Bolsa de recrutamento
Em causa estão 82 novos enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde na região do Algarve, uns a prazo, outros para permitir...

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses acusou esta terça-feira a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve de dizer "inverdades". "Afirmar que até ao final do ano serão admitidos 80 enfermeiros e não especificar que 41 serão apenas por seis meses e os restantes 40 para permitir a mobilidade entre instituições, é demasiada imprecisão", lê-se no comunicado emitido pela delegação algarvia daquele sindicato.

Em causa estão as vagas de uma bolsa de recrutamento para enfermeiros que o Centro Hospitalar do Algarve (CHA) abriu no final de Julho. Na altura, o presidente do conselho de administração do CHA, Joaquim Ramalho, disse que os enfermeiros seleccionados integrariam os serviços de saúde da região a partir de Setembro.

Em declarações à Lusa, o conselho administrativo da ARS Algarve reiterou que vão entrar 82 novos enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde na região do Algarve. "Destes, 42 profissionais serão contratados através de contractos individuais de trabalho a termo resolutivo incerto (que passarão a curto prazo a contractos individuais sem termo), para permitir a substituição de igual número de enfermeiros do Centro Hospitalar do Algarve que solicitaram a mobilidade para a ARS Algarve e que irão reforçar as equipas de enfermagem das diversas unidades de cuidados de saúde primários da região do Algarve", esclarece a ARS. Os restantes 40 enfermeiros vão ser contratados através de contractos individuais de trabalho sem termo para reforçar as equipas de enfermagem das unidades hospitalares do Centro Hospitalar do Algarve, acrescenta o conselho directivo.

O sindicato refere ainda que as vagas para enfermeiros em regime de substituição, ou seja, a termo certo (por seis meses), foram 41. O objectivo, acrescenta, seria reforçar os serviços de saúde no verão, mas as admissões só se vão verificar no final da época balnear. "Estes 41 enfermeiros irão substituir enfermeiros que já não exercem funções no Centro Hospital, portanto sem aumento de efectivos", acrescentam os sindicalistas.

Adeus celulite
A celulite, também conhecida como “casca de laranja” afeta cerca de 70% a 80% das mulheres depois da

A celulite - Lipodistrofia Ginóide- resulta de uma alteração dos tecidos subcutâneos (na camada abaixo da pele), nomeadamente afeta o tecido conjuntivo e caracteriza-se por uma acumulação de gordura e tecido fibrosos. A microcirculação também sofre alterações comprometendo a correta irrigação.

A celulite, também conhecida como “casca de laranja” afeta cerca de 70% a 80% das mulheres depois da puberdade e as causas podem ser diversas. Pensa-se que a principal causa do aparecimento da celulite seja genética, mas os fatores ambientais também devem ser considerados, nomeadamente os fatores alimentares, o sedentarismo, o tabagismo e alterações hormonais.

De acordo com a severidade, a celulite pode ser classificada em diferentes graus

  • grau 1 -  Sem irregularidades na pele quando se encontra de pé ou deitado. As irregularidades ou ondulações na pele só são visíveis quando os músculos são contraídos ou quando a pele é pinçada;
  • grau 2 - As irregularidades na pele são visíveis sem manipulação quando está de pé, mas não se notam quando deitada.;
  • grau 3 -  Notam-se pequenas ondulações e depressões espontaneamente
  • grau 4 – As alterações na pele são mais significativas, as ondulações e depressões são maiores. Em algumas zonas são percetíveis nódulos e o toque pode revelar-se doloroso.

Não existe uma fórmula mágica para acabar com a celulite, mas um estilo de vida saudável, hábitos saudáveis e escolhas equilibradas que vão fazer toda a diferença no combate à celulite.

De forma a combater o aparecimento dos primeiros sinais de celulites e para diminuir e impedir o agravamento da celulite, comece por encontrar um plano de exercícios e de alimentação adaptados às suas necessidades individuais e aos seus gostos.

 É essencial que a pratica regular de exercício físico e que os cuidados com a alimentação sejam adaptados a si, são hábitos que deve ganhar para a vida e para todos os dias.

No que diz respeito à alimentação, o planeamento é fundamental para conseguir facilmente organizar as refeições do dia.

O dia alimentar deve ser composto por pelo menos por 5 a 6 refeições, de modo a nunca ficar mais de 2h30 a 3 horas sem comer, o jejum noturno não deve ser superior a 8 a 10 horas.

Comer pequenas porções, mais vezes ao longo do dia promove a sensação e saciedade, evitando o desejo de petiscar snacks mais energéticos e ricos em gordura e/ou açúcar. Além disso, as refeições intermédias ajudam a manter o metabolismo ativo e consequentemente a queimar mais massa gorda.

Hidratação e eliminação de toxinas

A água é a bebida de eleição e vai desempenhar um papel muito importante na hidratação do organismo, na elasticidade das células, na promoção do bom funcionamento do sistema linfático e também na eliminação das toxinas.

No mínimo, deve ser ingerido 1,5 litros de água ao longo do dia.

Como complemento, opte por alimentos com efeito drenante como por exemplo a papaia e o abacaxi. A bromelina é uma enzima que encontramos no abacaxi e que lhe confere propriedades anti-inflamatória, outra mais valia para quem procura combater a celulite.

Antioxidantes e Fibra

A dieta deve ser rica em produtos frescos e pouco ou nada processados, como as frutas e os hortícolas. Estes alimentos são ricos em vitaminas, minerais e antioxidantes que contribuem para o bom funcionamento do organismo.

Privilegie o consumo de verduras de folha verde escura, frutos vermelhos,tomate,

O chá verde, além do seu efeito papel diurético, é um poderoso antioxidante que ajuda na redução do desenvolvimento da celulite. Contudo, o consumo desta bebida deve ser moderado ou evitado por pessoas com hipertensão.

Os cereais integrais, as leguminosas e frutos secos são alimentos muito completos que fornecem energia e os nutrientes necessários ao nosso corpo e contribuem para um maior aporte de fibra. A fibra vai promover a sensação de saciedade e por isso ajudar a reduzir a ingestão de calorias. Além disso, vai regular e diminuir os picos de açúcar no sangue.

Ómega 3

A ingestão moderada de alimentos ricos em ómega 3, como peixes gordos - salmão, atum, sardinha, cavala - os frutos secos – nozes, amêndoas, avelãs - e algumas sementes ajudam a reduzir a inflamação dos adipócitos (células gordas), e a diminuir o aspeto ondulado da pele.

Os alimentos a limitar, por oposição, são os alimentos processados e artificiais com o teor elevado de açúcar refinado ou xaropes, gordura, sal e conservantes.

Evite o consumo de produtos ricos em açúcar, principalmente açúcar refinado, como os produtos pastelaria, doces, guloseimas, chocolates, gelados, sumos e refrigerantes.

Modere também o consumo de alimentos ricos em sal, gorduras, principalmente gorduras trans e gorduras saturadas, como por exemplo fritos, batatas fritas de pacote, aperitivos salgados, conservas, folhados, salgados, enchidos e produtos de charcutaria.

Combata a celulite com um estilo de vida mais ativo e mais equilibrado. Mexa-se mais, não se esqueça de manter uma hidratação adequada e prefira alimentos naturais, de origem vegetal, frescos e pouco processados!

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Hospital de Santo André
As urgências do Hospital de Santo André, em Leiria, têm registado um aumento elevado de utentes, quase duplicando a média de...

Em comunicado, o CHL refere que o serviço de urgências tem "verificado um afluxo especialmente elevado de utentes, tendo chegado, em apenas um dia, a atingir quase o dobro da média de utentes previstos, que é de 240, com 447 atendimentos registados", situação que se registou entre o dia 11 e 12.

Citada no comunicado, a diretora clínica do CHL, Elisabete Valente, considera os dados "muito preocupantes" e entende que "revelam que ainda há muito a fazer no que respeita à sensibilização dos utentes e de todos os profissionais envolvidos na rede nacional de cuidados de saúde, para a correta utilização das urgências hospitalares".

Segundo esta responsável "durante o mês de julho, 48,7% dos casos atendidos na urgência do Hospital de Santo André corresponderam a situações não urgentes".

"Além da prevenção de contágios e do agravamento de situações mais simples, a utilização correta das urgências facilita o seu funcionamento no atendimento aos casos realmente urgentes", frisa Elisabete Valente, alertando que "na urgência não se fazem consultas, e esta é uma ideia que ainda não está bem entendida por todos".

Durante o mês de julho, a urgência do Hospital de Santo André registou 8.824 atendimentos e nos primeiros 15 dias de agosto 4.223. O número médio diário de doentes socorridos na urgência na primeira metade do mês de agosto foi de 277, cerca de 17,3% acima da média de utentes previstos (240), à semelhança do cenário verificado no mês de julho, em que foram atendidos mais 18,6% de utentes, que o previsto.

O CHL afirma que, apesar do aumento do número de atendimentos, "os tempos definidos pela prioridade - que compreendem o tempo de espera entre a triagem e a primeira observação - têm sido mantidos".

No que respeita aos casos classificados com a cor amarela (urgentes), correspondentes a 45,52% do total de ocorrências em julho e nos primeiros 15 dias de agosto, o tempo médio de espera foi de 41 minutos, em julho, e de 42 minutos em agosto, cerca de 20 minutos a menos que os 60 minutos previstos.

As situações classificadas como "não urgentes", identificadas com as pulseiras verde, azul e branca (47,78% durante este período), registaram tempos médios de 92, 94, e 62 minutos, em julho, e 124, 185 e 77 minutos, em agosto, quando os tempos de referência de espera estão compreendidos entre os 120 (para casos identificados com pulseira verde) e os 240 minutos (para casos com pulseira azul).

"A rede de referenciação de doentes está claramente definida a nível nacional, e inclui todos os prestadores de cuidados de saúde em todos os níveis, com uma hierarquia clara tendo em conta a urgência das situações. Os utentes devem dirigir-se às urgências hospitalares apenas em situações previsivelmente graves, ou em que a demora de diagnóstico e/ou tratamento possa acarretar graves riscos para a saúde, e estes casos são habitualmente referenciados pelo médico de família ou pelo INEM, e os doentes transportados ao hospital por esta via", frisou ainda Elisabete Valente.

Em todos os outros casos, "os utentes devem antes procurar apoio de outros serviços de saúde, nomeadamente a Linha Saúde 24 ou os cuidados de saúde primários".

"Em caso algum o utente deve usar por sua iniciativa os meios de socorro como 'transporte particular' para ser atendido numa urgência hospitalar", reforça a diretora clínica, recordando que "também esses meios seguem a rede de referenciação e, em casos não urgentes, devem usar como destino os cuidados primários".

Serviço Nacional de Saúde
A Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) vai receber cerca de 5,1 milhões de euros de fundos comunitários para...

Segundo os dados disponíveis na página do programa operacional Norte 2020, o projeto de remodelação da Unidade de Saúde da Batalha, no Porto, irá receber 1,4 milhões de euros.

Também aprovados foram os projetos para a construção de quatro novas unidades de saúde na região, seguindo 1,3 milhões de euros para o de Gaia (Vilar do Andorinho), um milhão para Valongo (Campo), 742 mil euros para Gondomar (Baguim do Monte) e 682 mil euros para Barcelos (Martim).

Em maio a ARS-N anunciou o investimento de seis milhões de euros em quatro novos edifícios para instalar, até 2018, unidades de saúde nos concelhos de Gondomar, Gaia, Trofa e Porto

Para a instalação da Unidade de Saúde de Vilar de Andorinho, unidade funcional integrada no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Grande Porto VII, em Vila Nova de Gaia, a ARS-N divulgou que seriam investidos 1,4 milhões de euros, um valor a repartir pelos anos de 2016 (162 mil euros), 2017 (1,068 milhões de euros) e 2018 (243 mil euros).

Já o investimento para a Unidade de Saúde da Batalha (Porto) foi estimado em 1,6 milhões de euros, um valor a ser repartido pelos anos de 2016 (162 mil euros), 2017 (1,1 milhões de euros) e 2018 (243 mil euros).

Quanto ao centro de saúde de Campo, em Valongo, este representa uma das mais antigas reivindicações do município que quer ver substituído o atual edifício prefabricado “sem condições dignas”.

Em fevereiro, o programa operacional Norte 2020 disponibilizou 25 milhões de euros de FEDER para melhorar unidades de saúde primárias e requalificar serviços de urgência hospitalar na região.

As necessidades de intervenção foram identificadas no mapeamento (uma listagem indicativa de prioridades) proposto pela ARS-N que contemplava 19 milhões para a Área Metropolitana do Porto, dos quais 9,2 milhões deveriam ser atribuídos ao concelho de Gaia para a remodelação das urgências do hospital e construção de duas unidades de saúde (Madalena e Vilar do Andorinho).

Para o Centro Hospitalar de Vila Nova De Gaia/Espinho foram já aprovados seis milhões de euros de fundos comunitários.

A Lusa tentou ouvir a ARS-N mas tal não foi possível até ao momento.

Investigação policial
A Polícia Judiciária (PJ) anunciou hoje a detenção de um médico nos Açores pela alegada prática de dois crimes de abuso sexual...

Em comunicado, o Departamento de Investigação Criminal de Ponta Delgada da PJ adianta que os crimes terão sido cometidos “no interior de um gabinete médico do serviço de urgência de uma unidade hospitalar”.

“A vítima, de 33 anos de idade, havia dado entrada naquele serviço, em estado febril e com dores de ouvidos e garganta”, acabando por sofrer abusos por parte do clínico, “altura em que fugiu do gabinete e foi pedir ajuda”, adianta o comunicado.

A PJ acrescenta que o arguido, de 34 anos, ficou proibido de sair da ilha de São Miguel e obrigado a entregar o passaporte.

À Lusa, fonte da PJ esclareceu que os factos ocorreram no hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, onde o médico exercia funções.

A mesma fonte referiu que prosseguem as diligências no sentido de esclarecer esta situação, assim como aferir se este é um caso isolado.

Fonte da assessoria de imprensa do hospital do Divino Espírito Santo informou que a unidade “vai avançar com um processo de averiguações”.

Malária
Todos os anos, mais de 1 milhão de pessoas morre por doenças transmitidas por mosquitos de acordo com dados da Organização...

Investigadores da Universidade de Wageningen, na Holanda, e do Instituto Suíço de Saúde Pública e de Doenças Tropicais, em Basileia, desenvolveram uma nova armadilha contra os mosquitos vetores de doenças transmissíveis: um sifão em forma de sino que exala um cheiro semelhante ao do corpo humano.

O equipamento foi testado no Quénia no Centro de Fisiologia e Ecologia dos Insetos. Graças ao método, a equipa liderada pelo professor Willem Takken, que conduziu o estudo durante três anos, mostrou que a população dos mosquitos que transmitem a febre amarela foi reduzida em 70% na ilha de Rusinga.

A armadilha possui várias substâncias que imitam o odor exalado pelo ser humano, tais como dióxido de carbono ou ácido láctico. Os insetos são atraídos e um mecanismo de sucção absorve-os de imediato, impedindo-os de voltar a sair do recipiente.

O alvo principal da armadilha são os mosquitos transmissores da malária. Casas onde este sifão foi instalado observaram uma quebra de 35% no número de novos casos da doença. Os resultados foram publicados na revista The Lancet.

No entanto, esta nova arma não substituiu as medidas convencionais, como redes mosquiteiras e repelentes, vem apenas incrementar eficácia no combate da doença. "Este é um método para controlar mosquitos de forma ambientalmente sustentável, sem a utilização de inseticidas", explica Willem Takken.

O mesmo sifão pode ser usado contra outras espécies de mosquitos que transmitem doenças como o Zika, a dengue e a febre da chikungunya.

Segundo um comunicado da Universidade de Wageningen, "a cada minuto uma criança morre de malária", uma doença que "custa a África 12 mil milhões de dólares por ano" em gastos de saúde e perda de produção.

Atualmente, não existe nenhuma vacina contra a malária, uma doença que em 2015 matou 438.000 pessoas, de acordo com dados da OMS.

Aquecimento global
As mudanças climáticas podem fazer ressurgir doenças já extintas como a varíola? Os casos recentes de antraz no extremo norte...

Os efeitos do descongelamento das camadas de gelo de algumas áreas do globo terrestre podem ser uma séria ameaça para o bem-estar e saúde dos seres humanos: alguns ecossistemas são um mistério para os cientistas.

Há camadas de gelo que nunca descongelaram. E se isso acontecer? Os habitantes da península de Yamal, a 2.500 km a nordeste de Moscovo, sofreram isso mesmo na própria pele: uma criança morreu e outras 23 pessoas contraíram antraz em julho deste ano. Há mais de 75 anos que este tipo de infeção tinha desaparecido da região.

Os cientistas consideram que o ressurgimento da bactéria teve origem no descongelamento de um cadáver de rena morta por antraz há décadas. Uma vez liberada, a bactéria mortal (um bacilo) infetou várias manadas de renas que acabaram por contaminar o ser humano.

A preocupação agora é que este não tenha sido um incidente anormal e que outras doenças - algumas da época da Idade do Gelo - possam ressurgir da mesma forma com o aquecimento global.

"O mais provável é que a fonte deste surto tenha sido o descongelamento de locais onde foram sepultados animais que morreram com antraz há 70 anos", comentou Boris Kershengoltz, do Instituto Russo de Problemas Biológicos da Zona do Permafrost, cita a agência de notícias France Presse.

O processo pode repetir-se? "Claro que sim", adverte Kerchengoltz. A temperatura na Rússia aumenta em média 2,5 vezes mais rápido que no resto do mundo e no Ártico a mudança é ainda mais veloz.

O antraz é uma doença infecciosa aguda transmitida por esporos da bactéria Bacillusanthracis, que existem naturalmente no solo e podem ser ingeridos por animais e passados aos seres humanos. Se não for tratada, a doença pode ser fatal.

Além do antraz, há uma série de outros perigos à espreita em covas rasas do Ártico, que podem ser liberrados do gelo séculos depois, disse Viktor Maléyev, diretor adjunto do Instituto de Investigação Central de Epidemiologia da Rússia.

"Há restos de varíola" no extremo norte que remontam ao final do século XIX e os cientistas descobriram "vírus gigantes" em cadáveres de mamutes que estão ainda a ser estudados, explicou. "Acredito que as mudanças climáticas vão trazer muitas surpresas", adverte. "Não quero assustar ninguém, mas devemos estar preparados".

Taxas moderadoras
A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) denunciou hoje que alguns hospitais estão a solicitar aos utentes o...

Num comunicado assinado pela delegação regional de Santarém da DECO, esta organização revela que alguns consumidores têm denunciado situações em que os hospitais continuam a enviar cartas aos utentes a solicitar o pagamento de taxas moderadoras com mais de três anos.

A DECO recorda a lei que define o regime de cobrança de dívidas pelas Instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS), segundo a qual “os créditos prescrevem no prazo de três anos, contados da data da cessação da prestação dos serviços que lhes deu origem”.

Por esta razão, a DECO informa os consumidores que sejam confrontados com uma carta de um hospital a reclamar o pagamento de valores referentes a cuidados de saúde prestados há mais de três anos de que poderão opor-se ao seu pagamento, “invocando expressamente a prescrição e solicitando a anulação dos valores exigidos”.

A prescrição deve ser efetuada antes do pagamento do valor em dívida e através de carta registada com aviso de receção, ficando com cópia da carta e guardando os registos de envio.

Estudo
Diogo Pimentel é um dos principais autores de trabalho publicado na revista Nature, no qual se descreve uma experiência com...

A verdade é que ninguém sabe por que é que precisamos de dormir. Se a resposta imediata for, simplesmente, porque estamos cansados, saiba desde já que isso não chega para perceber o funcionamento do nosso cérebro nessa parte das nossas vidas que nos “rouba” 1/3 do tempo. O cansaço não é uma explicação, pelo menos para qualquer neurocientista. Uma equipa de investigadores da Universidade de Oxford, em Inglaterra, já conseguiu perceber o mecanismo que actua no grupo de neurónios que controla o sono das moscas da fruta e que é capaz de as acordar. Se ele estiver desligado, as moscas dormem muito mais tempo. Por isso, os cientistas chamaram-lhe "João Pestana" (ou "Sandman", na versão inglesa).

Diogo Pimentel é investigador de pós-doutoramento na Universidade de Oxford, onde está há cerca de seis anos. “Há três ou quatro anos que trabalho no sono”, explica o bioquímico, que se especializou em neurociências. “Estamos interessados no sono porque todos temos de passar uma parte substancial da nossa vida a dormir, mas ainda não sabemos por que é que temos de dormir. E acho que do ponto de vista das neurociências é um dos grandes enigmas que estão por resolver”, referiu ao PÚBLICO.

Nem sabemos o que significa estar cansado do “ponto vista neurológico”, se essa for a explicação para a necessidade de dormir, adianta. “O que é que o cérebro precisa de fazer durante o sono que justifique o risco e a perda de produtividade que temos quando dormimos? É um terço da nossa vida em que não podemos fazer nada e que, do ponto de vista evolutivo, nos coloca numa posição de desvantagem. Alguma coisa vital e muito importante tem de compensar o investimento de tanto tempo a dormir”, argumenta Diogo Pimentel. O trabalho que agora foi publicado na revista científica Natureainda não esclarece o enigma, mas representa mais um passo nesse sentido.

“Se compreendermos como é que o sono é regulado, ficamos a um passo mais perto de perceber por que é que precisamos de dormir”, defende o investigador, que esteve a observar um conjunto de cerca de duas dúzias de neurónios no cérebro das moscas da fruta (os cientistas acreditam que algo semelhante se passa no cérebro dos humanos) que já tinham sido associados ao controlo do sono em estudos anteriores.

Estes cerca de 24 neurónios são uma espécie de termostato no nosso cérebro para o sono, a que os investigadores chamam “homeostato do sono”. “O que esse homeostato faz é detectar quando estamos acordados há tempo de mais, para então ligar o programa do sono e vamos dormir. O que esclarecemos neste estudo é que o mecanismo que desliga estes neurónios nos faz acordar quando estamos a dormir.”

O reverso deste circuito – ou seja, o mecanismo que “liga” estes neurónios para nos fazer dormir – ainda não foi esclarecido e será o próximo passo da investigação da equipa da Universidade de Oxford.

A explicação do nome

“Para já, sabemos que o que desliga os neurónios é o neurotransmissor da dopamina, que inicia um processo intracelular que depende de um canal iónico [uma molécula de membrana celular] a que chamámos 'Sandman' e que em português seria o' João Pestana'”, explica Diogo Pimentel.

O nome dado a este canal que viabiliza a transmissão de impulsos eléctricos entre os neurónios parece contraditório com o seu efeito, uma vez que nos acorda. Mas, segundo esclarece o cientista, esta é a tradição em estudos de genética com moscas da fruta. “Quando se descobre uma mutação [genética], normalmente nomeia-se a proteína de acordo com o efeito da mutação – ou seja, neste caso, se tirarmos o 'Sandman' destes neurónios, o que acontece é que as moscas dormem praticamente o dia todo.”

Essa foi uma experiência que a equipa fez. O canal iónico "João Pestana", que funciona como um interruptor neste conjunto de neurónios, foi retirado destas células e as moscas ficaram a dormir entre 20 a 22 horas por dia, quando normalmente o seu sono fica pelas 12 e as 14 horas.

Com um mecanismo completamente diferente, a dopamina pode também ser capaz de acordar as moscas durante um curto período de tempo. Porém, quando se fala em acordar depois de dormir o suficiente para então começar a funcionar de novo, “o 'Sandman' tem um papel decisivo porque, a partir do momento em que ele entra para a membrana, aqueles neurónios já não conseguem funcionar normalmente e a mosca fica acordada por um período prolongado”.

Tiago Pimentel acredita que a descoberta pode vir, um dia, a ser útil para os humanos e, mais do que isso, a investigação sobre este termostato do sono – peça por peça – pode levar-nos a esclarecer um dos muitos mistérios das neurociências. “Se conseguirmos perceber que existe um mecanismo semelhante a este nos humanos e noutras espécies, julgo que o 'Sandman' poderia ser um alvo interessante para a indústria farmacêutica para formular melhor medicação para dormir. Por outro lado, acho que agora que começámos a abrir esta caixinha, que é o homeostato do sono, estamos a desmontar as peças e a perceber como isto tudo funciona. No dia em que compreendermos esta regulação, estaremos a um passo de saber por que é que precisamos de dormir e esse motivo é universal. As moscas precisam de dormir pelos mesmos motivos que os humanos.”

Medicamentos
Primeira autorização do Infarmed em 2013 a laboratório do Reino Unido. Empresa australiana está no Alentejo desde 2015.

Espanha é já um dos maiores produtores mundiais de ópio legal, com o primeiro lugar a ser ocupado pela Austrália. As plantações de papoila, autorizadas pelos governos e exploradas por empresas ou laboratórios farmacêuticos, são fonte de matéria-prima para a produção de medicamentos usados, sobretudo, para o tratamento da dor. Portugal também já faz parte dos países produtores. Começou em 2013, quando a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) deu a sua autorização à Macfarlan Smith Ltd., farmacêutica escocesa especializada na produção de alcaloides de ópio e outras drogas controladas. E já não é a única. A TPI Enterprises, uma das maiores empresas australianas de produção de papoila, começou a plantar no Alentejo no ano passado.

Segundo o jornal El País, Espanha é um dos maiores produtores mundiais de ópio legal, apenas superado pela Austrália (19 500 hectares de plantação). Em apenas um ano a superfície plantada em Espanha cresceu 62,5%. Passou de oito mil hectares plantados, em 2014/2015, para 13 mil hectares. O processo segue regras apertadas, de forma a cumprir a Convenção das Nações Unidas sobres Estupefacientes, de 1961. Todos os países que ratificaram este acordo, caso de Portugal, têm de o seguir.

A localização exata dos campos é secreta, mas segundo o El País sabe-se que ficam nas zonas de Castilla--La Mancha, Castilla y León, La Rioja e País Basco. É preciso autorização do governo para a plantação e exportação do produto e os agricultores têm de ter o aval dos ministérios da Agricultura e da Saúde espanhóis. Alcaliber, uma das maiores produtoras de morfina do mundo, recebeu autorização de exploração do governo espanhol em 1973.

Alqueva, zona de eleição

A aventura portuguesa começou muito mais tarde. Depois de dois anos de testes, a primeira autorização do Infarmed para plantação de ópio em território nacional foi dada à Macfarlan Smith Ltd, em março de 2013. As origens da farmacêutica escocesa remontam a 1815 e é responsável por várias plantações no Reino Unido. Por cá, a zona de eleição para testar as possíveis plantações foram Serpa, Cuba e Monte Novo. O objetivo é garantir matéria-prima para a unidade de produção de medicamentos em Edimburgo, na Escócia.

A empresa começou com pouco mais de cem hectares de plantação mas, como foi noticiado em 2013, com o objetivo de expandir até aos quatro mil hectares nos três anos seguintes. Na equação, ainda a possível construção de uma fábrica no Alentejo para fazer separação das sementes do resto da planta.

As zonas de regadio do Alqueva - com bom terreno e acesso a água - atraíram mais uma empresa para Portugal: a TPI Enterprises, uma grande produtora australiana, que até ao ano passado não tinha unidades fora do país de origem. Numa entrevista ao Diário Económico, Jarrod Ritchie, presidente-executivo da empresa, explicava que tinham começado com 700 hectares de plantação de papoila branca, mas que esperavam aumentar a área até três mil hectares este ano. O investimento também cresceu: de dois milhões de euros para dez milhões.

O modelo de negócio será semelhante em ambos os casos: contratar agricultores locais para fazerem a produção. São necessárias autorizações dos ministérios dos Negócios Estrangeiros, Agricultura e Saúde e há um processo obrigatório de licenciamento. O secretismo também parece ser um ingrediente obrigatório neste negócio. Aos agricultores foi-lhes pedido que não revelassem os locais das plantações. Um documento do Ministério da Agricultura e do Mar, de 2014, estabelecia as regras para o cultivo da papoila do ópio: o agricultor tem de ter um parecer favorável do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências, o terreno não pode estar perto de estradas ou caminhos de acesso fácil ao público, caso seja necessário tem de se criar uma barreira com um mínimo de 30 metros de largura, tem de estar isolada de outras culturas, toda a semente não usada tem de ser devolvida às empresas e após a colheita o restolho tem de ser destruído.

Alerta radiação ultravioleta
Vinte e seis regiões do país apresentam hoje risco “Muito Elevado” de exposição à radiação ultravioleta (UV), informou o...

Apenas o Porto apresenta um índice ‘Elevado’ de exposição à radiação UV. Viana do Castelo está com risco ‘Moderado’ para o dia de hoje.

As regiões do Funchal, Porto Santo, Bragança, Castelo Branco, Guarda, Penhas Douradas, Vila Real, Funchal, Aveiro, Beja, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal, Sines, Viseu, Porto Santo, Angra do Heroísmo, Santa Cruz das Flores, Horta e Ponta Delgada estão hoje com risco ‘Muito Elevado’, segundo o Instituto.

Para as regiões com risco 'Muito Elevado' e 'Elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('Moderado'), 6 a 7 ('Elevado'), 8 a 10 ('Muito Elevado') e superior a 11 ('Extremo').

O IPMA prevê para hoje céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade no litoral oeste até ao meio da manhã, persistindo até ao início da tarde a norte do Cabo Carvoeiro.

Nas regiões do interior Norte e Centro, o IPMA prevê um aumento temporário de nebulosidade durante a tarde.

O vento soprará em geral fraco do quadrante oeste, soprando moderado de noroeste no litoral oeste a sul do Cabo Carvoeiro e nas terras altas, em especial durante a tarde.

É ainda esperada uma pequena descida de temperatura, em especial nas regiões Norte e Centro.

Na Madeira está previsto céu muito nublado, apresentando-se geralmente pouco nublado nas vertentes sul da ilha da Madeira, e o vento a soprar fraco a moderado predominando de nordeste.

Já nos Açores a previsão aponta para períodos de céu muito nublado com abertas, tornando-se encoberto, aguaceiros fracos na madrugada e períodos de chuva fraca para a noite.

Quanto às temperaturas, em Lisboa vão oscilar entre 16 e 27 graus Celsius, no Porto entre 14 e 20, em Braga entre 13 e 26, em Viana do Castelo entre 13 e 20, em Vila Real entre 14 e 28, em Viseu entre 13 e 27, na Guarda entre 17 e 27, em Bragança entre 15 e 32, em Coimbra entre 13 e 25, Castelo Branco entre 15 e 32, em Santarém entre 14 e 29, em Évora entre 14 e 33, Beja entre 15 e 33, em Faro entre 21 e 31, no Funchal entre 20 e 26, em Ponta Delgada na Horta entre 22 e 26 e em Santa Cruz das Flores entre 20 e 26.

 

Direção-Geral da Saúde
O extremo calor que se sentiu no país nos primeiros 10 dias de agosto terá sido responsável pela morte de mais 31 pessoas, face...

Em declarações, a sub-diretora geral da Saúde Graça Freitas explicou que nos primeiros 10 dias de agosto se registaram mais 186 óbitos, por todas as causas, em relação ao período homólogo dos dois anos anteriores.

Desses, estima-se que 31 mortes se devam ao calor.

“Considerando a tendência e variabilidade observadas na mortalidade ao longo de 2016, estima-se que, esta diferença represente, efetivamente, mais 31 óbitos, distribuídos pelos 10 dias decorridos de agosto”, refere a DGS.

INEM
Portugal conta já com 1.375 desfibrilhadores distribuídos por diversos espaços públicos, afirma o INEM, num balanço de sete...

O Programa Nacional de Desfibrilhação Automática Externa (DAE) do INEM assinala hoje sete anos de existência: no dia 12 de agosto de 2009 foi criada a legislação que permite, mediante licença emitida pelo INEM, a utilização de DAE por leigos em locais de acesso ao público e em Ambulâncias de Socorro ou Transporte tripuladas por operacionais não pertencentes ao INEM.

Num balanço de sete anos de programa, o INEM revela que atualmente existem 1.375 DAE licenciados, distribuídos por aeroportos, centros comerciais, hipermercados, bancos, aeronaves, casinos, unidades hoteleiras, entre outros espaços públicos.

O INEM refere que desde 2009 promove a adesão de empresas e instituições a este programa, que tem “verificado um franco desenvolvimento, fruto também do empenho e preocupação de empresas e/ou instituições que, com elevada responsabilidade social, consideram o acesso à desfibrilhação automática externa uma importante mais-valia no reforço da cadeia de sobrevivência no nosso país”.

No total, são 1.181 os espaços públicos, ambulâncias ou viaturas tripuladas por operacionais não pertencentes ao INEM que dispõem atualmente dos 1.375 equipamentos de DAE.

O INEM recorda que fora do âmbito dos Programas de DAE licenciados, circulam em Portugal 627 veículos equipados com este aparelho: trata-se de meios próprios do INEM (154) e ambulâncias disponibilizadas e operadas por Corporações de Bombeiros e Núcleos da Cruz Vermelha Portuguesa (473), às quais o INEM atribuiu este equipamento.

Direção-Geral da Saúde
A subdiretora-geral de Saúde, Graça Freitas, diz que as pulseiras anti-insetos, muito em voga, “não substituem nenhum dos...

Com a vaga de calor que tem afetado Portugal, por estes dias a “bicharada” dá sinais da sua presença, tornando-se incomodativa e, muitas vezes, especialmente para crianças, um suplício.

No mercado, surge, entretanto, um novo produto, as pulseiras anti-insetos, algumas vendidas como específicas para crianças, mas a subdiretora da Saúde diz que, segundo a Rádio Renascença, nada existe que confirme a eficácia das pulseiras, pelo que "as pessoas devem utilizar também os mecanismos habituais para evitar as picadas”.

“A recomendação mais genérica é que as pessoas usem repelente, utilizem roupa de fibras naturais, larga e de cor clara que cubra a maior parte do corpo. Devemos ter especial atenção aos pés, porque as pessoas aplicam o repelente mas esquecem-se dessa parte do corpo”, acrescenta Graça Freitas.

Quando se fala deste tema costuma-se dizer que a ingestão de bebidas alcoólicas, a transpiração ou mesmo o tipo de alimentação podem propiciar as picadas de insetos, mas trata-se de mitos.

“Os insetos têm preferência por algumas características das pessoas. Mas existem muitos mitos no que toca a este assunto. As nossas recomendações têm evidência científica. Outras questões não passam de mitos, modas e informação sem fundamento científico”, esclarece a subdirectora da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Segundo Graça Freitas, qualquer pessoa pode ser picada por insetos. No entanto, algumas “devem ter mais precauções que outras pessoas”, incluindo-se aqui “grávidas, crianças e pessoas vulneráveis”.

A DGS avisa as pessoas para estarem particularmente atentas às águas paradas que são uma verdadeira incubadora para o aparecimento de insetos, e à entrada de moscas ou formigas em casa, pelo perigo que representam como portadores de matérias nocivas. 

"Treino cerebral"
Realidade virtual e computação avançada permitiram a recuperação do controlo de músculos que, há décadas, não eram dominados...

Depois de dez meses de "treino cerebral", oito paraplégicos conseguiram mexer as pernas e recuperar alguma sensibilidade nessa região do corpo. Esta conquista inédita resulta de um prática experimental que recorreu a um exoesqueleto artificial, dispositivos de realidade virtual e sistemas não invasivos que ligam o cérebro a um computador para reintroduzir nesses pacientes a consciência da decisão do movimento.

A descoberta parece sugerir que, mesmo quando a rotura da espinhal medula é considerada total, os tecidos nervosos dessa região permanecem abertos aos estímulos, explicam os cientistas no artigo publicado na Scientific Reports citado pelo The Guardian. A experiência foi realizada no Brasil, em São Paulo.

Todos os pacientes relataram a restauração parcial dos movimentos musculares e da sensibilidade e, embora nenhum deles consiga andar sem ajuda, alguns conseguem fazê-lo, segundo o Diário de Notícias, com a simples ajuda de muletas e de equipamento que apoie as pernas.

Cada participante foi equipado com um conjunto de elétrodos que permitiram o registo dos sinais dos eletroencefalogramas (avaliação da atividade bioelétrica do cérebro), durante os quais os cientistas pediram aos pacientes que "pensassem" em mover as pernas. Inicialmente, nenhum deles conseguia fazê-lo.

A introdução dos dispositivos de realidade virtual, aparelhos de auxílio dos movimento (usados na fisioterapia comum) e arneses completos marcaram o estágio seguinte da pesquisa que integra o programa internacional Walk Again.

O uso de realidade virtual acabou por permitir a produção da ilusão do movimento das pernas e simulou sensações distintas como andar na relva ou na areia. Gradualmente e a ritmos diferentes, os participantes começaram assim a sentir reações musculares voluntárias abaixo da área da rotura da espinhal medula.

"Tropeçamos nesta recuperação clínica, o que é quase um sonho, porque levou a abordagem para um nível totalmente novo", conta Miguel Nicolelis, co-diretor do Centro de Neuroengenharia da Universidade de Duke e investigador na Associação de neuroreabilitação Alberto Santos Dumont em São Paulo.

Agora, dez meses depois, um dos pacientes foi já capaz de sair de casa e conduzir um carro. Outra de dar à luz, sentindo, efetivamente, as contrações. Alguns foram requalificados como "parcialmente paralisados".

O ensaio clínico cujo objetivo original era melhorar a eficácia das próteses robóticas comandadas pelo cérebro submeteu os oito participantes a mais de duas mil sessões de "treino cerebral" num total que mais de duas mil horas. Embora tenham registado melhorias significativas (e surpreendentes), estes pacientes continuam 

Estudo
Quem anda de carro pesa, em média, mais quatro quilos do que quem opta pela bicicleta. Essa é a conclusão preliminar de um...

O estudo "Atividade Física Através de Transporte Sustentável" é um projeto europeu financiado por fundos comunitários conduzido em sete cidades europeias - Barcelona, Antuérpia, Londres, Örebro, Roma, Viena e Zurique.

A investigação pretende relacionar a saúde e os hábitos de transporte de onze mil pessoas, escreve o Sapo.

O trabalho consistiu em perguntar aos participantes como se movem na sua cidade, que meios de transporte usam e quanto tempo passam em viagens, relacionando esses dados com informação biométrica dos participantes.

Os resultados preliminares deste projeto que contou com um financiamento de 4,5 milhões de euros mostram que as pessoas que habitualmente se movem de bicicleta tendem a pesar menos quatro quilos do que aqueles que optam pelo carro.

O sedentarismo mata cerca de 5 milhões de pessoas por ano e aumenta o risco de doenças crónicas, como o cancro, obesidade e diabetes, escreve o jornal El País.

Segundo David Rojas, investigador do Instituto de Saúde Global de Barcelona, uma das instituições que participou no estudo, os resultados finais do estudo serão publicados até ao final do ano e incluirão dados sobre a pegada ambiental dos transportes.

"O estudo é uma mensagem importante para os políticos e urbanistas que desenham as cidades", cita o referido jornal.

Relação com o doente
A comunicação é uma ferramenta fundamental na relação entre o profissional de saúde e o doente.

De acordo com Carlos Sequeira, professor da Escola Superior de Enfermagem do Porto e coordenador do livro “Comunicação Clínica e Relação de Ajuda”, “é através da comunicação que os profissionais de saúde conhecem os problemas das pessoas e propõem propostas terapêuticas”, sendo por isso  “fundamental a utilização da comunicação com rigor”.

Se por um lado é essencial que conheçam “em profundidade e utilizem estilos e técnicas de comunicação terapêuticas”, por outro, os profissionais de saúde devem ter ainda, na opinião deste especialista, “consciência do impacto que a comunicação pode ter ao nível da saúde e dos cuidados”.

O  livro “Comunicação Clínica e Relação de Ajuda”  surge, neste contexto, como um manual de aprendizagem, para profissionais, que visa melhorar a sua relação com o doente, tendo em vista a otimização de resultados ao longo de todo o processo terapêutico.

“Sempre que há interação humana há comunicação, e este novo livro é útil para garantir que, onde quer que haja interação em contexto clínico, a comunicação que  se estabelece deve ser terapêutica e de ajuda para as pessoas que necessitem”, explica Carlos Sequeira.

A comunicação para além de permitir ou facilitar o diagnóstico, funciona também como uma ferramenta que consegue potenciar o valor terapêutico de qualquer atividade do profissional de saúde. “Saber comunicar, habitualmente, é terapêutico”, revela. “Muitas vezes, situações de sofrimento podem ser aliviadas pela comunicação, através da escuta, do toque, etc”, justifica o professor.

Por outro lado, a comunicação pode influenciar o potencial terapêutico da atividade por via da confiança, da empatia ou da adesão. “Por exemplo, se um doente não confiar num profissional tem maior probabilidade de não seguir as suas orientações, tem maior probabilidade de procurar outra clínica (duplicando os cuidados)”, explica.

Neste contexto, é extremamente importante que o profissional de saúde seja capaz de identificar o seu interlocutor adequando a forma como comunica caso a caso. “É fundamental que o profissional de saúde se centre no outro e não utilize de forma constante o seu estilo de comunicação, independente do doente em interação”, afirma Carlos Sequeira, reforçando a ideia de que, deste modo, conseguirá ser mais empático e mais assertivo, acrescentando, sem qualquer sombra de dúvida, mais valor terapêutico às suas intervenções.

“Cada pessoa é única, com uma história de vida singular e quando adoece continua a ser única e singular. Por isso, um estilo de comunicação pode ser terapêutico para uma pessoa e não o ser para outra”, esclarece.

“Uma pessoa com uma experiência negativa relativa a uma intervenção cirúrgica prévia necessita de estratégias de comunicação diferentes de uma pessoa com uma experiência positiva”, demonstra o especialista.

Ao comunicar com o doente o profissional de saúde deve ter em conta não só a sua situação de saúde/ doença, mas também “o seu contexto, o seu estado de desenvolvimento, o seu estado emocional, o seu temperamento, as suas expetativas, a família, o impacto da situação para o seu futuro, as suas experiências anteriores, etc”. As variáveis são, por isso, muitas. “No entanto, o mais importante a ter em conta é tentar compreender a sua realidade e as suas principais necessidades”, reforça.

Fatores que influenciam a eficiência da comunicação

“O ambiente, a disponibilidade, a linguagem e vocabulário, a clareza e concisão, a oportunidade e relevância, o ritmo, a aparência pessoal, os gestos, a postura e as atitudes corporais, o contato visual, a expressão facial e a respiração”, são, de acordo com Carlos Sequeira, alguns dos fatores que promovem a relação médico/doente.

Tão importante como a comunicação verbal, a comunicação não-verbal tem a capacidade de aproximar os sujeitos.

A linguagem cinésica, por exemplo, “conhecida como a linguagem do corpo” pode ser, tal como explica o especialista,  “determinante para tranquilizar uma pessoa e para a criação de uma relação de confiança”.

“As configurações faciais demonstram estados afetivos, tendo sido descritas como: alegria, raiva, surpresa, desprezo, interesse”, apresentam uma importância fundamental em complemento à comunicação verbal.

No entanto, existem diversas barreiras que podem dificultar este processo de comunicação.

“As dificuldades são várias e dependem muito dos contextos e dos profissionais. Em termos genéricos consistem em dificuldades relacionadas com escassez de tempo/disponibilidade, inexperiência, falta de conhecimentos, dificuldades em gerir as emoções, dificuldades em gerir situações complexas, insuficiente formação, informação demasiado técnica, falta de atenção aos diferentes tipo de de ruídos na comunicação e privilegiar “o computador” em detrimento da pessoa”, refere.

Como consequência, Carlos Sequeira destaca a insatisfação dos utentes com a qualidade dos cuidados como um dos riscos de uma comunicação deficiente.

Por outro lado, podem ainda surgir erros de avaliação e diagnóstico ou dificuldades no processo de adaptação à doença.

 

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Proteção Civil
O combate aos incêndios foi mais calmo esta noite, mas continuam a existir vários fogos que preocupam os bombeiros e cujo...

A noite de hoje foi menos violenta que a de quarta para quinta-feira devido à diminuição da intensidade do vento, disse hoje à agência Lusa Carlos Guerra, adjunto de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

“Em termos de condições meteorológicas foi melhor pois o vento foi mais calmo e permitiu-nos avançar um pouco com as operações de combate, o que não tinha sido possível na noite anterior porque tínhamos estado a fazer defesa das pessoas e habitações”, explicou.

Carlos Guerra adiantou que durante a noite os bombeiros conseguiram avançar sobretudo a norte em Viana do Castelo e em Braga com o domínio de alguns incêndios, mas a situação continua “muito preocupante”.

“Mantêm-se dois incêndios em Viana do Castelo [distrito], um no concelho de Caminha e outro no de Viana do Castelo que ainda não conseguimos dominar. Pensamos que durante o dia de hoje com a possibilidade de colocar meios aéreos pesados possamos evoluir e dominar estes e os outros incêndios”, disse.

Carlos Guerra deu ainda conta de um incêndio que deflagrou perto da 01:00 em Mondim de Basto, no distrito de Vila Real.

“Este fogo no Parque Natural do Alvão tem neste momento um conjunto de situações que nos podem vir a causar alguma preocupação e é também aquele onde vamos ter de agir já às primeiras horas do dia com meios aéreos”, disse.

O adjunto de operações da ANPC destacou também os quatro incêndios que lavram no distrito de Aveiro e que continuam a “preocupar” os bombeiros.

“Em Águeda temos neste momento 340 operacionais que vamos ter de reforçar de imediato às primeiras horas com meios pesados. Ontem não conseguimos usar os meios aéreos: de manhã por causa do vento e à tarde por causa da má visibilidade”, contou.

Também por dominar continua o fogo em Arouca, que segundo Carlos Guerra é o que tem maior perímetro e por isso os meios terão de ser reforçados.

“Quero ainda salientar um fogo em Sever do Vouga que surgiu ontem cerca da meia-noite, mas que evoluiu desfavoravelmente às primeiras horas da noite, o que obrigou a colocação de alguns operacionais no terreno e que também está a preocupar-nos”, disse.

Quanto ao de Anadia, que na quinta-feira levou à evacuação do hotel do Buçaco, o adjunto de operações disse que tem uma frente ativa com uma extensão de vários quilómetros e cujo combate vai ser também reforçado com meios aéreos.

Carlos Guerra adiantou ainda que durante a noite de hoje ainda houve necessidade de retirar pessoas de algumas povoações no distrito de Aveiro, mas a situação foi mais calma, tendo as populações regressado às habitações.

“Não há vítimas a registar, apesar dos nossos receios com a intensidade do vento, cujas rajadas chegaram a atingir 70 quilómetros por hora, tivemos apenas intoxicações e ferimentos ligeiros”, disse.

Carlos Guerra adiantou ainda que a circulação da Linha da Beira Alta, que na quinta-feira tinha sido suspensa no troço entre Santa Comba Dão e Carregal do Sal, devido a um incêndio, já foi restabelecida.

Instituto do Mar e da Atmosfera
Vinte e seis concelhos dos distritos de Faro, Santarém, Coimbra, Guarda, Castelo Branco, Viseu, Porto e Braga apresentam hoje...

Os concelhos de Monchique (Faro), Mação, Sardoal (Santarém), Oleiros, Vila de Rei, Sertã (Castelo Branco), Pampilhosa da Serra, Góis, Oliveira do Hospital, Arganil (Coimbra), Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Miranda do Corvo (Coimbra), Sabugal, Celorico da Beira, Trancoso, Fornos de Algodres e Aguiar da Beira (Guarda) estão hoje em risco ‘Máximo’ de incêndio, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Estão também em risco ‘Máximo' de incêndio os concelhos de Vila Nova de Paiva, Castro Daire, São Pedro do Sul, Castelo de Paiva, Marco de Canaveses, Valongo (Porto), Cabeceiras de Basto e Póvoa do Lanhoso (Braga)

O Instituto colocou também em risco ‘Muito Elevado’ e 'Elevado' de incêndio vários concelhos de todos os distritos (18) de Portugal continental.

O risco de incêndio determinado pelo IPMA engloba cinco níveis, que podem variar entre ‘Reduzido' e 'Máximo'.

O cálculo é feito com base nos valores observados às 13:00 em cada dia, relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

O IPMA prevê para hoje céu pouco nublado ou limpo, vento fraco a moderado do quadrante leste, rodando para o quadrante norte a partir do início da tarde, e sendo moderado a forte nas terras altas até meio da manhã e a partir do final da tarde. Prevê também uma pequena subida de temperatura no interior das regiões norte e centro.

Na Madeira está previsto céu em geral pouco nublado, apresentando períodos de maior nebulosidade nas vertentes norte da ilha, em especial até ao fim da manhã e vento moderado do quadrante norte.

Nos Açores a previsão aponta para períodos de céu muito nublado com boas abertas e vento fraco a bonançoso e possibilidade de aguaceiros fracos durante a madrugada e manhã em São Miguel e Santa Maria.

Quanto às temperaturas, em Lisboa vão oscilar entre 21 e 35 graus Celsius, no Porto entre 20 e 31, em Braga entre 17 e 36, em Viana do Castelo entre 18 e 32, em Vila Real entre 15 e 33, em Viseu entre 17 e 34, na Guarda entre 14 e 30, em Bragança entre 13 e 32, em Coimbra entre 21 e 35, Castelo Branco entre 20 e 36, em Santarém entre 19 e 39, em Évora entre 18 e 38, Beja entre 20 e 38, em Faro entre 23 e 33, no Funchal entre 20 e 26, em Ponta Delgada na Horta entre 20 e 26 e em Santa Cruz das Flores entre 21 e 27.

Agência Portuguesa do Ambiente
A Agência Portuguesa do Ambiente alertou hoje para a possibilidade de Portugal continental e a Madeira serem afetados por uma...

As previsões referem "a ocorrência de intrusão de massa de ar proveniente do Norte de África contendo partículas e poeiras em suspensão que poderão afetar a qualidade do ar hoje”, situação que pode prolongar-se para sexta-feira.

Trata-se de um fenómeno natural que afeta a qualidade do ar ambiente, e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) estima que pode contribuir para um aumento das concentrações de partículas em suspensão (PM10), mais intensas (entre 20 a 40 microgramas por metro cúbico - mgm-3), nas regiões do Algarve, Alentejo, Lisboa e Vale do Tejo e centro, e menos (entre 10 a 20 mgm-3) no norte.

Para o arquipélago da Madeira, "estima-se que este fenómeno possa contribuir para um aumento máximo das concentrações à superfície na ordem de 40 mgm-3", segundo a APA .

Para as partículas PM10, a Organização Mundial de Saúde aponta o limite de 20 microgramas por metro cúbico, e a União Europeia refere uma média anual de 40 microgramas por metro cúbico.

Estas partículas podem entrar no aparelho respiratório e constituem, segundo a OMS, um risco para a saúde ao aumentar a mortalidade nas infeções respiratórias e causar doenças, como cancro do pulmão, ou problemas cardiovasculares.

A APA explica que a "persistência de uma situação sinóptica, anticiclone a sudoeste das Ilhas Britânicas e uma depressão centrada no norte de África que se estende até à Península Ibérica, resultam numa circulação do quadrante leste nos níveis baixos da atmosfera".

Esta circulação favorece o transporte de uma massa de ar formada sobre os desertos do norte de África contribuindo para o aumento de partículas e poeiras em suspensão em Portugal continental e arquipélago da Madeira.

Páginas