Serviço Nacional de Saúde
O Serviço Nacional de Saúde soma 58 médicos dentistas, centenas de milhares de utentes em lista de espera, em todo o país, e os...

“Estamos a procurar criar um consenso relativamente ao tipo de utentes a que se deve dar prioridade, porque, com os recursos que existem, não há condições para atender todos”, disse José Farias Bulhosa, da organização do 1.º Encontro Nacional de Medicina Dentária no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

No Baixo Vouga, há 380 mil utentes em lista de espera, em Lisboa, há médicos que têm, só à sua conta, 200 mil potenciais utentes à espera de vez.

“A dimensão da solicitação da patologia oral não é um tipo de consulta em que é feita a consulta, e se dá alta ao doente. Às vezes há necessidade de várias consultas para tratar o doente, e o tratamento tem de ser agendado, mas não podemos dizer-lhe para vir passados cinco anos, porque a lista é bastante grande”, explica José Bulhosa.

Muitos dos utentes que esperam vez no SNS são pessoas com fragilidade económica para aceder aos cuidados privados e, enquanto isso, há equipamentos parados ou subutilizados porque não abrem vagas.

No SNS, apenas existem 58 médicos dentistas - 18 no continente, 11 na Madeira e 29 nos Açores -, e sem carreira clínica, uma vez que o Estado os considera técnicos superiores administrativos.

Os médicos dentistas reconhecem existir uma nova sensibilidade por parte do atual governo, mas querem que sejam evitados os defeitos já sinalizados, nos projetos-piloto anunciados para o Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo.

“Chegou a oportunidade de reunir os poucos colegas que exercem nos cuidados de saúde primários e tentar avaliar qual é a função, o que oferecemos aos nossos utentes e como estamos organizados, porque temos realidades distintas. Quase cada serviço tem o seu tipo de doentes, o seu encaminhamento e sinalização: uns pelo médico de família, outros é via saúde pública e outros ainda é quase por bater à porta a dizer que pretende uma consulta, e isso não pode ser”, descreve José Bulhosa.

Os profissionais pretendem por isso que seja estabelecida uma coordenação nacional e regional, exercida “por pessoas que tenham sensibilidade para a Medicina Dentária e preferencialmente formados nessa área”.

Na semana passada, o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, apelou à abertura de mais lugares dentro do serviço público: “Num país que tem tantas carências no acesso à saúde oral, era de particular bom senso" aproveitar os médicos dentistas no subemprego, "e colocá-los a servir a população mais necessitada, no âmbito do SNS”.

Monteiro da Silva falava a propósito do documento “Números da Ordem 2016”, que comprovavam um aumento de 4,6% no número de profissionais inscritos na Ordem, passando para quase nove mil, crescimento considerou muito acima das necessidades do país.

“O número de profissionais de medicina dentária é excessivo face às necessidades da população portuguesa. Já estamos muito acima da recomendação da Organização Mundial da Saúde de um médico dentista por cada dois mil habitantes”, afirmou o bastonário Orlando Monteiro da Silva.

I Congresso da Europacolon Portugal em Oncologia Digestiva
No âmbito do I Congresso da Europacolon Portugal em Oncologia Digestiva, a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia deu enfoque...

“A atitude preventiva no combate ao cancro digestivo deve ser encarada como um desígnio nacional da política de saúde, a par de uma clara inversão das políticas de redução e exaustão dos recursos hospitalares que inviabilizam a prossecução das Normas de Orientação Clínica (NOC) da Direção Geral de Saúde, nomeadamente do rastreio do cancro do cólon e reto.” Estes são alguns dos alertas que a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG) deixou no I Congresso da Europacolon Portugal, cujo primeiro dia teve lugar hoje na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, na cidade do Porto.

De acordo com José Cotter, Presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, “o cancro digestivo é um problema de saúde pública que engloba um grupo de cinco tumores malignos com uma elevada taxa de mortalidade. Em Portugal morre uma pessoa por hora, vítima de cancro digestivo, responsável ainda por 10% do total de mortalidade no nosso país.”

Para o Presidente da SPG, a tónica deve estar na prevenção, através de consultas médicas regulares e na realização dos exames adequados e no momento oportuno. Nesse sentido, defende o especialista, “é fundamental que a tutela adote medidas coerentes e não apenas baseadas em questões de índole estritamente económica”. José Cotter referiu-se concretamente à necessidade de o Estado respeitar para com os prestadores os compromissos recentemente assumidos, que permitem a realização de colonoscopias no sentido de desagravar as dificuldades de acesso a estes exames de diagnostico. Estes revelam-se fundamentais para o rastreio e prevenção do cancro do cólon e reto, que constitui a primeira causa de morte por cancro em Portugal. Só este tipo de cancro é responsável por quatro mil mortes por ano em Portugal, 11 portugueses por dia, vitimando cinco vezes mais que os acidentes de viação.

José Cotter acrescenta que “esta patologia, se detetada a tempo em fase precoce ou pré-maligna apresenta uma taxa de cura em 90% dos casos.”

“É preciso melhorar os números catastróficos e desoladores da incidência de novos casos de cancro digestivo”, reforça o Presidente da SPG. Para isso, defende ser “fundamental a persecução de políticas que criem condições de sustentabilidade seguras para os rastreios, sendo ainda crucial que se implementem auditorias à execução da NOC sobre o rastreio do cancro do cólon e do reto, indicado na população sem risco acrescido acima dos 50 anos, idade a partir da qual o aparecimento da doença aumenta significativamente.” Defendeu também a implementação organizada do rastreio do cancro do estômago e do fígado em indivíduos de risco.

Estes foram alguns dos temas em debate no âmbito da Oncologia Digestiva, no palco do primeiro Congresso organizado pela Europacolon Portugal, que assinala ainda o 10º Aniversário, neste ano corrente.

1º Congresso da Europacolon Portugal em Oncologia Digestiva
É apresentado hoje, dia 8 de julho, o primeiro manual informativo destinado aos doentes com cancro do pâncreas e seus...

O manual tem como objetivo de ser um meio simples de apoio à informação sobre aquele que é um dos cancros mais mortais do tubo digestivo e um dos menos conhecidos.

“O cancro do pâncreas é a neoplasia do sistema digestivo com a taxa de sobrevivência mais baixa de todos os tipos de cancro, pelo que é crucial promovermos a discussão sobre o tema. Para motivarmos o conhecimento da doença é imperativo potenciarmos a informação junto dos cidadãos, dos pacientes e dos cuidadores” avança Vítor Neves, presidente da Europacolon Portugal.

O Congresso, pioneiro na presença da sociedade civil, conta com profissionais de saúde, investigadores, associações e público em geral interessado nas temáticas do foro digestivo e pretende ser um espaço de partilha, reflexão e discussão sobre a área oncológica em Portugal, especialmente no que toca à oncologia digestiva.

Este manual informativo, que conta com o envolvimento da Europacolon Portugal, membro fundador da WorldPancreaticCancerCoalition, com o prefácio de Manuel Sobrinho Simões, médico, investigador e director do IPATIMUP e com o contributo do Presidente do Grupo de Investigação do Cancro Digestivo, Hélder Mansinho, pretende ser um manual de apoio para o conhecimento da doença, da melhor forma de a prevenir, das opções terapêuticas existentes bem como os apoios disponíveis por parte da Europacolon Portugal nesta patologia, perfeitamente esquecida da opinião geral.

Sobre o cancro do pâncreas:
O cancro do pâncreas manifesta alguns sintomas já numa fase mais avançada, pelo que o diagnóstico é geralmente também tardio. Apesar de se desconhecerem as causas exactas do cancro do pâncreas, as investigações têm revelado que as pessoas com determinados comportamentos ou factores de risco estão mais predispostas a desenvolver este cancro:

1.       Tabagismo

2.       Alimentação rica em gorduras

3.       Pancreatite (hereditária ou não)

4.       Diabetes

5.       Consumo excessivo de álcool

6.       Peso

7.       História Familiar

De todos os cancros, o cancro do pâncreas é o que tem a taxa de sobrevivência mais baixa e, sem melhorias no diagnóstico, prevê-se que venha a tornar-se a segunda principal causa de morte por cancro em 2030. O carcinoma pancreático é o único cancro cuja mortalidade tem aumentado em ambos os sexos. Em Portugal, estima-se que surjam cerca de 1300 novos casos por ano, dos quais a maioria em estadio IV no momento do diagnóstico.

Nos EUA
O número de casos de cancro associados ao vírus do papiloma humano está em ascensão nos Estados Unidos, atingindo cerca de 39...

A estimativa, feita pelos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), abrangeu o período de 2008 a 2012 e mostrou um aumento em relação aos pouco mais de 33.000 casos anuais observados entre 2004 e 2008.

Os casos de cancro relacionados com vírus do papiloma humano (HPV) costumam aparecer nas regiões genitais de homens e mulheres, assim como na cabeça, pescoço e garganta.

De acordo com o documento, escreve o Sapo, foram descritos 11.700 casos de cancro do colo de útero em mulheres e mais de 12.600 casos de cancro da boca em homens.

Nos Estados Unidos, as vacinas para prevenir o HPV, que é uma infeção transmitida sexualmente, estão disponíveis para meninos e meninas a partir dos 11 anos. No entanto, muitos adolescentes não recebem a vacina, que deve ser tomada em três doses segundo as recomendações atuais da agência reguladora daquele país.

Em Portugal, a vacina já é disponibilizada pelo Plano Nacional de Vacinação a crianças do sexo feminino. Recentemente, o Governo decidiu antecipar a administração dessa vacina para os 10 anos de idade.

Em 2014, entre as adolescentes de 13 a 17 anos, 60% tinham recebido uma dose e 40% tinham tomado as três doses, segundo o relatório.

Entre os meninos, a taxa de vacinação foi ainda mais baixa: 42% recebeu uma dose; 22% as três doses.

"Os cientistas do CDC ressaltam que 28.500 casos de cancro causados pelo HPV poderiam ser evitados com a vacina contra o vírus", informou a agência federal norte-americana.

O relatório ressalta, ainda, a importância do exame preventivo do cancro do colo do útero (teste de Papanicolau) para detetar lesões pré-tumorais.

Segundo investigadores
Se acumular dezenas de quilos e ficar deitado na cama durante meses, vai desenvolver uma série de doenças: diabetes,...

Os cientistas têm estado a estudar com afinco há décadas os ajustes evolucionários que permitiram que ursos e outros animais hibernantes se deitem tranquilos durante o Inverno, sem precisar de água nem comida, e reapareçam com a saúde intacta quando chega a Primavera.

Os investigadores acreditavam que se pudessem entender melhor como os animais faziam isso, escreve o Diário Digital, poderiam aplicar a descoberta aos humanos, desenvolvendo novas drogas ou tratamentos médicos, por exemplo, ou métodos para os astronautas sobreviverem a longos voos espaciais num estado parecido com o de hibernação.

Só que o progresso tem sido lento, a toca do urso não revela os seus segredos facilmente. E, em Dezembro, a área sofreu um revés, quando um estudo sobre hibernação muito divulgado foi cancelado depois de se ter descoberto que um dos autores manipulou os dados. Mas o aparecimento de tecnologias como a sequenciação genética e técnicas sofisticadas de captação de imagem nas últimas décadas deram esperança aos investigadores de que, um dia, serão capazes de controlar alguns aspetos da excecional fisiologia do urso para uso humano.

No mês passado, numa sessão sobre hibernação e saúde humana na 24ª Conferência Internacional para Pesquisa e Gestão de Ursos, no Alasca, cientistas apresentaram mais uma dúzia de estudos, incluindo pesquisas sobre o sistema cardiovascular dos animais, química muscular, funcionamento renal, armazenamento de gordura e metabolismo.

“Acho que muita coisa está a acontecer atualmente”, diz Peter Godsk Jorgensen, cardiologista do Hospital Gentofte, em Copenhaga, Dinamarca, que, na sua palestra, discutiu estudos que usaram ultrassom e rastreamento de pontos – método para a quantificação do movimento do músculo cardíaco – para examinar a função cardíaca nos ursos durante a hibernação no Inverno e a atividade no Verão.

Confirmando o trabalho efetuado por outros pesquisadores, Godsk Jorgensen e colegas constataram que a frequência cardíaca dos ursos se reduzia abruptamente durante a hibernação, passando de 75 batimentos por minutos para menos de dez, com pausas que podiam durar 19 segundos ou mais.

“Tive um paciente cuja pausa era de 13 segundos. Quando isso acontece, o mais provável é desmaiar e bater com a cabeça”, conta Godsk Jorgensen.

Os investigadores também identificaram aglomerados de células sanguíneas no ultrassom do urso, que são vistos em humanos com insuficiência cardíaca severa ou fibrilação arterial, problema que eleva o risco de coágulos sanguíneos e AVC.

Ole Frobert, cardiologista do Hospital Universitário Orebro, na Suécia, que liderou a equipa de pesquisa do estudo com ultrassom, explica que trabalhar com a hibernação em ursos estava a atrair mais interesse, num momento em que cientistas estão cada vez mais frustrados com os estudos que envolvem camundongos.

“De certa forma, a pesquisa médica está em crise porque pesquisamos muito e publicamos muitos estudos, mas existem poucas descobertas revolucionárias”, afirma Frobert.

Em Tomar
O Convento de Cristo, em Tomar, mostra a partir de hoje e durante um ano a sua Botica (farmácia), abrindo a Ala Filipina do...

A exposição resulta de uma “parceria inédita” do Convento de Cristo com o Museu da Farmácia, Palácio Nacional de Mafra, Museu Nacional do Azulejo e Instituto Politécnico de Tomar, entre outras colaborações científicas e técnicas, contribuindo para o conhecimento da história da farmácia conventual em Portugal, disse a diretora do Convento de Cristo, Andreia Galvão.

A exposição, que vai ser inaugurada ao meio-dia de hoje com a presença do ministro da Cultura e estará patente até 03 de julho de 2017, mostra a coleção de vasos e potes da Botica do Convento de Cristo, com origem provável na Real Fábrica de Louça, ao Rato, em Lisboa, e na Fábrica de Faiança do Juncal.

Os visitantes terão acesso à Ala Filipina, sua grande Enfermaria e Botica Nova, resultantes da última intervenção de grande vulto no Convento (séculos XVII e XVIII) e que se encontram encerradas ao público, podendo observar “o magnífico teto” e a Sala dos Cavaleiros, exemplos do “glorioso passado” do edifício, que também foi residência real.

“A viagem alarga-se aos quotidianos religiosos da comunidade de frades que habitavam o Convento de Cristo, onde exercitavam saberes para curar irmãos e populações vizinhas, demonstrando o impacto que tiveram numa região que ainda hoje conserva a sua memória”, afirma a nota explicativa da exposição.

“A Botica do Real Convento de Thomar” mostra o “acervo fantástico” de 88 potes de faiança e outros objetos (como medidas) do vasto espólio de peças reunidas pela União dos Amigos dos Monumentos da Ordem de Cristo (UAMOC) nas primeiras décadas do século XX.

A botica e a enfermaria filipinas, “perfeitamente identificadas” num portal que tem inscrita a data da fundação (ao contrário da botica anterior, do tempo de D. João III e da autoria de João de Castilho, cujo local exato se desconhece), situam-se no que foi depois transformado em Hospital Militar.

“Queremos dar também às pessoas uma visão que não é só da obra de arte – da botica com os seus belos objetos. É que percebam o que é todo o processo, desde a matéria-prima, que pode ser orgânica ou mineral, ou as águas, até uma certa contemporaneidade”, e na ligação à paisagem cultural, “herança das comendas da Ordem de Cristo”, disse Andreia Galvão.

A exposição tem uma “forte componente pedagógica, para as pessoas entenderam o que era o fazer, o saber-fazer, e todo este mundo fantástico e abrangente da botânica e da cura e de todo o aspeto da vida conventual”, declarou.

A exposição segue-se à que, ao longo do último ano, mostrou a louça do acervo do Convento na zona do refeitório, com a preocupação de “olhar para o contexto” e ajudar as pessoas a entenderem melhor o quotidiano da altura, disse.

Técnica inovadora
Uma empresa portuguesa de biotecnologia descobriu uma técnica inovadora de multiplicação de células estaminais, que já estão a...

A StemCell2Max, criada há cerca de um ano, é também a primeira empresa portuguesa biotecnológica da área da saúde a receber um financiamento (50 mil euros) da Comissão Europeia, escolhida entre 1995 projetos, como explicou uma das responsáveis da empresa.

De acordo com Filipa Matos Baptista, diretora de 'marketing' e cofundadora da SremCell2Max, o projeto, “revolucionário”, permite já hoje que universidades tenham células estaminais suficientes para investigar doenças como o cancro ou a diabetes, a sida ou o ébola.

Mas a empresa, que nasceu do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa (IMM), quer ir mais longe e chegar ao mercado clínico, podendo ser uma alternativa para os transplantes de medula.

As estimativas indicam que 20 por cento dos doentes não encontram hoje um dador compatível de medula óssea, havendo também problemas posteriores de rejeição em 10 a 15 por cento dos casos de transplante.

Dentro de um período, que Filipa Matos Baptista calcula em não menos de cinco anos, a tecnologia da empresa poderá permitir a disponibilização do número de células do cordão umbilical suficientes para tratar esses doentes.

“Hoje já garantimos células suficientes para investigação. É um produto que já comercializamos para universidades europeias e norte-americanas. E isto, em apenas um ano de atividade”, segundo Maria Brandão de Vasconcelos, presidente e cofundadora da empresa.

Filipa Matos Batista considera importante o prémio mas o valor, 50 mil euros, é quase “simbólico”, porque o importante é o reconhecimento da importância do trabalho da StemCell2MAX e “demonstra a inovação qualidade e capacidade de entrada no mercado nacional e internacional”.

Maria Brandão de Vasconcelos considera também o prémio um “passo importante para o desenvolvimento da estratégia de entrada no mercado clínico”.

Essa entrada no mercado clínico pode, por exemplo, no futuro, ter uma alternativa à medula óssea e ajudar os 20 por cento dos doentes com cancro do sangue, que não encontram dador compatível. E essa é só uma das aplicações da multiplicação de células estaminais do sangue (presentes no cordão umbilical).

As células estaminais hematopoiéticas, explica o IMM na sua página na internet, dão origem às células do sangue e sistema linfático e podem ser obtidas de diferentes fontes, nomeadamente a medula óssea ou o cordão umbilical.

Estas células são escassas e têm um custo elevado, mas são essenciais para o desenvolvimento de tratamentos para doenças como a sida ou a esclerose múltipla, e para o tratamento de doenças como a leucemia ou o mieloma múltiplo.

O projeto apoiado pela Comissão Europeia pode receber, no futuro, outros financiamentos, visto que os resultados agora divulgados dizem apenas respeito à primeira de três fases.

Na página da Comissão Europeia sobre as candidaturas ao “SME Instruments”, pode ver-se que, além da StemCell2Max, foram financiadas mais duas empresas portuguesas (entre 189 pequenas e médias empresas de 26 países), estas com trabalho na área da agricultura.

Em Portugal
O consumo de medicamentos para as alergias continua a aumentar em Portugal, tendo registado um crescimento superior a 16% em...

Os dados da consultora IMS Health, divulgados hoje, Dia Mundial das Alergias, mostram que entre 2011 e 2015 a venda de anti-histamínicos aumentou 16,35% em termos de unidades, com o maior crescimento a registar-se entre 2014 e 2015.

Apesar deste aumento de consumo e de unidades vendidas, a despesa com anti-histamínicos diminuiu 10,8% no mesmo período.

No ano passado, a despesa total com anti-histamínicos foi superior a 18,7 milhões de euros, tendo-se vendido mais de 5,2 milhões de unidades.

Só ate maio deste ano foram já vendidas 2,4 milhões de unidades, a que correspondeu uma despesa de quase nove milhões de euros.

Centro Hospitalar de Gaia/Espinho
A completar 25 anos, a Unidade de Cuidados Intensivos Cardíacos do Centro Hospitalar de Gaia/Espinho é hoje um “centro de...

“A cardiologia era um gabinete de consulta com três médicos e duas enfermeiras onde se faziam eletrocardiogramas. Hoje é um centro de referência nacional de tratamento de doenças cardiovasculares”, afirmou o diretor do serviço de cardiologia do centro hospitalar.

Vasco Gama estava a trabalhar na Holanda quando foi convidado para integrar o então Hospital Eduardo Santos Silva, agora unidade do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E).

“Havia uma necessidade de um segundo centro de cirurgia cardíaca no Norte. Achei que era um desafio interessante e aceitei vir para cá”, lembra o cirurgião cuja principal conquista no hospital de Gaia foi “o laboratório de hemodinâmica que faz para o ano 25 anos”.

Desde o gabinete de consulta até ao centro de referência de hoje “foi preciso muito trabalho, muito conhecimento e formação de equipas”, destaca o responsável da Unidade de Cuidados Intensivos Cardíacos para quem este foi um sucesso “arrancado a ferros”.

Para além do seu desenvolvimento técnico e científico e a sua relevância académica nacional e internacional, o serviço de cardiologia do CHVNG/E “sempre teve na componente assistencial o âmago da sua atividade”, lê-se no livro “Cardiologia de Gaia: Um percurso de Excelência” que será hoje apresentado.

O serviço de cardiologia serve atualmente cerca de 800 mil habitantes e, segundo dados do livro, em 2014 atingiu mais de 22 mil consultas externas, cinco mil das quais primeiras consultas.

Inaugurada em 03 de outubro de 1990, a Unidade de Cuidados Intensivos Cardíacos (UCIC) “constituiu um marco decisivo na afirmação do Serviço de Cardiologia como centro de referência”, tendo assumido, desde o início, uma “mudança de paradigma de tratamento do doente com patologia cardíaca aguda, com a introdução no âmbito nacional de procedimentos de monitorização e tratamento inovadores”

Ao nível da investigação, a atividade no Serviço de Cardiologia do CHVNG/E a este nível “tem-se traduzido na publicação de artigos em várias das principais revistas internacionais (…), na participação de vários ensaios clínicos internacionais, na atribuição de vários prémios de investigação clínica e na realização de centenas de apresentações. Nas principais reuniões científicas na área cardiovascular”.

Graças à sua capacidade inovadora, o centro hospitalar de Gaia foi “o primeiro hospital da Península Ibérica a tratar doentes com estenose aórtica via percutânea e o primeiro hospital a fazer uma ecografia tridimensional”, destaca o diretor do serviço de cardiologia que na próxima semana irá participar numa nova cirurgia para pacientes com insuficiências cardíacas considerados inoperáveis.

Numa ação de caráter comemorativo, o Serviço de Cardiologia de Gaia promoveu a edição em livro do seu percurso dos últimos 25 anos cuja cerimónia de lançamento está marcada para hoje, pelas 18:00, em Espinho, estando prevista a presença do secretário de Estado da Saúde.

Instituto de Sociologia da Universidade do Porto
Investigadores do Instituto de Sociologia da Universidade do Porto participam num estudo europeu que visa definir considerações...

Alexandra Lopes, investigadora do instituto e coordenadora do projeto SPRINT a nível nacional, disse que este surge da necessidade em perceber como os cuidados a idosos podem ser prestados para que se atinjam os objetivos de satisfação da procura, de qualidade e de sustentabilidade financeira e fiscal, numa lógica de investimento social.

A coordenadora indicou que esta iniciativa vai articular as aspirações do Pacote de Investimento Social da Comissão Europeia (conjunto de políticas para a proteção social), avaliando os custos e os benefícios sociais das diferentes modalidades de organização de prestação deste tipo de serviço.

Algumas abordagens que geram resultados positivos vão ser também apresentadas neste projeto, tanto para quem necessita desses cuidados como para aqueles que o fornecem e para a comunidade em geral.

Os investigadores pretendem ainda desenvolver uma ferramenta de análise de viabilidade, escalas de avaliação e um mapa de impacto, para facilitar a aplicação de investimentos nesta área, por parte das autoridades públicas, dos fundos de segurança social e dos investidores privados.

"Até à data, o retorno do investimento em cuidados a idosos não tem sido quantificado", indicou a coordenadora, acrescentando que, "de forma generalizada", este tem sido entendido como" uma fonte de custos e não como mecanismo para maximizar o capital social e a coesão social", definidos pela União Europeia.

O trabalho já desenvolvido permitiu determinar o panorama atual da organização e financiamento dos cuidados de longa duração nos países parceiros e sistematizar o papel dos diversos atores envolvidos na prestação e financiamento dos cuidados.

Foi também possível definir a forma como a análise de custos-benefícios sociais pode ser aplicada nesse campo e identificar e catalogar os investimentos sociais existentes em cuidados de longa duração.

O consórcio SPRINT é constituído por especialistas e organizações que atuam nas áreas da política e economia social e nos cuidados de longa duração, que combinam experiência em pesquisa sobre os retornos sociais e financeiros do investimento, análise do impacto e direito social e da demografia.

Para além de Portugal, fazem parte do consórcio o Reino Unido, a Alemanha, a Grécia, a Dinamarca, a Hungria, a Lituânia, a Itália, a Polónia, a Finlândia e a Bélgica.

Iniciado em junho de 2015, tem duração de 18 meses e foi financiado pela Comissão Europeia no âmbito do programa Horizonte 2020, em cerca de dois milhões de euros.

Em Coimbra
Oftalmologistas especialistas em cirurgia reúnem-se amanhã na Clínica IdealMed em Coimbra para analisar os mais recentes...

Em Portugal, estima-se que cerca de 170.000 pessoas sofram de catarata, sendo que 6 em cada 10 pessoas com mais de 60 anos apresentam sinais desta patologia1. Anualmente realizam-se quase 22 milhões de cirurgias de catarata em todo o mundo4,5 e cerca de 100 mil em Portugal3. O encontro Ibérico “FemtoPhaco Summit” realiza-se pela primeira vez em Portugal e analisa os avanços na tecnologia da cirurgia de catarata, do bisturi ao laser.

A catarata é uma patologia causada pelo aparecimento de opacidades no cristalino, que impedem de uma forma parcial ou total a correta visão do doente. Em Portugal, estima-se que cerca de 170.000 pessoas sofram de catarata, sendo que 6 em cada 10 pessoas com mais de 60 anos apresentam sinais desta doença1. Na maioria das vezes, os casos de catarata são acompanhados por outras doenças refrativas como a miopia ou hipermetropia2.

As cataratas são a principal causa de cegueira evitável em todo o mundo3, provocando 48% das cegueiras - mais de 18 milhões de pessoas - e uma visão deficitária em muitos mais milhões4. Atualmente a única opção terapêutica para as cataratas é a cirurgia.

Anualmente realizam-se quase 22 milhões de cirurgias de catarata em todo o mundo6 e cerca de 100 mil em Portugal3, convertendo-se numa das intervenções cirúrgicas mais comuns. O número de intervenções da catarata está a crescer rapidamente devido às alterações demográficas, às exigências cada vez maiores por parte dos doentes e ao acesso crescente aos cuidados médicos em todo o mundo. A Organização Mundial de Saúde calcula que até 2020 vão realizar-se mais de 32 milhões de operações de cataratas por ano6 em todo o mundo.

Mais sobre a Catarata
Entre as abordagens cirúrgicas mais habituais para o tratamento das cataratas encontram-se a facoemulsificação. Durante a facoemulsificação, o oftalmologista realiza uma incisão na córnea para introduzir uma microssonda com ultrassons para desagregar a parte interna do cristalino. Depois, o cristalino é aspirado para ser substituído por uma lente intraocular.

Recentemente começou a ser utilizada a tecnologia laser para as cirurgias de catarata. A intervenção utiliza um laser rápido denominado laser de femtosegundo combinado com a aspiração posterior do cristalino. Esta técnica é conhecida com o nome de “femtophaco” e também através das siglas em inglês FLACS (Femto Laser Assisted Cataract Surgery).

Sobre o Femtophaco, o Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e Diretor de Serviço de Oftalmologia, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Professor Joaquim Murta, afirma que “esta técnica permite um controle muito mais preciso de toda a cirurgia, uma maior segurança para o doente, a utilização de menor quantidade de ultrassons que podem afetar a córnea, bem como um acesso bastante mais seguro em caso de cirurgias complexas de catarata”.

As principais diferenças entre a cirurgia denominada como “clássica” e a cirurgia com laser de femtosegundo prendem-se, sobretudo, com a maior precisão que a utilização do laser permite face ao bisturi. As incisões anteriormente realizadas à mão através de um bisturi atualmente são realizadas pelo laser, assegurando uma maior precisão quanto às dimensões do corte, à profundidade e à posição dessas incisões. A capsurolexis (corte circular realizado na face anterior do cristalino) é realizada de forma precisa pelo laser, facilitando a posterior colocação e posicionamento centrado da lente intraocular.

“Assim, a cirurgia de catarata deixou de ser unicamente um meio de substituir uma estrutura que estava opaca por uma transparente (lente intraocular), para fundamentalmente ser uma cirurgia que, através de tecnologia muito precisa, permite aos doentes ficarem muito menos dependentes de óculos na grande maioria das suas atividades diárias”, conclui o Professor Joaquim Murta.

Da mesma forma, o laser de femtosegundo permite fragmentar a parte central do cristalino, onde se encontra a catarata, através de pulsos curtos do laser que evitam os danos nos tecidos próximos à catarata e facilitam a sua posterior aspiração. Segundo o Dr. Rui Martinho, Especialista de Oftalmologia do Hospital Lusíadas no Porto “Esta fragmentação prévia da catarata faz com que não seja necessária a utilização de tanta quantidade de ultrassons, o que indica esta técnica para situações em que a córnea do doente esteja mais vulnerável. Há ainda outras situações de cataratas mais complicadas em que este laser de femtosegundo nos pode facilitar a cirurgia nomeadamente, algumas cataratas traumáticas e olhos com a parte anterior muito baixa (ângulos estreitos). Em conclusão, os doentes que pretendem para além da extração da catarata, uma correção refractiva, isto é, corrigir o astigmatismo ou a presbiopia, terão mais indicação para ser operados por esta técnica com laser; há casos de cataratas especiais, mais complicadas, que também no momento atual têm indicação para esta cirurgia.”

Sobre a Alcon
Alcon, a empresa líder a nível mundial em cuidados de saúde visual, disponibiliza produtos inovadores que melhoram a qualidade de vida ao ajudar as pessoas a ver melhor. As três áreas de negócio da Alcon, Cirurgia, Farmacêutica e Vision Care, oferecem o mais amplo espetro de produtos para cuidados oculares do mundo. A Alcon é uma empresa do Grupo Novartis, com vendas pró-forma de 9,8 mil milhões de dólares em 2015. Sediada em Fort Worth, no Texas, EUA, a Alcon tem mais de 25.000 colaboradores em todo o mundo, operações em 75 países e produtos disponíveis em 180 mercados. Para mais informações, visite www.alcon.com.

Referências:
1Programa Nacional para a Saúde da Visão, Direção Geral da Saúde, 2008
2Dr. José Alfonso, Chefe da Unidade de Cirurgia da Córnea e Cristalino no Instituto Oftalmológico Fernández-Vega: http://www.diagnosticsnews.com/component/content/article/2-noticias-2/22941-las-lio-multifocales-para-corregir-defectos-refractivos-mediante-cirugia-una-de-las-novedades-del-congreso-personalizacion-y-robotizacion-son-las-lineas-de-futuro-para-la-oftalmologia
3Dr. Tiago Monteiro, médico oftalmologista no Hospital CUF do Porto e Hospital de Braga e especialista do Departamento de Cirurgia de Córnea e Refrativa http://www.oftalpro.pt/pagina/seccao/2/noticia/779
4Helen Keller International. Cataract treatment. http://www.hki.org/preventing-blindness/cataract-treatment/.
5MarketScope, 2013 Comprehensive Report on the Global Cataract Surgical Equipment Market.
6Organização Mundial de Saúde, Prevention of Blindness and Visual Impairment (Prevenção da Cegueira e da Deterioração Visual), http://www.who.int/blindness/causes/priority/en/index1.html  (Atualizado em 2011) (Lido a 5 de Janeiro de 2012)

Estudo
As pessoas com deficiência intelectual tomam medicamentos em excesso, com 84 por cento a tomar medicamentos diariamente e 33%...

O estudo Projeto Pomona-Esp foi financiado pelo Fundo de Investigação Sanitária do Instituto de Saúde Carlos III e elaborado com a participação de quase mil pessoas com incapacidade intelectual. O trabalho analisou os indicadores de saúde dos participantes.

De acordo com as conclusões, estas pessoas tomam medicação em excesso, apresentando uma ingestão média diária de 4,25 fármacos. Em 19% dos casos, a ingestão média diária de medicamentos é superior a sete ou mais.

Os fármacos psiquiátricos representam 65% dos medicamentos ingeridos, "embora não exista um diagnóstico claro de patologia psiquiátrica", indicou.

Muitos destes doentes apresentam um transtorno mental associado, sendo os mais frequentes comportamentais, psicóticos e perturbações do espectro do autismo, e precisam de medicação.

Segundo esta investigação, elaborada por psicólogos, psiquiatras e trabalhadores sociais, "são usados um elevado número de fármacos anticonvulsivos e neurolépticos como medida de controlo comportamental".

Na opinião de Rafael Martínez, um dos psicólogos que participou no trabalho, "por vezes, os próprios psiquiatras dizem que tratar os transtornos é complicado e introduzem e retiram medicamentos à experiência".

Martínez explicou que o excesso de medicação também pode acontecer quando o doente tem um novo médico, que prefere manter a medicação prescrita "para evitar descompensações" e acrescentar fármacos que considere oportunos.

Nestes casos, as pessoas podem tomar vários medicamentos ao mesmo tempo, e outros durante longos períodos, o que poderá resultar em interações medicamentosas e efeitos secundários.

Além da medicação para os problemas mentais, estas pessoas necessitam de outros fármacos, como para a obstipação (16%), problemas gástricos (14,5%), hipertensão (12%) ou patologias cardiovasculares (9,5%).

"Seria conveniente reunir um painel de peritos para elaborar um guia de medicação de pessoas com deficiência intelectual", estabelecendo orientações claras, baseadas em evidências, afirmaram os autores do estudo.

Os portadores de deficiência intelectual podem ainda sofrer de problemas bucais (47%), alterações da linguagem, da marcha e do sono (38%, 28% e 27%, respetivamente) e obstipação (31%).

Trinta e um por cento dos doentes sofre de esquizofrenia e 40% de problemas de visão, enquanto 50% têm uma vida sedentária e muito poucos realizam atividades desportivas, sendo obesos em 30% dos casos, acrescentou a médica Maria José Cortés.

O estudo também concluiu que em 20% dos casos o diagnóstico de autismo estava errado.

Os peritos consideraram necessária uma ferramenta específica de avaliação para diagnosticar se alguém com deficiência intelectual tem autismo, garantindo que "existe falta de informação sobre a avaliação do quociente de inteligência e das perturbações mentais".

Estudo
Investigadores do IVI revelam levaram a cabo um estudo com 85 candidatos a dadores de sémen, cujas conclusões preliminares...

A prática de exercício físico está na moda e é a nova tendência do século XXI. Investigadores do IVI realizaram um estudo com 85 candidatos a dadores de sémen e depreende-se que a atividade física poderá melhorar a contagem seminal. Para o estudo, os candidatos realizaram um questionário internacional de atividade física (IPAQ), estandardizado internacionalmente e através do qual se determinou o grau de atividade física realizada.

O questionário quantificou a atividade física, atribuindo a cada atividade uma unidade energética denominada MET, como medidor da atividade física e gasto metabólico, e estabelecendo o desgaste energético em função do tempo dedicado na dita atividade. A contagem total destas unidades estabeleceu quatro níveis de atividade física: baixa, moderada, alta e muito alta.

Apesar do estudo ter sido realizado com uma amostra de população muito concreta, jovens com idade compreendida entre os 18 e os 35 anos, e não teria razão para ser aplicado a outra população com uma faixa de idade mais elevada, é aceite a afirmação de que realizar atividade física intensa, pelo menos três dias por semana, entra dentro de um estilo de vida saudável, a todos os níveis, inclusivamente para tentar prevenir a infertilidade.

Segundo a Dra. Susana Alves, diretora do laboratório de Andrologia do IVI Lisboa, “o que se depreende do estudo é que a atividade física intensa não só carece de afeitos adversos sobre a qualidade seminal, como também se associou a melhores parâmetros seminais.

A literatura descreve resultados contraditórios acerca da qualidade seminal em função da atividade física. Do ponto de vista prático desconhece-se o grau de atividade física ideal, carecendo de argumentos no momento de aconselhar uma eventual alteração na atividade física do homem, entre os casais com problemas reprodutivos. Se bem que seriam necessários mais estudos, com uma amostra maior para se poder especular sobre a conveniência dos homens inférteis aumentarem a sua atividade física.

Considerando os candidatos, que realizavam exercício, como desportistas a nível pessoal, e não desportistas de alto rendimento os investigadores do IVI desenharam um novo estudo, para identificar a incidência do exercício físico a níveis superiores, a uma intensidade quase excessiva.

Este estudo foi levado a cabo pelo IVI Bilbao pelos investigadores Marcos Ferrando, Roberto Matorras e Fernando Quintana. 

Estudo
As pessoas que têm uma variante no gene da proteína IFITM3 correm maior risco de ser hospitalizadas por infeções respiratórias,...

Este gene tem um papel determinante na proteção do organismo contra a infeção com o vírus da gripe e a sua alteração pode tornar as pessoas mais suscetíveis de contrair a doença de uma forma mais severa, uma vez que esta variante influencia a entrada e a replicação do vírus da gripe nas células humanas.

O estudo, publicado na revista PLOS One, investigou a associação entre a hospitalização e uma variante do gene IFITM3, que desempenha um papel fundamental na proteção do organismo, para tentar perceber porque é que alguns pacientes com síndroma gripal, durante a pandemia de 2009, apresentavam apenas sintomas ligeiros e outros desenvolviam complicações graves.

“Ao contrário do tipicamente observado durante as epidemias de gripe sazonal, muitos dos casos graves de influenza A, durante a pandemia de 2009, ocorreram em pessoas jovens e saudáveis, com a maioria dos óbitos registados em menores de 65 anos”, refere o Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA).

Em declarações hoje à agência Lusa, a investigadora Marta Barreto, do INSA, explicou que o objetivo do estudo foi “determinar se esta variante no gene IFITM3 estava envolvida na suscetibilidade e na severidade da infeção com gripe”.

“Esta proteína é muito importante na entrada e na replicação do vírus dentro das células. Portanto, se o vírus tem mais facilidade em entrar, é natural que a infeção seja mais grave”, explicou a investigadora.

Os investigadores mediram a gravidade da infeção através da hospitalização, tendo em consideração os casos mais graves.

Para isso, utilizaram as amostras recebidas no Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge de pessoas com síndrome gripal, no âmbito da vigilância epidemiológica da gripe, disse Marta Barreto.

Ao analisar esta variante genética nas amostras recebidas no instituto, concluímos que “as pessoas que têm esta variante neste gene têm uma maior probabilidade de ter uma hospitalização, um caso grave, mas esta variante não está associada diretamente ao risco de infeção por influenza”, salientou a investigadora.

“Ou seja, nós pensamos que ela confira uma suscetibilidade maior à gravidade da infeção, mas por outros vírus respiratórios que, neste caso e neste ano em particular, não foram analisados”, frisou.

O estudo verificou que o risco de ser hospitalizado, durante a pandemia de 2009, foi maior para os pacientes portadores desta variante, embora este risco não tenha sido específico para as situações de infeção pelo vírus da gripe".

A investigação demonstra também que o "perfil genético dos pacientes pode revelar-se uma estratégia promissora com vista a identificar potenciais alvos terapêuticos, ajudando a avaliar e prever a gravidade da doença fornecendo assim informações críticas para a tomada de decisões durante o tratamento, evitando sofrimento e custos desnecessários".

Marta Barreto avançou que já foi pedido um financiamento para alargar este estudo, no sentido de analisar outras variantes genéticas.

O objetivo é fazer um estudo a nível do genoma total para verificar as variantes que estão envolvidas “nesta severidade e também para estudar a componente genética de resposta à vacina da gripe”.

No Parlamento Europeu
O Parlamento Europeu opôs-se a que as bebidas energéticas façam propaganda nos rótulos a alegados benefícios na saúde, por...

As bebidas energéticas não devem ostentar alegações de que a cafeína "contribui para aumentar o estado de vigilância" e para "melhorar a concentração", considerou o Parlamento Europeu (PE) ao ‘chumbar’ um projeto da Comissão Europeia que iria permitir estas alegações.

Os eurodeputados consideram que essa rotulagem poderia incentivar os jovens a consumir estas bebidas ricas em açúcar e que estão associadas a problemas de sono e de comportamento nas crianças e adolescentes.

Na resolução, os eurodeputados notam que o próprio executivo comunitário reconhece que as alegações relativas a estes efeitos da cafeína não podem ser utilizadas em "alimentos destinados às crianças e adolescentes"., sendo estes o maior grupo de consumidores de bebidas energéticas: 68% dos adolescentes e 18% das crianças consomem regularmente estas bebidas.

A Organização Mundial da Saúde recomenda que os adultos e as crianças não obtenham mais do que 10% da dose diária de energia a partir de açúcares livres e que uma redução para menos de 5% (cerca de 25 gramas) por dia teria benefícios adicionais para a saúde.

Uma lata de 250 ml de uma bebida energética pode conter até 27 g de açúcar e 80 mg de cafeína.

O PE pediu ainda aos Estados-membros que estudem a possibilidade de introduzir regras sobre a comercialização de bebidas com elevado teor de cafeína ou alimentos com adição de cafeína às crianças e adolescentes.

População portuguesa
A vacina contra a gripe no inverno 2015/2016 teve uma efetividade de 54% na população geral e de 64% no grupo alvo da vacinação...

O projeto I-MOVE+, que apresentou em Lisboa os resultados de Portugal, estuda desde 2008 a efetividade da vacina antigripal na população europeia, ou seja, determina a performance da vacina contra a gripe em condições reais na população.

Segundo explicou Baltazar Nunes, especialista do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), os resultados da efetividade da vacina na última época gripal estão dentro dos valores expectáveis.

Desde que é estudada a efetividade da vacina, os valores mais elevados registaram-se em 2009/2010 – ano da pandemia da gripe A – e os resultados mais baixos na época 2014/2014 e 2011/2012, com valores que rondaram apenas os 20% de efetividade.

Em 2015/2016 a efetividade foi de 54% na população geral e de 63,9% no grupo alvo da vacinação (pessoas a partir dos 65 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos, grávidas e profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados).

A elevada efetividade da vacina desta última época vacinal deveu-se ao facto de haver uma correspondência entre a composição da vacina e o vírus em circulação.

Baltazar Nunes lembrou que a composição da vacina contra a gripe é decidida sempre em fevereiro, antes mesmo de se saberem exatamente que vírus estarão em circulação no outono e inverno seguintes.

 

O especialista defende, por isso, que avaliar a efetividade permite conseguir detetar de forma precoce diferenças entre os vírus a circular e a vacina, remetendo as autoridades para outro tipo de intervenções.

Sociedade Portuguesa de Pneumologia
Aprofundar conhecimentos na área de bioestatística e na sua aplicação em Investigação Clínica Epidemiológica em Pneumologia é o...

Segundo Venceslau Hespanhol, Presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia «em ciência, e particularmente na área da saúde, a investigação e a correta validação de dados são fundamentais não só para conferir uma maior credibilidade à informação, como também para permitir um maior aprofundamento da mesma. Para a Sociedade Portuguesa de Pneumologia a formação em bioestatística constitui uma mais-valia não só para quem desenvolve estudos científicos, mas também para quem pretende elaborar protocolos de investigação, análises e reportes de resultados ou, simplesmente, transformar uma investigação num artigo científico ou até aprofundar uma investigação publicada».

Destinado a profissionais da área da saúde respiratória, esta é uma formação que assenta, sobretudo, em exposições teóricas e exercícios práticos baseados em demonstrações concretas do processo de análise de dados. Planear, executar, analisar e interpretar são algumas das competências que os profissionais poderão desenvolver através de um vasto programa, baseado em estatística descritiva e análise exploratória de dados; conceitos epidemiológicos na definição, classificação, ocorrência/extensão da doença; distribuições de probabilidade; inferência estatística; testes de diagnóstico; "Post estimation analysis" e epidemiologia Clínica, a qual envolve noções de risco, prognóstico, fator preditivo/prognóstico, fontes de erro e modificação de efeitos.

 

Mais informações disponíveis em www.escola-ciencia.com.

Estudo
Um exame de sangue barato poderá dizer aos médicos se uma infeção é causada por um vírus ou por uma bactéria, ajudando a...

O teste de diagnóstico, descrito na revista científica americana Science Translational Medicine, está a ser desenvolvido pela Escola de Medicina da Universidade de Stanford, na Califórnia.

"Por diversas vezes é impossível definir que tipo de infeção se tem", comentou o autor principal do estudo, Timothy Sweeney, cientista do Instituto Stanford para a Imunidade, Transplante e Infeção, escreve o Sapo.

"Na clínica, uma infeção bacteriana ou uma infeção viral com frequência parecem exatamente iguais", completou Sweeney, citado pela agência de notícias France Presse.

O novo teste, que ainda não está no mercado, funciona através da identificação de sete genes humanos cuja atividade muda durante uma infeção e cujo padrão de atividade pode revelar se uma infeção é bacteriana ou viral. Até agora, exames desse tipo analisavam alterações em centenas de genes, o que os torna mais custosos, de acordo com os investigadores.

A ideia do novo estudo surgiu a partir de uma investigação publicada no ano passado que mostrou "uma resposta comum do sistema imunitário para vários vírus que é distinta daquela para infeções bacterianas", disse o autor sénior Purvesh Khatri, professor assistente de medicina.

Se estudos futuros mostrarem que o método funciona e tem um bom custo-benefício, o exame poderá ser uma ferramenta útil para prevenir o aumento de bactérias resistentes a antibióticos.

Muitas vezes, os pacientes recebem prescrições de antibióticos desnecessárias. "Se nós realmente queremos fazer a diferença, o nosso exame tem que ter um custo-benefício melhor que o do próprio medicamento", disse Khatri.

As bactérias resistentes aos antibióticos são responsáveis por dois milhões de doenças e 23 mil mortes por ano nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, uma em cada três prescrições de antibióticos é desnecessária, de acordo com estudos recentes.

O uso excessivo e inadequado de antibióticos aumenta a resistência de bactérias a estas drogas e especialistas afirmam que o fenómeno pode dar origem a um cenário catastrófico onde não conseguiremos tratar diversas infeções aparentemente simples.

O novo exame deve ser submetido a ensaios clínicos, uma vez que a maioria das investigações tem-se focado em conjuntos de dados digitais pré-existentes sobre a expressão génica de vários pacientes.

O teste de identificação de sete genes mostrou resultados precisos em amostras de sangue de 96 crianças gravemente doentes.

Antes do exame chegar ao mercado, precisa ainda de ser incorporado num dispositivo que dê um resultado em menos de uma hora, dizem os cientistas.

Estudo
A vitamina C pode ser eficaz para proteger contra o enfisema pulmonar, uma doença crónica provocada na maioria dos casos pelo...

Um grupo de cientistas da Universidade de Calcutá, na Índia, e da Clínica Cleveland, dos EUA, fez esta descoberta e usou como modelo um roedor, o cavia porcellus, e cultivos de células pulmonares humanas.

Os investigadores determinaram que a vitamina C proporciona proteção contra o dano pulmonar provocado pelo tabagismo e que tem essa ação ao neutralizar os oxidantes do fumo do tabaco responsáveis pelos danos nas proteínas dos pulmões.

O estudo, escreve o Diário Digital, também sugere que os oxidantes do tabaco podem ser a principal causa de danos pulmonares com relação ao enfisema.

A vitamina C proporcionaria, segundo a pesquisa, uma proteção completa contra o enfisema provocado pelo fumo ao atenuar o dano direto efetuado nos pulmões pelos seus oxidantes.

Ao interagir com a antioxidante vitamina C, o fumo do tabaco perderia portanto a sua capacidade de provocar oxidação ou danos nas proteínas do pulmão.

O enfisema é um tipo de doença pulmonar obstrutiva crónica na qual os alvéolos, as bolsas de ar dos pulmões, ficam danificados e, como consequência, o corpo não recebe o oxigénio necessário, segundo a descrição da Biblioteca dos Institutos Nacionais da Saúde dos Estados Unidos (NIH).

Dentro de um mês
A legislação será apresentada dentro de um mês e meio, de acordo com o ministro da Agricultura que diz que a ideia não é uma ...

O ministro da Agricultura disse esta quarta-feira que o Governo vai aprovar legislação para proibir o uso do pesticida glifosato em espaços públicos “dentro de um mês ou mês e meio”, mas admitiu exceções para controlar pragas.

“Estamos a preparar legislação para levar a Conselho de Ministros dentro de um mês ou mês e meio”, afirmou Luís Capoulas Santos durante uma audição na comissão parlamentar de Agricultura e Mar, acrescentando que a prioridade é interditar este herbicida em locais com “grande concentração de pessoas” como escolas ou hospitais.

Em resposta a um deputado do PSD, que considerou que a proibição do glifosato pode pôr em causa a competitividade agrícola e vai contra uma decisão anterior do parlamento, que chumbou três projetos de resolução para interditar o uso do herbicida, o ministro sublinhou que o produto pode continuar a ser usado nas atividades agrícolas, escreve o Observador.

Segundo Capoulas Santos, o objetivo não é fazer uma “proibição total”, mas precaver os riscos para a saúde humana que estão associados à inalação do produto, pelo que o ministério tem estado a promover também a qualificação de aplicadores de fitofármacos.

O responsável da pasta da Agricultura admitiu também exceções em “situações devidamente comprovadas”, caso apareçam “focos de infeção” que seja necessário controlar, por exemplo, em árvores decorativas.

Capoulas Santos adiantou ainda, em resposta ao deputado do PAN André Silva, que a Direção Geral de Agricultura e Veterinária (DGAV) autorizou a comercialização de um herbicida biológico de uma empresa francesa que pode constituir uma alternativa ao glifosato, faltando apenas aprovar o rótulo.

Capoulas Santos lembrou igualmente que, a nível comunitário o Governo passou de uma posição favorável ao glifosato para a abstenção depois de analisar a informação atualmente disponível, que não permite por enquanto “tomar uma posição clara e inequívoca” quanto ao herbicida.

A Comissão Europeia decidiu prolongar a autorização para o uso do glifosato ate 31 de dezembro de 2017, enquanto analisa o assunto com mais detalhe.

O potencial carcinogénico do glifosato tem sido associado a um co-formulante (taloamina) cuja proibição já foi decidida e entrou em vigor a 01 de julho.

Esta substância está presente em 26 produtos cujo stock terá de ser escoado durante um período transitório de seis meses (até 31 de dezembro).

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