Aplicação de ressonância magnética para prever a evolução dos doentes com trombose venosa cerebral

Jovem investigadora vence Bolsa D. Manuel de Mello

O trabalho “Análise multiparamétrica por Ressonância Magnética para predição da viabilidade tecidual e recanalização em doentes com Trombose Venosa Cerebral”, apresentado por Diana de Aguiar Dias de Sousa, médica interna de Neurologia do Hospital de Santa Maria e estudante de doutoramento da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, vence a Bolsa D. Manuel de Mello 2015.

A José de Mello Saúde, que comemorou 70 anos em 2015, e a Fundação Amélia de Mello atribuem anualmente a Bolsa D. Manuel de Mello com o objetivo de contribuir para a investigação e progresso das Ciências da Saúde em Portugal.

A Bolsa destina-se a premiar jovens médicos que desenvolvam projetos de investigação clínica, individualmente ou integrados em equipas, no âmbito das Unidades de Investigação e Desenvolvimento das faculdades de Medicina portuguesas.

Médica Interna de Neurologia do Hospital Santa Maria e estudante de doutoramento da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, para além de Investigadora do Instituto de Medicina Molecular (Unidade Neurológica de Investigação Clínica), Diana de Aguiar Dias de Sousa, de 29 anos, afirma que “a atribuição da Bolsa D. Manuel de Mello é essencial porque permitirá prosseguir e concluir o estudo já iniciado”.

Diana de Aguiar Dias de Sousa obteve uma das melhores classificações do respetivo curso da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. No último ano do internato de Neurologia do Hospital de Santa Maria, é ainda aluna de doutoramento da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e investigadora do Instituto de Medicina Molecular.

Recebeu uma distinção pela Harvard Medical School pelo trabalho realizado "Clinical Scholars Research Training Certificate I" da Harvard Medical School (no programa português do "Global Education Program" da prestigiada universidade americana). Recebeu uma bolsa da Academia Europeia de Neurologia para realizar um programa de formação ("Research Fellow") no Inselspital (hospital na Suíça reconhecido pela qualidade e inovação na investigação do tratamento do AVC) e tem várias publicações na área da patologia vascular cerebral em revistas científicas internacionais.

O trabalho premiado entre cerca de 30 candidaturas, pretende “determinar formas de prever a evolução dos doentes com Trombose Venosa Cerebral através da aplicação de protocolos específicos de ressonância magnética cerebral.”

A Trombose Venosa Cerebral é uma forma menos frequente de AVC mas que, ainda assim, tem uma incidência nos países ocidentais semelhante à da Meningite bacteriana. No entanto, é especialmente relevante do ponto de vista de saúde pública uma vez que, ao contrário de outros tipos de AVC, afeta mais frequentemente crianças e adultos jovens, particularmente mulheres.

Outra característica particular da Trombose Venosa Cerebral em relação a outros tipos de AVC é a sua evolução especialmente imprevisível. Mesmo com o tratamento convencional cerca de 15% das pessoas que sofrem Trombose Venosa Cerebral morre ou fica dependente.

Nos últimos anos a tecnologia que permite obter imagens do cérebro têm vindo a ser melhorada e já existem atualmente técnicas que permitem avaliar diferentes características do tecido cerebral e dos coágulos através de ressonância magnética. No entanto, ainda não está definido o significado dos achados obtidos nessas técnicas em doentes com trombose venosa cerebral. É isso mesmo que o estudo agora premiado pretende apurar e ajudar a definir.

Fonte: 
JLMA
Nota: 
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