Diagnóstico à distância

Associação defende a implementação de um programa nacional de telemedicina

O presidente da Associação Portuguesa de Telemedicina (APT) defende a implementação de um programa nacional de diagnóstico à distância, considerando que há um maior interesse na área, mas "há muito" por fazer.

"É importante implementar um programa nacional de telemedicina", disse o presidente da associação, Eduardo Castela, que foi o dinamizador de uma rede de telemedicina no serviço de cardiologia pediátrica a partir do Hospital Pediátrico de Coimbra.

Para o responsável, a telemedicina "é uma solução inevitável", especialmente na resposta a algumas carências de recursos e ausência de determinadas especialidades em hospitais fora dos grandes centros urbanos.

Segundo Eduardo Castela, já há algum trabalho feito para se "dinamizar a telemedicina" - um vetor do Serviço Nacional de Saúde que "já esteve adormecido, mas que acordou".

No entanto, "há muito por fazer", notou, esperando agora que também a associação seja ouvida (a APT não esteve presente no grupo de trabalho de telemedicina criada pelo anterior Governo).

"Há muito que andar mas, devagarinho, as coisas estão a avançar", referiu, dando como exemplo iniciativas no âmbito de especialidades como dermatologia, genética ou cardiologia pediátrica.

O também diretor de cardiologia pediátrica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) sublinhou que no seu serviço 25% das consultas são feitas com recurso a telemedicina.

Se no ano de arranque do projeto, em 1998, foram feitas 19 consultas, em 2015, o serviço registou quase 3800 com recurso ao diagnóstico à distância, afirmou.

"São muitas crianças e pais que deixam de vir da Covilhã, Guarda, Leiria ou Viseu" devido ao recurso ao diagnóstico à distância, realçou.

Neste momento, no CHUC, é assegurado um serviço de 24 horas por dia de telemedicina em cardiologia pediátrica para todos os hospitais da região Centro e Trás-os-Montes, sublinhou.

Além da parceria com hospitais nacionais, o serviço tem protocolos com Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, estando a ser estudada a possibilidade de chegar à Guiné-Bissau, informou.

Milhares de consultas depois, "nunca tivemos uma queixa", apontou, referindo que, "há 18 anos, muitos não acreditavam na telemedicina".

A APT promove na sexta-feira o seu quinto encontro com o tema "Tele-Saúde: vetor estratégico do SNS - Acessibilidade, qualidade dos cuidados e sustentabilidade", em Conímbriga, Condeixa-a-Nova, estando prevista a presença do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, o reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, e o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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