamentais para o bem-estar do doente. Bárbara Parente faz questão de apontar o “apoio diário da Psico-Oncologia, dado em consulta e em internamento”, e o acompanhamento da equipa de enfermagem, totalmente dedicada aos doentes do Centro e com formação especializada em Oncologia.

O seguimento em todas as fases do diagnóstico e tratamento é fundamental e, por isso, o Centro conta com uma Unidade de Cuidados Paliativos, com internamento e ambulatório, com uma equipa em permanência a prestar apoio aos doentes. Para a coordenadora do Centro, este é um aspeto importante, pois “a integração dos Cuidados Paliativos deve começar o mais cedo possível, quando os doentes ainda se encontram a efetuar outras terapêuticas paliativas”, estando esta prática validada por estudos que demonstram “melhor qualidade de vida e aumento da sobrevida” quando assim é feito.

Animais e humanos
Foi em novembro do ano passado que os cientistas chineses identificaram pela primeira vez um gene capaz de tornar as bactérias...

Tudo indica que o MCR-1 continua a progredir. No final de janeiro de 2016, revela a Bloomberg, já foi detetado em 19 países diferentes, não só em animais mas também em humanos e em carne para consumo, vendida nos supermercados, segundo um relatório do Natural Resources Defense Council, um grupo ambientalista norte-americano sem fins lucrativos. A associação refere que há evidências da presença do gene - que torna bactérias comuns, como a E. coli e a K. pneumoniae, praticamente invencíveis aos medicamentos - no sudeste da Ásia, Europa, Canadá e Japão. Em Portugal, segundo o Diário de Notícias, terá sido mesmo detetado em carne vendida para consumo em supermercados. Só na Europa, o gene está em Itália, Suíça, França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Reino Unido e Dinamarca, para além do território luso.

O gene MCR-1 torna as bactérias resistentes a uma família de antibióticos conhecida como as polimixinas, usadas como último recurso para combater as superbactérias, quando estas já desenvolveram resistências a todos os outros antibióticos.

Segundo a Bloomberg, a vasta presença do gene agora detetada não significa que este se tenha transmitido de forma mais acelerada nos últimos meses: os cientistas estão a analisar amostras mais antigas, agora que sabem exatamente o que procurar, já que o fenómeno de propagação poderá ter passado despercebido aos investigadores durante um largo período de tempo. Ainda assim, a presença abrangente do MCR-1 é preocupante, já que a bactéria viaja facilmente através das pessoas, animais vivos e alimentos e está claramente "à procura de casa", disse à Bloomberg Lance Price, professor de saúde ambiental e ocupacional na Universidade George Washington.

A Organização Mundial de Saúde já advertiu que a resistência antimicrobiana pode resultar "num regresso a uma era pré-antibióticos", em que as infeções de cura fácil podem tornar-se fatais.

Por outro lado, no Fórum Económico de Davos, que decorre até este sábado, os grandes grupos farmacêuticos têm alertado para a necessidade de investir no desenvolvimento de novos antibióticos, perante as hipóteses, cada vez mais reais, do aparecimento de uma superbactéria imune a todos os que já se conhecem. Mas o Natural Resources Defense Council sublinha igualmente que é preciso, sobretudo, usar os medicamentos de forma mais prudente e cautelosa, evitando precisamente que as bactérias "aprendam" a contorná-los.

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