Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde criou um endereço de correio eletrónico através do qual prestará informações sobre o sarampo aos...

De acordo com um comunicado da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre medidas de prevenção em ambiente escolar, os representantes da comunidade escolar poderão colocar as suas dúvidas através do endereço [email protected].

“A rede de equipas de saúde escolar e todas as unidades dependentes do Ministério da Saúde estão disponíveis para apoiar a comunidade escolar”, lê-se no comunicado, assinado pelo diretor-geral da Saúde, Francisco George.

A DGS recorda ainda que a Linha Saúde 24 (808242424) “assegura, como habitualmente, respostas concretas às questões colocadas pelo telefone”.

Os diretores das escolas públicas já tinham manifestado vontade de a DGS emitir para os estabelecimentos de ensino uma circular para tranquilizar os ânimos relativamente às vacinas dos alunos, sobretudo por causa do sarampo.

“A DGS devia emitir um comunicado para pais e escolas a abordar o assunto de forma clara, embora nós [escolas] saibamos o que fazer. Mas os pais também devem estar mais esclarecidos em relação à matrícula dos seus filhos”, disse à agência Lusa Filinto Lima, da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e escolas Públicas.

Filinto Lima, que falava  dois dias depois de ter começado o período normal de matrículas para o pré-escolar e 1.º ciclo, disse ainda que na altura das matrículas as escolas verificam o boletim de vacinas e alertam os pais, mas nunca podem recusar a inscrição a um aluno.

No comunicado, a DGS reafirma que “não há razões para temer uma epidemia de grande magnitude, uma vez que a larga maioria das pessoas está protegida”.

A partir de amanhã
O medicamento para a paramiloidose, cuja prescrição era até agora feita no Hospital de Santo António, vai começar a ser...

“A partir de 20 de abril, o medicamento será dispensado a doentes nos hospitais de Seia, Covilhã e Figueira da Foz, alastrando-se a experiência nos próximos dias a outros hospitais da região centro”, refere a administração do Centro Hospitalar do Porto (CHP).

Em comunicado, salienta que a Unidade Corino de Andrade do Centro Hospitalar do Porto é Centro de Referência Nacional de Paramiloidose Familiar [doença dos pezinhos], estando-lhe confiada a prescrição do medicamento Tafamidis a cerca de 80% dos doentes portugueses, das áreas de maior prevalência (Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Braga, Barcelos, Matosinhos), mas também da Serra da Estrela e da Beira Litoral.

“A deslocação dos doentes ao Porto para a dispensa do Tafamidis acarretava despesas e transtornos a muitos doentes. A dispensa do medicamento é um ato diferenciado, periódico, exigindo a intervenção de um farmacêutico hospitalar, não podendo simplesmente ser remetido para o domicílio”, acrescenta a administração do CHP.

Os serviços farmacêuticos do CHP articularam-se com os seus homólogos de outros hospitais, passando o fármaco a ser dispensado a nível local, a partir de quinta-feira.

Os deputados do PS eleitos por Castelo Branco reivindicaram na passada quinta-feira que o Ministério da Saúde disponibilizasse na região Centro um medicamento para os doentes de paramiloidose, cuja disponibilização era até agora feita apenas no Hospital de Santo António, no Porto.

"Acontece que, embora a paramiloidose tenha sido descrita pela primeira vez na população portuguesa e na zona da Póvoa do Varzim, encontram-se hoje identificados casos por toda a zona norte e centro litoral do país", referiram, em nota de imprensa enviada à agência Lusa, os deputados Hortense Martins e Eurico Brilhante Dias.

Estes dois socialistas, juntamente com a coordenadora socialista em matérias de saúde, Luísa Salgueiro, pediram junto da tutela a disponibilização no centro do país de um medicamento para doentes que sofrem de Polineuropatia Amiloidótica Familiar (PAF) ou paramiloidose, normalmente designada por "doença dos pezinhos".

O fármaco oral de opção terapêutica, único no mercado, aprovado em 2011, permite atrasar a progressão da doença, aumentar a esperança e a qualidade de vida dos doentes.

A paramiloidose é de foro neurológico, rara e sem cura. Manifesta-se entre os 25 e 35 anos e é transmitida geneticamente, tendo como principais sintomas grande perda de peso, sensibilidade e estímulos.

O primeiro caso da doença foi identificado pelo médico Corino de Andrade, em 1936, na comunidade piscatória da Póvoa de Varzim.

É neste município, a par com Vila do Conde, que se regista o maior número de famílias que desenvolvem esta patologia trazida para Portugal, séculos antes, após a colonização viking.

A doença terá sido espalhada para outras cidades, dentro e fora de Portugal, devido a relações comerciais marítimas e, também, aos descobrimentos portugueses.

DGS quer aumentar vacinação
Cerca de 50 pessoas por dia têm sido vacinadas contra a hepatite A, um número que as autoridades desejavam que fosse maior para...

Isabel Aldir, diretora do programa para as hepatites virais, disse hoje na comissão parlamentar de saúde que o número de pessoas que deveriam ser vacinadas e o das que têm procurado a vacinação está abaixo do desejável.

Segundo a responsável, falta de perceção de risco e receio de estigma podem ser razões que levam as pessoas a não se vacinarem.

A Direção-Geral da Saúde está a equacionar ter um posto móvel pelo menos na região de Lisboa e Vale do Tejo, região com a maioria de casos da doença, para chegar mais facilmente às pessoas que devem ser vacinadas.

Portugal tem atualmente 199 casos notificados da doença desde início do ano.

Os contactos próximos das pessoas que contraíram a doença (contactos íntimos e co-habitantes) devem tomar a vacina mas até agora só uma pessoa deste grupo apareceu para ser vacinada.

Atualmente há casos de hepatite A em todas as regiões de Portugal Continental e também nos Açores, mas a grande maioria (156) são em Lisboa e Vale do Tejo.

Homens jovens continuam a ser a população com mais casos, de um surto que inicialmente se verificou na população de homens que têm sexo com homens de forma desprotegida.

Do total de casos, 105 tiveram origem em contacto sexual e há pelo menos 50 casos nos quais não foi possível determinar a origem.

Em cerca de metade dos casos ocorreu hospitalização dos doentes, mas os internamentos têm vindo a diminuir.

A responsável do programa das hepatites virais frisou ainda que a Direção-geral da Saúde não começou a reagir tarde ao surto de hepatite A, respondendo a críticas que têm sido feitas por alguns dos casos terem surgido em dezembro passado e a primeira norma sobre o surto ter sido emitida em março deste ano.

Isabel Aldir explicou que só no dia 6 de fevereiro foi possível identificar cinco casos que pertenciam à mesma estirpe, indicando que a partir daí a DGS começou a partilhar informação com as administrações regionais de saúde e com todos os delgados de saúde do país.

Duas semanas depois, ainda em fevereiro, dos cinco casos tinha-se passado para nove casos da mesma estirpe, uma situação que é fundamental conhecer-se para se perceber se há ou não um surto.

Logo nessa altura a responsável garante que começaram a ser feitos contactos para se averiguar do stock de vacinas e iniciou-se o processo para delinear uma orientação clínica.

O número de casos começou rapidamente a subir e a 22 de março havia 86 casos notificados, 38 pertencentes à mesma estirpe.

A hepatite A é geralmente benigna e a letalidade é inferior 0,6% dos casos.

A gravidade da doença aumenta com a idade, a infeção não provoca cronicidade e dá imunidade para o resto da vida.

Calcula-se que em Portugal mais de 95% da população com mais de 55 anos esteja imune, dado que a doença chegou a ser frequente e começou a decair com a melhoria das condições sanitárias e socio-económicas.

Sarampo
O Presidente da República apelou hoje aos pais para pensarem na saúde dos filhos e dos outros concidadãos para que o Estado não...

No discurso durante a cerimónia comemorativa dos 111 anos do Edifício Sede da NOVA Medical School, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se à jovem de 17 anos com sarampo, que faleceu hoje de madrugada no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, e pela qual foi feito um minuto de silêncio no início da sessão.

"A minha terceira palavra [pedagogia] dirige-se sobretudo aos pais e aos encarregados de educação portugueses, que serão os primeiros a compreenderem os seus deveres para com os seus filhos, pensando na saúde deles e pensando na saúde dos filhos dos outros portugueses, dos demais concidadãos, num espírito de solidariedade social", apelou.

Na opinião do Presidente da República, "é a capacidade para compreender isso que permite ao Estado, à administração pública não ter de recorrer a meios obrigatórios de intervenção, acreditando na compreensão de todos para aquilo que são problemas não apenas de saúde individual, mas de saúde pública em Portugal".

"Penso que é devida nesta casa, que é uma casa de ciência, de investigação, de profundidade e de serenidade, uma palavra de confiança e de serenidade dirigida à comunidade portuguesa. Enfrentar as questões da saúde exige da parte de todos serenidade e confiança", enfatizou ainda.

Marcelo Rebelo de Sousa começou por se associar "ao pesar pelo falecimento de uma jovem numa idade que é de alguma maneira tão promissora".

"Pesar esse que penso que é partilhado por toda a comunidade portuguesa", considerou.

A jovem de 17 anos que morreu com sarampo não estava vacinada, revelou hoje o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

"A jovem não estava protegida do ponto de vista imunitário", disse o ministro, em resposta a uma pergunta sobre se a rapariga estava vacinada.

De acordo com uma nota do Centro Hospitalar de Lisboa Central, a que pertence o Hospital Dona Estefânia, a jovem morreu "na sequência de uma situação clínica infecciosa com pneumonia bilateral - sarampo".

Na conferência de imprensa na Direção-Geral da Saúde, o ministro manifestou solidariedade para com os pais da jovem que morreu e sublinhou a importância da proteção, frisando que a vacinação "é segura e eficaz".

Sarampo
O ministro da Saúde recusou-se hoje a fazer juízos de valor sobre o comportamento dos pais que optam por não vacinar os filhos,...

Adalberto Campos Fernandes falava aos jornalistas numa conferência de imprensa sobre o surto de sarampo que atinge Portugal, onde já foram confirmados 21 casos da doença, um dos quais acabou por resultar numa morte.

A jovem, de 17 anos, morreu “na sequência de uma situação clínica infeciosa com pneumonia bilateral – sarampo”, segundo uma nota do Hospital Dona Estefânia, onde estava internada desde o fim de semana.

Na conferência de imprensa, o ministro confirmou que a jovem não estava vacinada contra o sarampo, mas, questionado sobre se estes pais podem eventualmente ser acusados de negligência, foi perentório: “A última coisa que faremos é, perante uma família que está em sofrimento, especular sobre qualquer tipo de juízo de valor comportamental de pai ou de mãe”.

“Não se trata de fazer nenhum sacrifício público de ninguém e muito menos numa hora dolorosa para uma família que merece o respeito de todos”, garantiu, acrescentando: "Não julgamos pais, não fazemos juízos de valor. Por vezes, por falta de informação, são levados a tomar as medidas erradas. O valor da vacina é superior à vantagem individual", acrescentou.

Neste encontro com a imprensa, Adalberto Campos Fernandes já tinha afirmado que se assiste atualmente “a um combate muito desleal entre a ciência e a opinião”.

“A melhor resposta é a prevenção. É tempo de parar com a opinião e a especulação sobre a evidência científica", afirmou.

Adalberto Campos Fernandes apelou ainda à população para confiar no sistema de saúde e na capacidade de uma comunidade "solidária e responsável".

Bastonário dos Médicos
O bastonário da Ordem dos Médicos afastou hoje o risco de epidemia de sarampo em Portugal dado o elevado nível de proteção...

“A situação é preocupante mas não alarmante. Não há motivo para alarme grande mas há motivo para preocupação e se fazer alguma coisa”, disse Miguel Guimarães.

Uma jovem de 17 anos, que não estava vacinada, morreu hoje com sarampo no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), desde janeiro de 2017 e até hoje foram confirmados 21 casos de sarampo em Portugal, havendo outros 18 casos em investigação. Houve ainda oito casos suspeitos, mas as análises feitas pelo Instituto Ricardo Jorge deram negativo para sarampo.

Em declarações, Miguel Guimarães disse que é necessário lançar uma campanha massiva junto da população portuguesa para a importância de ser cumprido o plano nacional de vacinação.

“O risco de epidemia alargado não existe dado o elevado nível de proteção em Portugal mas é fundamental fazer uma campanha massiva junto da população. Quando se faz uma campanha as coisas resolvem-se”, disse.

Segundo o bastonário da Ordem dos Médicos, a questão preocupante é que existem pais que não estão a vacinar as crianças criando um problema de saúde pública, uma vez que uma pessoa com sarampo pode contaminar dezenas ou centenas.

“O sarampo é uma doença altamente contagiosa que se contagia através do ar ou do contacto. Por exemplo, numa sala fechada com dez pessoas se uma delas tiver sarampo e as restantes não estiverem imunizadas oito vão contrair a doença”, explicou.

O bastonário da Ordem dos Médicos disse ainda que o sarampo é uma doença altamente contagiosa e uma das doenças infeciosas que mais mata por atingir muita gente.

O sarampo é uma doença geralmente benigna mas que pode desencadear complicações e até ser fatal.

Pelo menos 14 países europeus têm registado surtos de sarampo desde o início deste ano, com a Roménia a liderar o número de casos, com mais de quatro mil doentes em seis meses.

De acordo com o diretor-geral da Saúde, Francisco George, a Itália acaba de notificar 1.500 casos, 10% em enfermeiros e médicos, mas em 90% as pessoas a quem foi diagnosticada esta condição não estavam vacinadas.

Segundo o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa), o número de países europeus com casos de sarampo foi crescendo no início deste ano e quase todos eles terão ligação ao surto que começou na Roménia em fevereiro de 2016.

Além de Portugal, registaram surtos de sarampo a Áustria, Bélgica, Bulgária, Espanha, Dinamarca, França, Alemanha, Hungria, Islândia, Itália, Suíça e Suécia.

Inovar Autismo
A inclusão das crianças, jovens e adultos com autismo na comunidade é o principal objetivo da Inovar Autismo - Associação de...

Formalmente constituída a 27 de dezembro do ano passado, a nova associação pretende afirmar-se como um apoio de excelência no âmbito da habilitação e capacitação das pessoas com deficiência, ao longo do seu ciclo vida, de acordo com as suas necessidades e com as necessidades das famílias.

Segundo Ana Nogueira, presidente da Inovar Autismo, "a associação surgiu da iniciativa de um conjunto de pais que tinham como principal objetivo a inclusão dos filhos e que as associações no âmbito da deficiência não criassem respostas exclusivas para os seus filhos, mas que se preocupassem com a sua inclusão na comunidade".

"Ao contrário de outras instituições que dão respostas sociais típicas para pessoas com deficiência, a nova associação, que abrange, desde já, os distritos de Setúbal, Évora, Beja e Portalegre, propõe-se encontrar respostas na comunidade onde as pessoas com autismo se inserem", disse Ana Nogueira.

"Vamos falar com coletividades, grupos desportivos e outras entidades que possam ajudar neste processo de inclusão. Claro que será necessário um apoio técnico para essas crianças, jovens e adultos, bem como para as pessoas que os vão acompanhar nesse processo, que será assegurado por técnicos-mediadores, disponibilizados pela Inovar Autismo", acrescentou.

Ana Nogueira referiu ainda que a nova associação, com o lema `Sociedade para Todos’, de acordo com os princípios da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da ONU, já apresentou uma candidatura para beneficiar de alguns apoios do Instituto Nacional de Reabilitação (INR) e que vai estar atenta a outras entidades, públicas e privadas, com programas de apoio para jovens com deficiência.

Como refere uma nota de imprensa da Inovar Autismo, o objetivo da associação "não passa por institucionalizar", mas pela inclusão, "com o devido apoio e em parceria com os demais agentes públicos e privados da comunidade".

"Esta visão implica também `abrir as portas à sociedade´, apostar em respostas arrojadas e inovadoras, em atividades e eventos para pessoas com e sem deficiência, evitando assim a segregação e promovendo a inclusão", acrescenta o documento.

A apresentação oficial da Inovar Autismo, que deverá contar com a presença da Secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, terá lugar pelas 18:30 do próximo sábado, na Quinta de Alcube, junto à Estrada do Alto nas Necessidades, em Azeitão, no concelho de Setúbal.

Ministério da Educação
Apesar de ser prática as escolas pedirem o boletim de vacinas, ninguém pode ser barrado da inscrição. Mesmo se estiver em falta...

As escolas públicas estão obrigadas a comunicar ao centro de saúde da sua zona as falhas nos boletins de vacina dos alunos, informa o gabinete de comunicação do Ministério da Educação (ME). Mas, apesar de na hora das matrículas, ser prática os estabelecimentos de ensino pedirem o boletim de vacinas em dia, nenhum aluno pode ser impedido de se inscrever se não o tiver, acrescenta o ME.

O período de matrículas para o próximo ano lectivo começou na segunda-feira. E as práticas quanto à exigência do boletim de vacinas em dia variam consoante o agrupamento ou a direção escolar. No entanto, nenhuma das escolas ou associações contactadas pelo jornal Público se deparou com o incumprimento deliberado da vacinação do Programa Nacional de Vacinas por pais "anti-vacinas".

O tema foi levantado recentemente por causa do surto de sarampo: desde Janeiro foram confirmados 21 casos, um ano depois de a doença ter sido considerada eliminada em Portugal. Uma adolescente de 17 anos estava internada no Hospital de Dona Estefânia, em Lisboa, depois de ter sido infetada por um bebé de 13 meses, não vacinado — morreu nesta quarta-feira de madrugada.

Matrícula "condicionada"
O diretor do agrupamento de escolas de Carcavelos, Adelino Calado, diz que ali os alunos que não tenham as vacinas em dia ficam com a matrícula "condicionada" até que as regularizem. Mas que nunca se deparou com um caso em que a sugestão da escola, às famílias, para vacinarem as crianças, não tenha sido cumprida.

Seja como for, o diretor deste agrupamento de sete escolas, que não conhece nenhum pai ou mãe "anti-vacinas", admite desconhecer indicações "sobre que procedimento tomar no caso de alguém dizer que não quer vacinar o filhos” deliberadamente.

Já em outras escolas a regra seguida é não impedir a matrícula se o aluno não tiver o boletim em dia, sem condicionamentos. “Não se recusa a inscrição, mas pedimos às pessoas para se irem vacinar”, diz ao jornal Público o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira.

Este é o procedimento também relatado pela Associação Nacional Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas. “Alertamos os pais que se esquecem e que depois comprovam que os alunos tomaram, de facto, a vacina", diz o diretor, Filinto Lima.

Apesar disso, "a Direcção-Geral da Saúde e o Ministério da Educação deviam esclarecer as escolas", acrescenta. "Ainda hoje um pai me perguntou se podia pedir ao diretor de uma escola que dissesse quais os alunos que não tinham feito as vacinas." A sua resposta foi imediata: “Não pode, tem a ver com as liberdades individuais.”

O que diz a lei?
Já na Escola Secundária Rainha D. Amélia, em Lisboa, deixaram de fazer a verificação de vacinas no ato da matrícula, cabendo essa tarefa aos diretores de turma de “forma mais personalizada”, explica a diretora Isabel le Guê. Mas, face ao recente surto de sarampo, a diretora pondera contactar o centro de saúde para “saber se há recomendações”. “Nunca pensei impedir uma criança ou jovem de não frequentar a escola por não estar vacinada", diz. "São realidades recentes que requerem reflexão." O tema deverá ser discutido na próxima reunião da Confederação Nacional das Associações de Pais, nesta quinta-feira, revela Jorge Ascensão, presidente.

O diretor executivo da Associação dos Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo, Rodrigo Queirós e Melo, que representa cerca de 500 instituições, diz que nunca os associados pediram consulta jurídica sobre algum aluno que não tivesse as vacinas em dia e não quisesse fazê-lo.

O que fazer, então, no caso de alguém não querer mesmo vacinar os filhos? O jurista André Dias Pereira, presidente do Centro de Direito Biomédico, diz que a legislação em Portugal dificilmente permitirá agir. Mesmo nos casos mais extremos – alguém que tivesse uma tuberculose –, a Constituição não permite o internamento compulsivo, defende. Este só está previsto em caso de doença mentalmente grave que ponha em perigo a sociedade. 

Também o artigo do Código Penal que prevê a punição em caso de propagação de doença dificilmente se aplica à não-vacinação porque “exige dolo” e, no caso do sarampo, o que existiria seria “negligência”, adianta André Pereira. O jurista sugere a via da educação ou, quanto muito, um sistema de obrigações indiretas em que para se aceder a determinados cargos ou serviços é necessário ter o boletim de vacinas em dia. É o que acontece na Austrália, onde os pais têm que vacinar os filhos antes de receberem o abono de família.

Já sobre a obrigatoriedade da vacinação, o professor catedrático e constitucionalista Paulo Otero defende que "não há nada na Constituição" que a proíba. Isto porque "é a saúde pública que está em primeiro lugar" em situações de "contágio alargado da doença".

Estudo
O consumo de antidepressivos no primeiro trimestre da gravidez não aumenta o risco de desenvolver uma criança que sofra de...

Publicado no Journal of the American Medical Association, o trabalho mostrou apenas um pequeno aumento do risco de parto prematuro em mulheres que tomavam medicamentos como o Prozac (fluoxetina), Zoloft (sertralina), ou Celexa (citalopram), nos três primeiros meses de gestação.

"Até onde sabemos, este estudo é um dos mais sólidos, que mostra que ser-se tratada com antidepressivos no princípio da gravidez não aumenta o risco de autismo, o déficit de atenção (TDA), ou está relacionado com um crescimento fetal insuficiente", afirma Brian D'Onofrio, professor de Psicopatologia da Universidade de Indiana e principal autor do estudo.

"A avaliação dos riscos e dos benefícios do uso de um antidepressivo durante a gravidez é uma decisão extremamente difícil para as mulheres", ressalta o especialista. "Mas este estudo faz pensar que o consumo destes medicamentos quando uma mulher está grávida pode ser mais seguro do que se pensava", acrescenta o professor D'Onofrio.

O estudo, segundo o Sapo, foi realizado em colaboração com cientistas do Instituto Karolinska da Suécia e da Faculdade de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, com base em 1,5 milhões de nascimentos entre 1996 e 2012.

A investigação também incorpora dados sobre as prescrições de antidepressivos, os diagnósticos de autismo e de TDA em crianças, a idade dos pais e o seu nível de educação, assim como outros fatores.

Universidade do Porto
Investigadores do Porto estão a desenvolver ferramentas tecnológicas para explorar de forma sustentável os recursos vivos em...

"O mar profundo contém uma vasta reserva de recursos, tanto de origem mineral como biológica, com um vasto potencial. No entanto, muitos desses recursos estão localizados em ecossistemas sensíveis, que são mal estudados e compreendidos", explicou o coordenador do projeto e investigador do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR), Filipe Castro.

Em declarações, o especialista indicou que, para além dos recursos vivos, podem também ser explorados os minerais e os metais, como o cobre e o níquel, por exemplo, elementos que, defende, necessitam de ser "mapeados e quantificados".

Com o lema "Conhecer para intervir", o projeto CORAL resulta de uma parceria entre o CIIMAR e o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), escreve o Sapo.

Uma das linhas de investigação do CORAL é a "Bluetools", na qual estão a ser criadas as tecnologias capazes de monitorizar e explorar o solo dos fundos marinhos, lidando com as particularidades deste ambiente, como a profundidade, a ausência de luz e a distância ao continente.

"Estas novas soluções" serão "combinadas com o desenvolvimento de diretivas, métodos de avaliação de risco e impacto e recomendações para uma futura exploração mineira dos recursos não vivos de profundidade na União Europeia", referiu o coordenador do Centro de Robótica e Sistemas Autónomos do INESC TEC e docente no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), Eduardo Silva, outro dos responsáveis pelo projeto.

A segunda linha de investigação, "BlueSensors", é focada no desenvolvimento de sensores com tecnologia fotónica, que tem por base a utilização da luz e do seu espetro.

Esses sensores vão permitir compreender a evolução da qualidade da água, avaliar o impacto da biodiversidade, da integridade dos navios e das infraestruturas marinhas, sendo estas condições, para os investigadores, "fundamentais" para uma "gestão eficiente e sustentável" da exploração dos recursos marinhos.

Embora já existam ferramentas que explorem o mar, Filipe Castro acredita que com a criação desta equipa multi e interdisciplinar, unindo os conhecimentos do INESCTEC e do CIIMAR, vão conseguir obter resultados "muitíssimo mais inovadores e disruptivos".

Para os especialistas, o desafio deste projeto passa por "conseguir reunir todos estes requisitos numa tecnologia que permita monitorizar em tempo real parâmetros físicos, químicos e biológicos, num sistema complexo como é o mar".

O CORAL, que tem a duração de três anos, é financiado pelo Programa Operacional Regional do Norte (NORTE2020), através Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

Ordem Enfermeiros
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros defendeu hoje a importância de desmistificar a informação incorreta que as pessoas têm...

Ana Rita Cavaco salientou a importância "de desmistificar a informação que [as pessoas] têm e não está correta porque, quanto maior o grau de informação que temos e o acesso a ela, mais dúvidas se colocam, [o que] é normal".

"O conhecimento destas questões tem de chegar [às pessoas] para elas conseguirem tomar as melhores decisões e alterar e fazer mais leis não me parece [ser o mais adequado], as mentalidades não se mudam por decreto", disse, em resposta à agência Lusa sobre as regras existentes sobre vacinação.

Uma jovem de 17 anos com sarampo, internada no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, morreu hoje de madrugada, segundo fonte hospitalar.

A jovem estava internada desde o fim de semana na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do CHLC – Hospital Dona Estefânia, na sequência de uma pneumonia bilateral – complicação respiratória do sarampo.

"Há uma coisa que não podemos perder de vista, Portugal é um país fortemente regulado na área da saúde, tem, de facto, muitas leis, e não é por isso que todas elas são cumpridas, isto vai de uma mudança da consciencialização de cada um de nós e como podemos ajudar as pessoas a tomar as melhores decisões", salientou a bastonária da Ordem dos Enfermeiros.

Referiu que, "muitas vezes, a taxa de não cobertura vacinal, não só desta vacina, mas de muitas outras, ocorre neste grupo de pessoas que tem mais acesso à informação".

Para Ana Rita Cavaco, "é preciso esclarecer as dúvidas que as pessoas têm" e que "são legítimas porque há muita informação a circular que não é fidedigna".

"Se eu não fosse enfermeira, teria, seguramente, as mesmas dúvidas", acrescentou.

"Há uma obrigatoriedade do plano nacional de vacinação, mas [por outro lado] não podemos interferir na liberdade de escolha de cada um que decide o que quer, qual a vacina que quer fazer, qual é o ato de saúde que deixa que lhe pratiquem, neste caso a administração de vacinas", defendeu a representante dos enfermeiros.

Segundo a especialista, esta "não é uma vacina que cause outros danos colaterais às crianças, até porque está amplamente testada no mercado".

O recente surto de sarampo que abrange vários países europeus causou em Portugal pelo menos 21 casos confirmados de sarampo.

Em 2016, Portugal recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS), um diploma que oficializava o país como estando livre de sarampo, até porque os poucos casos registados nos últimos anos tinham sido contraídos noutros países.

Com a vacinação gratuita das crianças, a partir de 1974, e sobretudo com a introdução de uma segunda dose de vacina em 1990, o sarampo acabou por se tornar quase uma doença esquecida ou invisível.

Mas entre 1987 e 1989 tinham sido notificados em Portugal 12 mil casos, contabilizando-se 30 mortes.

O sarampo é uma das infeções virais mais contagiosas e, apesar de habitualmente ser benigna, pode ser grave e até levar à morte, avisa a Direção-geral da Saúde.

A doença manifesta-se pelo aparecimento de pequenos pontos brancos na mucosa oral cerca de um ou dois dias antes de surgirem erupções cutâneas, que inicialmente surgem no rosto.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde anunciou hoje que o surto de sarampo está “em vias de resolução” e afirmou que o debate em torno da...

Adalberto Campos Fernandes falava numa conferência de imprensa sobre o surto de sarampo que se regista em Portugal.

O ministro disse que estão confirmados 21 casos de sarampo e que desde sexta-feira não há ocorrência de nenhum caso.

“Acreditamos que estamos no início de um processo de estabilização”, afirmou.

O ministro sublinhou a importância da população confiar nos serviços de saúde e do dispositivo montado para responder a este surto que atinge Portugal, mas também outros países europeus, como a Itália, onde estão notificados 1.500 casos de sarampo.

”O dispositivo está a funcionar, as autoridades de saúde estão a trabalhar, o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação estão a trabalhar em conjunto para tranquilizar os pais. Não há razão para alarme”, disse.

Ainda hoje a Direção-Geral da Saúde deverá emitir um conjunto de informações para as escolas, tendo em conta que hoje se inicia o terceiro período escolar e são justificadas algumas apreensões dos pais.

“Hoje mesmo falei com o ministro da educação e vão ser dadas orientações aos diretores escolares para que possam tranquilizar as famílias”, adiantou.

Em relação aos maiores de 40 anos, estes têm “uma elevadíssima probabilidade de estarem imunizadas”.

Sarampo
A jovem de 17 anos que morreu com sarampo no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, não estava vacinada, revelou hoje o ministro...

"A jovem não estava protegida do ponto de vista imunitário", disse o ministro, em resposta a uma pergunta sobre se a rapariga estava vacinada.

De acordo com uma nota do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), a que pertence o Hospital Dona Estefânia, a jovem morreu “na sequência de uma situação clínica infeciosa com pneumonia bilateral – sarampo”.

Na conferência de imprensa na Direção-Geral da Saúde, o ministro manifestou solidariedade para com os pais da jovem que morreu e sublinhou a importância da proteção, frisando que a vacinação "é segura e eficaz".

"Assistimos a um combate muito desleal entre a ciência e a opinião (...). A melhor resposta é a prevenção. É tempo de parar com a opinião e a especulação sobre a evidência científica", afirmou o governante.

Adalberto Campos Fernandes apelou ainda à população para confiar no sistema de saúde e na capacidade de uma comunidade "solidária e responsável".

"Não julgamos pais, não fazemos juízos de valor. Por vezes, por falta de informação, são levados a tomar as medidas erradas. O valor da vacina é superior à vantagem individual", acrescentou.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), desde janeiro de 2017 e até hoje foram confirmados 21 casos de sarampo em Portugal, havendo outros 18 casos em investigação. Houve ainda oito casos suspeitos, mas as análises feitas pelo Instituto Ricardo Jorge deram negativo para sarampo.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, geralmente benigna mas que pode desencadear complicações e até ser fatal. Pode ser prevenida pela vacinação, que em Portugal é gratuita.

Pelo menos 14 países europeus têm registado surtos de sarampo desde o início deste ano, com a Roménia a liderar o número de casos, com mais de quatro mil doentes em seis meses.

De acordo com o diretor-geral da Saúde, Francisco George, a Itália acaba de notificar 1.500 casos, 10% em enfermeiros e médicos, mas em 90% as pessoas a quem foi diagnosticada esta condição não estavam vacinadas.

Segundo o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa), o número de países europeus com casos de sarampo foi crescendo no início deste ano e quase todos eles terão ligação ao surto que começou na Roménia em fevereiro de 2016.

Além de Portugal, registaram surtos de sarampo a Áustria, Bélgica, Bulgária, Espanha, Dinamarca, França, Alemanha, Hungria, Islândia, Itália, Suíça e Suécia.

Sarampo
O diretor-geral da Saúde garantiu hoje que Portugal nunca terá uma epidemia de sarampo “de grande escala” devido aos elevados...

Francisco George falava durante uma conferência de imprensa a propósito do surto de sarampo em Portugal, onde foram já confirmados 21 casos da doença, e que causou a morte de uma jovem de 17 anos na madrugada de hoje, no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa.

“Os níveis de cobertura de vacinação da população é de tal maneira alta que o sarampo encontra resistência para progredir. O sarampo só existe em doentes. Só doentes têm o vírus do sarampo. Para circular é preciso encontrar terreno favorável e nós não temos terreno favorável”, disse.

Além das vacinas disponíveis para as crianças que completam, este ano, um ano de idade e as que têm cinco anos, existe ainda uma reserva estratégica de 200 mil doses de vacinas que poderão ser usadas em caso de necessidade, acrescentou.

Francisco George reiterou que não existe qualquer falta de vacinas contra o sarampo em Portugal e defendeu a vacinação da população.

Suporte Básico de Vida
Uma escola, centena e meia de pessoas, Sociedade Portuguesa de Cardiologia, INEM e Direção-Geral de Educação: juntos num Mass...

No seguimento das várias iniciativas que a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) tem protagonizado junto do Ministério da Saúde, dos meios de comunicação social e da sociedade civil, de modo a promover a importância da formação de crianças em idade escolar em Suporte Básico de Vida (SBV) para a redução dos números de episódios fatais de Morte Súbita, será realizada uma ação de “Mass Training” em SBV, dirigida a mais de 1 centena de participantes. Esta iniciativa vai ter lugar no pavilhão da escola E.B.2,3 Dr. António Contreiras, de Armação de Pêra, no Algarve.

Integrada nos trabalhos do Congresso Português de Cardiologia, que decorre em Albufeira, de 22 a 25 de abril, a SPC uniu esforços com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), com o intuito de organizar uma sessão de treino em SBV destinada à comunidade local, reunindo alunos, professores e funcionários não docentes do Agrupamento Escolas Silves Sul. Este evento pretende sensibilizar a sociedade civil para a importância de potenciar o ensino em SBV nas escolas!

Com esta iniciativa a SPC e o INEM pretendem dar mais um passo na implementação de medidas que expandam o número de portugueses, e sobretudo crianças, jovens e professores, informados e formados em SBV.

Nas palavras do Dr. Daniel Ferreira, Director da Escola de Ressuscitação CardioPulmonar da SPC “este evento pretende alertar uma vez mais a opinião pública e os responsáveis políticos pelas áreas da saúde e da educação para a importância do treino em Suporte Básico de Vida da população portuguesa. Este ensino do SBV, já incorporado nos programas escolares dos alunos do ensino secundário, permitirá, uma vez implementado em todas as escolas do país, treinar toda uma geração de jovens portugueses para responderem com eficácia a situações de morte súbita que eventualmente venham a testemunhar ao longo das suas vidas.”

“O INEM tem participado de forma ativa em muitos Mass Training, um pouco por todo o país, pois é uma forma importante de fazer chegar a milhares de pessoas a mensagem de que podem fazer a diferença em caso de emergência”, refere por sua vez a Dr.ª Teresa Pinto, Diretora do Departamento de Formação em Emergência Médica do INEM. Para esta responsável “a SPC tem sido um parceiro empenhado no aumento da consciencialização do SBV, mais um motivo pelo qual não podíamos deixar de colaborar com esta iniciativa que vai ter lugar no Algarve”.

Os factos:
- Em Portugal, em média, cerca de 10 mil pessoas vão sofrer morte súbita cardíaca a cada ano que passa, tendo em conta os números da mortalidade cardiovascular. Cerca de 20% da mortalidade global da população ocorre como Morte Súbita e aproximadamente metade das mortes cardiovasculares devem-se a episódios de Morte Súbita.
- Em setembro do ano passado foi celebrado um protocolo entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação, com vista à formação de professores que posteriormente irão disseminar o ensino do suporte básico de vida aos alunos do ensino secundário.
 - Em Portugal, a legislação prevê a existência de desfibrilhadores automáticos externos (DAE) em locais públicos com maior concentração de pessoas, designadamente aeroportos e portos comerciais, estações ferroviárias, de metro e de camionagem com fluxo médio diário superior a 10 000 passageiros e recintos desportivos, de lazer e de recreio com lotação superior a 5000 pessoas.

O que propõem os cardiologistas?
- Incrementar e potenciar o ensino do SBV nas escolas, com uma forte vertente prática e fomentar a sensibilização de todos os cidadãos para a importância desta aprendizagem e treino.
- Promover uma maior acessibilidade a equipamentos de DAE, onde a existência destes aparelhos seja considerada um requisito básico de segurança.

Moçambique
A aldeia de Chipaco, no centro de Moçambique, passou a ter água potável e é a mais recente beneficiária dos projetos da...

"Já estamos em Chipaco há dois anos com um programa que apoia cerca de 200 crianças vulneráveis diariamente com alimentação, higiene pessoal, apoio escolar e dinamização de atividades culturais e desportivas", disse David Fernandes, diretor da organização não-governamental (ONG).

Ao longo do tempo foi sendo reunido o valor necessário para abrir um furo de captação de água que entrou agora em funcionamento.

"A população utilizava a água disponível em charcos, sem condições de higiene e segurança", descreveu.

Não existem dados estatísticos oficias, mas segundo o líder comunitário vivem em Chipaco (distrito de Vanduzi, província de Manica) 183 famílias.

Tendo em conta que cada família terá em média cinco pessoas, estima-se que entre 900 a mil pessoas possam beneficiar da captação de água.

A Big Hand pretende agora ali criar uma nova escola para evitar que as crianças tenham que caminhar oito quilómetros até outra aldeia - distância que leva ao abandono escolar.

A ONG portuguesa foi fundada em 2010 e, segundo os seus próprios dados, apoia 5.000 crianças em várias aldeias na província de Manica.

"É certo que a crise global dificulta a angariação de fundos, mas as pessoas continuam com um coração enorme e uma vontade gigante de querer mudar o mundo e por isso vão contribuindo", referiu David Fernandes.

Existem campanhas de angariação de fundos a decorrer, como por exemplo, "um lápis por uma escola", em que cada lápis vale a contribuição de um euro, além de outras iniciativas descritas no portal da organização na Internet.

Estudo conclui
Um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, com cerca de 2.400 crianças, concluiu que a postura corporal...

"As crianças do sexo feminino apresentaram uma maior prevalência de um tipo de postura com curvaturas da coluna aumentadas (hiperlordótica), enquanto apenas 5% dos rapazes possuem" esse padrão postural, prevalecendo, nestes, uma tipologia caracterizada por um deslocamento posterior da coluna relativamente aos membros inferiores, indicou o investigador principal do projeto, Fábio Araújo.

Estes são alguns dos resultados de um trabalho desenvolvido pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), no qual foram avaliadas 1.147 raparigas e 1.266 rapazes, com sete anos, com o objetivo de perceber em que momento da infância surgem os tipos de postura já conhecidos e identificados.

Dos quatro tipos de padrões posturais conhecidos, explicou o especialista, o primeiro é alinhado e equilibrado, estando os outros três (designados por não-neutros) associados ao desenvolvimento de diferentes patologias na coluna.

Em declarações, o especialista indicou que, dentro dos três padrões posturais não-neutros, existem aqueles que são caracterizados por um deslocamento posterior da coluna relativamente aos membros inferiores, com uma grande e longa curvatura da região torácica (primeiro padrão).

O segundo padrão não-neutro refere-se a uma retificação da coluna, ou seja, são casos em que os indivíduos sofrem perdas da magnitude das curvaturas da coluna, enquanto no terceiro encontra-se uma postura hiperlordótica, em que há um aumento dessa magnitude.

De acordo com o investigador, as diferenças encontradas neste estudo podem ser um dos fatores que explica porque é que patologias como a escoliose (desvio da coluna) são mais prevalentes nas raparigas e a doença de Scheuermann (aumento da curvatura superior do tronco) predominante nos rapazes.

Na vida adulta, os primeiros dois tipos de postura não-neutra podem "contribuir para o desenvolvimento de dor da coluna e discopatia lombar (lesão do disco entre as vértebras da coluna)".

Quanto ao terceiro padrão não-neutra, o hiperlordótico, pode levar ao desenvolvimento de listese vertebral (espondilolistese - quando ocorre um deslizamento acentuado das vértebras relativamente às vértebras adjacentes), acrescentou o investigador.

Fábio Araújo acredita que, com esta investigação, foi possível demonstrar, pela primeira vez, o quão "essencial" é o período infância para o desenho da neutralidade postural, devendo, por isso, as intervenções para promover uma postura saudável começar neste período precoce de vida.

As crianças avaliadas participam do "Geração XXI", um projeto iniciado em 2005, que visa acompanhar o crescimento e o desenvolvimento de mais de oito mil crianças nascidas em hospitais públicos da Área Metropolitana do Porto, ao longo a vida.

O estudo "Defining patterns of sagital standing posture in girls and boys of school age" ("Definindo padrões de postura sagital ereta em meninas e meninos de idade escolar") é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), pelo Programa Operacional Saúde XXI e pela Fundação Calouste Gulbenkian, foi publicado na revista "Physical Therapy".

O grupo encontra-se agora a avaliar a relação entre o peso e a altura (índice de massa corporal) e os padrões posturais encontrados, trabalho cujos resultados preliminares sugerem a existência de uma ligação "bastante clara" entre os fatores.

De acordo com o especialista, os resultados finais desse segundo trabalho podem servir de base para futuras investigações que visem verificar de que forma as medidas preventivas e de controlo de peso na infância podem ter efeito no desenvolvimento de uma postura saudável na vida adulta.

Direção-Geral da Saúde
Os diretores das escolas públicas querem que a Direção-Geral da Saúde emita para os estabelecimentos de ensino uma circular...

“A Direção-Geral da Saúde devia emitir um comunicado para pais e escolas a abordar o assunto de forma clara, embora nós [escolas] saibamos o que fazer. Mas os pais também devem estar mais esclarecidos em relação à matrícula dos seus filhos”, disse Filinto Lima, da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e escolas Públicas.

Filinto Lima, que falava dois dias depois de ter começado o período normal de matrículas para o pré-escolar e 1.º ciclo, disse ainda que na altura das matrículas as escolas verificam o boletim de vacinas e alertam os pais, mas nunca podem recusar a inscrição a um aluno.

“A prática é: quando verificamos que o pai não atualizou o boletim de vacinas concedemos um prazo, uma semana costuma bastar, e o pai normalmente atualiza, porque se tinha esquecido. Se isso não acontecer, comunicamos o facto à autoridade de saúde local, que são os centros de saúde”, explicou.

Filinto Lima disse ainda que a escola não pode recusar a matrícula a um aluno, apenas pode impedir a sua presença em contexto de sala de aula quando ele tem ou há indícios de que tenha uma doença infetocontagiosa.

“Nesse caso o aluno só pode regressar à escola quando o médico passar a alta”, explicou.

“Até pelo muito que se tem falado nos últimos tempos sobre este assunto, a DGS deveria emitir um comunicado para pais e escolar a esclarecer o assunto de forma clara. Os pais também devem estar esclarecidos em relação à matrícula dos seus filhos”, acrescentou.

Segundo a DGS, desde janeiro de 2017 e até ao fim do dia de segunda-feira foram confirmados 21 casos de sarampo em Portugal, havendo outros casos ainda em investigação.

Destes, um deles é de uma jovem de 17 anos que está internada nos cuidados intensivos pediátricos do Hospital Dona Estefânia, ventilada e o seu estado clínico na terça-feira à tarde era instável.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, geralmente benigna mas que pode desencadear complicações e até ser fatal. Pode ser prevenida pela vacinação, que em Portugal é gratuita.

Pelo menos 14 países europeus têm registado surtos de sarampo desde o início deste ano, com a Roménia a liderar o número de casos, com mais de quatro mil doentes em seis meses, desde meados de 2016.

Segundo o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa), o número de países europeus com casos de sarampo foi crescendo no início deste ano e quase todos eles terão ligação ao surto que começou na Roménia em fevereiro de 2016.

Além de Portugal, registaram surtos de sarampo a Áustria, Bélgica, Bulgária, Espanha, Dinamarca, França, Alemanha, Hungria, Islândia, Itália, Suíça e Suécia.

No próximo ano
Centenas de jovens médicos ficarão sem acesso a uma especialidade em 2018, uma realidade que se agrava a cada ano, estima a...

Há 2.466 jovens médicos para se candidatarem à formação especializada no próximo ano para um número provisório de 1.719 vagas, uma diferença superior a 700.

Segundo o bastonário dos Médicos, Miguel Guimarães, trata-se do maior número de sempre de vagas propostas de acordo com a capacidade de formação do país, mas que ainda assim deixará de fora algumas centenas de candidatos, além daqueles que acabam por desistir para se recandidatarem no ano seguinte.

A Ordem dos Médicos, que já entregou à Administração Central do Sistema de Saúde o mapa provisório de capacidades formativas para 2018, exige que o Governo melhore a capacidade formativa e reequacione as vagas dos cursos superiores.

“O número de médicos que podem ficar sem acesso à especialidade será maior do que o ano passado. Este ano existem mais vagas mas continuam a existir internos que podem não ter acesso à especialidade”, declara o bastonário, para quem este ano o número de jovens médicos que ficará de fora deverá aumentar em relação ao ano anterior.

Mesmo que algumas dezenas de jovens acabem por desistir de se candidatar por não conseguirem nota no exame de acesso à especialidade que pretendem, repetindo-o no ano seguinte, muitos outros ficarão de fora ainda que não seja essa a sua opção.

Entre os 2.466 médicos formados e candidatos à especialidade para 2018 há 392 que são formados no estrangeiro e que têm direito a realizar a especialidade em Portugal.

“Há um excesso de estudantes de medicina. Em cada ano entram cerca de 1.800 estudantes nos cursos de medicina, quando não temos capacidade formativa para isso”, afirmou Miguel Guimarães.

Para a Ordem dos Médicos, ao longo dos anos os ministérios do Ensino Superior e da Saúde foram aumentando “de forma incompreensível” o número de vagas para acesso aos cursos de medicina, sem compreenderem o impacto dessa medida.

Só entre 1995 e 2014 o ‘numerus clausus’ nos cursos de medicina aumentou 396%.

“O ‘numero clausus’ devia ser adaptado àquilo que é a real capacidade formativa das escolas médicas”, defende Miguel Guimarães, vincando que o Governo deve atuar no sentido de melhorar a formação pré-graduada, até porque os próprios diretores de faculdades reconhecem que têm estudantes a mais.

Além deste problema, a Ordem sustenta que “é um imperativo nacional” investir no Serviço Nacional de Saúde (SNS), quer ao nível de recursos humanos como de equipamentos, para aumentar a capacidade de formação.

Ou seja, se o Ministério da Saúde corrigisse as deficiências existentes no SNS, melhorava a capacidade de formar especialistas, ao mesmo tempo que melhorava a qualidade dos cuidados de saúde.

“Podíamos ter em Portugal ainda mais vagas para formar internos, mais algumas centenas, desde que os serviços estivessem de facto completos: com os especialistas que deviam existir, com os serviços devidamente equipados e também com uma estrutura física necessária”, frisa o bastonário.

Este alerta da Ordem surge na semana em que decorre a Mostra de Especialidades Médicas, um evento organizado pelo Conselho Nacional do Médico Interno, que pretende ajudar os jovens médicos internos no processo de escolha de especialidade.

Esta mostra decorre esta semana no Porto e em Lisboa e em Coimbra no início de maio.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Os distritos de Portalegre, Évora, Beja e Setúbal, além da ilha de Porto Santo, na Madeira, apresentam hoje nível ‘muito...

O restante território, com exceção para oito das nove ilhas dos Açores, apresentam risco ‘elevado’. S. Miguel é a ilha açoriana com índice ‘elevado’.

Para as regiões com risco 'Muito Elevado' e 'Elevado', o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('Moderado'), 6 a 7 ('Elevado'), 8 a 10 ('Muito Elevado') e superior a 11 ('Extremo').

Para hoje, o IPMA prevê para Portugal continental períodos de céu muito nublado, condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros e trovoadas.

Para o norte e centro de Portugal continental aguarda-se uma subida da temperatura máxima e para as regiões do sul, uma descida da temperatura máxima.

Para os Açores espera-se períodos de céu muito nublado com abertas e aguaceiros em geral fracos, enquanto para a Madeira está previsto céu muito nublado e vento fraco a moderado.

Páginas