Investigação médica
Um grupo de cientistas criou um novo contracetivo masculino que impede que os espermatozóides consig

Investigadores da Universidade de Wolverhampton em parceria com cientistas portugueses criaram um composto peptídico de penetração celular, que se ‘infiltra’ no esperma e consegue impedir que os espermatozóides consigam nada, tornando-os assim incapazes de fertilizar os óvulos.

Como reporta o Mirror, esta substância poderá ser tomada de forma oral através de uma pílula, mas também poderá ser usada em spray nasal ou implante na pele.

Poderá ser tomada minutos antes da relação sexual e conseguirá tornar o homem ‘infértil’ durante vários dias, segundo destacam os cientistas.

"Os resultados são impressionantes - e quase instantâneos. Quando pega em esperma saudável e adiciona o nosso composto, em poucos minutos o esperma, basicamente, não se consegue mover", disse o professor John Howl, que está a dirigir o projeto.

A pílula masculina ainda está em fase de testes, mas se tudo correr conforme planeado poderá estar disponível em 2021.

Se funcionar, a pílula masculina poderia ter um efeito dramático, especialmente para casais em que as mulheres são incapazes de usar a pílula por razões de saúde.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Doença é rara e afeta cérebro
Quase 100 por cento dos doentes com esclerose tuberosa apresentam sinais da doença no cérebro, sendo as manifestações mais...

Especialistas reúnem-se em Portugal para debater a doença.

A esclerose tuberosa é um distúrbio genético raro mas grave, uma vez que é responsável pelo desenvolvimento de tumores benignos que comprometem a função de vários órgãos do nosso corpo, como coração, olhos, pulmões e pele.

"Temos ainda o caso dos tumores benignos cerebrais e renais que também são muito frequentes e graves, uma vez que colocam a vida dos doentes em risco", explica Micaela Rozenberg, presidente da Associação de Esclerose Tuberosa em Portugal (AETN), em comunicado.

"A esclerose tuberosa pode causar diversos tipos de lesões cerebrais como, por exemplo, massas anormais de tecido que se encontram na parte superficial do cérebro; nódulos subependimários, que são nódulos com, geralmente, menos de 1 centímetro; e astrocitomas de células gigantes, também conhecidos como tumores de células gigantes. Estes últimos desenvolvem-se em cerca de 15 por cento dos doentes e manifestam-se nos primeiros 20 anos de vida", indica ainda a presidente da AETN.

"Algumas pessoas apresentam todas as lesões, enquanto outras não apresentam envolvimento cerebral. No entanto, sabe-se que quase 100 por cento dos doentes apresentam sinais da doença no cérebro", conclui Micaela Rozenberg.

Entre os dias 3 e 5 de novembro, a AETN vai realizar a Conferência Internacional de Investigação em Esclerose Tuberosa.

O evento realiza-se pela primeira vez em Portugal, na Fundação Champalimaud, em Lisboa, vai juntar especialistas mundiais na área da esclerose tuberosa e doentes de todo o mundo.

Durante o evento vão ser apresentados os resultados do esTUpt, um estudo epidemiológico sobre a esclerose tuberosa em Portugal, da responsabilidade da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa.

O que é a esclerose tuberosa?

É num distúrbio genético que se traduz no desenvolvimento de tumores benignos em órgãos vitais como o coração, olhos, cérebro, rins, pulmões e pele. O crescimento destes tumores revela um comportamento agressivo porque ameaça a função dos órgãos atingidos.

Dois terços dos diagnósticos são novos casos da doença sem antecedentes familiares e um terço são casos hereditários. Quando se manifesta pode provocar epilepsia, autismo ou défice cognitivo.

Apesar de ser uma doença rara para a qual ainda não se conhece cura, existem atualmente medicamentos disponíveis para o tratamento dos diferentes sintomas. As manifestações e prognóstico variam de caso para caso, em função dos órgãos envolvidos e da gravidade dos sintomas, sendo os mais comuns as alterações cutâneas e convulsões. Os tumores benignos cerebrais e renais são também frequentes e comportam risco de vida para os doentes.

No dia Mundial da Terceira idade
A esperança média de vida da população Portuguesa tem aumentado nos últimos anos, sendo a média atual de 81,1 anos. Este dado...

Numa população envelhecida é comum a manifestação de doenças cardiovasculares. Em 2012 estas doenças foram responsáveis pela morte de mais de 30 mil Portugueses, representando a primeira causa de morte no país.

Uma das patologias cardiovasculares mais prevalente na população idosa é a insuficiência cardíaca, que se desenvolve ao longo do tempo, correspondendo à fase terminal de outras doenças cardiovasculares.

Um coração com insuficiência cardíaca apresenta incapacidade de bombear o sangue com a eficiência necessária para satisfazer as necessidades do organismo. Os sintomas mais comuns desta patologia são:

 - Falta de ar, tosse/pieira, aumento de peso e tornozelos inchados, sintomas que resultam de acumulação de líquidos; - Cansaço, fadiga, tonturas e frequência cardíaca rápida, sintomas que advêm de um fluxo sanguíneo insuficiente.

No Dia Mundial da Terceira Idade, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia lança o repto relembrando que é necessário garantir a manutenção de hábitos de vida saudáveis de modo a evitar complicações cardiovasculares, no futuro.

Desta forma, poderemos garantir uma diminuição da prevalência de patologias terminais, como a insuficiência cardíaca, que todos os anos afetam milhões de Portugueses.

Na presença de algum dos sintomas referenciados, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia recomenda a consulta do seu médico de família ou do médico cardiologista.

Mais informações sobre a Insuficiência Cardíaca encontram-se disponíveis no site www.euamoviver.com, desenvolvido com o patrocínio Científico da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

Estudo
Menos de cinco mil pessoas em Portugal estarão infetadas com VIH/sida sem saberem, representando menos de 10% do total de...

Esta nova análise foi feita por especialistas portugueses em articulação com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa) e foi baseada numa nova ferramenta de modelação feita especificamente para o VIH – vírus da imunodeficiência humana.

António Diniz, antigo diretor do Programa Nacional para a Infeção VIH/sida que apresenta hoje este novo estudo na conferência internacional de Glasgow sobre a infeção, considera que este trabalho permite uma radiografia mais real da situação do VIH em Portugal.

Os novos dados apontam para menos de 45 mil pessoas infetadas com VIH em Portugal, um número que é menos elevado do que as 65 a 70 mil pessoas que a própria ONU/sida apontava para o país.

Em declarações à agência Lusa, António Diniz explica que a nova análise permitiu estimar que menos de 40 mil das 44.176 mil pessoas estão diagnosticadas, o que dá uma fração de não diagnosticadas de cerca de 10%.

“A fração de não diagnosticadas é menor do que os 25 a 30% que julgávamos”, especificou um dos autores do estudo, que trabalhou em conjunto com outro antigo perito da Direção-geral da Saúde e com uma colega do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

Assim, Portugal parece ter já cumprido o primeiro dos três objetivos traçados pelo Programa das Nações Unidas para o VIH para 2020: ter 90% das pessoas que vivem com VIH diagnosticadas.

Os outros dois elementos da tríade de 90/90/90 definidos pela ONU são atingir 90% dos diagnosticados em tratamento e 90% dos que estão em tratamento atingirem carga viral indetetável (o que torna muito baixa a possibilidade de transmitir a infeção).

Perante os dados dos casos não diagnosticados, António Diniz considera que Portugal não deve abrandar o ritmo do diagnóstico precoce, mas tem de passar a incidir nos outros dois objetivos definidos pela ONU.

Vários são os fatores que podem contribuir para a ausência de diagnóstico, como a noção de risco ou até o acesso aos cuidados de saúde. Mais um motivo é o facto de a infeção por VIH ser uma doença que fica assintomática durante muito tempo.

Outro dado do estudo hoje apresentado mostra que o tempo médio para o diagnóstico após a pessoa ser infetada se situa nos quatro anos em Portugal.

Para se chegar a este valor através da modelação matemática são tidos em conta os níveis de carga viral da infeção e se o doente tem critérios de sida. A partir destes níveis é possível calcular quanto tempo antes terá ocorrido a infeção para se chegar aos níveis atuais.

“Ainda não é o tempo ideal, mas anda longe dos oito ou nove anos que tivemos [há duas ou três décadas] ”, comentou António Diniz.

Os quatro anos até ao diagnóstico são o tempo médio e há diferenças significativas entre os grupos. Por exemplo, os homens que têm sexo com homens demoram menos no diagnóstico (2,8 anos), o que é significativamente menos do que os heterossexuais (cerca de 4,5 anos).

A noção de risco entre os dois grupos parece ser um fator determinante para a diferença no tempo entre a infeção e o diagnóstico.

O estudo hoje apresentado em Galsgow, que reporta a valores de 2014, indica ainda que só nesse mesmo ano terão ocorrido mais de 500 infeções por VIH.

António Diniz considera que este estudo vem mostrar que pode ser possível chegar a 2030 apenas com casos isolados de VIH/sida, sendo que é imperioso que em 2020 se atinjam as metas definidas para 2020 pela ONU.

“Não me parece possível falar um dia em erradicação, acho que vai haver sempre casos isolados. Erradicação conseguir-se-ia eventualmente com uma vacina. Erradicação é o desaparecimento à escala mundial, isso parece complicado. Mas parece-me possível que a infeção deixe de ter caráter de epidemia e que o que exista sejam casos isolados”, projetou o perito português, especialista do Hospital Pulido Valente, que integra o Centro Hospitalar de Lisboa Norte.

Dia Mundial da Poliomielite
No dia em que se assinala mundialmente a Poliomielite, a pediatra da Isabel Castro Esteves descreve-

A poliomielite (polio) é uma doença viral grave e potencialmente fatal, que pode complicar-se de sequelas neurológicas permanentes (paralisia flácida). É altamente contagiosa e pode ser causada por um dos 3 serótipos do vírus da polio.

Não existe cura para a poliomielite. Apenas podemos apostar na prevenção, pois existem vacinas seguras e eficazes. A melhor estratégia para erradicar a polio é imunizar todas as crianças e assim parar a transmissão. Até que a poliomielite esteja completamente erradicada, todos os países permanecem em risco de importar o vírus selvagem, como aconteceu em várias zonas do globo.

Como está a incidência da poliomielite em Portugal e no mundo?

A primeira vacina para a polio foi desenvolvida em 1953 e foi um dos grandes passos dados no caminho para a erradicação desta doença. Com o arranque da iniciativa global de erradicação da polio (GPEI - Global Polio Eradication Initiative) em 1988, a incidência diminuiu 99% até aos dias de hoje. Esta importante conquista só foi possível graças às campanhas de imunização da Organização Mundial de Saúde (OMS) e ao esforço de outras organizações não governamentais.

Inúmeras áreas do globo são actualmente consideradas livres de polio (Europa, Américas, Pacífico e sudeste asiático). O último caso de polio endémico em Portugal foi declarado em 1986.

No entanto em 2015 registaram-se 74 casos em todo o mundo. A polio permanece endémica em 3 países: Afeganistão, Paquistão e Nigéria. Outros países apresentam surtos ou estão em áreas consideradas de risco elevado, dada a proximidade geográfica com países endémicos que favorece movimentos migratórios e relações comerciais, associada a fragilidades das políticas de saúde pública e serviços de imunização.

A OMS considera que apenas um caso confirmado de polio no mundo, coloca em risco as crianças de todos os países. Dada a grande infecciosidade do vírus, o número de casos pode aumentar de modo exponencial e condicionar milhares de infectados, em especial nas populações susceptíveis.

Como se transmite a poliomielite?

O homem é o único hospedeiro natural. O vírus transmite-se por via fecal-oral, por contacto directo com fezes de uma pessoa infectada, ou através de água e alimentos contaminados.

Quais são os sintomas da poliomielite?

O período de incubação é habitualmente de 7 a 14 dias. A maioria dos infectados permanece assintomático ou apresenta sintomas ligeiros (90-95% dos casos).

No entanto a infeção pode causar sintomatologia geral como febre associada a cansaço/prostração, diminuição do apetite, dores musculares, dor abdominal, náuseas, vómitos e obstipação ou diarreia.

Em menor número de casos cursa com um quadro sugestivo de meningite, manifestando-se com febre, cefaleias (dor de cabeça), dor no pescoço e rigidez da nuca. Raramente (0,1 a 1% dos casos), a doença condiciona paralisia flácida aguda por destruição dos neurónios motores. Pode afectar um ou vários músculos, com predominância dos membros inferiores e pode tornar-se uma sequela irreversível.

Como se trata e previne a poliomielite?

Não existe cura para a polio, o tratamento é dirigido ao alívio dos sintomas e complicações da doença. Apenas a prevenção é possível através da vacinação.

Existem actualmente diferentes tipos de vacina para esta doença. A vacina que é utilizada em Portugal é uma vacina inactivada, que protege contra o vírus da polio do serotipo 1, 2 e 3. No âmbito da Programa Nacional de Vacinação é administrada a todas as crianças de modo universal e gratuito, aos 2, 4 e 6 meses de vida (primovacinação) e aos 5 anos (dose de reforço).

Dada a persistência de países endémicos e a elevada infecciosidade do vírus, é fundamental manter uma imunidade populacional segura através de taxas de vacinação elevadas em todos os países. São também essenciais redes eficientes de vigilância epidemiológica. Só desta forma será possível parar a transmissão e prevenir os surtos, no caminho da erradicação global da doença.

REFERÊNCIAS:      

1- Países endémicos para a Poliomielite. Global Polio Erradication Initiative. [consultado em outubro de 2016] Disponível em:  http://polioeradication.org

2- Programa Nacional de Erradicação da Poliomielite - Plano de Ação Pós-Eliminação. Direcção Geral de Saúde. [consultado em outubro de 2016] Disponível em: http://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/normas-e-circulares-normativas/norm...

3- Poliomielite. World Health Organization. [consultado em outubro de 2016] Disponível em: http://www.who.int/topics/poliomyelitis/en/

4- Garon JR, Cochi SL, Orenstein WA. The Challenge of Global Poliomyelitis Eradication. Infect Dis Clin North Am. 2015; 29:651-65. 

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação
O maior Centro de Simulação Avançada português, que funcionará no Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN), onde estudantes e...

O anúncio foi feito pelo presidente do CHLN (hospitais de Santa Maria e Pulido Valente), após conseguida uma verba, via fundos europeus, de metade da despesa com equipamentos, ou seja, 1,4 milhões de euros, dos cerca de três milhões necessários.

Ao todo, este centro custará cerca de quatro milhões de euros, mas Carlos Martins acredita que em três anos a estrutura deixará de ser uma despesa para passar a gerar receita.

Segundo o CHLN, este inovador Centro de Simulação “será um dos maiores e melhores da Europa, dado que a sua capacidade tecnológica e as suas áreas permitirão formar e treinar estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) e profissionais de diversas áreas do CHLN, nomeadamente médicos especialistas, internos, enfermeiros e técnicos de saúde”.

Serão ainda desenvolvidos neste centro “cursos inovadores de formação por simulação avançada em alta fidelidade em áreas de saúde multidisciplinares, direcionados ainda a alunos externos à FMUL ou a profissionais externos ao CHLN e a investigadores, escolas, bombeiros, proteção civil, forças de segurança, prestadores de cuidados de saúde domiciliares, entre outros, ainda inexistentes, na região e no país”.

Para Carlos Martins, este centro de simulação irá “para além do normal”, disponibilizando outras áreas além dos blocos de partos e disponibilizando salas que variam consoante as áreas em uso.

“Não é apenas uma sala com manequins. É um centro multidisciplinar, com tecnologia avançada”, disse.

Segundo o CHLN, existe um potencial no mercado português de saúde que engloba 120 mil profissionais médicos e enfermeiros, mais de 58 mil estudantes do ensino superior em saúde e vários grupos profissionais conexos (bombeiros, proteção civil, militares).

 

Organizações de Saúde
As organizações de voluntários na área da saúde querem ser vistas como “parceiros verdadeiramente estratégicos a nível superior...

No final do 8.º Encontro Nacional do Voluntariado em Saúde, subordinado ao tema “Da Proximidade à Globalidade”, os organizadores elaboraram um conjunto de ideias que resultaram da reunião, entre as quais que é preciso “um olhar diferente, um melhor olhar” para estas organizações.

“É necessário que o voluntariado no campo da saúde seja visto como parceiro verdadeiramente estratégico a nível superior. Ele é mesmo um contributo indispensável para a realização dos objetivos das entidades e da obtenção de níveis superiores da qualidade dos serviços e cuidados que são prestados”, lê-se no documento que saiu no encontro.

Os cerca de 250 participantes concordaram que “a prática do voluntariado é um modo possível para a vivência ativa da cidadania e que, no campo da saúde, aquela tem papel insubstituível para a humanização, em regime de complementaridade”.

No documento final, as organizações declararam que “o voluntariado é um contributo inestimável na promoção do desenvolvimento pessoal, social e comunitário, com posturas de cooperação interpessoal e entre organizações”.

“As mais valias e os ganhos para todos os 'stakeholders' decorrentes da prática da proximidade e do encontro no âmbito do voluntariado em saúde são por demais evidentes e ineludíveis”.

Por esta razão, as organizações apelaram à “integração dos voluntários nas equipas de trabalho, com a necessária adaptação às diferentes realidades institucionais, comunitárias e de prestação de cuidados”.

 

Medicamentos
Um projeto de alunos universitários para a zona da Vitória, no Porto, garante medicamentos gratuitos a 40 famílias carenciadas...

Denominado "Porto com + Saúde", o projeto foi dinamizado pela Associação “Cura +”, envolvendo 17 alunos do Mestrado Integrado da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, que contam com a colaboração de 70 voluntários, oriundos das faculdades de Belas Artes e de Economia.

Teresa Couto, diretora da associação, explicou à Lusa que a ideia do projeto surgiu quando "uma das fundadoras, a Joana Carvalho, observou na farmácia onde fez o estágio extracurricular que as pessoas pediam fiado ou não tinham acesso aos medicamentos".

"A recetividade das farmácias foi muito boa, até porque já tínhamos algum ‘feedback' dos nossos professores na faculdade e de pessoas da área", disse.

Um protocolo com o Centro Social da Nossa Senhora da Vitória, que lhes permitiu ter acesso "à lista das pessoas com um rendimento ‘per capita' inferior a 100 euros/mês e uma rede de voluntários, que estão nas farmácias a sensibilizar as pessoas para que façam os seus donativos, fez o resto", acrescentou João Rosa, coordenador do projeto de intervenção social.

"Atualmente, estamos a ajudar 40 famílias e até ao primeiro ano do projeto queremos chegar às 60”. Por outro lado, o número de farmácias de apoio, todas na zona da Vitória, “subiu de três para seis e estamos a negociar com mais duas a sua adesão", revelou Teresa Couto.

Criado para intervir numa zona pobre da cidade, o projeto tem registado uma "boa" adesão, congratulou-se a diretora, que sublinhou até dos turistas têm surgido contribuições.

O passo seguinte passa por "parcerias com todas as sete faculdades de farmácia do país”. Passa ainda, acrescentou a fonte, por outra parceria com a Associação Dignitude, de Lisboa, “que fará com que os utentes tenham acesso a um cartão que estará ligado ao sistema informático das farmácias e onde figuram os medicamentos de que necessitam".

A desejada expansão a nível nacional do projeto passa, ao mesmo tempo, por "ter mais voluntários e outras Instituições Particulares de Segurança Social envolvidas", explicou Teresa Couto.

"Sabemos que o nosso projeto já salvou vidas. Não por contacto direto, mas pelo que nos foi dito pela Dra. Ana Pinto, do centro social e responsável pela referenciação dos utentes a quem permitimos ter um acesso regular a medicamentos que de outro modo não teriam", relatou.

A faixa etária que mais tem recebido ajuda "começa nos 45 anos, mas são as pessoas com mais de 50 anos as mais necessitadas", sublinhou a responsável para quem o projeto "tem implicações na política de saúde do país".

"Com a nossa ajuda melhorámos a qualidade de vida dos nossos utentes e poupámos ao país na questão dos internamentos, das consultas desnecessárias, do uso irresponsável dos medicamentos e proporcionamos às pessoas poder voltar a ter condições para, por exemplo, voltar a procurar emprego e a outros abandonar o seu isolamento", disse.

E se o projeto no Porto tem, ainda, uma escala reduzida Teresa Couto salientou que "um dia que atinja uma escala nacional a poupança para o Estado será ainda mais evidente".

Assistência prolongada
Cerca de 2.200 utentes, sete valências, uma clínica aberta à comunidade, 220 funcionários, entre 42 pessoas com deficiência,...

O Centro de Educação para o Cidadão com Deficiência (CECD) nasceu em 1976, pela mão de uma comissão de moradores de Mira-Sintra, e pela vontade de pais e profissionais, que começaram a unir esforços para criar respostas específicas para as pessoas com deficiência intelectual e multideficiência.

No início, e porque nasceu através de uma escola de ensino especial, a vocação principal era apoiar crianças e jovens, mas depois, com o evoluir do tempo, e por força da legislação, passou a dar resposta às necessidades dos adultos.

Em entrevista à agência Lusa, a diretora-geral, Carina Conduto, adiantou que atualmente apoiam 2.200 pessoas por ano, dentro de sete valências, atendendo em permanência cerca de 500 pessoas nas respostas socioprofissionais.

Valências que vão desde a educação especial ao Centro de Atividades Ocupacionais, ao Centro de Formação Profissional, Unidades Residenciais, Serviço de Apoio Domiciliário, Centro de Emprego Protegido e Clínica de Medicina e Reabilitação.

Por outro lado, prestam apoio a cerca de 600 crianças nas escolas, através dos Centros de Recursos para a Inclusão, além de mais 800 utentes que usufruem dos serviços da Clínica de Medicina e Reabilitação, aberta à comunidade, e outras 33 pessoas que vivem nas unidades residenciais.

Um dos serviços de destaque é a promoção da inclusão socioprofissional, através do Centro de Formação Profissional, existente há 30 anos e através do qual têm conseguido empregar 50% a 60% das pessoas que fazem a formação.

De acordo com os dados do CECD, têm, por ano, 132 pessoas com deficiência, jovens com mais de 18 anos e adultos, a ter formação profissional, apoiadas por 14 técnicos, através de parcerias com 65 entidades empregadoras e 14 escolas.

Os cursos têm a duração de dois anos, sendo o primeiro ano passado em contexto de sala de aula e o segundo em mercado de trabalho, havendo atualmente 13 jovens com deficiência a ter formação, quatro dos quais em ambiente profissional, seja numa oficina de mecânica, um hotel ou uma carpintaria.

A diretora-geral destacou, por exemplo, que a manutenção de muitos dos espaços verdes do concelho de Sintra é feita por pessoas daquela instituição, e que têm conseguido angariar empregadores como a Câmara Municipal de Sintra, a Fundação Montepio, o Grupo Auchan Portugal ou mesmo o Novo Banco.

O facto de trabalharem principalmente com jovens e adultos traz também outro desafio, o da maior esperança média de vida destas pessoas, o seu envelhecimento e as soluções que têm de ser encontradas especificamente para elas.

Na opinião de Carina Conduto, esse é um dos principais desafios, lembrando que, tal como acontece com todos, as pessoas com deficiência, à medida que vão envelhecendo, vão perdendo faculdades e é necessário continuar a estimulá-las, indo ao encontro do que elas gostam mais de fazer.

Como consequência do envelhecimento surgem também outros desafios, por exemplo o aparecimento de doenças mentais, como as demências, nas pessoas com deficiência intelectual.

“Aí tudo se complica porque quando se fala em doença mental falamos em perda de faculdades e de compensações que são necessárias”, salientou a responsável, acrescentando que a instituição tem procurado estar de “mãos dadas com a saúde” na busca pelas melhores soluções.

Por último, a diretora-geral apontou que “há uma grande falta de vagas em unidades residências”, salientando que “fazer nascer ou ajudar a fazer nascer novas respostas residenciais” é o maior desafio para o futuro.

O CECD tem vindo a assinalar os seus 40 anos com várias atividades, estando marcada para a próxima terça-feira, dia 25, a Gala Solidária.

Unidades de Saúde
O Governo prevê lançar no próximo ano o concurso para a construção do novo Hospital Central de Évora, após decidir o seu modelo...

“Há que estabilizar o modelo de financiamento” da construção da nova unidade hospitalar, uma decisão que “tem sido discutida no seio do Governo” e que “no primeiro semestre de 2017 estará resolvida”, afirmou.

O governante referiu que a discussão se centra entre dois modelos, um de “financiamento direto” e outro que “é feito através de um financiamento por parceria público-privada apenas infraestrutural”.

Questionado sobre a possibilidade de o lançamento do concurso internacional para a construção do novo Hospital Central de Évora ocorrer durante o próximo ano, Adalberto Campos Fernandes respondeu afirmativamente.

O titular da pasta da saúde falava aos jornalistas à margem de uma sessão de esclarecimento do PS sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2017, que decorreu no Palácio D. Manuel, em Évora.

No capítulo do documento dedicado à Saúde, é referido que, em articulação com o Ministério das Finanças, serão lançados os projetos dos hospitais de Évora, Lisboa Oriental e do Seixal.

Considerando que o futuro hospital é “um objetivo estratégico do país”, o ministro apontou a sua necessidade “porque a estrutura atual é muito disfuncional e envelhecida”.

Em abril de 2010, durante o segundo Governo de José Sócrates, foi assinado o contrato para a elaboração do projeto técnico do novo edifício entre a administração do hospital de Évora e o consórcio liderado pelo arquiteto Souto Moura.

Mas, em agosto de 2011, o então ministro da Saúde, Paulo Macedo, anunciou, em declarações à Lusa, que a construção do novo hospital ia ser reavaliada pelo Governo, tendo em conta “a realidade do país”, voltando, em maio de 2015, a considerar avançar com o projeto, mas sem se comprometer com datas para o início da obra.

Quando foi lançada, em 2010, a nova unidade estava projetada para ter uma capacidade de 351 camas, extensível a 440, num investimento previsto na ordem dos 94 milhões de euros.

A área de influência de primeira linha do novo hospital abrangia 150 mil pessoas, dos 14 concelhos do distrito de Évora, enquanto numa segunda linha seriam servidas 440 mil pessoas dos restantes 33 concelhos do Alentejo (Portalegre, Beja e Alentejo Litoral).

 

                                                  

Centenas de médicos estrangeiros em Lisboa
De 21 a 23 de Outubro, Lisboa recebe centenas de especialistas estrangeiros para aquele que é considerado o mais importante...

De acordo com os dados disponíveis, sabe-se que as doenças da coluna representam 50 por cento das causas de incapacidade física, em idade laboral, e são o principal motivo para a ausência no trabalho em todo o mundo.

Entre a principais patologias associadas encontram-se a hérnia discal, a escoliose, a doença discal degenerativa ou a espondilartrose.

São, ainda, bastante comuns as lesões por traumatismo provocadas por acidentes de trânsito ou quedas de altura.

A coluna pode também ser afetada por tumores benignos ou malignos, necessitando de intervenção cirúrgica.

O responsável pelo congresso em Portugal, o médico anestesiologista Armando Barbosa, e especialista em terapêutica da dor, sublinha ainda que a dor da coluna é responsável por 80 por cento da dor crónica, estimando-se que esta seja a segunda causa, em Portugal, para as consultas da especialidade.

De acordo com o especialista, “a dor representa atualmente um dos maiores problemas de saúde pública atingindo cerca de 20 a 30 por cento da população. Os custos com este problema ultrapassam os 2 mil milhões de euros por ano e representam uma perda de 1,5 milhões de dias de trabalho anuais para quem sofre da doença”.

As modalidades de intervenção na dor são, por isso, fundamentais e permitem reduzir de forma substancial a dor e melhorar a qualidade de vida dos doentes.

"Atualmente existem novas técnicas para o tratamento desta patologia que permitem a cura ou melhoria importante da dor, sem recurso a cirurgia", afirma o médico anestesiologista.

Estima-se que tanto homens como mulheres sofram de dores de costas, sendo a sua maior incidência entre os 25 e os 60 anos.

ONU
A Organização das Nações Unidas estima que 5.500 milhões de pessoas tem acesso limitado ou nenhum acesso a analgésicos opiáceos...

O último relatório da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (JIFE), difundido em Viena em 2014, indica que "três quartos da população mundial tem escasso ou nenhum acesso a tratamentos paliativos da dor" para doenças graves, terminais ou crónicas.

Isso significa que 92 por cento da morfina é consumida por 17% da população mundial, concentrada nos Estados Unidos, Canadá, Europa ocidental e Austrália, escreve o Sapo.

"Este problema foi agravado, no período examinado, pela ocorrência de desastres naturais e conflitos armados, que aumentaram a necessidade de substâncias fiscalizadas para tratar feridos e doentes", acrescenta no documento o presidente da JIFE, o sul-africano Lochan Naidoo.

O uso reduzido destes analgésicos opiáceos em muitos países deve-se a uma regulamentação inadequada, falta de preparação do pessoal de saúde, preconceitos culturais, fatores económicos e falta de acesso a estes medicamentos, indica o JIFE.

Sobre a situação das drogas no mundo, o JIPE pediu aos Estados que lutem contra os "aspetos socioeconómicos" que fomentam o consumo e o tráfico de drogas, como a pobreza, a desigualdade económicas, a exclusão social, a falta de perspetivas de emprego e a exposição à violência.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dor, no seu geral, é uma "experiência multidimensional desagradável, envolvendo não só um componente sensorial, mas também um componente emocional, e que se associa a uma lesão tecidular concreta ou potencial ou é descrita em função dessa tal lesão".

Estudo
O hospital pode ser um poço de infeções. O risco de as contrair pode ser maior que o risco de ser infetado pelo HIV ou de ter...

Ir a um hospital e sair de lá com uma infeção. O cenário é cada vez mais comum e o risco de contrair uma infeção hospitalar é maior que o risco total de contrair várias doenças por outras infeções, como o HIV ou a gripe.

A conclusão é de um estudo publicado esta semana no jornal Plos Medicine e divulgado pela DW, escreve o Observador. A Organização Mundial de Saúde corrobora: atualmente, as infeções adquiridas nos hospitais (Hospital acquired infections — HAI) constituem “os casos mais frequentes e adversos no que diz respeito aos cuidados de saúde em todo o mundo”, refere a organização.

 

Há mesmo “centenas de milhões de pacientes afetados [pelas infeções hospitalares] todos os anos em todo o mundo”, diz o documento. Ainda segundo o mesmo estudo, há 2,5 milhões de casos de infeções hospitalares por ano na União Europeia. Entre as infeções contraídas em contexto hospitalar que constituem maior risco que o HIV estão pneumonia, infeções do trato urinário, infeções cirúrgicas e infeções no sangue.

Coligação C6
Seis associações ambientalistas defenderam hoje que uma taxa sobre munições de chumbo é insuficiente para reduzir os efeitos...

A Coligação C6 considera que "esta é uma medida insuficiente para reduzir ou compensar a poluição provocada por este contaminante em resultados da atividade cinegética, a solução passaria, sim, por dar um chumbo às utilizações de cartuchos com chumbo, interditando o seu uso e substituindo-os por materiais não poluentes", salienta um comunicado.

A proposta de Orçamento do Estado (OE2017), apresentada pelo Governo, na sexta-feira, propõe uma "taxa sobre munições de chumbo", de cerca de dois cêntimos de euro por cada cartucho com a substância, utilizado pelos caçadores.

Para a coligação, que junta o Grupo de Estudos do Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), o Fundo para a Proteção dos Animais Selvagens FAPAS), a Liga para a Proteção da Natureza (LPN), a Quercus, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e a WWF Portugal, a receita que o Governo venha a conseguir com a nova taxa não devia ser direcionada para a caça.

"As verbas provenientes de uma eventual taxa sobre as munições com chumbo, não deveriam ser usadas no investimento no setor da caça, conforme a proposta de Orçamento do Estado, mas sim em investimentos para despoluir, proteger espécies ameaçadas pelo chumbo" ou acabar com a utilização da substância, realçam os ambientalistas.

Aliás, especificam, a medida proposta "não é suficiente para resolver os graves problemas provocados nas cadeias tróficas, com consequente impacte na saúde humana", devido ao uso de munições com chumbo na caça, e a única medida eficaz seria a interdição da sua utilização e a substituição por ligas metálicas alternativas.

A utilização de cartuchos com chumbo na caça origina a libertação daquele metal pesado que resulta na contaminação dos solos e da água, com efeitos indiretos na fauna local e na saúde humana, pela ingestão de água ou alimentos cultivados em solos contaminados.

A substância é absorvida pelos organismos onde se acumula, de forma lenta, explicam as associações, citando estimativas a apontar que os adultos absorvem entre 5% a 15% do chumbo ingerido, retendo 5%, valor que é mais elevado nas crianças, podendo atingir 40%.

A contaminação por chumbo pode afetar o funcionamento do sistema nervoso ou da medula óssea e dos rins, e a Agência Internacional para a Pesquisa do Cancro (International Agency for Research on Cancer- IARC) considerou-o como um possível carcinogénico, segundo a C6.

O chumbo acumula-se igualmente nas cadeias tróficas, causando a morte por envenenamento de aves e mamíferos de espécies protegidas, sendo os patos dos grupos que mais sofrem da contaminação proveniente da caça, mas águias, abutres e lobos também "acumulam doses letais de chumbo no seu organismo ao consumirem presas contaminadas" com a substância.

Portugal é um dos poucos países europeus onde ainda é possível caçar com estas munições, uma prática que "não é aceitável duma sociedade informada e responsável", realçam os ambientalistas.

Cancerfonden
Uma associação sueca acusou na quinta-feira o Facebook de ter suprimido um vídeo sobre o cancro da mama que a rede social terá...

O grupo norte-americano pediu desculpa mais tarde, invocando um “erro”.

A associação, a Cancerfonden, publicou uma carta aberta dirigida ao Facebook para denunciar a supressão desse vídeo e indicou à agência de notícias AFP não ter conseguido chegar à fala com um representante da empresa para mostrar o seu ponto de vista.

“Achamos incompreensível e estranho que tenham percecionado uma campanha de informação médica como ofensiva”, afirmou a porta-voz da Cancerfonden, Lena Biörnstad.

O vídeo mostrava imagens animadas de mulheres a palparem, com movimentos circulares, os seios, para explicar como devem verificar nódulos suspeitos, uma medida recomendada na prevenção do cancro da mama.

“Trata-se de informações que salvam vidas, o que, na nossa opinião, é essencial”, frisou a mesma responsável.

“Lamentamos muito. A nossa equipa trata de milhões de imagens publicitárias semanalmente e em certos casos interditamos publicidades incorretamente”, reagiu um porta-voz da rede social, numa resposta por e-mail à AFP.

“Pedimos desculpa pelo erro e vamos informar o anunciante que nós aprovaremos as suas publicidades”, disse.

Oficialmente, o Facebook, que conta com 1,7 mil milhões de utilizadores, bane a nudez sem exceção.

No mês passado, a rede social causou alvoroço ao censurar, incluindo da página da primeira-ministra norueguesa, a célebre imagem de uma jovem vietnamita nua queimada por napalm.

O episódio, revelado pela própria primeira-ministra Erna Solberg, foi o culminar de uma polémica que durou dias, depois de o Facebook ter decidido bloquear temporariamente a conta do escritor norueguês Tom Egeland por difundir a mesma imagem.

Na foto, que valeu ao repórter Nick Ut um Pulitzer, aparece uma jovem vietnamita de nove anos a correr nua enquanto foge de um bombardeamento de napalm da aviação norte-americana em 1972, durante a guerra naquele país do sudeste asiático.

O Facebook reverteu depois a sua decisão, na sequência da onda de indignação, permitindo a divulgação da histórica fotografia da guerra do Vietname.

Até final de 2017
O ministro da Saúde disse que em novembro serão colocados mais 100 médicos de família em todo o país e que Portugal ficará “à...

Adalberto Campos Fernandes falava na cerimónia que assinalou a reabertura do internamento de Medicina Interna na unidade de Tomar do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), serviço cujo encerramento, no âmbito da reorganização realizada em 2012, motivou o protesto de populações e autarcas da região, num momento de “tensões e incompreensões” que o ministro recordou.

Referindo-se à resposta dos cuidados de saúde primários na região – “apenas a 16 médicos de família de ter uma cobertura plena” -, o ministro disse esperar que o objetivo de ter toda a população do país com médico de família possa ser alcançado até ao final de 2017.

Adalberto Campos Fernandes afirmou que aos mais cerca de 100 médicos de família que serão colocados em novembro se juntarão em 2017 os 400 jovens médicos que concluirão a especialidade.

“O número de médicos que vão completar especialidade no próximo ano é muito significativo, suplanta largamente o número de aposentados, e a expectativa é que, no final do ano [2017], se não estivermos a 100 por cento estaremos a 90 e muitos por cento”, declarou.

Por outro lado, adiantou, está a ser desenvolvido o projeto para a formalização da figura do enfermeiro de família.

Para o ministro, a seguir à quantidade a aposta é na qualidade, pelo que referiu a “prática política” do atual Governo de promover a gestão partilhada de recursos, a afiliação, a cooperação e a entreajuda entre hospitais, em particular com os “grandes porta-aviões”, como são os de Coimbra e Lisboa para esta região.

Questionado sobre a partilha das três unidades do CHMT (Tomar, Abrantes e Torres Novas) com o Hospital de Santarém (que tem já um acordo para internamentos de medicina interna em Torres Novas), Adalberto Fernandes disse que está “a correr muito bem”.

O ministro realçou o facto de nunca antes ter sido confrontado com uma “manifestação formal de reivindicação” para que um Conselho de Administração continuasse a exercer funções, como aconteceu esta semana por parte da Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo, que pediu a renovação do mandato da atual administração, que termina a 31 de dezembro.

“Isto é um sinal ou um sintoma de que o mundo está a mudar ou estamos a entrar num domínio em que as cumplicidades importam mais que as diferenças políticas, ideológicas, profissionais, e esta região do país, que foi durante tanto tempo martirizada por divisões, tensões, incompreensões, que tanta vez pôs este Centro Hospitalar nas notícias pelas piores razões, tem hoje motivos para celebrar um momento de viragem”, afirmou.

Para o ministro, a atração de médicos para o interior faz-se “trabalhando o prestígio, a reputação e a qualidade do ambiente interno, a relação entre as pessoas e também alguma inovação em equipamentos e em processos”.

No caso do CHMT, referiu ainda a importância da relação com as Forças Armadas, pela existência na região de várias infraestruturas da Defesa (nomeadamente em Tancos e em Santa Margarida), e saudou os contributos do presidente do Conselho Consultivo, Luís Valença Pinto.

“A saúde é também criação de valor no território”, disse, apontando o plano aprovado em Conselho de Ministros para a revalorização do interior.

Especialistas do sono
A alteração dos ponteiros do relógio para a hora de inverno traz “mais riscos que benefícios” devido à “súbita exigência de...

Na madrugada de 28 para 29 de outubro, os relógios vão atrasar uma hora, dando início ao horário de inverno, uma mudança que, segundo Miguel Meira Cruz, tem impactos negativos na saúde.

“Apesar do impacto ser claramente maior no recuo que exigimos ao tempo em meados de março, qualquer das direções em que se proceda uma mudança súbita num relógio de adaptação lenta como o que temos no cérebro, tem prejuízos significativos e potencialmente graves”, adverte Miguel Meira Cruz.

O especialista afirma que uma hora a mais de sono pode, em teoria, promover o bem-estar de quem se encontra privado desta necessidade, sendo o impacto deste benefício maior nas pessoas que se deitam mais tarde e tendencialmente se levantam mais tarde ou naqueles que atrasam a sua hora de deitar, como acontece com adolescentes.

Porém, na prática, verifica-se que “as atitudes não acompanham as intenções e este ganho tem provavelmente uma influência menor”, sublinha.

Além disso, acrescenta, “os matutinos privados de sono, podem sofrer mais nos dias subsequentes à mudança para a hora de inverno”, dado que para “além da menor flexibilidade na resposta a mudanças, as condicionantes impostas pelo novo horário afetam o humor”.

Meira da Cruz aponta alguns sintomas causados pela alteração da hora, como prevalência de alguns tipos de dores de cabeça, nomeadamente a cefaleia hípnica (surge durante o sono) e a cefaleia em salvas (dor muito forte só num lado da cabeça).

Segundo o especialista em medicina de sono, “estas condições são frequentemente desencadeadas por alterações nos ritmos circadiários estabelecidos naturalmente”.

Uma vez que a “capacidade de alerta” da pessoa oscila com o “caráter circadiário” e com o aumento do tempo na escuridão, o risco de acidentes é também aumentado, alerta.

Para o especialista, a mudança da hora “é mais um exemplo do predomínio de interesses económico-financeiros, que vigora no mundo, em detrimento daqueles dirigidos à promoção da saúde”.

“Efetivamente a alteração proposta originalmente por Benjamim Franklin, perspetivava a rentabilização de energia luminosa poupando gastos”, mas “em rigor, não só não se confirmaram os ganhos teorizados, como se tem vindo a descobrir perdas importantes associadas à alteração brusca da hora”, sustenta.

Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos
As Unidades de Cuidados Paliativos vão funcionar apenas em hospitais a partir de 2018 e as localizadas na rede de cuidados...

De acordo com o Plano Estratégico para ao desenvolvimento dos Cuidados Paliativos no biénio 2017-2018, que esteve em discussão pública até sábado passado, as Unidades de Cuidados Paliativos (UCP) são serviços específicos de cuidados paliativos, em unidades hospitalares.

Estas unidades dispõem de espaço físico independente e recursos próprios, nomeadamente médicos e enfermeiros a tempo inteiro e destinam-se ao acompanhamento dos doentes com necessidades paliativas mais complexas, em situação de descompensação clínica ou emergência social, como seja a exaustão grave do cuidador.

No documento lê-se que as UCP da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) localizadas fora dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) devem, no prazo de três anos, ser convertidas noutra tipologia da RNCCI.

A Comissão Nacional de Cuidados Paliativos (CNCP) desaconselha a abertura de novas UCP no âmbito da RNCCI e propõe “a conversão das UCP instaladas em hospitais do SNS (11 das 22 UCP da RNCCI, ou seja, 183 das atuais 362 camas de UCP) em UCP hospitalares, passando a ser financiadas e geridas de forma semelhante aos outros serviços de internamento do hospital, o que permitirá agilizar as admissões e altas, tornando estes recursos mais eficientes”.

Para o presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP), Manuel Luís Capelas, a medida representa um “retrocesso em relação ao acesso aos cuidados especializados”, uma vez que “vão ser retirados do mapa as unidades (privadas e sociais)”.

“Só ficam as unidades que estão nos hospitais do SNS, o que vai diminuir a proximidade”, adiantou.

O presidente da APCP recordou que as UCP nas unidades do SNS são incrivelmente mais caras do que as contratualizadas externamente.

“Os doentes que deviam estar no SNS deviam ser os agudos e de elevada complexibilidade”, defendeu.

Manuel Luís Capelas critica ainda o facto de os contributos da associação que dirige “não terem sido levados em conta” e que foram “rasgados na sua essência”.

Contactada pela Lusa, a presidente da Comissão Nacional dos Cuidados Paliativos, Edna Gonçalves, defendeu o documento, recordando que o mesmo entrou agora numa fase de “análise atenta e ponderada de todos os comentários e sugestões recebidos e a integração do que for considerado pertinente no documento a aprovar pela tutela”.

O documento, adiantou, “teve até agora não duas mas muitas versões, que circularam entre os peritos que contribuíram para a sua elaboração, até chegarem a um consenso que foi enviado” à tutela.

Edna Gonçalves refuta algumas das críticas da APCP, nomeadamente a “falta de descentralização das unidades de excelência, especializadas e estruturadas”.

Para a associação, “a prestação de cuidados a doentes de baixo ou média complexidade e suas famílias por profissionais isolados irá limitar o acesso destes a cuidados estruturados e adequados”.

Segundo Edna Gonçalves, “será incentivada a abertura de UCP em todos os hospitais do SNS, o que vai ser desde já incluído no contrato programa dos hospitais”.

Outra crítica apontada pela APCP é a “falta de aposta e apoio na formação dos profissionais de saúde, principalmente ao nível estratégico, com ausência de medidas concretas e realistas”.

O plano, responde Edna Gonçalves, “prevê e foram já dados alguns passos para que a formação em cuidados paliativos passe a ser dada em todas as escolas de medicina e enfermagem do país”.

Também a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) criticou alguns aspetos do plano, nomeadamente a abertura ou manutenção de unidades de internamento de cuidados paliativos apenas em hospitais de agudos, bem como o fecho ou alteração de tipologia de unidades existentes da RNCCI.

“É nosso entendimento que existe uma faixa importante de doentes paliativos que, a necessitar de internamento, não se enquadram em qualquer das tipologias de cuidados existentes, pelo que consideramos ser importante existir internamento de cuidados paliativos fora dos hospitais de agudos”, lê-se num comunicado da associação.

Em Lisboa
O primeiro Congresso Nacional do Bebé reúne no sábado em Lisboa médicos, enfermeiros, psicólogos, terapeutas e também pais e...

Além dos temas centrados no bebé, o Congresso vai discutir igualmente assuntos mais ligados aos pais, como a depressão na gravidez ou no pós parto.

Segundo a psiquiatra Carina Mendonça, cerca de um quinto das mulheres apresenta depressão no período da gravidez e no puerpério, fases que muitas vezes são associadas a alegrias e realizações, o que nem sempre se traduz na realidade.

“Muitas mulheres experienciam tristeza ou ansiedade nesta fase das suas vidas, de forma tão intensa e disfuncional, que torna a vivência da maternidade um verdadeiro sofrimento”, refere em entrevista à agência Lusa a psiquiatra que participará no Congresso Nacional do Bebé.

Vários são os fatores que podem contribuir para uma patologia depressiva ou ansiosa na gestação, como dificuldades financeiras, falta de apoio familiar, relacionamento conjugal e, com grande influência, existência prévia de gravidez ou ansiedade.

No pós-parto, aliam-se as mudanças bruscas a nível hormonal a uma necessidade de reorganização da vida da mulher e do casal.

Carina Mendonça sublinha que quadros patológicos depressivos ou ansiosos acabam por ser muitas vezes ignorados ou desvalorizados na gravidez e pós-parto, “perpetuando um grande sofrimento para a mulher e com consequências nefastas no desenvolvimento da própria gravidez, do parto ou do bebé”.

“Infelizmente ainda existem muitos profissionais de saúde que contraindicam a consulta de especialidade e os respetivos tratamentos. Outras vezes, quando a referenciação à consulta de saúde mental é sugerida, são as mulheres que recusam pelo estigma ou pelo medo relacionado com os tratamentos”, lamenta a psiquiatra.

A especialista lembra que sintomas depressão durante a gestão constituem um fator de risco para depressão pós-parto; por sua vez, casos de mulheres com depressão pós-parto não adequadamente tratadas podem conduzir a prejuízos no desenvolvimento cognitivo e da linguagem do bebé.

“O acompanhamento psiquiátrico nestas fases é primordial (…). A intervenção deverá ser integrada através da associação entre a psicoterapia e a psicofarmacologia”, refere Carina Mendonça, salvaguardando que uma cuidadosa avaliação permite compatibilizar o tratamento medicamentoso com a própria amamentação.

Ainda no capítulo sobre “cuidar dos pais”, o Congresso do Bebé contará com a perspetiva da pediatra Joana Appelton Figueira sobre “os medos dos pais”.

“Mais do que chamar medrosos aos pais ou tentar classificar esta geração de pais, interessa-me conhecer os medos que trazem para lhes mostrar tudo o que são capazes de fazer”, referiu à Lusa a pediatra, em resposta a perguntas sobre a sua intervenção no congresso.

Joana Figueira reconhece que atualmente os pais têm muitas expetativas em relação aos seus filhos, muitas delas infundadas: imaginam um bebé perfeito, sempre feliz, que dorme e come bem e aprende depressa.

Além disso, os pais esperam recuperar depressa o estilo de vida prévio ao nascimento do bebé e há uma multiplicidade de exigências difícil de corresponder, sobretudo em relação às mulheres: “Das mães espera-se que sejam lindas, magras e bem arranjadas logo a seguir ao parto, que voltem ao trabalho, mas amamentem em exclusivo e vão a todas as festas das amigas…”

“O primeiro passo para promover a confiança dos pais é ajudá-los a pensar nas suas expetativas e nos seus valores”, defende a pediatra, considerando que os profissionais de saúde devem demonstrar as competências dos pais e dos bebés em cada interação com as famílias, forma de promover a autonomia e evitar o abuso do recurso aos profissionais.

Constança Ferreira, organizadora do Congresso Nacional do Bebé, explica que muitos outros temas serão abordados no encontro: o sono, o choro, a construção do cérebro nos primeiros anos e os equívocos da comunicação entre o adulto e o bebé.

“Vai ser um dia muito informático para os pais e cuidadores que queiram participar, já que o congresso não é um evento fechado aos profissionais. E os bebés são naturalmente bem-vindos”, referiu à Lusa a terapeuta de bebés .

Aliás, o encontro é todo ele um “espaço amigo da amamentação”, havendo também locais para trocar a fralda ou poder colocar o bebé a brincar.

Eurostat
Portugal tinha, em 2014, 16,6% de adultos obesos, um valor acima da média da União Europeia (UE 15,9%) e a tendência para o...

Em Portugal, a maior taxa de obesidade era as pessoas entre os 65 e os 74 anos (22,1%), seguindo-se o grupo entre os 45 e os 64 anos (21,9%) e o das pessoas com mais de 75 anos (16,7%).

Entre os 18 e os 24 anos a taxa de obesidade era, em 2014, de 5,7% e a das pessoas entre os 25 e os 34 anos de 9,4%.

Na média da UE, a taxa de obesidade mais alta é também registada entre as pessoas na faixa etária 65-74 anos (22,1%), seguindo-se a do grupo 45-64 (19,6%), a das pessoas a partir dos 75 anos (17,3%), a do grupo entre os 35 e os 44 (14,2%) e as faixas etárias 29-34 (9,9%)e 18-24 (5,7%).

Analisando por nível de escolaridade, a taxa mais alta, em Portugal, era de 20,9% para as pessoas com mais baixa educação, seguindo-se as de média educação (10.7%) e as que têm um nível alto de educação (8,6%).

A média da UE é, respetivamente, de 19,9%, 16,0% e 11,5%.

Analisando por género, há mais obesidade entre as mulheres (17,8%) do que nos homens (15,3%), valores que contrariam a média europeia (16,1% de homens obesos e 15,7% de mulheres).

Considera-se obesa a pessoa cujo índice de massa corporal é superior a 30.

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