Faculdade de Medicina Dentária do Porto
Investigadores da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto estão a estudar o impacto do uso de tetraciclinas,...

De acordo com o investigador do Laboratório de Metabolismo e Regeneração Óssea da FMDUP (Bonelab) Pedro Gomes, este projeto visa estudar "efeitos menos conhecidos deste grupo farmacológico" em certas doenças, como é o caso da diabetes.

"Verificamos que existe um défice funcional dos osteoblastos [células formadoras do tecido ósseo] em condições diabéticas, motivo pelo qual muitos pacientes são afetados por osteopenia [perda branda de massa óssea] ou osteoporose", explicou o docente da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP).

Nos estudos realizados no Bonelab - coordenado pela professora Maria Helena Fernandes - os investigadores observaram, em modelos 'in vitro' e 'in vivo', que a administração de tetraciclinas, em doses reduzidas, sem efeito antibacteriano, pode estimular a atividade dos osteoblastos.

De acordo com o docente da FMDUP, a quantidade e qualidade do tecido ósseo são fundamentais na área de intervenção terapêutica da Medicina Dentária, refletindo-se no sucesso clínico de todas as técnicas de reabilitação oral, com recurso a implantes, próteses removíveis e fixas.

Este é um dos resultados obtidos através de trabalhos realizados ao longo de oito anos, com o objetivo de estudar as novas propriedades de fármacos já estabelecidos no mercado.

Segundo o investigador, o conhecimento resultante deste projeto que pode ser partilhado e alargado com outras áreas de intervenção clínica, tais como a ortopedia, a cirurgia maxilofacial, a endocrinologia e outras que intervenham na modulação do metabolismo e regeneração do tecido ósseo.

Nos trabalhos estiveram envolvidos cinco investigadores da FMDUP e diversos de outras instituições.

Os projetos desenvolvidos pelo Bonelab podem ser encontrados em www.bonelab.net.

Diretor do programa de controlo de infeções denuncia
Em Portugal, os serviços de urgência dos hospitais são o “nó górdio” das infeções hospitalares, devido à falta de boas práticas...

“Há serviços de urgência em que não conseguimos implementar a prática de prevenção de infeções. É a medicina de catástrofe. Quando os nossos serviços funcionam de forma menos correta é muito difícil implementar medidas de isolamento. É muito importante as boas práticas nas urgências, mas o serviço de urgências é um dos maiores problemas que temos identificados, é o ‘nó górdio’”, afirmou o diretor do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA), ouvido hoje na Comissão de Saúde a pedido do Bloco de Esquerda.

A falta de unidades de isolamento, a falta de profissionais qualificados, a falta de higiene são alguns dos problemas identificados pelo responsável por este programa prioritário da Direção-Geral da Saúde.

Para Paulo Fernandes, o facto de não haver quartos de isolamento, não significa que não se promovam medidas de isolamento ou medidas de precaução para evitar a transmissão.

“Isto não pode servir de desculpa para os médicos. São questões estruturais que têm que ser vistas nos hospitais, porque o funcionamento das urgências são um problema”, afirmou.

Para o médico intensivista, a falta de camas nos hospitais portugueses acarreta o “flagelo das enfermarias com macas”, que considera ser uma inversão do sistema, porque significa que a enfermaria não tem o número de doentes correspondente às camas, mas tem mais, o que “é uma porta aberta para a infeção hospitalar”.

Quanto às práticas de higiene, o responsável sublinhou que as unhas de gel, ou de gelinho, usadas por algumas profissionais, “são práticas não recomendadas, contraindicadas nos serviços de saúde, porque favorecem as infeções, sendo alvo de normas e que circulam pelos sistemas de controlo de infeção”.

Outro problema que o diretor do PPCIRA identifica como grave e fator indutor da propagação das infeções hospitalares tem a ver com a precariedade e rotatividade do pessoal de limpeza dos Hospitais.

“Ao nível do pessoal de limpeza o problema é mais grave por causa da rotatividade desse pessoal e a precariedade desse trabalho. É quase tudo outsourcing. As empresas base não dão a devida formação aos trabalhadores. Nós apostamos em formação desse pessoal e ao fim de dois três meses vamos ao mesmo sítio e é tudo gente nova que temos que formar outra vez”, lamentou.

Paulo Fernandes defende também que se deveria melhorar o vestuário dos profissionais de saúde, que estes utilizem vestuário próprio para a observação dos doentes e não “a roupa usada em casa”.

“Eu sei que isso aumenta as despesas hospitalares, mas é um assunto que tem que ser conversado. Quase todas as medidas de controlo de infeção se revelam custo-efetivas. Normalmente as contas são feitas com o que se vai gastar e não com o quanto se vai deixar de gastar”, disse.

Um milhão de euros
O Fundo para a Investigação em Saúde, no valor de um milhão de euros, está suspenso e a sua continuidade a ser reavaliada,...

Criado em 2014, o Fundo para a Investigação em Saúde (FIS) é gerido pelo Infarmed e foi atribuído pela primeira vez no ano passado a projetos nas áreas da oncologia e das doenças cérebro-cardiovasculares.

O FIS destina-se a financiar atividades e projetos de investigação dirigidos para a proteção, promoção e melhoria da saúde das pessoas.

Este ano, o FIS não vai ser atribuído, segundo revelou fonte do Infarmed.

A mesma fonte explicou que, “a 11 de abril de 2016, foi constituído um grupo de trabalho" para apresentar "propostas de medidas de promoção de investigação clínica" e de "inovação biomédica em Portugal" e ainda sugerir os "termos de referência para a criação de uma Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica”.

“Neste contexto, a continuidade do FIS encontra-se em reavaliação, pelo que até lá não será aberto concurso em 2016”, adianta o Infarmed.

O Ministério da Saúde confirma a situação, referindo que “os projetos que o FIS acompanha ainda estão a beneficiar do financiamento do ano passado”.

Este fundo tem "natureza de património autónomo, sem personalidade jurídica, com autonomia administrativa e financeira, cujo financiamento é assegurado por um conjunto de receitas diversificado”.

Cuidados de saúde
O diretor da Fundação Calouste Gulbenkian, Jorge Soares, vai presidir à nova Comissão Nacional para os Centros de Referência,...

De acordo com um despacho do secretário de Estado adjunto e da Saúde, que deverá ser publicado brevemente em Diário da República, as mudanças na composição da Comissão Nacional para os Centros de Referência visam “garantir uma efetiva articulação nesta área, com a reforma a desenvolver no Serviço Nacional da Saúde (SNS) na área dos cuidados hospitalares”.

A Comissão Nacional para os Centros de Referência avalia as necessidades de prestação de cuidados de saúde e identifica as grandes áreas de intervenção em que devem ser reconhecidos centros de referência.

Cabe a esta comissão “definir os critérios específicos a que devem obedecer os candidatos ao reconhecimento e propõe ao membro do Governo responsável pela área da saúde a decisão de reconhecimento”.

A nova comissão será presidida pelo diretor da Fundação Calouste Gulbenkian, Jorge Soares, e terá como vice-presidente o especialista em nefrologia pediátrica Alberto Caldas Afonso.

António Eugénio Sarmento (especialista em infeciologista), Luís Marques da Costa (investigador), o economista Pedo Pita Barros, o cirurgião Eduardo Barroso, José Alexandre Diniz (diretor do Departamento da Qualidade na Saúde da Direção-Geral da Saúde), o cirurgião Júlio Soares Leite, o diretor do serviço de medicina do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, Luís Campos, a investigadora e diretora do Instituto de Medicina Molecular Maria do Carmo Fonseca e a cirurgiã Lurdes Gandra são os outros elementos desta comissão.

A primeira comissão, agora substituída, foi presidida pelo neurocirurgião João Lobo Antunes.

Criados pelo anterior ministro da Saúde, Paulo Macedo, foi já nos últimos dias do seu mandato que foram conhecidos os primeiros centros de referência, para as áreas da epilepsia refratária, da onco–oftalmologia, da paramiloidose familiar, do transplante pulmonar, do transplante do pâncreas e do transplante hepático.

Em março deste ano foram anunciadas mais 13 áreas prioritárias, para as quais foi reconhecido um alargado número de instituições como centros de referência, seguindo assim a proposta da Comissão para o reconhecimento de Centros de Referência.

Estas áreas são a cardiologia de intervenção estrutural, cardiopatias congénitas, doenças hereditárias do metabolismo, epilepsia refratária, oncologia de adultos-cancro do esófago, oncologia de adultos - cancro do testículo, oncologia de adultos - sarcomas das partes moles e ósseos, oncologia de adultos - cancro do reto, oncologia de adultos - cancro hepatobilio-pancreático, oncologia pediátrica, transplantação renal pediátrica, transplante de coração, transplante rim–adultos.

No Porto
Investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, do Porto, vão criar plataformas...

O projeto BCCT.plan, que arranca em novembro de 2016, conta com especialistas do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), da Fundação Champalimaud e da empresa tecnológica Enermeter.

Com esta tecnologia, "os clínicos podem planear da melhor forma o procedimento cirúrgico e perceber qual a melhor estratégia a tomar, podendo mesmo servir como ferramentas de ensino na formação de novos médicos", disse o investigador do Centro de Telecomunicações e Multimédia (CTM) do INESC TEC Hélder Oliveira.

As ferramentas "vão permitir a comparação entre a aparência final da mama perante as várias opções cirúrgicas disponíveis", com base em informação personalizada 3D das pacientes, associando o tamanho, a localização e a densidade glandular do tumor (obtida através de exames radiológicos).

Nesse sentido, vai ser necessário criar uma base de dados contendo exames radiológicos, anotados por profissionais ligados à radiologia, e informação de superfície da mama.

Educar melhor as pacientes sobre as consequências do tratamento, de forma a facilitar a sua inserção no processo de decisão do procedimento a tomar, "uma vez que a comunicação entre a paciente e médico será facilitada", é outro dos objetivos.

Com a duração de três anos, este trabalho surge no seguimento do projeto europeu Picture, também liderado pelo INESC TEC, cujo principal foco era a criação de uma ferramenta de simulação automática, que não necessitava da interação do utilizador para obter o resultado para o procedimento cirúrgico.

De acordo com Hélder Oliveira, "apesar de terem sido verificados resultados muito satisfatórios, percebeu-se que os modelos de simulação desenvolvidos, para além de demorem muito a serem atingidos, poderiam não corresponder ao que o clínico estaria à espera", não podendo este ter "qualquer ação" sobre a resolução obtida pelos algoritmos.

O BCCT.plan foi pensado "aproveitando a experiência adquirida nos últimos anos", em conjunto com os clínicos, com o intuito de desenvolver "ferramentas mais atrativas" para o planeamento cirúrgico.

Para além de Hélder Oliveira, a equipa do CTM envolvida no projeto conta com os investigadores Jaime Cardoso, Luís Teixeira e João Teixeira.

O projeto foi financiado pelo programa Portugal’2020 em 780 mil euros.

Universidade Católica Portuguesa desenvolve
Atingir um consenso sobre o valor que a Imuno-Oncologia representa no tratamento da doença oncológica e estabelecer...

Mediante a aplicação do “Método do Consenso”, o Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa (UCP) procurou encontrar entendimentos entre os principais atores ligados a esta problemática, representando a ciência, a prática clínica, a gestão da saúde, o poder político e os doentes, de forma a encontrar respostas para os novos desafios colocados pela Imuno-Oncologia e através da procura de eficiências do sistema, prestar a melhor assistência possível aos doentes. Em conjunto, os peritos procuraram perceber o valor e as eventuais vantagens que a Imuno-Oncologia representa, mas também a sua aplicabilidade, considerando o seu financiamento e a sustentabilidade do Sistema Nacional de Saúde.

De acordo com as recomendações dos peritos, as principais metas para a utilização da imunoterapia com sucesso são:

  • A criação de guidelines europeias e internacionais com aplicabilidade à realidade nacional, através da inclusão da sociedade civil, com o incentivo da comunidade científica na implementação;
  • A monitorização a longo prazo da utilização da imunoterapia. Reforma do sistema de saúde, tendo em conta a incidência e prevalência crescentes das doenças crónicas;
  • A criação de um registo oncológico nacional único.

O painel de peritos sugeriu como relevantes os seguintes pontos:

  • É necessário assegurar que todos os hospitais detêm e aplicam Protocolos de Diagnóstico, Estadiamento, Tratamento e Seguimento de doenças oncológicas.
  • A rede de referenciação em oncologia deverá tornar-se mais efetiva, otimizando os recursos disponíveis e a continuidade de cuidados, favorecendo a articulação entre os diferentes níveis de cuidados, com ganhos para os doentes.
  • Foram identificados como temas relevantes o subfinanciamento da oncologia e a iniquidade no tratamento dos doentes de acordo com a área de residência, relacionada com sobretudo com a distribuição dos recursos humanos.
  • A prestação de cuidados de proximidade é fundamental. Para que o acesso dos doentes seja melhorado, muitas modificações do sistema de saúde terão que ser introduzidas, começando pela formação dos futuros profissionais de saúde, incluindo ao nível dos cuidados primários.
  • Os registos de qualidade de vida têm que ser implementados e utilizados de forma disseminada e transversal.
  • O grande ganho da imunoterapia centra-se na forma como se conseguiu alterar o curso da doença, atingindo os dois objetivos primordiais do tratamento oncológico: prolongar a vida dos doentes com melhor qualidade de vida.
  • Tem-se conseguido demonstrar uma regressão sustentada e duradoura nalgumas situações, transformando alguns casos de doença agressiva em doença crónica, pouco sintomática. Apenas alguns tipos de tumores em determinados estadios de doença oncológica beneficiam destes fármacos, de acordo com as evidências atuais.
  • A tentativa de atribuir o caráter inovador à imunoterapia, deve-se ao impacto na sobrevivência nalgumas patologias observado até ao momento, apesar de estarmos ainda numa fase muito imatura de utilização destes fármacos pelo que estudos prospetivos deverão avaliar a eficácia e o perfil de segurança a longo prazo.
  • Este tipo de medicamentos não apresenta o típico perfil de toxicidade associado ao tratamento do cancro, sendo tipicamente melhor tolerado pelo doente, mas pode potencialmente desencadear outros efeitos adversos, nomeadamente reações e doenças do foro autoimune.
  • Nesta fase, é recomendável que o uso destes fármacos seja reservado a centros/unidades de oncologia com os recursos humanos e técnicos adequados à sua administração e monitorização (quer em termos de resposta tumoral, quer em termos de avaliação do doente a longo prazo).
  • A administração deste tipo de medicamentos deve ser registada em sistemas informáticos da entidade reguladora (ie, INFARMED/SINATS) que futuramente possibilitem a monitorização e o desempenho inerente associado, requisito fundamental para que o seu financiamento possa ser feito com base na criação de valor.
Estudo
O uso de medicamentos genéricos na Europa permitiu, em nove anos, duplicar o número de doentes tratados e poupar anualmente cem...

Estas são as principais conclusões do estudo “O papel dos medicamentos genéricos na sustentabilidade dos sistemas de saúde: uma perspetiva europeia”, levado a cabo pela consultora IMS Institute for Healthcare Informatics e que é hoje apresentado no seminário “O Valor dos Medicamentos Genéricos”, organizado pela APOGEN – Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares.

O trabalho em causa conclui que, sem o uso de medicamentos genéricos, os países europeus gastariam mais cem mil milhões de Euros por ano no tratamento de doentes.

Além disso, o recurso a estes fármacos possibilitou que entre 2005 e 2014 os países europeus duplicassem o número de doentes tratados, sem aumentar a despesa, revela o estudo, destacando que o recurso aos genéricos aumenta o acesso para grupos mais carenciados.

A relevância destes fatores é apresentada em contraponto com a conclusão de que em 2050, a população europeia com mais de 65 anos vai aumentar de 129 para 191 milhões (um crescimento de 50%), com o consequente aumento da incidência de doenças crónicas e o correspondente impacto na despesa dos Estados com a saúde.

A par com o envelhecimento da população e aumento da incidência das doenças crónicas, o estudo aponta “o elevado custo dos novos medicamentos” como outro dos grandes desafios para os orçamentos da saúde, indicando que entre 2013 e 2014, o custo dos novos medicamentos mais do que duplicou, de 11,54 mil milhões de euros para 27,08 mil milhões de euros.

Um outro estudo internacional, intitulado “Valor dos Medicamentos Genéricos – Estudo de Economia da Saúde”, realizado pelo IGES Institut para a Medicines for Europe, também apresentado hoje no seminário, apresenta conclusões no mesmo sentido.

De acordo com esta investigação, a utilização de medicamentos genéricos permite tratar um número “consideravelmente maior” de doentes que sofrem de hipertensão mantendo os mesmos níveis de despesa, tratar o mesmo número de doentes com cancro da mama com menor despesa e tratar mais doentes que sofrem de depressão, com um ligeiro aumento na despesa.

Em termos de valor económico global, o mercado de genéricos é o principal fornecedor de medicamentos na Europa, permitindo a sustentabilidade dos orçamentos da saúde e representando um “contributo positivo para a economia europeia”, quer em termos de emprego, quer em termos de investimento, acrescenta o estudo.

A indústria dos medicamentos genéricos emprega mais de 160 mil pessoas na Europa e produz 56% dos medicamentos prescritos na Europa, sublinha Paulo Lilaia, presidente da APOGEN.

Segundo o responsável, “a apresentação destes dois estudos permite concluir, que os medicamentos genéricos trazem grandes benefícios para os doentes e para os Estados europeus, ao aumentarem o acesso dos doentes aos tratamentos e simultaneamente diminuírem a despesa dos Estados com Medicamentos”.

No México
O primeiro bebé do mundo concebido através de uma técnica de reprodução assistida que utiliza o ADN de três pessoas nasceu há...

A publicação revela que a criança chama-se Abrahim Hassan e possui o ADN do pai e da mãe bem como uma pequena quantidade do código genético de uma dadora.

Uma equipa de médicos dos Estados Unidos aplicou a técnica (no México) para garantir que o bebé não herdasse uma doença genética da sua mãe, de origem jordana. A mãe já tinha perdido duas crianças devido a uma doença rara, o síndroma de Leigh, que afeta o sistema nervoso quando este está a desenvolver-se.

Apesar de a mãe estar saudável, os genes da doença permanecem no seu ADN, pelo que o casal recorreu a esta técnica pioneira para que não passasse ao filho.

Os especialistas, liderados por John Zhang, usaram o procedimento para criar cinco embriões, mas apenas um estava saudável, pelo que apenas esse foi implantado.

A "técnica dos três pais", desenvolvida em Newcastle (Reino Unido), combina o ADN dos dois pais com a mitocôndria saudável de uma mulher dadora. Apenas cerca de 0,2% da carga genética da dadora passa para o embrião, o que não interfere com as características essenciais de um indivíduo.

No decorrer do processo, são fertilizados dois óvulos, um da mãe e outro da dadora, com espermatozoides do pai. Depois o núcleo dos dois óvulos resultantes é retirado, mas apenas é guardado o que foi criado pelos pais e esse núcleo é introduzido no embrião da dadora, no lugar do núcleo que foi retirado.

O embrião que resulte desse procedimento é depois implantado no útero da mãe. A técnica permite que também a futura descendência do bebé criado com este procedimento fique livre de doenças mitocondriais (transmitidas pelo material genético da mãe).

A técnica foi recentemente aprovada no Reino Unido.

Ministro do Ambiente
O ministro do Ambiente avançou hoje que 252 edifícios, considerados prioritários, vão ter intervenções para remover amianto,...

“Para 252 edifícios prioritários será realizada intervenção”, em processos que vão ter um investimento de 46 milhões de euros, afirmou o governante.

João Matos Fernandes está a ser ouvido na Assembleia da República, na Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação.

As obras deverão começar “no início de 2017 e concluídas até final de 2018”, salientou o ministro.

Segundo as contas do Ministério do Ambiente, são 2.892 os edifícios com amianto, 252 são prioritários, dos quais 76 “são primeira prioridade”.

Por outro lado, 1.180 são tutelados pelo Ministério da Educação, acrescentou o ministro sobre este assunto que foi alvo de questões dos deputados Álvaro Castelo Branco, do CDS, e de Heloísa Apolónia, do partido ecologista Os Verdes.

Num conselho de ministros dedicado ao ambiente, realizado no início de junho, o Governo anunciou que iria dar prioridade à retirada do amianto dos edifícios públicos que apresentem projetos com garantia de aumento da eficiência energética.

Naquela altura o ministro disse que “a priorização dos investimentos está por fazer e cabe a cada ministério promover as obras para a eficiência”.

As obras do amianto podem ser realizadas através do programa para a eficiência energética dos edifícios da Administração Pública, área que tem uma verba de 200 milhões de euros.

No Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), há uma parcela destinada à eficiência energética dos imóveis que “vai dar prioridade à retirada do amianto dos edifícios para dotar de músculo financeiro” esta tarefa.

Dia Mundial do Coração - 29 de Setembro
Sociedade Portuguesa de Cardiologia comemora o dia Mundial do Coração com o lançamento de uma plataforma online com informação...

É o coração que toma conta da nossa vida. Ajuda-nos, todos os dias, a sermos mais saudáveis, mais felizes e mais fortes. Mas, quem toma conta do nosso coração somos nós! Pequenas mudanças podem transformar a nossa vida. Pequenas mudanças podem dar mais e melhor tempo ao seu coração.

Este é o mote da campanha de educação para a Saúde Cardiovascular, lançada pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia, simbolicamente no dia do Coração, dia 29 de setembro.

Sabemos que as Doenças Cardiovasculares (DCV) são a maior causa de morte em Portugal e no Mundo. Além disso, sabemos que 80% dessas mortes poderiam ser evitadas se todos controlássemos os fatores de risco: tabagismo, colesterol elevado, diabetes, hipertensão arterial, obesidade e sedentarismo.

Porém, cerca de 55% da população portuguesa, entre os 18 e os 79 anos, apresenta pelo menos dois destes fatores de risco! Metade da população portuguesa tem excesso de peso ou obesidade, 40% dos portugueses tem hipertensão arterial, 30% tem colesterol muito elevado, 25% são fumadores e 13,1% dos portugueses, entre os 20 e os 79 anos, tem diabetes.

Esta campanha foi criada por forma a alertar os portugueses para a importância de protegerem a sua vida e o seu coração. Assim, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia pretende sensibilizar a sociedade civil para o impacto que os estilos de vida podem ter na sua saúde.

“Eu Amo Viver” é uma campanha multimeios materializada através do site www.euamoviver.com e página de facebook (disponíveis a partir de dia 29 de setembro) com informação útil sobre as Doenças Cardiovasculares. Esta campanha será oficialmente inaugurada no dia 29 de setembro, através de uma ação de sensibilização da população para a importância de saber realizar Suporte Básico de Vida, que decorrerá na estação de metro do Cais do Sodré, durante o período da tarde.

A fadista Gisela João e os atores Marcantónio Del Carlo e Patrícia Bull são os embaixadores desta campanha, que assim, ajudarão a levar a mensagem mais longe e a um maior número de portugueses. Esta é uma campanha anual que termina no mês do coração, maio, em 2017!

Está ao alcance de cada um mudar o rumo da sua vida, mas isso nem sempre acontece porque não temos a noção de como pequenas mudanças podem ser sinónimo de mais anos de vida. O coração toma conta da nossa vida, mas nós temos que tomar conta do nosso coração. Só assim podemos viver mais e melhor. 

Ministro da Saúde
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) vai ter vinte novas viaturas de emergência e reanimação a partir de outubro...

As viaturas de emergência e reanimação (VMER) são veículos de intervenção pré-hospitalar destinado ao transporte rápido de uma equipa médica ao local onde se encontra o doente, tendo a equipa à disposição equipamento de suporte avançado de vida.

O anúncio foi feito durante a comissão parlamentar de Saúde pelo ministro Adalberto Campos, que estima que as novas VMER estejam operacionais até ao final do próximo mês.

Durante a audição, o ministro sublinhou que 2016 tem sido dada prioridade ao reforço dos profissionais de saúde, anunciando que no último ano o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem mais cerca de 3.800 profissionais, perto de mil são médicos e 1.600 enfermeiros.

Adalberto Campos Fernandes revelou também aos deputados que diminuiu este ano o número de médicos que pediu a reforma. Entre janeiro e fim de agosto pediram a aposentação 158 clínicos, quando no mesmo período de 2015 tinham saído para a reforma mais de 300 profissionais.

Quanto aos cuidados primários de saúde, o CDS foi insistindo durante a audição para saber o número exato de unidades de saúde familiar (USF) já abertas este ano.

Coube ao secretário de Estado Adjunto, Fernando Araújo, responder, indicando que até ao momento abriram oito novas USF de modelo A, havendo mais quatro para abrir durante o próximo mês.

Ainda assim, o secretário de Estado disse estar “seriamente empenhado” em tentar cumprir o objetivo de abrir as 30 novas USF estabelecidas para este ano, que termina dentro de três meses.

Bastonário da Ordem dos Psicólogos
O número de psicólogos por alunos nas escolas portuguesas é atualmente de 1/1.700 alunos, quando o rácio recomendado é de 1/1...

Em declarações, o bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), Telmo Mourinho Baptista, defendeu uma maior inclusão destes profissionais nas grandes áreas de intervenção, nomeadamente na educação e saúde, registando, contudo, “movimentos de mudança” no atual paradigma.

“Tanto na área da saúde, como da educação, como nas organizações, há falta de uma presença de psicólogos que garanta uma cobertura uniforme e aceitável daquilo que deveria ser a presença dos psicólogos”, disse Telmo Baptista, que falava a propósito do 3.º Congresso da Ordem dos Psicólogos, que começa quarta-feira, no Porto.

O responsável sublinha que, apesar de se saber que “ainda existe um caminho a percorrer”, é possível acreditar que estão a ser dados “importantes passos rumo à afirmação dos psicólogos nas escolas”.

Referiu, por exemplo, que o Conselho Nacional de Educação emitiu um parecer “a sublinhar que eram necessários mais psicólogos nas escolas” e que o Ministério da Educação se comprometeu “a disponibilizar 30 milhões de euros para os próximos tempos, com o objetivo de se contratar mais psicólogos e proporcionar melhores condições aos que já trabalham nas escolas”.

No Serviço Nacional de Saúde (SNS), em 2015, existiam 553 psicólogos (ACSS, 2015), que serviam uma população aproximada de 9.869.783 pessoas residentes em Portugal continental em 2014 (INE), representando um rácio de 1/17.848 utentes.

“É, portanto, necessária uma melhor distribuição e uma contratação considerável de psicólogos. Contudo, importa sublinhar que a OPP tem vindo a trabalhar com as diversas ordens e o Ministério da Saúde, no âmbito da promoção e sustentabilidade do SNS. Portanto, parece existirem sinais que o atual paradigma poderá mudar”, frisou o bastonário.

O congresso, que conta com cerca de 1.800 participantes, “uma boa demonstração da força da psicologia na intervenção, fica muito claro que temos uma intervenção que é muito útil a vários níveis, porque beneficia as pessoas, as famílias, os grupos, as organizações, a comunidade e reduz custo”, acrescentou Telmo Baptista.

Durante o encontro, que se prolonga até sexta-feira, será lançado oficialmente o livro “Uma Dor Tão Desigual”, que resulta de uma parceria entre a Ordem dos Psicólogos e oito escritores lusos, onde se explora as diferentes variantes dos distúrbios psicológicos.

Afonso Cruz, Dulce Maria Cardoso, Gonçalo M. Tavares, Joel Neto, Maria Teresa Horta, Nuno Camarneiro, Patrícia Reis e Richard Zimler “mostram o quão asfixiante pode ser a doença e quanta diferença faria uma sensibilidade refrescante”, refere a organização do congresso.

Conferência anual da Plataforma Europeia para a Reabilitação
A secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, defendeu a necessidade de criação de um...

A governante falou na conferência anual da Plataforma Europeia para a Reabilitação “Evolving Societies, evolving services: through the looking glass” (Evoluindo sociedades, evoluindo serviços: olhando pelo outro lado do espelho), organizada em parceria com a Fundação AFID Diferença, que decorreu no Fórum Picoas, nos dias 21 e 22 de setembro.

No encerramento do evento, Ana Sofia Antunes, enumerou três medidas para uma vida inclusiva das pessoas com deficiência “A criação de um subsídio social com o objetivo de tirar estas pessoas da pobreza que ainda é uma realidade. O atual subsídio da pessoa com deficiência é de 200 euros o que não chega para dar dignidade a estas pessoas. A segunda medida é o incentivo à independência da pessoa com deficiência através do desenvolvimento de projetos específicos. A terceira é o emprego para pessoas com deficiência. Em Portugal, temos boas leis nesta área, mas não boas práticas, ou os resultados dessas práticas não são suficientemente disseminados. Por isto, é possível para as empresas, municípios, institutos e outras organizações trabalharem em conjunto na procura da resposta certa para cada caso e cada contexto de cada pessoa com deficiência.”

A secretária de Estado fez, ainda, uma retrospetiva do seu trabalho durante os 10 meses no Governo e de como quer implementar um novo sistema de reabilitação para os próximos anos.

Já o presidente da Fundação AFID Diferença, Domingos Rosa, apelou à união de esforços para melhorar o setor da reabilitação ao nível europeu.

“Falámos de políticas e estratégias futuras para o setor da reabilitação, formação e emprego. Falámos também sobre inovação na prestação de serviços, investigação e novas tecnologias para serviços de reabilitação como chave para a inclusão. Por fim, falámos do financiamento e como a responsabilidade social das empresas pode ser vista como fonte de financiamento. É neste sentido de novas mudanças, novas atitudes e novo compromisso coletivo, que a AFID, EPR e as várias associações, se devem juntar e ter um papel ativo no seu desenvolvimento.”

Juntando cerca de 140 participantes, de diversas organizações, de 18 países europeus, o primeiro dia arrancou com a presença de João Gomes Esteves, curador e Administrador da Fundação AFID Diferença, Graça Rebocho, da Fundação PT, José Serôdio, presidente do Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P., João Afonso, vereador para os Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa e Jean-Paul Essers, presidente da EPR.

João Afonso considerou esta uma oportunidade para discutir os projetos que estão em desenvolvimento com o intuito de tornar Lisboa mais acessível: “Quando falamos de evoluir sociedades e serviços, falamos de inclusão, falamos de direitos humanos e oportunidades. Falamos de todos, e, todos precisam de participar nesta discussão. Falamos de serviços, de uma sociedade inovadora e os mesmos propósitos para todos.”

Já para José Serôdio, do Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P., esta foi uma forma de relembrar a tarefa urgente de implementar os valores da convenção Europeia dos Direitos Humanos das Pessoas com Deficiência.

“É importante ser inovador e dinâmico, de modo a conseguir consolidar compromissos a todos os níveis desde a perspetiva da criação e desenvolvimento de igualdade, às condições para oportunidades de participação e inclusão de pessoas com deficiência, e as suas famílias, em todas as áreas da vida na sociedade.”

Jean-Paul Essers, presidente da EPR, considerou que a tradição deste evento anual é o que mais próximo está do objetivo principal da plataforma: aprendizagem mútua.

“A EPR é composta por membros que estão diretamente envolvidos em prestação de serviços a pessoas com deficiência. As organizações são desafiadas a inovar os seus serviços, adaptar e redesenhar de maneira a que se adaptem às novas regras e regulamentos de cortes orçamentais.”

Ainda no primeiro dia, Laura Jones, secretária-geral da EPR, fez paralelos entre as obras “Alice no País das Maravilhas” e “Alice pelo outro lado do espelho e o que ela encontrou por lá”, de Lewis Carroll, com as iniciativas para a inclusão de pessoas com deficiência e sobre como encontrar soluções.

Miguel Gonçalves, CEO da Spark Agency, apresentou o conceito do Pitch BootCamp para jovens universitários na procura do seu primeiro emprego e falou sobre como ter jovens motivados para uma carreira de excelência através do autoconhecimento e saindo da zona de conforto.

Idália Serrão, ex-secretária de Estado para a Reabilitação e deputada socialista, falou da execução do Plano de Ação para a Integração das Pessoas com Deficiência ou Incapacidade (2006/2009) e da Estratégia Nacional para a Deficiência (ENDEF|2011-2013).

Foi, ainda, entregue o Prémio Inovação EPR para a Fundação Theotokos, da Grécia, através da iniciativa “Serious Games for Developing the Communication and Social Skills of Individuals With Autism Spectrum Disorder (ASD) and Intellectual Disability”. Um jogo criado para jovens entre os 12 e 30 anos com deficiência intelectual ou espetro de autismo, no qual podem trabalhar as capacidades comunicativas e sociais através de jogos interativos que replicam situações de interação social.

Ainda no primeiro dia, os participantes discutiram em workshops várias iniciativas europeias para a inclusão, atividades e estratégias para lidar com o envelhecimento ao nível local, a identidade digital, tecnologia assistida para a inclusão e estratégias de angariação de fundos.

No segundo dia a conferência assentou numa reflexão sobre os trabalhos do dia anterior com evidência na dinâmica World Café, onde os participantes puderam aprofundar questões estratégicas e fazer sugestões de atuação futura à Plataforma.

Destaque ainda para o encerramento de Zé Pedro Cobra, advogado, comediante, contador de histórias e apaixonado por causas sociais que, através da comédia, deixou aos participantes uma série de reflexões sobre a inclusão e como devem desafiar os obstáculos no seu quotidiano enquanto instituições.

A conferência Anual da EPR contou com o apoio da Fundação PT, Câmara Municipal de Lisboa, Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P. e Cruz Vermelha Portuguesa.

“Chapéu com aTTitude”
A IPSS aTTitude lança o desafio “Chapéu com aTTitude”, no âmbito de uma campanha de sensibilização internacional dinamizada...

A iniciativa é realizada pelo 3º ano consecutivo, a nível mundial, com o objetivo de sensibilizar a população para o direito que as crianças com doenças crónicas ou limitantes de vida e suas famílias têm de receber cuidados paliativos pediátricos.

A aTTitude IPSS pretende, acima de tudo, com esta iniciativa simbólica, recordar que em Portugal existem mais de 6 mil crianças e jovens com necessidades paliativas e que o nosso país é ainda considerado o menos desenvolvido da Europa Ocidental nesta área da saúde. Nunca é demais relembrar que os cuidados paliativos pediátricos constituem um direito humano básico para todas as crianças e jovens portadores de doenças crónicas, e que é nosso dever lutar pela sua rápida implementação a nível nacional.

Para mais informações sobre cuidados paliativos pediátricos consulte o portal: http://cuidandojuntos.org.pt/site/.

Ministro da Saúde
A ADSE vai ser um instituto público de gestão participada, com participação dos beneficiários, e que terá uma dupla tutela, dos...

Adalberto Campos Fernandes disse hoje aos deputados da comissão parlamentar de Saúde que o projeto de diploma sobre o novo modelo do subsistema de saúde dos funcionários públicos (ADSE) irá em breve ser apreciado em reunião de secretários de Estado e que o Governo pretende que possa produzir efeitos a partir de janeiro de 2017.

Segundo o ministro, a ADSE será um instituto público de gestão participada, o que permite preparar uma evolução, para uma eventual solução de maior autonomia, para uma associação mutualista de interesse público.

A ADSE passará a ter dupla tutela - da Saúde e das Finanças - e terá a representação de membros dos seus beneficiários.

"Ao Estado cumpre garantir uma tutela administrativa", afirmou.

Adalberto Campos Fernandes reconheceu o problema do envelhecimento dos beneficiários da ADSE, que são cerca de 1,2 milhões, atualmente com uma idade média de 48 anos.

Depois de estar instituído o novo formato, a ADSE deve criar condições para que o universo da sua cobertura seja alargado, por exemplo aos contratos individuais de trabalho na Função Pública.

Esse tipo de novas admissões permitiria diminuir a idade média da população coberta, especificou o ministro.

Campos Fernandes sublinhou que a ADSE deve ser autónoma, independente e auto-sustentada e que não deve haver contribuição do Estado para uma dupla cobertura (a acrescer à que é dada pelo pagamento dos beneficiários).

Ministério da Saúde quer
Os profissionais contratados a empresas pelo Serviço Nacional de Saúde equivalem a 1.260 médicos a trabalhar a 40 horas...

O ministro da Saúde comprometeu-se hoje no Parlamento a tornar residual o recurso a prestações de serviço para suprir a falta de médicos nos hospitais, mas adiantou que é uma medida que não pode ser tomada de um dia para o outro, para evitar prejudicar os utentes.

Neste momento, os profissionais contratados a empresas de prestação de serviço fazem um trabalho que equivaleria a cerca de 1.260 médicos. Até ao final da legislatura, o Ministério pretende conseguir alcançar 10 por cento deste valor.

"A partir do próximo ano, e com o número de contratações, iremos tornar o recurso às empresas absolutamente marginal, que é aquilo que ele deve ser", afirmou o ministro Adalberto Campos Fernandes aos deputados da comissão parlamentar de Saúde.

Hoje, o ministro anunciou no Parlamento que no último ano o Serviço Nacional de Saúde tem mais cerca de 3.800 profissionais, cerca de mil são médicos e 1.600 enfermeiros.

Na comissão parlamentar, o CDS questionou o ministro sobre o aumento de colonoscopias e mamografias que foi prometido pelo Ministério.

Adalberto Campos Fernandes adiantou que o Ministério está a contratualizar a realização desses exames com entidades públicas e do setor social.

"Está bem encaminhado. Em 2016 vamos poder fazer mais e mais barato", declarou.

Estudo
Maior parte das pessoas com mais de 65 anos tem excesso de peso e défice de vitamina D. São resultados de primeiro estudo...

A maior parte dos idosos sofre de défice de vitamina D, de excesso de peso ou obesidade, uma fatia significativa está desidratada e a esmagadora maioria consome demasiado sal. Os dados que permitem esboçar esta espécie de retrato dos idosos ditos saudáveis (foram excluídos os internados em hospitais ou a viver em lares) encontram-se nos resultados ainda parcelares do projeto Nutrition UP –Nutritional Strategies Facing and Older Demography que esta quarta-feira vai ser apresentado no Porto e a que o jornal Público teve acesso.

Desenvolvido pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto com o financiamento da Islândia, Liechtenstein e Noruega, através dos EEA Grants (Programa Iniciativas de Saúde Pública), o projeto partiu da avaliação de uma amostra estratificada (por sexo, intervalos de idades, níveis de escolaridade e regiões) de 1500 idosos, tendo sido colhidas amostras de sangue e de urina para avaliar uma série de parâmetros.

Primeiro: mais de dois terços (68,9%) dos idosos apresentavam deficiência de vitamina D, resultado que mais preocupa os responsáveis por este projeto. “Apenas 8% estão com níveis considerados normais”, lamenta Nuno Borges, um dos investigadores do Nutrition UP 65, que se confessa “preocupadíssimo” porque é necessário somar ainda aos que apresentam um défice total aqueles que têm níveis considerados “insuficientes”.

“A vitamina D é muito importante para que o cálcio seja bem absorvido e depois incorporado no tecido mineral ósseo”, explica o investigador, lembrando que pode ser sintetizada através da exposição solar, mas que este efeito apenas é passível de ser produzido entre Maio e Setembro. A síntese depende não só da duração da exposição ao sol mas também do tom da pele. O problema, frisa Nuno Borges, é que a exposição solar prolongada tem sido desaconselhada por poder causar, a longo prazo, melanoma, a forma mais grave de cancro de pele.

Em alternativa, há outras fontes de vitamina D, como os alimentos que a contêm, nomeadamente o peixe gordo – cavala, sardinha, salmão – a gema de ovo, o fígado, o óleo de fígado de bacalhau, mas estes são relativamente pouco consumidos. em Portugal. Outra fonte de vitamina D são os produtos enriquecidos, como o leite, e resta o último recurso, o dos suplementos.

Mais de 90% dos homens consomem sal a mais
Mas os investigadores deste projeto que pretendeu conhecer o estado nutricional dos idosos portugueses estudaram muitas outras variáveis. Como a do consumo de sal, que também revelou resultados pouco animadores. Nesta faixa etária, 85% dos inquiridos consumiam sal em excesso e, a este nível, os homens surgiam em destaque, com uma proporção mais elevada do que as mulheres (91,8% e 80,4%, respetivamente).

Preocupante é também o facto de uma fatia significativa dos inquiridos – mais de um terço – estar desidratado, e de apenas um quarto não apresentar critérios de diagnóstico de fragilidade, além de um décimo sofrer de sarcopenia (estado clínico de depauperação de reservas musculares). São  resultados que afetam o desempenho e o rendimento global dos idosos . “É como acontece com os atletas, o rendimento é muito inferior”, compara o investigador.

Pela positiva, e quanto à desnutrição, foi encontrado um valor relativamente baixo (perto de 15% dos inquiridos encontravam-se em risco de desnutrição e apenas 19 pessoas estavam mesmo desnutridas). “O risco de desnutrição está mais ou menos em linha com os resultados de outros países europeus”, sublinha Nuno Borges.

Já a proporção de idosos com excesso de peso ou obesidade é extremamente elevada, com valores muito acima dos encontrados para a população adulta em geral em Portugal. Mais de 44% apresentava excesso de peso e 38,7% era mesmo obeso.  “O que é impressionante é que encontramos pessoas obesas em risco de ficar desnutridas”, destaca o investigador. Pode parecer um paradoxo, mas não é. “São pessoas que comem por exemplo muitas bolachas e pão, bebem muito álcool”, ilustra.

“Estes dados ainda são muito crus”, avisa Nuno Borges, que sublinha que com o projeto se pretende ir muito para além deste primeiro estudo. Já foi possível entretanto avançar com sessões de formação para profissionais de saúde (350) e uma rede de voluntários de Norte a Sul do continente e nos Açores levou a cabo ações de formação “mais simples”, quer para os próprios idosos (821), quer para alguns cuidadores (120).

Falta ainda a parte científica propriamente dita. Há muitos dados para trabalhar até porque foram mais de 100 as variáveis estudadas, enfatiza o investigador, que nota que é necessário, porém, mais financiamento para se poder avançar.

Na próxima década
A empresa tecnológica pretende assumir o compromisso de combater o cancro nos próximos anos, com recurso à ciência de computação.

A empresa abriu este ano um laboratório com biólogos, programadores e engenheiros, e tem como intenção, a curto prazo, decifrar o código de células tumorais e reprogramá-las, detetando falhas e reiniciando o “sistema” a fim de garantir que as células doentes regressam a um estado saudável.

Na próxima década, segundo o Sapo, a Microsoft pretende avaliar os mapas de funcionamento interno das redes celulares e tratar o cancro como um “bug”.

Em desenvolvimento está já um computador molecular construído a partir de ADN que tem capacidade para viver dentro das células e procurar falhas nas suas redes.

A partir desta semana
Mais de 10 mil novos computadores vão começar a ser distribuídos a partir desta semana no Serviço Nacional de Saúde, sobretudo...

Na comissão parlamentar de Saúde, o ministro Adalberto Campos Fernandes disse que vai ser feito um reforço intensivo de meios informáticos nos cuidados de saúde primários, não apenas com novos equipamentos, mas também ao nível das redes de comunicações.

O reforço de novos computadores começará já esta semana em centros de saúde na área de Lisboa e Vale do Tejo.

Os problemas informáticos são muitas vezes apontados por médicos e doentes como entraves à prestação completa de cuidados, sobretudo num momento em que já 90 por cento das unidades do SNS usam a receita médica sem papel.

O ministro da Saúde lembrou que os últimos anos foram de interrupção de investimento e que é necessário começar a olhar para as necessidades de reposição de investimento, nomeadamente na área tecnológica, calculando que seriam necessários 800 milhões de euros para repor todas as necessidades.

Adalberto Campos Fernandes sublinhou que a prioridade do Ministério para 2016 foi o reforço e a consolidação dos profissionais e dos recursos humanos, mas "num quadro de responsabilidade orçamental".

Ministro da Saúde
Há mais 3.800 profissionais no Serviço Nacional de Saúde no último ano, segundo dados do ministro da Saúde, que considera...

Na comissão parlamentar de saúde, Adalberto Campos Fernandes disse que de setembro do ano passado para setembro deste ano há mais 3.861 pessoas a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Destes profissionais, cerca de mil são médicos e 1.600 são enfermeiros.

Acresce ainda a entrada de mais de dois mil clínicos que concluíram o internato.

"Estamos historicamente perante o maior número de colocação de médicos e de outros profissionais", declarou o ministro da Saúde.

O Ministério da Saúde diz ainda que entraram recentemente cerca de 450 médicos especialistas hospitalares, incluindo vários clínicos há muito fora do SNS. Foi ainda dada autorização para o regresso de cerca de 100 clínicos que se encontravam aposentados.

Quanto ao impacto financeiro da passagem para as 35 horas de trabalho semanais no setor da saúde, Adalberto Campos Fernandes adiantou que as contas de Julho e Agosto mostram variações de 2,8 milhões de euros, quando as "estimativas mais prudentes" apontavam para acréscimos de 19 milhões de euros num semestre.

Páginas