No início de 2018
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde anunciou que a nova Unidade de Saúde da Batalha, Porto, deverá entrar em...

“É espectável que no início de 2018 esteja finalmente aberto e tenhamos aqui uma obra que é emblemática no Porto, pelo leque de cultura, pela história, mas também pela própria funcionalidade que terá para os utentes e profissionais de saúde”, afirmou Fernando Araújo em visita às obras de remodelação da Unidade de Saúde da Batalha.

A remodelação daquela unidade de saúde irá permitir requalificar e ali instalar a Unidade de Saúde Familiar Rainha D. Amélia, a Unidade de Cuidados Continuados do Porto, a Unidade de Saúde Pública do Porto Ocidental e o Centro de Vacinação Internacional do Porto.

Segundo informação disponibilizada pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, a área bruta prevista para o edifício, próximo da Praça da Batalha, é de 956,8 metros quadrados e será constituído por um módulo de saúde familiar (com nove gabinetes médicos, três gabinetes de enfermagem e duas salas de tratamento), um módulo de saúde pública e um módulo de cuidados na comunidade.

“Aqui a Batalha é um bom exemplo de que vale a pena acreditar nos projetos. Este era um projeto que começou em 2008, (… ) teve depois um interregno e finalmente agora com a nova autarquia, com Rui Moreira, pegamos novamente no projeto e num esforço conjunto vamos conseguir concretizá-lo, isso faz toda a diferença”, destacou o secretário de Estado Adjunto.

As obras de requalificação do antigo centro de saúde Rainha D. Amélia, abandonado há cerca de uma década, já arrancaram, terão a duração de 500 dias e estão orçadas em cerca de 1,7 milhões de euros e serão cofinanciadas por fundos comunitários do programa operacional regional Norte 2020.

“Quando se fala na população que precisamos de ter no centro da cidade, também precisamos destes equipamentos. Sem estes equipamentos nós não teremos uma nova população na cidade do Porto”, assinalou o presidente da Câmara do Porto no final da visita.

Para Rui Moreira, a captação de população para o centro da cidade depende também de ter “equipamentos desta categoria, qualidade, para que as pessoas possam viver tranquilas e que a cidade seja confortável e interessante”.

O autarca destacou ainda a “parceria muito interessante entre o estado central e as autarquias” vertida na Carta de Equipamentos de Cuidados de Saúde Primários do Porto por visar “a devolução de competências que está na Constituição”.

O documento prevê ainda mais dois novos centros de saúde: o de Ramalde, uma obra a ser feita pela Câmara Municipal do Porto, e o de Campanhã, a ser assumido pelo Ministério da Saúde.

As obras destas duas novas unidades de saúde devem arrancar no primeiro semestre do próximo ano.

Distinguido no 19.º Congresso Nacional de Medicina
O advogado António Arnaut disse, em Coimbra, que o reconhecimento, pela Ordem dos Médicos, do seu papel na criação do Serviço...

Após ter sido agraciado com a medalha de mérito da Ordem dos Médicos (OM), no Polo III da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, António Arnaut frisou que a distinção “compromete a Ordem na defesa e no aprofundamento” do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Sinto-me reconhecido e agradecido”, declarou aos jornalistas, no final da cerimónia, em que também foram agraciados, com a mesma medalha, 16 médicos de diferentes regiões do Continente, dos Açores e da Madeira, um deles a título póstumo.

O principal impulsionador do SNS realçou o empenho do atual bastonário da OM, o professor universitário José Manuel Silva, que presidiu à sessão, na defesa e consolidação do Serviço Nacional de Saúde.

Na história da Ordem dos Médicos, esta é a primeira vez que tal distinção contempla um não médico, o que passou por uma recente alteração do regulamento das medalhas de mérito da instituição.

No vídeo de apresentação de António Arnaut, em que foi justificada a sua escolha para ser um dos galardoados, José Manuel Silva definiu o SNS como “a maior obra social do Portugal democrático”, nascido com o 25 de Abril de 1974.

“Sinto-me como um profano no meio de arcebispos da medicina portuguesa”, gracejou o advogado e antigo grão-mestre do Grande Oriente Lusitano – Maçonaria Portuguesa.

António Arnaut nasceu há 80 anos, na aldeia da Cumieira, no concelho de Penela, distrito de Coimbra, onde “as pessoas comiam o pão duro dos dias sem sol, viviam à míngua e morriam, em regra, sem assistência médica”, como disse o próprio, em maio de 2014, na Universidade de Coimbra, que então o agraciou com título de doutor 'honoris causa'.

Além de António Arnaut, ministro dos Assuntos Sociais no segundo Governo Constitucional, liderado por Mário Soares, nos anos 70 do século XX, foram distinguidos pela Ordem dos Médicos os seguintes médicos e professores portugueses de Medicina: Alexandre Sousa Pinto, António Madeira Ascensão, Carlos Mota Cardoso, Eduardo Leite Pacheco, Isabel Pereira Ramos, Isabel Jacob Carvalho, João Baptista Ganho, João Covas Lima (falecido), José Medina Vieira, José Pires Teixeira, Luís Mendonça Barrôco, Luís Belo de Barros, Maria Maciel Barbosa, Martim Abreu Diniz e Tice Anastácio Macedo.

O espanhol Juan Rodriguez Sendín, bastonário da Ordem dos Médicos de Espanha, foi também galardoado, sendo o primeiro estrangeiro a receber a medalha da Ordem dos Médicos, portuguesa, mas não pôde estar presente.

As medalhas foram entregues durante os trabalhos do 19.º Congresso Nacional de Medicina – 10.º Congresso Nacional do Médico Interno, que terminou no sábado, organizado pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, a que preside Carlos Cortes.

“Prémios Maratona da Saúde de Investigação Biomédica”
A Maratona da Saúde, associação sem fins lucrativos, abre concurso, no âmbito da sua terceira edição dedicada às Doenças...

Os Prémios Maratona da Saúde 2016 para a Investigação em Doenças Neurodegenerativas, no valor total de 50 mil Euros, são o resultado dos donativos angariados durante o espetáculo televisivo anual da Maratona da Saúde, transmitido pela RTP em abril de 2016, e de outras iniciativas e apoios entre os quais o da Biogen, que juntará o seu nome a um dos prémios a ser atribuído neste concurso. O concurso para atribuição destes prémios está aberto para a comunidade científica até ao dia 2 de dezembro, e conta com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Os Prémios Maratona da Saúde foram criados com o objetivo de promover a investigação científica portuguesa em diferentes áreas da biomedicina. Nesta terceira edição, procuramos projetos na área das Doenças Neurodegenerativas e incentivamos as candidaturas que contemplem parcerias entre instituições de investigação, sediadas em Portugal, e hospitais ou outras instituições de saúde, nacionais ou estrangeiras. Os Prémios destinam-se a investigadores e a médicos que se proponham a desenvolver um projeto de investigação autónomo sob sua responsabilidade numa instituição sediada em Portugal. A avaliação das candidaturas é realizada por um júri proposto pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, constituído por cientistas de reconhecido mérito internacional no domínio da biomedicina. Depois de seriados os melhores candidatos a concurso, o Conselho Científico da Maratona da Saúde ratifica a decisão do Júri e informa a Direção, que aprovará os vencedores de acordo com as recomendações de ambos. O processo de avaliação e seleção é baseado em vários critérios, entre os quais o mérito científico dos candidatos e o impacto que o trabalho de investigação proposto poderá ter na descoberta de melhores tratamentos, cura e prevenção das Doenças Neurodegenerativas. Um dos Prémios a ser atribuído terá a denominação de Prémio Maratona da Saúde/Biogen.

Entre as mais de 130 candidaturas recebidas nas duas primeiras edições dedicadas ao Cancro e à Diabetes, respetivamente, foram atribuídos 7 prémios de investigação a cientistas que já estão a desenvolver o seu trabalho nestas áreas em várias instituições em Portugal. Entre estas estão o Centro de Biomedicina Molecular e Estrutural da Universidade do Algarve com 2 projetos em cancro da mama, o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, em Lisboa, com um projeto em cancro do cólon, o IPATIMUP, no Porto, com um projeto em cancro do pâncreas, o Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras, com 2 projetos em obesidade e diabetes tipo 1 infantil e o Centro de Investigação em Biomedicina da Universidade do Algarve com um projeto em Microbiologia associada à Diabetes

Em abril de 2016, o espetáculo solidário da Maratona da Saúde dedicado às Doenças Neurodegenerativas, transmitido em direto pela RTP 1 e pela RTP Internacional, contou com o apoio de milhares de Portugueses que se juntaram a esta causa, e com muitos parceiros que tornaram possível a organização deste evento. Durante as mais de 5 horas de emissão foram realizados milhares de donativos através de chamadas telefónicas para o número de valor acrescentado e para os call centers, gentilmente cedidos pela Fundação PT, e que contaram com mais de 30 voluntários a nível nacional. A Pricewaterhouse Coopers (PwC) também se juntou a esta maratona televisiva na auditoria de todos os donativos que foram efetuados.

Para além do evento televisivo, a Maratona da Saúde desenvolveu, ao longo da 3ª edição dedicada às Doenças Neurodegenerativas, um conjunto de iniciativas nas comunidades locais, sensibilizando para a importância da prevenção e da investigação científica na descoberta de melhores tratamentos. Entre estas, destacam-se o concurso Ciência em Cena, que decorreu em escolas de norte a sul do país em parceria com o Programa Descobrir da Fundação Calouste Gulbenkian, assim como vários eventos promovidos espontaneamente pela sociedade civil a favor desta causa. A Maratona da Saúde contou também com o apoio de várias empresas entre as quais a Biogen, que dá nome a um dos Prémios Maratona da Saúde, a Pfizer, a Saúde Cuf, a HMS Sports, a Noori e a Science4you. Refira-se ainda que a terceira edição da Maratona da Saúde contou com o apoio essencial de outros parceiros como a PT, o Instituto Gulbenkian de Ciência, a Cev Fiscalidade, a Wisdom Consulting, a Caixa Geral de Depósitos, a Vieira de Almeida, entre outros, e com o alto patrocínio da Presidência da República para o espetáculo solidário dedicado às Doenças Neurodegenerativas.

Desde 2014, a Maratona da Saúde e a RTP + estão juntas numa iniciativa inédita em Portugal, com enorme sucesso comprovado em vários países, que visa, através de um espetáculo solidário anual de várias horas (maratona televisiva), sensibilizar a sociedade e angariar fundos para a investigação biomédica, essencial no combate a doenças ainda sem cura. Em cada ano a Maratona da Saúde dedica-se a um tema, sobre o qual é delineado um plano de atividades. Depois das 3 edições dedicadas ao Cancro, à Diabetes e às Doenças Neurodegenerativas, respetivamente, a 4ª edição está a ser dedicada às Doenças Cardiovasculares e pretende sensibilizar para este tema e apoiar a investigação científica na área destas doenças ainda sem cura.

A Maratona da Saúde considera que permitir o avanço da ciência e do conhecimento em Portugal, contribui para uma sociedade mais informada, motivada e competitiva, capaz de integrar os pilares essenciais do progresso económico global.

Os donativos à Maratona da Saúde podem ser realizados ao longo de todo ano através de chamadas de valor acrescentado para o 760 20 60 90 (0,60€+IVA) ou do IBAN: PT50 0035 0413 00044189730 73 BIC SWIFT: CGDIPTPL.

 

Saiba mais em www.maratonadasaude.pt.

Instituto Nacional de Estatística
O índice de bem-estar em Portugal evoluiu positivamente em 2015 e manteve a tendência de recuperação de crescimento iniciada em...

Entre 2004 e 2011 o índice de bem-estar registou sempre evolução positiva, tendo reduzido em 2012. Recuperou depois em 2013 e em 2014 voltou a evoluir positivamente.

O índice de bem-estar do Instituto Nacional de Estatística (INE) baseia-se em outros dos índices que avaliam as condições materiais de vida e a qualidade de vida.

Ao longo da última década, o índice das condições materiais de vida registou evoluções negativas, mas o índice relativo à qualidade de vida apresentou uma evolução continuamente positiva.

Contudo, os dados preliminares referentes a 2015 permitem perspetivar uma inversão do índice relativo às condições materiais de vida, que depois de anos a decrescer apresentou em 2014 um ligeiro aumento que se estima que se prolongue em 2015.

Nos 10 domínios que integram o índice de bem-estar, a Educação, o Ambiente e a Participação Cívica e Governação são as componentes de bem-estar com evolução mais favorável no período entre 2004 e 2015.

Em 2015, o INE estima que índice de bem-estar tenha atingido os 118,4, depois de em 2014 ter alcançado os 114,5. Em 2012, ano em que se registou o primeiro decréscimo, o índice estava nos 108,7.

Numa análise ao longo da última década, verifica-se que em todos os anos desde 2006 houve um agravamento dos indicadores relativos à vulnerabilidade económica, atingindo o valor mínimo em 2013. Estima-se que em 2015 este índice continue o crescimento registado em 2013 e em 2014.

Aliás, o domínio “Vulnerabilidade Económica” é um dos que apresenta, segundo o INE, a evolução mais desfavorável ao longo do período 2004/2015, “refletindo a progressiva vulnerabilidade das famílias induzida pelo afastamento das mesmas do mercado de trabalho”.

O domínio “Trabalho e Remuneração” é a que apresenta a evolução mais desfavorável e veio contribuir de forma significativa para a descida do índice das condições materiais de vida – entre 2004 e 2014 registou uma descida global de mais de 28 pontos percentuais.

No entanto, também este domínio de “Trabalho e Remuneração” voltou a crescer em 2014 e em 2015.

No que respeita ao índice de qualidade de vida, o domínio da Saúde é um dos que contribui para a evolução positiva: “a população que avalia de forma positiva os serviços de saúde teve um crescimento acentuado no período 2004-2014”.

Também a conciliação ‘vida-trabalho’ apresentou uma evolução positiva durante todo o período analisado, mais pronunciada até 2011.

Especialista alerta
O presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos defendeu que a sobrecarga dos cuidadores informais de doentes “é...

“É muito fácil tirar os doentes do hospital e entregá-los à família, mas é preciso ter atenção ao impacto que isto gera nas famílias”, disse Manuel Luís Capelas, na véspera de se assinalar o Dia do Cuidador.

Apesar de ser “um dos grandes defensores” da ideia de cuidar dos doentes em casa, Manuel Capelas disse que para isso acontecer têm de estar reunidas as “condições adequadas”.

Os cuidadores “precisam de um apoio muito permanente” para evitar que atinjam “um ponto de rutura, de desespero total, porque já não aguentam”, sublinhou.

Manuel Capelas equiparou a sobrecarga dos cuidadores à síndrome de ‘burnout’ dos profissionais de saúde, uma reação ao stresse crónico no trabalho caracterizado por exaustão, despersonalização e não realização profissional.

“Um profissional em ‘burnout’ acaba por pensar egoisticamente no seu bem-estar, é uma máquina”, mas “quem está em casa a uma dada altura rebenta e é preciso ter atenção a esta situação”, alertou.

O especialista em cuidados paliativos observou que muitos cuidadores passam 24 horas por dia com o doente, um tempo que os profissionais de saúde acabam por não estar.

“Nós saímos dos nossos turnos e temos outros escapes”, mas os cuidadores não têm, disse, alertando que “não se pode deixar em cima dos cuidadores toda a responsabilidade” sobre o doente.

Eles “não podem substituir os profissionais de saúde”, porque senão “estamos a aliviar” o sistema de saúde, mas a colocar “uma sobrecarga nestas famílias e nestas pessoas que precisam de continuar a ser apoiados”.

E – defendeu - devido ao trabalho “extremamente importante” que fazem para o sistema de saúde e para as suas famílias, precisam de ter apoio social, laboral e psicossocial.

Por outro lado, os profissionais de saúde “continuam a ter de ser os alicerces do sistema” e destas pessoas, para que “possam cuidar dos seus familiares, dos seus amigos, mas continuarem a ser pessoas”.

“Um apoio não é largar os familiares numa guerra, num pântano, numa selva muito complicada”, frisou, defendendo que os cuidadores precisam de formação, capacitação e apoio psicossocial para tratar do doente.

No início de outubro, o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, disse que, a partir de 2018, os cuidadores vão ser compensados com apoios que ainda não estão definidos, mas que poderão passar por regalias sociais, fiscais ou financeiras.

Para Manuel Capelas, a legislação nesta área “é importante e precisa”, mas não chega.

“As equipas também têm de ter capacidade” de identificar as necessidades dos cuidadores” e ajudá-los com formação específica.

Também devem estar atentas “aos mínimos sinais de sobrecarga para que nessa altura seja possível encontrar uma estratégia que permita aliviar a sobrecarga em que estão”, frisou.

Segundo um estudo da Entidade Reguladora da Saúde, Portugal tem a maior taxa de cuidados continuados e paliativos, prestados por pessoas sem preparação nem qualificação para tal, e uma das mais baixas taxas de cobertura de cuidados prestados por profissionais em toda a Europa.

Programa de Intervenção Precoce do Cancro Oral
Mais de 10 mil cheques para diagnóstico do cancro oral foram emitidos nos dois anos e meio de funcionamento do programa, tendo...

Segundo dados oficiais da Ordem dos Médicos Dentistas, entre março de 2014 e o fim de agosto deste ano foram detetados 79 casos de cancro oral e 109 lesões potencialmente malignas através do Programa de Intervenção Precoce do Cancro Oral.

Dos mais de 10 mil cheques para diagnóstico emitidos, foram usados apenas 3.354, o que dá uma taxa de utilização de 33%.

Este ano, foram realizadas já mais de 1.800 biópsias ao cancro oral, número que quase triplicou em relação a 2015, quando se fizeram cerca de 660.

No seu todo, o programa de saúde oral onde está integrado o cheque dentista já beneficiou mais de 2,5 milhões de utentes desde 2008, tendo sido usados em oito anos mais de três milhões de cheques para 8,7 milhões de tratamentos.

A maioria das intervenções (quase 60%) diz respeito a procedimentos preventivos, como aplicação de selantes de fissuras que evitem cáries. São as crianças e jovens o grupo mais significativo a beneficiar dos cheques dentista.

Nos primeiros nove meses deste ano, mais de 227 mil pessoas já usaram estes cheques, com uma taxa de utilização em relação aos vales emitidos que se situa nos 83%. Ao todo, foram emitidos 385 mil cheques e usados perto de 320 mil.

O grupo das crianças de sete, 10 e 13 anos é o que regista taxa de utilização dos cheques mais elevada (92%). Este ano já foram mais de 120 mil as crianças destas idades a terem acesso ao programa de saúde oral, com mais de 222 mil consultas realizadas.

Os cheques dentistas são atribuídos a crianças que frequentem a escola pública e abrangem adolescentes de 13 anos, que podem voltar a usufruir de cheques dentista aos 16 e aos 18 anos desde que já tenham beneficiado do programa.

Trata-se de um alargamento recente e limitado, que faz com que as taxas de utilização nestes grupos sejam inferiores. Por exemplo, nos jovens com 16 anos a taxa de utilização dos cheques está nos 38% e nos 18 anos situa-se nos 43%.

Quanto às grávidas seguidas no Serviço Nacional de Saúde, já foram usados desde 2008 mais de 570 mil cheques, estando a taxa de utilização acima dos 80%.

O programa do cheque dentista conta com uma rede de mais de 4.400 médicos, havendo um acréscimo de 240 clínicos para o diagnóstico do cancro oral.

Estudo
Fumar um maço de cigarros por dia provoca, em média, 150 mutações por ano nas células pulmonares, revela um estudo publicado na...

O estudo, que analisou e comparou vários tumores, mediu com precisão, pela primeira vez, os efeitos genéticos devastadores do fumo, não só nos pulmões, mas também em outros órgãos que não estão diretamente expostos.

Os estudos epidemiológicos mostravam que o tabagismo contribui para, pelo menos, 17 tipos de cancro, mas até agora nunca se conseguiu determinar como é que o cigarro provocava esses tumores, apontaram os investigadores do Instituto britânico Wellcome Trust Sanger e do Laboratório Nacional de Los Alamos, nos Estados Unidos.

O maior número de mutações genéticas provocadas pelo tabaco foi observado nos tecidos pulmonares, mas outras partes do organismo registaram também alterações de DNA, que explicam como o fumo provoca vários tipos de cancro.

O cigarro contém mais de sete mil substâncias químicas diferentes, entre as quais 70 são conhecidas por serem cancerígenas, revelam os investigadores, apontando para a complexidade das interações com o organismo.

Segundo um dos principais coautores da investigação, Ludmil Alexandrov, do Laboratório Nacional de Los Alamos, o estudo procura novos elementos sobre os diferentes mecanismos através dos quais o tabaco provoca um cancro.

“Descobrimos que as pessoas que fumam um maço de tabaco por dia têm, em média, 150 mutações genéticas adicionais por ano nos pulmões, o que explica que os fumadores tenham um risco acrescido de desenvolver cancro do pulmão”, adiantou.

O mesmo responsável acrescentou que encontraram um grande número de evidências epidemiológicas que ligam o tabaco ao cancro, tendo conseguido observar e determinar o número de alterações moleculares no DNA provocadas por fumar.

Nesta primeira análise extensiva de DNA cancerígeno ligado ao tabagismo, os investigadores analisaram cerca de cinco mil tumores, comparando cancros de fumadores com cancros semelhantes de pessoas que nunca fumaram.

Os cientistas encontraram características moleculares específicas no ADN dos pulmões dos fumadores e determinaram o número nos diferentes tumores.

No que diz respeito ao impacto nos restantes órgãos, a investigação revelou que um maço de cigarros por dia provoca, em média, 97 mutações por ano no ADN da laringe, 39 na faringe, 23 na boca, 18 na bexiga e seis no fígado.

O estudo mostra, pelo menos, cinco processos distintos através dos quais o ADN é danificado pelo hábito de fumar, sendo que o mais comum é encontrado na maior parte dos cancros. Trata-se de uma aceleração do pêndulo celular que provoca a mutação prematura das células.

Na opinião do investigador Mike Stratton, do instituto Wellcome Trust Sanger, este estudo poderá ajudar no avanço da investigação e ajudar a melhor prevenir todas as formas de cancro.

O tabagismo, a maior causa de mortalidade evitável, é responsável por pelo menos seis milhões de mortes por ano em todo o mundo e se a tendência atual se mantiver, estima-se que serão mais de mil milhões de pessoas que morrem por causa do tabaco, no século XXI, segundo a Organização Mundial de Saúde.

Trabalhar em Portugal
O secretário de Estado adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, disse, em Coimbra, que o processo de acreditação de médicos...

É necessário “rigor na admissão [em Portugal] de médicos de países não comunitários”, defendeu Fernando Araújo, que falava na sessão de abertura do 19º Congresso Nacional de Medicina/10.º Congresso Nacional do Médico Interno, que decorre em Coimbra até sábado.

O Governo vai, por isso, “trabalhar com a Ordem dos Médicos (OM)” para “construir um processo de acreditação de formação académica e de competências, nomeadamente linguísticas, que seja mais rigoroso e mais exigente para cidadãos estrangeiros vindos de países” que não integram a União Europeia, afirmou o secretário de Estado.

“Isso irá, seguramente, proteger e melhorar o desempenho” dos médicos e “proteger também os utentes”, sustentou.

Fernando Araújo também anunciou, por outro lado, que o Ministério da Saúde (MS) vai analisar a proposta de legislação da OM no sentido de que esta entidade tenha “capacidade para intervir [também] nas instituições privadas de saúde, de modo a que possa entrar nas mesmas” e “avaliar o desempenho das práticas” médicas ali adotadas.

Tal regulamentação deverá contribuir para aumentar “a exigência que temos a responsabilidade de fazer cumprir”, sublinhou.

Embora estivesse “tudo preparado para extinguir o ano comum”, ele não vai acabar, assegurou o governante, noutro passo da sua intervenção.

O regulamento do ano comum (correspondente ao processo de formação inicial do internato médico) vai ser “revisto no sentido de não prever a [sua] extinção” e, pelo contrário, de garantir a sua manutenção, afirmou Fernando Araújo.

A importância do ano comum na formação dos médicos foi sublinhada, durante a mesma sessão, designadamente pelo presidente da Secção Regional do Centro (SRC) da OM, Carlos Cortes, e pelo bastonário da Ordem, José Manuel Silva.

O bastonário da OM enalteceu o diálogo que o MS tem mantido com as ordens profissionais do setor, designadamente com a dos médicos, em relação às diferentes matérias, desde a formação à lei dos atos de saúde (sobre esta proposta de lei, a Ordem também já tem agendadas reuniões com os diferentes grupos parlamentares).

“A OM tem tido uma excelente relação com o Ministério” e com ele tem “debatido as questões sem tabus”, salientou José Manuel Silva.

Esta “relação de diálogo, que tem sido genuinamente cultivada”, representa uma mudança significativa em relação ao passado e “tem dado frutos”, defendeu.

José Manuel Silva lamentou, no entanto, que o Ministério da Ciência e do Ensino Superior não tenha idêntica abertura, designadamente para debater questões relacionadas com a formação de novos médicos em Portugal, que corre o risco de resultar numa formação de profissionais “para exportação, o que é um erro”, advertiu.

O 19.º Congresso Nacional de Medicina/10.º Congresso Nacional do Médico Interno, organizado pela SRC da OM prossegue até sábado, igualmente nas instalações da Faculdade de Medicina de Coimbra, terminando os trabalhos de sexta-feira com uma sessão, às 17:30, de atribuição das medalhas de mérito da Ordem.

Um dos homenageados com a distinção – normalmente destinada a médicos – é o antigo ministro dos Assuntos Sociais e impulsionador do Serviço Nacional da Saúde, o advogado António Arnaut, que também foi cofundador do Partido Socialista e é seu presidente honorário.

União Europeia
A Comissão Europeia (CE) vai apoiar financeiramente um projeto que o Instituto Superior Técnico (IST) está a desenvolver para...

Além do projeto do IST, a CE decidiu apoiar também um projeto do Instituto Politécnico de Coimbra e outro da Associação de Defesa do Património de Mértola.

Os três projetos portugueses inserem-se na área do ambiente e vão receber um total de 7,3 milhões de euros da CE.

Com um orçamento total de 1,369 milhões de euros e com um financiamento da União Europeia de 792 mil euros, o projeto do IST iniciou-se a 01 de outubro e terá a duração de 42 meses.

Contactada pela agência Lusa, a coordenadora do projeto do IST Susana Almeida explicou que o projeto Index-Air “pretende desenvolver ferramentas de apoio à decisão que identifique medidas para melhorar a qualidade do ar e diminuir a exposição da população a poluentes”.

Segundo Susana Almeida, o Index-Air vai debruçar-se também na qualidade do ar dos ambientes interiores, porque as pessoas passam “a maior parte do tempo em ambientes interiores”.

A responsável adiantou que o projeto vai debruçar-se sobre três módulos: uma base de dados, a exposição da população a poluentes e os impactos desses poluentes na saúde.

“Queremos identificar as melhores metodologias para melhorar a qualidade do ar”, afirmou.

Nesta fase inicial, o projeto vai incidir em 100 crianças dos cinco aos nove anos e será feita uma avaliação à qualidade do ar nas escolas que frequentam, nas suas casas e nos transportes que utilizam para se “saber qual a exposição dessas crianças a poluentes”.

O projeto vai ser desenvolvido em Lisboa, Porto, Atenas (Grécia), Veneza (Itália) e Kuopio (Finlândia) e, numa fase posterior, será alargado a outras cidades.

Estudo
Um estudo que juntou investigadores portugueses e estrangeiros concluiu que, "afinal", o melhoramento genético do...

Um grupo de investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, da Universidad Politécnica de Madrid (UPM), em Espanha, e do Institut National de la Recherche Agronomique (INRA), França, relevou hoje, em comunicado, que “há variedades de trigo modernas, fruto do melhoramento genético, com cerca de sete vezes menos toxicidade para os doentes celíacos que outras”.

Estas conclusões resultam da tese de doutoramento do investigador José Miguel Ribeiro, orientada pelos docentes e investigadores da UTAD Gilberto Igrejas e Fernando Nunes e ainda Marta Rodriguez-Quijano, da Universidad Politécnica de Madrid.

“Os resultados da investigação indicam que, para além do potencial genético que o trigo encerra, as práticas de melhoramento desta cultura - que procuram desenvolver variedades de trigo com melhores índices de qualidade - não contribuem para o aumento da toxicidade destas variedades”, explicou o investigador José Miguel Ribeiro.

Desta forma, acrescentou, “cai por terra” uma das hipóteses que se pensava ter contribuído para o aumento da prevalência da doença celíaca na população humana, na qual se supunha que o “melhoramento do trigo era a causa do aumento da prevalência da doença”.

As conclusões apontam para que “estas variedades podem não ter contribuído para a prevalência da doença celíaca, nos últimos 50 anos”, afirmou, por sua vez, o docente e investigador da UTAD Gilberto Igrejas.

Uma segunda fase deste projeto procurou desenvolver novas tecnologias de destoxificação (retirar as substâncias potencialmente tóxicas de dentro do organismo)do glúten com vista à obtenção de produtos baseados no trigo não envolvendo organismos geneticamente modificados (OGM), potencialmente hipoalergénicos para os doentes celíacos.

Segundo explicaram os responsáveis, "através da quitosana, um ingrediente natural com características biocompatíveis e biodegradáveis, foi desenvolvida uma tecnologia com capacidade para reduzir a carga tóxica do glúten para os celíacos, sem prejuízo para a funcionalidade tecnológica dos produtos, permitindo a continuidade de transformação em pão, bolos, massas, pizzas, entre outros produtos alimentares".

Esta tecnologia tem um pedido de patente submetido e poderá, de acordo com o comunicado da UTAD, abrir caminho para o desenvolvimento de produtos baseados no trigo potencialmente hipoalergénicos para doentes celíacos.

O trigo é um dos principais cereais usados na alimentação do homem e representa uma importante fonte de proteínas e energia na dieta humana.

O glúten está presente em variados produtos alimentares, sendo que há pelo menos dez mil anos que se consome trigo e o glúten que este contém.

No entanto, para pessoas com doença celíaca, a exposição ao glúten pode desencadear uma reação imunitária ao nível do intestino que causa prejuízo na absorção dos nutrientes. A doença atinge praticamente 1% das populações em todas as sociedades ocidentais.

“Este trabalho de investigação toma assim uma importância social acrescida já que aporta uma nova esperança aos doentes celíacos no sentido de ultrapassarem uma das suas maiores limitações - viver com alimentos sem glúten – e permitindo-lhes um aumento da qualidade de vida e integração social”, concluiu o investigador José Miguel Ribeiro.

Estudo
Cerca de metade dos cuidadores de doentes com esclerose tuberosa falta ao trabalho pelo menos uma vez num mês, com os...

Segundo dados de um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública hoje divulgado, 30 dos 66 cuidadores inquiridos revelaram ter faltado pelo menos uma vez ao trabalho no último mês, com 35% a sofrerem uma redução salarial.

A esclerose tuberosa é um distúrbio genético raro que se traduz no desenvolvimento de tumores benignos em órgãos vitais como o coração, olhos, cérebro, rins, pulmões e pele, ameaçando o funcionamento desses órgãos.

Em Portugal, segundo a Associação de Esclerose Tuberosa, estima-se que vivam cerca de 1.600 pessoas com a doença.

Do estudo realizado com uma amostra de 66 cuidadores e 13 doentes, concluiu-se que os próprios médicos continuam “a não estar devidamente informados em relação a esta doença”, o que pode contribuir para os problemas de falta de apoio e de integração social de que os doentes se queixam.

“A escassa articulação entre as várias especialidades médicas envolvidas no tratamento da esclerose tuberosa é outro dos problemas que temos vindo a expor”, escreve a presidente da Associação de Esclerose Tuberosa, Micaela Rozenberg, num comunicado em que anuncia os principais dados do estudo hoje divulgado.

Segundo os dados disponíveis, a doença afeta a pele em 95% dos casos, o cérebro em 94% das situações e 85% dos inquiridos refere ainda a ocorrência de episódios de epilepsia.

Diretor-geral da ADSE
Apenas os cônjuges e os filhos maiores dos funcionários públicos que adiram ao futuro Instituto ADSE é que pagarão uma...

Para os atuais cônjuges de funcionários públicos que puderam em tempos inscrever-se na ADSE – o que atualmente não é possível – e para os filhos menores destes trabalhadores mantém-se tudo igual, adiantou Carlos Batista, em declarações.

O diretor-geral do subsistema de saúde dos funcionários públicos falava a propósito da notícia do jornal Público, que hoje revela, em manchete, que os familiares dos beneficiários da ADSE passam a descontar para este subsistema.

Segundo Carlos Batista, o decreto-lei que vai criar o Instituto Público da ADSE alarga o universo dos beneficiários, medida que deverá “reforçar a sustentabilidade da ADSE nos anos mais próximos”.

O documento define quais as tipologias de receitas que o novo instituto terá.

No âmbito deste alargamento, poderão beneficiar da ADSE os cônjuges dos funcionários públicos, os filhos a partir dos 18 anos, ou dos 25 anos, se até lá ainda estiverem a estudar, os trabalhadores com Contrato Individual de Trabalho (CIT) e os trabalhadores de algumas empresas públicas.

Estes novos beneficiários terão de pagar a devida contribuição, cuja forma ainda não está definida.

Os filhos menores dos funcionários públicos manter-se-ão isentos de pagamento de qualquer contribuição, mesmo após a criação do Instituto ADSE.

Com este alargamento, a ADSE poderá vir a contar com mais 400 mil contribuintes/beneficiários, apenas por via dos conjugues que aderirem a este subsistema.

Por definir está o tipo de contribuições que poderá ser uma percentagem do vencimento, como os 3,5 por cento do ordenado que os funcionários públicos pagam atualmente ou um valor fixo em função da idade e do agregado. Para os pensionistas, mantém-se tudo igual.

A ADSE tem atualmente 1,2 milhões de beneficiários, com uma média de idades de 48 anos, mas mais de 40 mil beneficiários titulares estão isentos do pagamento de qualquer contribuição.

Nanopartículas na mira
As nanopartículas atravessam as membranas celulares, o que pode levantar problemas de segurança já que são usadas numa...

Segundo informação da Universidade Rovira e Virgili (URV), citada pela agência de notícias espanhola EFE, o trabalho de investigação foi realizado em conjunto com a Universidade de Saarland, na Alemanha, tendo constatado que uma nanopartícula pode atravessar uma membrana em milissegundos.

Os cientistas observaram também, e quantificaram, o exato momento em que uma nanopartícula de ouro supera as células de barreira protetoras, como a bicamada lipídica, e consegue atravessar a membrana. Sugerem, por isso, que se revejam as normas de segurança dos nanomateriais e que se abra o debate sobre a nanotoxicidade, escreve o Sapo.

Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), os nanomateriais fazem parte de mais de 1.300 produtos comerciais, desde cosméticos, alimentos, roupa, pneumáticos ou betão.

Poucos conhecimentos sobre riscos para a saúde
A forma como as nanopartículas interagem com os tecidos e com as barreiras humanas, incluindo as membranas celulares, não é ainda suficientemente conhecida.

Por exemplo, as nanopartículas dos cremes não atravessam a pele, mas podem entrar no corpo através dos pulmões ou das capas mucosas.

Por outro lado, estas partículas minúsculas movem-se muito rápido e como os processos associados duram apenas umas frações de segundo, as medidas protetoras também devem ser rápidas.

Tendo isto como ponto de partida, a equipa de investigação de física teórica da URV desenhou um projeto para investigar precisamente a interação entre as nanopartículas e as membranas lipídicas.

Estudo conclui
Um estudo científico participado pela Universidade de Aveiro comprova que a memória funciona melhor em cenários de...

As conclusões resultam de um trabalho que tem vindo a ser feito desde 2007 por James Nairne, coordenador e responsável pelo Adaptive Memory Lab da Universidade de Purdue (USA) e Josefa Pandeirada, investigadora do Departamento de Educação e Psicologia da UA, para explicar as funções que a memória tem desempenhado no caminho evolutivo dos seres humanos.

Testes efetuados em laboratório confirmaram que a memória “funciona bem” em cenários de sobrevivência, como ter de encontrar comida, abrigo e proteção de predadores.

Vários grupos de voluntários, cuja memória foi testada em várias experiências ao longo dos últimos anos, confirmam a tese, escreve o Diário Digital.

Convidados a imaginarem-se em cenários onde a sobrevivência se joga a todo o instante, foi pedido aos participantes que avaliassem a relevância que vários objetos teriam para assegurar as suas sobrevivências. No final, os participantes eram surpreendidos com um teste de memória no qual tinham que recordar o máximo de objetos que conseguissem.

Comparativamente com outros cenários de controlo utilizados, “as pessoas recordam mais objetos quando pensam neles no contexto de sobrevivência”.

Serviram de comparação cenários em que os participantes se imaginam a planear o seu próprio suicídio, a planear um assalto a um banco, ou até a ganhar a lotaria.

“Quando as pessoas pensam na relevância que objetos poderão ter num contexto de sobrevivência, a recordação dos mesmos é melhor, comparativamente com quando os mesmos objetos são considerados num conjunto de tarefas que não incluem esta dimensão adaptativa”, descreve Josefa Pandeirada.

Segundo a investigadora, essa particularidade “terá aumentado as hipóteses de sobrevivência e de transmissão dos genes às gerações futuras, promovendo assim a perpetuação da espécie”.

“O estudo da memória humana tem sido pautado por uma análise muito estruturalista, focada na identificação dos diferentes componentes da memória e na exploração do modo como estes operam. Embora esta seja uma forma de investigação importante, porque efetivamente dá a conhecer muito sobre o funcionamento da memória, descura questões mais fundamentais, relacionadas com as funções que a memória desempenha”, conclui Josefa Pandeirada.

“A premissa da nossa investigação é de que a memória terá evoluído para nos ajudar a responder a problemas adaptativos, encontrados ao longo da nossa evolução”, esclarece.

Segundo revelou, a equipa de investigação está neste momento a estudar dois outros problemas adaptativos, nos quais pensam que a memória pode desempenhar um papel importante: a contaminação e a reprodução.

Injeções hormonais
O teste clínico que estava a tentar provar a eficácia das injeções hormonais masculinas como método contracetivo foi...

O teste clínico da Universidade de Edimburgo, que estava a tentar provar a eficácia das injeções hormonais masculinas como método contracetivo, foi interrompido após alguns dos participantes terem reclamado dos efeitos secundários.

De acordo com a BBC, há cerca de 20 anos que se investiga o potencial dos contracetivos hormonais masculinos. Como os homens estão constantemente a produzir esperma, são necessários níveis elevados de hormonas para diminuir a fertilidade. O estudo, publicado na semana passada no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, consistia na administração de duas injeções hormonais, uma de progesterona e outra forma de testosterona, escreve o Observador.

Para verificar o impacto das injeções, administradas a cada oito semanas, eram realizadas contagens regulares dos espermatozoides dos 320 participantes – homens entre os 18 e os 45 anos, em relações monogâmicas.

Os elevados níveis hormonais originaram efeitos secundários, tal como acontece com os contracetivos femininos do género. 20 dos homens desistiram, a maioria por razões relacionadas com as mudanças de humor. Seis dos participantes apontaram outros sintomas, como acne, dores musculares, pânico na primeira injeção, palpitações, hipertensão ou disfunção erétil. De acordo com os investigadores, 6% é um número elevado de voluntários com efeitos secundários.

Mario Philip Reyes Festin, coautor do estudo, declarou que “é possível haver um contracetivo hormonal para homens que reduza o risco de gravidezes indesejadas” e que são, por isso, necessárias novas investigações, quer para combinar níveis diferentes das hormonas como para as introduzir no corpo de maneiras distintas.

Alann Pacey, professor de Andrologia na Universidade de Sheffield, afirmou, segundo a BBC, que 75% dos homens que participaram estariam dispostos a utilizar novamente o método contracetivo, que apresentou uma eficácia de 96%.

Orelhas descoladas
Vulgarmente conhecidas por “orelhas de abano”, as orelhas descoladas afetam 5% da população em Portu

De acordo com um estudo levado a cabo por uma companhia farmacêutica, líder em Open Science, a imagem do rosto, incluindo as orelhas, influi na autoestima pessoal. Tanto que, 77 por cento dos participantes desta pesquisa afirma que se sentiria melhor se não tivesse “orelhas de abano” e,  mais de metade dos inquiridos admite ter sido alvo de troça, pelo menos uma vez na vida, devido ao tamanho das suas orelhas.

O isolamento social ou o desenvolvimento de quadros depressivos são algumas das consequências apontadas pelos participantes.

Miguel Andrade, especialista em cirurgia plástica, estética e reparadora afirma que,  para muitas pessoas, este trata-se de um complexo que afeta a autoestima, levando-as a procurar uma solução estética.

“Ao ser uma deformidade muito vísivel é frequente, sobretudo entre as crianças, que sejam emitidos juízos de valores e comentários desagradáveis que podem influenciar negativamente, do ponto de vista psicológico, o portador dessa deformidade”, explica. “No entanto, nem todos se atrevem a fazer uma otoplastia, por causa dos riscos, das complicações que pode acarretar e do tempo de recuperação”, refere o especialista.

Até há bem pouco tempo a opção de tratamento era a realização de uma otoplastia, uma intervenção cirúrgica realizada sob anestesia geral, à qual estavam associados alguns riscos e complicações e “um pós-operatório que implicava a utilização de um penso tipo capacete que impedia a vida profissional e social”.

Como alternativa à cirurgia clássica foi desenvolvido um dispositivo médico – implante - que permite corrigir as “orelhas de abano” de forma rápida e simples, embora permanente, sem os riscos associados a uma intervenção cirúrgica.

“Atualmente, temos ao nosso dispor o Earfold que é um método minimamente invasivo, realizado sob anestesia local, sem internamento”, revela Miguel Andrade.

“Sendo uma intervenção mínima com tratamento ambulatório, que apenas requer 2-3 pontos, e com 20 minutos de duração, muitos pacientes com orelhas descoladas, que sofrem de complexos desde há anos devido ao seu aspeto físico, interessar-se-ão por este implante”, explica o cirurgião.

Na realidade, o EarFold funciona através da inserção de um pequeno implante em nilitol – uma liga metálica usada em vários dispositivos médicos –, revestido a ouro de 24 quilates para reduzir a sua visibilidade por baixo da pele, na orelha.

Este implante apresenta uma forma pré-definida, no entanto, quando iserido ele aperta a cartilagem moldando a orelha à sua nova forma.

A grande preocupação dos pacientes é,  de acordo com este especialista, o resultado final. Algo que, na otoplastia clássica não se podia prever. “No entanto, este dispositivo inclui uns simuladores prévios que se colocam no exterior das orelhas e permite ‘escolher’ o grau de correção, bem como predizer a imagem estética final”, acrescenta deixando entender que este é um tratamento personalizado.

Para a colocação do implante é feita uma pequena incisão na pele, separando da cartilagem.

A incisão é depois fechada com suturas absorvíveis e são colocados pequenos adesivos permitindo o paciente de retomar a sua vida normal.

Apresentando uma taxa de sucesso de 100 por cento, “desde que os casos selecionados tenham a indicação correta”, esta nova técnica surge como uma excelente opção para quem quer corrigir orelhas proeminentes.

No entanto, nem todos os casos de orelhas descoladas estão indicados para esta intervenção. “Este implante está indicado apenas nas deformidades com atendimento do anti-hélice”, explica Miguel Andrade, podendo implantar-se em adultos e crianças a partir dos sete anos de idade.

Diogo Santos, de 15 anos, recorreu a este método no passado mês de Outubro. “O Diogo já tinha feito uma otoplastia, em Março deste ano, que não resultou”, começa por explicar a mãe, Dina Santos.  “Na consulta de rotina o médico do Diogo falou-me no Dr. Miguel Andrade e pediu para o ver”, acrescenta referindo que, na altura, o especialista lhe explicou que há casos que não resultam com a cirurgia clássica, sendo necessário recorrer a uma segunda intervenção.

“Entre fazer outra intervenção – outra otoplastia - e experimentar o novo método, tomámos a decisão de experimentar esta nova técnica e ficámos muito satisfeitos”, admite.

Apesar de não ter passado por situações desagradáveis na sua infância, como muitos referem, graças ao tamanho das duas orelhas, Diogo não gostava do seu formato. “Ele não gostava de se ver e nós, pais, acabámos por incentivar à realização da intervenção”, revela a mãe.

Na opinião de Dina Santos, este novo método só tem vantagens. “Não é necessária preparação, é como ir ao dentista. Foi super fácil e super rápido. Não demorou sequer uma hora”, recorda.

Também a recuperação foi fácil. “Ao fim de quatro/cinco dias o inchaço desapareceu”, afirma. “No entanto, a primeira noite foi complicada porque o Diogo não podia dormir deitado sobre as orelhas. Mas tirando isso, foi melhor do que estávamos à espera”, admite.

“Estamos muito satisfeitos com o resultado e por isso achamos que esta é uma excelente alternativa à cirúrgia”, conclui.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
14 de Novembro - Dia Mundial da Diabetes
No próximo dia 14 de novembro, celebra-se o Dia Mundial da Diabetes e a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia volta a alertar...

Segundo dados do Observatório Nacional da Diabetes, existem cerca 1 milhão de diabéticos em Portugal, entre os 20 e os 79 anos de idade, 44% dos quais não diagnosticados (doentes que não têm a noção que sofrem desta doença). A retinopatia diabética é sem dúvida uma das complicações mais temidas pelos doentes, pois pode levar à perda de um dos sentidos mais nobres do ser humano: a visão.

A diabetes já é considerada a primeira pandemia do século XXI e um dos mais sérios problemas de saúde pública dos tempos modernos. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, estima-se que em 2013 existissem 382 milhões de diabéticos, o que corresponde a cerca de 8.3% da população mundial. Prevê-se um rápido crescimento nos próximos anos e, se nenhuma ação for desenvolvida contrariar esta tendência, dentro de 25 anos o número de diabéticos no mundo rondará 600 milhões, cerca de 10% da população mundial. Infelizmente, Portugal com 13%, tem uma das taxas mais elevada de prevalência da diabetes na Europa.

A nível ocular, a complicação mais frequente da diabetes é a retinopatia diabética, que continua a ser a principal causa de cegueira na população ativa do mundo ocidental. De acordo com a OMS, é responsável por 5% das causas de cegueira no planeta, pelo que é fundamental o seu conhecimento e prevenção.

Segundo o Prof. João Figueira, Coordenador do Grupo Português de retina e Vítreo da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, “para evitar o aparecimento, bem como a progressão da retinopatia diabética, é fundamental promover hábitos de vida saudável, com exercício físico regular, abolição de hábitos tabágicos, sendo fundamental um bom controlo da diabetes, da tensão arterial, da ficha lipídica”. João Figueira afirma ainda que, “apesar de poder levar à cegueira, esta doença é muitas vezes assintomática, pelo que o doente não se apercebe da gravidade das suas lesões oculares. Por esse motivo, é capital uma consulta regular com o oftalmologista que deve ser feita pelo menos uma vez por ano”.

Cada vez mais utilizados em Portugal, os rastreios oftalmológicos são uma metodologia perfeitamente validada para o controlo da retinopatia diabética. No entanto, a SPO chama a atenção para o facto de que, os rastreios oculares organizados pelo sistema nacional de saúde, não devem ser confundidos com outros “rastreios” visuais, quase todos com fins comerciais. Estes servem normalmente para o diagnóstico de erros refrativos e prescrição de óculos, não estando vocacionados para o diagnóstico da maioria das patologias oculares e muito menos da retinopatia diabética.

A SPO salienta assim que o controlo regular dos olhos dos diabéticos é crucial para um diagnóstico precoce das alterações oculares associadas à diabetes, o que permite um encaminhamento atempado dos doentes que necessitam de tratamentos diferenciados e se traduz em melhores resultados visuais para o diabético.

Liga Portuguesa Contra o Cancro
A Liga Portuguesa Contra o Cancro estima que haja 350 mil sobreviventes de cancro em Portugal, perspetivando-se uma...

"Há cerca de 350 mil sobreviventes de cancro em Portugal" no decorrer dos últimos 20 anos, disse o presidente do Núcleo do Centro da Liga, Carlos de Oliveira, que é também o responsável pela organização do 2.º Congresso Nacional de Sobreviventes de Cancro, que se realiza em Coimbra, nos dias 11 e 12.

Atualmente, há 50 mil novos casos por ano em Portugal, sendo que a taxa de mortalidade, cinco anos após o diagnóstico, ronda "os 50%", informou.

No entanto, a taxa de sobrevivência deverá continuar a aumentar, bem como a incidência da doença na população portuguesa, resultante de vários fatores, nomeadamente "o envelhecimento da população" (a maioria dos cancros aparece em pessoas idosas) e "as alterações do estilo de vida", explanou Carlos de Oliveira.

Com a necessidade de debater e partilhar várias questões relacionadas com os sobreviventes de cancro, a Liga vai organizar o seu segundo congresso dedicado ao tema.

No evento, serão debatidos problemas que os sobreviventes enfrentam no acesso ao mercado de trabalho, nas baixas médicas e pedidos de aposentação, em obter ou renegociar empréstimos bancários e em fazer seguros, enumerou o responsável.

Os problemas com empréstimos bancários ou seguros podem surgir não apenas em doentes ou em sobreviventes, mas também em pessoas portadoras de mutações genéticas que aumentam o risco de cancro.

A coordenadora da Consulta de Risco Familiar de Cancro da Mama e Ovário do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, Fátima Vaz, sublinha que as companhias de seguro e bancos não podem ter acesso "à informação genética dos seus clientes, nem podem pedir a análise genética".

Com a exposição pública dos casos de cancros hereditários, os bancos e seguradoras passaram a saber destas situações, sendo que a especialista aconselha os portadores das mutações a omitirem a informação.

"Podem e devem omitir, mesmo que na declaração [num contrato com um banco ou seguradora] diga que, pela sua honra, não está a omitir informação", sublinhou a especialista da área.

Também no Congresso, vai discursar Lèlita Santos, diretora da Unidade de Nutrição e Dietética do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que pretende alertar para as "ideias pré-concebidas na alimentação, em particular relativamente ao cancro".

Segundo a especialista, as "pessoas vão muito à internet, sem saber procurar os locais com informações mais fidedignas".

De acordo com Lèlita Santos, a alimentação variada é fundamental, não se devendo abraçar uma dieta "fundamentalista".

"É a mistura de alimentos que faz uma alimentação saudável. O conceito errado é o fundamentalismo de se abolirem coisas da dieta ou só se comerem determinados alimentos", realçou, atendendo que há determinados tratamentos que podem levar a alguns ajustes à dieta.

Para a responsável da unidade do CHUC, os doentes e sobreviventes de cancro devem manter uma alimentação "muito perto da que se chama classicamente como a alimentação mediterrânea", evitando gorduras saturadas, enchidos e carnes vermelhas, excesso de açúcares e sal, bem como bebidas alcoólicas em excesso ou alimentos muito tostados.

O Congresso Nacional de Sobreviventes de Cancro realiza-se no Hotel Vila Galé, sendo que os interessados em participar podem inscrever-se gratuitamente, até sexta-feira no ‘site' da Liga.

Decreto-lei vai ser debatido
Os familiares dos funcionários públicos vão pagar para beneficiar do subsistema de saúde da função pública, noticia hoje o...

No diploma, "o Governo alarga o leque de receitas que alimentam o subsistema de saúde da função pública, passando a contar com as contribuições dos familiares dos trabalhadores do Estado e com as prestações de serviços realizadas pela ADSE para outras entidades públicas", afirma o diário.

Os familiares incluem cônjuges, filhos ou pais a cargo do beneficiário, que atualmente tinham acesso à ADSE sem fazer qualquer desconto.

O decreto-lei, que vai ser debatido publicamente nos próximos dias, não estabelece o valor e o universo abrangido pela contribuição, que serão definidos em diploma próprio, acrescenta.

No entanto, o Público sublinha que "não consta da lista de receitas a contribuição das entidades empregadoras, pelo que a ADSE continuará a ser alimentada exclusivamente pelo desconto de 3,5% exigido" aos funcionários e aposentados do Estado.

Em setembro, o ministro da Saúde, Adalberto Campos, anunciou que a ADSE ia passar a ser um instituto público de gestão participada, com participação dos beneficiários, com dupla tutela, dos ministérios da Saúde e das Finanças.

Na comissão parlamentar de Saúde, o ministro acrescentou que o Governo pretende que possa produzir efeitos a partir de janeiro de 2017.

A ADSE será um instituto público de gestão participada, o que permite preparar uma evolução, para uma eventual solução de maior autonomia, para uma associação mutualista de interesse público, acrescentou.

A ADSE passará a ter dupla tutela - da Saúde e das Finanças - e terá a representação de membros dos seus beneficiários. "Ao Estado cumpre garantir uma tutela administrativa", afirmou.

Campos Fernandes sublinhou que a ADSE deve ser autónoma, independente e autossustentada e que não deve haver contribuição do Estado para uma dupla cobertura (a acrescer à que é dada pelo pagamento dos beneficiários).

Especialista alerta
Metade dos doentes hospitalizados com mais de 65 anos sofre em algum momento de ‘delirium’, mas o problema raramente é...

Psiquiatra, Joaquim Cerejeira está na organização em Portugal de um congresso científico sobre ‘delirium’ que durante dois dias (quinta e sexta-feira, em Vilamoura) junta médicos, enfermeiros, psicólogos e investigadores de mais de 20 países europeus, américa do norte e Austrália.

Em declarações, o responsável explicou que é muito frequente que um idoso que seja internado com um problema como uma pneumonia ou uma infeção urinária (exemplos) desenvolva também sintomas psiquiátricos, como confusão e agitação.

“Aparentemente não haveria razões para uma infeção urinária causar alterações psiquiátricas. É isso que tentamos avaliar porque não há uma resposta ainda, de qual a influência que uma disfunção no corpo tem no cérebro”, disse.

O problema, adiantou, “passa despercebido ou não é diagnosticado”, até porque os médicos que seguem o doente são de especialidades diferentes, da doença primária que está a ser tratada.

“No entanto se ocorre um episódio de ‘delirium’, a doença que levou à hospitalização do doente pode complicar-se, pode aumentar o tempo de internamento, afetar irremediavelmente o doente, pelo que é preciso treino dos profissionais de saúde. No Reino Unido, por exemplo, já se avalia o estado mental do doente todos os dias”, defendeu o especialista.

Joaquim Cerejeira salientou que o problema não afeta apenas pessoas idosas, mas que “pode acontecer a qualquer pessoa em que a disfunção do corpo seja suficientemente grave para afetar o cérebro”.

E depois, acrescentou, os casos de ‘delirium’ são frequentes em lares de idosos mas raramente diagnosticados, desvalorizando-se a “confusão” das pessoas, que de repente não sabem que dia da semana é por exemplo, atribuindo isso “à idade”.

O trabalho que há a fazer, diz, é sensibilizar os profissionais que cuidam dos doentes, para que se descubra a causa do ‘delirium’, seja uma infeção ou um medicamento.

“A cura é identificar a doença que está por trás. No fundo o ‘delirium’ é o equivalente à febre”, no sentido de ser um aviso “de que algo não está bem”. “O problema é que a febre mede-se facilmente, o ‘delirium’ não”.

A questão, a forma de melhorar o reconhecimento precoce do ‘delirium’, as novas terapêuticas, serão debatidas nos dois dias de trabalhos, promovidos pela Associação Europeia de Delirium, organizada pela Cérebro e Mente - Associação para o Desenvolvimento em Investigação em Saúde Mental.

O psiquiatra diz que o envelhecimento da população leva a um acréscimo das taxas de ‘delirium’, especialmente associado à demência, que “atinge atualmente 7,3 milhões de pessoas na Europa, e cuja prevalência duplicará em 2040”.

O ‘delirium’ surge de modo súbito caracteriza-se por perturbação da atenção e da consciência. O doente pode ficar confuso e desorientado (temporal e espacialmente), não se conseguir concentrar, perder a memória ou não reconhecer pessoas, ficar agitado ou letárgico e ter distúrbios de comportamento e humor.

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