Estudo
O excesso de peso diminuiu a esperança média de vida em um ano, número que sobe para 10 anos em caso de obesidade severa.

O estudo refuta conclusões anteriores de que algum excesso de peso não representava um perigo.

São apontadas evidências de que o risco de morrer antes dos 70 anos cresce de “forma constante e acentuada” com o aumento da cintura.

“O estudo demonstra definitivamente que o excesso de peso ou a obesidade estão associados ao risco de morte prematura”, escreve o autor do estudo Emanuele Di Angelantonio, da Universidade de Cambridge.

Aumentam todos os riscos de doença cardíaca, acidente vascular cerebral, doenças respiratórias e cancro, afirmou.

Usando os dados de quase quatro milhões de adultos em quatro continentes, o estudo, divulgado na revista médica The Lancet, descobriu que as pessoas com excesso de peso perdem em média um ano de vida e as pessoas moderadamente obesas três anos.

“Os obesos severos perdem 10 anos de esperança média de vida”, disse Emanuele Di Angelantonio.

O estudo revelou também que o risco de mortalidade é três vezes maior nos homens do que nas mulheres.

Em 2014, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, mais de 1,9 mil milhões de adultos tinham excesso de peso e 600 milhões eram obesos.

Conclui-se também que há um elevado risco de morte prematura em pessoas abaixo do peso normal.

Estudo
Cientistas descobriram que os medicamentos antirretrovirais diminuem significativamente o risco de contágio do Vírus da...

O estudo foi publicado no Jornal da Associação Médica Americana (JAMA) e foi o maior já realizado para examinar o risco em casais serodiferentes (com diagnósticos opostos) que têm relações sexuais desprotegidas, enquanto o infetado toma medicação para travar a replicação do vírus e reequilibrar o sistema imunitário.

A pesquisa envolveu 900 casais de 14 países europeus, entre 2010 e 2014. Dois terços dos casais eram heterossexuais, e os restantes eram compostos por homens.

Depois de um estudo de uma mediana de 1,3 anos, não foram encontrados casos em que a pessoa seropositiva tivesse transmitido o vírus ao parceiro.

No entanto, confirmaram-se 11 casos em que o parceiro que apresentava diagnóstico negativo de Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) no início passou a positivo.

Dez dos 11 estavam em relações homossexuais, mas os pesquisadores afirmaram que oito dos que passaram a estar infetados admitiram ter tido relações desprotegidas com outras pessoas.

De qualquer modo, as novas infeções não puderam ser molecularmente relacionadas com os parceiros originalmente seropositivos, resultando numa taxa de transmissão igual a zero, nos casais estudados.

“Apesar de estes resultados não fornecerem diretamente uma resposta à pergunta se é seguro praticar sexo sem preservativos em casais serodiferentes, este estudo fornece dados informativos (especialmente para heterossexuais) para os casais puderem construir a sua aceitação ao risco”, disse a equipa, orientada por Alison Rodger da University College London.

O JAMA adverte que os casais não devem considerar que o risco de transmissão é sempre nulo e aconselha que o parceiro que com VIH use antiretrovirais durante seis meses, pelo menos, antes de praticar sexo sem preservativo.

Estudo
Um estudo do Instituto de Medicina Molecular sobre a rede de células nervosas residentes no intestino descobriu “um processo...

Este mecanismo foi descoberto no intestino dos ratinhos e funciona sob o controlo do sistema nervoso intestinal, adianta o estudo, explicando que “as células do sistema nervoso recebem sinais do intestino e dão instruções específicas ao sistema imunitário para reparar os danos".

O estudo, publicado na revista científica Nature, revela que “o sistema nervoso funciona como os 'olhos e ouvidos' do sistema imunitário”, adianta o coordenador da investigação, Henrique Veiga-Fernandes.

O Instituto de Medicina Molecular (IMM) refere que “já se sabia que existe uma relação, um diálogo, entre os neurónios do intestino e o sistema imunitário”, lembrando um estudo publicado recentemente por cientistas da Universidade de Rockefeller (EUA), segundo o qual “certos neurónios conseguem induzir certas células imunitárias (os macrófagos) a produzir substâncias protetoras do intestino”.

Mas, segundo Veiga-Fernandes, há um facto “completamente novo" na investigação que conduziu: "Não só desvendámos o fenómeno em si, mas também descrevemos os mecanismos moleculares que estão em jogo".

"Identificámos uma 'troica' multicelular [linfócitos inatos, células da glia, células do epitélio intestinal], orquestrada por fatores neurotróficos, que protege o intestino" e “constatámos que a alteração deste eixo celular e molecular conduz à doença inflamatória intestinal e à incapacidade de eliminar as infeções", sublinha.

Uma aplicação futura dos resultados do estudo poderá ser o desenvolvimento de novas estratégias preventivas e terapêuticas contra a inflamação intestinal crónica, como a doença de Crohn ou colite ulcerosa, e contra o cancro intestinal.

“Atualmente, tenta-se controlar a inflamação crónica do intestino com medicamentos supressores da imunidade, mas a ativação das células da glia poderá permitir reparar mais eficazmente o tecido intestinal”, segundo Veiga-Fernandes.

Os cientistas estão agora a explorar formas de ativar diretamente os linfócitos inatos, sem passar pela glia: "Queremos conseguir fazer o trabalho das células gliais", revela o investigador.

Nos próximos dias
A Direção-Geral da Saúde emitiu um alerta, à população em geral e em particular às pessoas mais vulneráveis, para que adotem...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, prevê-se um aumento significativo das temperaturas a partir de quinta-feira, dia 14 de julho, até dia 20 de julho, pelo menos.

A temperatura máxima vai registar valores superiores a 30ºC, em praticamente todo o território, podendo atingir valores de 38º a 42ºC, em especial nas regiões do interior.

Neste contexto, a Direção-Geral da Saúde (DGS) “recomenda a adoção de medidas gerais de prevenção destinadas à população em geral e medidas específicas para pessoas mais vulneráveis aos efeitos do calor”, nomeadamente bebés e crianças pequenas, idosos, doentes crónicos, praticantes de desporto e pessoas isoladas e em carência económica e social.

Assim, para “se proteger dos efeitos negativos do calor intenso” a DGS recomenda que as pessoas se mantenham hidratadas, protegidas do calor e com a casa fresca.

Para quem tem problemas de saúde, a DGS aconselha a estar especialmente atento e protegido.

Segundo a página da DGS é igualmente importante estar em contacto e atento aos outros, bem como manter-se informado.

Primeiro na Península Ibérica
O primeiro procedimento cirúrgico não invasivo realizado na Península Ibérica para doentes com insuficiência severa da válvula...

Em declarações a propósito deste método pioneiro no tratamento de doentes com insuficiência cardíaca, o diretor do serviço de cardiologia do hospital, Vasco Gama, disse que esta patologia é frequente, principalmente em doentes operados à válvula mitral, cuja parte direita do coração se vai dilatando com o tempo, fazendo com que aumente também o anel da válvula tricúspide.

Esta válvula separa duas cavidades do coração - aurícula direita e o ventrículo direito - e é composta por um anel de sustentação, que fixa três componentes (ou cúspides).

Através do método agora adotado, ainda em fase experimental e que demora em média entre duas e três horas, é possível diminuir o grau de dilatação da válvula tricúspide, melhorando clinicamente os sintomas associados à patologia e diminuindo a necessidade de os doentes se dirigirem ao hospital.

Neste procedimento não invasivo "são feitas duas incisões na veia jugular do paciente, por onde entram dois implantes pequenos que, através de um dispositivo controlado, são colocados na válvula do paciente", explicou Vítor Veloso, especialista clínico da empresa americana responsável pelo desenvolvimento do dispositivo utilizado nesta técnica.

"Depois de implantados, esses dois pontos são aproximados, reduzindo dessa forma o tamanho da válvula", disse.

De acordo com Vasco Gama, os pacientes submetidos até à data à técnica iniciada nos Estados Unidos têm tido bons resultados, podendo voltar a ter uma vida "praticamente normal".

Entre os sintomas mais comuns de quem enfrenta esta patologia encontram-se a falta de ar, o inchaço nas pernas, a dificuldade na marcha e o fígado dilatado, "uma situação muito incapacitante e que não tende a piorar com o tempo", indicou o médico.

Maria da Conceição Gomes, de 77 anos, foi uma das duas pacientes submetidas a este método no Centro Hospitalar de Gaia.

"Sentia muito cansaço e uma grande dificuldade em respirar", disse a paciente, que já tinha sido submetidas duas vezes a cirurgias à válvula mitral.

Segundo o especialista Vítor Veloso, até ao momento tinham sido realizadas 31 intervenções com esta técnica, 15 delas nos Estados Unidos e as restantes em alguns países europeus, com uma permissão concedida pela FDA - órgão dos Estados Unidos que tem a função de controlar os alimentos e medicamentos, através de testes e pesquisas.

Além de estrear na Península Ibérica no procedimento cirúrgico não invasivo para doentes com insuficiência severa da válvula tricúspide, o serviço de cardiologia de Gaia foi também pioneiro na Península tratar a estenose aórtica (doença estrutural cardíaca) por via percutânea, em 2007. Este é o tratamento preferencial desde então em doentes inoperáveis que sofrem da patologia, contou Vasco Gama.

Estudo
Uma variante de um gene presente nas pessoas com cabelo avermelhado, pele muito clara e sardas pode aumentar o risco de...

O risco, surpreendentemente, também é maior para as pessoas que possuem tal assinatura genética mas não apresentam as características físicas próprias dos ruivos, afirmou a equipa internacional de cientistas.

Os resultados estão baseados numa análise genética de tumores de cancro da pele de mais de 400 pessoas, escreve o Diário Digital.

Esta análise revelou que os tumores de pessoas com uma variante do MC1R (gene responsável por dar cor à pele e aos cabelos), que está relacionada com os ruivos, tinham 42% mais mutações - o equivalente a 21 anos de exposição adicional ao sol nas pessoas que não possuem essa variante.

Embora a maioria das mutações genéticas sejam inócuas, quanto mais estas ocorrem, mais provável é que uma célula humana normal se transforme numa célula cancerígena.

Os resultados sugerem que as pessoas com uma variante do gene MC1R são mais suscetíveis a sofrerem processos mutagénicos - resultantes, por exemplo, de agentes como a exposição aos raios UV, que podem provocar cancro da pele, conhecido como melanoma.

“Este trabalho é importante porque as conclusões aplicam-se a uma alta proporção da população, as pessoas que carregam pelo menos uma cópia com uma variante genética no MC1R”, disse o co-autor do estudo, David Adams, do Instituto Wellcome Trust Sanger, no Reino Unido.

Em alguns países, como Inglaterra e Irlanda, essa proporção pode chegar a um terço da população - embora apenas cerca de 2% das pessoas tenham o fenótipo dos ruivos.

Muitas das pessoas que estão em risco nem sabem que carregam a variante, disseram os pesquisadores.

Os ruivos recebem uma cópia da variante genética de cada um dos seus pais. Mas as pessoas que recebem uma só cópia, do pai ou da mãe, provavelmente não têm o cabelo vermelho - e podem permanecer alheias à sua composição genética particular.

Já se sabe há muito tempo que os ruivos queimam-se mais rapidamente debaixo do sol e que são mais suscetíveis aos efeitos mutagénicos da radiação UV - portanto, têm maior risco de cancro da pele.

Mas o novo estudo sugere que há outras maneiras “possivelmente independentes dos raios UV” de que variantes do MC1R podem aumentar o risco de melanoma, disse Adams.

A pesquisa também revelou, pela primeira vez, o risco para as pessoas que não são ruivas mas que possuem a variante.

“Essas pessoas devem ter cuidado extra debaixo do sol, visto que podem ser altamente suscetíveis à radiação UV e outros agentes mutagénicos, algo que muitas pessoas que possuem variantes do MC1R não percebem”, disse Adams.

Pessoas com familiares ruivos têm uma maior probabilidade de possuir uma variante do MC1R, e devem tomar cuidado extra, disse a equipa.

Não ficou claro se as mutações significam que o melanoma em pessoas ruivas é mais ou menos grave.

Estudo
O consumo de suplementos vitamínicos durante a gravidez é um desperdício de dinheiro porque a maioria das futuras mães não...

O estudo alega que uma análise dos produtos e dados disponíveis mostrou que estes não melhoram a saúde de gestantes e fetos, mas que mulheres grávidas deveriam manter o consumo de ácido fólico e vitamina D, além de manter uma dieta saudável, escreve o Diário Digital.

Segundo os especialistas envolvidos, o consumo de 400 mg de ácido fólico por dia pode comprovadamente proteger o feto contra anomalias no cérebro e na coluna vertebral, ao passo que uma dose diária de 10 mg de vitamina D é recomendada para que mãe e bebé tenham ossos saudáveis.

No estudo, os pesquisadores dizem que as grávidas podem se sentir coagidas a comprar suplementos multivitamínicos caros, mas que elas precisam de resistir ao marketing das empresas.

“Os únicos suplementos recomendados para todas as mulheres durante a gravidez são o ácido fólico e a vitamina D, disponíveis a custos relativamente baixos”, diz o estudo.

Janet Fyle, do Royal College of Midwives, instituição que forma enfermeiras-parteiras, acrescentou ainda que as mulheres não precisam de “comer por dois”.

"Encorajamos as gestantes a ter uma dieta saudável e variada, incluindo frutas e legumes e frescos, além do suplemento de ácido fólico. Comer por dois é um mito. É necessária apenas uma quantidade equilibrada de comida."

A Health Food Manufacturers' Association, entidade que representa a indústria dos suplementos alimentares no Reino Unido, contestou a pesquisa e insiste que uma proporção significativa de mulheres em idade fértil não está a obter nutrientes suficientes apenas com o que consomem no dia-a-dia.

Estudo
O consumo de adoçantes artificiais como substitutos do açúcar provocam o aumento do apetite, mostra um estudo publicado pela...

O Centro Charles Perkins da Universidade de Sydney e o Instituto Garvan de Pesquisa Médica concluíram que a substância gera um efeito na parte do cérebro que estimula o apetite e altera as perceções de sabor.

Apesar de ter menos calorias, escreve o Diário Digital, os adoçantes causaram o aumento de peso nos animais testados na pesquisa. “Depois da exposição crônica a uma dieta com adoçante à base de sucralose, vimos que os animais começaram a comer mais”, afirmou o professor Greg Neely, da Universidade de Sydney.

“Descobrimos que dentro do cérebro, a sensação de doce é similar ao do conteúdo energético. Quando se perde o equilíbrio entre o doce e a energia durante um certo período de tempo, o cérebro calibra novamente e aumenta o total de calorias consumidas”, explicou.

A primeira parte do estudo foi feita com moscas que pousam em frutas. Após serem expostas por cinco dias a adoçantes artificiais, estas aumentaram o consumo de calorias em 30% em relação à dieta anterior, à base de frutas com açúcar natural.

A segunda parte da análise foi realizada com ratos que, depois de sete dias a consumir adoçantes artificiais, passaram a comer uma quantidade maior de comida e tiveram alterações neuronais. “O consumo crónico de adoçante artificial aumenta a intensidade do doce em relação ao açúcar real e consequentemente incentiva o animal a comer mais”, diz Neely.

Diariamente, milhões de pessoas consomem adoçantes artificiais em todo o mundo. Esse é o primeiro estudo que identifica por que os adoçantes artificiais podem estimular o apetite. Outros efeitos secundários são a hiperatividade, insónia e redução da qualidade do sono.

Em Lisboa
O Hospital Pulido Valente, em Lisboa, vai ser requalificado e transformado no segundo parque de saúde da capital portuguesa,...

“O que nós decidimos, com o apoio do Governo, foi a requalificação do Hospital Pulido Valente, transformando-o no segundo parque de saúde da cidade” (o primeiro foi criado em Alvalade, no antigo Hospital Júlio de Matos), disse o responsável.

No parque ficarão instalados, por exemplo, a Central de Esterilização Partilhada e o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (serviços do Ministério da Saúde).

Segundo Carlos das Neves Martins, a requalificação “visa dar fruição exclusivamente pública a 100% das áreas que lá estão construídas com dinheiro público e terminar as obras que há cinco anos estão paradas”.

O responsável falava aos jornalistas na sequência de declarações da Plataforma Lisboa em Defesa do Serviço Nacional de Saúde, que está preocupada com o futuro daquele hospital.

Segundo a plataforma, já foram retiradas camas e serviços ao Pulido Valente e o Governo prepara-se agora para entregar os cuidados paliativos e continuados à Santa Casa da Misericórdia.

O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, que agrega o Pulido Valente e o Hospital de Santa Maria, assegurou que o parque da saúde vai “manter-se exclusivamente na esfera do património público”.

Além disso, o Ministério da Saúde “não vai investir nas obras de requalificação e no terminus de alguns espaços que ficaram parados” porque quem vai fazer o investimento são os parceiros com quem vão trabalhar.

"Na área dos cuidados paliativos e continuados, vai ser a Santa Casa da Misericórdia que vai pagar uma renda para utilização do espaço”, exemplificou.

Quanto ao número de camas, o responsável frisou que vão ser aumentadas e que o futuro parque de saúde “passará a ter 274 camas: 15 para cuidados paliativos, 60 para cuidados continuados, 120 para cuidados intermédios e 79 para cuidados agudos”.

Será ainda entregue uma área que está atualmente desocupada para ser instalada a Unidade de Saúde Familiar (USF) do Lumiar, cujas condições “não são as melhores”.

Uma hora antes de Carlos das Neves Martins falar aos jornalistas, a Plataforma Lisboa em Defesa do Serviço Nacional de Saúde deu uma conferência de imprensa à porta do Pulido Valente, onde defendeu que a opção de ceder espaço para uma USF e de entregar os cuidados paliativos e continuados à Santa Casa faz parte de uma “estratégia de desmantelamento” daquele hospital.

Afirmando que não está em causa a forma como a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa presta aqueles serviços, o porta-voz da Plataforma, Sebastião Santana, centrou a questão “na forma como o processo está a ser feito” e no “dinheiro que se vai gastar no final quando se podia estar a investir em mais camas na esfera pública”.

“A Santa Casa seguramente não vai fazer isto de forma gratuita”, acrescentou.

Instituto de Saúde Pública do Porto
As regiões autónomas registam mais mortes no trabalho do que o continente, cinco por cada 100 mil trabalhadores, indica um...

Raquel Lucas, coordenadora da investigação, disse que esse número é bastante elevado quando comparado, por exemplo, com a Área Metropolitana de Lisboa, onde o número de acidentes mortais é de 1,4 por cada 100 mil trabalhadores.

Em termos nacionais, nas empresas de maior dimensão (mais de 250 trabalhadores) há 1,5 acidentes mortais por cada 100 mil trabalhadores, ao passo que nas microempresas (um a dez trabalhadores), o número é de 7,3, devendo-se isso à "menor cobertura de serviços de segurança no trabalho", embora constituam "95% do nosso tecido produtivo".

Estes resultados foram obtidos através projeto "Trabalho e Saúde em Portugal", concluído em junho de 2016, cujo objetivo era retratar o contexto sociolaboral português na sua relação com a saúde, com especial atenção às condições de trabalho e aos principais problemas de saúde que delas resultam.

Dos 184 mil lesões registadas em acidentes laborais por todo o território português em 2013, 68% foram em homens e 32% nas mulheres, "o que se relaciona com o facto de os homens terem profissões com mais exposição ao risco de acidente", referiu a investigadora.

Quanto à taxa de incidência de acidentes ocorridos, a região norte regista 52 lesões por cada mil trabalhadores enquanto no Algarve e nas regiões autónomas essa relação é de 35 por cada mil. Contudo, o número de vítimas mortais dos acidentes de trabalho nas ilhas acaba por superar os do restante território, com cinco casos por cada 100 mil trabalhadores.

De acordo com a investigadora, a frequência de exposição a fatores de risco de natureza ergonómica (que podem prejudicar os trabalhadores a nível físico ou psicológico através de doenças ou desconforto) reportada é elevada em Portugal quando comparados com os da restante Zona Euro.

"Esta exposição justifica que a grande maioria das doenças profissionais certificadas seja musculoesquelética", refere.

Quando comparados com trabalhadores das mesmas categorias profissionais de outros países da Zona Euro, os portugueses reportam menos controlo sobre o seu trabalho apesar de a exigência ser equivalente, sendo este outro dos resultados obtidos no estudo.

Segundo Raquel Lucas, este relatório é um "retrato multidimensional" da saúde ocupacional em Portugal (sobre a qual pouco se sabe) que reúne informação quantitativa e mostra as disparidades sistemáticas na saúde dos trabalhadores.

A informação agora divulgada pode ser usada como "linha de base para medir o resultado de políticas destinadas a promover a saúde dos trabalhadores", acrescentou.

No projeto participaram seis investigadores, cinco dos quais do Instituto de Saúde Pública do Porto (ISPUP), contando com a colaboração da Universidade Pompeu Fabra, de Barcelona.

Este trabalho vai ser apresentado na quinta-feira durante as comemorações dos dez anos do ISPUP, iniciadas na segunda-feira, tendo como "ponto alto" a Festa da Sopa, servida à população na praça Gomes Teixeira, no Porto, no mesmo dia.

Neste evento, vários restaurantes da cidade vão dar a provar as suas sopas, como forma de alertar a população para a importância de uma alimentação equilibrada na promoção da saúde.

O programa das comemorações conta ainda com um debate sobre "Política e História da Peste no Porto", uma exposição e uma visita guiada.

No ISPUP colaboram mais de uma centena de investigadores, entre médicos, nutricionistas, bioquímicos e estatísticos.

Toxicodependentes
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, disse que ainda não existe local nem data definida para a...

Fernando Medina respondia a uma questão apresentada pelo Bloco de Esquerda (BE) na sessão de perguntas à Câmara que decorreu na Assembleia Municipal, tendo afirmado que o município "ainda não tomou uma decisão nem do local nem da data relativamente à criação" deste espaço.

Na sua intervenção, o BE lembrou que em fevereiro os deputados municipais aprovaram uma recomendação do grupo municipal bloquista para que a Câmara avançasse com a abertura de salas de consumo assistido "no mais curto espaço de tempo".

Na altura, a recomendação mereceu o voto contra de um deputado do PSD, a abstenção de cinco deputados sociais-democratas, do CDS-PP e do MPT e os votos favoráveis de PS, Cidadãos Por Lisboa (eleitos nas listas socialistas), PCP, BE, PEV, PAN, Parque das Nações Por Nós (PNPN) e a restante bancada do PSD.

O BE lembrou também que a localização da sala já foi apontada para as zonas da Mouraria e da Alta de Lisboa.

No final da reunião da Assembleia Municipal de Lisboa (AML), o vereador dos Direitos Sociais corroborou aos jornalistas que o município está "a estudar as hipóteses".

"Não temos calendário", vincou João Afonso, acrescentando que "antes do final do mandato vai haver uma decisão" quanto a esta matéria.

O autarca ressalvou que "a lógica nunca passará por a sala de consumo assistido ser uma única resposta", uma vez que a Câmara tem já vários programas de apoio em curso.

Quanto aos sítios apontados para a localização desta unidade, o vereador advogou que um diagnóstico à cidade identificou a Mouraria e a Alta de Lisboa como locais onde a problemática da toxicodependência está mais instalada, mas o que "não quer dizer que a sala se localize" num destes locais.

O Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) elaborou um plano integrado de possibilidades de intervenção para as duas localizações, sendo que o da Mouraria esta concluído, mas a Câmara Municipal aguarda ainda as conclusões referentes à Alta de Lisboa.

Depois de conhecidas as conclusões, continuou João Afonso, começará a fase da consulta local, junto das populações e instituições.

"Se tivermos condições sociológicas temos de ver se faz sentido, e só depois escolher o local", advogou o autarca.

Aos jornalistas, João Afonso manifestou também interesse em recolher informações junto de cidades estrangeiras que já têm ou estão em processo de instalar uma sala de consumo assistido.

Durante a sessão de perguntas ao executivo de maioria socialista, o PCP insistiu na questão da circulação de quatro carruagens na linha verde do Metropolitano de Lisboa, dado que atualmente só circulam três devido às estações do Areeiro e Arroios estarem inacabadas.

Em resposta, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, afirmou que questionou a empresa e que "a resposta é simples", dado que "com a extensão da linha azul para a Reboleira tiveram de aumentar o material circulante" ali, em detrimento do da linha verde.

Entretanto, segundo vereador, "ainda não foi adquirido mais material circulante".

Estudo
Um estudo publicado na revista médica JAMA indica que terapia antirretroviral baixa consideravelmente o risco de transmissão do...

Este estudo foi o maior a examinar a questão do risco de transmissão do VIH em casais sorodiscordantes, que tenham relações sexuais desprotegidas, quando o parceiro infetado está a suprimir a carga viral do VIH, com medicação.

A investigação envolveu 900 casais, sendo que a dois terços da amostra correspondem casais homossexuais.

Depois de cerca de um ano e meio o estudo não produziu nenhum caso em que a pessoa infetada com VIH, a tomar medicação para controlar o vírus, tenha infetado o parceiro.

No entanto, o estudo revelou 11 casos em que a pessoa que não estava infetada, ao iniciar o estudo, acabou por contrair o vírus que causa a SIDA.

Os investigadores afirmaram que oito dos participantes, que terminaram o estudo infetados com VIH, admitiram que tiveram relações sexuais desprotegidas fora da relação.

Em nenhum dos casos a infeção, da pessoa recentemente infetada, foi molecularmente compatível com a do parceiro, ou seja, a taxa de transmissão entre os membros dos casais participantes foi zero.

“Ainda que estes resultados não possam dar uma resposta para a questão de partida, este estudo fornece dados informativos nos quais os casais podem basear a sua aceitação do risco”, explicitou o estudo, conduzido por Alison Rodgar da Universidade de Londres.

O editorial da revista JAMA, escrito por Eric Daar e Katya Corado do Harbor-UCLA Medical Center, acautelou que os casais não devem assumir que o estudo reivindica que o risco de transmissão é zero.

“Para os indivíduos que querem ter relações sexuais desprotegidas, rotineiras ou periódicas, os médicos indicam que o risco de transmissão de VIH é pequeno, assumindo que o parceiro infetado esteja em contínuo tratamento de supressão viral”, afirmaram.

A pessoa infetada com o vírus necessita cumprir a terapia antirretroviral durante pelo menos seis meses antes de o casal ter relações sexuais desprotegidas.

Daar e Corado acrescentaram ainda que é necessário “conduzir mais investigações, com amostras maiores e um período de acompanhamento maior”.

Este estudo foi realizado entre 2010 e 2014 em cerca de 75 clínicas espalhadas em países europeus.

Câmara de Lisboa
A Câmara Municipal de Lisboa fez um balanço da retirada de amianto das coberturas em edifícios da cidade, apontando que, das 42...

Durante a sessão de perguntas à Câmara, que decorreu na sessão de hoje da Assembleia Muncipal de Lisboa (AML), o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, afirmou que "em outubro de 2014 foi feito um levantamento exaustivo de todos os edifícios com coberturas de amianto", no qual foram "identificadas 42 localizações".

Dados oficiais divulgados pelo município apontam que dos 42 edifícios, "12 são de serviços municipais", sendo que desses, dois têm as obras concluídas e cinco estão em concurso.

Quanto aos cinco equipamentos do Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB), estão em fase de projeto, enquanto a obra do único edifício da Polícia Municipal que foi sinalizado para intervenção está em concurso.

Das 14 escolas com esta problemática, "estão duas concluídas, duas estão em obra", e outras duas estão "em preparação". O início das intervenções em outros seis estabelecimentos escolares é apontado para breve.

No final da sessão plenária, o autarca afirmou aos jornalistas que "algumas obras [nos estabelecimentos escolares] são para iniciar em setembro ou outubro".

Quanto aos equipamentos desportivos, dos quatro identificados, "um está concluído e um está em concurso", enquanto outros dois estão em fase de preparação, segundo a informação disponibilizada pelo município.

Já em relação aos seis cemitérios da cidade onde foi encontrado amianto, "cinco estão em fase de projeto e um está em concurso".

A questão foi levantada pelo deputado do PCP e presidente da Junta de Freguesia de Carnide, Fábio Sousa, que defendeu que "a Câmara não pode ter chutado este problema para as freguesia e depois não a ajudar naquilo que é a resolução".

Em resposta, o vereador Manuel Salgado (do executivo de maioria socialista) apontou que os edifícios passados às juntas "serão também intervencionados pela Câmara", acrescentando que "não fazia sentido isso ser um encargo das juntas de freguesia".

Salgado afirmou também que quando foi feito o levantamento foi estimado o "grau de urgência das situações", ficando definido que seriam intervencionados primeiro os locais onde se verificassem os critérios de prioridade, nomeadamente "o estado de conservação dos materiais, se afetam crianças, doentes ou idosos e o nível de contactos das pessoas com o amianto".

Durante a sessão, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa informou que o município está "em fase final de consultas com o Ministério da Administração Interna para afinar os últimos detalhes" do decreto-lei que permitirá a passagem dos mais de 250 efetivos da Polícia de Segurança Pública (PSP) para a Polícia Municipal, destinados ao policiamento de trânsito na cidade, medida anunciada pela autarquia no final de junho.

Fernando Medina anunciou também que o "acordo estabelecido entre a Câmara e a Direção Nacional da PSP vai definir o protocolo de atuação" de cada uma das forças de segurança.

A título exemplificativo, o autarca disse que a regulação do trânsito será competência da Polícia Municipal, mas a gestão de acidentes mantém-se com a PSP.

 

Quanto à escolha dos operacionais, cujos concursos "foram abertos e estão a correr", o líder do executivo explicou que alguns serão destacados da divisão de trânsito da PSP e outros do "corpo global da PSP".

Ordem dos Médicos
O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, sublinhou em Coimbra que a falta de tempo que os médicos têm para dedicar...

"É preciso que o doente se sinta respeitado pelo médico, que este o esteja a ouvir e não a olhar para o relógio", sublinhou José Manuel Silva, que falava em Coimbra, na conferência "A relação médico-doente, Património da Humanidade".

Para o bastonário, o tempo é fundamental para que se crie uma relação empática entre médico e doente, alertando que, sem empatia, o utente "não segue os conselhos".

Com o tempo a ser o eixo da relação médico-doente, seria necessário estimular "os médicos a passarem mais tempo com os doentes", promovendo também estas relações empáticas nas próprias "escolas médicas", enfatizou.

A disponibilidade assume um papel crucial nesta relação, ameaçada pela "McDonaldização da medicina", sendo que os médicos estão transformados em "vendedores de [produtos] de McDonald's", que "têm de responder rapidamente e produtivamente à necessidade dos consumidores", referiu.

"Temos de combater essa despersonalização", defendeu, considerando que a perspetiva "mercantil interpõe-se na relação médico doente".

De acordo com o bastonário, o financiamento do Serviço Nacional de Saúde, de momento, "é insuficiente", sendo necessário não "perder a perspetiva pública da saúde" e "colocar o doente no centro do sistema".

"Só conseguimos bons resultados com tempo e a sociedade não está a dar tempo, porque o tempo tem custos".

Face a esta situação, há uma sensação de impotência nos médicos, com a falta de tempo a revelar-se como "um dos fatores de desgaste e exaustão", disse, salientando que, não havendo profissionais de saúde saudáveis, a sociedade também não o será.

A conferência, que terminou já perto das 20:00 realizou-se no âmbito do encerramento das comemorações dos 25 anos de ensino de Medicina Geral e Familiar na Universidade de Coimbra, contando com a presença do coordenador dessa unidade curricular, Hernâni Caniço.

A 02 de junho, foi anunciado em Coimbra que organizações de médicos de vários países, entre os quais a Ordem portuguesa, estão a preparar um projeto de candidatura à classificação, pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), da relação médico/doente como bem imaterial da Humanidade.

OMS
A Organização Mundial de Saúde, que apresentou um conjunto de medidas para acabar com a violência infantil pelo mundo, declarou...

Na apresentação de uma aliança de governos e entidades sociais para lutar contra estes atos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou sete medidas para tentar reduzir, ou prevenir, os ataques contra as crianças.

Este conjunto de medidas passa por aplicar e reforçar leis de modo a limitar o acesso às armas, criminalizar os castigos violentos, por parte dos pais, e mudar a perceção sobre os comportamentos desse género.

Além disso, a organização propõe criar “ambientes seguros” e oferecer formação aos pais e mães sobre os seus deveres, melhorar a segurança económica das famílias, garantir o acesso ao sistema sanitário, ao bem-estar social e aumentar os serviços de ajuda e reinserção social dos delinquentes juvenis.

Entre os dados recolhidos pela OMS, o homicídio destaca-se como a quinta causa de morte mais comum entre os adolescentes.

Enquanto um em cada quatro rapazes sofre algum tipo de abuso físico, uma em cada cinco raparigas sofre abusos sexuais, pelo menos uma vez na vida.

“O conhecimento sobre o alcance e os danos da violência infantil está a crescer juntamente com as estratégias para prevenção”, afirmou em comunicado Etienne Krug, diretor do departamento de gestão de doenças não contagiosas da OMS.

 

Segundo Krug, estas medidas vão ajudar a criar ambientes “seguros, estáveis e favoráveis” para proteger as crianças e os adolescentes.

Ministro defende
O ministro da Saúde defendeu, na Chamusca, a “regulação ativa do mercado” em áreas como a Saúde, nas quais considera ser “um...

Adalberto Campos Fernandes inaugurou, no Eco Parque do Relvão, situado na freguesia da Carregueira, no concelho da Chamusca (distrito de Santarém), o Centro Integrado de Valorização e Tratamento de Resíduos Hospitalares e Industriais (CIVTRHI), projeto do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), que se arrastou nos últimos oito anos, acabando por ser inaugurado depois de uma outra unidade privada.

“Não sou dos que acredita que o mercado resolve os problemas das pessoas. O mercado à solta é perigosíssimo e, em matérias em que a dependência do financiamento público é tão grande como na área da saúde, pensar que o mercado resolve os problemas, é de facto um ato de pura ingenuidade”, declarou.

Para o ministro, a presença do SUCH, que serve predominantemente as unidades de saúde dos setores público e social, é “essencial para que esta regulação ativa do próprio mercado, pela qualidade e pelo preço, se possa afirmar”.

Adalberto Campos Fernandes considerou que o CIVTRHI, unidade “moderna, de dimensão europeia”, traz “ganhos de qualidade, de eficiência, de segurança” e é “ambientalmente mais adequada”, e realçou a capacidade do SUCH de “estabelecer parcerias com outros agentes” e de possuir uma estrutura que tem “um papel importantíssimo na regulação do mercado”.

A unidade inaugurada, um investimento de 12 milhões de euros que contou com financiamento comunitário de 4,8 milhões de euros, permite o tratamento de resíduos perigosos de hospitais e da indústria farmacêutica, deslocalizando a Central de Incineração de Resíduos Hospitalares, situada no Parque da Saúde de Lisboa (com licença de exploração válida até 2017).

O presidente do Conselho de Administração do SUCH, Paulo Sousa, não poupou críticas pelas “décadas de calvário” vividas até à concretização de um projeto que inicialmente foi “desenhado” para acolher todos os resíduos do país, como fazia prever o facto de ser o único incluído no Plano Estratégico de Resíduos Hospitalares (PERH) para o período de 2011-2016.

Em declarações, Paulo Sousa afirmou não ser aceitável que o Ministério do Ambiente “não tenha cumprido uma lei que aprovou”, considerando que a aprovação do projeto da Ambimed, inaugurado em setembro último, também no Eco Parque do Relvão, “em tempo recorde, não é limpa nem justa”.

Na altura da inauguração da unidade da Ambimed, José Manuel Palma disse não ser aceitável que, havendo mercado livre desde 1998, o PERH tenha adstrito o único projeto aí previsto ao SUCH (que, para esta área, constituiu a Somos Ambiente ACE), sem a realização de qualquer concurso.

O responsável da Ambimed afirmou que a empresa decidiu avançar com a sua própria incineradora para responder às necessidades dos seus clientes (mais de 12.000 operadores privados), e evitar a exportação de mais de mil toneladas/ano, que vinha fazendo para Espanha e Holanda, de resíduos do Grupo IV (peças anatómicas, cadáveres de animais de experiências laboratoriais, agulhas, cateteres, entre outros).

Sobre as dificuldades referidas por Paulo Sousa, o ministro da Saúde usou a imagem da seleção portuguesa, que, apesar de “maltratada”, “injustiçada” e “mal apreciada”, conseguiu, “com muita resistência e muita capacidade de trabalho”, saborear, ao fim de muito tempo, o sucesso.

“O que mais me preocupa é saber quais são os projetos do SUCH para um futuro que espero que seja de grande dinâmica, orientado para a sustentabilidade, para o desenvolvimento e para a ajuda que o Serviço Nacional de Saúde precisa”, declarou.

A unidade inaugurada possui as valências de incineração - para os resíduos do Grupo IV e outros de incineração obrigatória - e de tratamento por autoclavagem para os resíduos do Grupo III (de risco biológico) e por micro-ondas (esta já em operação), prevendo iniciar em breve a triagem de medicamentos.

Bastonária dos Farmacêuticos
A nova farmácia do ambulatório do Hospital de Santa Maria é a prova viva de um serviço que foi criado com a preocupação de...

Ana Paula Martins falava no final de uma visita às novas instalações para dispensa de medicamentos aos doentes em ambulatório, inserida no âmbito dos roteiros farmacêuticos, que está a promover, desde que tomou posse como bastonária.

“Estamos num espaço inovador, naquele que continua a ser um centro hospitalar [Lisboa Norte] que nos garante o mais importante do Serviço Nacional de Saúde [SNS]. Esta é a prova de um espaço requalificado para servir os doentes”, afirmou.

A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos destacou que o Hospital de Santa Maria tem serviços farmacêuticos “de referência”, bem como “serviços e experiências únicos e inovadores”.

Questionada sobre se via maior envolvimento dos farmacêuticos no sistema de saúde, designadamente nas equipas hospitalares, Ana Paula Martins afirmou que os farmacêuticos hospitalares já colaboram com outros profissionais há muito tempo.

“Temos de ser parte da solução, temos que ser colaborantes, sem atitudes corporativas, porque o espaço é do cidadão e neste espaço sente-se que o cidadão está no centro”, frisou.

Durante a sua tomada de posse com bastonária, Ana Paula Martins afirmou que o grande desafio da ordem era colocar o doente no centro das atenções e promover a cooperação em vez da competição entre profissionais de saúde, assim como apostar numa maior garantia da segurança dos medicamentos e maior envolvimento dos farmacêuticos no sistema de saúde.

As novas instalações para dispensa de medicamentos em ambulatório foram criadas no espaço onde anteriormente funcionou uma farmácia comunitária, encerrada há três anos no âmbito de uma investigação a fraudes no Serviço Nacional de Saúde.

A farmácia funcionou desde 2009 sem que alguma vez os proprietários tenham cumprido o estabelecido no contrato, o que representou um prejuízo ao erário público de 7,5 milhões de euros, estando ainda o caso em tribunal, lembrou o presidente do conselho de administração de Santa Maria, Carlos Martins, também no final da visita.

“Terminámos com um espaço exíguo e criámos este novo espaço exterior, em que os cidadãos não precisam de entrar no hospital para levantar os seus medicamentos, sendo aqui atendidos por profissionais de qualidade excelente”, afirmou.

Carlos Martins referiu que, na farmácia do ambulatório, são atendidos diariamente entre 400 e 450 cidadãos.

“Cumprimos a nossa missão, em termos de património público e de humanização dos serviços”, considerou.

Para Ana Paula Martins, este exemplo foi mais um sinal que confirmou as dúvidas que a Ordem sempre teve de que uma farmácia comercial resulte em espaço hospitalar.

“Se as farmácias comunitárias vivem grandes dificuldades, obviamente antecipámos que estas não teriam viabilidade”, acrescentou.

Medicamentos não sujeitos a receita médica
Constituída em 2000, a Ciclum Farma é um laboratório farmacêutico que produz, distribui e comercializa medicamentos genéricos e...

Com o objetivo de dar a conhecer a oferta de produtos de saúde da marca, foi criada uma loja online onde se pode adquirir um vasto leque de produtos de venda livre.

Divididos em cinco categorias – Dermo-Cosmética, Peles Tatuadas, Proteção Solar, Puericultura e Sumplementos Alimentares – todos os produtos da Ciclum Farma apresentam um preço de venda recomendado com o objetivo de garantir, deste modo, a estabilização do valor do produto em todo o território nacional.

Assegurando aos seus utilizadores privacidade e segurança nos dados facultados para os vários serviços disponibilizados, a loja da Ciclum Farma pretende ser uma referência para todos os consumidores.

Para aquirir um produto não sujeito a receita médica deste laboratório basta aceder ao sítio http://loja.ciclumfarma.pt/ e fazer o registo na página.

A Ciclum Farma garante que a recolha de dados de identificação do utilizador, efetuada através do preenchimento de um formulário de registo online, ocorre de acordo com as mais estritas regras de segurança. Por este motivo, o pedido de acesso aos serviços da loja online loja.stada.pt requer a introdução de uma palavra-chave e um endereço de correio eletrónico, para onde é enviado um link que permitirá validar e confirmar o registo efetuado. 

Na área dos produtos, encontra uma breve descrição dos mesmos, bem como algumas recomendações de utilização.

O pagamento  pode ser feito, de forma segura, por referência multibanco (em MB ou homebanking) e a entrega das encomendas é assegurada por uma transportadora, entre dois a três dias após confirmação do pagamento.

Todas as entregas são efetuadas na morada de entrega que o consumidor indicar na sua encomenda. Este serviço é realizado até às 18h.

Caso não seja possível proceder à entrega da encomenda, a equipa que estiver a efetuar o transporte deixará uma notificação para que possa ser contatada.

Se não ficar satisfeito com a sua compra, o utilizador da loja pode, no prazo de 15 dias após recepção, proceder à sua devolução. No entanto, os produtos devolvidos têm obrigatoriamente de se encontrar em condições de venda e aqueles que tenham selo de garantia de inviolabilidade terão obrigatoriamente que manter este selo sob pena de serem considerados utilizados e inviabilizarem a sua devolução.

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Universidade do Porto
Investigadores da Universidade do Porto estão a estudar formas de valorizar e reutilizar metais nobres como o ouro, a prata e a...

António Guerner Dias, coordenador do projeto e docente na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), disse que a ideia surgiu no âmbito de uma unidade curricular de Gestão de Resíduos Sólidos, que inclui visitas a diferentes entidades que lidam com diversas tipologias de resíduos.

Durante as visitas verificam-se os diferentes tipos de resíduos produzidos num hospital e foi constatado que dispositivos como os ‘pacemakers', entrando em contacto com tecidos biológicos, acabam por ser classificados como resíduos hospitalares do grupo III, devendo ser incinerados ou sujeitos a outro tratamento que lhes permita a classificação de resíduo não perigoso.

Na atual legislação, os resíduos hospitalares dividem-se por quatro grupos, ficando nos dois primeiros os que não representam qualquer tipo de perigo, enquanto nos dois últimos são colocados os que podem ter riscos biológicos associados, como os ‘pacemakers' e outros tipos de equipamentos cardíacos implantáveis no organismo humano, explicou o investigador.

Por norma, os equipamentos colocados no grupo III são enviados para incineração ou, "desde que devidamente tratados e desinfetados", podem ser classificados como resíduos hospitalares do grupo I ou II, podendo então ser encaminhados para deposição num aterro sanitário ou para qualquer outro processo de eliminação.

"A questão é que quando um ‘pacemaker' passa por esse processo de limpeza" acaba por se tornar num resíduo igual aos encontrados nos equipamentos elétricos e eletrónicos (REEE)", que "são, muitas vezes, reaproveitados", indicou António Guerner.

Os ‘pacemakers', tal como muitos dos REEE mais comuns (telemóveis ou computadores), são constituídos, entre outros componentes, por uma placa de circuito impresso que contém metais nobres, como é o caso do ouro, da prata ou da platina, em pequenas quantidades, da ordem de alguns miligramas.

Para o reaproveitamento daqueles componentes é necessária uma quantidade elevada de dispositivos, visto que os ‘pacemakers' modernos pesam entre 20 a 30 gramas, "o que não é nada", referiu o professor.

Caso se consiga "obter duas ou três centenas de miligramas de ouro a partir de um 'pacemaker' é algo extraordinário", acrescentou António Guerner, sublinhando que para se ter um quilo de ouro seriam necessárias algumas centenas de milhar de 'pacemakers'.

Em Portugal, a média de dispositivos do género substituídos por ano ronda os oito mil, o que para o investigador "não é um número muito significativo".

Porém, "se aos ‘pacemakers' substituídos anualmente em Portugal se juntarem os que são substituídos em toda a Europa, obtém-se uma quantidade que pode justificar a criação de uma unidade de recolha, tratamento e aproveitamento" desse material, disse ainda.

Neste momento, em parceria com alunos do Mestrado em Economia e Gestão do Ambiente, da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, está a ser analisada a evolução dos mercados desses metais nobres, em função da evolução da cotação dos metais, de forma a verificar quantos 'pacemakers' seriam necessários para tornar o negócio rentável.

Ministério da Saúde
São as duas especialidades com o maior número de vagas disponíveis: Medicina interna, com 129, e anestesiologia, com 57. No...

"Sendo inquestionável que o Serviço Nacional de Saúde é a grande conquista do Estado Social no nosso País, o XXI Governo, como decorre do seu programa, considera que há, no entanto, um conjunto de medidas que urge adotar, no sentido de se minimizarem as desigualdades entre cidadãos no acesso à saúde que ainda se verificam, em particular, no âmbito de serviços e estabelecimento de saúde situados em regiões mais de interior", refere o documento assinado pelo secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo.

Entre as várias especialidades consideradas carenciadas, com maior número de vagas disponibilizadas, contam-se ainda psiquiatria (46 vagas), pediatria (41), ginecologia/obstetrícia (36), cirurgia geral (30), oncologia e ortopedia, ambas com 28 vagas cada. Quanto a hospitais, escreve o Diário de Notícias, a lista é variada para as 41 especialidades com lugares disponíveis. Por exemplo, centro Hospitalar de Setúbal, Baixo Vouga, Algarve, Oeste, Barreiro/Montijo, Amadora-Sintra, Lisboa Norte, Unidade Local de Saúde da Guarda.

O despacho explica que esta publicação "deve ocorrer duas vezes por ano, no mês de janeiro e no mês de julho, aquando da realização das épocas de avaliação final, respetivamente, normal e especial, do internato médico".

No final de abril, o Ministério da Saúde abriu 218 vagas de especialidades carenciadas para os médicos que concluíram a especialidade médica na segunda época de 2015.

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