Espetáculo comemorativo dos 90 anos da APDP
Carlos Guilherme, Celina Pereira, Filipa Pais, Jorge Batista Silva, José Fanha, Vitorino, Vitor de Sousa e Yolanda Soares são...

Para o presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), Luis Gardete Correia, «é uma honra enorme poder contar com artistas tão conceituados num espetáculo que é simultaneamente comemorativo dos 90 anos da APDP e de angariação de fundos. Recordo que, enquanto IPSS, vivemos tanto do contributo dos sócios como dos apoios que recebemos. Por isso, deixo o convite a que todos juntem a sua voz à nossa e participem nesta Festa!».

O Espetáculo Musical que a APDP está a organizar insere-se numa série de iniciativas que a associação de pessoas com diabetes mais antiga do mundo preparou para a comemoração do seu 90.º aniversário e para o mês da diabetes.

Os bilhetes para o Espetáculo do próximo dia 4 de novembro podem ser adquiridos na receção da APDP, na Rua Rodrigo da Fonseca, n.º 1, ou no site da Ticketline. Mais informações em www.apdp.pt ou através do 213 816 101.

Novembro | Mês da Diabetes | Diversas iniciativas

Para o dia 26 de novembro, a APDP organiza também a “Festa da Diabetes”, que decorre no Complexo Desportivo Municipal do Casal Vistoso, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa.

Com início às 09h30, a festa vai prolongar-se até às 16h30 com um vasto programa de iniciativas que inclui “Palavras ditas e palavras cantadas”, com a participação de Carlos Aberto Moniz e de José Fanha, danças de salão, com o Estúdio 8, showcooking com o Chef Vítor Sobral, entre muitos outros convidados. Em paralelo, acontecem atividades como a Feira das Associações ou o Espaço Criança.

“A Festa continua e pretendemos juntar, nesta ocasião, muitos dos nossos parceiros de trabalho na área da diabetes e associados, mas também todos os que respondam ao apelo de aprender mais sobre como levar uma vida saudável, que passa obrigatoriamente, e convém lembrá-lo todos os dias, por uma alimentação saudável e por atividade física. Só assim conseguiremos combater os números desastrosos da diabetes em Portugal”, recorda Luis Gardete Correia. 

Ministro da Saúde
O Governo vai arrancar em 2017 com a criação de centros de responsabilidade integrada e vai criar incentivos para que os exames...

O anuncio foi feito hoje pelo ministro da Saúde durante a comissão parlamentar, onde foi chamado para prestar esclarecimentos sobre o despacho que obriga os hospitais a controlar a despesa.

Falando já sobre política geral de saúde, Adalberto Campos Fernandes revelou que “vai arrancar finalmente com a criação de centros de responsabilidade integrada” e que está a ser estudada a inclusão no SIGIC (programa de combate às listas de espera) da possibilidade de pagar incentivos para a realização de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica (MCDT).

De acordo com Adalberto Campos Fernandes, a “única limitação para a internalização” são os direitos de acesso, que preveem tempos máximos de resposta garantidos para o acesso àqueles cuidados de saúde.

Com os centros de responsabilidade integrada será possível realizar mais exames diferenciados dentro do Serviço Nacional de Saúde (SNS), segundo o ministro, para quem o ideal é internalizar o mais possível os exames, sem ter de estar a pagar aos convencionados.

O ministro revelou ainda que até ao final do ano estarão aprovados mais de 60 medicamentos inovadores, o que constitui um “número recorde”.

Sobre as unidades hospitalares, ficou a saber-se que o Hospital do Oeste vai passar a Entidade Pública Empresarial, que no próximo ano serão iniciados os trabalhos de lançamento de concurso para construção do Hospital do Oriente (que não estará concluído antes de 4/5 anos) e que o Algarve “merece a equação de um hospital central de cariz universitário”.

O ministro anunciou ainda a construção de 34 centros de saúde no próximo ano, alguns já em execução, no âmbito de protocolos com autarquias.

Serão ainda construídos fora destes protocolos, apenas sob a responsabilidade da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, mais dois centros de saúde em 2017: um em Corroios (Seixal) e outro em Peniche.

Técnica inovadora microinvasiva
Os fibromiomas, leiomas ou miomas são tumores benignos que nascem nas paredes do útero e que afetam

Apesar de não existirem causas conhecidas, sabe-se que os antecedentes familiares são fatores de risco para o aparecimento de fibromiomas que afetam mulheres, maioritariamente, entre os 30 e os 45 anos.

Estima-se, aliás, que entre 20 a 40 por cento das mulheres em idade fértil sejam portadoras de fibromiomas, ascendendo a sua frequência aos 70 por cento em mulheres africanas.

Tratando-se de tumores benignos que nascem nas paredes do útero, e cujas dimensões podem ir de alguns milímetros a mais de 20 centímetros, eles interferem com  a capacidade reprodutiva, não só impossibilitando muitas mulheres de engravidar, como de levar a gravidez a termo.

“Os fibromiomas são geralmente diagnosticados durante um exame ginecológico”, começa por explicar Martins Pisco, sendo a sua presença confirmada por ecografia abdominal ou por ressonância magnética.

Dependendo da sua localização, os fibromiomas apresentam classificações distintas. Podem ser sub-serosos – desenvolvendo-se na porção externa da parede do útero e crescendo para fora; intra-murais, os mais frequentes e que se desenvolvem na parede uterina e sub-mucosos, desenvolvendo-se na superfície interna das paredes da cavidade uterina.

Períodos menstruais prolongados, por vezes com hemorragias que podem conduzir à anemia, dor pélvia e/ou na região lombar, sensação de peso e volume do abdómen, dificuldade em engravidar ou abortos de repetição são alguns dos principais sintomas. No entanto, nem sempre estes sinais são óbvios.

Mariana Costa Sá tinha 25 anos quando descobriu, por acaso, num exame de rotina que tinha vários fibromiomas. “Eu sempre tive muitas dores, sempre tive um período abundante e irregular”, recorda.

“O médico, na altura, disse-me que eu tinha dois anos se quisesse ter filhos”, afirma acrescentando que, embora não fizesse parte dos seus planos imediatos engravidar, era um sonho acalentava como qualquer outra mulher.

“Eu tinha começado a namorar com o meu marido na altura, portanto essa hipótese nem se colocava. Acabei por procurar o conselho de outros médicos”, justifica. No entanto, admite que teve de se mentalizar. “Pensei, quando tiver de ser será!”, conta.

Seis anos depois, com a vida mais estabilizada, passa a ser acompanhada na tentativa de conseguir engravidar. “Quando regressei ao médico, em 2006, os miomas estavam maiores e tive de começar a fazer um tratamento hormonal que não resultou”, lamenta acrescentando que foi a pior coisa que fez. “O útero já não estava em condições para suportar uma gravidez”, revela.

“A confiança que perdi quando fiz o tratamento hormonal foi o pior. Eu senti-me completamente abandonada e foi por isso que, quando sugerem fazer uma miomectomia, eu não aceitei”, confessa admitindo que não estava disposta a correr riscos. Neste caso, o risco era a esterilização.

De acordo com Martins Pisco,  a miomectomia consiste na remoção de cada um dos miomas e não deve ser efetuada se  estes forem numerosos ou de grandes dimensões “devido aos maus resultados”. “A miomectomia pode complicar gravidezes subsequentes, pois provoca a cicatrização do músculo uterino. Nestas situações, a embolizalização é a única alternativa à histerectomia – que envolve a remoção da totalidade do útero”, justifica o especialista.

Decidida a escolher o tratamento correto, Mariana pesquisou sobre o tema e encontrou  informação sobre Martins Pisco e a técnica que introduziu em Portugal.

“Decidi procurar ajuda e tive a minha primeira consulta em Março de 2007”, revela.

Para ter a certeza de que estava no caminho certo quis saber tudo o que havia para saber sobre embolização e, aconselhada pelo especialista, falou com algumas mullheres que já tinham sido sujeitas a esta técnica inovadora. “As outras pacientes tranquilizaram-me. Não havia cortes, era minimamente invasivo e seguro”, recorda.

Na realidade, tal como explica Martins Pisco, “a embolização é uma técnica microinvasora, com menos riscos que as técnicas cirúrgicas” e que consiste em interromper a circulação sanguínea que irriga os fibromiomas, “resolvendo o problema de forma rápida e duradoura e preservando o útero”.

“Sem irrigação sanguínea o fibromioma atrofia-se e os sintomas desaparecem”, justifica.

O processo é bastante simples, não necessitando de internamento ou período de convalescença. “Sob anestesia local, e sem perda de sangue efetua-se um pequeno orifício de 1, 5 milímetros de diâmetro na virilha, através do qual se coloca um fino tubo plástico chamado cateter e, mediante monitorização por aparelho de raios X digital sofisticado, é dirigido para as artérias uterinas”, descreve o especialista do Hospital St. Louis.

“Partículas finas, como graus de areia, são então injetadas nas artérias uterinas. Como os fibromiomas têm muito sangue comportam-se como uma esponja, absorvendo aquelas partículas que vão entupir os ramos que os irrigam, poupando contudo a própria artéria uterina, para que a paciente possa engravidar mais tarde, embora a possibilidade de gravidez não possa ser garantida”, acrescenta.

No entanto, esta técnica tem tido uma elevada taxa de sucesso. Desde que se realiza no nosso país no Hospital St Louis (Junho de 2004) já foram tratadas mais de 1800 pacientes e há o registo de 160 bebés nascidos saudáveis após embolização.

Com este tratamento assiste-se a uma redução progressiva e significativa dos fibromiomas, a sintomatologia diminui ou desaparece e os fibromiomas deixam de crescer.

“Após embololização, os fibromiomas desaparecem só em 20 por cento dos casos, podendo ser expulsos ou desfazer-se em fragmentos explusos durante a menstruação”, revela Martins Pisco.

Habitualmente, a maioria persiste no útero necessitando, por isso, de acompanhamento regular. “Na maioria dos casos, a Ressonância Magnética revelará uma isquémia superior a 90 por cento, quer dizer sem sangue, pelo que não voltarão a crescer. Os fibromiomas reduzem as dimensões, ocorrendo a maior redução durante os primeiros seis meses, mas continuam a reduzir, pelo menos, até aos cinco anos”, acrescenta.

A técnica dura entre 30 a 60 minutos e a paciente pode ir no próprio dia para casa, existindo contato permanente com a equipa médica para avaliar queixas ou esclarecer quaisquer dúvidas.

Mariana Costa Sá recorda que apenas sentiu frio durante a intervenção.  “Como sou da região norte fiquei num hotel para passar a noite a seguir à intervenção. No dia seguinte regressei a casa e não tive quaisquer sintomas nos pós-operatório”, conta.

No entanto, de acordo com o especialista, algumas pacientes podem sentir náuseas, vómitos ou dor, que facilmente são controlados por medicação apropriada.

“Coloquei apenas gelo como indicado e tomei a medicação prescrita e retomei a minha vida normal nos dias seguintes”, afiança Mariana que, ao contrário do primeiro tratamento que fez, foi acompanhada de perto pelo especialista. “O professor estava sempre a telefonar para saber como estava a correr a recuperação e ao fim de três meses fiz uma ressonância magnética. Os miomas tinham diminuído”, revela, acrescentando ainda que em Novembro desse ano já estava grávida.

“A minha primeira filha nasceu em Agosto de 2008”, conta. “A gravidez aconteceu naturalmente. Antes o único problema era o bebé não ter espaço no útero para se desenvolver devido aos miomas. Eu costuma dizer que não era um problema dos ingredientes mas da panela”, diz com humor.

Em Fevereiro de 2010 teve o seu segundo filho e em Janeiro de 2015 o terceiro. “A segunda e terceira gravidez aconteceram sem contar”, revela feliz. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ministro da Saúde
Até ao mês de julho deste ano, tinham pedido para emigrar cerca de 100 médicos, menos de um quarto do que os que emigraram nos...

Respondendo aos deputados da oposição, na comissão parlamentar da Saúde, que o confrontavam com as contestações das ordens profissionais à atual governação, o ministro da Saúde apontou os números que lhe foram dados pela própria ordem dos médicos.

Segundo esses dados, em 2014 emigraram 394 médicos, em 2015 emigraram 475 médicos, até ao mês de julho de 2016 tinham sido pedidos os documentos para poderem emigrar menos de cem médicos.

“Isto é um sinal, como é um sinal que este ano contratámos para o Serviço Nacional de Saúde especialistas hospitalares no maior numero dos últimos cinco anos”, afirmou.

Segundo especialista
A equipa de investigação sobre endometriose do Centro Materno-Infantil do Norte segue no Porto mais de 100 mulheres do...

"É esse o resultado preliminar da investigação", revelou o ginecologista Hélder Ferreira, que nesse hospital coordena a equipa dedicada ao estudo da doença feminina que é uma das causas mais frequentes de internamento ginecológico e estará na origem de até 1/3 dos casos de infertilidade registados em Portugal.

"Seguimos uma população superior a 100 doentes de várias regiões do Continente e também dos Açores e da Madeira, e os resultados preliminares indicam que há uma melhoria clara dos sintomas da doença nas mulheres que foram sujeitas a tratamento cirúrgico", explica o também coordenador da Unidade de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva do Centro Hospitalar do Porto.

O acompanhamento às mais de 100 utentes diagnosticadas com endometriose vem assim demonstrando que a cirurgia contribuiu para a melhoria generalizada da sua qualidade de vida, "tanto no que se refere à dor crónica, como no que respeita à própria fertilidade".

Isso assume particular relevância considerando que as intervenções para tratamento da doença são muitas vezes de concretização complexa e, dado o caráter invasivo das cirurgias e o número de órgãos afetados, envolvem risco significativo para as pacientes.

"Precisamente por isso é que o Centro Hospitalar do Porto executa essas cirurgias por via laparoscópica", realça Hélder Ferreira "O Centro Materno-Infantil do Norte é, aliás, um dos poucos hospitais do Serviço Nacional de Saúde a apostar em procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos para tratamento da endometriose", acrescenta.

Quanto ao progresso da investigação desenvolvida nessa unidade, o ginecologista reconhece que o Estado tem dado o seu contributo para financiamento do trabalho em causa, mas considera que há uma grande margem para evolução.

"Em países como os Estados Unidos e a Alemanha, este tipo de investigação é muitas vezes suportado totalmente pelo mecenato", revela. "Em Portugal ainda não há esse hábito, mas era bom que as empresas de maior dimensão passassem a demonstrar responsabilidade social também neste domínio da medicina", defende.

A endometriose consiste na presença de células do endométrio que, em vez de confinadas ao útero, se alojam noutros órgãos do corpo humano e podem assim invadir o intestino, a bexiga e outros elementos próximos do sistema reprodutor feminino, eventualmente chegando também aos pulmões e até ao cérebro.

Os sintomas mais frequentes da doença são a cólica menstrual e a dor durante o ato sexual, mas outros indícios comuns são a infertilidade, a obstipação e o sangramento urinário.

Segundo Hélder Ferreira, este é "um problema de saúde pública" que afeta 10 a 20% da população feminina em idade fértil e sobre o qual "ainda há um desconhecimento enorme entre a própria comunidade médica", pelo que a dor indicadora de endometriose é muitas vezes confundida com a cólica menstrual, dificultando o diagnóstico atempado.

Congresso em Estremoz
A necessidade de a prática clínica na área da saúde mental privilegiar uma intervenção multidisciplinar, que integre...

“O Triângulo de Intervenção Neurobiologia, Psicoterapia, Farmacologia: Pesos, Medidas e Controvérsias” é, precisamente, o tema do 2.º Congresso Internacional em Saúde Mental, que vai ter lugar no Convento dos Congregados, naquela cidade alentejana.

O evento é organizado pela Casa de Alba – Comunidade Terapêutica em Saúde Mental, do concelho de Estremoz e pertencente à Fundação Romão de Sousa, em colaboração com as universidades Nova de Lisboa e de Évora, explicou hoje a entidade promotora.

O diretor clínico da Casa de Alba, João Gonçalves Pereira, disse hoje à agência Lusa que, durante os dois dias, os “cerca de 200 participantes” já inscritos, vindos “dos quatro cantos do mundo”, vão debater a importância de adequar a prática à teoria e às boas práticas no que toca à abordagem da problemática da saúde mental.

Em Portugal, disse, o tema da saúde mental “é discutido e as leis são feitas”, mas “o problema neste momento está na aplicação das leis e daquilo que se vai dizendo e pensando”.

A coexistência entre a teoria e a prática “nem sempre é pacífica”, continuou, explicando que, “por vezes, os manuais internacionais recomendam” uma intervenção envolvendo as várias especialidades, mas, “na prática clínica faz-se outra” abordagem.

“Há pressões, nomeadamente políticas e da indústria farmacêutica, sobre quais os profissionais que devem estar envolvidos, se devem ser médicos, psicólogos ou se devem ser todos”, indicou.

Segundo João Gonçalves Pereira, “devia haver uma integração” das três especialidades na intervenção dos doentes mentais, tal como está definido nas leis relativas à saúde mental, mas “nem sempre é assim”.

Como exemplo, o especialista apontou os hospitais públicos, que “estão sempre muito pressionados com a quantidade de trabalho que têm para fazer e, muitas vezes, acabam por não ter tempo, nem recursos, para fazer aquilo que é recomendado”.

O que significa, “muitas vezes, privilegiar a abordagem farmacológica” dos doentes “por não haver tempo, nem disponibilidade para as outras abordagens, que demoram mais tempo e são mais dispendiosas a curto prazo, ainda que a médio e longo prazo possam ter mais benefícios para os doentes”, alertou.

Entre os participantes inscritos no congresso em Estremoz vão estar psicólogos, psicoterapeutas, médicos psiquiatras e outros profissionais de saúde mental, referiu o organizador, explicando que as inscrições estão abertas e podem ser efetuadas durante o debate.

O programa, com a intervenção de diversos especialistas internacionais, inclui “quatro comunicações principais e uma série de sessões paralelas, com vários temas”, realçou também o diretor clínico da Casa de Alba.

No Porto
O Centro Hospitalar de S. João, Porto, admitiu hoje que o seu Serviço de Anestesiologia “sofre as dinâmicas consequentes à sua...

Na edição de hoje, o jornal Público escreve que “o Centro Hospitalar de São João (CHSJ), no Porto, está a assistir à saída de vários anestesistas e as escalas de serviço já evidenciam dificuldades em destacar médicos, o que está a obrigar ao adiamento de cirurgias todos os dias”.

Refere ainda que “para superar a falta de profissionais, o serviço tem vindo a destacar internos para os blocos operatórios, violando as normas. A situação já terá originado pelo menos uma queixa à Ordem dos Médicos (OM). A diretora do serviço de Anestesiologia, Fátima Pina, pediu a demissão na semana passada face à falta de recursos”.

Em comunicado, a administração do Centro Hospitalar de São João afirma que “mantém a prestação normal de cuidados assistenciais não existindo qualquer situação de alarme imediato”.

O Serviço de Anestesiologia do CHSJ “sofre as dinâmicas consequentes à sua dimensão e à situação normal de oferta e procura existentes no mercado da saúde”, salienta a instituição.

“Atualmente estão ausentes cinco médicas por doença, uma médica reformou-se, uma médica encontra-se em licença de maternidade e dois médicos solicitaram rescisão do contrato de trabalho”, esclarece a administração do hospital, garantindo, contudo, que “estão previstas as contratações suficientes para colmatar as necessidades identificadas”.

A instituição afirma ainda que “é falso que os médicos em formação específica de Anestesiologia, vulgo internos, sejam destacados para o exercício de funções que não aquelas que legalmente constam do respetivo programa de formação” e que “não houve qualquer pedido de demissão” da diretora de Serviço de Anestesiologia.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde anunciou hoje a construção de 34 centros de saúde no próximo ano, a maioria construídos de raiz e as...

Falando na comissão parlamentar de saúde, Adalberto Campos Fernandes anunciou que foram feitos 34 protocolos com autarquias para aquela que será a “maior vaga de construção de centos de saúde, em 2017”.

Aos jornalistas, o secretário de Estado Adjunto da Saúde, Fernando Araújo, especificou que a construção destes novos centros de saúde conta com verbas de fundos europeus.

Paralelamente, os protocolos com as autarquias, que muitas vezes cedem os terrenos, permitem que o processo de construção seja mais rápido e que do ponto de vista fiscal tenha mais benefícios, acrescentou.

Embora sem especificar, Fernando Araújo adiantou que a maioria destes 34 centros de saúde serão construídos de raiz e mais de metade se situará na zona de Lisboa.

Cada protocolo como cada câmara corresponderá a um centro de saúde.

O secretário de Estado adiantou que algumas obras já começaram este ano e a maioria demorará entre 12 e 14 meses a ficar concretizada.

Fernando Araújo disse ainda que cada centro de saúde custará em média mais de um milhão de euros, o que significa que o orçamento global para esta obra ficará acima dos 34 milhões de euros.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, dos 34 centros de saúde previstos, no âmbito dos protocolos assinados este ano, 23 serão na região de Lisboa e Vale do Tejo, oito na região centro, um no norte, um o Algarve e um no Alentejo.

Relativamente aos 23 previstos para a zona da grande Lisboa, são quatro os “novos centros de saúde em execução/requalificação” e 19 os novos centros de saúde em execução ou com protocolos assinados.

O total de centros de saúde a ser construídos (34) é superior ao verificado nos últimos seis anos: entre 2010 e 2015 foram construídos, respetivamente, 12, 13, 14, 12, 6 e 5 novos centros de saúde.

Só na região de Lisboa, foram construídos no mesmo período 6, 3, 8, 1, 3 e 2 centros de saúde, números muito inferiores aos 23 contratualizados este ano, segundo os mesmos dados do ministério.

Estudo
O leite materno do diabo da Tasmânia, marsupial que vive numa ilha da Oceânia, contém proteínas que poderiam ajudar na luta...

As superbactérias são micro-organismos unicelulares que desenvolveram resistência aos antibióticos devido principalmente ao uso inadequado destes medicamentos. Segundo um estudo britânico recente, estas superbactérias podem matar até 10 milhões de pessoas por ano em 2050, ou seja, serão tão mortais como o cancro.

Cientistas da Universidade de Sydney descobriram peptídeos (elementos de base de uma proteína) presentes no leite da fêmea do diabo da Tasmânia que podem matar algumas superbactérias, entre elas o estafilococo dourado, resistente à meticilina, e os enterococos, resistentes ao poderoso antibiótico vancomicina, escreve o Sapo.

Os investigadores interessaram-se pelo diabo da Tasmânia, que carrega as crias recém-nascidas numa bolsa nas costas, devido às características biológicas da espécie. Apesar de terem sistemas imunitários pouco desenvolvidos, as crias sobrevivem ao crescimento na bolsa da progenitora regularmente cheia de bactérias.

"Achamos que isso levou a uma expansão destes peptídeos nos marsupiais," disse à agência France Presse Emma Peel, cientista da Universidade de Sydney que trabalhou no estudo publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature. "Os marsupiais têm mais peptídeos do que outros mamíferos. No diabo encontramos seis, enquanto nos humanos existe apenas um peptídeo deste tipo", afirma.

Marsupiais ricos em produção de peptídeos
"Uma outra investigação em outros marsupiais mostrou que os wallabies (uma espécie de canguru) têm oito destes peptídeos e os gambás 12", acrescentou Peel, que adianta que estão a ser realizados estudos com o leite de Coalas.

Os cientistas criaram artificialmente os peptídeos antimicrobianos, chamados catelicidina, depois de extrair a sequência do genoma do diabo da Tasmânia, e descobriram que estes conseguem "matar bactérias resistentes (...) e outras bactérias".

Os investigadores esperam que os peptídeos marsupiais possam eventualmente ser usados para desenvolver novos antibióticos para humanos que ajudem a combater as superbactérias. "Uma das coisas mais difíceis no mundo de hoje é tentar encontrar novos antibióticos para estirpes de bactérias resistentes às drogas", comenta a investigadora Carolyn Hogg, responsável pelo Departamento de Genómica da mesma universidade.

"A maioria dos antibióticos existentes surgiram a partir de plantas, fungos e outros trabalhos que já existem há 100 anos, então é hora de começar a procurar alternativas", acrescentou.

A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, alertou no mês passado que alguns cientistas descrevem as superbactérias como um "tsunami em câmara lenta".

Infarmed
A autoridade nacional do medicamento anunciou hoje a retirada do mercado de todos os lotes capilares da marca Analea por...

Em comunicado, a autoridade nacional do medicamento (Infarmed)esclarece que os lotes de produtos capilares da marca Analea possuem uma mistura de ingredientes cuja utilização é proibida em produtos cosméticos não enxaguáveis desde 16 de abril deste ano.

Por isso, o Infarmed ordenou a suspensão imediata da comercialização e a retirada do mercado destes produtos.

Em causa estão os produtos Analea Afro Ativador de Cachos, Blindagem Concentrada do Kit Analea Nutretrat Blindagem Construtora Capilar, Defrizante do Kit Profissional de Alisamento e Relaxamento Guanidina Jaborandi Regular, Propolis Natural Creme para Pentear e Analea Umidix Creme para Pentear Humidificante Multi S.O.S.

“A utilização de produtos não enxaguáveis contendo esta mistura de conservantes pode colocar em sério risco a saúde humana por induzir alergia de contacto”, anunciou o Infarmed.

Por isso, a autoridade nacional do medicamento determinou a suspensão de venda do produto e pediu aos consumidores que os adquiriram que não os utilizem.

Inovação em Farmácia
A Farmácia Alentejana, em Castro Verde, foi a grande vencedora da edição de 2016 do Prémio João Cordeiro, na categoria...

Depois de ponderada deliberação, o júri decidiu galardoar a Farmácia Alentejana pelo desenvolvimento de um projeto-piloto de gestão de medicamentos para doentes polimedicamentados. O sistema já abrange 50 utentes, mas a diretora técnica da Farmácia Alentejana, Maria Celeste Caeiro, refere que o objetivo é alargá-lo a mais doentes. "Acredito que esta iniciativa promove uma maior proximidade das farmácias com a população", sublinhou a diretora.

No seu discurso, o Presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF) realçou a importância das farmácias e da ação da Associação Dignitude, com o programa Abem:, num contexto em que 1 em cada 5 portugueses não tem capacidade financeira para adquirir todos os medicamentos de que precisa. "A conta na farmácia era e é uma instituição. Todos sabemos isso", referiu Paulo Cleto Duarte.

Por sua vez, o ministro da Saúde, realçou a excelente cooperação institucional da ANF com o Governo e disse que o "país sofreu muito e empobreceu muito". Adicionalmente, sublinhou a importância do papel desempenhado pelas farmácias comunitárias e de associações como a Dignitude, que "foram capazes de preencher um espaço do qual o Estado se afastou". Durante o seu discurso, Adalberto Campos Fernandes aproveitou para anunciar que o executivo está a estudar a hipótese de, em 2017, distribuir os medicamentos sólidos do VIH nas farmácias comunitárias, e que o diploma do programa para a troca de seringas nas farmácias foi já assinado por si e pelo ministro das Finanças.

Inicialmente nas salas de espera
O Exploratório de Coimbra vai levar a ciência em formato de módulos interativos às unidades de saúde da cidade, começando o...

A iniciativa esteve em teste "durante um mês e meio" no Centro Cirúrgico de Coimbra (CCC) e é apresentada na sexta-feira naquela unidade de saúde privada, disse o diretor do Exploratório, Paulo Trincão.

No CCC, foram instalados oito módulos interativos que "ilustram pequenas experiências, da ilusão ótica à mecânica ou à energia cinética", de compreensão imediata para as crianças, que podem mexer e experimentar enquanto esperam por uma consulta, explicou.

Quando uma criança "vai a um consultório médico, mesmo que seja numa consulta de rotina, há sempre algum stress inerente ao processo", sendo que os módulos de ciência pretendem tornar a passagem da criança pela unidade de saúde "mais agradável", frisou.

O projeto surgiu numa perspetiva "geral de o Exploratório alargar as suas atividades a toda a comunidade envolvente", afirmou Paulo Trincão, sublinhando que aquela estrutura tem o objetivo de levar os módulos a outras unidades de saúde, estando em perspetiva uma colaboração com o Hospital Pediátrico de Coimbra e com a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM).

"Se a sociedade receber bem o projeto, pode estruturar-se de forma mais continuada", avançou.

A apresentação da iniciativa decorre na sexta-feira, pelas 11:00, no Centro Cirúrgico de Coimbra.

Inquérito revela
Um inquérito hoje divulgado revela que 27,2% das pessoas vacinaram-se contra a gripe, sendo que a maioria não o fez pela...

Os dados constam na primeira avaliação do "Vacinómetro", para a época gripal 2016-2017, uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar e do laboratório farmacêutico Sanofi Pasteur MSD.

Para o inquérito, foram auscultadas, via telefone, 1.500 pessoas residentes em Portugal - 974 mulheres e 526 homens - com doenças crónicas, com 60 a 64 anos, com mais de 65 anos ou profissionais de saúde em contacto com doentes (isto é, pessoas dos chamados grupos prioritários para vacinação contra a gripe).

A vacinação contra a gripe começou a 01 de outubro.

No estudo, das 408 pessoas vacinadas, a maioria, 81,4%, disse que não foi a primeira vez que o fez.

Quanto aos 1.092 inquiridos que ainda não se vacinaram, 57,6% afirmaram, contudo, que tencionam fazê-lo.

Das pessoas que se vacinaram contra a gripe, 37,2% tinham mais de 65 anos, 33,2% eram doentes crónicos, 20,9% eram profissionais de saúde e 17,4% tinham entre 60 e 64 anos.

Lançado em 2009, o "Vacinómetro" visa "monitorizar, em tempo real, a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela Direção-Geral da Saúde".

A iniciativa decorre durante cinco meses, com os próximos resultados a serem divulgados a 08 de novembro, a 06 de dezembro e a 28 de fevereiro (resultados finais).

No parlamento
O parlamento debate hoje várias propostas de lei na área da saúde, entre as quais a criação do registo oncológico nacional e...

Um dos diplomas a serem votados na sessão plenária “aprova normas para a proteção dos cidadãos da exposição involuntária ao fumo do tabaco e medidas de redução da procura relacionadas com a dependência e a cessação do seu consumo”.

No âmbito desta proposta de lei, será proibido fumar em parques infantis e campos de férias, assim como nos estabelecimentos de ensino e áreas ao ar livre, situadas a menos de cinco metros das respetivas portas e janelas.

O mesmo se aplica aos estabelecimentos onde sejam prestados cuidados de saúde, o que se aplica não somente a clínicas, centros de saúde e hospitais, mas também a laboratórios, farmácias e parafarmácias.

O diploma alarga o conceito de fumar a novos produtos do tabaco sem combustão “que produzam aerossóis, vapores, gases ou partículas inaláveis”.

Em debate vai estar também uma proposta de lei que cria e regula o registo oncológico nacional (RON), definindo as suas finalidades, os dados a serem recolhidos, as formas de acesso, a entidade responsável pela sua administração e tratamento de base de dados.

O RON vai agregar numa única plataforma informática os diversos registos regionais, com vista a uniformizar a informação e utilizá-la para avaliação epidemiológica e análise da efetividade dos rastreios e das terapêuticas.

Este registo permitirá conhecer melhor a realidade oncológica nacional, mas salvaguardando a proteção de dados pessoais, como recomendado pela Comissão Nacional de Proteção de Dados.

Valor da inscrição reverte na totalidade para o projeto Porto Escondido
Promover a saúde da população de Vila Nova de Gaia é o objetivo do evento Saúde Matinal, uma iniciativa da Médicos do Mundo que...

Caminhar, aumentar o conhecimento sobre a saúde e estimular a solidariedade individual são os principais desafios do evento Saúde Matinal, uma iniciativa organizada pela Médicos do Mundo (MdM), em parceria com a Câmara Municipal de Gaia, que tem lugar a partir das 9h30 de 23 de Outubro.

Com um trajeto de 6 km, a caminhada tem início e fim na Douro Marina. As inscrições custam 3€, sendo que a totalidade do valor reverte para o projeto Porto Escondido e a sua missão de apoiar a população excluída dos Concelhos do Porto, Vila Nova de Gaia e de Vila do Conde.

O Saúde Matinal está aberto a toda a comunidade e contempla outras atividades para além da caminhada, tais como atividades de educação para a saúde, distribuição de material informativo preventivo, animação e aulas proporcionadas pelo ginásio Corgas Club. Durante a iniciativa é ainda possível aceder a rastreios gratuitos de saúde, realizados pela equipa e voluntários do projeto Porto Escondido.

O ponto de encontro está marcado para as 9h30, na Douro Marina, hora a que tem lugar um aquecimento antes do início da caminhada às 10h. Todos os participantes inscritos recebem um kit caminha saudável constituído por uma t-shirt, dorsal e um saco surpresa.

Esta é uma iniciativa sem fins competitivos e aberta a toda a comunidade que pretende promover um estilo de vida mais saudável e solidário.

Sociedade Portuguesa de Comunicação Clínica em Cuidados de Saúde
A presidente da recém-criada Sociedade Portuguesa de Comunicação Clínica em Cuidados de Saúde alertou hoje para a falta de...

“Esta é uma das queixas mais comuns dos doentes”, afirmou Irene Carvalho, referindo que a Sociedade Portuguesa de Comunicação Clínica em Cuidados de Saúde (SP3CS) pretende fazer “um levantamento da formação em Comunicação Clínica que está a ser prestada em todas as escolas de Ensino Superior com cursos na área da saúde”.

Segundo a presidente da sociedade científica sediada no Porto, há estudos realizados nos Estados Unidos que revelam que as queixas por falha na comunicação médico-paciente são muito mais frequentes do que as queixas provocadas por incompetência técnica e que “foi por isso mesmo que, nos EUA, se assistiu a uma forte implementação de conteúdos sobre Comunicação Clínica nas Universidades que formam médicos, enfermeiros, farmacêuticos e terapeutas de vária ordem”.

De acordo com a responsável, também professora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), onde a sociedade está sedeada, em Portugal, não existem dados sobre a formação que os futuros profissionais de saúde (desde os médicos até aos psicólogos, passando pelos terapeutas) estão a receber durante a sua formação académica e é por aí que a SP3CS pretende começar.

“Numa altura de grande informatização, tecnicização e compartimentação dos cuidados de saúde, a interação entre os profissionais de saúde e os pacientes é, muitas vezes, mínima”, mas os fundadores da SP3CS consideram “fundamental que a comunicação com o doente e a empatia sejam resgatados para a medicina e para as outras áreas da saúde. Os próprios profissionais de saúde sentem necessidade de formação nesta área”, refere a sociedade em comunicado.

Dinamizada por Rui Mota Cardoso, investigador e precursor do ensino pré e pós-graduado da Comunicação Clínica em Portugal, a SP3CS resulta de mais de dois anos de reuniões de vários especialistas portugueses nesta área e tem como objetivos principais promover o desenvolvimento das competências de comunicação nos cuidados de saúde, fomentar a investigação nesta área e dinamizar a cooperação e a partilha de conhecimentos entre os sócios e as entidades nacionais e internacionais.

UNESCO
Uma proposta de criação da Declaração Universal de Igualdade de Género da UNESCO, subscrita por uma equipa liderada pelo médico...

“Há todas as condições para podermos fazer aqui um bom trabalho que se venha a traduzir não apenas numa especulação intelectual, mas numa ferramenta concreta que pode ser de grande utilidade, sobretudo, em países onde estes valores estão menos defendidos, mas também em Portugal, onde ainda temos muitos passos para dar”, afirmou hoje o especialista em Bioética.

Rui Nunes falava a propósito do Dia Mundial da Bioética, que se celebra quarta-feira pela primeira em todo o mundo. Em Portugal, as celebrações irão decorrer na Faculdade de Medicina do Porto (FMUP), com uma sessão focada na “Dignidade Humana” e nos “Direitos Humanos”.

Esta celebração tem “um sabor muito especial para Portugal porque tivemos esta vitória que nos permite alimentar o sonho da aprovação de uma declaração universal sobre a igualdade de género na UNESCO”, sublinhou o principal impulsionador da criação da figura do “Testamento Vital” em Portugal e atual coordenador mundial do Departamento de Investigação da Cátedra de Bioética na UNESCO.

A equipa de Rui Nunes, que integra Francisca Rego, investigadora em Psicologia Clínica e Ciências Sociais, e Guilhermina Rego, igualmente professora da FMUP e vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, conquistou para Portugal o 1º prémio da International Competition of the International Network UNESCO Chair in Bioethics (Haifa) World Bioethics Day.

“O trabalho que propusemos e que ganhou por votação dos diferentes centros demonstra que faz sentido a Unesco, que é a grande organização de defesa da educação, cultura, ciência e da igualdade, ter como matriz uma declaração de igualdade de género, que é de aplicação tanto em países mais desenvolvidos, como Alemanha ou Portugal, como em países onde a igualdade de género ainda esta a dar os primeiros passos”, acrescentou.

Rui Nunes esclareceu ainda que “a ideia é apresentar uma proposta como se fez há 10 anos com o testamento vital à Assembleia da República. Desta vez iremos apresentar a nossa proposta à Unesco para que os seus órgãos próprios venham a discutir e, se for caso disso, aprovar a proposta nos moldes que vamos sugerir”.

“Creio que fizemos tudo suficiente sério para que a Unesco tenha ali um bom instrumento de trabalho e se achar oportuno aprovar”, frisou.

Na sessão comemorativa do Dia Mundial de Bioética, Rui Nunes falará sobre "A Bioética e os Direitos Humanos", seguindo-se a intervenção da deputada Isabel Moreira acerca de "Direitos Humanos e Direitos da Mulher”.

A Bioética pode ser definida, genericamente, como a disciplina que pugna pelo equilíbrio entre os princípios morais e o conhecimento moderno, submetendo assim a aplicação da ciência e da tecnologia a um conjunto de valores que têm por base a dignidade dos seres vivos e do planeta, não deixando de privilegiar o ser humano.

Questões tão variadas como a transplantação de órgãos, a eutanásia, a igualdade de género, a clonagem ou a discriminação sob qualquer prisma são, por isso, focadas pela Bioética, que acaba por ter uma dimensão interdisciplinar entre diversas ciências, com particular incidência nas ligadas à saúde.

Na Alemanha e Reino Unido
O grupo português Bial anunciou ter iniciado a comercialização na Alemanha e no Reino Unido do seu novo medicamento para o...

O novo medicamento Bial, aprovado em junho pela Comissão Europeia, e cuja substância ativa é a Opicapona, reduz o chamado período OFF-time em doentes de Parkinson, período que se caracteriza por um estado de profunda imobilidade dos doentes.

De acordo com informação disponibilizada pelo grupo Bial, a Alemanha e o Reino Unido são os primeiros países a comercializar este novo medicamento, que deverá estar disponível durante o próximo ano em outros mercados europeus, incluindo em Portugal.

Para reforçar a sua estratégia de internacionalização e assegurar a comercialização dos seus medicamentos, a Bial abriu em 2015 filiais em Frankfurt e em Londres. Na Alemanha, o grupo conta já com uma equipa de 40 pessoas e de 15 no Reino Unido, essencialmente equipas de vendas e gestores médicos.

Segundo dados disponibilizados pela farmacêutica, que tem sede na Trofa, a Alemanha tem 260 mil doentes com Parkinson, num mercado avaliado em 400 milhões de euros, e no Reino Unido existem 120 mil pacientes, num mercado de 165 milhões de euros.

Os estudos realizados mostram que este novo fármaco representa “uma nova opção de tratamento, segura e eficaz, e com a vantagem de ser de uma só toma diária, como terapêutica adjuvante em pacientes adultos com doença de Parkinson e flutuações motoras que não estão controlados com outras terapêuticas”, refere António Portela, CEO da Bial.

“Estamos muito satisfeitos por este novo medicamento Bial estar já disponibilizado na Alemanha e no Reino Unido, países onde abrimos recentemente filiais. Este novo medicamento reflete a nossa aposta em I&D, o nosso projeto de internacionalização e, naturalmente, o concretizar da nossa missão de procurar soluções para os problemas de saúde das pessoas em todo o mundo”, acrescenta.

A Associação Europeia da Doença de Parkinson (EPDA) estima que 1,2 milhões de pessoas na União Europeia sofrem desta patologia, incluindo 22 mil portugueses. Descrita pela primeira vez em 1817, a doença de Parkinson é altamente incapacitante e afeta as faculdades motoras dos seus portadores.

Os sintomas clínicos da doença surgem habitualmente depois dos 50 anos (idade média de diagnóstico da patologia é aos 60 anos). O diagnóstico da doença de Parkinson é baseado na observação clínica e pode ser realizado em pacientes que apresentam dois de três sintomas motores principais ou cardinais: tremor em repouso, rigidez muscular e bradicinesia. O tremor está presente em 85% dos pacientes com Doença de Parkinson.

A molécula deste novo medicamento começou a ser estudada pela farmacêutica Bial há 11 anos. É o segundo fármaco de patente portuguesa a chegar ao mercado, depois da comercialização de um medicamento (acetato de eslicarbazepina) para o tratamento da epilepsia, já disponível na Europa e nos Estados Unidos.

A Bial é uma farmacêutica internacional com produtos disponíveis em mais de 50 países. A procura de novas soluções terapêuticas constitui há mais de duas décadas a grande aposta da empresa, que anualmente canaliza para I&D cerca de 20% da sua faturação, o que tem representado mais de 40 milhões de euros.

Médicos Sem Fronteiras
A situação em Alepo, na Síria, é “dantesca” e os Médicos Sem Fronteiras “exigem a todos os países envolvidos no conflito e à...

“A situação em Alepo é catastrófica. Tem estado muito mal nos últimos anos, mas desde o cerco, há três meses, e, sobretudo, nas últimas três semanas, com a intensificação dos bombardeamentos, a situação está a ficar dramática, catastrófica e insustentável para os habitantes da zona leste de Alepo”, afirmou o responsável da organização humanitária para a Síria, Carlos Francisco.

Para os cerca de 250 mil habitantes encurralados nos bairros da zona leste de Alepo, o cenário é “dantesco”, na descrição do médico espanhol.

“Há uma situação dantesca, com dezenas de feridos a chegarem todos os dias a uns hospitais com capacidades muito limitadas, porque estão há muitos anos a sofrer os bombardeamentos e os ataques da aviação síria”, afirmou.

“Os poucos médicos que ainda restam na zona, que serão uns trinta e cinco, aproximadamente, estão a trabalhar 24h por dia para tentar salvar a vida dos feridos que os bombardeamentos produzem todos os dias. Mas a isto juntam-se todos os outros problemas de saúde que não estão diretamente relacionados com os bombardeamentos", disse o médico.

"Sabemos que a saúde materno-infantil é um problema grave, assim como todas as doenças crónicas, as segundas operações de feridos que necessitam de algum tipo de reconstrução são impossíveis”, descreveu Carlos Francisco, que dirige a missão da Médicos Sem Fronteiras (MSF) na Síria a partir de Gaziantep, uma cidade no sudeste da Turquia, situada junto à fronteira com a Síria, a menos de 120 quilómetros de Alepo.

Perante a “deterioração paulatina e muito acelerada” da situação médica da população da zona leste de Alepo, a organização humanitária reitera o que tem “vindo a exigir desde o início da guerra: que se respeite a vida dos civis. Exigimo-lo, tem que se cumprir a lei humanitária internacional”, sublinhou o médico.

“É uma exigência de todos os países e é extensível aos países que estão a participar no conflito, que são muitos. Exigimos à comunidade internacional e à sociedade civil que os civis sejam respeitados, que se deixe de bombardear áreas residenciais onde vivem, que se deixe de bombardear as infraestruturas básicas para a sua sobrevivência”, sublinhou o médico.

“Foram bombardeadas as estações de água potável, foram bombardeados os mercados, foram bombardeadas as padarias, foram bombardeadas as escolas e estações de autocarro, foram bombardeados e estão a ser bombardeados os hospitais”, acusou.

Durante o mês de julho último, “os oito hospitais que estavam a funcionar na altura receberam 23 ataques, numa média de três ataques por hospital”, denunciou Carlos Francisco.

“Isto tem que acabar. Não pode continuar-se a bombardear o pessoal médico e o pessoal de resgate que está a tentar salvar a vida de civis atingidos pelos bombardeamentos. Não pode continuar o bloqueio ao acesso da ajuda humanitária à zona leste de Alepo”, continuou o mesmo responsável.

“Isto é o que exigimos a todas as partes envolvidas neste conflito. Que se respeitem os civis e as organizações humanitárias. Sabemos que é o Governo sírio e a Rússia que estão a bombardear Alepo, mas as nossas exigências são dirigidas a todos os grupos armados e a todos os países que, de uma forma ou de outra, estão a participar neste conflito”, concluiu o médico da MSF.

Os Estados Unidos, a Rússia e os principais países da região envolvidos na guerra na Síria debateram no passado sábado, em Lausana, Suíça, “ideias novas” para relançar negociações para um cessar-fogo, nos termos do secretário de Estado norte-americano, John Kerry.

Da reunião de pouco mais de quatro horas, não obstante, e apesar da “grande troca de ideias”, as partes continuam incapazes de se entender acerca de uma iniciativa que permita parar os combates em Alepo, onde 250.000 pessoas estão sitiadas há vários meses na zona leste controlada pelos rebeldes.

Centenas de pessoas, na sua grande maioria civis, morreram em Alepo em bombardeamentos particularmente violentos desde o início a 22 de setembro de uma ofensiva do exército sírio, apoiado pelo seu aliado russo.

Alepo tornou-se um dos símbolos da guerra que devasta a Síria desde 2011 e que já matou mais de 300.000 pessoas, tendo obrigado mais de metade da população a abandonar as suas casas.

Estudo
Genes que controlam o sistema imunitário têm um papel fundamental para determinar se uma infeção pelo vírus do papiloma humano...

Fatores genéticos podem explicar por que razão as pessoas infetadas pelo vírus do papiloma humano (HPV, na sigla em inglês) desenvolvem cancros na boca e na garganta em vez de outros, conclui um estudo publicado na revista Nature Genetics.

Os cancros mais comuns causados pelo HPV são os do colo do útero, que afetam mais de 500 mil mulheres anualmente e que causaram cerca de 266 mil mortes em 2012 em todo o mundo, de acordo com a Agência Internacional de Investigação do Cancro (da Organização Mundial da Saúde), com sede na cidade francesa de Lyon, e que conduziu o referido estudo.

No entanto, as infeções pelo HPV estão também na origem de outros tipos de cancro, como os nos órgãos genitais do homem e da mulher e, cada vez mais, na boca e na faringe, escreve o jornal Público.

Ora, comparando o ADN de seis mil pessoas com cancro na boca ou na faringe com seis mil pessoas não tinham essas doenças e que serviram de grupo de controlo no estudo, os investigadores encontraram seis mutações genéticas associadas aos cancros orofaríngeos.

Numa região que regula o sistema imunitário, foi descoberta igualmente uma variante genética associada a um efeito protetor multiplicado por quatro contra este tipo de cancro. O mesmo tipo de variantes genéticas já tinha sido associado, no passado, ao aumento da proteção contra cancro do colo do útero.

“Estes resultados indicam que os genes que controlam o sistema imunitário desempenham um papel fundamental para determinar se uma infeção de HPV resultará, ou não, em cancro”, explica Paul Brennan, diretor da Secção de Genética da Agência Internacional de Investigação do Cancro, e um dos autores da investigação.

Brennan diz também que as conclusões deste trabalho oferecem uma melhor compreensão do fenómeno, o que poderia ajudar a “identificar novas maneiras para combater os cancros ligados ao HPV”.

Os cancros da boca e da garganta estão principalmente relacionados com o consumo de álcool e tabaco. Mas as infeções orais provocadas pelo HPV, na sua maioria ligadas a práticas sexuais, são cada vez mais comuns na Europa e nos Estados Unidos. Exemplo disso é o HPV 16, uma das estirpes do vírus que é das principais causas de cancros da boca e da faringe. De acordo com os dados citados pela Agência Internacional de Investigação do Cancro, a proporção destes cancros ligados ao HPV ascende aos 60% nos Estados Unidos e aos 30% na Europa.

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