Perguntas e respostas

Lupus Discoide

Atualizado: 
20/05/2019 - 11:50
Afetando sobretudo o rosto, ouvidos, couro cabeludo ou dorso, o Lupus Discoide é a forma mais comum de Lupus Eritematoso que se caracteriza pelo aparecimento de manchas avermelhadas, arredondadas, bem definidas e descamativas na pele, que tendem a evoluir deixando cicatriz atrófica e alterações pigmentares. Estima-se que afete mais mulheres do que homens.

O que é o lúpus discoide?

O lúpus discoide é a uma forma da doença conhecida como Lupus, que está na grande maioria dos casos limitada apenas à pele.

Como se manifesta o lúpus discoide?

Manifesta-se por placas eritematosas (vermelhas) discoides que são encontradas mais frequentemente na face, couro cabeludo e pavilhão auricular, mas podem aparecer noutras áreas expostas ao sol, como o tronco. A exposição solar parece ter um papel no desenvolvimento das lesões. As lesões ativas têm consistência endurecida à palpação e após a resolução deixam cicatriz. Pode afetar os folículos pilosos, sendo comum as peladas após a cicatrização.

Qual é o tratamento do lúpus discoide?

Os corticosteroides tópicos ou intralesionais são a base da terapêutica, regra geral com uma resposta relativamente rápida. Pode ser necessário o uso de corticosteroides de alta potência na face. A terapêutica antimalárica constitui a primeira linha da medicação oral. O sulfato de hidroxicloroquina é o antimalárico mais frequentemente escolhido, sendo bem tolerado. Cloroquina e quinacrina são fármacos alternativos. A resposta aos antimaláricos é relativamente lenta (2-3 meses). Nos pacientes resistentes aos antimaláricos, as opções terapêuticas incluem os retinoides orais, agentes imunossupressores, como o micofenolato de mofetila e a azatioprina, a clofazimina, a sulfassalazina e os corticoesteroides sistémicos. A fotoproteção é obrigatória nestes doentes, devendo ser aplicado diariamente o protetor solar.

Qual é o prognóstico do lúpus discoide?

Com o decorrer do tempo, apenas 5% a 15% dos doentes desenvolvem Lúpus eritematoso sistémico, a forma da doença que para além da pele envolve outros órgãos, como o rim. O risco aumenta em pacientes com maior número de lesões. Muitos doentes apresentam cicatrizes extensas, com cor branca, pelo que o tratamento e a fotoproteção devem ter início o mais cedo possível. 

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Autores:
Dr.ª Ana Marcos Pinto - Clínica Universitária Dermatológica de Lisboa, Hospital de Santa Maria.
Prof. Dr. João Borges da Costa - Clínica Universitária Dermatológica de Lisboa, Hospital de Santa Maria, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, IHMT, British hospital e Centro Clínico do Sams, Lisboa.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
NEDAI - Sociedade Portuguesa de Medicina Interna