Pediátrico de Coimbra
A Liga dos Pequeninos - Amigos do Hospital Pediátrico de Coimbra anunciou a instalação de um centro de estimulação sensorial...

O centro pretende disponibilizar no Hospitalar Pediátrico de Coimbra "um misto de contributos terapêuticos não invasivos, que melhorem os comportamentos típicos de crianças e jovens com Necessidades Educativas Especiais, promovendo a sua inclusão social", segundo um comunicado daquela associação.

"Trata-se do primeiro centro de estimulação sensorial 'snoezelen' em ambiente hospitalar pediátrico do país e da primeira instituição nacional a utilizar auscultadores de transdução óssea (premiados com os Bett Awards 2015) para melhoria da fala, comunicação e estimulação cerebral", refere o documento.

Fonte da Liga dos Pequeninos disse à agência Lusa que a sala deverá entrar em funcionamento no início de janeiro de 2017 e ter capacidade para apoiar cerca de 3.000 crianças, "quando estiver a funcionar em pleno".

O futuro espaço pretende intervir no espetro do autismo, problemas de desenvolvimento, distúrbios de integração sensorial, défice de atenção/hiperatividade, deficiência intelectual, sequelas cerebrais, paralisia cerebral - anoxia neonatal, perturbações da linguagem, doenças metabólicas, síndrome demencial, AVC, problemas de memória, ansiedade, pânico e depressão, entre outras.

O projeto "Coimbra Inclusiva - Sala de Snoezelen" da Liga dos Pequeninos é financiado pela Fundação Jumbo para a Juventude, com 24.500 euros, e pela farmacêutica Roche, em 10 mil euros.

O apoio vai permitir a aquisição de material especializado (cama de água quente com música incorporada, sistema de som, coluna de bolhas de água, almofada de ar, sofá vibratório, fibras óticas, pavimento tátil, entre outro), a formação de profissionais e a remodelação do espaço.

A Liga dos Pequeninos é uma associação que promove projetos sociais que contribuam para que o Hospital Pediátrico de Coimbra seja, "cada vez mais, uma instituição humanizada, eficiente e de elevado grau de credibilidade e confiabilidade".

Estudos
Os insetos invasores implicam um custo anual estimado para a humanidade de cerca de 77 mil milhões de dólares (68,9 mil milhões...

Um estudo da faculdade de Biologia da Universidade de Adelaide, na Austrália, publicado na revista científica Nature Communications, permitiu elaborar o primeiro banco de dados dos custos económicos causados pela presença de insetos invasores, mas subestima a quantia total em face da escassez de dados e investigação em África e na América do Sul.

São considerados insetos invasores aqueles que tenham sido introduzidos pelo ser humano em lugares fora da sua área de distribuição natural e que tenham conseguido estabelecer-se e dispersar-se numa região nova, onde se tenham tornado daninhos.

Os cientistas acreditam que uma atualização dos dados poderá elevar a estimativa dos custos anuais para os 270 mil milhões de dólares (241 mil milhões de euros).

“A maior parte dos danos provocados à indústria humana são feitos na agricultura e na silvicultura. Há danos e perdas na produção, mas também há custos com limpeza, erradicação e prevenção”, afirmou através de um comunicado o autor do trabalho, o investigador Corey Bradshaw, citado pela agência Efe.

Bradshaw, biólogo e autor do livro “Killing the koala and poisoning the prairie”, acrescentou que são gastas somas avultadas na prevenção de doenças infeciosas como o dengue, o vírus do Nilo ocidental e o chinkungunya, que são propagadas por insetos.

De acordo com o investigador, à medida que crescer o comércio internacional e subir o aquecimento global, aumentará a frequência com que os insetos invasores aparecerão e se propagarão em zonas fora da respetiva distribuição natural, elevando os custos para a humanidade.

O estudo, no qual participou também Centro Nacional francês de Investigação Científica e a Universidade de Paris-Sul, integra a quase totalidade dos custos anuais mundiais, cerca de 70 mil milhões de dólares (62,5 mil milhões de euros) no setor dos bens e serviços.

Os restantes 6,9 mil milhões de dólares (6,2 mil milhões de euros) são gastos na área da saúde, de acordo com a investigação.

Entre os insetos que geram os maiores gastos destacam-se as térmitas da Formosa (coptotermes formosanus), que proveem da Ásia central e são capazes de comer 400 gramas de madeira por dia, e a mariposa cigana (lymantria dispar), da região da Europa e Ásia, agente da mais destrutiva peste arborícola de madeira dura.

“Mais participação, melhor saúde”
Mais de 65 organizações e 26 personalidades assinaram uma carta que apela à participação dos cidadãos na tomada de decisões...

A “Carta para a participação pública em saúde” e a petição fazem parte do projeto “Mais participação, melhor saúde”, promovido pelo GAT - Grupo de Ativistas em Tratamentos, juntamente com outras 13 organizações na área da saúde, e com a colaboração científica do Centro de Estudos Sociais (CES) – Coimbra.

Em declarações, Margarida Santos, que está na coordenação do projeto, explicou que a iniciativa nasceu da “necessidade de incrementar a participação de doentes, de representantes de doentes, dos cuidadores e dos consumidores de serviço de saúde na tomada de decisão política em saúde”.

No início do projeto foi lançado um inquérito on-line sobre participação em saúde, ao qual responderam quase 80 organizações de saúde e mais de 600 cidadãos.

“Com base nos resultados do inquérito percebemos a necessidade evidente e sentida por estas organizações e cidadãos relativamente à questão da participação em saúde”, disse Margarida Santos.

Após estas conclusões, foi decidido lançar a carta e uma petição com base na missiva “no sentido de apelarmos à Assembleia da República para a discutir e quem sabe implementá-la”, sublinhou.

Segundo a responsável, “grande parte” do que a carta solicita “já está legislado”, mas não está regulamentado e “acaba por não acontecer”.

Deu como exemplos a participação dos utentes de saúde nos conselhos consultivos dos hospitais, nos conselhos da comunidade dos agrupamentos de centros de saúde e nos conselhos municipais de saúde, que estão previstos, mas não funcionam.

“Há uma série de identidades e uma série de procedimentos que a lei já prevê de envolvimento dos cidadãos na tomada de posição na saúde”, mas que na realidade não acontece, lamentou.

Na carta, os signatários defendem que “as pessoas com ou sem doença e seus representantes, não só têm o direito de ser envolvidos, como o seu contributo é relevante e necessário, porque têm um conhecimento experiencial único sobre o sistema de saúde, os cuidados de saúde e a doença”.

A petição, que pode ser assinada em http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=maisparticipacao, já tem mais de 1.000 assinaturas, mas é necessário chegar às 4.000 para que seja debatida em plenário na Assembleia da República.

A Carta é assinada por 65 organizações, a maioria associações de doentes, e 26 personalidades, entre as quais Alexandre Castro Caldas, Guadalupe Simões, Alexandre Lourenço, Helena Roseta, Alexandre Quintanilha, Isabel do Carmo, Ana Jorge, João Semedo, José Aranda da Silva, António Arnaut, José Manuel Boavida, António Correia de Campos, Júlio Machado Vaz, Luís Mendão, Boaventura de Sousa Santos, Marisa Matias, Moisés Ferreira e Ricardo Baptista Leite

No dia 18 de outubro, o projeto realiza o fórum “Mais participação, melhor saúde”, onde será lançada oficialmente a carta e a petição.

Despesas de Saúde
Organizar o orçamento mensal é essencial para qualquer família cuidar das suas finanças e, ainda mai

O inverno está a chegar e com este vêm as gripes e constipações sempre associadas às mudanças de temperatura. O melhor remédio? Prevenir. E antecipar não significa apenas tomar Vitamina C, mas também ter as finanças e, lato sensu, o orçamento familiar à prova de emergências médicas.

Em termos percentuais, o orçamento familiar deve ser organizado da seguinte forma: 35% para a prestação mensal e todos os custos associados à habitação (água, luz, internet e afins), 25% para alimentação, 15% para despesas com transportes e prestação do automóvel, 10% para poupança e, finalmente, 15% para outras despesas essenciais, como é o caso da saúde.

Os 15% do orçamento familiar que devem ser alocados a despesas de saúde podem ser através de uma espécie de “kit de emergência” (algum montante que se põe de parte para fazer check-ups de tempos a tempos), de um seguro ou plano de saúde e até, às vezes, soluções financeiras direcionadas a situações de emergência médica.

Normalmente, em termos de gastos em saúde, os seguros cobrem ou comparticipam o transporte dos doentes, a sua hospitalização e o respetivo acompanhamento médico. “E uma das maiores vantagens associadas aos seguros de saúde é o facto de poderem, precisamente, incluir toda a família num só pacote que, por sua vez, abrangerá diversas especialidades”, sublinha Sérgio Pereira, diretor geral do ComparaJá.pt.

Mas existem cartões de crédito que acoplam seguros de saúde. Portanto, tal como adverte o responsável da plataforma gratuita de simulação de produtos financeiros, “para quem tenha uma conta bancária, é sempre útil verificar primeiro se os cartões associados à mesma não poderão já incluir uma proteção a este nível. Ainda assim, é importante ter em conta que nalguns casos poderá ter de se pagar um prémio adicional”.

As coberturas variam sempre, mas, no geral, um seguro de saúde associado ao cartão pode ajudar com despesas de internamento hospitalar, tanto em Portugal como no estrangeiro (nesta última opção através do seguro de viagem), comparticipando gastos e tratamentos em caso de acidente ou doença.

As contas médicas podem ascender às centenas ou milhares de euros, especialmente se houver cirurgias envolvidas. Por vezes, quando os imprevistos surgem e o seguro de saúde não cobre o que é necessário no momento ou se não se dispõe mesmo de qualquer seguro, ter as finanças à prova de emergências faz toda a diferença.

Ademais, é de salientar ainda que as despesas de saúde realizadas por qualquer membro do agregado familiar são dedutíveis no IRS em 15%, até um máximo de 1.000 Euros, sendo que os prémios dos seguros de saúde também o são. A partir deste ano, as despesas de saúde taxadas com 23% de IVA passam a ser incluídas na categoria “despesas familiares”.

Pese embora a existência do Serviço Nacional de Saúde, existe uma clara perceção de que a salvaguarda criada por este não é total e que muitos custos de saúde acabam por ter de ser financiados pelas próprias pessoas, o que cria um grande peso na carteira de uma família. A melhor forma de evitar é mesmo estruturar o orçamento mensal a pensar no futuro e num dos aspetos mais essenciais: a saúde.

Fonte: 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Em 2015
A percentagem de doentes operados fora do tempo considerado clinicamente aceitável aumentou no ano passado, um crescimento...

Segundo o relatório síntese da atividade cirúrgica programada relativo a 2015, a percentagem de doentes operados que ultrapassaram os tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) cresceu 5,4% em relação a 2014.

Também cresceu a percentagem de operados prioritários que ultrapassaram os tempos máximos recomendáveis, mas de forma mais moderada – um aumento de 1% entre 2014 e 2015.

Já nas cirurgias oncológicas, de neoplasias malignas, os doentes operados além do tempo aceitável mantiveram-se em 2015 nos mesmos valores do ano anterior.

Ainda assim, na área oncológica ainda há mais de 16% de doentes operados que ultrapassam os tempos clinicamente aceitáveis para a sua situação. Contudo, estes valores estão bem distantes dos 28% que se registavam há cerca de uma década, em 2006.

Aliás, o próprio relatório de atividade cirúrgica mostra que entre 2006 e 2015 caiu quase para metade a percentagem de doentes com tumores que foram operados além do tempo máximo recomendado.

Em média, os operados por neoplasias malignas em 2015 esperaram 28 dias (mais um dia do que em 2014), quando em 2006 esse valor era de 33 dias.

Especialista defende
O especialista João Gorjão Clara defendeu que deviam ser criadas consultas e unidades de internamento em geriatria em todos os...

Gorjão Clara, um dos principais impulsionadores deste ramo de medicina em Portugal, criou, em 2011, uma consulta multidisciplinar de geriatria, que funciona no Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN).

Nesta consulta, uma equipa multidisciplinar avalia o doente nas mais variadas vertentes (clínica, social, emocional, intelectual e físico) para que o médico consiga responder mais adequadamente aos seus problemas, explicou o geriatra, que falava a propósito do 12º Congresso Internacional da Sociedade de Medicina Geriátrica da União Europeia, que decorre entre quarta e sexta-feira em Lisboa.

Há ainda a possibilidade de se marcar nesta consulta uma visita domiciliária, na qual se dá apoio terapêutico, mas também se procura detetar fatores de risco de acidentes domésticos e dar conselhos sobre alimentação, entre outras intervenções.

Para o coordenador da Unidade Universitária de Geriatria da Faculdade de Medicina de Lisboa e coordenador do Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, esta consulta devia funcionar em todos os hospitais do país, tal como deviam ser criadas unidades de internamento em geriatria.

“É preciso replicar esta consulta por todos os hospitais e é preciso que todos os hospitais sintam a necessidade de criar unidades de geriatria, de 15, 20 camas, onde os doentes geriátricos tenham apoio e a possibilidade de ter otimizada a sua assistência, como acontece, por exemplo, há mais de30 anos em Espanha e nos Estados Unidos da América”, defendeu.

Atualmente, apenas existe uma unidade de internamento em geriatria, que abriu este ano no Hospital de Vila Franca de Xira. Entretanto, também abriram consultas multidisciplinares de geriatria naquele hospital, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, e num hospital particular de Lisboa.

O especialista explicou que os pacientes geriátricos “são os doentes mais complexos dos idosos”, têm múltiplas doenças, “mais deterioração intelectual e física e, muitas vezes, com problemas sociais”, situação que implica decisões difíceis.

“São estes doentes que são internados nas unidades de geriatria”, e que constituem “uma pequena porção dos doentes idosos que chegam ao hospital”, sublinhou.

Dados compilados pela Pordata revelam que o número de pessoas em Portugal com mais de 65 anos duplicou em relação aos anos 70 e é hoje superior a dois milhões, tendo a população com mais de 80 anos aumentado cinco vezes.

Gorjão Clara salientou que o envelhecimento da população "é uma realidade indiscutível", para a qual "os hospitais e os médicos têm que estar preparados".

Especialista defende
O médico Gorjão Clara defendeu que, tal como as crianças, os idosos também precisam de ter assistência médica própria,...

“Hoje a esperança de vida é muito mais alta do que era há 30 anos e os hospitais e os médicos têm que estar preparados para essa realidade que é diferente”, disse o geriatra, que falava a propósito do 12º Congresso Internacional da Sociedade de Medicina Geriátrica da União Europeia, que decorre entre quarta e sexta-feira no Centro de Congressos de Lisboa.

Para o coordenador da Unidade Universitária de Geriatria da Faculdade de Medicina de Lisboa e coordenador do Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, o “grande desafio” é conseguir “otimizar a assistência aos idosos”.

Para isso, os idosos têm de ter “assistência própria”, uma assistência que “justifica a existência da geriatria”.

“Assim como as crianças têm que ter uma abordagem própria, porque as suas doenças são de determinado tipo e prevalência, e a maneira como devem ser tratadas tem de ser condicionada pela imaturidade do seu sistema biológico”, os idosos também precisam, porque estão numa “fase tardia da evolução biológica”, que também condiciona a prevalência e a manifestação das doenças e a opção e abordagem terapêutica.

Gorjão Clara sublinhou que é “um desafio enorme que se levanta a todos”, porque obriga “a refazer” as prioridades da medicina tradicional que tem sido as pessoas de meia-idade.

Os idosos são hoje os “maiores consumidores de medicamentos” e os que estão internados nos hospitais em maior número, disse, advertindo que esta população está a crescer e a sociedade tem de preparar-se para isso.

Além da necessidade de se otimizar a assistência aos idosos, é preciso criar “condições sociais” que melhorem a sua qualidade de vida e que passam por adaptar as cidades e os hospitais a esta realidade.

Citou como exemplos as cidades terem que ter “pisos regulares para que o idoso não tropece e não caia”, bancos onde possam descansar, casas de banho próximas, sombras nas paragens dos transportes e escadas rolantes no metro até à superfície.

Por outro lado, exemplificou, os hospitais que se constroem não podem ter as características de hospitais como o de Santa Maria, que foi construído há mais 50 anos e em que a média de idade das pessoas internadas na altura era de 45, 50 anos e hoje é de 80 anos

Sobre a realização do congresso, ao qual preside, Gorjão Clara disse que “é uma honra” realizar-se em Portugal, porque é um país onde a “geriatria ainda não está muito desenvolvida”, onde não há unidades de internamento nos grandes hospitais e a “especialidade não existe”.

“A Ordem dos Médicos reconheceu no ano passado a competência em geriatria, mas ainda não há especialidade”, sublinhou.

Segundo o especialista, o congresso irá trazer a Portugal – o quarto país mais envelhecido da Europa – mais de 1.000 participantes de 53 países.

Sobre a escolha do tema do congresso, “Descobrindo novos caminhos no mundo da geriatria”, Gorjão Clara disse que está relacionado com os descobrimentos portugueses.

“O congresso pretende procurar novos caminhos, novas informações, novos processos e dar melhor assistência e acompanhamento aos idosos”, explicou.

Relatório revela
O tempo médio de espera para uma cirurgia rondou os três meses no ano passado, quando se fizeram mais de 500 mil cirurgias,...

O relatório síntese da atividade cirúrgica programada referente a 2015 indica que o número de entradas em Lista de Inscritos para Cirurgia (LIC) totalizou 662.642 doentes, tendo sido operados, no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), 513.205.

Segundo o documento, a percentagem de pessoas inscritas que ultrapassaram o tempo máximo de resposta garantido era de 12,2 por cento no final de 2015.

Para os números de cirurgias contribuíram essencialmente as administrações regionais de saúde do Norte e de Lisboa e Vale do Tejo, com quase 500 mil das 662.642 entradas.

No fim do ano passado existiam 57 hospitais convencionados, que fizeram 20.054 cirurgias, e sete hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que aceitavam transferências de outros hospitais (que efetuaram 230 cirurgias provenientes de outros hospitais do SNS).

As entradas nas listas de inscritos para cirurgias têm aumentado todos os anos, passando de pouco mais de 450.000 em 2006 para mais de 611.000 em 2011 e até chegar aos números do ano passado, um aumento de 46,6 por cento relativamente a 2006.

Nos mesmos períodos, a percentagem de inscritos que ultrapassaram o tempo máximo de resposta garantido desceu drasticamente (71,9%), de 43,5 por cento em 2006 para 12,2% no ano passado.

Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários
O bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários revelou que vários veterinários já se suicidaram em Portugal, sendo esta uma...

No Dia Mundial do Animal, o Jorge Cid disse que os casos de suicídio nesta profissão “não são um nem dois”.

“É uma profissão extremamente stressante”, disse o bastonário, recordando algumas das pressões a que estes profissionais estão sujeitos: “Quem faz inspeção pode sofrer pressões ao nível de alguns agentes económicos” e quem faz clínica, nomeadamente de animais de companhia, “lida muitas vezes com a morte, com um grande desgosto das pessoas”.

“As pessoas colocam em nós uma carga grande, a qual às vezes temos dificuldade em ultrapassar”, acrescentou.

Segundo Jorge Cid, os veterinários são muitas vezes psicólogos. “As pessoas desabafam connosco. Há casos extremos, em que sabemos que aquele animal é a única companhia da pessoa – e há imensos casos – e desenvolve-se ali uma grande carga psicológica” quando o animal sofre uma doença crónica que o vai provavelmente matar.

O bastonário explicou que estes profissionais são muitas vezes chamados a resolver situações, para as quais não têm meios.

“Tudo isto causa alguma depressão e que pode eventualmente, dado o alto stresse, levar a pessoa a suicidar-se”, afirmou.

Outra situação causadora de stress é o conhecimento de casos de maus tratos, que não poucas vezes acabam nos consultórios.

“Há uma panóplia de situações que são extremamente difíceis e a pessoa tem que ter uma grande estrutura física e moral para as aguentar”, disse, concluindo que este é ainda “um trabalho mal remunerado”.

“Se soubessem a realidade, os ordenados e a precariedade, muitas pessoas não entrariam na profissão”, concluiu.

Um estudo elaborado por David Bartram, do Grupo de Saúde Mental da Universidade de Southampton School of Medicine (Inglaterra), concluiu que os médicos veterinários têm uma taxa de suicídio quatro vezes superior à população geral e duas vezes superior a outras profissões.

Em Portugal, o veterinário e especialista europeu do comportamento animal Gonçalo Pereira coordenou um estudo, envolvendo cerca de um quarto dos profissionais, sobre a ansiedade, stresse, depressão desgaste profissional e satisfação com a vida que confirma estes valores “preocupantes”.

“Somos uma classe que não está sequer preparada para identificar os sinais de depressão e de desgaste profissional”, disse.

Segundo Gonçalo Pereira, ao nível dos veterinários de animais de companhia, são os especialistas em oncologia e comportamento animal os que têm menos satisfação com a vida, “talvez por serem as áreas mais frustrantes devido ao final de muitos dos casos”.

“Os níveis de ansiedade, de stresse e de pressão da classe estão muito elevados”, adiantou.

Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários
O bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários denunciou que há imensos municípios em Portugal sem veterinário municipal, o que...

“Há sete anos que o Ministério da Agricultura não nomeia um veterinário municipal”, afirmou Jorge Cid em entrevista, a propósito do Dia do Animal, que hoje se assinala.

Segundo o bastonário, “à medida que [os médicos veterinários] vão saindo, não vão sendo substituídos, com gravíssimos inconvenientes para a saúde pública”.

Jorge Cid explicou que, para colmatar estas falhas, “os municípios vão tentando contratar médicos veterinários que não são oficiais, são médicos veterinários de autarquia, sem haver uma tutela da Direção Geral da Alimentação e Veterinária (DGAV), que é o que deve haver. Outros tentam saídas, como um médico para mais do que um município. Mas com muitos prejuízos”.

O bastonário alerta para os riscos da falta destes profissionais: “São eles que fazem inspeções aos estabelecimentos de venda ao público dos produtos de origem animal na região, os talhos, os mercados municipais. São eles que fazem fiscalização e são os responsáveis pelos Centros de Recolha Oficial de Animais (canis municipais)”.

Outra função que Jorge Cid apenas reconhece para os veterinários municipais é a avaliação dos maus tratos animais, um crime em Portugal.

“Essa avaliação só pode ser feita por um médico veterinário e é bom que assim seja, para não ficar ao critério de outros profissionais”, prosseguiu.

A Ordem bate-se ainda pela criação de uma carreira de inspetor sanitário, cuja ausência é “um problema muito grave”.

“O médico veterinário tem que ter uma isenção. Tem de ser uma pessoa isenta. Quando fiscaliza alguma coisa, não pode ser empregado ou pago pela entidade onde pratica o ato”, disse.

E explicou: “Nos matadouros ou em qualquer situação em que haja abate de animais para consumo, o médico veterinário devia ser uma entidade oficial, com uma carreira específica do Estado, cuja função é a inspeção alimentar”.

“Não faz sentido que seja uma empresa particular a ter de recorrer a um médico veterinário”, embora seja importante que disponha dos seus médicos veterinários para acompanhar toda a exploração.

O médico veterinário “é fundamental porque é ele que tem de dizer o que se pode ou não aplicar e quais os intervalos de segurança” ao nível dos antibióticos, cuja administração excessiva é hoje um grave problema.

“Os médicos veterinários que fazem inspeção veterinária fazem-no com elevadíssimos sacrifícios. Tem havido muitas pressões e até tem havido problemas relativamente graves com essas situações”, denunciou.

Estudo
Os portugueses que tentam emagrecer perdem em média sete a oito quilos, mas 80% do peso perdido é depois recuperado, segundo um...

Pedro Teixeira, professor e investigador da Faculdade de Motricidade Humana (FMH), explicou que, em média, em cada dez quilos de peso perdidos pelos portugueses há oito quilos que são recuperados.

As tentativas de perda de peso duram em média 44 semanas – menos de um ano – e alcança-se uma média de sete a oito quilos perdidos.

“Há muitas pessoas que conseguem perder peso mas a maioria tem dificuldades em mantê-lo ao longo do tempo”, afirma Pedro Teixeira, para quem falta de motivação não é certamente o fator que explica o reganho de peso.

Aliás, a motivação para perder peso ficou expressa num outro estudo, publicado há cerca de um ano, em que se conclui que 44% dos adultos em Portugal estavam ativamente a perder peso, com as mulheres a exibirem a percentagem mais elevada (54%).

As explicações para as dificuldades em manter o peso que se perdeu podem ser diversas. Uma delas pode passar pelo uso de estratégias e métodos que não são sustentados no tempo, como o recurso a dietas demasiado agressivas ou a ausência de exercício físico.

Por outro lado, o estilo de vida contemporâneo ajuda certamente a explicar o fenómeno de reganho de peso, como argumenta o investigador Pedro Teixeira: “Vivemos num ambiente muito pressionante para o ganho de peso, é como estar a remar contra a corrente do rio. Há muita pressão para uma alimentação demasiado calórica e para passarmos muito tempo sentados”.

Contudo, há histórias de sucesso, muitas delas refletidas no Registo Nacional de Controlo de Peso, um banco de dados de adesão voluntária de pessoas que foram bem-sucedidas a perder peso em Portugal.

Em média, os mais de 350 participantes nesse Registo conseguiram perder 18 quilos durante 28 meses.

Esta é uma amostra selecionada de casos de sucesso na população portuguesa e que pode ajudar a compreender os fatores que contribuem para a perda e manutenção de peso.

“Não há uma única receita para o sucesso. É sempre a própria pessoa que consegue encontrar a fórmula que melhor se adapta às suas preferências, ao seu quotidiano. Sabemos que existem vários perfis de sucesso. Cabe a cada um perceber o que é melhor no seu caso”, refere Pedro Teixeira.

Mas há questões concretas comuns aos casos de sucesso de perda e de manutenção do peso, como a alimentação equilibrada e com um padrão regular e a capacidade de incluir a atividade física no dia-a-dia e não passar muitas horas a ver televisão.

“É rara a pessoa que consegue manter peso com sucesso sem atividade física regular, ronda apenas um por cento dos casos”, adianta o investigador.

Atualmente, a Faculdade de Motricidade Humana está a testar as estratégias de manutenção da perda de peso com o recurso às tecnologias de informação, tentando compreender como sites ou aplicações informáticas e de telemóvel podem ser usadas ao serviço da melhoria da saúde.

Este estudo (NoHow), financiado pela Comissão Europeia, vai decorrer igualmente na Dinamarca e também no Reino Unido.

Em Portugal, a FMH convida os portugueses que já empreenderam um processo de perda de peso ou estão a fazê-lo a integrarem, de forma gratuita, o estudo, beneficiando de avaliações periódicas que podem ajudar a investigação e contribuir para o controlo dos casos individuais.

Em Lisboa
Alunos da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa vão formar cuidadores informais de pessoas em situação de dependência,...

Intitulado "Cuidar Melhor", o projeto insere-se nas políticas sociais do município para "fomentar ações mais próximas dos cidadãos em situação de dependência, ‘capacitadoras' da respetiva autonomia e independência e promotoras de humanização de cuidados, que contribuam para minimizar custos e ajustar-se aos problemas e necessidades de uma população envelhecida", refere o protocolo assinado entre o município e a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL).

Para isso, a autarquia contará com a "experiência e conhecimento especializado de alunos voluntários", que "colocarão os seus conhecimentos ao serviço da população nos encontros com os cuidadores", indica o mesmo documento.

Neste projeto, que tem a duração prevista de um ano e não envolve custos, participa também a Associação para Desenvolvimento de Novas Iniciativas para Idosos (ADVITA), que realizou vídeos "em colaboração com profissionais reconhecidos nas áreas temáticas desenvolvidas, com a preocupação de transpor o conhecimento científico para o quotidiano da prestação dos cuidados".

Em declarações, o vereador dos Direitos Sociais, João Afonso, explicou que estas formações serão "dirigidas a pessoas que não são profissionais e que nunca tiveram preparação" para serem cuidadoras, mas que acabaram por assumir esse papel.

O objetivo é "permitir que quem cuida preste os melhores cuidados", já que estão em causa "situações muito pesadas a nível emocional, físico e económico", sublinhou.

Tendo em conta a realidade da cidade, esta população dependente é essencialmente idosa, mas o projeto "é completamente transversal", de acordo com João Afonso.

"Abrange quem não tem recursos e não pode recorrer a soluções comerciais, quem não encontrou resposta do ponto de vista do serviço público e quem se recusa a ir por instituições, acabando por ficar na sua própria casa ou de familiares", precisou.

A Câmara vai agora identificar os locais para fazer estes cursos, em cinco freguesias da cidade a definir.

O protocolo com a ESEL e com a ADVITA foi assinado este fim de semana, no âmbito do festival LisBoa Idade, que juntou crianças, adultos e idosos no Jardim da Estrela para divulgar o envelhecimento ativo e a qualidade de vida.

"A adesão das pessoas foi ótima", notou João Afonso, advogando que "o objetivo de ter um evento sem barreiras, em termos de idade, foi conseguido".

Marcelo Rebelo de Sousa
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou o ex-presidente da Sogrape Vinhos Salvador Guedes com a ordem de...

“Salvador Guedes foi sempre e continua a ser denodadamente um combatente solidário, empenhado em criar pontos de encontro, estruturas de convergência, traços de comunhão de vida com aqueles companheiros de jornada. Sempre chamando tantos outros para a faina comum”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

E acrescentou: “Essa sua coragem pessoal e cidadã explica que o Presidente da República o condecore com a ordem do mérito, votada também ela ao contributo para a comunidade e seus desígnios sociais”.

Marcelo falava na inauguração da nova delegação da APELA - Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica, instalada no Centro Hospitalar do Conde Ferreira, num espaço cedido pela Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP).

“Coincidiu este papel da SCMP com uma campanha chamada ‘Todos contra Ela”. [esta] é a expressão mais feliz daquilo que se nos pede no combate contra a esclerose lateral amiotrófica. Todos, ou seja, todos nós. Com toda a mobilização de vontades, de meios, de convicções”, apelou o Presidente da República que recebeu das mãos do provedor o diploma de irmão honorário.

Salvador Guedes, ex-presidente da empresa Sogrape, a quem a doença foi diagnosticada há cerca de três anos, foi o fundador da campanha “Todos contra ELA”, projeto de angariação de fundos que revertem para a APELA.

“Há cerca de um ano, Salvador Guedes veio falar comigo sobre a necessidade de se criar um espaço que pudesse ajudar a resolver o problema dos cuidadores e das famílias das pessoas portadoras desta doença. Perante a maneira como ele me colocou a questão, a SCMP, nos seus 517 anos, não poderia dizer outra coisa senão ‘presente’ a este apelo”, contou o provedor António Tavares.

Para Fernando Guedes, irmão de Salvador Guedes que assumiu o seu cargo de CEO na Sogrape há cerca de um ano, a condecoração de Marcelo Rebelo de Sousa foi “ultra merecida” e o reconhecimento da sua “obra extraordinária”.

Lembrou que a doença foi diagnosticada a Salvador Guedes “há cerca de três anos”, manifestando-se através da “perda de força muscular”.

“É uma doença neurológica que afeta toda a parte muscular” do doente que mantém “todas as suas capacidades intelectuais e psicológicas”, relatou, contando que Salvador Guedes “continua a participar no dia-a-dia da empresa”.

Health Parliament
O primeiro Parlamento 100% dedicado à saúde está a recrutar. A iniciativa, designada Health Parliament Portugal, pretende por...

Os 60 jovens serão distribuídos por seis comissões parlamentares e irão discutir seis temas ao longo de seis meses.

Os ex-ministros da Saúde Maria de Belém Roseira, Paulo Macedo ou o investigador e deputado, Alexandre Quintanilha, são apenas três exemplos de personalidades de reconhecido mérito que integrarão o projeto na qualidade de curadores, apoiando os jovens nas seis comissões parlamentares onde serão integrados.

“O doente no centro da decisão: que impacto sobre os profissionais e cuidados de saúde”, “ética: o que espera a sociedade dos cuidados de saúde”, “saúde mental: de parente pobre a investimento com retorno”, “barreiras aos cuidados de saúde: que desafios demográficos, realidades locais e futuras respostas”, “tecnologias de informação em saúde: que promessa tecnológica e desafios sociais”, “economia do conhecimento: como potenciar o impacto da I&D na economia” são os seis temas que estarão em debate no parlamento da saúde entre janeiro e junho do próximo ano, e que são considerados de primordial importância para o serviço de saúde português.

“A saúde pensa-se cedo” é o mote da campanha de recrutamento para o projeto Health Parliament. Uma campanha que se baseia na necessidade de encontrar pessoas com garra e vontade de mudança.

Os interessados em fazer parte deste parlamento 100% dedicado à saúde podem candidatar-se através do site da iniciativa até ao dia 28 de outubro

Esta iniciativa, que conta com o alto patrocínio do Presidente da República, é uma parceria entre a Janssen Portugal, companhia farmacêutica do grupo Johnson&Johnson, o Expresso, a Microsoft e a Universidade Nova de Lisboa.

Saiba mais sobre o Health Parliament Portugal AQUI.

Ordem dos Médicos Veterinários
Para assinalar o Dia Mundial do Animal e o Dia do Médico Veterinário, a Ordem dos Médicos Veterinários irá promover um Encontro...

Este encontro, que se realiza no Auditório Laboratório Regional de Engenharia Civil, contará com a participação do Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, Jorge Cid, e do Presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Alves Cordeiro.

O Encontro Regional de Veterinária terá duas sessões: a primeira será destinada ao público em geral e a segunda será reservada exclusivamente a médicos veterinários.

A sessão destinada ao público, que se inicia pelas 09h45 e termina às 13h00, terá como foco principal os temas relacionados com os produtos láteos: “Leite e Laticínios – Uma Abordagem Global” e “Tendências Globais dos Produtos Láteos”. Para liderar estas reflexões e conferências, a sessão contará com nomes como Paulo Costa Leite (ANIL); Carla Teixeira (Portugal Food); Jorge Rita (FAA); Carolina Câmara (IAMA); e a moderação de José Matos (ANIL- CNL).

A sessão reservada a profissionais, que se inicia às 14h30, centrar-se-á nas doenças infeciosas transmissíveis - zoonoses e a leptospirose: “Zoonoses Alimentares”, “Zoonoses Infeciosas e Emergentes: Porque as temer?”, Leptospirose nos Açores: da Epidemiologia ao Controlo” e “Leptospirose Humana na Ilha de São Miguel: Avanços no Diagnóstico e na Investigação”.

Esta segunda sessão contará com os contributos científicos de Fernando Bernardo (Diretor Geral de Alimentação e Veterinária); Fernando Boinas (Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa); Sofia Brandão Borrego (SRAF); Luísa Vieira (HDES) e Carlos Pinto (SDASM).

Yoshinori Ohsumi
O japonês Yoshinori Ohsumi, hoje distinguido com o Nobel da Medicina pela descoberta do mecanismo de autofagia celular,...

"É uma honra poder ser valorizado desta maneira porque eu fiz um estudo de medicina básica. Este prémio é o maior motivo de alegria e satisfação para um cientista", explicou aos jornalistas o biólogo japonês de 71 anos após saber que o Instituto Karolinska de Estocolmo o tinha premiado com o Nobel da Medicina.

Ohsumi, que trabalha no Instituto de Tecnologia de Tóquio, foi distinguido por descobrir o processo de degradação e reciclagem dos componentes celulares, conhecido como "autofagia".

"Aos jovens gostaria de dizer que nem toda a investigação pode ter êxito, mas é importante definir um desafio", afirmou o biólogo, que reconheceu que a sua descoberta teve muito a ver com sorte.

Quanto à sua motivação, Ohsumi, sexto Nobel da Medicina nascido no Japão, afirmou que sempre quis estudar "matérias que não foram estudadas por outros cientistas", segundo declarações recolhidas pelo canal público NHK.

No seu comunicado, o Instituto Karolinska escreveu que as descobertas de Ohsumi, de 71 anos, "levaram a um novo paradigma na compreensão de como a célula recicla o seu conteúdo".

"As suas descobertas abriram o caminho à compreensão da importância fundamental da autofagia em muitos processos fisiológicos, como a adaptação à fome ou a resposta à infeção. As mutações nos genes da autofagia podem provocar doenças e o processo autofágico está envolvido em diversos problemas, incluindo o cancro e a doença neurológica.

Yoshinori Ohsumi nasceu em 1945 em Fukuoka, no Japão e terminou o seu doutoramento na Universidade de Tóquio em 1974.

Após três anos na Universidade Rockefeller, em Nova Iorque, regressou à Universidade de Tóquio, onde estabeleceu a sua equipa de investigação, em 1988.

Desde 2009, é professor no Instituto de Tecnologia de Tóquio.

A temporada dos prémios Nobel 2016 começou hoje com o anúncio do Nobel da Medicina e prossegue com o da Física (terça-feira), da Química (quarta-feira), da Paz (sexta-feira) e da Economia (dia 10).

O Nobel da Literatura será atribuído a 13 de outubro.

Os prémios Nobel, criados em 1895 pelo químico, engenheiro e industrial sueco Alfred Nobel (inventor da dinamite), foram atribuídos pela primeira vez em 1901.

O prémio Nobel corresponde a uma recompensa de oito milhões de coroas suecas, o equivalente a cerca de 834.000 euros.

Administração Central do Sistema de Saúde
Aumento do número de doentes e falta de pessoal podem explicar quebra na resposta no IPO de Lisboa.

Um quarto dos doentes à espera de cirurgia no IPO (Instituto Português de Oncologia) de Lisboa só é operado depois do prazo legal limite (que nos casos muito prioritários é de 15 dias), tempos de espera que pioraram este ano. Segundo os dados publicados no Portal do SNS, uma das áreas em maiores dificuldades é a de Otorrinolaringologia, em que um doente que devia ser operado no máximo em duas semanas tem de esperar um mês por cirurgia. Em causa estará a lei da liberdade de escolha dos hospitais que levou ao aumento da procura por parte dos doentes, segundo a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Já a Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) alerta para a falta de profissionais - transversal a todo o país.

Os dados disponíveis na página da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) mostram que o IPO de Lisboa foi dos institutos de oncologia o que viu piorar mais os tempos de resposta, em junho de 2016, em relação ao mesmo período do ano passado. Este ano, tinha operado dentro dos limites legais (ver caixa) 75,2% dos doentes inscritos na lista de espera, enquanto no mesmo período de 2015 esse valor era de 80,8%. Números que o presidente do IPO, Francisco Ramos, não quis comentar, enquanto não tiver uma solução, disse ao Diário de Notícias. Já os institutos do Porto e Coimbra tiveram variações negativas mais baixas. O primeiro passou de 73% para 72,9% e o segundo de 79,8% para 78,9% dentro do prazo, entre 2015 e 2016.

Um relatório do hospital disponível online - mas em relação ao primeiro trimestre do ano - explicava que a 31 de março o tempo médio de espera para cirurgia era de 68 dias. Lembrava ainda a existência de poucos doentes em alguns serviços à espera, como era o caso de pediatria e oftalmologia com um caso cada. Admitia que nessa altura 23% das cirurgias eram feitas foram do tempo, mas sublinhava que o tempo ultrapassado era "pequeno". "Visto que para 14% desses doentes o prazo foi ultrapassado em 5 dias, para cerca de 22% em 10 dias e para cerca de 35% em 15 dias". Os dados mais recentes disponíveis na página do SNS, de junho, mostram um outro extremo onde a especialidade de Otorrinolaringologia tinha 31 dias de espera e havia 51 pessoas na lista, para casos que deviam ser respondidos em duas semanas.

A propósito da ultrapassagem dos tempos, a presidente da SPO, Gabriela Sousa, - que não quis comentar os resultados concretos de nenhum dos institutos -, disse ao Diário de Notícias que, embora "cinco dias não façam diferença na vida do doente", se os prazos existem é porque devem ser cumpridos de forma a garantir o melhor tratamento possível. "Pretende-se que os doentes tenham a adequada resposta e uma interligação dos tratamentos que tem de ser ágil e nos tempos certos", defende. A própria Sociedade tem "chamado a atenção para o aumento do número de casos esperado na oncologia, para o facto de os doentes viverem mais e se fazerem mais linhas de tratamento", que exigem mais profissionais. A que se soma a inadequação dos tempos de consulta definidos: "20 minutos não chegam para a consulta do doente oncológico", alerta.

Já Vítor Veloso, presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, sublinha o aumento da procura desde que os doentes passaram a escolher o hospital onde querem ser tratados, em maio. Os números da ACSS apontam que apesar de ter caído a percentagem de primeiras consultas realizadas a tempo - de 97% para 93% - aumentou o número de doentes atendidos, este ano. Foram recebidos 323 doentes, mais que os 204 de 2015.

Vítor Veloso reconhece ainda a falta de capacidade de resposta que o IPO de Lisboa enfrenta. "O atual conselho de administração do IPO de Lisboa recebeu um hospital altamente degradado, sem tecnologia e sem pessoal de saúde para responder à procura de doentes que tem tido. Sei que este conselho de administração, e o presidente em particular, está a fazer um esforço muito grande para responder e sei que estão empenhados em reformar a instituição. Penso que é uma situação que vai reverter".

É por acreditar no empenho dos responsáveis que Vítor Veloso desdramatiza os incumprimentos. "Efetivamente gostaríamos que os tempos máximos de espera, quer para as consultas dos cuidados primários, quer para a rede de referenciação, fossem cumpridos e que o tratamento fosse também dentro dos prazos normais. Se não forem cumpridos podem não representar à primeira vista uma situação dramática para o doente, mas são dados que desagradam".

No entender de Jorge Espírito Santo, oncologista no hospital do Barreiro e ex-presidente do Colégio de Oncologia Médica da Ordem dos Médicos (cuja presidente o Diário de Notícias tentou sem sucesso contactar), o agravamento na capacidade de resposta deve-se a uma orientação de centralização na resposta de doenças, como o cancro. "Haver algum aumento não é surpreendente porque há mais doentes, mas é preciso que haja mais capacidade para os tratar em tempo e que sejam descentralizados os locais onde são tratados", defende. Para isso, "não pode haver a ideia de que as pessoas só são tratadas com qualidade nos IPOs. Não está em causa a qualidade do trabalho deles, mas há qualidade de tratamento em muitos outros sítios".

Aprovado nos EUA
Estados Unidos aprovaram uma tecnologia inovadora para tratar a diabetes tipo 1 que praticamente não precisa da intervenção do...

É conhecido como "pâncreas artificial híbrido" e pode revolucionar a vida de milhões de diabéticos em todo o mundo. O Medtronic's MiniMed 670G, um dispositivo que monitoriza automaticamente a glicose e fornece doses apropriadas de insulina, foi aprovado nesta semana pela Food and Drug Administration (órgão que controla os alimentos e medicamentos nos EUA) para a população com mais de 14 anos que sofra de diabetes tipo 1. Trata-se de um "aperfeiçoamento" da bomba infusora de insulina, já disponível em Portugal, mas que ainda só chega a 2% dos doentes.

"Este é o primeiro tipo de tecnologia que proporciona às pessoas com diabetes tipo 1 maior liberdade para viverem as suas vidas sem terem de forma consistente e manual de monitorizar os seus níveis de glicose basais e administrar insulina", destacou Jeffrey Shuren, diretor do Centro para Dispositivos e Saúde Radiológica da FDA.

Este sistema foi desenvolvido para ajudar a controlar a doença, com menos intervenção do doente. Para isso, mede os níveis de glicose a cada cinco minutos, administrando automaticamente a insulina. "O pâncreas artificial é uma bomba difusora mais sofisticada, que tem a possibilidade de automatizar grande parte da administração de insulina, sem intervenção do doente. Por um lado, liberta o doente de uma série de constrangimentos e, por outro, controla melhor a diabetes tipo 1", explicou ao Diário de Notícias Francisco Carrilho, presidente da direção da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo.

De acordo com o também diretor do serviço de endocrinologia e diabetes do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, estamos a falar de um sistema híbrido, que ainda "não é completamente automático. "É um avanço muito importante no tratamento da diabetes, mas ainda não permite uma total automatização na administração da insulina". Durante a noite, esclarece o especialista, o dispositivo é completamente automático, mas, durante o dia, o doente tem de introduzir algumas variáveis, relacionadas com os alimentos que ingere, para que "a máquina calcule a quantidade de insulina a injetar".

Esta inovação terapêutica consiste num pequeno aparelho que tem um sensor para medir os níveis de glicose, uma bomba de insulina e um cateter através do qual é administrada. Para a aprovação do dispositivo, a FDA avaliou os resultados de um ensaio clínico com o híbrido Medtronic"s MiniMed 670G que contou com 123 participantes com diabetes tipo 1. Este mostrou que o aparelho é seguro para indivíduos com mais de 14 anos que sofrem da doença. A Medtronic, empresa responsável pelo seu desenvolvimento, procura agora perceber qual a eficácia e segurança em crianças mais novas. Para a endocrinologista Isabel do Carmo, as vantagens deste dispositivo "são enormes". A especialista fala mesmo numa "revolução no tratamento da diabetes". Com a utilização desta tecnologia, "o doente não tem de se preocupar com quase nada". A desvantagem, indica, poderá ser "o preço".

Caminho a fazer para chegar cá
Em Portugal, é estimado que existam um milhão de diabéticos, dos quais 50 mil têm diabetes tipo 1, patologia que geralmente atinge crianças e adolescentes. "É uma doença que requer muita intervenção do doente, tanto a fazer o tratamento como na avaliação do tratamento. Em média, são necessárias quatro injeções de insulina por dia", adiantou ao Diário de Notícias Francisco Carrilho. Para ajudar a resolver o problema, foram introduzidas as bombas difusoras de insulina. "Mas só 2,3% dos portugueses tem acesso à mesma, enquanto a média lá fora é de 20% a 30%", lamenta o endocrinologista, acrescentando que existem "centenas de pessoas em lista de espera".

A prioridade em Portugal, diz o presidente da SPEDM, "é aumentar o número de doentes com acesso a bombas difusoras de insulina". Uma preocupação partilhada por Isabel do Carmo. Lembrando que o Estado gasta, em média, 450 milhões de euros por ano para tratar as complicações relacionadas a diabetes, Francisco Carrilho alerta que "tudo o que sejam tratamentos para melhorar o controlo da diabetes vem reduzir complicações". Após a aprovação do pâncreas artificial híbrido nos EUA, o passo seguinte deverá ser a aprovação pela Agência Europeia de Medicamentos.

Prevenção Rodoviária Portuguesa lembra
A propósito do Dia Internacional do Idoso, que se assinalou no dia 1 de Outubro, a Prevenção Rodoviária Portuguesa alerta para...

Do total das 593 vítimas mortais resultantes de acidentes rodoviários em 2015, 29,8% tinha idade igual ou superior a 65 anos, para uma percentagem de população que representa apenas 21% do total, e que apresenta uma muito menor exposição ao risco, pois circula, em média, bastante menos do que a população mais jovem. A taxa de mortalidade na população sénior situa-se nas 86 vítimas por milhão de habitantes (cerca de 70 na UE), um número bastante superior à taxa para a restante população, que se fica pelas 54 vítimas por milhão de habitantes.

No que diz respeito aos condutores, as vítimas mortais e feridos graves com idade igual ou superior a 65 anos representam 21,5% e 15,5%, respetivamente. Se considerarmos que apenas 13% dos condutores envolvidos em acidentes tinham idade igual ou superior a 65 anos, podemos observar uma tendência nesta faixa etária para sofrer consequências mais graves que as restantes.

Particularmente preocupante é a sinistralidade nos idosos enquanto peões. Em 2015, 56,3% dos 146 peões atingidos mortalmente, nas estradas portuguesas, tinham 65 anos ou mais. Foram 156 os peões idosos feridos com gravidade e 1438 sofreram ferimentos ligeiros, o que representa respetivamente 36,4% e 29,8%, percentagens significativamente maiores do que a sua quota parte da população portuguesa.

De acordo com dados do Eurostat, Portugal é um dos países da Europa com maior percentagem de idosos. É expectável que a sinistralidade entre os mais velhos se agrave, já que, em 2050 cerca de 35% da população portuguesa terá idade igual ou superior a 65 anos, quando atualmente são apenas 21%.

Para José Miguel Trigoso, presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), estes dados “são bastante demonstrativos de que a população sénior é a mais afetada pela sinistralidade nas estradas portuguesas e, o mais grave, é que é esperado que estes números aumentem. Promover a segurança dos utentes seniores é prioritário, tanto no que respeita à segurança dos peões - prioridade das prioridades -, como garantindo que mantêm as condições físicas necessárias para uma condução segura”.

Locutores unidos em Campanha de Sensibilização
Os locutores Vasco Palmeirim e Carla Rocha, juntam-se à Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, para dar vida à campanha...

A Campanha “Qualidade e dignidade até ao fim”, foi desenvolvida pela Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP), a propósito do Mês dos Cuidados Paliativos, que se assinala em outubro, e segundo a mensagem defendida pela Worldwide Hospice Palliative Care Alliance (WHPCA): "viver e morrer com sofrimento não é algo que tenha de acontecer”. No âmbito desta iniciativa, os locutores Vasco Palmeirim e Carla Rocha lançam um desafio a todos os portugueses, para que vistam a camisola pela pessoa com necessidades paliativas, no dia 8 de outubro, data em que se comemora o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos.

“Quando fui contactada pela APCP, não hesitei, não poderia ficar indiferente a esta campanha que pretende aumentar o conhecimento sobre os cuidados paliativos junto da população, profissionais de saúde e classe política. Tenho a certeza que, juntos podemos sensibilizar para o desenvolvimento destes cuidados em Portugal”, diz Carla Rocha.

Os locutores Vasco Palmeirim e Carla Rocha são os protagonistas de um spot de Televisão e Rádio transmitido pela SIC, TVI, RTP, Antena 1, Cinemas NOS e Metro do Porto, durante todo o mês de outubro. Também a Federação Portuguesa de Futebol irá promover a transmissão do spot informativo, durante o jogo entre Portugal e Andorra, que decorrerá no dia 7 de outubro no estádio de Aveiro, pelas 19h45.

A Campanha “Qualidade e dignidade até ao fim” promove ainda um lançamento de balões, um ato simbólico em homenagem à pessoa com necessidades paliativas, a decorrer em Lisboa e Porto, no Terreiro do Paço e Praça Gomes Teixeira, respetivamente, no dia 8 de outubro, pelas 16 horas.

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