Prémio Pulido Valente
O investigador turco Bahtiyar Yilmaz, ex-aluno do programa de doutoramento do Instituto Gulbenkian de Ciência, recebe, na terça...

A distinção, no valor de dez mil euros, destina-se a jovens investigadores, com menos de 35 anos, que se destacam num estudo em ciências biomédicas, realizado num laboratório português. Na edição de 2015, o tema era "imunidade inata e adquirida".

O prémio é atribuído pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pela Fundação Pulido Valente, e será entregue no Teatro Thalia, na presença do ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Manuel Heitor, informou a FCT em comunicado.

O trabalho foi igualmente distinguido com o Prémio Pfizer 2015 em Investigação Básica.

Bahtiyar Yilmaz, que está a realizar um pós-doutoramento num laboratório na Suíça, fez parte da equipa do Instituto Gulbenkian de Ciência liderada pelo investigador Miguel Soares que descobriu, numa experiência com ratinhos, que uma bactéria benéfica do intestino produz açúcar que gera uma resposta de defesa natural do organismo contra a transmissão da malária.

O parasita da malária, o "Plasmodium", expressa uma molécula de açúcar, a "alfa-gal", que também se manifesta na superfície de uma estirpe da bactéria "E.coli", que existe no intestino humano saudável.

A molécula induz uma "resposta imune muito forte que protege contra a malária", afirmou à Lusa o investigador-principal, Miguel Soares, em dezembro de 2014, altura em que o estudo foi publicado na revista Cell.

Na experiência, quando eram vacinados contra uma molécula sintética de açúcar "alfa-gal", que, de acordo com os investigadores, é fácil de fabricar a custos baixos, os ratinhos produziam "elevados níveis" de anticorpos anti-alfa-gal "altamente protetores contra a transmissão de malária por mosquitos".

O mecanismo imune descoberto poderá levar à produção de uma vacina promissora, sobretudo para crianças das regiões endémicas da malária, com menos de três anos, que "são muito suscetíveis à doença", porque, segundo Miguel Soares, provavelmente "não têm uma resposta imunitária" tão vincada como a dos adultos.

A equipa chefiada por Miguel Soares, em colaboração com uma outra, dos EUA e do Mali, concluíra que, numa região endémica de malária, no Mali, pessoas que apresentam níveis mais baixos de anticorpos contra a molécula de açúcar "alfa-gal" são também as mais propensas a ter a doença.

Problemas urinários
Encarada como um tabu, a incontinência urinária é um problema de saúde com fortes repercussões a nív

Caracterizada por perdas involuntárias de urina, a incontinência urinária é um problema bastante comum, embora constrangedor.

A gravidade deste problema é variável, existindo casos mais ligeiros e outros mais graves. Em alguns casos não se consegue controlar a urina ao fazer pequenos esforços como tossir ou espirrar.

Para além de um problema de saúde, a incontinência urinária tem um grande impacto na qualidade de vida de quem dela padece.

Fuga ao contato social e isolamento são algumas das consequências mais diretas, uma vez que está sempre presente o medo e a vergonha de que os outros sintam o cheiro. Por outro lado, também a intimidade de um casal pode ser fortemente prejudicada.

As mulheres, entre os 45 e os 65 anos, são as mais afetadas por esta patologia. Apesar da incontinência urinária ser transversal a ambos os sexos e a todas as idades, estima-se que por cada três mulheres a sofrerem com a doença, um homem apresenta as mesmas queixas.

A incontinência pode ser uma incontinência urinária de urgência ou de esforço. A primeira resulta da vontade súbita e incontrolável de urinar, podendo estar relacionada com o envelhecimento ou numa faixa etária mais jovem estar associada a doenças neurológicas.

A incontinência urinária de esforço, que prevalece nas mulheres entre os 45 e os 65 anos, resulta da fragilidade dos músculos pélvicos que suportam a bexiga e a uretra. Tossir, saltar, correr, espirrar ou levantar pesos são tarefas que podem provocar perdas de urina. A explicação está no facto da pressão abdominal aumentar, em cada uma destas situações, e o esfíncter perder a força deixando escapar urina.

Se nas mulheres os partos são apontados como os principais responsáveis por esta situação, uma vez que podem constituir um traumatismo que debilita as estruturas musculares, nos homens este problema pode ser consequência de uma prostatectomia radical – cirurgia utilizada no tratamento do cancro da próstata -, uma vez que esta intervenção pode danificar o esfíncter.

Foi o que aconteceu a António Mendes. Tinha 52 anos quando lhe foi diagnosticada a doença. “Tive de ser operado para remover a próstata. O médico alertou-me para a possibilidade de ficar incontinente”, recorda.

“Andei de fralda…”, acrescenta garantindo que, ainda assim, encarou a situação da melhor forma possível. “Foi uma situação que durou alguns meses”, diz.

“Apesar de me sentir incomodado por usar fralda não tive vergonha do que me estava a acontecer”, afirma.

“Isto mexe com a nossa virilidade claro, mas eu não me identifico com essa postura machista. Se tenho um problema tenho de falar dele, tenho de o assumir”, revela António.

“Lamento que não se fale mais sobre este problema! É preciso despertar mentalidade para que se deixe de ter vergonha”, acrescenta.

António fez cerca de 20 tratamentos para tratar a sua incontinência urinária e que consistiam na introdução de uma sonda pelo recto para estimular a parte muscular. “Hoje estou curado e o facto de ter conseguido aceitar a situação foi muito importante para ultrapassar o problema”, garante quatro anos depois.

Embora o tratamento da incontinência urinária dependa do tipo de problema, gravidade e causas subjacentes, sabe-se que a cirurgia desempenha um papel preponderante na incontinência urinária de esforço, uma vez que, tanto na mulher como no homem, cerca de 90% dos casos são reversíveis.

Alguns especialistas lamentam, no entanto, que, por vergonha, os doentes não procurem assistência médica contribuindo, desde modo, para o agravamento do problema.

É, por isso, importante reforçar a ideia de que a incontinência urinária corresponde a uma situação clínica com tratamento, sobretudo, quando abordada numa fase inicial.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
O uso regular de doses reduzidas de aspirina reduz o risco de alguns cancros, em particular do trato gastrointestinal, segundo...

A investigação, liderada por Andrew T. Chan, do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, resulta da análise de dois grandes estudos epidemiológicos que envolveram 135.965 mulheres e homens nos EUA.

Os autores documentaram 20.414 cancros em 88.084 mulheres e 7.571 cancros em 47.881 homens ao longo de 32 anos.

O uso de aspirina duas ou mais vezes por semana foi associado a uma redução do risco de cancro em três por cento, valor que sobe para 15% no caso dos cancros do trato gastrointestinal e para 19% nos cancros do cólon e do reto, revelam os resultados.

No entanto, não foi registada qualquer associação entre o uso de aspirina e o risco de outros tumores de grande incidência, como o cancro da mama, da próstata ou do pulmão.

O efeito protetor da aspirina foi registado ao fim de cinco anos de uso continuado e com dosagens de entre meio comprimido e comprimido e meio por semana ou um comprimido diário de dosagem reduzida (usado para a prevenção de doenças cardiovasculares).

"Podemos hoje recomendar que muitos indivíduos considerem tomar aspirina para reduzir o risco de cancro colo-retal, particularmente aqueles que têm outras razões para o uso, como a prevenção de doenças coronárias. Mas não podemos fazer uma recomendação geral para a prevenção do cancro", disse Andrew Chan.

Ao nível da população em geral, os autores admitem que o uso da aspirina possa prevenir 17% dos cancros colo-retais entre aqueles que não realizam colonoscopias e 8,5% dos tumores entre os que são submetidos àquele exame de diagnóstico.

Os investigadores acreditam que o uso regular de aspirina poderia prevenir até 30.000 tumores do trato gastrointestinal por ano nos EUA.

Os autores do estudo sugerem que, no caso do trato gastrointestinal, a aspirina poderá influenciar mecanismos adicionais importantes na formação do cancro, o que explicaria a associação mais forte com o uso de aspirina e os cancros gastrointestinais.

Os cientistas admitem que os resultados de um estudo desta natureza não são tão definitivos como os de um ensaio clínico aleatório, mas sugerem que a aspirina poderá ser "uma potencial alternativa de baixo custo aos rastreios do cancro colo-retal por colonoscopia em ambientes de recursos limitados ou um complemento" em lugares onde estes programas já existem, mas onde a adesão aos rastreios não é a melhor.

"Seria razoável que os indivíduos discutissem com os seus médicos a possibilidade de tomarem aspirina para prevenir o cancro gastrointestinal, particularmente se têm fatores de risco, como um historial familiar", disse Chan, que é também professor na Escola de Medicina de Harvard.

No entanto, o investigador sublinha que os pacientes teriam de ser bem informados sobre os potenciais efeitos secundários do uso regular de aspirina e que deveriam continuar a fazer os seus exames de rastreio regulares.

"A aspirina não deve ser vista como um substituto da colonoscopia ou de outros testes de rastreio do cancro", reiterou.

Segundo o relatório Globocan 2012, da Organização Mundial de Saúde, o cancro colo-rectal é a terceira causa de morte por cancro em todo o mundo, com cerca de 1,4 milhões de novos casos por ano.

De acordo com o relatório sobre doenças oncológicas em Portugal divulgado hoje, o cancro do cólon matou 2.687 pessoas em 2014, enquanto o cancro do reto foi responsável por 1.073 óbitos. Estes dados colocam Portugal no pior quartil da Europa em termos de cancro colo-retal.

Estima-se que até 2035 sejam diagnosticados anualmente 2,4 milhões de casos.

Governo admite
O número de doentes oncológicos operados além do tempo máximo de resposta garantido subiu 4,6% em 2014, dado que preocupa o...

“Interessa-nos acima de tudo o bem-estar dos doentes. Se verificarmos que nalguns casos o Serviço Nacional de Saúde não consegue dar uma resposta em tempo útil, que ponha em causa a vida dos doentes, teremos abertura para contratualizar com os privados nesses locais e nessas situações”, afirmou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde.

No relatório sobre doenças oncológicas apresentado em Lisboa, percebe-se que a percentagem de operados a neoplasias malignas que ultrapassam o tempo máximo de resposta garantido (TMRG) aumentou 4,6% de 2013 para 2014 e tem registado aumentos constantes desde 2010.

Também a percentagem de doentes prioritários com cancro operados além do TMRG aumentou 6,3% de 2013 para 2014.

“Nós estamos preocupados porque houve um aumento dos casos operados fora do TMRG. Com cada um dos hospitais vamos perceber as razões. Não é possível nem desejável, que o SNS não responda a estes casos prioritários do ponto de vista oncológico a tempo e horas”, afirmou o secretário de Estado Fernando Araújo.

O governante acredita que os cortes orçamentais não explicam totalmente esta subida de cirurgias fora do tempo, dando o exemplo do Hospital de São João, onde também houve cortes e a unidade consegui cumprir com eficácia os tempos máximos de resposta.

Quanto ao aumento de encargos do SNS com medicamentos oncológicos, como foi sublinhado no relatório hoje apresentado, Fernando Araújo indica estar em discussões com a indústria farmacêutica para que os doentes continuem a ter acesso aos melhores tratamentos inovadores mas com valores sustentáveis para o Estado.

Estudo
Nos últimos quatro anos, os jovens entre os 13 e os 16 anos diminuíram o consumo de álcool, tabaco e droga, mas entre os 17 e...

No entanto, estas reduções permitiram a Portugal alcançar em 2015 a meta definida para a redução do consumo de droga e ultrapassar as definidas para o álcool e tabaco, em 2016.

As conclusões constam do Estudo sobre Consumos de Álcool, Tabaco, Drogas e outros Comportamentos Aditivos e Dependências–2015 (ECADT_CAD), do SICAD, que fazem parte de um projeto europeu, mas numa versão mais alargada, e que é hoje apresentado.

Os resultados deste estudo, que avaliou os consumos de populações escolares entre os 13 e os 18 anos em 2015, permitem “caracterizar situações que emergem ou que reforçam algumas tendências que o anterior estudo (2011) já antevia”.

Assim, no ano passado continuava a existir “acentuada progressão dos níveis de consumo ao longo das idades para o consumo de substâncias”, sendo que as percentagens de adolescentes com elevadas frequências de consumo de substâncias (como embriaguez ou binge drinking) “continuam muito elevadas e portanto passíveis de causar danos reais”.

O estudo destaca que tendem a desaparecer as diferenças de consumos conforme o género, mas que atualmente são mais as raparigas com consumos atuais (últimos 30 dias) de bebidas destiladas (13 e 14 anos), com situação de embriaguez (aos 13 anos) e com consumo de tabaco (13 e 16 anos).

Além disso, no caso dos medicamentos, as raparigas continuam a apresentar uma prevalência ao longo da vida maior do que os rapazes.

Quanto à internet, é usada pela maioria dos adolescentes, sobretudo redes sociais, Downloads/Streaming e Pesquisa de Informação, sendo o jogo (gaming) maioritariamente associado aos rapazes e com maior prevalência aos 14 anos.

Avaliando a evolução entre 2011 e 2015, conclui-se que as prevalências de consumo de álcool diminuíram para quase todos os grupos etários, com exceção dos 17 e 18 anos em que há estabilidade quanto à experimentação e consumos recentes.

No que respeita à embriaguez, há também diminuição de prevalência em todos os grupos etários, com exceção dos 18 anos em que há estabilidade.

Segundo o estudo, no âmbito dos consumos atuais, verificou-se uma diminuição das prevalências de consumo de cerveja e de bebidas destiladas em todas as idades.

O consumo do vinho estabilizou nos 13,14 e 16 anos e aumentou nos 15, 17 e 18 anos, enquanto os alcopops diminuíram nos 13 e 14 anos, estabilizaram nos 15 anos e aumentaram dos 16 aos 18 anos.

As prevalências de consumo de tabaco também diminuíram entre os jovens dos 13 aos 17 anos, e estabilizaram nos 18 anos.

Quanto ao consumo de droga, a tendência global de experimentação diminuiu entre os 14 e os 16 anos, estabilizou nos 17 e aumentou nos 18 anos.

A droga mais consumida, Cannabis, foi menos consumida entre os 14 e os 16 anos, não teve alterações de consumo nos 13, 15 e 17 anos e aumentou aos 18 anos.

No que respeita a drogas mais pesadas - alucinogénios, cocaína e heroína –, no geral, o seu consumo diminuiu entre os 14 e os 17 anos, verificando-se uma estabilização do consumo na faixa etária mais jovem – 13 anos.

As anfetaminas foram menos consumidas pelos alunos de 14 e 16 anos, mas estabilizaram no consumo de jovens com 13, 15, 17 e 18 anos.

Administrações Regionais de Saúde
O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde comprometeu-se a avançar ainda este ano com um rastreio nacional de base populacional...

“É uma das áreas em que mais vale a pena apostar em termos de saúde pública. Temos estado a discutir com as Administrações Regionais de Saúde (ARS) a forma de colocar [o rastreio] no terreno. É um rastreio exigente do ponto de vista técnico e dos próprios utentes. Pretendemos até ao final do ano iniciar esse rastreio de base populacional a nível nacional”, afirmou Fernando Araújo aos jornalistas, no final da apresentação de um relatório sobre doenças oncológicas.

O relatório “Portugal – Doenças Oncológicas em Números 2015”, apresentado em Lisboa, aponta para assimetrias regionais nos rastreios do cancro colo-retal e aconselha o seu alargamento a nível nacional.

De acordo com o documento, o cancro do cólon matou 2.687 pessoas em 2014, enquanto o cancro do reto foi responsável por 1.073 óbitos. Estes dados colocam Portugal no pior quartil da Europa em termos de cancro colo-retal.

Aliás, Vítor Neves, responsável da Europacolon – associação que representa doentes e familiares –, lembrou no decorrer da sessão que o cancro colo-retal é responsável pela morte de uma média de 11 pessoas por dia em Portugal.

Quanto aos rastreios do cancro do colo do útero e da mama, o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde lembrou que já existem rastreios de base populacional em todas as regiões, à exceção de Lisboa e Vale do Tejo, área onde também se deverão iniciar durante este ano.

Segundo o relatório, o número de mulheres que têm aderido ao rastreio do cancro do colo do útero tem diminuído, apesar de aumentarem os convites para que realizem este exame.

Para o Secretário de Estado Fernando Araújo, uma das explicações pode ser uma menor disponibilidade da parte das utentes de se deslocarem aos centros de saúde, um dado que tem de ajudar as autoridades a refletir para encontrar causas para esta quebra de adesão.

Investigadores espanhóis
Investigadores da Universidade de Saragoça e da de Pompeu Fabra (Barcelona) desenvolveram e patentearam um gerador de impulsos...

Com este sistema de eletroporação irreversível poderão destruir-se tumores sólidos de um modo mais rápido, menos tóxico e invasivo que através da quimioterapia ou da radioterapia, explicou em comunicado a Universidade de Saragoça.

As células do tumor morrem por não serem capazes de reparar os danos que os elevados campos elétricos provocam na sua parede celular.

A eletroporação irreversível tem benefícios para o doente e pode aplicar-se em conjunto com outras terapias para alcançar uma maior eficácia e melhorar os tempos de recuperação.

Esta nova tecnologia de aplicação biomédica foi divulgada no último número da revista científica IEEE Journal of Emerging and Selected Topics in Power Electronics.

Instituto i3S
A direção do i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, no Porto, disse ter iniciado um processo de análise ao caso...

“Sónia Melo decidiu, com o acordo da direção e do coordenador do grupo onde está integrada, suspender as suas funções de Investigadora Principal no i3S até conclusão desse inquérito”, esclareceu o i3S, em comunicado.

Na sua edição de hoje, o Público revela que Sónia Melo, que até há bem pouco tempo era apontada como uma das mais promissoras investigadoras do país, enfrenta agora acusações de manipulação do seu trabalho, que já a levaram a retirar um artigo publicado na revista Nature Genetics em 2009.

De acordo com o diário, há outros quatro artigos científicos ('papers') por si publicados desde então que estão sob suspeita. Face às acusações, a Organização Europeia de Biologia Molecular (EMBO, na sigla em inglês), que em dezembro lhe tinha atribuída uma bolsa de 50 mil euros, retirou-lhe o prémio na segunda-feira.

Em comunicado, a direção do i3S esclarece que “a suspensão de Sónia Melo afeta atos inerentes à função de Investigador Principal, não afetando a atividade corrente da investigadora Sónia Melo no seio do grupo de investigação onde está inserida”.

“A Comissão Externa, constituída por elementos externos e independentes, emitirá um parecer com base no qual será tomada uma decisão da direção do i3S no que respeita ao vínculo que a investigadora terá com esta unidade de investigação afeta à FCT e à Universidade do Porto”, acrescenta.

A direção do i3S considera ainda que, “de momento, é prematuro pronunciar-se sobre qualquer detalhe processual, reafirmando o seu desejo de ver o assunto esclarecido no mais curto espaço de tempo possível”.

Afirma ter “conhecimento das alegações” e que “tem estado a monitorizar a discussão acerca da integridade científica nos trabalhos de Sónia Melo, que antecedem a inclusão da investigadora numa equipa desta unidade de investigação”.

De acordo com o Público, as dúvidas sobre o trabalho científico de Sónia Melo foram levantadas pela primeira vez no final de setembro do ano passado, no PubPeer, um site que se dedica a fazer revisão de pares após publicação ('post-publication peer review', na gíria técnica).

O portal divulgou então os primeiros indícios de que a investigadora tinha repetido imagens microscópicas de uma mutação genética de um cancro, num artigo de 2009. Nos dias seguintes, noutras publicações na mesma plataforma, os autores apresentaram outras provas, sugerindo que o processo seria sempre semelhante: a cientista repetia, invertia e fazia rotações das mesmas imagens, de modo a reforçar a solidez dos resultados alcançados na sua investigação.

A 27 de janeiro deste ano, Sónia Melo assumiu a duplicação de imagens, numa “notícia de retração” publicada na mesma revista científica.

A agência Lusa tentou, sem sucesso, falar com a cientista, que, entretanto, ao site 'Retraction Watch Sónia Melo' tinha garantido “não ter havido um esforço para cometer fraude”.

“Lamento a falta de diligência que mostrei com o manuscrito da Nature Genetics, o meu primeiro artigo como estudante de doutoramento”, justificava a investigadora.

A direção do i3S admitiu que teve conhecimento antecipado da retratação do trabalho de 2009 na Nature Genetics, bem como dos argumentos que levaram a essa opção.

A EMBO (European Molecular Biology Organization), organização com a qual o i3S tem estado em contacto permanente, desencadeou um processo de reavaliação da candidatura à EMBO Installation Grant que havia concedido à investigadora. A EMBO deu agora conta das conclusões do inquérito e informou o i3S que irá cancelar esse contrato de financiamento.

Citado pelo Público, o cientista espanhol Manel Esteller, orientador de Sónia Melo no Ibibell e co-autor da publicação assegura apenas: “Quando foi detetada uma apresentação inadequada de parte dos dados desse estudo, decidimos apoiar a retração do artigo, para preservar os padrões de alta qualidade científica que sempre nos caracterizaram”.

Empresas e instituições debatem
Partilhar boas práticas e promover a felicidade no trabalho em prol da produtividade com excelência é a finalidade do primeiro ...

“Recursos humanos felizes fazem aumentar a produtividade com excelência”, garante Catarina Ferreira, responsável pela organização do fórum cujo objetivo é “que as empresas se juntem, partilhem boas práticas enriqueçam com as ideias”.

Câmara Municipal do Porto, Salvador Caetano, Porto Business School, FEUP, Águas do Porto, Hospital de São João, Hilti, IPO do Porto, Grupo , DST, Algamar – Galiza, Águas do Norte e Frynort são algumas das instituições que vão participar e partilhar os seus exemplos e experiências na gestão de stress, ergonomia, responsabilidade social, inovação, qualidade, felicidade e criatividade, escreve o Sapo.

Com o “Norte Yoga”, Catarina Ferreira pretende criar uma “plataforma de colaboração e partilha de conhecimento” entre as empresas, elas próprias exemplos de boas práticas e com iniciativas como aulas de yoga, serviços de terapia ocupacional, apostas na cultura para motivar trabalhadores e psicologia positiva.

O yoga surge precisamente como um dos recursos a que algumas instituições recorrem para promover o bem-estar entre os seus trabalhadores já que “combate o stress”, considerado a “grande causa de doenças, do mau humor e do mau relacionamento nas empresas”.

“O yoga ensina que a felicidade não vem do que recebemos de fora. A felicidade vem de dentro”, destaca a responsável que encara esta como uma ferramenta para “gerir emoções” e desenvolver a capacidade de concentração e que promete no fórum deixar dicas e técnicas para os participantes aplicarem no dia-a-dia.

O treino da atenção é mesmo uma das “práticas que potenciam o bem-estar” dentro das empresas, explica Isabel Paiva de Sousa, gestora do Programa de Formação Executiva da Porto Business School (PBS) que irá participar no fórum com uma palestra sobre “Felicidade no trabalho e resultados: mito ou realidade?”.

“É uma realidade que é preciso ter muita perseverança. Um conjunto de práticas que se pode treinar no trabalho”, explica a docente da PBS para quem, em termos de gestão, “é possível desenvolver práticas para ampliar emoções positivas que estão ligadas à criatividade”, criatividade essa que ajuda a resolver problemas.

E porque “a maneira como percecionamos as experiências vai influenciar o que fazemos”, esse trabalho passa por uma maior capacidade em entender os outros e alargar o foco de concentração, deixando o ‘eu’ para pensar no propósito comum entre a empresa e dos trabalhadores.

“Mais que vestir a camisola é preciso suá-la”, destaca a responsável, explicando que tal como os atletas olímpicos, os trabalhadores têm que treinar as suas competências, tornando-se mais ágeis e competitivos.

Isabel Paiva de Sousa acredita que “os trabalhadores portugueses têm potencial para serem mais felizes” uma vez que ainda há empresas "práticas de gestão sem princípios de ética claros e que não promovem a aproximação entre os propósitos da empresa e dos trabalhadores”.

Ainda assim, diz, grande parte das empresas aposta em “potenciar um ambiente emocionalmente positivo”, implementando boas práticas quer de âmbito físico, com espaços para exercício, quer de âmbito mental, com treinos de atenção e ‘mindfullness’.

 

O fórum “Norte Yoga” está marcado para dia 19 de março, a partir das 09:00 no Auditório da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, tem entrada gratuita sujeita a inscrição prévia na página de Internet, inclui uma aula de yoga e, como é Dia do Pai, terá uma sala destinada só para os mais novos.

No 1º semestre de 2015
O custo com medicamentos oncológicos aumentou 9,8%, no primeiro semestre de 2015, mas o crescimento do consumo, em quantidade,...

Segundo um relatório que é hoje apresentado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), no primeiro semestre do ano passado, em comparação com o período homólogo de 2014, subiram quase 10% os custos com medicamentos oncológicos.

“Estamos a assistir a uma deriva significativa no sentido do consumo de fármacos mais caros, colocando pressão muito significativa no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, refere o relatório “Portugal – Doenças Oncológicas em números 2015”.

Classificando estes dados como “preocupantes”, o documento assinala que se manteve o aumento do consumo de medicamentos em quantidade, “mas agora com aumento também dos custos associados”.

Aliás, uma das recomendações do relatório da DGS aponta para a necessidade de monitorizar a efetividade terapêutica de novos fármacos e intervenções, através do registo oncológico nacional.

“O aumento da despesa com medicamentos é preocupante, particularmente com os novos fármacos. A necessidade de monitorizar a efetividade terapêutica é indispensável para conseguirmos aferir os ganhos reais em saúde, face ao custo crescente dos mesmos”, indica o documento.

No primeiro semestre do ano passado, os encargos do SNS com medicamentos oncológicos em meio hospitalar ultrapassaram os 205 milhões de euros, quando, no mesmo semestre de 2014, tinham ficado abaixo dos 188 milhões.

Em termos de quantidade, do primeiro semestre de um ano, para o do ano seguinte, passou-se de 16 milhões de unidades, para 16,7 milhões.

Já na venda de medicamentos oncológicos em farmácia comunitária, a diferença não é tão significativa. Do primeiro semestre de 2014 para o de 2015, os encargos do SNS cresceram 1,3% e as quantidades superaram este crescimento, aumentando 2,1%.

Relatório revela
A mortalidade por cancro em Portugal desceu ligeiramente em 2014, e continua abaixo da média europeia, mas o aumento do cancro...

Segundo o relatório “Portugal – Doenças Oncológicas em Números”, que é hoje apresentado, em 2014, a taxa de mortalidade padronizada por cancro passou para 151,5 por 100 mil habitantes, valor que vem diminuindo de forma gradual, pelo menos desde 2010.

Embora se assista a uma redução gradual da mortalidade, o documento sublinha que “os anos potenciais de vida perdidos continuam muito significativos”.

O cancro do pulmão continua a ser o mais letal em Portugal, tendo sido responsável, em 2014, por 3.927 óbitos, o que dá uma média superior a 10 mortes por dia.

Aliás, o tumor maligno da traqueia, brônquios e pulmão são os cancros que mais contribuem para os anos potenciais de vida perdidos, segundo dados do relatório da Direção-Geral da Saúde.

O documento vinca que Portugal, em comparação com os dados europeus de mortalidade, está numa “posição confortável”, até porque beneficia de um histórico de menor consumo de tabaco a que corresponde menor taxa de cancro do pulmão e menor mortalidade.

No entanto, para que esse efeito continue a manifestar-se, os responsáveis do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas aconselham a que as autoridades sejam mais ativas na promoção da cessação tabágica.

Além disso, em relação ao cancro do pulmão é necessário corrigir assimetrias regionais, como a “situação gritante” dos Açores, onde “urge tomar medidas”, visto que a incidência nesta região autónoma é praticamente o dobro do resto do país.

Também o cancro colo-retal é “uma prioridade indesmentível”, pelo aumento crescente de casos.

Ao nível da mortalidade, quando analisados os dados apenas referentes ao sexo masculino, Portugal encontra-se, a nível europeu, “no quartil de mais elevada mortalidade”, o que os autores do relatório consideram justificar uma “particular preocupação”.

“O cancro colo-retal é uma prioridade indesmentível, pelo aumento crescente e pela situação relativa do país, sendo ainda incipientes os rastreios no terreno. Só apostas na prevenção poderão modificar sensivelmente o atual panorama”, indica o documento.

Em relação aos rastreios do cancro colo-retal são apontadas assimetrias regionais e aconselhado o seu alargamento a nível nacional: “Embora se note um aumento dos programas de rastreio de cancro colo-retal, a expansão acelerada a todas as regiões é uma prioridade”.

Em escolas de todo o país
A Sociedade de Nefrologia Pediátrica alertou que, a cada ano, 15 novas crianças e adolescentes precisam de diálise ou...

Na próxima semana, a 10 de março, a Sociedade de Nefrologia Pediátrica (SNP), entidade que integra a Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP), vai assinalar o Dia Mundial o Rim através da sensibilização de alunos, professores e encarregados de educação para a importância da adoção de hábitos alimentares saudáveis na prevenção de diabetes, hipertensão e obesidade, fatores de risco de doença renal.

Com o lema "Doença Renal e a Criança - Agir cedo para prevenir", a SNP, em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Nefrologia, estará presente em 26 agrupamentos escolares, 24 cidades, abrangendo 25.000 crianças e adolescentes.

"Uma em cada dez pessoas no mundo sofre de doença renal. A doença renal crónica nas fases iniciais pode não ter qualquer sintoma. É importante estarmos atentos para diagnosticar e melhorar o tratamento, quanto mais precocemente melhor", explicou à agência Lusa a responsável pela coordenação da organização do Dia Mundial do Rim em Portugal, Ana Teixeira.

De acordo com a SNP o programa está a mobilizar centenas de profissionais de hospitais centrais e distritais que terão o desafio de explicar à comunidade escolar que, por exemplo, aqueles pacotes de batatas fritas apetecíveis que estão na prateleira do supermercado têm muito sal escondido atrás de palavras difíceis como "cloreto de sódio" ou "bicarbonato de sódio".

Ana Teixeira apontou que "a Organização Mundial de Saúde recomenda uma ingestão diária de sal inferior a cinco gramas mas os portugueses cada vez consomem mais sal, às vezes mais do dobro", daí que a SNP queira reforçar a mensagem sobre alimentação saudável.

Aliás também é objetivo da ida às escolas alertar que "a dieta mediterrânica representa um modelo alimentar completo e equilibrado com benefícios para a saúde, longevidade e qualidade de vida, mas que Portugal tem vindo gradualmente a afastar-se desta dieta tradicional".

"Em algumas escolas ainda é possível encontrar alimentos e refrigerantes nutricionalmente desadequados nos bufetes concessionados e nas ‘vending machines' a fazer concorrência às refeições oferecidas nos refeitórios", referiu a também pediatra no Centro Hospitalar São João, no Porto.

"Quando bebemos água os rins trabalham melhor e ficam mais satisfeitos. Devemos beber 1 a 1,5 litros de água por dia. Quando temos sede, água é o que devemos beber" - é uma dos conselhos que consta do folheto que será distribuído nas escolas.

Também integrado nas comemorações do Dia Mundial do Rim está a ser lançado um concurso de artes plásticas e cada agrupamento de escolas pode selecionar um trabalho para enviar até 15 de abril para a sede da SPP, estando a entrega do prémio agendada para 17 de maio, Dia Mundial da Hipertensão.

As ações contam com a colaboração da Associação Internacional de Nefrologia Pediátrica e da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais.

A SNP tem como "grande meta" a prevenção dos fatores de risco de doença renal e a melhoria dos cuidados a todas as crianças com doença renal, sendo outro "grande objetivo" desta sociedade o desenvolvimento e a promoção da atualização de bases de dados nacionais de doença renal em idade pediátrica, bem como uma comunicação e cooperação inter-hospitalar eficiente, com vista no desenvolvimento de estudos multicêntricos futuros.

Estudo da UPorto indica
Um estudo realizado pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto indica que mulheres menos ativas durante a gravidez têm...

Em depoimentos, a investigadora Paula Clara Santos, membro do Centro de Investigação em Actividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL) da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) e uma das responsáveis pelo projeto, disse que "uma mulher grávida deve praticar exercício físico de forma moderada a vigorosa, durante 30 minutos, cinco ou mais vezes por semana" para evitar um excessivo ganho ponderal da mãe durante a gravidez e o excesso de peso do bebé.

O estudo que deu origem a este resultado, intitulado "níveis de atividade física ao longo da gravidez e a sua influência no estado físico e psicológico da mulher, bem como nos parâmetros morfo-funcionais do feto", dividiu-se em dois períodos, com duas amostras de grávidas.

O primeiro, realizado nos centros de saúde da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), foi constituído por 118 participantes, avaliadas em todos os trimestres, através de questionários para a recolha de dados pessoais, obstétricos e clínicos.

No segundo momento, com auxílio do Hospital São João, avaliaram-se 133 mulheres no primeiro e no segundo trimestre gestacional (10-12 semanas e 20-24 semanas), no período pós-parto - através da acelerómetria e de ecografias, que permitiu obter informações sobre os parâmetros morfo-funcionais da criança -, e quando as crianças fizeram dois anos.

"Sabemos que a atividade física é um fator modificável e determinante para prevenir doenças crónicas não transmissíveis, como é o caso da hipertensão, da diabetes e das doenças cardiovasculares", refere a investigadora, também docente na Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto.

A gravidez é um "evento de longa duração que tem consequências durante toda a vida da mulher" e que devia ser encarada como uma oportunidade de alterar os hábitos de atividade física, como se alteram em relação à alimentação, ao tabagismo e ao álcool, acrescenta.

Paula Santos refere ainda que essas mudanças de comportamento deviam ser estimuladas pelos profissionais de saúde, cujas indicações médicas continuam "muito aquém" das normas de orientação clínica recomendadas pelo American College of Sports Medicine (ACSM).

Acredita que o decréscimo da atividade física ao longo da gravidez é provocada "por falta de informação, alguns tabus e ideias pré-concebidas que possam existir em termos culturais" e pela falta de tempo que possa ser dispensado para o exercício.

Este estudo pretende avaliar também a relação entre atividade física e a diabetes gestacional, a hipertensão e o ganho ponderal, a influência da atividade física na auto-estima da mulher e nos níveis de ansiedade e a relação entre atividade/inatividade física materna com os parâmetros morfo-funcionais do feto bem como com o peso, a altura à nascença e o índice de Apgar.

A investigação, iniciada em 2010 e financiada pela Fundação para Ciência e Tecnologia (FCT) em 2012, em cerca de 80 mil euros, foi concluída em 2015, estando agora a ser estudados os resultados obtidos nas diferentes variáveis.

Para além de Paula Santos, colaboraram neste projeto os investigadores Sandra Abreu, Carla Moreira, Rute Santos, Pedro Silva e Jorge Mota, do CIAFEL, Odete Alves, da ULSAM, e Nuno Montenegro, do Hospital São João.

Direção-Geral da Saúde
O diretor-geral da Saúde disse que vão ser transferidos 12 doentes do hospital da Régua, onde foi detetada a presença de ...

“O sistema de vigilância da qualidade da água identificou a presença da bateria ‘ legionella’ e, uma vez identificada, foram tomadas as medidas, sublinho, em termos de boas práticas, que devem sempre ser tomadas: reduzir o risco dos doentes aí presentes, e do pessoal, em contrair a infeção”, disse Francisco George.

O presidente da Câmara da Régua, distrito de Vila Real, Nuno Gonçalves, avançou na quarta-feira à noite ter sido informado de um surto de ‘legionella’ no hospital daquela cidade, uma situação que vai levar ao encerramento da unidade esta quinta-feira e à transferência de utentes e funcionários.

“A informação que temos também é pouca, mas o que nos informaram é que seria um surto de ‘legionella’ e que teriam de encerrar o hospital na quinta-feira, transferindo os doentes e o pessoal”, afirmou Nuno Gonçalves.

De acordo com Francisco George, a medida de desinfeção da unidade hospitalar foi tomada a tempo, uma vez que não há doentes com a doença dos legionários, avançando que 12 doentes já se encontram a ser transferidos.

“Os doentes e o pessoal de serviço já estão a ser transferidos, logo depois vão iniciar-se as operações de desinfeção da rede predial daquele estabelecimento, que se faz através de um choque de cloro ou de um choque térmico”, explicou Francisco George.

Para o responsável, a forma como se fará a desinfeção terá a ver com aquilo que a rede predial suportará, lembrando que as colónias de bactérias da ‘legionella’ “são eliminadas pelo calor, acima dos 60 graus”.

“Trata-se de uma medida de desinfeção que foi [tomada] ainda a tempo, uma vez que não há doentes com a doença dos legionários”, afirmou, sublinhando tratar-se de “um exemplo de boas práticas: foi identificado um risco e esse risco foi eliminado”.

O presidente da Câmara da Régua, Nuno Gonçalves, salientou que a comunicação sobre a “presença de ‘legionella’” no hospital de Peso da Régua foi feita à câmara municipal na quarta-feira pelo Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), onde a unidade de saúde está inserida.

Os doentes serão transferidos para outro hospital do CHTMAD, que agrega ainda as unidades de Vila Real, Lamego e Chaves.

O CHTMAD inclui os hospitais de Vila Real, Lamego, Chaves e Peso da Régua, unidade cujo encerramento esteve por diversas vezes em cima da mesa e que estava incluída na lista de hospitais que o Governo queria devolver às misericórdias.

A doença do legionário é uma pneumonia que afeta preferencialmente pessoas idosas, fumadoras, imunodeprimidas ou pessoas com doenças crónicas.

A pneumonia provocada pela bactéria ‘legionella’ pode provocar a morte.

Investigadores brasileiros
Um grupo de investigadores brasileiros anunciou a descoberta do vírus Zika nas glândulas salivares de um mosquito comum (Culex)...

A descoberta foi realizada por investigadores da Fundação Oswaldo Cruz (FOC), um laboratório público brasileiro, e anunciada durante um seminário sobre o Zika no Recife, a capital do Estado de Pernambuco, que é a região mais afetada pelo vírus.

A bióloga Constância Ayres explicou que a investigação se desenrolou em laboratório, com cerca de 200 mosquitos Culex, e por isso os resultados não são conclusivos. Mas, “há uma grande probabilidade de que o mosquito transmita o Zika aos humanos” afirmou a bióloga.

Os investigadores da FOC estão a capturar mosquitos comuns no seu habitat natural, em regiões afetadas pelo vírus, para perceber se o Culex também transporta o vírus na natureza.

Segundo a bióloga, o estudo de campo prolongar-se-á por mais seis a oito meses para que se possa chegar a um resultado final.

Até agora acreditava-se que o mosquito Aedes - confinado a climas tropicais - era o único que podia transmitir o Zika.

A presença do Culex em zonas urbanas, no Brasil, é 20 vezes mais comum que o Aedes, e encontra-se em várias zonas da América, África e Ásia, o que poderá aumentar a velocidade de propagação do vírus para lá do Continente Americano, segundo os investigadores.

Este mosquito, que está praticamente em todo o mundo, põe os seus ovos em poças de água suja, o que o diferencia do Aedes, que só se reproduz em água limpa.

O culex propaga-se especialmente em áreas urbanas com carências ao nível de saneamento básico, um problema comum nas zonas pobres de todas as grandes cidades brasileiras.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde revelou que está a renegociar o acordo com o laboratório que comercializa o medicamento inovador para a...

Adalberto Campos Fernandes falava aos jornalistas no final da reunião conjunta das comissões de Saúde e Orçamento sobre o Orçamento do Estado para 2016, durante a qual afirmou que a despesa com o tratamento de doentes com hepatite C contribuiu para a derrapagem orçamental em 2015.

De acordo com a nota explicativa do Orçamento do Estado para 2016, em 2015 foram gastos 40 milhões de euros com o tratamento destes doentes, estando prevista uma despesa de 85 milhões de euros para 2016.

O acordo firmado entre o anterior governo e o laboratório que comercializa o fármaco inovador previa um gasto de 100 milhões de euros em cinco anos, a um ritmo de 20 milhões de euros por ano.

Questionado sobre esta discrepância de valores, o ministro disse que está em curso uma renegociação deste acordo, a qual deverá estar concluída no final deste mês.

O ministro esclareceu que “não serão postas em causa as expetativas dos doentes” relativamente ao tratamento da hepatite C.

Autor Andrew Solomon diz
A depressão, não acompanhada como uma “doença séria”, pode transformar-se num problema económico grave, sobretudo em países que...

O autor do livro “O Demónio da Depressão – Um Atlas da Doença”, que foi traduzido para português, explica que existem “muitos conceitos políticos” na definição da enfermidade e que, em muitas circunstâncias, há uma tendência para encarar a depressão como uma simples fraqueza.

No entanto, diz Andrew Solomon, se a depressão for ”vista como uma doença”, as obrigações políticas têm de ser consideradas e o tratamento tem de ser assegurado pelo Estado, assim como têm de ser garantidas situações laborais especiais aos pacientes.

“Todo este tipo de apoio pode ficar caro e complicado e, por isso, haverá sempre uma componente económica relacionada com estas questões mas, na verdade, os custos da depressão não tratada podem ser muito mais elevados do que as depressões sujeitas a tratamento”, disse o escritor norte-americano.

No livro “O Demónio da Depressão”, Andrew Solomon, 53 anos, parte da ideia central de que a “depressão é a imperfeição do amor”, para depois organizar um “atlas da doença” ao longo da história, dos vários tipos de patologia, da análise de estatísticas e de entrevistas sobre a forma como a doença é encarada, nas várias geografias, mas sobretudo com base no próprio caso pessoal.

Questionado sobre situações de depressão relacionadas com a crise económica, como a que se verifica em Portugal, Solomon refere que, do ponto de vista coletivo, podem registar-se baixas de produtividade no trabalho e sublinha que os doentes que não são acompanhados são desempregados de longa duração, com problemas familiares que podem tornar-se graves.

“As pessoas que estão num estado de depressão são vistas como um fardo para a sociedade e encaradas como um aspeto pouco saudável para o ambiente onde estão inseridas, mas os custos podem ser enormes, caso não sejam tratadas”, sublinha, acrescentando que podem verificar-se situações singulares em que a depressão atinge as populações de forma generalizada.

“Eu creio que podem existir situações de depressão coletiva, esta doença não aparece por causa de um problema qualquer existente na água que as pessoas bebem. É verdade que há contextos sociais em que os coletivos têm esperança e outros em que a esperança está perdida”, afirma.

Como exemplo, refere-se ao que assistiu no Afeganistão, em 2002, quando a população sentiu que as mudanças podiam ser efetivas com a queda do regime taliban e a chegada dos militares norte-americanos e dos aliados europeus.

“Essa esperança estourou, atualmente a situação no Afeganistão é atroz e o que foi prometido nunca foi alcançado. A sociedade passou de um estado de felicidade, para uma situação oposta e, quando isto acontece, verifica-se uma espécie de luto coletivo e muitas pessoas acabam por atravessar, por causa disso, estados de melancolia e de depressão”.

Da mesma forma, a crise económica, indica, pode ser também uma situação extrema sendo que, na sociedade ocidental, a depressão ou é simplesmente desprezada ou sobrevalorizada.

Para Andrew Solomon, perante a crise económica, há pessoas que enfrentam situações de simples tristeza, que são medicadas mas que na verdade não estão deprimidas mas, por outro lado, há também pessoas que sofrem de depressão clínica que não estão a ser tratadas simplesmente porque “assumem” que fazem parte do contexto da própria crise.

“Eu fico mais preocupado com aqueles que não são tratados do que com aqueles que são tratados de forma excessiva. Há pessoas que perante as incertezas económicas desenvolvem um estado de ansiedade severa e que não são capazes de se levantar da cama e apertar os cordões dos sapatos, e isso é um problema clínico grave”, frisa Andrew Solomon.

O escritor, que venceu o National Book Award, em 2001, com o livro “O Demónio da Depressão”, conclui - através da longa pesquisa -, que a ciência, a filosofia, o direito, a psicologia, a literatura, a arte, a história e “muitas outras disciplinas” têm estudado a doença, mas que, no campo específico dos estudos da depressão, “faltava uma síntese”.

“Apesar de propor explicações e interpretações de ideias complexas, esta obra não pretende substituir um tratamento apropriado”, afirma o autor, sublinhando que “O Demónio da Depressão” é um livro “extremamente pessoal” e que não deve ser considerado, de modo nenhum, mais do que isso mesmo.

“O Demónio da Depressão – Um Atlas da Doença”, de Andrew Solomon (Quetzal Editores, 812 páginas), com tradução de Francisco Paiva Boléo e Constança Paiva Boléo, encontra-se nas livrarias portuguesas desde 15 de fevereiro.

Segundo especialista
Mulheres sofredoras da perturbação do distúrbio de ingestão alimentar compulsivo sujeitaram-se a um programa baseado na ...

Em entrevista, à margem do evento “Dias da Psicologia”, que começou na cidade do Porto, na Universidade Católica, José Pinto-Gouveia, presidente da Associação Portuguesa para o Mindfulness, referiu que os resultados recentes de um programa de dez sessões, realizado a mulheres com distúrbios de ingestão alimentar, foram “entusiasmantes” e que todas deixaram de comer compulsivamente.

Segundo o especialista José Pinto Gouveia, as mulheres que se submeteram ao programa começaram com o diagnóstico e com uma determinada frequência semanal de episódios de ingestão alimentar compulsiva, mas quando chegaram ao fim das dez sessões do programa, “nenhuma delas preenchia os critérios para diagnóstico”.

Por exemplo, pessoas comiam bolachas todas as noites, depois das sessões deixaram de as comer compulsivamente.

Para os resultados positivos, trabalhou-se com os princípios de educação alimentar, designadamente fazer cinco refeições por dia e não saltar refeições, mas o foco incidiu em lidar com as emoções negativas.

Ter emoções negativas não significa que nos temos de empanturrar, alerta José Pinto Gouvieia, explicando que há outras formas de lidar com o negativismo, não fazendo “tudo o que vem à cabeça”.

“A maioria destas doentes com perturbação alimentar e ingestão compulsiva são muito críticas, são muito boas a criticar-se quando falam, mas são muito más a cuidar de si. Elas não têm a noção do que é cuidar de si, nunca se perguntam o que é que eu preciso. Não respeitam as suas necessidades pessoais”, conta o presidente da Associação Portuguesa de Mindfulness.

José Pinto Gouveia reconhece que é fulcral ensinar as pessoas a mudar o tom interior.

“Há um tom interior com que falamos connosco e esse tom, habitualmente em pessoas com problemas psicológicos, é um tom crítico e frio e as pessoas não percebem que esse tom influencia enormemente a sua vida psicológica e o seu bem-estar”, explica, afirmando que as pessoas podem deixar de se auto criticar e podem ser mais compassivas, porque se tornam “muito mais eficazes quando são autocompassivas, do que quando se criticam”.

O ‘mindfulness’ “é a arte de prestar atenção à nossa experiência, momento a momento e não ajuizar sobre ela, ou seja se estou triste, estou triste, não ajuízo que é mau estar triste ou que não devo estar triste e percebo que a minha tristeza tem a ver com algumas coisa que me aconteceu”, explica aquele especialista.

Para José Pinto Gouveia é essencial “aceitar”, mas o que habitualmente as pessoas fazem “é correr logo para deitar a tristeza fora”.

“As emoções más fazem parte da nossa vida e portanto temos de estar com elas, em vez de ir logo empanturrar ou ir beber um copo, o melhor caminho é aceitar que estamos tristes, porque aconteceu alguma coisa na nossa vida, mas amanhã vão acontecer outras coisas e, se calhar, já não vamos estar tristes”, concluiu.

A pessoa que pratica ‘mindfulness’ vai mudando, mas não nota essa mudança, são normalmente os amigos que notam que a pessoas vão ficando menos reativas, mais aceitantes, começando a lidar melhor com a dor, conta.

“Eu não controlo o que penso, não posso afastar aquilo que não quero, pensar é perigoso, afinal o que posso fazer para controlar as coisas?”, questiona o especialista, para logo responder que é com o corpo que se pode ajudar a “tranquilizar as experiências piores”.

“No corpo podemos lidar com as coisas, no pensamento é muito difícil”.

“O ‘mindfulness’ promove a descentração em relação aos pensamentos negativos, promove a aceitação e o ‘anti-evitamento’. (…) Oferece-nos a possibilidade única de aprendermos a controlar a nossa mente em vez de sermos controlados por ela” e de agir em consciência e “não em piloto automático distraidamente”, afirma.

O primeiro dia dos “Dias da Psicologia" centrou-se no “Mindfulness e nas terapias de 3.ª geração”, dando destaque aos projetos desenvolvidos na Clínica Universitária de Psicologia (CUP) da instituição, mas o evento prolonga-se até à próxima sexta-feira, dia 04, na Faculdade de Educação e Psicologia na Universidade Católica do Porto.

João Paulo Guerra
O jornalista João Paulo Guerra lança em Lisboa um romance sobre as sequelas da Guerra Colonial, “Corações Irritáveis”, nome...

“Este livro é uma ficção que fala da guerra porque a guerra tem tantas sequelas que até a democracia em Portugal é um resultado da guerra. Foi da guerra que apareceram os homens que fizeram a democracia. Mas há também muitos ‘corações irritáveis’ e feridas que nunca cicatrizaram”, disse à Lusa João Paulo Guerra, 74 anos, que cumpriu o serviço militar em Moçambique e que publicou, como jornalista, inúmeros trabalhos de investigação sobre a Guerra Colonial (1961-1974).

O novo romance “anda à volta do destino de sete homens e tem quatro mulheres como figuras principais” sobretudo a mulher do protagonista, que faz “detonar” o enredo que se desenrola em Lisboa durante os anos 1990 e que tem as memórias e as consequências do conflito colonial como situação central.

“No livro, há uma mulher que afirma que o sofrimento também é próprio dos seres humanos e todos têm o direito de se horrorizarem com o sofrimento que eles próprios possam ter causado ou possam ter vivido e outra mulher a quem lhe perguntam se o marido fez a guerra tendo ela respondido: ‘Não. A guerra é que fez o meu marido’”, explicou o autor.

O livro relata a inquietação e perturbação dos soldados e a forma como a guerra afetou a vida de cada um em tempo de paz mantendo, disse João Paulo Guerra, as “feridas invisíveis e as cicatrizes que não se vêm à vista desarmada”.

O autor escreve que as personagens são ficcionadas e que as atuações extremas são também do domínio ficcional, mas têm como base situações reais vividas durante os combates em África e que - no limite – deixou milhares de homens afetados por uma doença que demora a ser compreendida pela sociedade.

“Esta doença é real e quando foi identificada, no século XIX (nos Estados Unidos) chamaram-lhe ‘coração irritável’, explicou o autor, referindo-se ao título da obra.

No livro, João Paulo Guerra recordou que a Perturbação Pós-Stresse Traumático de guerra foi reconhecida em Portugal, como doença, vinte anos após o fim da guerra nas colónias sob administração portuguesa, em 1995, e que nesse ano foi também lançada a base para a criação de uma rede de apoio a esses doentes, “estimados então na ordem das dezenas de milhares”.

Em 1999, foi legislado o regime de apoio aos ex-combatentes mas a regulamentação, refere o autor, foi sempre adiada e “deitou para as calendas” a entrada em funcionamento da Rede Nacional de Apoio aos militares e ex-militares vítimas da doença.

“Quando, finalmente, passou a vigorar, a burocracia exigida para que a doença fosse reconhecida em cada caso e o doente começasse a ser assistido tornou-se labiríntica, chegando a demorar década e meia”, refere o autor no final do livro sobre as consequências do conflito e que, do ponto de vista pessoal, encerra “o ciclo da guerra”.

“Há guerras que não acabam e por muitos acordos de cessar-fogo que sejam assinados há sempre um cessar-fogo que cada um tem consigo próprio e que não é assinado mas este livro para mim é o meu cessar-fogo”, disse à Lusa João Paulo Guerra.

Jornalista de profissão, João Paulo Guerra, 74 anos, foi premiado várias vezes ao longo da carreira, trabalhou no Rádio Clube Português, TSF e Antena 1, nos jornais Diário de Lisboa, A Capital, O Diário, Público, semanário O Jornal e no Diário Económico.

É autor, entre outros, de livros de investigação jornalística e histórica como a “Memória das Guerras Coloniais”, “O Regresso das Caravelas” ou “Savimbi, Vida e Morte” e do livro de ficção “Romance de uma Conspiração”.

“Corações Irritáveis”, do Clube do Autor, é lançado em Lisboa, com apresentação do coronel Carlos Matos Gomes, escritor e historiador, estando prevista a leitura de excertos da obra pela atriz Maria do Céu Guerra.

OE2016
O ministro da Saúde revelou no Parlamento que o regresso às 35 horas semanais vai custar às contas da Saúde entre 28 a 40...

Adalberto Campos Fernandes divulgou este valor durante a discussão do Orçamento do Estado para 2016, que decorre no âmbito de uma reunião conjunta das Comissões Parlamentares da Saúde e do Orçamento na Assembleia da República.

Segundo o ministro, este regresso às 35 horas semanais – que deverá ser acompanhado pelo recurso a outros profissionais ou a horas extraordinárias – custará, no cenário mais favorável, 28 milhões de euros e 40 milhões de euros, num cenário mais desfavorável.

As contas de Adalberto Campos Fernandes referem-se a um semestre, uma vez que esta reposição das 35 horas só deverá entrar em vigor nos últimos seis meses do ano.

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