Estudo
Um estudo da Organização Mundial de Saúde divulgado pela Mundo a Sorrir, organização não governamental portuguesa, concluiu que...

Nos adultos, o problema chega quase aos 100%, o que atribui às cáries dentárias o título de doença não contagiosa mais comum no mundo. O mesmo documento anuncia que, mundialmente, 30% das pessoas entre os 65 e os 74 anos já não possui dentes naturais, escreve o Diário Digital.

Entre os fatores de risco causadores de cáries dentárias e doenças orais estão “uma dieta pouco saudável, o tabagismo, o abuso do álcool e uma fraca higiene oral, bem como desigualdades sociais ou outros determinantes”, afirma Miguel Pavão, médico dentista e fundador da organização não governamental (ONG) Mundo a Sorrir.

“A boa notícia e o lado otimista é que cáries dentárias ou outras patologias orais podem ser prevenidas de forma simples e pouco dispendiosa. A escovagem dentária com pastas fluoretadas são a forma mais eficaz e económica de prevenir a cárie dentária, mas para tal é preciso que os cuidados de saúde oral cheguem a todas as pessoas, o que ainda está longe de acontecer”, acrescenta.

Miguel Pavão explica ainda que “acima de tudo, é necessária uma educação para a promoção dos estilos de vida saudáveis e para a promoção da saúde. Nos países desenvolvidos, ainda está quase tudo por fazer no campo da prevenção da doença. Em Portugal, só nas últimas décadas é que se começou a despertar para os problemas orais como uma questão de saúde pública e todos os programas são ainda escassos para as necessidades. Por seu lado, nos países subdesenvolvidos e em vias de desenvolvimento, agrava-se o cenário por se confrontarem com o aparecimento quase explosivo de patologias orais, como a cárie dentária. Esse aumento deriva das alterações de hábitos de consumo e acesso à industrialização, sem que exista uma compensação através de políticas de saúde ou porque os sistemas de saúde são débeis, e não permitem a atenuação desta tendência evolutiva e recente”.

A ONG está presente em todo o território nacional, assim como em países lusófonos com necessidades de cuidados de saúde, atuando em áreas como a assistência médica, a reinserção social e laboral e a cooperação e ajuda ao desenvolvimento, beneficiando mais de meio milhão de pessoas com os seus projetos. Entre os grupos de intervenção estão crianças e jovens, pessoas em situação de carência social e idosos.

Ordem dos Nutricionistas
Ordem solicitou reunião de urgência para discutir contributos apresentados ao Ministério da Saúde para a sustentabilidade do SNS.

Dois meses após a entrega do documento solicitado pelo Ministério da Saúde à Ordem dos Nutricionistas com propostas para promover a sustentabilidade do Serviço Nacional da Saúde (SNS), a Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, voltou a reunir com o Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, no dia 15, para discutir alguns dos contributos apresentados.

Após ter avançado com a intenção de apostar no incremento das consultas de nutrição nos centros de saúde, o Ministro da Saúde veio esta tarde confirmar este objetivo, bem como a previsão de aumentar o número de nutricionistas nos cuidados de saúde primários. A Bastonária considera que "pode ser o inicio à adequação mais realista de nutricionistas às necessidades da população, dando-se finalmente a devida importância à promoção da saúde e à prevenção da doença"

Outra intenção confirmada surge relativamente à criação do Serviço de Nutrição no SNS, que tornará o serviço prestado mais organizado e eficiente, seja para a própria estrutura das instituições, seja para o utente, que poderá vir a usufruir de equipas multidisciplinares mais coesas e aptas para lhe prestar um acompanhamento mais ajustado.

Acerca da carreira de nutricionista, o Ministro da Saúde transmitiu à Bastonária que compreende a sua necessidade, pelo que desenvolverá as melhores diligências para que esta se torne uma realidade.

Quanto ao procedimento concursal da ARS Centro para a contratação de nutricionistas, iniciado em novembro de 2011, o Ministro afirmou que se vai inteirar da situação e procurar encontrar uma solução breve para resolver esta estagnação procedimental.

A Bastonária garante que continuará a lutar para garantir a operacionalização das medidas propostas que pretendem melhorar a saúde da população e defender os interesses dos nutricionistas.

135 anos
“10 anos pós-fusão, 135 anos em (trans)formação” é o lema das atividades evocativas na ESEnfC, que vão estender-se até outubro...

O Dia da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), que se assinala amanhã (17 de março), marca o arranque de um conjunto de atividades comemorativas que, ao longo de sete meses, vão evocar os 135 anos de ensino de Enfermagem em Coimbra e em Portugal, além dos dez anos de fusão das duas instituições de ensino superior que lhe deram origem: as anteriores escolas Dr. Ângelo da Fonseca e de Bissaya Barreto.

A sessão solene comemorativa do Dia da Escola começa pelas 11h00, no auditório do Polo A da ESEnfC (Avenida Bissaya Barreto, em Celas), com os discursos do presidente da Associação de Estudantes da Escola, Eduardo Ramos, da Presidente da ESEnfC, Maria da Conceição Bento, e do presidente do Conselho Geral da Escola, João Vasco Ribeiro.

Maria da Conceição Bento aproveitará o momento para divulgar algumas das iniciativas a agendar pela ESEnfC no âmbito do programa comemorativo “10 anos pós-fusão, 135 anos em (trans)formação”.

Seguir-se-á, pelas 12h00, a entrega dos prémios Capítulo Phi Xi Sigma Theta Tau International, que correspondem a inscrições pelo período de um ano nesta organização honorífica de Enfermagem com sede em Indianápolis (EUA).

Da sessão solene do Dia da ESEnfC constam, ainda, as homenagens aos funcionários docentes e não docentes que atingiram 25 anos de atividade e aos recém-aposentados da ESEnfC.

As comemorações terminam, pelas 13h00, com uma atuação da Tuna de Enfermagem de Coimbra.

Alguns dados que fazem a história da ESEnfC
Teremos de recuar a 1881 para termos a exata noção da longevidade da ESEnfC, cujos primórdios correspondem à criação da Escola de Enfermeiros de Coimbra, primeira escola para enfermeiros em Portugal, fundada por Augusto da Costa Simões, médico e administrador dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Após várias alterações e redenominações, adotou, em 1989, em consequência da integração do ensino de Enfermagem no ensino superior, a nomenclatura de Escola Superior de Enfermagem Dr. Ângelo da Fonseca.

Entretanto, em 1971 era criada a Escola de Enfermagem de Bissaya Barreto, como serviço oficial do Ministério da Saúde e Assistência, para funcionar junto ao Centro Hospitalar de Coimbra, cujas necessidades de pessoal de Enfermagem lhe competia satisfazer, quer ao nível de enfermeiros generalistas, quer de enfermeiros especialistas, e que se converteu, também em 1989, em instituição de ensino superior.

Data de 2004 o enquadramento legal que procedeu à reorganização da rede de ensino superior de escolas de saúde e de Enfermagem (Decreto-lei 175/2004, de 21 de julho), no âmbito do qual, em 2016, se efetivou a fusão das duas escolas de Enfermagem então existentes em Coimbra.

Desde essa altura, a ESEnfC tem crescido, em número de estudantes (é a maior escola de Enfermagem em Portugal ao contar, hoje, com 2099 discentes) e na oferta de cursos – além da licenciatura e das pós-licenciaturas de especialização, passou (em 2009-2010) a disponibilizar nove mestrados –, mas também na qualificação do corpo docente (56% de doutorados e sete pós-doutorados...) e na quantidade e qualidade da investigação produzida.

Factos relevantes na última década
Em 2007, a ESEnfC constituiu um Gabinete de Empreendedorismo. Vários estudantes da ESEnfC foram já premiados por terem desenvolvido ideias de negócio, projetos criativos e inovadores. Só nos últimos dois anos, a ESEnfC registou onze pedidos provisórios de patente junto do Instituto Nacional da Propriedade Industrial.

Em 2008, a European University Association (EUA) considerou que a ESEnfC reunia condições para assumir o estatuto de ensino superior universitário. Há oito anos, os peritos internacionais sustentaram que a ESEnfC se caraterizava por uma grande dedicação a região centro do país, denotando um ambiente de cooperação impressionante e uma governação muito ativa.

Em 2008, a ESEnfC esteve na origem da primeira licenciatura em Enfermagem na Universidade de Cabo Verde, colaborando, quer na lecionação de unidades curriculares, quer na formação do corpo docente local.

Em 2008, a Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), da ESEnfC, foi classificada com “Bom” pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, recebendo o benefício de unidade acreditada, na sequência de uma avaliação internacional. A última avaliação pela FCT (em 2013) foi realizada em parceria com a Fundação Europeia da Ciência.

Em 2009, a ESEnfC inaugurou um Centro de Simulação de Práticas Clínicas, que a permitiu passar a dispor de laboratórios clínicos de Enfermagem ao melhor nível da Europa, proporcionando aos estudantes uma formação baseada em vivências e experiências muito idênticas ao contexto real dos serviços de saúde.

Em 2009-2010, a ESEnfC iniciou a oferta de cursos de 2º ciclo (mestrado), tendo, a partir de então, incrementado o número de formações pós-graduadas, de que são exemplo a pioneira pós-graduação em Enfermagem na Esclerose Múltipla.

Em 2011, e na sequência da organização pela ESEnfC da 11ª Conferência Ibero-americana de Educação em Enfermagem da Associação Latino-Americana de Escolas e Faculdades de Enfermagem (ALADEFE), a ESEnfC passou a ter maior influência no Brasil e no restante espaço da comunidade ibero-americana. A região Europa da ALADEFE é presidida por Maria da Conceição Bento, Presidente da ESEnfC.

Além da aproximação ao Brasil e do reforço da cooperação com os PALOP, na última década, no domínio da internacionalização, a ESEnfC estendeu também a sua presença à Ásia e à Austrália.

Só no espaço europeu, o número de acordos de mobilidade Erasmus, estabelecidos entre a ESEnfC e outras instituições de ensino superior, subiu de 32 para 75.

Em 2011, a ESEnfC passou a acolher o Capítulo Phi Xi da Sigma Theta Tau International, sociedade honorífica de Enfermagem, com sede em Indianápolis (EUA).

Em 20I2, a UICISA: E deu início à Série Monográfica Educação e Investigação em Saúde, que se veio juntar à sua reputada Revista de Enfermagem Referência, revista científica peer reviewed, que publica artigos originais, artigos de revisão e artigos teóricos/ensaios.

Em 2014, a ESEnfC é designada Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Prática e Investigação em Enfermagem, que tem por missão apoiar a OMS na promoção da saúde global, regional e local, trabalhando em colaboração com o Gabinete Regional da OMS para a Europa.

Em 2015, a ESEnfC inaugurou o seu Centro de Estudo e Promoção do Bem-Estar, para prática de exercício físico pela comunidade educativa da instituição.

Conselhos da Medicina Tradicional Chinesa
É tão ou mais importante estar preparado para o pós-maratona como para a maratona em si. Muitas vezes, quem participa neste...

Hélder Flor, especialista em osteopatia e medicina tradicional chinesa que trabalha diretamente com vários atletas de alta competição, deixa alguns conselhos importantes para que todos recuperem da melhor maneira de uma atividade física intensa:

“É tão ou mais importante estar preparado para um pós-maratona, como para a maratona em si. Para a Medicina Tradicional Chinesa, o exercício físico deverá ser realizado sempre com conta, peso e medida, mas bem sei que para muitas pessoas é muito difícil colocar na mesma frase estas duas palavras: moderação e corrida”. Começa por explicar o especialista que recomenda especial atenção aos dias seguintes.

Conselhos de Hélder Flor, terapeuta e especialista em Medicina Tradicional Chinesa e em osteopatia:

-Hidratar, hidratar, hidratar: Quando se realiza um exercício físico intenso, o corpo perde bastante água. Desta forma, após o exercício físico é importante reequilibrar e tonificar o nosso corpo repondo os níveis de água corporais. “De facto, a água assume um papel fundamental em todas as fases mas em particular na recuperação e na homeostase do organismo.” Explica o terapeuta. O chá de malva ou o de gengibre são boas opções para tornar a hidratação um processo mais simples, sendo que o primeiro tem inúmeros benefícios para a recuperação da energia física e o segundo contribui para o equilíbrio geral do organismo.

- Estiramentos e massagens. “Com o recurso a um óleo, tal como o óleo de amêndoas doces, vá deslizando as suas mãos procurando pequenos pontos tensos e dolorosos. Quando os encontrar pressione vigorosamente e respire fundo 4 vezes. Normalmente é o suficiente para estes pontos cederem e notará logo um certo alívio”- aconselha Hélder Flor.

-Aplique ervas de natureza fria. Após um exercício físico muito exigente, sobretudo nas primeiras horas, devemos recorrer a plantas de natureza fria, ou seja, plantas que quando usadas arrefecem o nosso corpo. Neste caso, devem utilizar-se plantas como a arnica ou hortelã-pimenta. "Podem ser esmagadas e colocadas diretamente nos músculos afetados ou pode embeberem-se uma toalha numa infusão fria e aplicar nas zonas pretendidas."

-Massagem de pontos de acupuntura. Utilize pontos de acupuntura e estimule-os através de massagem. São vários os pontos que ao serem estimulados podem aliviar bastante a dor, tais como: “O Ponto 36E localiza-se abaixo do joelho, a 4 dedos inferiormente ao bordo inferior da rótula, cerca de um dedo externamente à crista tibial; O Ponto Vesícula Biliar 34 localiza-se na face externa da perna à frente e abaixo da cabeça do perónio; O Ponto Estômago 38 localiza-se a meia distância entre a face inferior da rótula e a proeminência do maléolo externo. Após encontrar a meia distância, o ponto encontra-se a um dedo de distância externo à proeminência da tíbia; O Ponto Vesícula Biliar 30 localiza-se na nádega. Se traçarmos uma linha reta entre a proeminência do grande trocânter e o cóccix o ponto fica no terço externo dessa linha.”. Explica Hélder Flor.

-Durma muito bem. Após um esforço físico intenso realizado numa maratona, é fundamental ter uma boa noite de sono. Caso não tenha oportunidade de dormir 8 horas, uma boa sesta no dia seguinte vai ajudar.

-Coma bem. Já se sabe que quando aliamos boas práticas a uma alimentação saudável os bons resultados são alcançados ainda mais depressa. Por isso mesmo, é fundamental conhecer os benefícios que cada alimento nos pode oferecer. Os super alimentos como os frutos secos, os cereais integrais, as cenouras e os feijões são, também, ótimas opções para recuperar a energia, pois são ricos em potássio, cálcio, fósforo, fibra e antioxidantes.

IPO do Porto
Mais de 1.600 pessoas participaram, na última década, em ensaios clínicos no IPO do Porto. A 18 de março, por ocasião do início...

Neste dia o IPO-Porto vai organizar um conjunto de iniciativas, como uma palestra sobre ensaios clínicos com testemunhos de quem os integrou e a oferta de um kit “Dia da Esperança” a todos os utentes do hospital. A distribuição deste kit, que contem material informativo, didático e flores, será efetuada por várias figuras públicas como Ana Bravo, Nutricionista, Carla Ascenção, Jornalista do Porto Canal Cláudia Jaques, Relações Públicas, Carina Caldeira, Jornalista do Porto Canal, Fátima Lopes, Estilista e Raquel Strada, Apresentadora da SIC que decidiram associar-se a esta iniciativa.

Desde os anos 90 que o IPO-Porto desenvolve ensaios clínicos, tendo reforçado e formalizado esta área em 2006 com a criação da Unidade de Investigação Clínica. Desde então, registou-se um crescimento progressivo e sustentado do número de ensaios clínicos e de doentes recrutados, reduzindo-se o respetivo tempo de implementação, com o consequente ganho em competitividade.

Por estas razões, o IPO-Porto é atualmente um centro de referência para os ensaios clínicos realizados em Portugal na esmagadora maioria das patologias tratadas na instituição. Desde 2006 a Unidade de Investigação Clínica da instituição recrutou mais de 1600 doentes para participar em mais de 230 ensaios clínicos nacionais e internacionais.

Com esta ação, que conta com o apoio da Roche Farmacêutica, o IPO pretende também esclarecer os doentes e desmistificar algumas ideias erradas que ainda persistem sobre os ensaios clínicos, demonstrando que são procedimentos seguros, altamente regulamentados e que têm permitido um acesso mais rápido à inovação terapêutica por parte de quem mais necessita, contribuindo para o avanço científico no combate ao cancro.

Apresentada no 12º Congresso Português de Diabetes
Investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, desenvolveram uma plataforma eletrónica para apoio...

A plataforma foi desenvolvida no âmbito do projeto “Diabetes em Movimento” que está a ser implementado em Vila Real e que visa promover o exercício físico e combater o sedentarismo, um dos fatores de risco para doentes com diabetes.

Em parceria com a empresa Tecnimede, os investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) anunciaram que desenvolveram uma plataforma eletrónica que “responde às necessidades clínicas destes doentes”.

O objetivo é ainda auxiliar os profissionais de saúde, especialmente dos cuidados de saúde primários, na promoção de estratégias de exercício físico de baixo custo e elevada aplicabilidade, adaptadas às principais características e doenças desta população.

“Apesar de a atividade física fazer parte de todos os algoritmos internacionais de abordagem e tratamento da diabetes tipo dois, a maioria desta população não pratica exercício físico de forma regular”, afirmou, em comunicado, o coordenador do projeto, Romeu Mendes.

As características dos doentes, alguns já de idade avançada, e da própria doença tornam, segundo o investigador, “o aconselhamento e a prescrição de exercício físico uma tarefa que muitas vezes se revela complexa e difícil”.

Segundo Romeu Mendes, nesta plataforma estão disponíveis três estratégias de exercício aeróbio (baseadas na marcha), 32 exercícios resistidos (realizados apenas com recurso a uma cadeira, dois pesos livres e uma bola de ginástica), nove exercícios de flexibilidade, e várias recomendações que podem ser selecionadas de acordo com as necessidades.

Esta plataforma vai ser apresentada no 12º Congresso Português de Diabetes, que decorre entre quinta-feira e sábado, em Vilamoura.

O programa “Diabetes em movimento” foi lançado em 2014 e junta médicos, enfermeiros e investigadores do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) e UTAD.

O objetivo é fazer investigação e concretizar um programa de exercícios específicos para doentes com diabetes tipo dois que são monitorizados pelos alunos da academia transmontana.

A ideia é também fazer intervenção comunitária, ou seja, através deste programa de exercício educar a própria comunidade para a importância da prática de exercício de uma forma geral.

Abraço
A Abraço continua a desenvolver campanhas de sensibilização junto dos jovens para os alertar para os cuidados que devem ter...

Pouco passava das 10:00 de terça-feira quando o técnico da Abraço Sérgio Luís recebe o primeiro de dois grupos de jovens do 11º ano, no auditório da escola Secundária Campos de Melo, na Covilhã, para mais uma sessão de sensibilização sobre o VIH/Sida.

Desde 1997 que este responsável percorre o país a fazer este tipo de ações de sensibilização: a Abraço já desenvolveu cerca de cinco mil sessões que envolveram mais de 200 mil jovens.

Mas, para quem pensa que a batalha contra o VIH/Sida está ganha, desengane-se: Portugal continua com as taxas de incidência mais elevadas da Europa.

Sérgio Luís começa a sessão e explica aos jovens que o objetivo passa, acima de tudo, por ouvir as suas preocupações e dúvidas sobre esta problemática e, para isso, desafia-os a colocar questões.

O auditório transforma-se então num misto de risos envergonhados e de silêncio. As poucas questões levantadas por alguns jovens são quase arrancadas a "ferros" pelo técnico da Abraço.

Numa atitude para espicaçar os jovens, o técnico tenta encetar o diálogo com um rapaz que desde o início se mostra mais "hostil" e a resposta não se fez esperar: "Estou aqui porque sou obrigado a cumprir um horário".

Sérgio Luís explica que existe a perceção de que "não vale a pena, que está feito, que está tudo melhor, que isto se vai resolver", mas adianta que "a ignorância é avassaladora".

E é por causa desta leitura feita no terreno que a Abraço, com as inúmeras dificuldades que tem, continua a batalhar nestes projetos, sem quaisquer apoios governamentais.

"As pessoas que desconhecem completamente a realidade, nomeadamente as instâncias governamentais, julgam que isto [esclarecimento] já não é preciso ser feito", explica.

Sérgio Luís acredita que podemos estar no ponto de inversão para uma regressão: "O 'boom' que fez com que as pessoas se informassem, procurassem esclarecer e adquirir conhecimentos para poder tomar decisões mais assertivas em relação à sua vida e dos outros, que tinha como génese o medo da morte, esbateu-se", sublinha.

Atualmente, até já existe esta ideia quase generalizada e "extremamente errada de que não há problema nenhum. Isto é problemático e é um enorme perigo", alerta.

No final de quase duas horas de sessão, vários jovens rodeiam Sérgio Luís, enquanto este vai distribuindo preservativos e tirando algumas dúvidas que lhe são agora colocadas.

Carolina Carvalho tem 16 anos e confessa que "não fazia a mínima ideia" de como se espalha a infeção.

"A Sida continua a ser uma doença tabu nos dias de hoje. Os pais têm muitos problemas para falar connosco. A sessão ajudou-me a esclarecer as minhas dúvidas", disse.

Já Bárbara Boléu, de 17 anos, elogiou a ação e a postura do técnico da Abraço.

"Foi interessante e importante porque para além da informação e dos alertas, podemos estar à vontade para questionar o que muitas vezes em casa não podemos fazer por preconceitos e por falta de informação dos pais", sublinhou.

As duas jovens foram unânimes em afirmar que depois desta sessão de sensibilização sobre o VIH/Sida vão alterar alguns comportamentos nas suas vidas.

Acordo assinado
A indústria farmacêutica vai contribuir, este ano, com 200 milhões de euros o para controlo da despesa pública com medicamentos...

O acordo visa “contribuir para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), garantir o acesso ao medicamento e reforçar as condições de atratividade para o investimento em Portugal”, segundo um comunicado do Ministério da Saúde.

Tendo em conta que, em 2016, a despesa pública com medicamentos deverá ser de 2.000 milhões de euros, o acordo estabelece que a indústria farmacêutica irá contribuir com 200 milhões de euros.

Segundo a mesma nota do Ministério da Saúde, “este acordo regula os termos e as condições em que as referidas entidades se comprometem a colaborar para atingir os objetivos orçamentais para o ano de 2016 de despesa pública com medicamentos em ambulatório, incluindo subsistemas, e hospitalar do SNS com vista a garantir a sustentabilidade do SNS”.

Por seu lado, o Ministério da Saúde compromete-se a “promover condições para o acesso dos doentes aos medicamentos que se demonstrem inovadores, nomeadamente através do cumprimento dos prazos de avaliação e decisão previstos na lei, da adoção de metodologias inovadoras de contratualização, designadamente sistemas de gestão partilhada do risco, e do reconhecimento da especificidade de determinados medicamentos (…)”.

“O documento hoje assinado coloca em evidência a importância de continuar a garantir uma convergência de esforços entre as instituições públicas e os agentes económicos, de modo a que o compromisso nacional de redução da despesa pública permita a manutenção de elevados padrões de acessibilidade dos doentes às melhores terapêuticas, bem como a prestação, tendencialmente gratuita, de cuidados de saúde aos cidadãos”, lê-se no comunicado.

Para o presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), João Almeida Lopes, que hoje assinou o acordo com o Ministério da Saúde, o mesmo “é virtuoso, porque abre caminho a que o investimento na saúde passe a ser compatível com as necessidades das populações e com o nível de crescimento económico que Portugal anseia e precisa.”

“Pela primeira vez, no passado recente, existe um ambiente favorável em torno da necessidade de deixar de ver a saúde apenas como despesa, mas antes como um investimento na vida de todos os cidadãos”, afirmou João Almeida Lopes.

ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica apreendeu perto de duas toneladas de carne e derivados, produtos de pastelaria...

O material apreendido, que incluía seis instrumentos de pesagem, está avaliado em perto de 20.000 euros, refere um comunicado da ASAE, acrescentando que a Autoridade deteve duas pessoas e suspendeu a atividade a outros tantos operadores económicos por incumprimento dos requisitos de higiene.

Nas várias ações de fiscalização realizadas na semana passada a nível nacional, e que foram direcionadas para entrepostos frigoríficos, centrais de compras e armazéns de produtores alimentares, com vista à verificação das condições de armazenamento e distribuição, a ASAE fiscalizou 109 operadores económicos.

A autoridade instaurou quatro processos-crime por géneros alimentícios avariados e fraude sobre mercadorias e 15 processos de contraordenação, cujas principais infrações foram o incumprimento dos requisitos gerais de higiene.

12 mortes por dia
As infeções hospitalares matam mais em Portugal do que os acidentes de viação, estimando-se 12 óbitos diários por esta causa,...

Estes dados foram divulgados, durante a apresentação do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA), da Direção-Geral da Saúde.

Segundo o estudo, o número de óbitos por infeções hospitalares “é muito superior ao de acidentes de viação”, estimando-se que em 2014 tenham ocorrido 4.500 mortes por esta causa, com uma despesa associada de 300 milhões de euros”.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, destacou precisamente o aumento de mortalidade por infeções, nos cuidados de saúde, sublinhando que “se morre sete vezes mais por infeções do que nos acidentes de viação”.

O diretor do programa, Paulo André Fernandes, confirmou que, “gradualmente, é um problema que tem vindo a aumentar e que tende a aumentar, se não houver mobilização de esforços e recursos para que isso não aconteça”.

Entre esses esforços, conta-se a intenção do Ministério da Saúde de avançar em 2017 com incentivos financeiros aos hospitais que consigam reduzir as infeções.

Para tal, serão necessários “indicadores claros, que serão disponibilizados até junho deste ano”, revelou o secretário de Estado.

“No segundo semestre, vamos monitorizar e, a partir daí, colocar objetivos para que, no contrato programa de 2017, sejam implementados e, em função de serem atingidos, sejam ressarcidos os hospitais para premiar as boas práticas”, acrescentou.

Também Paulo André Fernandes considera os incentivos financeiros "um instrumento importante para que medidas sejam tomadas", já que, “mais de um terço das infeções podem ser prevenidas”.

“O objetivo é que, através do incentivo financeiro, consigamos que as instituições cumpram de uma forma mais cabal todas as recomendações de boas práticas nesta área”, considerou.

Além dos incentivos financeiros, a tutela defende que os conselhos de administração dos hospitais e as direções clínicas estejam mais sensibilizados para a importância de administrarem de forma mais criteriosa os antibióticos (para reduzir a resistência dos microrganismos) e adotarem outras medidas recomendadas no programa, como diminuir a duração terapêutica antibiótica e não usar estes medicamentos na ausência de infeção bacteriana.

“É uma área extremamente crítica para a prestação dos cuidados de saúde, temos de dar os meios para que os profissionais de saúde possam mudar práticas e reduzir infeções, prevenindo a ocorrência”, acrescentou o governante.

Neste âmbito, foi criado, por despacho publicado, um grupo de trabalho composto pela Direção-Geral da Saúde, o Instituto Ricardo Jorge, o Infarmed e a ACSS, que deverá garantir, até final de junho deste ano, os mecanismos que permitam obter dados e indicadores, por hospital, relativos a consumo antibióticos, resistência antimicrobiana e infeções hospitalares.

Estes dados e indicadores constituem o denominado “índice de qualidade PPCIRA”, que, a partir de 2017, ficará associado à atribuição de incentivos, no âmbito dos contratos programas dos hospitais.

Desejos alimentares
Sentir uma vontade incontrolável de comer um doce, chocolate, queijo ou carne pode significar que o
Vontade de comer

A vontade constante em ingerir determinado alimento pode indicar um certo tipo de carência nutricional. Este tipo de sinal dado pelo cérebro é, aliás, bastante comum entre pessoas que não possuem uma alimentação equilibrada.

Embora ainda não existam estudos que comprovem com veemência a relação entre o desejo e carência de nutrientes, sabe-se que o cérebro costuma sinalizar quais os componentes em falta.

Além disso, todos os alimentos estão associados a uma relação afetiva, podendo “carregar” sensações que nos lembram a infância ou outros momentos que promovem a nossa sensação de bem-estar.

Quem é muito stressado ou ansioso, por exemplo, costuma sentir vontade de comer alimentos salgados.

De acordo com os especialistas, esta necessidade surge da incapacidade do nosso organismo produzir tanto cortisol quanto aquele que é libertado num momento de stress. Com a exigência a que estamos sujeitos, nos dias de hoje, é frequente haver uma sobrecarga do nosso organismo.

O forte desejo de comer chocolate, por outro lado, pode indicar carência em magnésio – um mineral vital para a pele e cabelo.

Sabe-se, por exemplo, que os níveis de magnésio descem durante a segunda metade do ciclo menstrual, o que sugere uma possível ligação com muitos dos sintomas da Tensão Pré-Menstrual (TPM).

De acordo com Nicola Lowe, professor de Ciências Nutricionais da University of Central Lancashire, beber muito café, chá, refrigerantes ou álcool pode ser responsável por esta quebra de magnésio no organismo.

Caso não consiga resistir ao chocolate escolha um que contenha 75 por cento de cacau, mais rico em magnésio e mais pobre em açúcar.

Nozes, vegetais verdes, sementes da abóbora, pão ou arroz integrais são boas opções para repor os valores deste mineral.

A carne vermelha poder sugerir falta de proteína, vitamina B12, ferro e zinco. A carência destes nutrientes pode levar a uma anemia.

Marisco, lentilhas, pão integral, espinafre, queijo e sementes de abóbora são ricos nestes nutrientes.

A vontade de consumir café está relacionada com a diminuição dos níveis de potássio. Esta carência gera fraqueza e hipoglicemia. Tonturas e desmaios podem ser a consequência desta condição.

Os especialistas explicam que, nestes casos, os níveis de dopamina diminuem e a cafeína ajuda estimular o sistema nervoso central.

A falta de crómio – um mineral que age com a insulina para facilitar a absorção de glicose do sangue – é responsável pelo desejo de comer doces.

Vários estudos demonstram a capacidade deste mineral em equilibrar os níveis de açúcar no sangue em doentes diabéticos.

De acordo com o especialista, Nicola Lowe, optar por doces quando se tem níveis baixos de açúcar acabar por agravar o problema, uma vez que, faz com que o organismo produza insulina e com que exista uma queda mais acentuada de açúcar, como consequência.

Neste caso deve optar por consumir carnes ricas em crómio como fígado, rim e frango. Cenoura, brócolos, espargos ou batata são, ainda, excelentes fontes deste mineral.

A necessidade de comer queijo significa carência de cálcio. Este nutriente, para além de ajudar a formar e manter dentes e ossos saudáveis, tem ainda um papel essencial para o sistema nervoso central e muscular.

Leite, iogurte, sardinha em lata, salmão, amêndoas e brócolos são boas fontes de cálcio. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Entidade Reguladora da Saúde
A Entidade Reguladora da Saúde recebeu no primeiro semestre do ano passado 17.823 processos de reclamações, com os prestadores...

Dos 17.823 processos de queixas e reclamações que chegaram à Entidade Reguladora da Saúde (ERS) entre janeiro e junho de 2015, 66,3% relacionaram-se com prestadores públicos e os com internamento os mais visados.

A maioria das reclamações (50,9%) visava prestadores situados na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Na sequência do alargamento das competências da ERS, nomeadamente no âmbito territorial, foram ainda registados processos provenientes das Regiões Autónomas: dois relativos à Região Autónoma da Madeira e dois sobre prestadores da Região Autónoma dos Açores.

Este é, aliás, o primeiro relatório da ERS a ser elaborado e divulgado após a publicação do regulamento que definiu os termos, as regras e as metodologias que presidem ao seu Sistema de Gestão de Reclamações (SGRec), sendo por isso “bastante diferentes” dos anteriores

A temática mais recorrentemente assinalada nas reclamações é a dos tempos de espera (com 20,6% das ocorrências), seguindo-se os cuidados de saúde e segurança do doente (15,9%).

Os procedimentos administrativos, a focalização no utente, o acesso a cuidados de saúde, questões financeiras foram os outros motivos das queixas dos utentes.

“Os tempos de espera são o tema mais mencionado em reclamações visando prestadores com internamento, independentemente de se tratar de estabelecimentos do setor público ou não público”, lê-se no documento.

Em relação aos prestadores sem internamento, “no setor público há uma maior referência a dificuldades no acesso a cuidados de saúde, enquanto o setor não público reclama maioritariamente sobre procedimentos administrativos”

No primeiro semestre do ano passado, a ERS recebeu ainda 2.027 elogios e louvores, na sua maioria provenientes de utilizadores de estabelecimentos localizados na região de saúde de Lisboa e Vale do Tejo (55,7%).

As unidades do setor público receberam 73,3% dos elogios, os quais são mais frequentes em estabelecimentos com internamento.

O pessoal clínico (33,9%) e a organização dos serviços clínicos (23,5%) são os mais visados nestes elogios.

Estudo
A maioria dos adolescentes portugueses gosta da escola, sobretudo dos colegas e dos intervalos, mas são a nível mundial os...

Segundo o inquérito "Health Behaviour in School-aged Children" (HBSC) feito para a Organização Mundial da Saúde, os jovens portugueses têm “uma pior perceção da sua performance escolar, comparando com grande parte dos países” analisados, num total de mais de 40 estados da Europa e da América do Norte.

Em Portugal foram inquiridos mais de 6.000 alunos dos 6º, 8º e 10º anos, tendo as últimas entrevistas ocorrido em 2014.

Os jovens portugueses têm tradicionalmente uma pior perceção da sua performance escolar, mas ainda assim esta situação tem melhorado ligeiramente.

Em média, os estudantes portugueses referem “grande stress” com os trabalhos da escola, sobretudo em comparação com os outros países.

Já quanto ao gosto pela escola, os adolescentes em Portugal mostram melhor apreciação do que a média dos restantes países, mas o seu gosto centra-se sobretudo no convívio social e não na vertente académica.

Grande parte destes dados nacionais tinha sido já divulgada o ano passado, mas é possível agora aos responsáveis pelo projeto HBSC fazer uma comparação com as conclusões obtidas pelos outros países nalguns pontos.

No inquérito português, o número de jovens que afirmava sentir fome por não ter comida em casa tinha aumentado em 2014, um fenómeno que se tinha mantido estável desde 2006.

Nos dados divulgados no ano passado pelos responsáveis portugueses, 99% dos inquiridos relatavam ter boa nutrição, mas 80% ingeriam comida não saudável, 75% afirmavam comer por vezes demasiado e 63% reportavam comer “o que calha”.

O mesmo inquérito revelava que um em cada seis adolescentes portugueses entre os 13 e os 15 anos se magoaram a si próprios de propósito mais do que uma vez em 2014, a maioria deles nos braços.

As auto-mutilações apresentavam uma tendência crescente, com 15,6% dos adolescentes do 8º e 10º anos a referirem ter-se magoado de propósito mais do que uma vez e 20% disseram tê-lo feito pelo menos uma vez.

Como positivo, o estudo HBSC aponta para um decréscimo do consumo de álcool, tabaco e substâncias ilegais, uma realidade que é comum aos adolescentes europeus.

Quanto à sexualidade, o número de adolescentes portugueses que já teve relações nas idades abarcadas pelo estudo tem vindo a diminuir desde 2006, o que aponta para que comecem mais tarde a vida sexual (um dado partilhado com as outras realidades europeias).

Apesar disso, em 2014 houve uma diminuição do uso do preservativo e um aumento das relações sexuais associadas ao consumo de álcool.

Entre as razões para não usar o preservativo, os jovens referem como motivos centrais “não ter pensado nisso”, “não ter preservativo consigo”, “os preservativos serem muito caros” ou “ter bebido álcool em excesso”.

“Em Portugal foi ainda preocupante que nem todos os adolescentes que já referem ter tido relações sexuais consideram que tiveram na altura em que quiseram e decidiram”, refere a coordenadora nacional do projeto HBSC, Margarida Gaspar de Matos, apontando para a necessidade de a educação sexual sair do âmbito da prevenção de risco e passar a abordar a sexualidade em termos de competências pessoais, de equidade de género e de direitos humanos.

Ordem dos Veterinários
O bastonário da Ordem dos Veterinários, Jorge Cid, considerou que a dedução do IVA de despesas veterinárias em IRS é “uma...

Jorge Cid, que falava na sequência da aprovação da proposta do PAN para deduzir IVA de despesas veterinárias em IRS, até ao limite de 250 euros, disse que “é uma vitória”.

“A Ordem acha que é a vitória do conceito de uma só saúde, ou seja: saúde humana e saúde animal. Isto é um reconhecimento da Assembleia da República e uma justiça para as pessoas que têm animais de companhia, que a partir de agora podem deduzir no seu IRS as despesas com os seus animais”, salientou.

No entender do Bastonário dos Veterinários, esta medida é “justa e é uma contribuição para a saúde pública".

“Nós lutámos por ela e finalmente conseguiu-se. No entanto, lembro que esta não é a nossa principal luta. A nossa principal luta é a eliminação do IVA nos atos médicos”, sublinhou.

De acordo com Jorge Cid, têm havido algumas mudanças nos últimos anos e, finalmente, reconheceu-se a importância de um animal de companhia nas pessoas.

“O animal é visto como mais um elemento da família. Por isso, é importante que as pessoas possam ter acesso a cuidados de saúde. Há muitas pessoas que não têm dinheiro para tratar convenientemente os seus animais”, declarou.

O bastonário disse não conseguir entender porque é que “uma atividade que é médica, que é de saúde e que está diretamente ligada à saúde pública é a única que ainda paga IVA".

“Faz sentido que essas despesas não sejam oneradas com 23%, como se fossem um artigo de luxo. Esta é a nossa grande luta”, concluiu.

O IVA das despesas veterinárias vai passar a poder ser deduzido em sede de IRS, até ao limite de 250 euros, depois de os deputados terem na segunda-feira aprovado uma proposta de alteração ao Orçamento para 2016, apresentada pelo PAN.

A proposta do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) previa que as despesas com atividades veterinárias passassem a integrar a lista de atividades que são alvo de um benefício fiscal específico em sede de IRS.

Tal como já previsto para as despesas com alojamento, restauração, reparação automóvel e cabeleireiros, os consumidores que tenham despesas com cuidados veterinários e que peçam fatura com o número de identificação fiscal podem deduzir 15% do IVA suportado com estas despesas até um limite total de 250 euros.

 

O sistema atualmente em vigor permite a dedução destas despesas veterinárias mas engloba-as nas despesas gerais, juntamente com outras despesas familiares, como a conta do supermercado ou o abastecimento do automóvel, por exemplo.

184ª reunião da Sociedade Portuguesa de Ginecologia
Dados apresentados na 184ª reunião da Sociedade Portuguesa de Ginecologia revelam que, na última década, o Centro Hospitalar e...

Fernanda Águas, Presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG), justifica o decréscimo do recurso a estas cirurgias no tratamento de miomas uterinos, referindo que “a classe médica tem acompanhado a evolução farmacológica e utilizado, cada vez mais, as diferentes opções de tratamento médico com objetivo de controlar as hemorragias uterinas anormais associadas aos miomas uterinos. Por outro lado têm surgido, de forma inovadora, novas opções medicamentosas que permitem nalguns casos evitar a histerectomia ou facilitar a realização de uma intervenção cirúrgica menos invasiva que conserve o útero da mulher”. Fernanda Águas acrescenta que “as mulheres são cada vez mais associadas a todas as decisões de modo a que possam optar pela terapêutica que vá de encontro às suas expectativas. O facto de, na nossa sociedade se assistir ao adiamento da maternidade, por vezes até à 4º década da vida, preconiza a que se possam oferecer outras alternativas no tratamento dos miomas, tais como um tratamento cirúrgico conservador ou apenas tratamento médico”.

No global, a idade média das mulheres submetidas a histerectomias no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) aumentou (de 52 para 55 anos), sendo mais frequente nas mulheres pós-menopáusicas (de 31 para 44% das mulheres), o que revela uma atuação mais conservadora por parte dos especialistas junto das mulheres mais novas.

As histerectomias são cirurgias que consistem na remoção do útero do que resulta a ausência de menstruação e a incapacidade de engravidar. Só em 2014, os miomas uterinos foram responsáveis pela realização de 3325 histerectomias nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), acarretando um custo superior a 2600€ por ato cirúrgico.

Os miomas uterinos afetam cerca de 2 Milhões Mulheres em Portugal e, quando sintomáticos, causam dor, hemorragias e degradam a qualidade de vida da mulher, são a principal causa de recurso a histerectomias.

Entidade Reguladora da Saúde
Dados de 2010 a 2014. Relatório da ERS diz que cenário é melhor nas Unidades de Saúde Familiar do que nos centros de saúde. As...

Nas Unidades de Saúde Familiar (USF), a percentagem da população com médico de família ronda sempre os 100%. Já nas Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) — que são, no essencial, os tradicionais centros de saúde —, a taxa é inferior a 60% no Algarve e em Lisboa, escreve o jornal Público. Esta é uma das razões que levam a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) a dizer que as USF se saem melhor em termos de desempenho do que os centros de saúde. Seja como for, olhando para Portugal Continental como um todo, entre 2010 e 2014 o número de utentes com médico de família diminuiu 2%, diz a ERS.

“A Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo foi a região que apresentou uma diminuição mais acentuada, de 7%”, prossegue o relatório de Fevereiro que a ERS enviou às redações na madrugada de sábado. À luz destas contas, em 2014, 87% dos utentes dos Cuidados de Saúde Primários do Serviço Nacional de Saúde (SNS) tinham médico de família atribuído, acrescenta-se. “Por região de saúde, a ARS Norte destaca-se com maior percentagem (96%) e a do Algarve com menor (65%).”

Como todos os seus antecedentes, o anterior ministro da Saúde, Paulo Macedo, prometeu aumentar o número de utentes com médico de família. E os dados do Relatório Anual sobre o Acesso a cuidados de saúde, divulgado no ano passado, em Julho, até apontavam para uma redução dos que não tinham clínico atribuído. Contraditório que o que conclui agora a ERS?

O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, não se mostra surpreendido. “Não podemos confiar em nenhuma estatística do Ministério da Saúde pelo menos nos últimos quatro anos — a tutela anterior — porque essas estatísticas foram deliberadamente manipuladas para reproduzir um panorama róseo que nada tem a ver com a realidade na Saúde. E nesse sentido não me surpreende essa aparente contradição.”  Questionado sobre a dita contradição, o atual Ministério da Saúde não respondeu ao PÚBLICO em tempo útil.

Prossegue o bastonário: “Há muito tempo que eu dizia que o ministério anterior manipulava as estatísticas. Por outro lado, o período entre 2010 e 2014  registou um grande boom de reformas de médicos. Entretanto, em 2015 entraram mais jovens médicos. Nessa altura reformaram-se 415 enquanto mais 1000 jovens médicos especialistas começaram a trabalhar, o que trouxe maior equilíbrio.”

Dados de Janeiro de 2016 da Administração Central do Sistema de Saúde mostram que havia naquele mês 1.053.844 utentes (10,5% do total) sem médico de família atribuído, contra os 13% em 2014 mencionados pela ERS.

A questão do acesso a médicos de família é apenas um detalhe no relatório da ERS, divulgado este fim-de-semana, uma resposta a uma solicitação do Ministério da Saúde, feito no ano passado, para que fosse feito um estudo comparativo entre USF e UCSP. Explique-se do que se trata: o modelo de gestão das USF distingue-se do modelo clássico de centro de saúde, desde logo porque as USF só surgem por iniciativa das equipas de médicos e enfermeiros. Mais: têm um grau de autonomia e de gestão participativa dos profissionais que as UCSP não têm.

Em Portugal, as pessoas estão inscritas em USF modelo A (ou seja, USF em fase experimental), ou nas USF modelo B (onde os profissionais de saúde recebem incentivos financeiros com base nos resultados) ou nas UCSP (os centros de saúde tradicionais, que são o tipo de unidade mais comum na rede de cuidados de saúde primários).

O que a ERS fez foi comparar estes três tipos de unidades. E as USF modelo B ganham às outras. Pela razão que já se viu, mas não só: há nelas uma taxa de utilização de consultas médicas, de planeamento familiar, de serviços de enfermagem e de domicílios mais alta, concluiu a ERS. Por outro lado, as UCSP “foram visadas em maior número de reclamações rececionadas pela ERS, destacando-se como principais constrangimentos a demora na marcação de consulta programada para adulto, a pedido do utente, e o não cumprimento do Tempo Máximo de Resposta Garantido no âmbito de consulta por motivo de doença aguda”. Já as USF de modelo B não tiveram nenhuma reclamação relativamente a demora na marcação de consulta por motivo de doença aguda.

Para além disso, as USF — sobretudo as B, uma vez mais — gastam menos com medicamentos e com meios complementares de diagnóstico e terapêutica. E “nos indicadores relativos a cuidados de saúde de prevenção (indicadores de vigilância oncológica, de rastreio, e de plano de vacinação), e a prevalência de doenças, as USF de modelo B exibiram um melhor desempenho, seguidas pelas USF de modelo A”.

Em suma, conclui o regulador, “os principais resultados do estudo indiciam um melhor desempenho por parte das USF modelo B na maioria dos indicadores considerados”.

Em 2014, o Tribunal de Contas tinha concluído, numa auditoria divulgada pela agência Lusa, que “os incentivos institucionais e financeiros atribuídos às USF e aos seus profissionais (USF modelo B) não acompanham o grau de eficiência económica revelado”.

Sociedade Portuguesa de Diabetologia
Todos os anos surgem cerca de 300 novos casos de crianças e adolescentes com diabetes tipo 1 em Portugal.

A incidência da doença tem vindo a aumentar, sobretudo na faixa etária dos 0 aos 5 anos, e a Sociedade Portuguesa de Diabetologia alerta para a necessidade de cuidados de qualidade a implementar desde o diagnóstico, salientando a importância de medidas capazes de prevenir as complicações tardias da diabetes, escreve o Sapo.

Rosa Pina, coordenadora do Grupo de Estudos Diabetes na Criança e Adolescente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia refere que "atualmente são reconhecidas repercussões quer da hiperglicemia quer da oscilação entre valores extremos de glicemia. Estudos recentes revelaram possíveis consequências neurocognitivas da cetoacidose, reforçando a importância da implementação de cuidados de qualidade desde o diagnóstico".

"As novas tecnologias, nomeadamente sistemas de perfusão subcutânea de insulina e monitorização contínua da glicose têm vindo a permitir de forma cada vez mais eficaz atingir estes objetivos e trazer novas perspetivas de futuro para estas crianças", refere Rosa Pina, relembrando ainda que "esta evolução no entanto, leva ao aumento diário das solicitações e exigências para os pais, crianças e adolescentes, com maior risco de não adesão e maior necessidade de acompanhamento por equipas multidisciplinares em centros de referência".

"Estas equipas devem estar atentas e ser pró-ativas em relação às alterações da dinâmica familiar, às exigências das várias etapas do desenvolvimento e às situações de conflito capazes de constituir barreiras à adesão terapêutica. Os cuidados de qualidade devem incluir a intervenção a nível social, de forma a garantir a extensão de cuidados à escola", conclui a pediatra.

A diabetes na criança e adolescente é um dos temas que estará em destaque no 12º Congresso da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, um evento que vai juntar mais de 1000 especialistas, de renome nacional e internacional na área da diabetes, em março, em Vilamoura, Algarve.

Estudo
Um exame de sangue experimental poderá vir a detetar uma gama variada de doenças, como cancro e esclerose múltipla, baseado em...

O trabalho, publicado na revista Proceedings da Academia Nacional de Ciências, ainda está nos seus estádios iniciais, mas abre vastas possibilidades nesse sentido, escrevem os autores do estudo.

"Vemos este método como um avanço de enorme potencial, mas ainda vai demorar algum tempo para ser realizado", comenta o coautor da investigação Yuval Dor, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém.

"Estamos a trabalhar intensamente para isso, mas a sua aplicação clínica ainda é uma realidade distante", explicou o cientista por e-mail à agência de notícias France Presse.

Até agora, segundo o Sapo, o método foi testado em 320 pacientes com sucesso. Detetou cancro pancreático, diabetes, lesão cerebral traumática e esclerose múltipla.

De acordo com os investigadores, quando as células morrem podem significar que uma doença está a afirmar-se no corpo, como um tumor em formação ou uma doença autoimune ou neurodegenerativa.

Os cientistas sabem há algum tempo que as células que morrem libertam fragmentos no ADN. O novo método baseia-se na identificação da modificação química, a partir da metilação do ADN. "O nosso trabalho prova que as origens de tecidos de ADN circulante podem ser medidos em humanos", disse a co-autora Ruth Semer da Universidade Hebraica.

"Isto representa um novo método para deteção de morte celular em tecidos específicos e uma abordagem interessante para a medicina de diagnóstico", afirma a investigadora.

E ainda não é claro quanto poderá custar o teste se vier a ser melhorado e comercializado.

17 anos depois
Após 17 anos de análises, a Justiça francesa deliberou o fim das investigações a uma vacina contra a hepatite B, que...

A decisão do juiz de instrução está em conformidade com os requisitos dos promotores: que concluíram a ausência de "causalidade" entre a vacinação contra a hepatite B e o aparecimento destas doenças, não retendo "falta de imprudência ou negligência" dos acusados, escreve o Sapo.

Uma das advogadas das partes civis, Gisèle Mor, contactada pela agência de notícias France Presse, diz que a decisão é um "escândalo judiciário e acusa os juízes de "não realizaram verificações" sobre o trabalho de controlo de produto pela administração sanitária.

A origem do caso remonta a uma vasta campanha lançada pelo governo francês em 1994, visando vacinar mais de 20 milhões de franceses contra a hepatite B, um vírus que aumenta o risco de cirrose ou cancro do fígado.

No entanto, registaram-se casos de esclerose múltipla ou outras doenças neurológicas em vacinados, alimentando dúvidas sobre a inocuidade da vacina.

O caso contribuiu, entre outros fatores, para o desenvolvimento do movimento anti-vacina em França, com as autoridades de saúde do país a registarem uma crescente relutância na vacinação infantil.

A desconfiança da população em relação às vacinas em geral aumentou de 10% em 2005 para 40% em 2010, segundo o Instituto Nacional de Prevenção e Educação em Saúde daquele país.

Todos os anos
Quase 300 mil pessoas morrem anualmente devido ao consumo de narcóticos ilegais, entre sobredoses e outros problemas associados...

Yuri Fedotov falava na abertura de uma reunião da Comissão de Estupefacientes das Nações Unidas (CEONU), iniciada na capital austríaca, que conta com a presença de ministros e de altos responsáveis de 53 países e de numerosas instituições e organismos internacionais, com vista a consensualizar posições para a próxima sessão especial sobre drogas da Assembleia Geral da ONU, de 19 a 21 de abril.

Segundo Fedotov, atualmente existem 27 milhões de toxicodependentes com problemas graves de saúde, em que 12 milhões deles utilizam drogas injetáveis, como a heroína, escreve o Diário Digital.

O diplomata russo sublinhou que o tráfico de drogas e as enormes receitas que gera constituem um "grande problema" em várias regiões do mundo, entre elas, destacou, a América Central.

"As crescentes ligações entre os grupos do crime organizado e a violência extremista e terrorista estão a sair beneficiados pelo tráfico de drogas", lembrou Fedotov, que lamentou que os programas de prevenção, tratamento e reabilitação de consumidores "continuem escassos em muitos países".

Apelando aos vários países para que apliquem medidas baseadas no respeito pelos direitos humanos, com base em programas de prevenção e de reinserção social, Fedotov realçou que há alternativas à detenção por delitos menores, como a posse de droga para consumo pessoal.

Com essas medidas, sublinhou, evitar-se-á que os indivíduos vulneráveis na prisão possam ser recrutados por criminosos ou mesmo por terroristas.

Fedotov destacou também que a aplicação da pena de morte por delitos relacionados com drogas "não está nem na letra nem no espírito das convenções internacionais".

Numerosas organizações não governamentais mostraram-se críticas ao atual enfoque internacional no combate ao tráfico de drogas e têm defendido uma revisão na próxima reunião da Assembleia Geral da ONU, em abril, a primeira em quase duas décadas.

Segundo um relatório recente da ONG Harm Reduction International, com sede em Londres, anualmente, em todo o mundo, são investidos 100 mil milhões de dólares (cerca de 89.670 milhões de euros) no combate repressivo às drogas, quando 83% dos delitos relacionados com estupefacientes são apenas a posse de pequenas quantidades para consumo próprio.

Apesar dos esforços internacionais, o número de consumidores aumentou quase 20%, passando de 206 milhões em 2006 para 246 milhões em 2013, indica a ONG britânica, citando dados das próprias Nações Unidas.

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