Estudo
Cerca de 12,6 milhões de pessoas morreram por viverem ou trabalharem em ambientes pouco saudáveis em 2012, o que representa um...

Intitulado “Prevenção das doenças através de ambientes saudáveis: Uma avaliação global do peso das doenças provocadas por riscos ambientais”, o estudo conclui, segundo o Diário Digital, que os fatores de risco ambiental, como a poluição do ar, da água ou do solo, assim como a exposição a químicos, as alterações climáticas ou as radiações ultravioleta, contribuem para mais de 100 doenças e lesões.

As doenças não-comunicáveis, como os acidentes vasculares-cerebrais, a doença cardíaca, os cancros ou as doenças respiratórias crónicas, representam hoje dois terços (8,2 milhões) das 12,6 milhões de mortes provocadas por fatores ambientais, revela a segunda edição do estudo, publicado pela primeira vez há 10 anos.

Direção-Geral da Saúde
As taxas de resistência de alguns microrganismos multirresistentes diminuíram entre 2011 e 2014, a par de uma redução do...

O aumento da resistência aos antibióticos constitui um “perigo para a saúde mundial”, que tem levado as autoridades de saúde a envidarem esforços para as boas práticas médicas e hospitalares, no sentido de prevenir infeções mais frequentes, revela o relatório “Portugal-Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos 2015”, da Direção-Geral da Saúde.

Em consequência dessas medidas, registaram-se “evoluções positivas no consumo de antimicrobianos, principalmente na classe das quinolonas (um dos medicamentos relativamente ao qual o número de bactérias resistentes tem aumentado), cujo consumo desceu, entre 2011 e 2014, 27% no ambulatório e mais de 8% a nível hospitalar”.

A situação mais preocupante é a da resistência elevada da bactéria Escherichia coli (responsável pela maior parte das infeções urinárias) aos antibióticos da classe das quinolonas.

Igualmente tem-se registado uma inversão da tendência crescente no consumo de carbapenemos (antibióticos de largo espectro utilizado em algumas infeções graves por agentes multirresistentes), que diminuiu 5% entre 2013 e 2014.

Em 2011, Portugal era o país da Europa que mais usava carbapenemos. Em 2014, apesar da redução de 5%, o seu consumo ainda era 2,3 vezes superior à média europeia, refere o documento, que destaca que, apesar de dever ser a “última alternativa terapêutica”, se tem verificado um “uso excessivo em alguns hospitais”.

O relatório salienta que “a principal ameaça” é constituída pelo microrganismo Klebsiella pneumoniae resistente aos antibióticos da classe dos carbapenemos, já presente em todo o mundo.

“Registaram-se surtos hospitalares de infeção por esta bactéria, pontuais e localizados, tendo sido implementadas medidas de contenção da sua disseminação”, revela.

Ainda no período entre 2011 e 2014, verificou-se também redução das taxas de resistência em alguns microrganismos multirresistentes, como Staphylococcus aureus resistente à meticilina, Enterococcus ou Acinetobacter, mas que ainda assim se mantêm elevadas, “considerando-se fundamental a sua redução”, um dos principais objetivos do programa.

O relatório lembra que apesar de os antibióticos serem indispensáveis para a medicina, têm que ser “criteriosamente utilizados”, pois, ao contrário do que acontece com outros medicamentos, o seu uso sistemático tende a torná-los menos eficazes, quer para a pessoa tratar, quer para a comunidade envolvente.

“Embora o aparecimento de resistências seja uma consequência natural da utilização destes fármacos, o seu uso desregrado tem acelerado e agravado essa tendência, ao ponto de terem emergido estirpes microbianas resistentes à generalidade dos antibióticos habitualmente usados”, sublinha.

Simultaneamente, tem-se verificado um decréscimo acentuado da descoberta de novas classes de antimicrobianos, o que dificulta ainda mais o tratamento de algumas infeções.

Os autores do estudo alertam ainda para o “prolongamento inapropriado da administração de antibiótico no pós-operatório em doente sem infeção - ocorrência prevalente em 2014 –, o que não melhora o prognóstico e ainda aumenta o risco de infeção por agentes multirresistentes no doente operado.

Este é um dos principais desvios das boas práticas verificado na utilização de antibióticos nos hospitais portugueses, “não sendo justificável a sua persistência”, consideram os especialistas.

Discutir propostas para o SNS
Ordem solicitou reunião de urgência para discutir necessidade de nutricionistas no SNS e criação da carreira especial de...

Dois meses após a entrega do documento solicitado pelo Ministério da Saúde à Ordem dos Nutricionista com propostas para promover a sustentabilidade do Serviço Nacional da Saúde (SNS), a Bastonária da Ordem dos Nutricionistas volta a reunir hoje, dia 15, às 15 horas, com o Ministro da Saúde para discutir alguns dos contributos apresentados.

Em discussão estarão, nomeadamente, o incremento de nutricionistas nos recursos humanos adstritos às diversas estruturas do SNS, a criação da carreira especial de nutricionista e a criação do Serviço de Nutrição nas estruturas do SNS.

Recorde-se que o Ministério da Saúde avançou já com a intenção de apostar no incremento das consultas de nutrição nos centros de saúde, assumindo também vontade de aumentar o número de profissionais nos cuidados de saúde primários. Para a Bastonária, Alexandra Bento, “este pode ser o início da elevação da promoção da saúde e da prevenção da doença a um patamar mais nobre e de uma adequação mais realista da profissão às necessidades da população”.

Alexandra Bento salienta que “a Ordem preparou novos dados para apresentar ao Ministro da Saúde na reunião de hoje, mais minuciosos e ilustrativos da carência e das reais necessidades de nutricionistas no SNS, para responder às exigências de saúde da população.”.

 

A reunião decorrerá hoje, dia 15, pelas 15 horas, nas instalações do Ministério da Saúde (Av. João Crisóstomo, 9, Lisboa).

Reforçar estratégias no combate à Diabetes
A mais antiga associação de pessoas com diabetes do mundo é portuguesa e este ano celebra 90 anos. A Associação Protetora dos...

Tratamento e educação: os dois pilares em que o fundador Ernesto Roma assentou aquela que em 1926 se denominava Associação Protetora dos Diabéticos Pobres – porque foi fundada para fornecer insulina a nível nacional aos pobres e carenciados com diabetes - têm sido mantidos e alargados a cada vez mais pessoas ao longo dos seus anos de existência. A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) acompanha hoje mais do dobro das pessoas que acompanhava no ano de 2000, sendo que 70% das pessoas com diabetes tipo 2 acompanhadas na APDP são tratadas com insulina.

O número de utentes observados na Associação tem vindo a aumentar, situando-se agora nos 19 mil por ano. Com mais de 145 mil inscritos, a APDP deu perto de 29 mil consultas só em 2015, mais 7 mil que há 10 anos.

A Associação evoluiu para uma instituição de prestação de cuidados de saúde globais e de proteção às pessoas com diabetes, numa zona de influência correspondente ao território nacional e com ligações no campo assistencial, de investigação e formativo a várias instituições e organizações internacionais.

A APDP é, desde 2009, o único centro nacional reconhecido pela Federação Internacional de Diabetes como Centro de Educação da Federação Internacional da Diabetes (IDF) e, desde 2011, a nível europeu, é também reconhecida como clínica de referência no tratamento de crianças e jovens (Centre of Reference for Pediatric Diabetes).

“Temos muito orgulho em que a APDP tenha crescido como cresceu até se tornar um exemplo a seguir: Na associação, existem várias especialidades médicas de forma a que o doente possa ser visto em várias valências sem ter de se deslocar a outros locais. O nosso papel ao nível da prevenção e da formação também tem sido muito forte. Anualmente, formamos cerca de 1200 profissionais de saúde de equipas multidisciplinares, na Escola da Diabetes, nos centros de saúde/hospitais, em escolas, em congressos/seminários, entre outros. Ao todo foram 17000 os formandos que frequentaram cursos e estágios na APDP”, refere Luis Gardete Correia, presidente da APDP.

Este ano, com o apoio da Comissão Europeia, a APDP está a representar Portugal num estudo piloto que está a ser desenvolvido em cinco países europeus sobre prevenção da diabetes tipo 2 em adolescentes (Pre-Start). Presentemente, encontra-se em desenvolvimento a primeira fase do estudo que consiste em encontrar uma ferramenta comum de avaliação de risco.

Como parceira desta iniciativa, a APDP tem desenvolvido um programa de intervenção em escolas secundárias, com o objetivo de recolher resultados que contribuam para a implementação de estratégias que previnam o desenvolvimento futuro de diabetes tipo 2 em jovens entre os 12 e os 14 anos.

 

Ao longo deste ano, a Associação vai assinalar o seu 90º aniversário com diversas iniciativas comemorativas: a primeira, hoje, pelas 11h30, é uma Conferência dos 90 anos da APDP e decorre na Escola da Diabetes, em Lisboa, onde será apresentado o programa de atividades e a Comissão de Honra do aniversário. Estão ainda a ser desenvolvidas outras iniciativas como uma corrida, um concerto, um jogo de futebol, uma ação de apoio aos peregrinos de Fátima, entre outras. Mais informações em http://www.apdp.pt.

Organização Mundial de Saúde
As adolescentes europeias têm pior saúde mental do que os rapazes da mesma idade e, embora tenham menos excesso de peso, têm...

"Há uma clara emergência da desigualdade entre rapazes e raparigas, que começa na adolescência", disse Gauden Galea, diretor da divisão de Doenças Não Comunicáveis e Promoção da Saúde no escritório da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Europa, a propósito de um estudo sobre saúde dos adolescentes.

Realizado entre 2013 e 2014 junto de 220 mil adolescentes de 11, 13 e 15 anos em 42 países da Europa e América do Norte, o inquérito "Health Behaviour in School-aged Children" (HBSC) da Organização Mundial de Saúde conclui que 80% dos adolescentes estão genericamente satisfeitos com a sua vida.

No entanto, a satisfação com a vida diminui com a idade e aos 13 anos começam a surgir as diferenças entre rapazes e raparigas, sendo estas menos satisfeitas do que eles.

Há também uma diferença na proveniência dos adolescentes: os jovens de famílias mais afluentes têm em geral maior satisfação com a vida.

Segundo o relatório, as raparigas relatam ter menos saúde mental do que os rapazes e aos 15 anos, por exemplo, uma em cada cinco adolescentes diz que a sua saúde é regular ou fraca e metade diz ter queixas de saúde pelo menos uma vez por semana.

Um outro exemplo, destacado por Gauden Galea em entrevista à Lusa por telefone, "é que, embora objetivamente não tenham mais excesso de peso ou obesidade, [as raparigas] estão muito mais preocupadas com a sua aparência, têm muito mais probabilidade de estar insatisfeitas e de entrar em dietas".

Com efeito, 22% dos rapazes de 15 anos têm excesso de peso, contra 13% das raparigas, mas 43% das raparigas da mesma idade acha que é demasiado gorda, contra 22% dos rapazes.

Um quarto das raparigas de 15 anos diz estar a fazer dieta ou a tomar outras medidas para perder peso.

"Isto é um sintoma das pressões sobre as jovens para terem um certo aspeto, uma determinada imagem corporal", disse Galea.

O responsável sublinhou que a situação está também ligada à situação económica da família, sendo a perceção da saúde pior nas famílias mais pobres.

"Isto sugere que há um contexto social, que as famílias menos abastadas precisam de mais apoio, os pais precisam de ajuda para serem melhores pais", disse.

Galea defende por isso que os países devem abordar as conclusões deste relatório de uma forma transversal, juntando os ministérios da Saúde, Educação e Segurança Social, para "dar alguma atenção à situação das famílias e populações mais pobres".

Outra conclusão, defendeu, é que é preciso "valorizar mais as raparigas", que "precisam de aprender a desenvolver uma boa autoestima, a valorizar a sua vida e a saúde”.

Precisam também de “entender as pressões a que estão sujeitas”, nomeadamente dos media, “e saber ter recursos e resiliência para resistir ao impacto dessas mensagens".

O relatório HBSC é realizado de quatro em quatro anos desde há 33 anos e tem influenciado as políticas e a legislação em vários países europeus, diz a OMS.

“Os comportamentos relacionados com a saúde e os hábitos sociais adquiridos na segunda década de vida podem prolongar-se pela idade adulta e afetar toda a vida", disse a diretora regional da OMS para a Europa, Zsuzsanna Jakab, citada num comunicado. “Um bom começo pode durar uma vida inteira”.

Organização Mundial de Saúde
Os adolescentes europeus estão a fumar e a beber menos e a começar mais tarde a sua vida sexual, mas o uso do preservativo está...

Realizado entre 2013 e 2014 junto de 220 mil adolescentes de 11, 13 e 15 anos em 42 países da Europa e América do Norte, o inquérito "Health Behaviour in School-aged Children" (HBSC) conclui que os comportamentos de risco estão a diminuir nos adolescentes.

Relativamente ao último estudo do género, realizado em 2009/10, a proporção de jovens de 15 anos que fumaram o seu primeiro cigarro antes dos 13 anos desceu de 24 para 17%, enquanto a percentagem de adolescentes que dizem fumar pelo menos uma vez por semana diminuiu de 18 para 12%.

Também no consumo de álcool, o relatório detetou "declínios consideráveis" face ao último relatório, com a percentagem de jovens de 15 anos que dizem consumir álcool semanalmente a cair de 21 para 13% e a proporção de adolescentes que diz ter ficado bêbedo pelo menos duas vezes a cair de 32 para 22%.

"Este relatório tem uma série de muito boas notícias. A redução do álcool e do tabaco significa que as políticas que os países têm estado a implementar estão a tocar nos riscos do tabaco e do álcool nos jovens. Mas os países precisam de se manter vigilantes com as raparigas, mais do que com os rapazes", disse Gauden Galea, diretor da divisão de doenças não comunicáveis e promoção da Saúde do escritório da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Europa.

Com efeito, segundo o relatório, os rapazes têm maiores probabilidades de fumarem e de beberem, mas a diferença tende a esbater-se nos últimos anos.

"Temo que, embora haja um declínio em ambos, que o declínio nas raparigas não seja tão grande como nos rapazes", disse Galea.

No que diz respeito ao comportamento sexual, questão que só foi colocada aos jovens de 15 anos, o relatório conclui que a percentagem de adolescentes que diz já ter tido relações sexuais baixou de 29 para 24% no caso dos rapazes e de 23 para 17% no caso das raparigas.

No entanto, diminuiu a percentagem de jovens que usam preservativo, de 78 para 65%.

"É uma área que estamos a tentar abordar com os países na Europa e (...) pediremos aos 53 estados membros que considerem formas de melhorar o acesso aos contracetivos, mesmo entre adolescentes", disse Gauden Galea.

Para o responsável, "é importante que os jovens tenham um entendimento dos riscos, tanto em termos do impacto da gravidez nas suas vidas futuras (...) como num aumento do VIH e de outras doenças sexualmente transmitidas".

Galea defendeu que "é preciso fazer mais" e explicou que a abordagem passa por "educação sexual positiva e proativa", mas também por permitir que os jovens tenham acesso aos "instrumentos que lhes permitam proteger-se e às competências para exigi-lo aos seus companheiros".

Os investigadores detetaram ainda uma pequena redução na proporção de adolescentes que dizem ter-se envolvido em lutas pelo menos três vezes nos últimos 12 meses.

As lutas são mais frequentes nos rapazes e diminuem com a idade.

O bullying é outra questão analisada no relatório da OMS e, embora não haja grandes mudanças na probabilidade de se sofrer de bullying na adolescência, há uma ligeira redução na percentagem de jovens que admite ter feito bulliyng sobre outros aos 13 e 15 anos.

O relatório HBSC é realizado de quatro em quatro anos desde há 33 anos e tem influenciado as políticas e a legislação em vários países europeus, diz a OMS.

Especialistas alertam
A Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono e a Sociedade Portuguesa de Hipertensão alertaram que um “sono...

Na semana em que se assinala o Dia Mundial do Sono (18 março), as duas organizações alertam a população para a importância do sono e para as consequências nefastas da sua privação nos sistemas metabólico e cardiovascular.

Em declarações, o presidente da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono (APCMS) e investigador do Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa, Miguel Meira e Cruz, explicou que "o sono interfere com a função cardiovascular”.

“O sono interfere nestes mecanismos e ajuda a regular a função cardiovascular, mas se não o temos de forma adequada também apoia o processo de desestabilização destes mecanismo e o aumento da prevalência da hipertensão e do risco cardiovascular global”, advertiu Meira e Cruz.

Esta posição é sustentada pelo presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, José Mesquita Bastos, afirmando que “a ausência de um sono com qualidade é um risco cardiovascular acrescido e associa-se a um pior prognóstico da hipertensão arterial, com consequente risco acrescido de enfarte e acidente vascular cerebral”.

As organizações alertam que os jovens constituem uma população de risco.

Segundo um estudo divulgado pela APCMS, apenas cerca de 20% dos adolescentes portugueses se aproximam do sono recomendado para o escalão etário (nove a dez horas) e que 12,5% dormem menos de sete horas durante a semana.

Os mais de 350 adolescentes envolvidos no estudos, 91,1% dos quais obesos, tinham “um sono claramente reduzido”, um “mau hábito” que abrange todos os escalões etários, “com repercussões que, embora sejam distintas, na dependência do período da vida que afetam, são sempre negativas”, frisou Meira Cruz.

O investigador citou ainda um estudo de 2012 que incidiu sobre cerca de 200 adolescentes da cidade de Lisboa e que mostrou que 34% destes eram hipertensos e que 12% eram colocados no ‘status’ de pré-hipertensão.

“Nós sabemos que existe uma associação clara entre o sono e a desregulação metabólica associada à obesidade e ao excesso de peso que também se conjuga para a doença cardiovascular, nomeadamente isquémica”, sublinhou.

O presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão recorda que a hipertensão é uma doença silenciosa, que afeta órgãos como o coração, o rim e o cérebro e que muitas vezes é detetada apenas quando já existem lesões irreversíveis.

“Existem fatores genéticos que determinam parte do risco. Porém, sabendo do contributo de outros fatores ambientais, como a alimentação, o consumo de sal e o sono, e a eficácia das medidas que podem ser aplicadas a estes níveis, é muito importante atuar, antes que seja tarde”, defendeu Mesquita Bastos.

Apesar da existência de resultados que “podem num ou noutro momento causar alguma controvérsia”, Meira Cruz assegura que “a relação entre privação de sono e risco de mortalidade cardiovascular é inequívoca e que vale a pena refletir, sobretudo numa perspetiva profilática, sobre a urgência de adquirir hábitos e padrões de sono saudável”.

Nas vésperas de se assinalar o Dia Mundial do Sono, o especialista deixou uma mensagem: “Vale a pena prevenir, durmam bem antes que seja tarde”.

No Japão
O gigante tecnológico japonês Toshiba e a Universidade de Osaka (centro) desenvolveram um sensor que deteta vírus infeciosos em...

Este novo sensor reconhece as formas dos vírus em poucos minutos, um feito que com os métodos existentes exige o recurso à ampliação dos genes, um processo que demora cerca de oito horas, informa o diário económico Nikkei.

A instituição de ensino e a empresa, que se encontra imersa num processo de venda da sua filial de equipamentos médicos Toshiba Medical Systems, planeiam lançar um dispositivo de diagnóstico baseado nesta nova tecnologia em 2020.

Apesar de não estar ainda claro quem irá oferecer os produtos relacionados com esta tecnologia – se a própria Toshiba ou o seu comprador, entre os quais a Canon parte como favorita –, a Toshiba anunciou que vai fabricar o chip que forma o núcleo.

Um diagnóstico mais rápido não só previne o aparecimento de sintomas severos no paciente, mas também contribui para reduzir a probabilidade de contágio.

Por isso, outras empresas japonesas também trabalham no desenvolvimento de tecnologias mais eficientes de diagnóstico.

É o caso da Konica Minolta que, com o Instituto Metropolitano de Medicina de Tóquio, concebeu um sistema de deteção do vírus da gripe alterando a tecnologia usada para os testes rápidos de gravidez.

O sistema, que usa um chip com um pigmento fluorescente de alto rendimento, pode ser utilizado também para detetar doenças transmitidas por mosquitos, como zika ou dengue.

Os atuais sistemas de deteção demoram entre um e dois dias desde o aparecimento dos sintomas, enquanto o novo reduz o tempo a 12 horas ou menos.

A empresa e instituição trabalham para poder comercializar o sistema em 2017, o qual chegaria sob a forma de um ‘kit’ com um custo na ordem dos 1.000 ienes (oito euros), detalhou o diário económico.

Em três anos
O número de Farmácias em situação de insolvência ou penhora continua a subir. As graves dificuldades financeiras do setor...

São 18,7% as Farmácias do país (549) em situação de insolvência ou de penhora, um crescimento de 127,8% entre dezembro de 2012 e fevereiro de 2016. Neste período, o número de insolvências mais que triplicou, de 61 para 188 Farmácias (+208,2%). Já o número de Farmácias sob penhora duplicou, de 180 para 361 (+100,8%).

O crescimento das insolvências e das penhoras é revelador dos problemas de sustentabilidade do setor das Farmácias, que põem em cheque a capacidade e a qualidade da resposta dos farmacêuticos às necessidades dos utentes.

Ministra da Administração Interna
A ministra da Administração Interna considerou avassaladores os números do tráfico de seres humanos, defendendo a necessidade...

“Os números do tráfico de seres humanos são avassaladores como devastadores são os seus efeitos”, afirmou Constança Urbano de Sousa na conferência "Tráfico de Seres Humanos - Prevenção, Proteção e Punição", promovida pela Ordem dos Advogados, que decorre em Lisboa.

Citando dados do escritório das Nações Unidas para a droga e o crime, a ministra adiantou que atualmente são conhecidas mais de 510 rotas distintas de tráfico de seres humanos, sejam transnacionais, transregionais, regionais ou domésticas.

Por outro lado, ao nível europeu, em 2015 foi reportado pelo Estados-membros um número de vítimas de tráfico superior a 30 mil pessoas, das quais 1.000 são crianças, que são utilizadas para variados fins, como exploração sexual e laboral e mendicidade, sublinhou.

Da análise dos dados “resulta que nenhum país pode considerar-se hoje imune a este crime”, frisou a ministra, lamentando que estes números se mantenham elevados ao longo das últimas décadas.

Para combater este crime, a ministra defendeu que “é necessário adequar as respostas políticas, económicas, sociais, o que constitui um grande desafio, considerando a complexidade e constante mudança inerente às sociedades atuais” associada à “elevada capacidade adaptativa de mobilidade deste fenómeno criminoso”.

À margem da conferência, a ministra defendeu ainda que para se tentar erradicar paulatinamente este fenómeno é preciso reforçar as políticas de prevenção da União Europeia e de cooperação entre os vários Estados-membros.

“No contexto deste fenómeno que não conhece fronteiras, apenas uma intervenção muito estreita dos vários Estados poderá ter sucesso pela conjugação de esforços e partilha de meios e de conhecimento”, vincou, em declarações aos jornalistas.

A nível nacional, Constança Urbano de Sousa disse que deve apostar-se, sobretudo, na execução do plano de prevenção e de combate ao tráfico de seres humanos.

“A luta contra o tráfico de seres humanos faz-se também muito pela via da prevenção e através de uma abordagem holística que convoca não apenas a repressão criminal destes crimes que são hediondos, mas também todo o apoio social às vítimas”, defendeu.

Segundo dados do relatório do Observatório do Tráfico de Seres Humanos (OTSH), o número de casos suspeitos de vítimas de tráfico de seres humanos diminuiu 36% em 2014, ano em que foram sinalizadas 197 vítimas.

Em Espanha
Uma equipa multidisciplinar de investigadores, liderada por professores da Universidade de Oviedo, Espanha, desenvolveu um...

Esta nova metodologia pode ser útil para os médicos anteciparem os pacientes que irão precisar de quimioterapia ou que vão desenvolver doenças autoimunes, de acordo com informações divulgadas pela Universidade de Oviedo.

Juan Luis Fernández Martínez, professor do departamento de Matemática da Universidade de Oviedo, e Ana Pilar González-Rodríguez, do Hospital Universitário Central das Astúrias (HUCA), os investigadores que assinam o artigo, descrevem a leucemia linfocítica crónica como uma doença com grande variedade clínica.

Ana Pilar González-Rodríguez afirmou que “um dos maiores desafios desta patologia é prever a sua evolução para que os pacientes possam beneficiar de um tratamento precoce e mais intenso”.

Os investigadores analisaram um banco de dados com diferentes variáveis clínicas de 265 pacientes do Hospital Cabueñes, em Gijón, para elaborar este novo modelo matemático.

Os algoritmos encontrados foram capazes de prever o desenvolvimento de doenças autoimunes com uma precisão de 90% e a necessidade de usar a quimioterapia com 80%.

A metodologia utilizada pela equipa de pesquisa inclui a análise de risco mediante curvas (Receiver Operating Characteristic), que alcança um equilíbrio entre falsos positivos e falsos negativos.

"Os dados em que se baseiam as previsões são simples, baratos e acessível a qualquer hospital. Análises semelhantes poderiam ser feitas com outros dados e outras doenças, como no passado, foi feito com o linfoma de Hodgking", disse o professor Fernández Martínez.

Este estudo, que acaba de ser publicado no ‘Journal of Biomedical Informatics’, é o resultado do estudo conjunto de investigadores do departamento de Matemática e do Centro de Inteligência Artificial da Universidade de Oviedo, do Instituto Universitário Oncológico do Principado Astúrias (IUOPA) e do departamento de hematologia do Hospital Universitário Central das Astúrias (HUCA).

O trabalho faz parte da tese de doutorado de Enrique de Andrés Galiana, intitulado "Projeto de robôs biomédicos e sua aplicação na medicina translacional”.

Estudo
Um estudo americano publicado na revista científica "Ear and Hearing" concluiu que, no geral, as pessoas não...

Os investigadores acompanharam 337 participantes e o seu processo de reabilitação numa clínica de audição em Massachusetts, nos EUA, e apontam ainda que é mais provável uma pessoa entrar numa conversa sobre perda e problemas auditivos se já o tiver feito antes e o feedback tiver sido positivo, ou seja, se tiver recebido apoio acerca da sua condição, escreve o Sapo.

"Demonstra-se claramente a importância de se ter apoio no processo de reabilitação auditiva. É este acompanhamento que vai fazer com que a pessoa ganhe coragem, enfrente o problema e aposte na recuperação", explica o audiologista Pedro Paiva.

"O apoio de familiares e amigos é relevante não só na identificação de que existe um problema auditivo, como ao longo de todo o processo. Para além disso, estas pessoas são a chave para que quem sofra de perda auditiva não se sinta excluído socialmente e não se isole, deixando de comunicar. É este apoio que faz com que as pessoas não tenham qualquer tipo de vergonha e lutem para solucionar o problema", conclui.

O estudo informa também que as mulheres são duas vezes mais propensas que os homens para informar as pessoas sobre seus desafios auditivos, para além de explicar quais os impactos da perda auditiva na sua capacidade de comunicação.

Ministro da Saúde
Os hospitais com centros de referência vão ter um financiamento superior ao das instituições que não obtiveram esta...

“Haverá uma discriminação positiva, ou seja, os hospitais que têm centros de referência terão um pagamento diferenciado em relação aos que não têm. É um incentivo de ordem financeira, que complementa o incentivo técnico e cientifico do reconhecimento”, disse Adalberto Campos Fernandes.

O ministro falava aos jornalistas, no final da cerimónia de reconhecimento dos centros de referência, uma cerimónia que decorreu em Lisboa e juntou dezenas de diretores e administradores hospitalares, 82 dos quais contemplados com uma placa informativa da obtenção desta classificação.

Das 184 candidaturas que chegaram à Comissão para o Reconhecimento de Centros de Referência, presidida por João Lobo Antunes, foram reconhecidos 82 centros de referência, em 19 áreas clínicas.

Como recordou João Lobo Antunes na intervenção inicial desta cerimónia, este foi um projeto começado pelo anterior governo, por iniciativa do ministro Paulo Macedo.

“Adalberto Campos Fernandes, e a sua equipa, entenderam que era algo que devia ser continuado, estimulado, o que, como sabemos, não é hábito em Portugal: mudam governos, mudam políticas, começa-se do zero. Não é o caso”, disse.

As primeiras áreas prioritárias anunciadas ainda durante o mandato de Paulo Macedo foram as da epilepsia refratária, da onco-oftalmologia, da paramiloidose familiar, do transplante pulmonar, do transplante do pâncreas e do transplante hepático.

A estas acrescentaram-se hoje mais 13 áreas prioritárias: cardiologia de intervenção estrutural, cardiopatias congénitas, doenças hereditárias do metabolismo, epilepsia refratária, oncologia de adultos - cancro do esófago, oncologia de adultos - cancro do testículo, oncologia de adultos - sarcomas das partes moles e ósseos, oncologia de adultos - cancro do reto, oncologia de adultos - cancro hepatobilio-pancreático, oncologia pediátrica, transplantação renal pediátrica, transplante de coração, transplante rim/adultos.

João Lobo Antunes esclareceu, em relação aos hospitais que se candidataram, mas não obtiveram este reconhecimento, que “há mecanismos de contestação”.

“A comissão está aberta para rever as suas decisões, nos casos em que acharmos que foram cometidas injustiças, que algo nos escapou na leitura cuidadosa que fizemos”, acrescentou.

No final da cerimónia, o ministro da Saúde adiantou que a discriminação positiva no pagamento aos hospitais com estes centros de referência “está a ser finalizada”, escusando-se a revelar valores, os quais deverão ser conhecidos “na próxima semana”.

Para o ministro, “não basta apenas reconhecer, no plano formal, também é preciso reconhecer no plano material”.

“Tendo nós a intenção, com a próxima vaga de contratualização para 2016, de introduzir, no Serviço Nacional de Saúde [SNS], o princípio do livre acesso e da livre circulação, mediada pelo médico de família, vamos desejar que os portugueses queiram ir onde sentem que está a competência, diferenciação e o saber fazer”, disse.

A este propósito, declarou que “o livre acesso e livre circulação no SNS será implementada a partir da contratualização de 2016, atrasada devido ao atraso de publicação do Orçamento do Estado para 2016. A partir de abril teremos estas medidas no terreno”.

O ministro adiantou: “Não podemos todos fazer tudo. Somos diferentes e temos competências para fazer algumas coisas e não competências para fazer todas as coisas”.

Em todo o país
Mais 13 áreas consideradas prioritárias, como oncologia pediátrica ou cardiologia, têm agora definidos centros de referência,...

Criados pelo anterior ministro da Saúde, Paulo Macedo, foi já nos últimos dias do seu mandato que foram conhecidos os primeiros centros de referência, criados para as áreas da epilepsia refratária, da onco–oftalmologia, da paramiloidose familiar, do transplante pulmonar, do transplante do pâncreas e do transplante hepático.

Segundo o despacho do ministro da Saúde, serão anunciadas mais 13 áreas prioritárias, para as quais foi reconhecido um alargado número de instituições como centros de referência, seguindo assim a proposta da Comissão para o reconhecimento de Centros de Referência.

Estas áreas são a cardiologia de intervenção estrutural, cardiopatias congénitas, doenças hereditárias do metabolismo, epilepsia refratária, oncologia de adultos-cancro do esófago, oncologia de adultos - cancro do testículo, oncologia de adultos - sarcomas das partes moles e ósseos, oncologia de adultos - cancro do reto, oncologia de adultos - cancro hepatobilio-pancreático, oncologia pediátrica, transplantação renal pediátrica, transplante de coração, transplante rim–adultos.

Na área de cardiologia de intervenção estrutural são reconhecidos como centros de referência o Centro Hospitalar de São João (Porto), o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar Lisboa Norte, o Centro Hospitalar de Lisboa Central e o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental.

Para as cardiopatias congénitas foram escolhidos o Centro Hospitalar de São João, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar de Lisboa Central e o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, em colaboração interinstitucional com o Centro Hospitalar Lisboa Norte e em colaboração interinstitucional com o Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa.

Quatro instituições foram reconhecidas como centros de referência na área de doenças hereditárias do metabolismo: o Centro Hospitalar de São João, o Centro Hospitalar do Porto, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e o Centro Hospitalar Lisboa Norte.

Na área de epilepsia refratária apenas o Centro Hospitalar de São João, no Porto, foi classificado como centro de referência.

Em relação aos cancros do esófago no adulto, foram reconhecidos o Centro Hospitalar de São João, o Instituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar Lisboa Norte e o Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil.

Ainda na área de oncologia de adultos, mas em relação ao cancro do testículo, foram reconhecidos o Centro Hospitalar de São João, o Instituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil, em colaboração interinstitucional com o Centro Hospitalar do Porto, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e o Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil.

Para os Sarcomas das Partes Moles e Ósseos foram escolhidos o Centro Hospitalar do Porto, o Instituto Português de Oncologia do Porto, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar Lisboa Norte, E.P.E., e o Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil.

Na área do cancro do reto, foram reconhecidos o Hospital de Braga, o Centro Hospitalar de São João, o Centro Hospitalar do Porto, o Instituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil, o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil, o Centro Hospitalar Lisboa Norte, o Centro Hospitalar de Lisboa Central, o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, o Hospital da Luz, o Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, o Centro Integrado dos Hospitais Cuf Lisboa (Hospital Cuf Infante Santo S.A. e Hospital Cuf Descobertas), a Sociedade Gestora do Hospital de Loures - Hospital Beatriz Ângelo (Loures)e o Centro Hospitalar do Algarve.

Ainda na área de oncologia de adultos, mas em relação ao cancro hepatobilio-pancreático, os centros de referência são o Centro Hospitalar de São João, o Centro Hospitalar do Porto, o Instituto Português de Oncologia do Porto, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar Lisboa Norte, o Centro Hospitalar de Lisboa Central.

Na área de Oncologia Pediátrica, os centros reconhecidos foram o Instituto Português de Oncologia do Porto, em colaboração interinstitucional com o Centro Hospitalar S. João, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e o Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil, em colaboração interinstitucional com o Centro Hospitalar Lisboa Central e com o Centro Hospitalar Lisboa Norte, na área dos tumores do sistema nervoso central.

Para a transplantação renal pediátrica foram reconhecidos dois centros: o Centro Hospitalar do Porto e o Centro Hospitalar Lisboa Norte.

Na área do transplante de coração foram escolhidos o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e na área do transplante do rim em adultos o Centro Hospitalar de São João, o Centro Hospitalar do Porto, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar de Lisboa Central e o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental.

Estudo
Quase 60% dos inquiridos consomem água da rede pública e, destes, 12,4% têm sistemas de tratamento doméstico, que podem...

Uma das conclusões do inquérito aos hábitos de consumo de água dos portugueses, que será apresentado pela coordenadora do Departamento de Saúde Ambiental do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), Helena Rebelo, é que "12,4% dos inquiridos que consomem água da rede pública têm instalados sistemas de tratamento doméstico".

Os responsáveis do trabalho alertam que "estes sistemas introduzem habitualmente alterações nefastas na água resultando num produto com deficiente qualidade higiénica ou com baixo valor alimentar, sendo, regra geral, supérfluos e indesejáveis".

"A sensibilidade e os conhecimentos dos cidadãos relativamente aos vários aspetos relacionados com a qualidade da água nem sempre é a mais adequada o que pode levar muitas vezes a escolhas incorretas", acrescentam.

Por outro lado, "3,8 % dos inquiridos consomem água de origens não controladas o que constitui um risco potencial para a saúde, caso estas águas não sejam controladas e corrigidas".

O inquérito foi lançado online a 14 de fevereiro de 2014 e durante 18 meses recebeu contributos, obtendo um total de 757 respostas, das quais a maioria, ou 557, foram de mulheres, e os seus promotores referem que "os resultados obtidos representam apenas orientações uma vez que não são extrapoláveis para a população".

Segundo as respostas, 35% dos inquiridos num estudo bebe diariamente entre meio litro e um litro de água e pouco mais de 30% consome entre um litro e 1,5 litros.

Quanto à origem, 96,2% dos inquiridos opta pela rede pública de distribuição (58,4%) ou água acondicionada (37,8%), o que é "garantia de acesso a uma água de qualidade", a que se juntam 2,5% que consome água de fontanários públicos e 1,3% de captações particulares.

O estudo revela ainda que 8,1% dos inquiridos que consomem da rede pública registam alterações organoléticas, no aspeto da água, o que pode ser explicado pelo desenvolvimento de processos de corrosão no sistema predial pela instalação de tratamentos domésticos.

Aliás, a razão apontada por 40% dos inquiridos para instalar sistemas de tratamento relaciona-se com as alterações organoléticas, enquanto para 23,6% a decisão se deve à desconfiança na água distribuída.

Entre aqueles que bebem água engarrafada, 17,1% não variam de marca e o estudo salienta que "o consumo permanente de uma água com (muito) baixa mineralização não é desejável por ser um produto com fraco valor alimentar que poderá levar a estados de carência mineral".

A apresentação dos resultados do inquérito vai decorrer durante as Primeiras Jornadas da Água: uma Questão de Saúde Pública" que decorrem em Lisboa.

Estudo indica
Dois investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto participaram num estudo internacional que conclui...

De acordo com um comunicado sobre o estudo enviado pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), no qual participam os investigadores Henrique Barros e Sofia Correia, da Unidade de Pesquisa de Epidemiologia (EPIUnit) daquele instituto, em Portugal registaram-se "percentagens elevadas e excesso de peso e de obesidade e uma percentagem elevada de mães pouco escolarizadas".

Apesar das desigualdades de género terem sido semelhantes às observadas em outros países europeus, a diferença absoluta na proporção de excesso de peso entre os extremos de escolaridade foi "particularmente elevada nas raparigas", acrescenta.

Portugal apresentou uma percentagem de 21% de crianças com excesso de peso (resultado parecido com o observado em Espanha e Reino Unido), variando entre 9% na Holanda e 24% na Grécia e em Itália, lê-se na nota informativa.

Em relação à obesidade, o estudo mostrou variações entre 1% em França e 6.5% em Portugal.

Para a investigação "Impacto da Baixa Escolaridade Materna no Excesso de Peso e Obesidade na Primeira Infância na Europa", foram recolhidos dados de 11 estudos europeus de coorte - projetos prospetivos em que os participantes são avaliados ao longo do tempo.

Esses estudos, iniciados em fases "muito precoces", levaram a num total de 45,413 crianças entre os 4 e os 7 anos, tendo sido os dados nacionais recolhidos no âmbito do projeto Geração XXI, coorte que segue mais de 8500 crianças desde o nascimento (em 2005-2006).

"Independentemente de outras características, o risco de excesso de peso em crianças de mães pouco escolarizadas foi cerca 1.6 vezes superior ao daquelas no topo da hierarquia", valor que aumentou para 2.6 quando avaliado o risco de obesidade, explicou Sofia Correia.

"Em termos absolutos, verifica-se uma diferença média entre os extremos de escolaridade na proporção de excesso de peso e de obesidade de quase 8% e 4%, respetivamente", acrescentou a investigadora.

Durante o estudo foram também observadas diferenças sociais na composição corporal das crianças em diferentes países europeus, o que pode contribuir para "perpetuar a desvantagem social" em saúde nos próximos anos, informa ainda o comunicado.

Os autores do estudo concluem que estes resultados "reforçam a urgência de uma intervenção precoce, mesmo antes do nascimento, no sentido de alcançar equidade em saúde".

Cuidados
A epilepsia é uma das doenças neurológicas mais comuns em Portugal.
Dois homens a jogar basket

Caracterizada por uma descarga anormal de alguns ou de todos os neurónios cerebrais, a epilepsia expressa-se através de crises epiléticas recorrentes (duas ou mais), súbitas e imprevisíveis. O doente não as consegue controlar e estas podem variar entre alguns segundos ou vários minutos.

Em todo o mundo esta doença afeta 50 milhões de pessoas e é considerada a segunda causa de doença crónica em idade pediátrica.

Em 60% dos casos não é possível determinar a causa da doença. Quando tal acontece, ela é designada de idiopática ou primária.

Olhar fixo sem resposta à estimulação, perda súbita de força muscular com queda, revulsão ocular, perda de consciência são alguns dos sinais de uma crise epilética.

Embora existam vários tipos de crise, a maioria não tem fatores desencadeantes identificáveis. No entanto, algumas situações podem aumentar o risco de crise. Privação de sono, consumo de álcool, sons bruscos, febre ou infeções podem potenciar estas crises.

O tratamento da doença faz-se com recurso a fármacos específicos, muito embora, por vezes, seja necessário recorrer a várias tentativas para encontrar o adequado para o controlo das crises.

Apesar de ser uma doença crónica, há estudos que demonstram que entre 70 a 80% dos doentes tratados têm remissões prolongadas ou permanentes.

Especialistas advertem, no entanto, para não parar a medicação mesmo que já não existam crises. É que a paragem brusca da medicação antiepilética pode aumentar ou agravar as crises e sua frequência. Deste modo, deve ser sempre o médico a tomar esta decisão, que deve acontecer de forma gradual.

Apesar do doente epilético poder levar uma vida perfeitamente normal, há que ter particular cuidado durante a prática de exercício físico. Há, aliás, alguns desportos desaconselhados, embora, de uma forma geral, a prática desportiva traga vários benefícios a estes doentes.  

Para além dos benefícios físicos que contribuem para uma redução da frequência das crises epiléticas, também há benefícios psicológicos tão ou mais importantes. Maior autoestima, convívio social, noção de trabalho de equipa, controlo sobre a doença, redução da ansiedade ou depressão e regularização do sono são alguns exemplos.

No entanto, alguns desportos são desaconselhados. Outros devem ser praticados com algum cuidado.

Está comprovado, por exemplo, que a epilepsia é um fator de risco para os afogamentos. Sabe-se que a maioria dos acidentes fatais em epiléticos ocorre dentro de água, mais em atividades recreativas do que desportivas. Um estudo americano demonstrou que esta doença fazia parte da história de 7,5% dos indivíduos, entre jovens menores de 20 anos.

Visto a natação ser uma atividade popular entre a população, de uma forma geral, torna-se imperativo que sejam tomadas algumas medidas de segurança, como o uso de equipamento de segurança e supervisão adequada, sobretudo junto de crianças.

Os desportos de contato, como é o caso do futebol, basquetebol, voleibol ou hóquei, são geralmente seguros. No entanto, deve ter-se particular cuidado para evitar traumatismos.

Os desportos motorizados, por outro lado, devem ser evitados. Alpinismo, hipismo, para-quedismo ou mergulho são contraindicados.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Universidade do Porto
Investigadores da Universidade do Porto estão a desenvolver um estudo sobre o estado nutricional dos idosos para capacitar os...

O Pronutrisenior "é uma abordagem holística que abrange as diversas áreas da vida dos idosos, no seu meio ambiente", indicou a investigadora da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP), Maria Daniel Vaz de Almeida.

Com este estudo, iniciado em maio de 2015, pretende-se "identificar as principais barreiras e problemas associados à alimentação e nutrição das pessoas com 65 e mais anos para que estas se mantenham autónomas", explicou a coordenadora do projeto.

Para tal, os investigadores estão realizar uma avaliação da comunidade, através de entrevistas individuais, em que os idosos são questionados sobre os aspetos gerais da vida, da saúde, da atividade física e dos hábitos alimentares, incluindo aspetos culturais e sociais da alimentação bem como aquisição e preparação de alimentos e refeições.

O estado nutricional e a composição corporal da população idosa também estão a ser avaliados.

Desta forma os investigadores pretendem obter a informação necessária para integrar nos materiais educativos que servem de apoio aos programas de formação dos profissionais de saúde e outros indivíduos que trabalham na comunidade na área da gerontologia.

Numa primeira fase do estudo, a equipa efetuou um levantamento dos estabelecimentos de alimentação, que possam participar no abastecimento alimentar dos idosos, como é o caso dos supermercados, mercearias, pomares, cafés, restaurantes, entre outros.

"Procuramos identificar qual a sensibilidade dos fornecedores para prestar este tipo de serviço", afirmou Maria Daniel Almeida, acrescentando que a finalidade é reconhecer os estabelecimentos que tenham uma atitude amigável com a população idosa, atribuindo-lhes, por exemplo, em selo ou um certificado.

Outro dos objetivos principais é a formação dos profissionais de saúde, das pessoas envolvidas na entrega de refeições ou no apoio domiciliário aos idosos e da própria população idosa, informou Rui Poínhos, membro da equipa de investigação.

Determinar o ambiente geofísico que envolve a população idosa, através da georreferenciação das habitações, da exposição ao sol, da inclinação das ruas e da iluminação, é outra das componentes do estudo, que finaliza em outubro de 2016.

Os investigadores pretendem ainda criar vídeos que possam ser transmitidos em salas de espera dos centros de saúde ou em canais televisivos, para que as informações nutricionais cheguem ao maior número possível de idosos, nomeadamente com "baixa alfabetização e com problemas de visão", acrescentou a coordenadora.

O Pronutrisenior está a ser desenvolvido em parceria com a Unidade de Saúde Familiar (USF) Nova Via, do concelho de Vila Nova de Gaia, e os seus utentes idosos, residentes nas freguesias de Madalena, Valadares e Vilar do Paraíso.

A escolha deve-se à heterogeneidade da população idosa que vive nessa zona, em ambiente rural, semiurbano, litoral e interior, com diferentes níveis educacionais e socioeconómicos, o que permite a obtenção de dados abrangentes.

Neste estudo, financiado pelo EEAGrants - Iniciativas em Saúde Pública em 340 mil euros, participam investigadores da FCNAUP, da Faculdade de Letras da UP, da Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade de Oslo e Akershus e da Escola de Ciências da Saúde da Universidade da Islândia.

12 de março - Marcha Mundial pela Endometriose
A Endometriose é uma doença com um diagnóstico, geralmente, demasiado tardio. O desconhecimento dos sintomas por parte das...

Em Portugal não há números absolutos sobre a doença, mas há estimativas que antecipam a dimensão do problema. De acordo com um levantamento feito pela Mulherendo – Associção Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose “estima-se que a doença atinja uma em cada dez mulheres em idade fértil”, afirma Susana Fonseca, presidente da MulherEndo. O que significa que esta doença atinge mais de 240 mil mulheres portuguesas entre os 15 e os 49 anos (idade fértil), de acordo com cálculos que tiveram por base os Censos de 2011 e respetiva atualização de resultados de junho do ano passado.

A endometriose consiste no aparecimento e crescimento do tecido endometrial fora do útero, sobretudo na cavidade pélvica, nos ovários, atrás do útero, nos ligamentos uterinos, na bexiga ou no intestino (ainda que também possa aparecer fora do abdómen como nos pulmões ou outras partes do corpo). Os sintomas são dores menstruais de intensidade ligeira a forte com sangramentos irregulares (e abundantes), e quistos nos ovários. Esta doença altera a qualidade de vida das mulheres e reflete-se nas várias vertentes da vida: no meio familiar, social e laboral.

Apesar dos avanços no tratamento da endometriose, ainda não existe cura e pouco se sabe sobre as causas. A doença costuma-se diagnosticar entre os 25 e os 35 anos, apesar dos primeiros sinais se manifestarem anos antes, com o início da menstruação. Há casos em que passam cinco ou dez anos desde que a mulher deteta os primeiros sintomas até ao diagnóstico de endometriose, “é um período demasiado longo que além de prejudicar a qualidade de vida de quem dela sofre, pode acarretar graves problemas médicos como a infertilidade”, explica a Dra. Catarina Godinho, ginecologista especialista em medicina da reprodução no IVI Lisboa.

No que à fertilidade diz respeito, o tratamento da endometriose melhorara as possibilidades das mulheres conseguirem uma gestação por via espontânea. Sabe-se que a doença pode afetar a fertilidade da mulher, uma vez que esta diminui a reserva de ovócitos e a qualidade dos mesmos, explica a médica especialista.

Estima-se que 25% das mulheres inférteis sofram desta doença e existe o mito de que a gravidez cura, o que também não é verdade”, comenta Susana Fonseca. A presidente da associação admite que “durante o período de gestação, a doença fica adormecida”, mas a mesma pode regressar após o parto e “com muito mais força”, refere, alertando ainda para o facto de “os tratamentos de fertilidade agravarem, em muito, a doença”. Portanto, a recomendação da Mulherendo é “primeiro tratar da doença e só depois partir para uma gravidez”.

Em conclusão a Mulherendo deixa um alerta a todas as mulheres, “a endometriose é uma doença “desconhecida”, de um modo geral desvalorizada pela classe médica, se as mulheres acharem que ter dores menstruais, é normal, e pensarem que ao queixarem-se será sinónimo de “pieguice”, estão a ser as suas primeiras inimigas”. Conclui, “é imprescindível estarem atentas aos sintomas: além das dores menstruais fortes, se há dores nas relações sexuais, obstipação e prisão de ventre, dificuldade em urinar durante a menstruação, é preciso procurar ajuda médica”.

Marcha pela Endometriose
Existe uma clara falta de informação sobre esta patologia, os seus sintomas e consequências, pelo que no próximo dia 12 de março, se volta a repetir pelo terceiro ano consecutivo a Worldwide EndoMarch (Endomarcha ou marcha munidal pela endometriose) em Lisboa. Este evento realiza-se a nível mundial é organizado pela Million Women March, e tem como objetivo dar a conhecer a situação das pacientes com Endometriose e chamar a atenção tanto da sociedade como dos meios de comunicação social e gerar mais informação em torno da doença.

Em Portugal a marcha é organizada pela Mulherendo - Associação Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose, e tal como se pode ler no seu site www.mulherendo.pt, este ano o dia da Marcha não coincide em todos os países, tendo sido dada a cada um a liberdade para escolher o dia que fosse mais conveniente para o seu país. “Em 2014, a nossa primeira marcha, foi um verdadeiro sucesso, contando com cerca de 200 pessoas. O ano passado ultrapassámos as 300 pessoas sendo um dos países em todo o mundo com maior adesão. Este ano queremos mais, muito mais!”, exclama Susana Fonseca a Presidente da Mulherendo.

No próprio dia a Mulherendo organiza ainda algumas atividades que visam dar a conhecer a doença. Estará uma tenda na Praça do Comércio onde a partir das 10h haverão atividades e onde estará presente a Associação Portuguesa de Fertilidade e médicos para esclarecer as dúvidas de quem passar ou se quiser juntar à iniciativa.

A marcha começa às 15h e o percurso este ano é de sensivelmente 30 minutos em caminhada lenta: Praça do Comércio - Rua Augusta - Rua da Betesga - Contornar Praça da Figueira - Rua dos Fanqueiros, Rua da Alfândega - Praça do Comércio.

Tirar anticorpos
Limpar o sangue de anticorpos permite receber um órgão de um dador que não era compatível e com bons resultados. No Centro...

Para Clint Smith, advogado de 56 anos a viver em New Orleans (Estados Unidos), fazer o transplante de rim foi devolver-lhe a vida. Ainda mais quando tudo parecia impossível, por ter uma enorme incompatibilidade de anticorpos com quase todos os dadores e que o colocou por um tempo interminável na lista de espera e a fazer diálise. A dificuldade foi ultrapassada com o recurso à técnica de dessensibilização, que passa por retirar os anticorpos do doente de forma que não rejeite o órgão do dador, escreve o Diário de Notícias.

As dúvidas que existiam em relação ao sucesso parecem estar agora afastadas, graças a um estudo norte-americano que avaliou 1025 transplantados com esta técnica. Há mais doentes vivos transplantados com esta técnica do que os que ficaram em lista de espera e depois receberam um rim de dador cadáver ou que do que não saíram na lista. Após oito anos de transplante os resultados foram ainda mais expressivos. O estudo foi publicado ontem no The New England Journal of Medicine, Dia Mundial do Rim. Em Portugal há dois mil doentes em lista de espera para transplante de rim. O tempo médio é de quatro anos, mas para doentes incompatíveis, a espera é muito maior.

A dessensibilização não é uma técnica completamente nova, mas até agora não havia dados que mostrassem de forma tão clara o seu sucesso. "Cada hospital tem poucos casos. O que aqui se fez foi juntar casos de 22 hospitais e que deram mais de mil transplantes. Compararam-nos com cinco mil doentes que foram transplantados com dador cadáver e outros cinco que ficaram em lista de espera. Com esta publicação houve número suficiente para reproduzir o que se sabia: é possível fazer transplante com incompatibilidade HLA e traz ganhos", disse ao DN Leonídio Dias, nefrologista da unidade de transplantação renal do Centro Hospitalar do Porto (CHP).

A resistência até agora de muitos hospitais, adiantou o especialista, está relacionado com o facto de a incompatibilidade trazer maior probabilidade de rejeição e com isso se poder desperdiçar um órgão. Com a dessensibilização, afasta-se esse risco. "A existência de anticorpos contra antigénios nos tecidos dos potenciais dadores é uma das grandes barreiras à transplantação, porque ao reagirem podem levar à destruição do órgão por rejeição. É preciso retirar o plasma do doente para tirar os anticorpos e damos medicação para evitar produção de anticorpos", explicou.

"É uma técnica que pode aumentar mais a possibilidade de transplantes com dadores vivos e de dar resposta a pessoas em lista de espera com poucas probabilidades de encontrar um dador compatível", reforçou o clínico, adiantando que existem vários graus de incompatibilidade e o resultado é melhor quanto menor este for. Quanto a custos, sai mais barato fazer um transplante com esta técnica do que manter o doente em diálise.

11 transplantes feitos no Porto
A técnica é usada há cerca de uma década no hospital de Santo António (CHP). Leonídio Dias recorda os primeiros transplantes que realizaram com dessensibilização. "O primeiro caso foi de um doente sem hipótese de fazer hemodiálise, porque já não tinha acessos vasculares, ou diálise peritonal e de transplante com dador cadáver por ter anticorpos a praticamente toda a população. Estudámos a mãe e o pai, fizemos a dessensibilização e usámos um rim da mãe. O segundo caso foi numa criança na mesma situação. Eram transplantes urgentes, sem dador cadáver ou hipótese de diálise. Quando percebemos o sucesso, alargamos a outros casos", explicou.

Até ao momento, o Centro Hospitalar do Porto realizou 11 transplantes com recurso à dessensibilização. Técnica que aplicam quando os transplantes são com dadores vivos, mas também quando o rim a transplantar é de um dador cadáver. E não apenas aqui. No final de novembro de 2014, o Centro Hospitalar do Porto realizou o primeiro transplante renal entre duas pessoas incompatíveis no grupo sanguíneo.

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