Estudo
A maioria das crianças hospitalizadas parece suportar melhor a dor graças à presença dos Doutores Palhaços, de acordo com dados...

Este é um dos estudos que consta do livro “Rir é o melhor remédio” que reúne os resultados de um projeto de investigação sobre intervenção dos Doutores Palhaços na recuperação das crianças hospitalizadas.

Dos 332 profissionais dos hospitais visitados pela Operação Nariz Vermelho (ONV) e inquiridos para este estudo, 84% acha que as crianças parecem suportar melhor a dor, 65% considera que estas se alimentam melhor e 65% que melhoram o sono graças às visitas dos Doutores Palhaços.

Segundo os profissionais hospitalares inquiridos, 90 por cento das crianças visitadas demonstram mais tolerância à dor e 94 por cento melhoram a sua condição clínica.

A ONV realiza visitas semanais durante 42 semanas por ano, aos 13 hospitais abrangidos pelo programa em Lisboa, Cascais, Sintra, Amadora, Almada, Porto, Coimbra e Braga.

A equipa de artistas é constituída por 22 Doutores Palhaços e nos bastidores trabalham nove profissionais. Anualmente, a ONV visita mais de 40 mil crianças hospitalizadas.

Susana Ribeiro, coordenadora do Núcleo de Investigação da ONV, disse que a presença dos palhaços permite às crianças ver o hospital com outros olhos.

Os próprios familiares consideram que os Doutores Palhaços são parte da equipa de cuidados às crianças e adolescentes.

“Os Doutores Palhaços permitem à criança brincar e transformar o momento da doença num momento mais positivo. As crianças conseguem sair por instantes daquele hospital e ser apenas crianças”, disse.

A investigadora adiantou que, quando os palhaços entram num quarto hospitalar, “transformam-no completamente. Este passa a ser uma nave espacial, por exemplo”.

Segundo Susana Ribeiro, as visitas “de médico” dos Doutores Palhaços perpetuam-se no tempo, pois as crianças comentam a sua passagem, partilham fotos e, nos dias seguintes, replicam as brincadeiras.

Para as crianças que têm medo de palhaços, os artistas respeitam os seus receios, mas não desistem.

“O palhaço respeita a situação e há um processo de namoro e de relação com essa criança. Em internamentos prolongados, às vezes a criança não permite que os artistas entrem no quarto, mas depois vão namorando e, no final, a criança perde o medo e recebem os Doutores Palhaços”, disse.

Em Portugal desde 2002, os Doutores Palhaços nasceram nos Estados Unidos há 30 anos.

A investigação “Rir é o melhor remédio?” teve como objetivo avaliar o impacto físico, emocional, psicossocial e organizacional da intervenção dos Doutores Palhaços junto das crianças/adolescentes, familiares, profissionais de saúde e das próprias instituições onde esta intervenção tem lugar e estudar o processo de formação (inicial e contínua) destes profissionais.

O livro com esta investigação será apresentado segunda-feira, durante o primeiro Encontro internacional de palhaços que intervêm em saúde – o Healthcare Clowning International Meeting 2016 que decorre em Lisboa.

Estudo
Investigadores da Universidade de Tóquio afirmam que contrair a infeção pelo vírus do Zika na fase inicial da gravidez poderia...

Isto significa que uma em cada sete grávidas do país sul-americano correria o risco de transmitir ao bebé microcefalia associada à infeção, segundo a investigação, liderada pelo professor Hiroshi Nishiura e citada pela estação pública NHK.

A microcefalia, uma condição associada à redução do tamanho do crânio e do cérebro, afeta normalmente dois em cada 10.000 recém-nascidos na Europa e Brasil, segundo revelou um estudo publicado esta semana pela revista britânica The Lancet.

Segundo este estudo, uma em cada cem mulheres infetadas pelo vírus Zika durante os primeiros três meses de gravidez corre o risco de o feto vir a desenvolver microcefalia, mas os investigadores japoneses sugerem que no Brasil esta proporção é significativamente maior.

O grupo analisou os dados do surto do vírus no nordeste do Brasil, a região mais atingida pela epidemia e onde foi registada maior concentração de casos de microcefalia em recém-nascidos.

Este é o primeiro estudo que utiliza dados recolhidos no Brasil, segundo os investigadores japoneses. O estudo publicado na revista britânica baseia-se em dados obtidos durante um surto de Zika na Polinésia Francesa entre 2013 e 2014.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em mais de 20 países e territórios, na sua maioria latino-americanos, foram decretadas zonas de risco de contágio pelo Zika, transmitido por mosquitos da espécie Aedes Aegypti, que também transmite dengue e chikungunya.

Associação Portuguesa de Urologia
Segundo dados da Associação Portuguesa de Urologia, apenas 10% dos doentes com incontinência urinária contactam o médico e os...

Na semana da Incontinência Urinária, que se assinala entre 21 e 25 de março de 2016, a Associação Portuguesa de Urologia (APU) revela que a patologia afeta 20% da população portuguesa com mais de 40 anos e que um em cada cinco portugueses nesta faixa etária sofre deste problema. Atualmente, cerca de 33% das mulheres e 16% dos homens com mais de 40 anos têm sintomas de incontinência urinária.

As perdas involuntárias de urina são extremamente comuns. Porém, é um sintoma que define um problema de saúde pública, com um impacto social e económico considerável. Mesmo as mais pequenas perdas de urina têm implicações na qualidade de vida, atingindo o âmbito físico, social, sexual e psíquico, com consequências a nível emocional.

Uma vez que estamos perante um tema do foro íntimo, a incontinência urinária ainda é encarada como um tabu, que condiciona a vida do doente a vários níveis: pessoal, familiar, social e laboral. Este problema pode conduzir a uma fuga do contacto social e ao isolamento, porque está sempre presente o medo e a vergonha de que os outros sintam o cheiro. Pode afetar também a relação conjugal, uma vez que a intimidade do casal é prejudicada.

Tratamento da Incontinência
O diagnóstico da incontinência urinária tem início no historial clínico do doente, que descreve em que condições sofre de perdas de urina. Para que se possa optar pelo tratamento mais adequado, é necessário realizar um diagnóstico preciso com base num exame físico dirigido, com pequenas manobras que tentam mimetizar a perda de urina.

Na última década, foram feitas importantes descobertas nesta área. Existem, inclusivamente, formas de incontinência urinária que são tratadas com medicamentos ou técnicas de reabilitação, e a maioria das cirurgias quase não implicam internamento, sendo a vida normal retomada horas ou poucos dias depois.

O tratamento cirúrgico desempenha um papel preponderante na incontinência urinária de esforço, tanto na mulher, como no homem. Para a incontinência urinária de esforço a cura é possível em cerca de 90% dos casos.

Na incontinência urinária por imperiosidade, o tratamento com fármacos orais (cuja ação estabiliza o músculo inibindo a sua contração involuntária) consegue melhorias sintomáticas na maioria dos doentes. Nos casos em que não é possível terapêutica oral, pode recorrer-se à administração de fármacos diretamente na bexiga, um procedimento simples, com eficácia e segurança.

Direção-Geral da Saúde
O consumo de leite em Portugal voltou a sofrer uma redução em 2014, uma tendência que se mantém desde 2009, segundo um...

Considerado pela própria Direção-Geral da Saúde (DGS) como um “super alimento de baixo custo”, o grupo do leite e derivados sofreu de 2013 para 2014 uma diminuição de 2,6%.

“De registar a redução consecutiva da disponibilidade do leite e seus derivados desde 2009 e a baixa e estável disponibilidade de leguminosas ao longo dos últimos cinco anos, apesar da divulgação regular das suas vantagens nutricionais e fornecimento de proteína a baixo custo”, refere o relatório “Portugal – Alimentação Saudável em Números 2015”.

Durante a apresentação do documento, o coordenador do Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável, Pedro Graça, sublinhou o “consumo baixíssimo” de grão e feijão – alimentos considerados saudáveis e completos - , lembrando que são produtos “sem marcas” e, por isso, “sem padrinhos” que os promovam ou lhes façam publicidade.

Preocupante, segundo o responsável, é ainda o indicador que mostra que aumentou, entre 2002 e 2014, o número de adolescentes que raramente ou nunca comem hortícolas e fruta.

Em 2002, 5,7% dos adolescentes raramente ou nunca consumiam fruta e 11,7% não comiam fruta, enquanto em 2014 esses valores passaram, respetivamente, para 9% e 14,6%.

Direção-Geral da Saúde
Mais de 70% das crianças portuguesas de 8 e 9 anos e mais de 80% dos adolescentes dos 13 aos 17 anos consomem sal acima dos...

“O consumo de sal é uma guerra que temos de continuar a travar”, declarou Pedro Graça, coordenador do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, durante a apresentação do relatório “Portugal – Alimentação Saudável em Números 2015”.

Segundo o documento, na faixa etária dos 7 e 8 anos 74% dos meninos e 70% das meninas têm um consumo de sal inadequado. Dos 13 aos 17 anos, o nível de consumo excessivo de sal aumenta para 84% nos rapazes e para 72% nas raparigas.

Globalmente, os níveis de consumo de sal melhorarem em Portugal entre 2006 e 2012, mas continua a ser o país europeu com consumo salino mais elevado.

Pedro Graça lembrou que 40% da população portuguesa tem hipertensão e que o consumo de sal na alimentação é um dos fatores de risco para doenças cérebro-cardiovasculares.

“Considera-se que a redução de sal é um assunto prioritário e que o excesso de consumo de sal é um importante problema de saúde pública. É por isso necessário definir metas de redução quantificáveis e monitorizáveis ao nível do consumo”, indica o relatório apresentado pela Direção-Geral da Saúde.

Segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde, considera-se como meta a atingir a redução do consumo de sal entre 3% a 4% ao ano na população portuguesa, durante os próximos quatro anos, procurando alcançar um o consumo de sal de 5 gramas per capita/dia a atingir até 2025.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, disse que o Governo está a debater, com a associação que representa os restaurantes, formas para reduzir o sal na confeção dos alimentos.

“Do lado dos restaurantes tivemos uma enorme abertura. Estamos a aprofundar esse compromisso. Para que a restauração possa fazer esse caminho e as pessoas se habituarem, nos restaurantes, a comer com menos sal e levar isso para sua casa, fazendo igual”, afirmou aos jornalistas Fernando Araújo, no final da apresentação do relatório da DGS.

Direção-Geral da Saúde
Uma em cada 14 famílias portuguesas pode não conseguir comprar alimentos suficientes por falta de dinheiro, segundo dados da...

O coordenador do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, Pedro Graça, reconheceu que este dado é preocupante, embora indique que pode não ser o retrato fiel de todos os portugueses, uma vez que o inquérito que permite aferir estes dados é feito apenas a utilizadores do Serviço Nacional de Saúde.

A prevalência de famílias com insegurança alimentar grave desceu de 8,8% em 2012 para os 6,6% em 2014, enquanto a insegurança alimentar moderada cresceu de 81,% para 9,5%, de acordo com dados do relatório “Portugal – Alimentação Saudável em Números 2015”.

O coordenador do Programa da Direção-Geral da Saúde referiu que as famílias com dificuldades de acesso a alimentos conseguem ser identificadas, permitindo às autoridades agir com mais qualidade no apoio de que necessitem.

Em linhas gerais, serão famílias com menos escolaridade e sobretudo residentes nas regiões do Algarve e de Lisboa e Vale do Tejo.

Pedro Graça sublinhou também que a insegurança alimentar pode coexistir com o excesso de peso, lembrando que os alimentos muito calóricos e menos saudáveis se tornaram uma alimentação barata e disponível.

“Os novos pobres sabem lidar menos bem com a pobreza e serão mais afetados pela insegurança alimentar” do que as famílias que há anos lidam com a mesma realidade e que têm já sistemas de apoio mais estruturados, como o recurso a bancos alimentares.

Quanto à obesidade, em 2014, mais de metade da população portuguesa (52,8%) com 18 ou mais anos tinha excesso de peso. O aumento da obesidade verificou-se sobretudo no sexo feminino e na população com idades entre 45 e 74 anos.

Já nas crianças e adolescentes, o excesso de peso parece estar a estabilizar ou mesmo a reduzir-se quando se comparam valores de 2008 com 2013. Contudo, Portugal continua a ter uma prevalência de jovens com excesso de peso superior à média europeia.

Doença de pele
Afetando mais as mulheres do que os homens, entre os 30 e os 60 anos, a rosácea é uma doença de pele

A rosácea é uma doença cutânea crónica que afeta sobretudo a pele do rosto – testa, bochechas e nariz. Região cervical, tórax, dorso e couro cabeludo são zonas que podem também ser afetadas por esta doença que, na sua fase inicial, se caracteriza por um eritema persistente e por telangiectasia, muitas vezes seguida de pápulas e papulopústulas.

Embora possa ser confundida com acne, na realidade, a rosácea não tem cura e pode piorar com o passar do tempo, levando a mudanças permanentes na aparência que afetam a auto-estima.

Estima-se que, em todo o mundo, esta doença atinja cerca de 16 milhões de pessoas. No entanto, são as peles claras as mais afetadas.

Vários estudos revelam que cerca de 10 por cento das pessoas de pele clara sofram ou venham a sofrer de rosácea. Não obstante, tal não significa que não possa afetar as peles morenas.

Alternando entre períodos de agravamento e melhoria, a tendência é torna-se cada vez mais evidente.

Embora as suas causas sejam desconhecidas, sabe-se que a doença surge da combinação entre vários fatores hereditários e ambientais.

Stress, exposição ao sol, alguns alimentos ou medicamentos, por exemplo, são indicados como alguns dos fatores desencadeantes.

Os especialistas inclinam-se, deste modo, para uma deficiente atuação do nosso sistema imunitário, que desencadeia uma resposta anormal a estes estímulos externos.

A rosácea pode ser classificada da seguinte forma:

Rosácea eritemato-telangiectásica - quando a pele adquire um tom avermelhado, rosado e com pequenos vasos (telangiectasias), sobretudo, na face.

A vermelhidão pode ser agravada pelo sol, stress, álcool e calor, por exemplo.

Rosácea papulo-pustulosa – este tipo de rosácea caracteriza-se pelo aparecimento de lesões papulo-pustulosas, facilmente confundidas com acne. Este tipo de rosácea é muito comum nos homens.

Rosácea fimatosa – a rosácea fimatosa é o tipo menos frequente da doença. A pele torna-se espessa, dura e avermelhada com os poros dilatados.

Sendo mais comum nos homens com mais de 50 anos, ela caracteriza-se pelo aumento e infiltração de áreas como as glândulas sebáceas do nariz.

Rosácea ocular – atingindo a região dos olhos, tem o diagnóstico mais difícil uma vez que, em 20 por cento dos casos, ela só é descoberta pelo oftalmologista.

Caracterizada por uma inflamação (blefarite), com vermelhidão e descamação na área dos cílios, é o tipo mais grave da doença que pode resulta na perda de visão.

Ainda que não tenha cura, o tratamento para a rosácea resulta sobretudo no alívio dos sintomas.

Ajustado a cada caso, o tratamento pode incluir antibióticos, anti-inflamatórios, cremes e pomadas específicos, e até tratamento laser.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Alerta do Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
Portugal precisa de uma articulação estreita entre o sistema de emergência pré-hospitalar (Vias Verdes), os Serviços de...

Existem dois indicadores importantes de qualidade no tratamento do AVC agudo que são a percentagem de admissões nas Unidades de AVC (UAVC) e a percentagem de admissões através da Via Verde. Segundo os dados da Direção-Geral da Saúde, apenas 62% dos doentes admitidos nos hospitais por AVC são admitidos em Unidades de AVC e menos de 50% (cerca de 43% na média dos últimos 3 anos) dos doentes admitidos na Unidade de AVC são admitidos através da Via Verde.

“Impõem-se planos de reestruturação da urgência e das redes de referenciação do AVC. Impõe-se uma atualização das condições de funcionamento das unidades de AVC e da respetiva hierarquização para efeitos de referenciação, para que o doente certo vá para o centro certo”, afirma Maria Teresa Cardoso, internista e coordenadora do Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral (NEDVC).

“De facto está a começar uma nova era no tratamento do AVC agudo e para o maior número de doentes beneficiar dela, é preciso encurtar o tempo desde o início dos sintomas até à realização da terapêutica de reperfusão. Reconhecer o AVC e ligar o 112 é o passo certo nesse sentido”, observa a internista.

Nos últimos anos ocorreu uma redução expressiva do número de óbitos por doença vascular cerebral em Portugal. Também a mortalidade intrahospitalar por AVC isquémico tem vindo a diminuir, apesar de cada vez se morrer mais no hospital e menos no domicílio. No entanto, a taxa de mortalidade por DVC em Portugal continua muito acima da média europeia e esta patologia encontra-se em primeiro lugar como a doença associada a maior produção hospitalar segundo os dados da DGS (Doenças Cérebro-cardiovasculares em números - 2015).

Maria Teresa Cardoso refere ainda que “atualmente está a acontecer uma grande viragem no tratamento dos doentes com acidente vascular isquémico. Dispomos da trombectomia (retirada do trombo por métodos mecânicos) até às 6 h, com grande eficácia na reperfusão do vaso e independência do doente aos 90 dias. Mas esta terapêutica só se aplica a um determinado grupo de doentes com AVC isquémico e só está disponível nos grandes centros. Tal como acontece com a trombólise, o tempo é determinante no sucesso do procedimento e na sobrevida do doente com autonomia. À medida que o tempo passa, a elegibilidade do doente para terapêutica endovascular aproxima-se de zero”.

Assim, “colocar o doente certo no hospital certo com a equipa certa resultará num maior número de doentes elegíveis para este tratamento específico. O objetivo ultimo é aumentar a percentagem de doentes a fazer trombólise e intervenção endovascular”, explica a especialista.

O NEDVC considera que assumem particular relevância neste domínio, fatores de educação na saúde, como o reconhecimento pela população dos sinais de alarme do AVC, o seu entendimento como uma situação potencialmente ameaçadora de vida e da disponibilidade de meios específicos de auxílio ao acionar a Via Verde do AVC, chamando o 112.

Reconhecer os sinais de alerta e chamar de imediato o 112 é crucial para o doente poder usufruir do melhor tratamento e ter maior probabilidade de ficar autónomo. Boca ao lado, dificuldade em falar e perda de força no braço, ou num dos lados do corpo, são os sinais de alerta que não podem ser ignorados nem menosprezados.

Nos EUA
Estudo confirma que a nova tendência dos pais para não vacinar os filhos é a maior responsável.

O movimento antivacinação, que tem ganho cada vez mais adeptos no mundo industrializado, é o grande responsável pelo ressurgimento de surtos de sarampo e de tosse convulsa nos Estados Unidos. A ideia já andava no ar, escreve o Diário de Notícias, porque existe uma coincidência temporal clara entre os dois fenómenos, mas agora está mesmo confirmado. É isso que mostra um estudo publicado no The Journal of the American Medical Association (JAMA), por médicos e investigadores da Universidade de Emory, em Atlanta.

"Uma parte substancial dos casos de sarampo nos Estados Unidos na era posterior à sua eliminação foram [de pessoas] não vacinadas intencionalmente", escrevem os autores, que passaram em revista todos os dados sobre surtos de sarampo e de tosse convulsa no seu país desde 2000, a data em que aquelas duas doenças foram ali consideradas eliminadas.

Afinal, o que aconteceu depois disso foi que elas ressurgiram e os surtos, a cada ano, tornaram-se mais expressivos.

A análise dos investigadores mostra exatamente isso. O número de casos de ambas as doenças aumentou sistematicamente ao longo da última década e meia, "o que esteve associado ao fenómeno da recusa da vacinação", sublinha a equipa coordenada por Saad Omer.

No caso da tosse convulsa, essa relação, entre o movimento antivacinação e o aumento de casos da doença, também foi encontrada. No entanto, os autores reconhecem que o seu ressurgimento estará igualmente associado a uma perda de imunidade nas populações vacinadas. Alterações no agente patogénico parecem permitir-lhe escapar à ação plena da vacina.

Seja como for, os números têm sido crescentes para as suas doenças infecciosas. E o maior surto de sarampo nos Estados Unidos da última década e meia ocorreu, justamente, entre dezembro de 2014 e fevereiro do ano passado.
Sabe-se que ele começou na Disneilândia, na Califórnia, mas a sua origem nunca se conseguiu identificar. Em fevereiro de 2015, quando o surto foi debelado, a doença tinha alastrado a 23 estados, num total de 668 casos, o maior número desde que a doença tinha sido considerada eliminada. Como não podia deixar de ser, isso reacendeu o debate sobre a opção de muitas famílias de não vacinar os filhos, uma vez que os não imunizados favorecem o contágio e a ocorrência de mais casos.

Em plena expansão desse surto de sarampo, o presidente Obama foi à televisão para apelar à vacinação de todos, pais e filhos, que não estivessem imunizados.

O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa - o contágio faz-se por via aérea, como a gripe -, que causa febre, tosse e uma erupção cutânea característica, e nas situações mais graves pneumonia, surdez e outras complicações que podem levar à morte. Depois das campanhas de vacinação do século passado, o sarampo foi declarado, em 2000, praticamente eliminado nos Estados Unidos - o que aconteceu, aliás, nos países ocidentais que estabeleceram programas de vacinação universal.

Portugal é um desses países, onde o sarampo não constituí um problema. Nos últimos dois anos, por exemplo, não houve nenhum caso, e em anos anteriores, registaram-se sobretudo casos isolados importados de outros países, que não deram origem a mais doentes.

Estudo
A empresa francesa Biosantech e o cientista Erwann Loret, do Centro Nacional Francês de Investigação Científica (CNRS),...

"Temos um efeito da vacina em células infetadas pelo VIH" semelhante ao de 70 anos de terapia tripla, comenta Erwann Loret, cujos trabalhos foram publicados na revista Retrovirology.

As terapias triplas (medicamentos antirretrovirais), que atualmente permitem que o sangue tenha uma carga viral indetetável, não têm praticamente nenhum efeito no número de células infetadas, que servem como reservatórios do vírus e provocam um aumento da carga viral quando o tratamento é interrompido na maioria dos pacientes seropositivos, escreve o Sapo.

Num ensaio clínico realizado num hospital de Marselha com 48 pacientes, divididos em quatro grupos (um grupo com placebo e três doses diferentes de vacina), nove pacientes apresentaram um nível indetetável de células infetadas 12 meses mais tarde.

Preparada por Erwann Loret, a vacina atua contra a proteína Tat, produzida pela célula infetada pelo VIH, e impede as defesas imunitárias de atacá-la. A molécula da vacina foi batizada de "TAT Oyi", em referência a um paciente do Gabão naturalmente resistente ao VIH, no qual se descobriu que esta proteína era capaz de gerar uma boa resposta imunitária.

Outras investigações podem ser realizadas em breve com base neste novo conhecimento em vários hospitais de todo o mundo, incita o estudo.

De acordo com Erwann Loret, uma eventual cura da doença, sobre a qual se mostra prudente, só pode ser obtida através da combinação da vacina com as terapias triplas para obter não só uma carga viral e um número de células infetadas não detectáveis, como também uma diminuição da resposta imunitária, o que significaria a "retroseroconversão", ou seja, um retorno à condição de seronegatividade.

Esta retroseroconversão foi observada em apenas um paciente no mundo, Timothy Brown, chamado o "Paciente de Berlim". Na sequência de uma leucemia, Brown passou por um enxerto de medula óssea através de transplante, o que permitiu uma cura dificilmente reproduzível.

Nobel da Medicina diz
Pessoas que sofrem da Doença de Alzheimer podem não ter "perdido" a memória e têm apenas dificuldades em recuperá-la,...

O prémio Nobel da Medicina Susumu Tonegawa (1987) defende que o estímulo de áreas específicas do cérebro com luz azul permite a ratos de laboratório recuperarem experiências e memórias que pareciam esquecidas.

Os resultados fornecem algumas das primeiras evidências de que a doença de Alzheimer não destrói por completo as memórias específicas, torna-as "apenas inacessíveis", escreve o Sapo.

"Como seres humanos e ratos camundongos tendem a ter princípios comuns em termos de memória, os nossos resultados sugerem que os pacientes com a doença de Alzheimer, pelo menos nos estádios iniciais, podem preservar a memória. Ou seja há hipóteses de cura", comentou Susumu Tonegawa à agência de notícias France Presse.

A equipe de Tonegawa usou este tipo de animais geneticamente modificados para mostrar sintomas semelhantes aos dos seres humanos que sofrem de Alzheimer, uma doença degenerativa do cérebro que afeta milhões de adultos em todo o mundo. A Organização Mundial de Saúde estima que em 2050 a demência afete 131 milhões de pessoas.

Os animais foram colocados em caixas cuja superfície inferior estava eletrificada, causando uma descarga desagradável, mas não perigosa, sobre os seus membros sempre que os animais tocassem nessa estrutura.

Um rato que não tem Alzheimer desenvolve comportamentos medrosos, evitando a sensação desagradável.

Camundongos com Alzheimer não reagem da mesma forma, indicando que não guardam nenhuma memória da experiência dolorosa.

No entanto, quando os cientistas estimulam áreas específicas do cérebro dos animais - as chamadas "células de engramas" relacionadas com a memória - usando uma luz azul, os ratos acabam por se lembrar da sensação desagradável ou pelo menos desenvolvem comportamentos para evitar os choques elétricos.

O mesmo resultado foi observado também quando os animais eram colocados num recipiente diferente durante o estímulo, o que sugere que a memória se manteve.

Ao analisar a estrutura física do cérebro dos ratos, os investigadores mostraram que os animais afetados com a doença de Alzheimer tinham menos "espinhas dendríticas", através das quais as conexões sinápticas são formadas.

Com a repetição dos estímulos lumínicos, os animais podem incrementar o número de espinhas dendríticas atingindo o níveis dos ratos saudáveis.

"A memória de ratos foi recuperada através de um sinal natural", disse Tonegawa, referindo-se ao recipiente que causava o comportamento de medo.

"Isto significa que os sintomas da doença de Alzheimer em camundongos foram curados, pelo menos nos estádios iniciais", disse.

A investigação, patrocinada pelo Centro RIKEN-MIT para Genética de Circuitos Neurais, é a primeira a mostrar que o problema não é a memória, mas as dificuldades na sua recuperação, explica o centro com sede no Japão.

"É uma boa notícia para os pacientes de Alzheimer", acrescenta Tonegawa por telefone à AFP, a partir do escritório em Massachusetts. Tonegawa obteve em 1987 o prémio Nobel da Medicina.

No Porto
Duas investigadoras da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto desenvolveram um tipo de luva que incorpora uma...

"Juntamos tecnologia, ciência e 'design' para criar um produto que, embora possa ser usado por qualquer pessoa, foi criado especialmente para as que sofrem destas patologias, utilizando o calor como tratamento", disse uma das responsáveis pelo projeto, Débora Pereira.

A osteoartrose é uma doença crónica das articulações, que causa a degeneração da cartilagem e dos ossos e provoca dor, rigidez e redução das funcionalidades.

O projeto deu origem à 'startup' (empresa recém-criada) Smart Gloves, fundada em setembro de 2015, que utiliza a termoterapia superficial na criação das suas luvas, podendo estas servir como uma alternativa a tratamentos dispendiosos e ao consumo de fármacos.

Segundo a investigadora, as luvas são produzidas com um "material parecido com um tecido, que se comporta como resistência e que permite ser aquecido", ao contrário das luvas convencionais que apenas isolam a pele do ar exterior.

O sistema de aquecimento incorporado no produto, concebido diretamente pelos membros da equipa, é automático e permite ajustar a temperatura.

"Embora seja possível lavar o material, estamos a verificar agora como o podemos unir ao dispositivo que regula a temperatura para tornar a luva totalmente lavável", acrescenta.

O produto, em fase de desenvolvimento e testes até junho de 2016, vai ser comercializado a partir de para 2017, em farmácias e parafarmácias, referiu ainda a co-fundadora.

As investigadoras Débora Pereira e Elsa Filipa Sousa desenvolveram o projeto no âmbito do Mestrado Integrado em Bioengenharia, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Direção-Geral da Saúde
A obesidade e outras formas de hiperalimentação foram responsáveis pela morte de 210 pessoas em 2013 e, no mesmo ano, 71...

De acordo com o relatório “Portugal – Alimentação Saudável em Números 2015”, que é hoje apresentado em Lisboa, registou-se um “forte crescimento do número de utentes com registo de obesidade e excesso de peso (embora desigual por região) que poderá ser devido a diferentes fatores, entre eles uma maior atenção dos profissionais de saúde a este fenómeno”.

O documento indica que, em 2014, existiam 620.769 utentes com registo de obesidade. No mesmo ano, eram 497.167 os utentes com registo de excesso de peso.

De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), “a questão das desigualdades sociais e o seu impacto no acesso e consumo adequado de alimentos e consequentemente no estado de saúde dos indivíduos parece assumir uma importância ainda maior no atual contexto de crise económica que se faz sentir na Europa e em particular em Portugal”.

“É de esperar que a atual situação de instabilidade económica, caracterizada pelas elevadas taxas de desemprego, aumentos consideráveis ao nível da carga fiscal com impacto também no que se refere ao preço dos alimentos e a redução de salários e dos apoios sociais prestados pelo Estado, tenha um impacto considerável nos índices de pobreza e desigualdades sociais em Portugal”, lê-se no sumário da publicação.

O mesmo relatório refere que “Portugal mantém-se como um dos países europeus com maior desigualdade na distribuição de rendimento e taxas mais elevadas de risco de pobreza monetária, tendo nas últimas décadas a taxa de pobreza mantido um nível elevado e relativamente estável”.

“É expectável que um período marcado por crescentes desigualdades na distribuição de rendimento e por elevadas taxas de pobreza tenha um significativo impacto no consumo alimentar e estado de saúde da população portuguesa, podendo estar comprometida a garantia da segurança alimentar (food security) para um número elevado de agregados familiares portugueses, isto é, a garantia do acesso a alimentos em quantidade suficientes, seguros e nutricionalmente adequados”, prossegue o documento.

Os autores do documento consideram que, tendo em conta que “a obesidade e outras doenças crónicas, como as doenças cardiovasculares, cancro ou diabetes estão claramente dependentes de uma alimentação saudável”, o “ investimento na prevenção e promoção de hábitos alimentares saudáveis é decisivo quando mais de 50% dos adultos Portugueses sofre de excesso de peso”.

“A promoção de hábitos alimentares saudáveis exige trabalho concertado com outros setores a médio prazo. Os serviços de saúde necessitam de se preparar melhor para lidar de forma integrada com outros setores da sociedade na prevenção da pandemia da obesidade e na promoção de hábitos alimentares saudáveis”, lê-se nas recomendações que constam do relatório.

A DGS sublinha que “a alimentação de má qualidade afeta com maior intensidade crianças, idosos e os grupos socioeconomicamente mais vulneráveis da nossa população, aumentando as desigualdades em saúde. O investimento na promoção de hábitos alimentares deverá permitir reduzir desigualdades em saúde”.

No entanto, este organismo refere que “a estabilização do crescimento da obesidade e do aumento do peso corporal, medido através do Índice de Massa Corporal, registado pelas crianças portuguesas nos últimos quatro anos é um dos marcos assinalados pelo relatório”.

“Ainda assim, a proporção de crianças com excesso de peso em Portugal, acima da média europeia, e a sua relação com as desigualdades sociais, mantêm-se no topo das preocupações do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável”, indica a DGS.

Entre os vários dados que constam do documento, a DGS destaca o facto de “os hábitos alimentares inadequados dos portugueses constituírem o primeiro fator de risco de perda de anos de vida”.

“Estudos internacionais apontam a má alimentação como responsável por 11,96% do total de anos de vida prematuramente perdidos pelas mulheres portuguesas, percentagem que sobe para 15,27% no sexo masculino. A obesidade e outras doenças crónicas, como as doenças cardiovasculares, cancro ou diabetes estão claramente dependentes de uma alimentação saudável”, lê-se no sumário da publicação.

Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças
Desde 2005 que o número de novos casos de tuberculose tem decrescido lentamente. Se a região pretende eliminar a ameaça desta...

O número de casos de tuberculose está a baixar, mas muito lentamente, e a este ritmo a Europa só conseguiria eliminar totalmente casos novos da doença no ano de 2100, ou seja, daqui a 84 anos. No grupo de países da Europa e da Ásia Central, o número de novos casos está a cair em média 5,2% por ano.

Desde 2005 que o número de novos casos de tuberculose tem caído em média 5,2% por ano – um decréscimo menor entre 2010 e 2014, apenas 4,3% -, constituindo um dos decréscimos mais acentuados em todo o mundo. Em Portugal, verifica-se a mesma tendência decrescente, com um declínio equivalente à da União Europeia/Espaço Económico Europeu – 4,5%. Os resultados foram apresentados esta quinta-feira no oitavo relatório conjunto entre o Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) e Gabinete Regional da Europa da Organização Mundial de Saúde (OMS/Europa) – que compreende 53 países.

A diminuição do número de casos em Portugal tem sido, ao longo dos últimos 10 anos, mais acentuada no grupo etário entre os 15 e os 44 anos. Já a partir dos 45 anos o ritmo de redução de número de casos ao longo dos anos tem sido menor. Ainda assim, Portugal, com 21,3 casos por 100 mil habitantes, está próximo do grupo com menor incidência – aqueles que têm menos de 20 casos por 100 mil habitantes, como a Alemanha, o Reino Unido ou a Grécia.

A tuberculose continua a ser uma das principais preocupações de saúde para a OMS/Europa. Estima-se que em 2014 existissem entre 320 mil e 350 mil casos de tuberculose na região europeia da OMS, o que equivale a uma média de 37 casos por 100 mil habitantes. A doença será considerada eliminada quando se registarem anualmente menos de um caso de tuberculose por milhão de habitantes. Mas a este ritmo a Europa não conseguirá eliminar a doença antes de 2100, disse ao Observador o ECDC.

Os países desta região que não pertencem à União Europeia (UE) ou ao Espaço Económico Europeu (EEA, na sigla em inglês) têm taxas altas de tuberculose e de resistência da bactéria a várias dos medicamentos usados. Por outro lado, os países da UE e EEA apresentam um número significativo de casos tuberculose entre as populações mais vulneráveis, como imigrantes e prisioneiros.

Se a tuberculose não for convenientemente combatida nos grupos vulneráveis, não será eliminada como planeado”, alertou a diretora do ECDC, Andrea Ammon, em comunicado de imprensa. “As circunstâncias sociais e o estilo de vida podem tornar mais difícil a algumas pessoas reconhecerem os sintomas de tuberculose, chegar aos serviços de saúde, seguir um tratamento ou ir a consultas regulares. Precisamos de pensar em intervenções feitas à medida para estas populações, que podem incluir equipas de proximidade ou assistência direta do tratamento.”

Os grupos mais vulneráveis, como as populações mais pobres e marginalizadas ou os imigrantes e refugiados, são também os grupos onde é mais provável o aparecimento de bactérias multirresistentes (com resistência a vários antibióticos). “Por causa das condições em que vivem, a tuberculose é, muitas vezes, diagnosticada muito tarde e é mais difícil para estes grupos completar o tratamento. Se queremos eliminar a tuberculose da Europa, ninguém deve ser deixamos para trás”, disse a diretora da OMS/Europa, Zsuzsanna Jakab.

A tuberculose e os migrantes
Há um consenso geral de que os migrantes e refugiados devem ter acesso a cuidados de saúde, quer tenham documentos ou não, quer se tenham conseguido registar ao não. A probabilidade de adoecerem com tuberculose aumenta com a falta de condições de salubridade onde vivem, mas está sobretudo dependente da incidência da doença no país de origem.

Em comunicado de imprensa, o ECDC e OMS/Europa referem que a probabilidade de os migrantes poderem transmitir a doença aos residentes europeus é mínima porque os contactos são limitados e a tuberculose não é facilmente transmissível. Mais, a Síria tem menos casos de tuberculose por ano do que a União Europeia – 17 casos em 100 mil habitantes, contra 37 casos em 100 mil habitantes.

É certo que o aumento do número de refugiados impõe uma pressão maior nos serviços de saúde dos países que os recebem. E, ainda que os refugiados constituam um grupo prioritário para a prevenção e controlo de algumas doenças, porque são um grupo vulnerável, isso não significa que representem uma ameaça à saúde pública na Europa, esclareceu o ECDC ao Observador.

O risco de os refugiados de adoecerem quando chegam à Europa tem aumentado devido à sobrelotação dos centros de acolhimento, onde as condições de higiene e salubridade estão comprometidas, acrescentou o ECDC. “Garantir níveis apropriados de acesso ao diagnóstico médico e aos serviços de tratamento e a implementação de rastreio apropriado ligado a esses serviços são importantes.”

A Organização Mundial de Saúde apresentou recomendações sobre o rastreio de tuberculose, especialmente em migrantes e refugiados de países com elevada taxa de incidência da doença e que viajaram e vivem em condições precárias. Esta é uma forma de evitar que os contactos mais próximos sejam contaminados, mas não deve de forma nenhuma ser usada para negar a entrada de migrantes ou refugiados.

As dificuldades de vencer a tuberculose
A tuberculose pulmonar é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também chamado de bacilo de Koch, e é a forma mais comum da infeção com esta bactéria. A vacina da BCG, constante do Plano Nacional de Vacinação, não previne a infeção, mas diminui a gravidade de algumas formas de tuberculose, como a meningocócica.

Tirando esta vacina dada às crianças, não existe nenhuma vacina contra a tuberculose e os doentes têm de ser tratados durante seis meses com um conjunto diferente de medicamentos. O tratamento prolongado é uma das dificuldades no combate à doença, porque alguns doentes não cumprem a medicação integralmente. A interrupção do tratamento ou a medicação intermitente podem potenciar o aparecimento de formas resistentes.

A resistência das bactérias a vários antibióticos (multirresistência) pode aparecer quando o tratamento não é adequado e aumentar por transmissão entre pessoas. “Se os doentes com tuberculose multirresistente não forem diagnosticados precocemente e tratados com sucesso, isso põe não só a vida deles em risco, mas aumentam o risco de transmissão da doença”, esclareceu o ECDC ao Observador.

A incidência de tuberculose na Europa aumentou rapidamente desde 1990 e atingiu o pico em 1999-2000, começando a diminuir a partir de 2005. Um dos problemas adicionais da tuberculose é que aparece como doença oportunista em doentes imunodeprimidos, com os seropositivos. Na região europeia da OMS, entre 18 mil a 21 mil casos de tuberculose são de doentes com VIH (vírus da imunodeficiência humana).

Associação Fertilidade quer
A Associação Portuguesa de Fertilidade sublinhou a importância de clarificação da legislação quanto às gestantes de...

O Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) defendeu que só as mulheres que já tiveram pelo menos um filho podem ser gestantes de substituição, uma posição que consta de um parecer enviado ao parlamento.

“Estamos a impor limitações atrás de limitações. O primeiro passo, neste momento, é clarificar a questão da legislação e qual vai ser o processo e os critérios de seleção da gestante de substituição”, disse a presidente da Associação Portuguesa de Fertilidade (APF), Cláudia Vieira.

Para a presidente é necessário “não ignorar” que a gestante de substituição “vai ceder o seu corpo durante nove meses para carregar um filho que não é seu”, lembrando que tal medida não está ao alcance de qualquer mulher.

“Nem todas [as mulheres] têm a estrutura emocional para abraçar uma responsabilidade destas. Mais do que impor a condição – de ter um filho antes de poder ser gestante de substituição - é definir bem os critérios de seleção da mesma”, sublinhou.

De acordo com a responsável é necessário uma “avaliação criteriosa”, não só em termos de questões de saúde, mas também a nível psicológico, além de toda uma preparação da gestante para o processo pelo qual vai passar.

“Mas nunca temos garantia. Se a gestação de substituição for um processo claro e devidamente legalizado, as coisas têm tendência natural para correr melhor. A taxa de cumprimento será muito superior ao número das que irão recuar”, reiterou.

No entanto, Cláudia Vieira, disse compreender os argumentos do Conselho Nacional, embora não concorde com os mesmos.

“Naturalmente uma mulher que já teve oportunidade de gerar um filho e de ter filhos biológicos seus está mais consciente das transformações que o seu corpo vai ter, das alterações hormonais, da ligação que se sente com o bebé. Mas, no nosso entender, o importante, de facto, é que o processo de avaliação de um pedido de gestação de substituição seja também um processo bastante criterioso na avaliação da gestante de substituição”, sublinhou.

Para a responsável “não há garantias” que pelo facto de uma mulher já ter um filho biológico vá ser mais cumpridora de um contrato, lembrando que pode ser até uma questão “demasiada limitativa”.

De acordo com uma proposta a que a Lusa teve acesso e que o CNPMA enviou ao grupo de trabalho, da Procriação Medicamente Assistida, “apenas pode ser gestante de substituição a mulher que seja mãe de pelo menos uma criança por si gerada e que sempre tenha mantido quando a esse ou esses seus descendentes, sem qualquer limitação, todos os direitos e deveres de responsabilidade parental”.

Para o presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, desta forma a gestante de substituição “não fica com aquela necessidade de assumir que a criança que vai nascer também é seu filho, já que ela tem os filhos dela”.

O parecer foi solicitado pelo grupo de trabalho da Procriação Medicamente Assistida (PMA) que está a analisar várias propostas legislativas sobre a alteração da lei atual.

Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida
O Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida defende que só as mulheres que já tiveram pelo menos um filho podem ser...

O parecer foi solicitado pelo grupo de trabalho da Procriação Medicamente Assistida (PMA) que está a analisar várias propostas legislativas sobre a alteração da lei atual.

De acordo com uma proposta, que o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) enviou ao grupo de trabalho, “apenas pode ser gestante de substituição a mulher que seja mãe de pelo menos uma criança por si gerada e que sempre tenha mantido quando a esse ou esses seus descendentes, sem qualquer limitação, todos os direitos e deveres de responsabilidade parental”.

Para o presidente do CNPMA, desta forma a gestante de substituição “não fica com aquela necessidade de assumir que a criança que vai nascer também é seu filho, já que ela tem os filhos dela”.

Por outro lado, avançou Eurico Reis, garante-se que a pessoa compreende ao que vai. A gestação - como qualquer mulher que já teve filhos sabe - não é um caminho sem espinhos. É, sem dúvida, um mar de rosas, mas as rosas têm espinhos”.

Com esta salvaguarda, as candidatas a gestantes de substituição “vão conscientes” e o CNPMA entende que “é possível minimizar as probabilidades de incumprimento”.

A proposta do Conselho define o que pode acontecer em situações de incumprimento, marcando bem que “a criança é mesmo para o casal beneficiário e não para a gestante”.

Segundo o CNPMA, entende-se por gestação de substituição “qualquer situação em que a mulher se disponha a suportar uma gravidez por conta de outrem e a entregar a criança após o parto, renunciando aos poderes e deveres próprios da maternidade”.

“A celebração de negócios jurídicos de gestação de substituição só é possível a título excecional e com natureza gratuita, nos casos de ausência de útero, de lesão ou de doença deste órgão que impeça de forma absoluta e definitiva a gravidez da mulher ou em situações clínicas que o justifiquem”, lê-se na proposta.

Além da questão da gestação de substituição, uma prática que consta do projeto de lei do Bloco de Esquerda, a sugestão do CNPMA vai no sentido das técnicas de PMA serem “um método complementar de procriação” que “podem também ser usadas como contributo para o tratamento de doença grave ou para a minimização do risco de transmissão de doenças de origem genética, infeciosa ou outras”.

Eurico Reis esclareceu que o CNPMA parte do princípio que, tal como defendem as propostas do PS, PSD e BE, o acesso a estas técnicas vai deixar de estar confinado a questões de saúde, podendo ser um recurso por parte de mulheres sem parceiro masculino.

“A ideia é alargar e não descurar que a PMA continua a servir para situações de doença”, disse.

O destino dos embriões é igualmente clarificado, com o conselho a defender que os embriões que não tiverem de ser transferidos, devem ser criopreservados, “comprometendo-se a pessoa ou pessoas beneficiárias a, tanto quanto possível, utilizá-los em novo processo de transferência embrionária no prazo máximo de três anos”.

“A pedido da pessoa ou pessoas beneficiárias, em situações devidamente justificadas, o diretor do centro poderá assumir a responsabilidade de alargar o prazo de criopreservação dos embriões por um novo período de três anos”.

Eurico Reis sublinhou que este parecer contempla, pela primeira vez, o destino dos gâmetas (espermatozoides e óvulos) e o tecido germinativo, relativamente ao qual não havia legislação, valendo até agora o que valia para os embriões.

Estudo
Investigadores anunciaram que uma vacina contra o Dengue se mostrou totalmente eficaz a prevenir a doença em 21 voluntários que...

Os resultados, publicados na revista Science Translational Medicine, são promissores no desenvolvimento de uma vacina para aquela que é a doença transmitida por mosquitos mais prevalente em todo o mundo, infetando anualmente quase 400 milhões de pessoas em mais de 120 países, dizem os cientistas.

"As conclusões deste ensaio são muito encorajadoras para aqueles que, como nós, têm dedicado muitos anos a trabalhar em candidatas a vacinas para proteger contra o Dengue", disse o coautor do estudo Stephen Whitehead, do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infeciosas, nos EUA.

Embora a maioria das pessoas infetadas com o Dengue tenham apenas ligeiros sintomas, mais de dois milhões de pessoas por ano desenvolvem uma forma perigosa de febre hemorrágica de dengue, que mata anualmente mais de 25 mil pessoas.

Atualmente, há várias candidatas a vacinas em ensaios clínicos, mas ainda não se descobriu uma vacina segura e eficaz a longo prazo.

Um dos principais desafios para os cientistas prende-se com o facto de qualquer vacina para o Dengue ter de proteger contra os quatro serotipos existentes, porque um paciente que já tenha sido infetado com um dos serotipos terá maior probabilidade de sofrer formas mais graves da doença se for infetado com um novo serotipo.

Por isso, uma vacina que seja eficaz para apenas alguns dos serotipos pode colocar os pacientes em maior risco de desenvolver a forma mais severa do Dengue.

A vacina agora testada, chamada TV003 e desenvolvida por cientistas dos Institutos Nacionais de Saúde, dos EUA, já protegia contra os serotipos 1, 3, e 4, mas não induzia uma resposta imunitária suficientemente forte para o serotipo 2.

Neste ensaio controlado, liderado por Beth Kirkpatrick, do Centro de Testes de Vacinas da Universidade de Vermont, os cientistas usaram um método já testado em outras doenças, como a malária, em 41 adultos saudáveis que nunca tinham sido expostos ao vírus do Dengue.

Vinte e um deles receberam uma dose única da vacina e os restantes 20 um placebo.

Seis meses depois, todos foram infetados com uma forma enfraquecida do serotipo 2 do vírus do dengue, o mais difícil de prevenir.

Enquanto todos os voluntários que receberam o placebo desenvolveram sintomas ligeiros, como erupções cutâneas e baixa contagem dos glóbulos brancos, nenhum dos indivíduos vacinados teve qualquer destes sintomas, tendo ficado completamente protegido da infeção.

Embora este tipo de teste, em que os voluntários são expostos a patogénicos em condições cuidadosamente controladas, não chegue para atestar a eficácia da vacina, os cientistas acreditam que serve para identificar uma vacina promissora ou para impedir as vacinas menos eficazes de progredir para ensaios clínicos de larga escala.

Stephen Whitehead adiantou que os resultados agora apresentados já levaram o Instituto Butantan, em São Paulo, no Brasil, a realizar um ensaio clínico de larga escala da mesma vacina.

Este novo ensaio clínico, que começou a 22 de fevereiro, deverá envolver 17 mil adultos, adolescentes e crianças num ambiente em que o Dengue está naturalmente presente e deverá durar um ano.

Estima-se que, se tudo correr bem, a vacina possa ser candidata a registo em 2018, disse aos jornalistas, numa teleconferência, Anna Durbin, autora sénior do estudo e investigadora no departamento de saúde internacional da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg.

"Sabendo o que sabemos sobre esta nova vacina, estamos confiantes de que vai funcionar", disse Durbin. "E temos de ter a certeza: o dengue é único e, se não acertarmos, podemos fazer mais mal do que bem".

Campeonato Europeu de Futsal
No dia 20 de Março, a DiabPT United, equipa constituída por jovens com diabetes, treina no Pavilhão da Escola Secundária...

Os treinos integram a preparação da equipa nacional de jovens com diabetes, que fazem parte do Núcleo Jovem da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (NJA) e da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP) que irão representar Portugal no DiaEuro 2016. Este dia será também o último dia da equipa dedicado à pré-seleção dos jogadores a integrarem a equipa deste ano.

Alexandra Costa, Coordenadora do Núcleo Jovem da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (NJA) refere que “A participação da equipa DiabPT United é muito importante para a representação de Portugal além-fronteiras, não só pela importância que os jovens conferem à prática desportiva mas, também, pelo exemplo de determinação e dedicação de quem vive com a diabetes.”

Carlos Neves, vice-presidente da AJDP, acrescenta ainda que “a prática de desportos coletivos como o futsal, contribui para o trabalho em equipa e estimula a autoconfiança. É importante que as pessoas e, especialmente os jovens, compreendam que a diabetes não os condiciona.”

A reforçar a parceria entre a equipa DiabPT United e a Câmara Municipal do Seixal, estará presente no treino o Vereador do Pelouro do Desporto, Obras e Espaço Público, José Carlos Gomes, e a pessoa responsável pela Divisão do Desporto, Isabel Costa.

O Campeonato Europeu de Futsal para pessoas com diabetes teve início em 2012 e, desde então, tem vindo a crescer em número de países a participar, mas também no impacto que este torneio tem na luta pela defesa dos direitos das pessoas com Diabetes.

II Congresso SNS: Património de Todos
A Ordem dos Médicos do Norte acolhe amanhã (quinta-feira), às 21 horas, nas suas instalações, um importante debate sobre a...

"Num ano essencial para o futuro do Serviço Nacional de Saúde, em que é necessário reforçar o investimento público e o investimento nas pessoas, este debate surge num momento particularmente importante, com a aprovação de um Orçamento de Estado que tudo indica, no caso da Saúde, vai ficar aquém do esperado", salienta Miguel Guimarães.

Organizado pela Fundação para a Saúde, com a colaboração da Ordem dos Médicos do Norte, o II Congresso do SNS promete analisar com profundidade o passado, presente e futuro do SNS, bem como a própria integração no contexto europeu.

Mas, frisa Miguel Guimarães, "o primeiro momento decorre já na noite de quinta-feira, no salão Nobre da Ordem dos Médicos do Norte, com um debate sobre o estado da Saúde, que senta à mesma mesa pessoas com forte ligação ao SNS". "É um momento de reflexão e debate, em que se pretende entender as transformações que estão a afetar o SNS, as feridas que continuam abertas, fruto de sucessivas alterações à estrutura e dinâmica do SNS, que centralizaram excessivamente os cuidados de saúde nos grandes centros hospitalares desvalorizando os Cuidados de Saúde Primários. O debate será também centrado nas medidas implementadas nos últimos meses e nas opções estratégicas para uma reforma positiva do SNS", explica o presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM).

"Será ainda a oportunidade de ouvir personalidades que tiveram responsabilidades governativas na área da Saúde, como os ex-secretários de Estado da Saúde Eurico Castro Alves e Manuel Pizarro", adianta Miguel Guimarães, que acredita que os temas quentes da atualidade mediática não vão ficar à margem da discussão. O debate contará ainda com a presença de Bernardo Vilas Boas, Humberto Martins, Silvério Cordeiro e João Paulo Carvalho.

O Congresso será igualmente marcado pela publicação e apresentação do livro "Porto Saúde – Momento e Movimento", uma obra que traça o passado, presente e futuro da Saúde no Porto, através da pena de algumas personalidades de relevo, que ajudam a entender o estado da Saúde na cidade Invicta e o seu futuro próximo. "É uma obra notável que conta com a participação de figuras ímpares da cidade, como o presidente da Câmara do Porto, o historiador Joel Cleto, o reitor da Universidade do Porto, o Prof. Manuel Sobrinho Simões, entre outros", explica Miguel Guimarães.

O II Congresso SNS: "Património de Todos" realiza-se nos dias 18 e 19 de Março no Teatro Rivoli, com entrada livre e gratuita. Ao longo dos trabalhos irão ser debatidos temas da maior importância para futuro do SNS, entre os quais a "Europa e Saúde"; o "Capital Humano e SNS" e "Cidadania e Saúde". Debates que vão ter a participação de personalidades da nossa sociedade, como Silva Peneda, Elisa Ferreira, Marisa Matias, Marta Temido, entre outros.

A qualidade e a experiência dos preletores convidados dão a garantia de que este II Congresso cumprirá os seus principais objetivos: informar os cidadãos, alertar para eventuais ameaças e realçar algumas prioridades, tudo em nome de um SNS moderno, sustentável, e ao serviço da comunidade.

A Sessão de Abertura contará com a presença do Ministro da Saúde e do Diretor-Geral da Saúde, enquanto a Sessão de Encerramento terá a presença do Secretário de Estado Adjunto da Saúde. Esta cerimónia será precedida de uma homenagem ao médico Adalberto Paulo Mendo e à enfermeira Maria do Céu Marinho da Costa Leite.

Deco
Um inquérito da Deco sobre o preço das consultas de psicologia revelou que o acesso a esta especialidade é “um luxo” para a...

“A inexistência de resposta pública e o preço, para muitos, proibitivo da alternativa privada” são duas das principais conclusões do inquérito publicado na revista Teste Saúde, da associação de defesa do consumidor.

O estudo aponta também a falta de resposta da maioria das seguradoras, sublinhando que mais de metade dos locais não possui acordos ou protocolos que permitam descontos no preço das consultas.

Em novembro de 2015, os entrevistadores deslocaram-se a estabelecimentos privados com consultas de psicologia clínica para adultos, tendo obtido respostas de 240 locais do país, com preços de 475 psicólogos.

O valor indicado com mais frequência foi de 60 euros, mas a partir da segunda sessão, a maioria cobra valores inferiores, sendo 50 euros o preço mais referido.

O preço médio por consulta é idêntico na maioria dos distritos, na Madeira e nos Açores. Braga, Bragança, Guarda, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu reúnem os preços médios mais baixos, entre 40 e 50 euros.

Os preços mais elevados foram encontrados em Faro (63 euros), Lisboa e Setúbal (61 euros).

Já Aveiro e Porto apresentam a maior diferença de preços, oscilando entre 30 e 100 euros em ambos os distritos.

Segundo a Deco, os preços elevados e a falta de resposta da maioria das seguradoras veda a ajuda destes profissionais ”à maioria da população, em particular aos grupos mais suscetíveis, como os economicamente desfavorecidos e os desempregados”.

“Basta pensar que uma consulta por semana (frequência recomendada a muitos pacientes na fase inicial) pode representar um custo mensal médio de cerca de 240 euros”, sublinha.

A Deco refere que mais de um quinto dos portugueses sofre de perturbações mentais, valor apenas suplantado, na Europa, pela Irlanda.

Um problema a que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não consegue dar “uma resposta eficaz” devido a problemas ao nível da organização, do financiamento e da falta de recursos.

Atualmente, um psicólogo serve 18 mil utentes, quando as organizações de saúde recomendam um para cinco mil.

“É necessário que o Serviço Nacional de Saúde integre mais psicólogos nos seus quadros, em especial, nos cuidados de saúde primários”, defende o estudo, advertindo que se não houver um investimento a este nível, corre-se “o risco de tratar de forma adequada apenas quem tem dinheiro”.

“Atacar o problema em fases iniciais e trabalhar com pessoas saudáveis, para que aprendam a cuidar da mente e a gerir emoções, permite poupar mais tarde em saúde e baixas médicas”, defende.

Segundo o diretor do Programa Nacional de Saúde Mental, Álvaro de Carvalho, citado no estudo, o SNS tem respostas apenas satisfatórias e irregularmente distribuídas, estando orientado sobretudo para perturbações mentais graves.

Para Álvaro Carvalho, a lei está mal feita: “só foi previsto o que era clássico na psiquiatria, como os internamentos, o hospital de dia e a consulta externa, o trabalho comunitário, mais próximo das populações, que exige mais pessoal, não foi contemplado”.

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