Ministro da Saúde
O ministro da Saúde revelou que está a renegociar o acordo com o laboratório que comercializa o medicamento inovador para a...

Adalberto Campos Fernandes falava aos jornalistas no final da reunião conjunta das comissões de Saúde e Orçamento sobre o Orçamento do Estado para 2016, durante a qual afirmou que a despesa com o tratamento de doentes com hepatite C contribuiu para a derrapagem orçamental em 2015.

De acordo com a nota explicativa do Orçamento do Estado para 2016, em 2015 foram gastos 40 milhões de euros com o tratamento destes doentes, estando prevista uma despesa de 85 milhões de euros para 2016.

O acordo firmado entre o anterior governo e o laboratório que comercializa o fármaco inovador previa um gasto de 100 milhões de euros em cinco anos, a um ritmo de 20 milhões de euros por ano.

Questionado sobre esta discrepância de valores, o ministro disse que está em curso uma renegociação deste acordo, a qual deverá estar concluída no final deste mês.

O ministro esclareceu que “não serão postas em causa as expetativas dos doentes” relativamente ao tratamento da hepatite C.

Autor Andrew Solomon diz
A depressão, não acompanhada como uma “doença séria”, pode transformar-se num problema económico grave, sobretudo em países que...

O autor do livro “O Demónio da Depressão – Um Atlas da Doença”, que foi traduzido para português, explica que existem “muitos conceitos políticos” na definição da enfermidade e que, em muitas circunstâncias, há uma tendência para encarar a depressão como uma simples fraqueza.

No entanto, diz Andrew Solomon, se a depressão for ”vista como uma doença”, as obrigações políticas têm de ser consideradas e o tratamento tem de ser assegurado pelo Estado, assim como têm de ser garantidas situações laborais especiais aos pacientes.

“Todo este tipo de apoio pode ficar caro e complicado e, por isso, haverá sempre uma componente económica relacionada com estas questões mas, na verdade, os custos da depressão não tratada podem ser muito mais elevados do que as depressões sujeitas a tratamento”, disse o escritor norte-americano.

No livro “O Demónio da Depressão”, Andrew Solomon, 53 anos, parte da ideia central de que a “depressão é a imperfeição do amor”, para depois organizar um “atlas da doença” ao longo da história, dos vários tipos de patologia, da análise de estatísticas e de entrevistas sobre a forma como a doença é encarada, nas várias geografias, mas sobretudo com base no próprio caso pessoal.

Questionado sobre situações de depressão relacionadas com a crise económica, como a que se verifica em Portugal, Solomon refere que, do ponto de vista coletivo, podem registar-se baixas de produtividade no trabalho e sublinha que os doentes que não são acompanhados são desempregados de longa duração, com problemas familiares que podem tornar-se graves.

“As pessoas que estão num estado de depressão são vistas como um fardo para a sociedade e encaradas como um aspeto pouco saudável para o ambiente onde estão inseridas, mas os custos podem ser enormes, caso não sejam tratadas”, sublinha, acrescentando que podem verificar-se situações singulares em que a depressão atinge as populações de forma generalizada.

“Eu creio que podem existir situações de depressão coletiva, esta doença não aparece por causa de um problema qualquer existente na água que as pessoas bebem. É verdade que há contextos sociais em que os coletivos têm esperança e outros em que a esperança está perdida”, afirma.

Como exemplo, refere-se ao que assistiu no Afeganistão, em 2002, quando a população sentiu que as mudanças podiam ser efetivas com a queda do regime taliban e a chegada dos militares norte-americanos e dos aliados europeus.

“Essa esperança estourou, atualmente a situação no Afeganistão é atroz e o que foi prometido nunca foi alcançado. A sociedade passou de um estado de felicidade, para uma situação oposta e, quando isto acontece, verifica-se uma espécie de luto coletivo e muitas pessoas acabam por atravessar, por causa disso, estados de melancolia e de depressão”.

Da mesma forma, a crise económica, indica, pode ser também uma situação extrema sendo que, na sociedade ocidental, a depressão ou é simplesmente desprezada ou sobrevalorizada.

Para Andrew Solomon, perante a crise económica, há pessoas que enfrentam situações de simples tristeza, que são medicadas mas que na verdade não estão deprimidas mas, por outro lado, há também pessoas que sofrem de depressão clínica que não estão a ser tratadas simplesmente porque “assumem” que fazem parte do contexto da própria crise.

“Eu fico mais preocupado com aqueles que não são tratados do que com aqueles que são tratados de forma excessiva. Há pessoas que perante as incertezas económicas desenvolvem um estado de ansiedade severa e que não são capazes de se levantar da cama e apertar os cordões dos sapatos, e isso é um problema clínico grave”, frisa Andrew Solomon.

O escritor, que venceu o National Book Award, em 2001, com o livro “O Demónio da Depressão”, conclui - através da longa pesquisa -, que a ciência, a filosofia, o direito, a psicologia, a literatura, a arte, a história e “muitas outras disciplinas” têm estudado a doença, mas que, no campo específico dos estudos da depressão, “faltava uma síntese”.

“Apesar de propor explicações e interpretações de ideias complexas, esta obra não pretende substituir um tratamento apropriado”, afirma o autor, sublinhando que “O Demónio da Depressão” é um livro “extremamente pessoal” e que não deve ser considerado, de modo nenhum, mais do que isso mesmo.

“O Demónio da Depressão – Um Atlas da Doença”, de Andrew Solomon (Quetzal Editores, 812 páginas), com tradução de Francisco Paiva Boléo e Constança Paiva Boléo, encontra-se nas livrarias portuguesas desde 15 de fevereiro.

Segundo especialista
Mulheres sofredoras da perturbação do distúrbio de ingestão alimentar compulsivo sujeitaram-se a um programa baseado na ...

Em entrevista, à margem do evento “Dias da Psicologia”, que começou na cidade do Porto, na Universidade Católica, José Pinto-Gouveia, presidente da Associação Portuguesa para o Mindfulness, referiu que os resultados recentes de um programa de dez sessões, realizado a mulheres com distúrbios de ingestão alimentar, foram “entusiasmantes” e que todas deixaram de comer compulsivamente.

Segundo o especialista José Pinto Gouveia, as mulheres que se submeteram ao programa começaram com o diagnóstico e com uma determinada frequência semanal de episódios de ingestão alimentar compulsiva, mas quando chegaram ao fim das dez sessões do programa, “nenhuma delas preenchia os critérios para diagnóstico”.

Por exemplo, pessoas comiam bolachas todas as noites, depois das sessões deixaram de as comer compulsivamente.

Para os resultados positivos, trabalhou-se com os princípios de educação alimentar, designadamente fazer cinco refeições por dia e não saltar refeições, mas o foco incidiu em lidar com as emoções negativas.

Ter emoções negativas não significa que nos temos de empanturrar, alerta José Pinto Gouvieia, explicando que há outras formas de lidar com o negativismo, não fazendo “tudo o que vem à cabeça”.

“A maioria destas doentes com perturbação alimentar e ingestão compulsiva são muito críticas, são muito boas a criticar-se quando falam, mas são muito más a cuidar de si. Elas não têm a noção do que é cuidar de si, nunca se perguntam o que é que eu preciso. Não respeitam as suas necessidades pessoais”, conta o presidente da Associação Portuguesa de Mindfulness.

José Pinto Gouveia reconhece que é fulcral ensinar as pessoas a mudar o tom interior.

“Há um tom interior com que falamos connosco e esse tom, habitualmente em pessoas com problemas psicológicos, é um tom crítico e frio e as pessoas não percebem que esse tom influencia enormemente a sua vida psicológica e o seu bem-estar”, explica, afirmando que as pessoas podem deixar de se auto criticar e podem ser mais compassivas, porque se tornam “muito mais eficazes quando são autocompassivas, do que quando se criticam”.

O ‘mindfulness’ “é a arte de prestar atenção à nossa experiência, momento a momento e não ajuizar sobre ela, ou seja se estou triste, estou triste, não ajuízo que é mau estar triste ou que não devo estar triste e percebo que a minha tristeza tem a ver com algumas coisa que me aconteceu”, explica aquele especialista.

Para José Pinto Gouveia é essencial “aceitar”, mas o que habitualmente as pessoas fazem “é correr logo para deitar a tristeza fora”.

“As emoções más fazem parte da nossa vida e portanto temos de estar com elas, em vez de ir logo empanturrar ou ir beber um copo, o melhor caminho é aceitar que estamos tristes, porque aconteceu alguma coisa na nossa vida, mas amanhã vão acontecer outras coisas e, se calhar, já não vamos estar tristes”, concluiu.

A pessoa que pratica ‘mindfulness’ vai mudando, mas não nota essa mudança, são normalmente os amigos que notam que a pessoas vão ficando menos reativas, mais aceitantes, começando a lidar melhor com a dor, conta.

“Eu não controlo o que penso, não posso afastar aquilo que não quero, pensar é perigoso, afinal o que posso fazer para controlar as coisas?”, questiona o especialista, para logo responder que é com o corpo que se pode ajudar a “tranquilizar as experiências piores”.

“No corpo podemos lidar com as coisas, no pensamento é muito difícil”.

“O ‘mindfulness’ promove a descentração em relação aos pensamentos negativos, promove a aceitação e o ‘anti-evitamento’. (…) Oferece-nos a possibilidade única de aprendermos a controlar a nossa mente em vez de sermos controlados por ela” e de agir em consciência e “não em piloto automático distraidamente”, afirma.

O primeiro dia dos “Dias da Psicologia" centrou-se no “Mindfulness e nas terapias de 3.ª geração”, dando destaque aos projetos desenvolvidos na Clínica Universitária de Psicologia (CUP) da instituição, mas o evento prolonga-se até à próxima sexta-feira, dia 04, na Faculdade de Educação e Psicologia na Universidade Católica do Porto.

João Paulo Guerra
O jornalista João Paulo Guerra lança em Lisboa um romance sobre as sequelas da Guerra Colonial, “Corações Irritáveis”, nome...

“Este livro é uma ficção que fala da guerra porque a guerra tem tantas sequelas que até a democracia em Portugal é um resultado da guerra. Foi da guerra que apareceram os homens que fizeram a democracia. Mas há também muitos ‘corações irritáveis’ e feridas que nunca cicatrizaram”, disse à Lusa João Paulo Guerra, 74 anos, que cumpriu o serviço militar em Moçambique e que publicou, como jornalista, inúmeros trabalhos de investigação sobre a Guerra Colonial (1961-1974).

O novo romance “anda à volta do destino de sete homens e tem quatro mulheres como figuras principais” sobretudo a mulher do protagonista, que faz “detonar” o enredo que se desenrola em Lisboa durante os anos 1990 e que tem as memórias e as consequências do conflito colonial como situação central.

“No livro, há uma mulher que afirma que o sofrimento também é próprio dos seres humanos e todos têm o direito de se horrorizarem com o sofrimento que eles próprios possam ter causado ou possam ter vivido e outra mulher a quem lhe perguntam se o marido fez a guerra tendo ela respondido: ‘Não. A guerra é que fez o meu marido’”, explicou o autor.

O livro relata a inquietação e perturbação dos soldados e a forma como a guerra afetou a vida de cada um em tempo de paz mantendo, disse João Paulo Guerra, as “feridas invisíveis e as cicatrizes que não se vêm à vista desarmada”.

O autor escreve que as personagens são ficcionadas e que as atuações extremas são também do domínio ficcional, mas têm como base situações reais vividas durante os combates em África e que - no limite – deixou milhares de homens afetados por uma doença que demora a ser compreendida pela sociedade.

“Esta doença é real e quando foi identificada, no século XIX (nos Estados Unidos) chamaram-lhe ‘coração irritável’, explicou o autor, referindo-se ao título da obra.

No livro, João Paulo Guerra recordou que a Perturbação Pós-Stresse Traumático de guerra foi reconhecida em Portugal, como doença, vinte anos após o fim da guerra nas colónias sob administração portuguesa, em 1995, e que nesse ano foi também lançada a base para a criação de uma rede de apoio a esses doentes, “estimados então na ordem das dezenas de milhares”.

Em 1999, foi legislado o regime de apoio aos ex-combatentes mas a regulamentação, refere o autor, foi sempre adiada e “deitou para as calendas” a entrada em funcionamento da Rede Nacional de Apoio aos militares e ex-militares vítimas da doença.

“Quando, finalmente, passou a vigorar, a burocracia exigida para que a doença fosse reconhecida em cada caso e o doente começasse a ser assistido tornou-se labiríntica, chegando a demorar década e meia”, refere o autor no final do livro sobre as consequências do conflito e que, do ponto de vista pessoal, encerra “o ciclo da guerra”.

“Há guerras que não acabam e por muitos acordos de cessar-fogo que sejam assinados há sempre um cessar-fogo que cada um tem consigo próprio e que não é assinado mas este livro para mim é o meu cessar-fogo”, disse à Lusa João Paulo Guerra.

Jornalista de profissão, João Paulo Guerra, 74 anos, foi premiado várias vezes ao longo da carreira, trabalhou no Rádio Clube Português, TSF e Antena 1, nos jornais Diário de Lisboa, A Capital, O Diário, Público, semanário O Jornal e no Diário Económico.

É autor, entre outros, de livros de investigação jornalística e histórica como a “Memória das Guerras Coloniais”, “O Regresso das Caravelas” ou “Savimbi, Vida e Morte” e do livro de ficção “Romance de uma Conspiração”.

“Corações Irritáveis”, do Clube do Autor, é lançado em Lisboa, com apresentação do coronel Carlos Matos Gomes, escritor e historiador, estando prevista a leitura de excertos da obra pela atriz Maria do Céu Guerra.

OE2016
O ministro da Saúde revelou no Parlamento que o regresso às 35 horas semanais vai custar às contas da Saúde entre 28 a 40...

Adalberto Campos Fernandes divulgou este valor durante a discussão do Orçamento do Estado para 2016, que decorre no âmbito de uma reunião conjunta das Comissões Parlamentares da Saúde e do Orçamento na Assembleia da República.

Segundo o ministro, este regresso às 35 horas semanais – que deverá ser acompanhado pelo recurso a outros profissionais ou a horas extraordinárias – custará, no cenário mais favorável, 28 milhões de euros e 40 milhões de euros, num cenário mais desfavorável.

As contas de Adalberto Campos Fernandes referem-se a um semestre, uma vez que esta reposição das 35 horas só deverá entrar em vigor nos últimos seis meses do ano.

OE2016
O Orçamento da saúde prevê uma despesa de 139 milhões de euros com pessoal para 2016. Aos deputados, o ministro da Saúde...

A alteração do período de horário deverá acontecer em junho, embora a data em que possa acontecer ainda não esteja claramente definida, escreve o Diário de Notícias. Adalberto Campos Fernandes já tinha afirmado que a medida aprovada seria aplicada na saúde e que esta teria provavelmente impacto nas equipas. Ou seja, a necessidade de mais pessoal que trabalha por turnos.

O orçamento em discussão prevê uma "almofada" para fazer face a esta despesa extra. "O orçamento prevê o uso de 139 milhões de euros, dividido em duas partes: 84 milhões destinam-se à reversão das remunerações e uma folga de 55 milhões de euros, para dar concretização aos acordos coletivos assinados pelo governo anterior, carreira médica e de enfermagem e para eventual provável contratação de mais recursos que tem a ver com entrada em vigor das 35 horas. Enfermeiros e assistentes operacionais", explicou o ministro.

Adalberto Campos Fernandes voltou a falar da discussão que é preciso fazer sobre o subfinanciamento para a saúde e sobre quais as escolhas que o país pretende fazer "para em matérias de saúde se poder ir mais longe".

Estudo
Investigadores da Reino Unido descobriram a causa dos cabelos brancos: segundo um estudo publicado na revista Nature...

"Encontramos um alelo [uma espécie de variante de um gene que determina o surgimento de características hereditárias diferentes] que predispõe para a existência de cabelos grisalhos", explica Kaustubh Adhikari, da University College London e principal autor do estudo.

"Nós já tínhamos identificado os genes responsáveis pela calvície e pela cor do cabelo, mas é a primeira vez que é definido um gene ligado ao envelhecimento do cabelo", acrescenta.

Para encontrar esse gene, escreve o Sapo, a equipa de investigadores internacionais estudou o ADN de mais de 6.000 pessoas de diferentes origens que vivem na América Latina.

"O alelo do envelhecimento é essencialmente observado entre os europeus", explica o cientista. "A idade média do surgimento dos cabelos brancos está por volta dos 35 anos para os caucasianos, um pouco antes dos quarenta para os asiáticos e apenas por volta dos 45 anos para as pessoas de origem africana", conclui.

O gene IRF4 já era conhecido dos cientistas pela sua implicação na produção e armazenamento da melanina, o pigmento que determina a cor dos cabelos, da pele e dos olhos.

"Compreender como o IRF4 influencia o embranquecimento dos cabelos pode permitir modificar este processo", explica Kaustubh Adhikari à agência de notícias France Presse. "A edição dos genes recai sobre questões éticas, mas poderíamos vislumbrar a manipulação do IRF4 para adiar o envelhecimento capilar".

OE2016
Menos impostos, mais gastos com medicamentos e exames, como as colonoscopias, mais camas para cuidados continuados e a...

De acordo com a nota explicativa do Ministério da Saúde sobre o Orçamento do Estado para 2016, que está a ser debatido em reunião conjunta das Comissões da Saúde e do Orçamento, a previsão da execução para o ano de 2015 aponta para um défice de 259 milhões de euros.

O documento identifica um agravamento de 229 milhões de euros face à previsão inicial, o qual é explicado com, entre outros motivos, o decréscimo dos impostos indiretos: menos 102 milhões de euros.

Esta descida é justificada pela “reduzida cobrança através da contribuição extraordinária da indústria farmacêutica”.

“Verificou-se uma maior adesão das empresas ao Acordo com a APIFARMA, o que teve como consequência a contribuição da indústria concretizar-se, sobretudo, através da emissão de créditos (notas de crédito) com impacto na redução da despesa com compras de medicamentos dos hospitais”, lê-se no documento.

Também as compras de medicamentos aumentaram 114 milhões de euros, face ao orçamento de 2015, o que reflete “o impacto do financiamento do programa para o tratamento da Hepatite C crónica que não estava previsto no orçamento inicial de 2015 (os compromissos assumidos em 2015 foram de 100 milhões de euros), e da introdução de novas moléculas que fazem parte da inovação terapêutica nomeadamente, na área oncológica”.

Outra área que contribuiu para esta derrapagem foi a dos subcontratos, na qual se verificou “um acréscimo significativo em relação à previsão para 2015 de 174 milhões de euros, que se justifica com um aumento dos medicamentos de ambulatório, com a alteração dos preços dos exames de colonoscopias, tendo sido incluída nestes exames a sedação para maior conforto e segurança do doente e ainda a contratualização de mais camas para a rede de cuidados continuados”.

A despesa de capital é superior à execução prevista em 44 milhões de euros, “o que resulta da necessidade urgente de substituição de equipamento pesado em fim do seu período de vida útil”.

Nesta nota explicativa lê-se que “o desvio verificado no ano de 2015 aumentou o nível da despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de 8,6 mil milhões de euros para 8,9 mil milhões de euros. São cerca de 230 milhões de euros adicionais que têm que ser acomodados no OE 2016”.

O ministro da Saúde, que está a ser ouvido nesta reunião conjunta das Comissões da Saúde e do Orçamento, dissera antes, em audição na Comissão Parlamentar da Saúde, que o seu Ministério da Saúde foi surpreendido com esta derrapagem.

Estudo
O leite e a carne orgânicos diferem dos produzidos convencionalmente na quantidade de certos nutrientes, em particular os...

“A composição de ácidos gordos é definitivamente melhor”, disse Carlo Leifert, professor de Agricultura Ecológica da Universidade de Newcastle, em Inglaterra, e líder de uma equipa internacional que realizou a revisão.

A Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia, e a Sheepdrove Trust, uma instituição de caridade britânica que apoia a pesquisa de agricultura e agropecuária orgânicas, pagaram pela análise, que custou cerca de 600 mil dólares, escreve o Diário Digital.

No entanto, a questão de saber se essas diferenças se traduzem numa saúde melhor para quem consome carne e leite orgânicos ainda é algo discutível.

“Não temos essa resposta agora. Com base na composição, parece que são melhores para nós”, disse Richard P. Bazinet, professor de Ciências Nutricionais da Universidade de Toronto, que não estava envolvido na pesquisa.

Os dois novos trabalhos científicos, publicados na revista especializada The British Journal of Nutrition, não são resultado de novas experiências; empregaram uma técnica estatística chamada meta-análise que tenta tirar conclusões mais concretas de muitos estudos díspares.

E certamente vão agitar o debate dos alimentos orgânicos; são ou não mais saudáveis? Alguns cientistas afirmam que orgânicos e convencionais são nutricionalmente indistinguíveis, e outros encontram benefícios significativos nos primeiros.

Os níveis mais elevados de ômega 3, um tipo de gordura polinsaturada benéfica para a redução do risco de doenças cardíacas, não vêm de atributos normalmente associados aos alimentos orgânicos – animais que não recebem antibióticos, hormonas ou alimentação geneticamente modificada –, mas sim da exigência que animais criados organicamente passem tempo ao ar livre.

O leite e a carne orgânicos provêm de gado criado no pasto, enquanto que a maioria dos convencionais vem do animal alimentado por ração.

Não há nada mágico. Tudo está relacionado com a alimentação dos animais.

Vários especialistas
A Comissão de Reforma do modelo de Assistência na Doença aos Servidores do Estado entra em funções, integrando vários...

De acordo com o despacho publicado em Diário da República na segunda-feira, a Comissão foi criada na dependência do secretário de Estado da Saúde e tem como objetivo “ponderar a adoção de medidas de reformulação do sistema, na vertente jurídica, institucional, estatutária e financeira” e apresentar até 30 de junho propostas nesse sentido.

A Comissão é composta por nove “individualidades de reconhecido mérito” que renunciaram a qualquer remuneração, entre elas o professor de Economia Pedro Pita Barros, o especialista em farmacêutica José Aranda da Silva e o professor de saúde pública Alexandre Abrantes, escreve o Diário Digital.

O despacho do ministro da saúde justifica a criação da comissão com a necessidade de cumprir o Programa do Governo e as recomendações do Tribunal de Contas, mantendo os critérios de sustentabilidade, equidade e eficiência.

O dirigente da Federação Sindical da Administração Pública José Abraão lamentou que os representantes dos beneficiários não tivessem sido convidados para a integrar a Comissão de Reforma.

“É lamentável que os representantes dos trabalhadores, que são os beneficiários da Assistência na Doença aos Servidores do Estado (ADSE), não possam integrar a comissão que vai propor as medidas para a revisão do sistema”, disse o sindicalista.

Anterior governo previa 30 ME
O ministro da Saúde reconheceu que as contas do setor tiveram um fecho pior do que o esperado, em parte devido aos medicamentos...

Adalberto Campos Fernandes falava na Comissão Parlamentar da Saúde, numa audição solicitada pelo PCP para debater o reforço da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e pouco antes do início de uma reunião conjunta das comissões da Saúde e de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa sobre o Orçamento do Estado para 2016.

Inicialmente, o ministro esperava fechar as contas de 2015 com um défice de 30 milhões de euros, segundo as contas previstas pelo anterior governo, mas os encargos associados à terapêutica inovadora para o tratamento da hepatite C, não previstos no orçamento inicial, bem como outros medicamentos oncológicos, ajudaram a disparar esse valor para os 259 milhões de euros.

O ministro mostrou-se confiante no regresso dos médicos reformados através da medida que permite a estes clínicos auferirem 75% sobre a pensão que recebiam no momento de saída.

Para Adalberto Campos Fernandes, não é o só o dinheiro que justificará este regresso, mas sim algumas condições, como a possibilidade de escolherem o número de horas que pretendem trabalhar, bem como uma ou meia lista de utentes ao seu encargo.

“Fomos tão longe quanto podíamos”, disse o ministro, acrescentando que, pelos “sinais no terreno” que tem recebido, “muitos médicos” deverão voltar ao SNS. “O retorno parece evidente”, disse.

Sobre este regresso, Adalberto Campos Fernandes disse concordar com a deputada social-democrata Fátima Ramos, para quem a substituição de um médico com experiência por um outro com menos anos de trabalho não é a mesma coisa.

“Médicos qualificados tratam melhor os doentes” e, logo, “os indicadores de saúde melhoram”, disse o ministro.

Na mesma resposta à deputada Fátima Ramos, que questionou Adalberto Campos Fernandes sobre o valor a pagar por hora extraordinária aos profissionais de saúde, o qual baixou durante o programa de assistência, este começou por dizer que “o anterior modelo foi errado”, nomeadamente porque visava “compensar baixos salários com recurso excessivo ao trabalho extraordinário”.

Para o ministro, as horas extraordinárias devem ser isso mesmo: extraordinárias. Nesse sentido, pretende que representem 3 a 4% da despesa com recursos humanos e não os atuais 12%.

Lançamento de livro
Uma lesão na medula por inalação de monóxido de carbono deixou Marta Canário numa cadeira de rodas, um caso raro que há 25 anos...

O dia 11 de março de 1991 ficou marcado na sua vida, como o dia em que tudo mudou. “Foi o terminar de um ciclo e o início de outro, como se alguém tivesse pegado nas cartas da minha vida e as baralhasse para um novo jogo”, escreve Marta Canário no livro “Ser feliz é uma escolha”, que é lançado na quinta-feira.

Nesse dia, estava um “frio de rachar” e Marta, na altura com 15 anos, decidiu ir tomar banho, levando um dos seus dois cães porque “não se davam muito bem”.

“Fechei a porta, a janela da casa de banho, liguei um aquecedor e comecei a tomar banho. A certa altura, o cão começou a ladrar, a querer sair. Desliguei a água, saí da casa de banho, deixei-o lá fora e voltei para tomar banho”, começou por contar.

A certa altura, começou a sentir-se zonza. Desligou a água e sentou-se à espera que aquela sensação passasse. A partir daí não se lembra de mais nada.

Duas horas e meia depois, Marta foi encontrada pela irmã e transportada para o hospital. “Acordei do coma cinco horas depois, com muita dor de cabeça, mas a raciocinar bem, só não sentia as pernas”, lembra.

Depois de alguns exames e “montanhas de avaliações” os médicos concluíram que a paralisia se devia a uma lesão na medula devido à inalação de monóxido de carbono.

"Fui caso único no mundo, pelo menos que os meus médicos tivessem conhecimento”, escreve no livro, adiantando que este facto alimentava a esperança de que tudo iria voltar ao normal.

“Mesmo que alguns médicos de Alcoitão me dissessem que as rodas da cadeira iriam ser as minhas pernas, nós não encarávamos isso dessa forma”, adiantou Marta, assessora de imprensa há 17 anos.

Marta deslocou-se a Londres, onde “dois reputados neurologistas” lhe disseram que os tratamentos de lesões medulares estavam a ser estudados em ratinhos em laboratório e não sabiam se a solução ia demorar um ano, 30 anos ou nunca ia ser encontrada.

"Comecei a fazer a minha vida normal, os meus amigos pegavam em mim, levavam-me para a praia, saíamos à noite, era tudo normal, com a diferença de que fazia tudo sentada”, conta, com graça.

Aos 29 anos, Marta enfrentou um novo obstáculo, uma septicemia quase fatal, que a fez “evoluir imenso como pessoa” e aprender “a respeitar a dor dos outros”, as suas limitações e fragilidades.

"Se não tivesse ficado de cadeira de rodas e não tivesse tido uma septicemia brutal, hoje seria uma pessoa completamente diferente. Não estou a dizer que seria uma pessoa pior, mas aquilo que me tornei agrada-me”, confessa Marta, agora com 40 anos.

Com o livro, Marta espera motivar outras pessoas: “É um livro positivo, que tem histórias duras, mas todas elas superadas”.

Sobre o dia do acidente, diz que mais do que lhe ter “roubado algo”, deu-lhe “a oportunidade de começar de novo”.

“Fez-me ganhar resistência, coragem e ainda o tempo necessário para parar e perceber que todos os dias podemos melhorar um pouco e tentar fazer a diferença na vida de alguém”.

Relatório “Vacinómetro”
Mais de 63% dos portugueses com 65 ou mais anos foram vacinados contra a gripe neste inverno, segundo estimativas divulgadas no...

No mesmo documento estima-se também que foram vacinados 30% das pessoas com doenças crónicas, e mais de metade (55,7%) dos profissionais de saúde com contacto direto com os doentes.

Foram ainda vacinados 34% dos portugueses com idades compreendidas entre os 60 e os 64 anos.

Em concreto, segundo o documento, foram vacinadas mais de 1,5 milhões de pessoas com mais de 60 anos, um número semelhante ao registado no ano passado.

Os dados, no conjunto, indicam que quase metade da população estudada, 49,4%, foi vacinada, com uma percentagem quase idêntica de homens e mulheres (ligeiro aumento de homens).

Ainda de acordo com o relatório, calcula-se que sete por cento das pessoas pertencentes aos grupos prioritários para vacinação foram vacinadas pela primeira vez.

O “Vacinómetro” é uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, com o apoio de uma farmacêutica, e acontece nos últimos sete anos.

Permite, diz-se no documento, “monitorizar em tempo real, a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela Direção-Geral da Saúde (DGS)”: pessoas com idades entre os 60 e os 64 anos, com 65 e mais anos, portadores de doenças crónicas e trabalhadores em instituições de saúde.

Para se chegar aos resultados agora anunciados são feitos questionários telefónicos ao universo dos grupos prioritários (1.500 pessoas no total), que no ano passado indicaram uma muito maior adesão à vacina dos doentes crónicos (55,3% contra os 30% deste ano) mas uma menor dos profissionais de saúde (51,7 no ano passado contra os 55,7 deste ano).

Robalo Cordeiro, ex-presidente da SPP, disse que a quebra na vacinação de doentes crónicos é o mais negativo do relatório, por se tratar de uma população de “alto risco”.

“Não estamos a chegar a estes doentes e fazem parte de um dos grupos de risco fundamentais. A estratégia para o próximo ano deve ter em conta os doentes crónicos”, disse o especialista.

Os aspetos positivos, salientou, foi a manutenção de um número elevado de pessoas vacinadas com mais de 65 anos, que “cumpre e até ultrapassa a meta da DGS”, e um aumento nos profissionais de saúde.

Portugal está em condições de chegar à meta estabelecida pela Organização Mundial de Saúde de vacinação de 75% das pessoas com 65 e mais anos em 2020, salientou.

E - acrescentou - “há outro excelente indicador que é o dos profissionais de saúde, que dão o exemplo e que estão empenhados em promover a prevenção”.

Robalo Cordeiro também salientou que sete por cento dos inquiridos tivesse dito que se tinha vacinado pela primeira vez. “Se todos os anos tivermos um aumento assim estamos no bom caminho”, disse, notando que a vacina da gripe “claramente tem funcionado”.

Cientistas desenvolvem
Cientistas russos criaram chocolate com carne de ouriço, estrela-do-mar e limão que melhora o metabolismo e prolonga o número...

“O extrato de ouriço e estrela-do-mar retarda o envelhecimento e corrige os processos metabólicos, melhorando a qualidade de vida e contribuindo para a longevidade”, anunciou, em comunicado, a Academia de Ciências da Rússia (ACR).

Cientistas do Instituto de Química Orgânica, ligado à Universidade Federal do Extremo Oriente russo, consideram que o novo chocolate vai ser muito mais benéfico para o organismo.

Este instituto estuda há mais de 40 anos a estrutura e as propriedades médico-biológicas das substâncias marinhas naturais, criando fármacos e suplementos alimentares.

Os mesmos cientistas apresentaram há alguns meses, em Moscovo, alimentos feitos de algas rodofíceas e laminárias da costa do Oceano Pacífico tais como saladas, gelatina, pão e salsichas.

Serviço Nacional de Saúde
O secretário de Estado da Saúde determinou que as revistas pessoais a trabalhadores e doentes do Serviço Nacional de Saúde são...

“Intervenção do PCP leva Governo a assumir que ‘revistas pessoais aos trabalhadores, doentes visitantes e demais utilizadores dos serviços e organismos do Ministério da Saúde são ilegais e colidem com os direitos, liberdades e garantias daqueles’”, refere, em comunicado, a Organização Regional do Porto do PCP.

Em causa está uma informação divulgada em janeiro de que, segundo uma norma aprovada no final de 2015, instituto de oncologia do Porto iria “passar a revistar, com a ajuda da PSP se necessário, malas, sacos, e carros de doentes, visitantes e funcionários”.

A administração do IPO/Porto garantiu então que "nunca foi necessário implementar” a revista, dizendo esperar “que assim continue”.

O PCP explica em comunicado que “ao tomar conhecimento da aprovação de um regulamento interno do IPO que contemplava revistas pessoais a visitantes, utentes e trabalhadores daquela instituição - que a própria administração reconheceu publicamente - o Grupo Parlamentar do PCP questionou o governo sobre o conhecimento que tinha desse referido regulamento”.

“Que medidas vão ser tomadas pelo Governo no sentido garantir que os direitos dos trabalhadores, dos doentes e dos visitantes não sejam violados com este procedimento?”, perguntou também o PCP no documento enviado ao Ministério da Saúde no final de janeiro e onde consideravam que aquela “medida oferece sérias dúvidas quanto à legalidade”.

Em resposta à pergunta feita pelo PCP, no qual os deputados comunistas alertaram ainda que estas revistas estavam a ser feitas por elementos de empresas de segurança privada, o governo “vem reconhecer que tais procedimentos são inaceitáveis”.

Numa “circular Informativa para conhecimento de todos os serviços e organismos integrados no SNS” sobre o “Controlo de Saída de Bens e Equipamentos nos Serviços e Organismos Integrados no SNS”, a Secretaria-Geral do Ministério da Saúde informa que “as revistas que redundam numa restrição dos direitos dos trabalhadores, doentes, visitantes e demais utilizadores de uma qualquer instalação (…) são ilegais”.

Segundo o PCP, a decisão do Governo confirma ainda “que o âmbito de atuação dos trabalhadores das empresas de segurança privada não se aplica ao definido no Regulamento interno do IPO”.

INEM
O Hospital Fernando Fonseca dispõe, desde ontem, de uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação, que até ao início da tarde...

"Esta Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) era mesmo necessária. Nós em Portugal temos seis saídas de VMER por dia, nos vários locais, [e] esta, ainda estamos a meio do dia, e já saiu oito vezes", salientou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo.

O governante, que falava no Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), por ocasião da entrada em funcionamento da VMER, acrescentou que "a sua necessidade era real" e a viatura pretende "tornar mais capaz a resposta do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) nesta região".

O secretário de Estado adiantou que esta é a 43ª VMER no país, e que, em abril, deverá também ficar operacional outra para servir a zona do Barreiro-Montijo.

Fernando Araújo sublinhou ainda o esforço no aumento de meios do Serviço de Urgência Básica (SUB) de Algueirão-Mem Martins e manifestou a confiança na concretização, ainda durante 2016, da construção de novos centros de saúde e "mais médicos de família".

O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta (PS), congratulou-se com a entrada ao serviço da VMER, tal como havia sido prometido pelo ministro da Saúde.

"Durante muito tempo, Sintra foi esquecida em termos de política de saúde, temos que o dizer com clareza, e ainda bem que, neste momento, está a ser lembrada", afirmou o autarca, considerando que a VMER é essencial na resposta às necessidades das populações.

Para Basílio Horta, satisfeito por ver cumprido o lema "palavra dada, palavra honrada", o município de Sintra aguarda agora que seja possível avançar com a construção de novos centros de saúde, principalmente em Agualva e Queluz.

A presidente da Câmara da Amadora, Carla Tavares (PS), também considerou que a instalação da VMER "era uma necessidade urgente" e espera que a viatura seja dotada dos meios humanos para o seu funcionamento.

O presidente do conselho de administração do Fernando Fonseca e o presidente do INEM assinaram o protocolo segundo o qual a unidade hospitalar assegura as equipas que vão trabalhar na VMER.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, admitiu no início de fevereiro que o hospital de Amadora-Sintra já devia estar dotado, desde há cerca de quatro anos, de uma VMER e prometeu resolver a situação "no princípio de março".

"O hospital Amadora-Sintra tem sido muito sacrificado, foi dimensionado para 300 mil habitantes e está a servir 600 mil. Nós temos de encontrar novas respostas", salientou o ministro, após uma reunião com o presidente da autarquia sintrense.

A falta de uma VMER no Fernando Fonseca tem sido criticada, sobretudo na sequência da morte do ator José Boavida, com uma paragem cardiorrespiratória, em Queluz, que teve de ser assistido por uma viatura do Hospital São Francisco Xavier, apesar da maior proximidade da unidade que serve Amadora e Sintra.

O secretário de Estado visitou depois a SUB de Algueirão-Mem Martins, instalada nas antigas instalações da fábrica de máquinas de escrever Messa, que classificou como "muito importante na resposta aos utentes de Sintra".

O SUB passou a contar "com mais três médicos e dois enfermeiros, criando condições para que os casos de saúde menos urgentes possam ser ali avaliados em vez de recorrerem à urgência central do Hospital Fernando Fonseca", informou uma nota da unidade hospitalar.

A equipa passará a ser composta "por cinco médicos, um dos quais especialista, e quatro enfermeiros", adiantou uma fonte oficial do Amadora-Sintra, acrescentando que está "a ser equacionada a instalação de um ecógrafo".

"Nos planos de reforço desta urgência básica está ainda a dotação das instalações com equipamentos de radiologia, um técnico em permanência e a instalação de um laboratório de análises", esclarece o comunicado.

O SUB serve as populações abrangidas pelos centros de saúde de Algueirão-Mem Martins, Rio de Mouro, Pêro Pinheiro e Sintra e, no último ano, registou 52.115 episódios de urgência, dos quais apenas 7.229 (cerca de 14%) justificaram o reencaminhamento para a urgência do Amadora-Sintra.

O serviço, "com uma média diária de 160 doentes atendidos", vai passar a realizar mais análises clínicas e raio-x, e os utentes que precisem de consultas futuras de especialidades no Fernando Fonseca serão inscritos no sistema, deixando de ter de se deslocar à Amadora.

Dieta alcalina
Uma dieta rica em alimentos ácidos e pobre em alimentos alcalinos pode ser responsável por inúmeros

A função corporal ideal depende do equilíbrio correto entre as partículas ácidas e de base (ou alcalinas) no sangue, linfa, urina e outros fluidos corporais.

Na realidade, todos os mecanismos de regulação, como a respiração, circulação, digestão ou produção hormonal, têm como finalidade equilibrar o pH através da remoção de resíduos de ácidos cáusticos metabolizados a partir de tecidos do corpo sem células vivas prejudiciais.

A existência de ácido acumulado, em determinada parte do corpo, pode levar ao mau funcionamento dos órgãos que estão próximos

Este excesso de ácido, também conhecido por acidose, pode ser provocado ainda pelo consumo de álcool, nível de açúcar no sangue e através da toma de certos medicamentos.

De acordo com alguns investigadores, a acidose pode conduzir a várias doenças. Alguns acreditam, por exemplo, que a acidez elevada pode esgotar os ossos, uma vez que o nosso organismo tem de lhes “roubar” minerais alcalinizantes (sobretudo, cálcio) para manter o fator pH dentro dos valores considerados normais, conduzindo a situações de osteoporose ou osteoartrite.

Por outro lado, também as doenças cardíacas ou renais, a hipertensão arterial, o acidente vascular cerebral ou a asma, entre outros problemas de saúde, lhe parecem estar associados.

Alguns estudos demonstram que, quando a nossa dieta contém mais ácidos do que elementos alcalinos, o nosso organismo tenta compensar este desequilíbrio servindo-se das nossas “reservas”.

É por esta razão, e tendo em conta as suas repercussões para a saúde, que alguns especialistas recomendam o aumento da ingestão de alimentos alcalinos – fruta, legumes, sementes, cereais e grãos integrais, proteínas magras como peixe, ovos ou frango – em detrimento da carne, lacticínios, pão, alimentos salgados ou refrigerantes, conhecidos por serem alimentos formadores de ácidos.

Para saber se o seu corpo é alcalino ou ácido, pode fazer um teste à sua saliva ou urina. Basta testá-la com uma tira de pH, ao acordar, e comparar a cor resultante com a tabela inclusa neste teste.

Para obter melhores resultados devem-se testar os níveis de pH durante 10 dias.

Saiba que um pH neutro é 7. Se o resultado foi maior, é alcalino. Se o pH for muito baixo (ou menos de 7) significa que é ácido, recomendando-se o aumento do consumo de frutas e vegetais.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Nos 18 anos da Ordem dos Enfermeiros...
Caro Cidadão: No ano em que a Ordem dos Enfermeiros comemora 18 anos de existência (mais exatamente

Trata-se duma escolha pessoal, que pretende levá-lo não só pelos caminhos da história e da contemporaneidade, mas, também, pelo humor, pelas biografias de pessoas que marcaram a história da enfermagem em Portugal e, ainda, partilhar o pensamento crítico e reflexivo de enfermeiros que pensam a enfermagem, com vista a potenciar a qualidade e a segurança dos cuidados de enfermagem, para que os cidadãos usufruam de mais saúde e bem estar.  Espero que fique a conhecer melhor a nossa identidade e reconheça o nosso valor. Boas Leituras. Ler dá mais saúde! Siga o nosso precioso conselho.

Faces e Fases da Enfermagem de Fátima Silva & Lígia Bastos, Edição/reimpressão: 2013, Editor: Editorial Novembro, ISBN: 9789898136688.

Sinopse: Histórias de profissionais valorosos que, duma forma ou outra, mudaram um pouco do mundo em que vivemos e que tinham em comum o facto de serem enfermeiros! Um projeto talvez um pouco louco de pesquisar e descobrir histórias sobre enfermeiros do mundo, verdadeiros heróis da enfermagem. Pela sua ação no dia a dia, enquanto enfermeiros, mudaram a vida daqueles que os rodeavam, mudando também a História da Humanidade.

A Arte de Enfermeiro: Escola de Enfermagem Dr. Ângelo da Fonseca de Ana Isabel Silva, Edição/reimpressão: 2008, Editor: Imprensa da Universidade de Coimbra, ISBN: 9789898074995.

Sinopse: Nesta obra é analisada a evolução histórica da Escola de Enfermagem Dr. Ângelo da Fonseca, desde a sua fundação até ao ano de 2004 (1881-2004). Criada em 1881 por Costa Simões, administrador dos Hospitais da Universidade de Coimbra, com o objetivo de instruir o respectivo pessoal de enfermagem, a Escola teve inicialmente uma duração efémera, só voltando a funcionar em 1919. Em 1931 foi-lhe atribuído o nome de Ângelo da Fonseca, em homenagem ao diretor dos Hospitais.

Um Olhar Sobre o Ombro - Enfermagem em Portugal de Lucília Nunes, Edição/reimpressão: 2009, Editor: Lusodidacta, ISBN: 9789728383602.

Sinopse: O livro aqui apresentado é um importante tributo à história da enfermagem portuguesa. Encontra-se dividido em duas partes distintas - uma, relativa à procura do conceito de Ser Humano na História da Enfermagem em Portugal (1881-1954), e outra, que se fundamenta na descrição e análise de eventos mais recentes. No global, “Um Olhar sobre o Ombro” remete ao relancear os olhos para trás, visualizando o caminho percorrido para poder permitir um melhor enquadramento do hoje.

Ser Enfermeiro - Da Compaixão à Proficiência de Margarida Vieira, Edição/reimpressão: 2008, Editor: Universidade Católica Editora, ISBN: 9789725401958.

Sinopse: Apesar da evolução e mudanças ocorridas, a Enfermagem continua a ser uma profissão exigente, para a qual é necessário uma forma de ser compassiva, um saber teórico específico, um fazer técnico próprio, e capacidade para tomar decisões em situações de grande complexidade ética, na relação permanente com outras pessoas. Neste pequeno livro de bolso,  espera-se deixar uma ideia clara da situação atual da enfermagem em Portugal, do que move o grupo profissional e daquilo que se pode esperar de um enfermeiro.

Vidas de Enfermeiras de Marília Pais Viterbo de Freitas, Edição/reimpressão: 2012, Editor: Lusociência, ISBN: 9789728930844.

Sinopse: A partir da segunda metade do século passado, alguns historiadores iniciaram o estudo da história das mulheres, sua vida, saberes e áreas de trabalho, mas pouco ou nada existe sobre história das mulheres na área da saúde. Assim, apresentam-se 25 biografias de enfermeiras portuguesas que exerceram a sua actividade tanto na área da prestação direta de cuidados como nas áreas da docência, da gestão e investigação.

 

Tocados pelo Amor - Momentos Especiais na Vida dos Enfermeiros de Jim Kane, Edição/reimpressão: 2004, Editor: Lusodidacta, ISBN: 9789728383763.

Sinopse: Todos os dias, por esse mundo fora, há enfermeiras e enfermeiros que tocam as vidas e corações de muita gente. "Tocados pelo Amor" conta histórias pessoais das vidas de muitas enfermeiras e enfermeiros. Esta colectânea de narrativas que abrange muitos anos e muitas culturas, exprime o espirito e a essência da enfermagem.

 

 

A Enfermeira Saturada de Saturnina Gallardo, Edição/reimpressão: 2014, Editor: Editora Guerra & Paz, ISBN: 9789897021091.

Sinopse: "Senhora Enfermeira, o soro tem ar e vai-me matar. Senhora Enfermeira, eu é que sei em que veia me deve picar. Senhora Enfermeira, está aqui para me ajudar e eu é que tenho de trabalhar?". Bem-vindo ao mundo da Enfermeira Saturada, onde o delírio se mistura com o humor, às vezes negro, mas sempre muito refinado. O mundo onde o dia a dia do hospital supera sempre a ficção.

 

 

Do ENEE à Ordem de Rui Cavaleiro, Edição/reimpressão: 2013, Editor: Chiado Editora, ISBN: 9789895105083.

Sinopse: Este livro retrata um percurso, uma evolução mais ou menos rápida, em alguns aspetos da vida, de alguém que escolheu como curso base Enfermagem. Com uma visão particular de alguns assuntos, apresenta a globalidade de outros. Adequado à realidade que por vezes custa aceitar, tem a humildade do nosso pequeno país, mas a necessidade de progresso para ir mais longe. Inova em alguns assuntos, recua noutros, mas é isso que se espera quando o objetivo é contar as verdades sempre presentes, que ainda não foram escritas por aí.

Do Silêncio à Voz - O que as enfermeiras sabem e precisam de comunicar ao público de Bernice Buresh & Suzanne Gordon, Edição/reimpressão: 2014, Editor: Lusociência, ISBN: 9789897480072.

Sinopse: Este livro foi escrito por duas jornalistas que agarraram a profissão de enfermagem mais ou menos da mesma forma que um médico agarra um doente em risco de vida, numa situação que tem cura mas que exige cuidados intensivos e de longo prazo. O diagnóstico, segundo as autoras é silêncio. “Mantendo-nos silenciosas, perdemos a oportunidade de nos mostrarmos consequenciais nos cuidados que prestamos. O remédio para o silêncio é voz – erguer a nossa voz na conversação, em primeiro lugar e mais importante com as nossas famílias, amigos e doentes e, também, com o público em geral.” Buresh e Gordon valorizam o uso de todos os tipos de meios para ajudar a tornar visível a profissão de enfermagem.

Se a Enfermagem Falasse... de Rodrigues Martins Cardoso, 2014, Edição de Autor, Publisher: CreateSpace Independent Publishing Platform, ISBN: 978-1497567603.

Sinopse: Qual é o contributo dos enfermeiros para a saúde dos cidadãos? Que valor é que estes incrementam na economia e no desenvolvimento das sociedades contemporâneas? Que imagem devem transmitir? Como dar a conhecer a profissão aos outros? Pensa que já sabe tudo sobre aqueles que promovem a saúde, mitigam o sofrimento e podem vir a salvar a sua vida? Abandone todos os preconceitos e aceite o que a Enfermagem tem para lhe dizer! “Se a Enfermagem Falasse” resulta da compilação de reflexões levadas a cabo nos últimos dois anos, suportadas pela evidência científica, discussão com peritos e pela produção noticiosa nacional e internacional.

Vidas Partidas - Enfermeiros portugueses no estrangeiro de Claúdia Pereira, Edição/reimpressão:2015. Editor: Lusodidacta, ISBN: 9789898075567.

Sinopse: Este livro destina-se a assinalar uma época histórica para a enfermagem portuguesa. Histórica pelas piores razões, como bem sabemos - cerca de 12.500 enfermeiros emigraram nos últimos anos, quase sempre tendo como destino a Europa. O livro “Vidas Partidas” será de consulta obrigatória quando um estudante, um investigador, um curioso, um político, se quiserem debruçar sobre a área da saúde em Portugal na primeira metade da segunda década do século XXI.

Notas Sobre Enfermagem - Um Guia para os Cuidadores na Actualidade de Florence Nightingale,  Edição/reimpressão:2011, Editor: Lusociência, ISBN: 9789728930660.

Sinopse: Florence Nightingale escreveu "Notas sobre Enfermagem" para os cuidadores em casa e é notável quão actual permanece esta obra nos dia de hoje. Esta edição tenciona complementar o trabalho de Florence Nightingale, alargando o seu saber e conhecimento às novas gerações encarregues de cuidar os entes queridos. O Concelho Internacional de Enfermeiros e a Fundação Internacional de Florence Nightingale (FNIF) prepararam esta moderna edição, 150 anos após a publicação original, como forma de marcar o aniversário dos 75 anos da fundação que tem o nome da "mãe" da Enfermagem moderna.

Teóricas de Enfermagem e a Sua Obra - Modelos e Teorias de Enfermagem de Ann Marriner Tomey & Martha Raile Alligood,  Edição/reimpressão: 2004, Editor: Lusodidacta, ISBN: 9789728383749.

Sinopse: "Teóricas de Enfermagem e Sua Obra" é o livro sobre teoria de enfermagem mais abrangente que existe, apresentando descrições e análises claras, concisas e actualizadas de 28 teorias de enfermagem.

 

 

Enfermagem Pós-Moderna e Futura - Um Novo Paradigma da Enfermagem, de Jean Watson, Edição/reimpressão:2007, Editor: Lusodidacta, ISBN: 9789728383374.

Sinopse: Neste notável livro Jean Watson, mantém a sua procura pelo âmago da enfermagem, desenvolvendo as teorias que inspiram enfermeiros em todo o mundo. Delineando com base na sabedoria de Nightingale do século XIX, a Professora Watson estabelece um modelo para a enfermagem do século XX. À medida que avançamos para além da alta tecnologia, do carácter da cura a todo o custo da era “moderna”, a autora sustenta que a enfermagem precisa de redescobrir a sua essência de cura, e devolver as artes de cuidar às suas práticas. O livro descreve como isto deverá ser feito, no sentido de assegurar o futuro da enfermagem, como a profissão de cuidar-curar para o próximo milénio.

História e Memórias da Escola Superior de Enfermagem Cidade do Porto, Obra colectiva da Escola Superior de Enfermagem Cidade do Porto, Edição/reimpressão: 2004, Editor: Lusodidacta, ISBN: 9789728383565.

Sinopse: A Escola Superior de Enfermagem da Cidade do Porto nasceu há vinte anos. Na sua juventude pujante inscreveu percursos de formação pioneiros de um profissionalismo exigente na formação especializada em enfermagem. Adaptou-se a um mundo em constante evolução em sintonia com as políticas de saúde e as necessidades do meio envolvente, desenvolveu-se permanecendo aberta aos grandes debates contemporâneos.

Escola Superior de Enfermagem Artur Ravara, de Vários Autores, Edição/reimpressão: 2009, Editor: Lusodidacta, ISBN: 9789728930417.

Sinopse: Uma instituição, como a Escola Superior de Enfermagem de Artur Ravara, com mais de um século a formar profissionais, encerra uma história, um património, uma cultura, memórias, conhecimento e um legado, indeléveis no tempo e no espaço. A obra apresentada é um pouco isso, é a sucessão natural dos factos, são os antecedentes, é a criação, são os protagonistas, enfim, a construção e a consolidação de uma instituição de referência, a qual não se dissocia das suas reformas curriculares, dos seus projetos pedagógicos, das suas direções, das atividades da sua comunidade educativa, em suma, do seu património.

Anjos na Guerra - A Aventura das Enfermeiras Paraquedistas Portuguesas de Susana Torrão, Edição/reimpressão: 2011, Editor: Oficina do Livro, ISBN: 9789895557806.

Sinopse: Na guerra colonial, o corpo de enfermeiras pára-quedistas socorreu militares e civis em Angola, Moçambique e Guiné. Estas mulheres que caiam do céu para tratar dos feridos e travar o sofrimento enfrentaram, ao lado dos soldados, a dureza do mato e a violência dos combates. Mas não só. Enfrentaram também o preconceito de uma sociedade conservadora, onde a ideia de enviar mulheres para um cenário de conflito era vista com enorme desconfiança. Esta é a história dessas pioneiras improváveis, que quase passaram despercebidas ao seu país mas que acabaram por lhe dar uma lição de coragem.

Histórias de Vida de Uma Enfermeira de Maria de Lurdes Mixão, Edição/reimpressão: 2015, Editor: Chiado Editora,  ISBN: 9789895140527.

Sinopse: "Histórias da Vida de Uma Enfermeira" relata algumas das vivências que marcaram e moldaram o percurso profissional da vida de Lurdes Mixão, bem como de outros enfermeiros do Departamento de Pediatria do Hospital de Santa Maria (HSM). Para a autora, a principal ideia é a importância de cuidar com o coração. O enfermeiro não deve só cuidar tecnicamente, mas com a sabedoria do coração, com sentido crítico, compaixão e carinho pelas crianças.

Seleção de Livros realizada por Pedro Quintas, Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária, ACES Pinhal Litoral – USF Marquês, [email protected]

Nota: 
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“Ladrão silencioso da visão” afeta 100 mil portugueses
Associando-se às iniciativas inseridas na Semana Mundial do Glaucoma, entre 6 e 12 de março, o Grupo Português de Glaucoma da...

Estas iniciativas contam com a colaboração de vários especialistas em Glaucoma que procuram sensibilizar a população para os perigos de uma doença que se estima que afete mais de 100 mil portugueses e cuja incidência tende a aumentar com a idade.

Ainda desconhecido por muitos, o glaucoma é subdiagnosticado e “silencioso” ao provocar danos progressivos na visão sem aviso até às fases mais avançadas da doença. Apesar do tratamento ser eficaz na estabilização desta patologia, é incapaz de reverter as lesões já provocadas. Isto significa que quanto mais precoce o diagnóstico, maior é a visão preservada.

O glaucoma afeta cerca de 80 milhões de pessoas em todo o mundo e apesar de em Portugal não ter o mediatismo das cataratas ou da retinopatia diabética, representa um problema não só de oftalmologia mas também de saúde pública. É a segunda causa mundial de cegueira (cerca de 9 milhões de cegos por glaucoma em todo o Mundo) e a primeira causa de cegueira irreversível evitável. Estima-se que mesmo nos países desenvolvidos só cerca de 50% dos portadores de glaucoma sejam diagnosticados e tratados porque a maioria dos doentes inicialmente não tem alterações visuais percetíveis.

Segundo o coordenador do Grupo Português de Glaucoma (GPG), José Moura Pereira, é fundamental “combater o desconhecimento generalizado sobre esta doença”. “A prevenção é decisiva em qualquer situação clínica”, adverte, mas é-o “especialmente” neste contexto. “O glaucoma é irreversível: não é possível recuperar as fibras do nervo ótico que se perdem com a progressão da patologia, pelo que é preciso tentar travá-la; quanto mais cedo, melhor.”

A “importância do diagnóstico precoce” deste que constitui “um problema de saúde pública, incapacitante para muitos indivíduos”, é igualmente vincada por Maria João Quadrado, presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO).

O GPG vai promover ações de sensibilização em conjunto com os especialistas de glaucoma nos Hospitais de Coimbra, Braga, Viseu, V.N. de Gaia-Espinho, Aveiro e Leiria, com destaque para a reunião científica anual de debate sobre esta patologia que decorrerá na cidade de Viseu, nos dias 11 e 12 de março.

Serviço Nacional de Saúde
O governo está a avaliar a comparticipação dos medicamentos para a cessação tabágica e quer que todos os Agrupamentos de...

O anúncio foi feito pelo secretário de Estado e adjunto da Saúde, Fernando Araújo, no final da apresentação do relatório “Portugal – Prevenção e Controlo do Tabagismo em Números 2015”, em Lisboa.

De acordo com este documento, o consumo de tabaco matou mais de 32 pessoas por dia em 2013, tendo sido a primeira causa de morte em Portugal, mas no geral o número de fumadores tem vindo a diminuir.

“Por vezes as pessoas têm vontade e não têm capacidade [de tentar deixar de fumar] e nós temos a obrigação de ajudar”, disse Fernando Araújo, sobre uma eventual comparticipação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) nos medicamentos de cessação tabágica.

Segundo o governante, o governo está atualmente “a fazer um estudo, uma avaliação do ponto de vista clínico do impacto, bem como do ponto de vista económico, para saber o custo destas medidas, mas é expetável que durante este ano possamos tomar decisões que se possam traduzir em resultados concretos em 2017”.

Para Fernando Araújo, o SNS precisa de aumentar a acessibilidade e responder de forma mais eficaz aos apelos dos fumadores que querem deixar de fumar.

Nesse sentido, o secretário de Estado aposta no papel da medicina geral e familiar que pode ser “determinante”.

O que se pretende é “disponibilizar em todos os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) pelo menos uma agenda de apoio intensivo à cessação tabágica”, afirmou.

Fernando Araújo quer, até ao final do ano, diminuir para metade a percentagem (30 por cento) de ACES que ainda não disponibilizam este serviço.

Relativamente aos espaços para fumadores – nomeadamente na restauração e hotelaria – o objetivo do Ministério da Saúde é evitar que haja “capacidade legal para a abertura de novos espaços para fumadores”.

Os que existem, prosseguiu, terão de respeitar “exigências, do ponto de vista técnico, cada vez maiores para proteger quem não fuma da inalação do tabaco”.

Uma dessas medidas entrará em breve em vigor e obriga a que os espaços fechados onde é possível fumar – com mais de 100 metros quadrados – tenham de ter pressão negativa.

Segundo o Diretor Geral da Saúde (DGS), presente na apresentação deste relatório, a pressão negativa é “absolutamente essencial para evitar que o fumo do tabaco passe de uma área para a outra”.

“A pressão deve ser no mínimo 5 pascais (unidade), para a propagação do fumo do tabaco encontrar um bloqueio à sua expansão”, disse.

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