Fator de risco com mais peso no desenvolvimento de doença cardiovascular

Perto de um milhão de portugueses sofre de diabetes

Em Portugal a prevalência desta doença tem apresentado um crescimento marcado, tendo sido estimada em 11,7% em 2009 e em cerca de 13,1% em 2014, isto é, mais de 1 milhão de portugueses, com idades entre os 20 e os 79 anos, já apresentavam Diabetes. Estima-se que em 2025 existirão cerca de 300 milhões de diabéticos em todo o mundo.

Nas últimas décadas têm-se observado níveis crescentes de obesidade infantil e juvenil, verificando-se, também, o aumento da incidência de Diabetes Mellitus tipo II abaixo dos 18 anos. Esta realidade é decorrente do aumento global da prevalência de obesidade, sedentarismo e de um maior consumo de calorias, factos que predispõem ao desenvolvimento de Diabetes.

A Diabetes resulta do défice de produção de insulina (Diabetes tipo I) de causa autoimune ou da incapacidade do organismo utilizar corretamente esta hormona (Diabetes tipo II), habitualmente relacionada com a obesidade e o sedentarismo.

É a insulina que permite a passagem da glicose (o principal açúcar existente no sangue) do sangue para o interior das células, fornecendo-lhes assim a energia necessária ao seu funcionamento. A falta de insulina ou a resistência à sua ação aumenta os níveis de glicemia no sangue, com repercussão ao nível de todos os órgãos e sistemas do organismo devido a alterações nas paredes arteriais.

É considerado um problema grave de Saúde Pública devido à alta morbilidade e mortalidade relacionadas com as suas complicações, onde se salientam as doenças cardiovasculares que são a principal causa de morte nos indivíduos diabéticos, bem como as doenças da visão e renais.

Diversos fatores de risco para a saúde cardiovascular, como hipertensão arterial, dislipidemia e obesidade, estão habitualmente associadas à Diabetes que, por sua vez, potencia o aparecimento ou o agravamento destes mesmos fatores de risco. Daí o maior risco de ocorrência de eventos cardiovasculares como enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e obstrução de artérias, especialmente dos membros inferiores (Arteriopatia Periférica). O risco de sofrer um enfarte do miocárdio aumenta 40% nos homens diabéticos e 50% nas mulheres com esta alteração metabólica.

No Dia Mundial da Diabetes, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia alerta para a importância de manter um estilo de vida saudável, baseado em atividade física regular, alimentação saudável e controlo do peso corporal. Além destes cuidados, é também necessário o controlo de outros atores de risco associados às doenças cardiovasculares, como tabagismo, hipertensão e hipercolesterolemia. Tudo isto é necessário para diminuir a prevalência de Diabetes Mellitus na população em geral e para melhorar os níveis elevados de glicemia nos diabéticos, reduzindo desta forma a morbilidade e a mortalidade associada.

Nas palavras do Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Dr. Miguel Mendes, "A diminuição da prevalência da Diabetes Mellitus na população portuguesa, particularmente em jovens adolescentes, deve ser um desígnio nacional, para reduzir o previsível aumento dos encargos futuros do SNS e, para que a atual evolução positiva da mortalidade cardiovascular também se mantenha na próxima geração." 

Fonte: 
SConsulting
Nota: 
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