Dia Mundial da Voz 2017
Celebra-se hoje, mais uma vez, o Dia Mundial da Voz neste ano subordinado ao lema "Share your V

Na voz do povo é comum ouvirmos " a voz é o espelho da alma" em muitas situações das nossas vidas. É mesmo assim! Mas se (ou)virmos melhor, a voz não reflete só a alma...

Numa voz sabemos não só da sua mente e do seu coração, mas também  do corpo de onde ela sai. Voz de mulher ou de homem, de menino ou de menina, mais leve nos anos ou mais carregada na idade, se fresca se cansada, diz-nos do sono ou da preguiça e também da energia que transporta. A frescura ou o cansaço, a alegria e a tristeza, o embargo do choro e a explosão do riso, a voz tem mesmo muitas vezes um sorriso na cara.  

Através da voz percebemos portanto que emoções e sentimentos ela traz, quais os seus estados físicos e psicológicos, as características únicas de personalidade e também os traços de família...a nossa identidade.

- Oh, ao ouvir-te agora parece que estou a falar com o teu pai!

- A tua mãe tem uma voz tão bonita como a tua!

Sabemos da terra de onde essa voz vem, se é do estrangeiro ou não, antevemos o meio social e a sua educação, com maior certeza ou algumas dúvidas ajuizamos sempre e de forma mais ou menos (in)consciente, sobre essa pessoa, sobre essa voz!

A voz humana tem essa múltipla e fantástica dimensão, a de um fenómeno físico num nível fisiológico e acústico, e a dimensão cognitiva e psicológica, e ambas em conjunto introduzem e sustentam a interação verbal e assim uma dimensão social, a da comunicação humana.

A voz nessa sua dupla dimensão física e mental é a resultante de um "gesto" de enorme complexidade e que resulta de uma tão fina, tão rápida e tão precisa coordenação de tantas estruturas do nosso corpo. No cérebro, a origem, é nele que se formula a mensagem a partir de uma intenção comunicativa, de um estado mental e emocional. É o cérebro que dá as ordens, transmite os comandos através do sistema nervoso, que chegam assim aos músculos respiratórios, aos da laringe, língua e lábios que vão concretizar a mensagem falada.

A voz torna-se assim uma sucessão encadeada de ondas sonoras que resultam da passagem do ar, saído dos pulmões com uma dada pressão, pelas cordas vocais situadas na laringe. Essa vibração das cordas vocais, a voz propriamente dita, ressoa nas cavidades que estão situadas acima da laringe, a boca e a cavidade nasal, e que vão assumindo em fracções de segundo, diferentes configurações, por vezes com maior abertura, outras quase encerradas, ora estreitadas ou mais largas, instantaneamente modificando-se e adaptando-se ao significado e intensidade da expressão, numa sucessão de sons da fala que vamos perceber como palavras e frases. A voz falada.

A voz cantada é essa forma de expressão artística que enche as nossas vidas de sentido e sentimento, acompanhando-nos nos bons e maus momentos. Pensemos como em todas as culturas e com os seus cantos, as pessoas e as comunidades expressam e vivem a sua identidade e história, pessoal e colectiva.

Falando da fala e da voz, da sua importância central para a qualidade da nossa vida, algumas palavras para dizer que temos de ter cuidados com a nossa voz, a voz também é saúde.  Atenção portanto aos sinais que a nossa voz dá, sobretudo a rouquidão. Fale da sua voz junto do seu médico, ao médico otorrinolaringologista ou ao terapeuta da fala, profissionais de saúde que o podem ajudar a cuidar da sua voz.

Sobre o Dia Mundial da Voz pode obter mais informação sobre o evento e o que acontece hoje em todo o mundo em http://2017.world-voice-day.org/

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Conselho de Ministros
O Governo aprovou hoje em Conselho de Ministros alterações ao diploma que restitui parte do pagamento das horas extraordinárias...

Segundo o comunicado distribuído no final da reunião do Conselho de Ministros, foi aprovada a alteração no valor dos suplementos devido por trabalho extraordinário aos profissionais de saúde, “através de um aumento faseado ao longo do corrente ano das percentagens de acréscimo previstas na legislação em vigor”.

O comunicado não esclarece de que forma as percentagens vão sendo faseadas nem a partir de quando se aplica a restituição do pagamento das horas extraordinárias.

Os médicos agendaram uma greve nacional para dias 10 e 11 de maio, contra a ausência de medidas concretas do Governo, nomeadamente a reposição do pagamento das horas extras, que estão a receber a 50% desde 2012.

O Governo tinha publicado um diploma a restituir parte das horas extraordinárias apenas para os profissionais que fazem urgência externa e cuidados intensivos, mas as organizações médicas exigiram de imediato que fosse aplicado a todos os profissionais.

O ministro da Saúde garantiu na quarta-feira que o pagamento das horas extraordinárias a 75% aos médicos terá efeitos retroativos a 01 de abril.

Em reuniões com os sindicatos, o Ministério da Saúde tem-se comprometido a repor os restantes 25% até ao fim deste ano.

Comissão de Utentes
O Centro Hospitalar do Médio Tejo teve em 2016 “o melhor ano de sempre” na recuperação de tempos de espera, com mais quase mil...

Manuel José Soares disse que o balanço de 2016 e as perspetivas para 2017 foram apresentadas pela administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) à Comissão de Utentes da Saúde do Médio (CUSMT) numa reunião realizada na quarta-feira, na qual foi feito ainda o ponto de situação sobre os recursos humanos, sendo salientada a dificuldade em contratar médicos para as especialidades de cardiologia e anestesiologia.

Em relação à redução dos tempos de espera em cirurgias e consultas externas, Manuel Soares afirmou que o CHMT conseguiu em 2016 ser das unidades com melhores resultados a nível nacional, o que foi possível graças a uma melhor organização dos serviços e aproveitamento de recursos, humanos e materiais.

“Foram realizadas quase mais mil cirurgias do que em 2015” e, na oncologia, “os prazos estão próximos de ficar abaixo do estabelecido”, disse, apontando, contudo, a necessidade de o CHMT melhorar a comunicação dos tempos de espera, seja investindo em ‘software’ que permita a consulta dessa informação na sua página na Internet ou conseguindo que a administração central crie uma funcionalidade que permita essa consulta hospital a hospital.

O porta-voz dos utentes salientou o anúncio da contratação de “seis a sete” médicos para as especialidades de ortopedia, oftalmologia, medicina interna e pediatria, que, sobretudo nestas duas últimas, vem “estabilizar as especialidades nas três unidades hospitalares” do CHMT (Torres Novas, Tomar e Abrantes).

Valorizando “o esforço dos trabalhadores, que vestiram a camisola”, Manuel Soares destacou dificuldade de contratação de especialistas, apesar da tentativa do Governo de colocação de médicos nas chamadas zonas carenciadas, sendo que o CHMT se candidatou a 15 especialistas do contingente de 150 aberto a nível nacional.

O porta-voz da CUSMT saudou ainda o anúncio de um programa adicional para a realização de cirurgias no segundo semestre do ano em Tomar, unidade que irá igualmente passar a dispor de uma TAC (Tomografia Axial Computorizada) e de um reforço dos técnicos de fisioterapia.

Para a CUSMT, um dos aspetos essenciais para o corrente ano será conseguir-se que os serviços de urgência em cada uma das três unidades possam dar autorização de internamento direto nas diversas especialidades, o que atualmente só acontece em Abrantes.

O objetivo é “haver poucas diferenças entre as três Urgências”, disse, salientando que a requalificação do serviço de Urgência de Abrantes deverá ficar concluída este ano.

A CUSMT continua a insistir na articulação entre os cuidados primários e os hospitalares, sublinhando Manuel Soares os “passos concretos que já foram dados no aproveitamento dos meios complementares de diagnóstico”, como a realização de análises, raio x ou eletrocardiogramas.

No próximo dia 20, a CUSMT vai reunir-se com a coordenação do Agrupamento de Centros de Saúde para “aprofundar” esta temática, sendo expectativa que, como já acontece em alguns projetos piloto a nível nacional, a troca de informações entre clínicos das especialidades e os médicos de família possa avançar, pelo menos, em alguns centros de saúde, afirmou.

Manuel Soares sublinhou o facto de a administração do CHMT, liderada por Carlos Andrade, reconduzida pelo Governo, estar agora empossada, podendo prosseguir com o projeto que iniciou há quatro anos e que tem permitido a recuperação de serviços essenciais às populações.

“Vivemos tempos de esperança, mas não de ilusões”, declarou, apontando os constrangimentos financeiros, nomeadamente europeus, que tornam difícil fazer muito mais, a não ser que “haja vontade política para que o setor da Saúde mereça mais atenção”, com todos os ganhos que esse investimento tem a médio e longo prazo.

Grupo de Ativistas em Tratamento
O Grupo de Ativistas em Tratamento exige que as autoridades tomem medidas para adquirir mais vacinas contra a hepatite A,...

Segundo Luís Mendão, presidente do Grupo de Ativistas em Tratamento (GAT), as 12 mil doses de vacinas contra a hepatite A de que Portugal dispõe não vão ser suficientes para todo o ano de 2017.

“O GAT exige do Ministério da Saúde, Direção-Geral de Saúde (DGS), Comissão Técnica de Vacinação e Infarmed medidas urgentes e excecionais para resolver a situação da falta de vacinas em quantidade necessária para travar este surto epidémico”, refere o GAT num comunicado hoje divulgado.

Em declarações, o presidente do GAT considerou necessário que Portugal adquira mais vacinas para prevenir, no futuro, novos surtos de hepatite A.

Segundo Diogo Medina, médico do GAT, as vacinas existentes em Portugal estima-se que cheguem até fim de junho, sendo necessário acautelar que o país terá mais vacinas para depois.

“O GAT alerta para Portugal tomar medidas para que não chegue à situação de Espanha, que tem zero vacinas”, afirmou Diogo Medina, que tem trabalhado com a DGS neste surto de hepatite A.

A própria DGS já reconheceu que existe mundialmente um problema de produção de vacinas da hepatite A que está relacionado com os próprios laboratórios que as produzem, mas tem afirmado que Portugal tem vacinas suficientes para este surto se forem administradas criteriosamente.

Aliás, no início da semana, a DGS divulgou uma norma onde define quem deve ser vacinado contra a hepatite A, perante o surto que atinge Portugal e que já infetou desde o início do ano mais de 170 pessoas.

As vacinas da hepatite A administradas no âmbito deste surto passam a ser gratuitas e com isenção de taxas moderadoras. Devem ser vacinadas pessoas que vivem ou têm contacto sexual com doentes com hepatite A até duas semanas após o último contacto, também são elegíveis para vacinação homens que praticam sexo anal ou oro-anal com outros homens e que se deslocam ou vivem em locais afetados pelo atual surto.

Quanto aos viajantes com destino a países endémicos para a hepatite A só são elegíveis para vacinação a título excecional, devendo o médico prescritor da vacina contactar previamente a DGS.

De acordo com Diogo Medina, estima-se que Portugal necessita de cerca de 36 mil vacinas por ano só para viajantes. Quanto aos homens que têm sexo com homens, seriam necessárias, se todos fossem vacinados, cerca de 20 mil vacinas.

No âmbito deste surto, vacinando os contactos familiares ou íntimos de quem está doente, seriam ainda necessárias mais três a quatro mil.

Segundo Luís Mendão, do GAT, a Autoridade do Medicamento (Infarmed) tem a possibilidade de fazer uma aquisição de vacinas fora da União Europeia, sendo necessário um processo especial de autorização de importação que tem de ser preparado atempadamente.

De acordo com o GAT, desde julho de 2016 que está notificado na Europa um surto de infeção pelo vírus da hepatite A, com registo dos primeiros casos em Portugal em dezembro do ano passado.

Do total de doentes notificados em Portugal, 94% são adultos jovens do sexo masculino, principalmente residentes na área de Lisboa e Vale do Tejo (82%), sendo o principal modo de transmissão o contacto sexual entre homens que fazem sexo com homens.

Reunidos em Coimbra
Profissionais de nove escolas e universidades querem criar uma rede portuguesa de instituições promotoras de saúde.

Pesquisadores nacionais e internacionais reunidos, entre os dias 10 e 12 de abril, na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), no âmbito do III Curso Internacional de Pesquisa-ação Participativa em Saúde, defendem a criação de uma rede portuguesa de instituições de ensino superior promotoras de saúde.

Preocupados com os estilos de vida no ensino superior, os profissionais das nove instituições para já comprometidas com o projeto afirmam que a proposta “se insere no movimento dos contextos promotores de saúde», tendo estabelecido «como objetivo conceber, partilhar e fortalecer ações participativas de promoção da saúde e de prevenção de riscos a que a comunidade académica está exposta”.

E os problemas enumerados são vários: consumo abusivo de álcool, dependências químicas e não químicas, infeções sexualmente transmissíveis, acidentes rodoviários, violência entre pares e em contextos recreativos, stresse, depressão e sofrimento emocional, distúrbios alimentares, automedicação, sedentarismo, absentismo e insucesso académico são alguns dos focos transversais às comunidades académicas-alvo da pesquisa multicêntrica que se está a iniciar com os pesquisadores envolvidos.

Participaram, nesta primeira reunião da futura rede portuguesa de instituições de ensino superior promotoras de saúde, pesquisadores da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, da Escola Superior de Saúde de Vila Real – UTAD, da Escola Superior de Enfermagem da Cruz Vermelha Portuguesa de Oliveira de Azeméis, da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria, da Escola Superior de Saúde da Universidade dos Açores, da Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve e das universidades federais Fluminense e de Pernambuco (Brasil).

Este grupo teve o apoio do coordenador da Rede Ibero-americana de Universidades Promotoras de Saúde (RIUPS), Hiram Arroyo, do presidente de IREFREA - Portugal (Instituto Europeu para o Estudo dos Fatores de Risco em Crianças e Adolescentes), Fernando Mendes, e do presidente de Associação Existências, Paulo Anjos.

De acordo com a organização do III Curso Internacional de Pesquisa-ação Participativa em Saúde, formação que vai prolongar-se até dezembro de 2017, “este foi um passo importante de consolidação da parceria entre escolas superiores de Enfermagem e de Saúde de língua portuguesa”.

Especialistas revelam
Cerca de 10 mil portugueses têm lúpus, doença autoimune que afeta principalmente mulheres, segundo números estimados por...

O lúpus é uma doença crónica que tem manifestações diversas e pode afetar vários órgãos e sistemas, podendo ter impacto significativo na qualidade de vida do doente.

Nos últimos dois anos surgiram novos tratamentos, a que os doentes portugueses têm acesso sem problemas, que permitem tratar melhor, dar mais qualidade de vida, são importantes para combater a fadiga própria da doença e permitem evitar a cortisona, segundo explicou a médica Francisca Moraes-Fontes, responsável pela unidade de doenças autoimunes do Hospital Curry Cabral.

A especialista é ainda coordenadora do congresso nacional sobre doenças autoimunes, reunido a partir de hoje e durante três dias em Lisboa, onde peritos e médicos de várias especialidades vão debater precisamente os conhecimentos mais recentes sobre o lúpus.

A doença surge geralmente no início da idade adulta e afeta sobretudo mulheres – por cada nove mulheres com lúpus, apenas um homem tem, apesar de a comunidade científica ainda não ter respostas para esta prevalência no sexo feminino.

O lúpus é muito heterogéneo, há um mosaico de manifestações muito diversas e nem sempre tem manifestações cutâneas que geralmente a população associa à doença.

Outra das particularidades, segundo Francisca Fontes, reside no facto de os médicos não conseguirem prever como vai ser o percurso do doente no momento em que é feito o diagnóstico.

A doença pode começar por manifestar-se como uma dor articular mas evoluir noutra altura para uma forma em que afeta a função renal ou mesmo o cérebro, por exemplo.

“É uma doença para a qual temos de estar atentos, se não o diagnóstico não é feito”, avisa Francisca Fontes, que reconhece que os médicos vão estando mais despertos para o lúpus.

Para os médicos é central que o doente tenha cada vez mais conhecimento sobre a doença, porque a sua capacitação influencia a forma como lidará com a patologia.

De hoje até sábado, especialistas nacionais e internacionais estão reunidos em Lisboa essencialmente para atualizarem os seus conhecimentos sobre a doença e debaterem as novas formas de abordagem.

EUA
Uma empresa biotecnológica do Alabama, nos Estados Unidos, desenvolveu uma pastilha elástica que absorve determinadas...

A Volatile Analysis juntou-se à organização sem fins lucrativos Hudson Alpha para desenvolver uma pastilha elástica capaz de absorver os chamados compostos voláteis presentes na saliva humana.

Essas substâncias são segregadas por determinados tipos de cancro, libertadas na corrente sanguínea ou na respiração e depois absorvidas pela saliva, explica Katherine Bazemore, diretora executiva da Volatile Analysis, que refere que um pulmão saudável e um pulmão com cancro exalam compostos diferentes.

Segundo o jornal Daily Mail, esta pastilha servirá de marcador, ajudando a detetar a presença de doenças oncológicas, como tumores do pâncreas, pulmões e da mama.

De acordo com o referido jornal, escreve o Sapo, a pastilha, depois de mascada durante 15 minutos, é analisada para detetar a presença dessas substâncias tumorais.

Portugal tem atualmente cerca de 500 mil sobreviventes de cancro e perto de 100 mil doentes em tratamento, segundo dados da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Vítor Veloso, presidente da Liga, diz que o cancro se tem tornado cada vez mais uma doença crónica e já não tanto uma doença aguda.

"Apesar de a incidência [novos casos] estar a aumentar, a cura e a sobrevivência com grande qualidade de vida são cada vez mais evidentes", declarou Vítor Veloso, no início deste mês, na sessão de encerramento dos 75 anos da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

Estudo
A investigação levada a cabo pelos cientistas do Instituto Karolinska foi testada em ratos de laboratório e consiste em...

A doença de Parkinson afeta as capacidades motoras e cerebrais do doente e, cientistas do Instituto Karolinska, na Suécia, testaram um método de reprogramação genética, em ratos de laboratório, com o intuito de transformarem células cerebrais em neurónios produtores de dopamina – neurotransmissor responsável por diversas funções no cérebro e no corpo, incluindo o controlo de movimentos, aprendizagem, humor, emoções, funções cognitivas e memória.

Através deste método, escreve o Observador, os ratos apresentaram melhorias em termos de mobilidade e tremores. A doença de Parkinson pode levar a um abrandamento de movimentos e a tremores involuntários devido à falta de dopamina. David Dexter, um dos investigadores do estudo, explica a Nature Biotechnology que este estudo “oferece uma maneira completamente nova de repor as células que se perderam com a Parkinson”, sendo que a reposição dessas células é apontada pelo investigador como uma possível maneira de reverter os sintomas da doença e, “um dia, poderá levar à cura”.

O processo levado a cabo pelos cientistas passa por manipular as células cerebrais comuns, que normalmente produzem astrócitos, e transformá-las em células semelhantes a neurónios produtores de dopamina. Este feito foi conseguido depois de testarem diversos genes que ajudam a criar neurotransmissores. O resultado final foi obtido através da combinação de quatro genes com outras moléculas que foram injetadas nos ratos com Parkinson. Os ratos demoraram entre duas a cinco semanas até começarem a mostrar melhorias da doença.

Astrócito
São as células mais abundantes do sistema nervoso central e são as que possuem maiores dimensões. São responsáveis por diversas funções, tais como: preencher o espaço entre os neurónios; regular a concentração de substâncias que possam interferir com certas funções; regular neurotransmissores; providenciar suporte ao cérebro e ajudar em funções imunitárias.

“O que este estudo tem de diferente”, explica ao The Independent Ernest Arenas, que liderou a experiência, “é que utilizamos a programação para transformar as células de astrócito num neurónio que é funcional em pessoas”. A experiência está a ser estudada já há seis anos e é o primeiro protótipo do género, no entanto, os cientistas ainda não sabem se este novo método poderá trazer complicações aos pacientes.

Ao The Independent, Christopher Morris, professor de neurotoxicologia na Universidade de Newcastle, levantou questões pertinentes sobre o estudo ao questionar-se sobre a capacidade destas novas células produzirem a sua própria dopamina e por quanto tempo serão capazes de se manter estáveis nos ratos de teste.

Atualmente ainda não se sabe as causas que levam ao aparecimento da doença de Parkinson mas suspeita-se que seja uma combinação de fatores genéticos e ambientais. A doença afeta, maioritariamente, pessoas a partir dos 50 anos apesar de que uma em cada 20 apresenta sintomas antes dos 40 anos.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
As regiões do Funchal e Porto Santo, arquipélago da Madeira apresentam hoje risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), as regiões do Funchal e Porto Santo, arquipélago da Madeira, apresentam hoje risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação ultravioleta (UV).

As regiões de Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Guarda, Penhas Douradas, Leiria, Portalegre, Santarém, Setúbal, Vila Real, Viana do Castelo, Porto, Faro, Viseu Angra do Heroísmo (ilha Terceira, Açores) e Santa Cruz das Flores (ilha das Flores, Açores) apresentam hoje risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação UV.

De acordo com o Instituto, a exceção vai para Ponta Delgada (ilha de São Miguel, Açores) e na Horta (ilha do Faial, Açores) com risco ‘moderado’.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado, apresentando-se muito nublado no litoral oeste até final da manhã, nebulosidade que poderá persistir em alguns locais da faixa costeira.

Durante a tarde, o Instituto prevê um aumento de nebulosidade nas regiões do interior Norte e Centro, onde há condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros e trovoada.

A previsão aponta ainda para vento fraco, tornando-se fraco a moderado do quadrante oeste a partir do início da tarde, neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais e descida da temperatura máxima, mais significativa no litoral oeste.

Em Lisboa as temperaturas vão variar entre 13 e 22 graus Celsius, no Porto entre 12 e 19, em Vila Real entre 11 e 27, em Viseu entre 10 e 26, em Bragança entre 09 e 27, na Guarda entre 09 e 22, em Coimbra entre 11 e 23, em Castelo Branco entre 12 e 27, em Santarém entre 12 e 25, em Évora entre 10 e 26, em Beja entre 11 e 26 e em Faro entre 12 e 24.

ONU
A Organização Mundial de Saúde informou hoje que quase dois mil milhões de pessoas ainda utilizam água potável contaminada com...

“Nos dias de hoje, quase dois mil milhões de pessoas utilizam uma fonte de água potável contaminada por fezes, o que os deixa vulneráveis à cólera, disenteria, tifóide e pólio”, disse a diretora do departamento de saúde pública na Organização Mundial de Saúde (OMS), Maria Neira.

"Estimamos que a água potável contaminada cause mais de 500.000 mortes por diarreia todos os anos”, afirmou, em comunicado.

Em 2015, os países elaboraram, no quadro das Nações Unidas, uma lista de 17 objetivos de desenvolvimento sustentáveis para 2030. Um destes objetivos é garantir o acesso de todos à água e ao saneamento e garantir uma gestão sustentável dos recursos hídricos.

Este objetivo não poderá ser atingido “a menos que sejam tomadas medidas para utilizar os recursos financeiros de forma mais eficaz e aumentar os esforços para identificar novas fontes de financiamento”, de acordo com as previsões da OMS no relatório anual “Análise e avaliação mundiais sobre o saneamento e água potável”.

Os países aumentaram a despesa média anual em 4,9% na água, saneamento e higiene durante os últimos três anos, indicou o relatório.

No entanto, 80% dos países referiram que os financiamentos dedicados à água, saneamento e higiene são ainda insuficientes para responder às metas da ONU.

Para atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU no que diz respeito à água e saneamento, os investimentos em infraestruturas devem triplicar e atingir 114 mil milhões de dólares (107 mil milhões de euros) por ano, segundo os números do Banco Mundial, citados pela OMS. Estes dados não incluem custos de financiamento e de manutenção.

Para conseguir isso, a OMS sublinhou a necessidade de encontrar novas formas de financiamento, tais como impostos.

“É um desafio que temos capacidade de resolver”, afirmou Guy Ryder, presidente da ONU-Água e diretor geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em comunicado.

“Aumentar o investimento na água e no saneamento pode gerar benefícios importantes para o desenvolvimento e saúde humana, e criar emprego”, disse.

Protocolo assinado
O Centro Hospitalar Barreiro Montijo assinou um protocolo de cooperação com o Centro Hospitalar de Lisboa Norte, com o objetivo...

"Este protocolo visa o estabelecimento de ações de cooperação no domínio da saúde, nomeadamente nas áreas da cooperação técnica, documentação e informação, formação e especialização, investigação e prestação de serviços de saúde", refere o Centro Hospitalar Barreiro Montijo, em comunicado.

O centro hospitalar explica ainda que a operacionalização de projetos em cada uma das áreas será objeto de acordos específicos.

"Com o objetivo de disponibilizar aos utentes do Centro Hospitalar Barreiro Montijo (CHBM) uma resposta assistencial mais abrangente na área da Gastrenterologia, especificamente, o acesso a exames de elastografia hepática (Fibroscan), foi também assinado um acordo específico que permite aos médicos de Gastrenterologia do CHBM realizar estes exames nas instalações do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN), aos utentes do CHBM", acrescenta.

Governo da Madeira
O conselho do governo da Madeira anunciou ter autorizado a aquisição de fármacos destinados a tratamento de doenças autoimunes...

O texto das conclusões da reunião semanal do executivo madeirense liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque diz que foi também dada a concordância para a celebração de um contrato programa envolvendo uma verba de cerca de 478 mil euros destinada a apoiar os encargos com a formação de enfermeiros para o Serviço de Saúde da Região Autónoma (SESARAM).

Este órgão do governo insular também decidiu criar uma a denominada ‘Estrutura de Missão para as Comemorações dos 600 anos do Descobrimento da Madeira e Porto Santo’.

Esta estrutura tem um caráter temporário e tem por objetivo “planificar, organizar e monitorizar os eventos comemorativos dos 600 anos do descobrimento da Madeira e Porto Santo”, permitindo uma articulação “necessária com os diversos setores e entidades, públicas e privadas” envolvidas no programa comemorativo.

O documento ainda menciona que o governo regional vai apoiar com 300 mil euros a realização do Rali Vinho Madeira 2017.

Foi igualmente autorizada a celebração de outros quatro contratos-programa na ordem dos 47 mil euros destinados a ajudar a realização de iniciativas promovidas por diversas instituições em vários locais da região, como a Rota do Açúcar, o 2.º Festival Apanha da Cana, XVI Exposição Regional do Limão e a Expo Tropical – 2.ª Mostra de Frutos e Sabores Subtropicais.

O executivo do arquipélago deliberou também atribuir à Associação de Criadores de Gado das Serras do Poiso um montante de 12 mil euros, “tendo em vista a condução ordenada e racional dos rebanhos em apascentação no perímetro florestal das serras” daquela zona da ilha da Madeira.

Em 2016
Quase 70 mil reclamações deram entrada na Entidade Reguladora da Saúde no ano passado, um acréscimo superior a 13 mil queixas...

Hoje na comissão parlamentar de Saúde, a presidente da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), Sofia Nogueira da Silva, deu conta aos deputados de que em 2016 deram entrada no regulador mais de 69 mil reclamações.

Segundo dados oficias da entidade, em 2016 houve 69.511 reclamações relativas a prestadores de cuidados de saúde, enquanto em 2015 tinham entrado 55.848.

Também o número de reclamações que foram decididas pelo regulador aumentou substancialmente no ano passado, com mais de 52 mil queixas que obtiveram uma decisão, contra cerca de 20.500 em 2015.

Das reclamações decididas pela ERS em 2016, 36% foram arquivadas com transferência para uma entidade externa, 9,7% deram origem a abertura de um processo, 4% foram arquivadas internamente e quase metade foram anexadas a processos de outras reclamações já em curso.

Mas dos processos entrados no regulador, muitos são também elogios ou louvores aos serviços prestados, sendo mesmo o tema com maior percentagem de processos apreciados.

Quanto aos temas mais apreciados nas reclamações, estão os tempos de espera, procedimentos administrativos, focalização no utente ou acesso a cuidados de saúde.

A ERS disponibiliza, no seu ‘site’ na internet, um formulário que os utentes dos serviços de saúde podem utilizar para expor uma situação ou fazer uma reclamação.

Caso o reclamante tenha escrito a sua exposição no Livro de Reclamações disponível no prestador de saúde pode também remeter à ERS o duplicado da exposição, que lhe deve ser entregue no momento da reclamação.

Se o utente endereçar a sua exposição diretamente ao prestador de saúde através de carta, e-mail ou por fax, pode igualmente remeter à ERS cópia do documento.

Governo
Todos os concelhos de Portugal com corporações de bombeiros vão ficar dotados este ano com um Posto de Emergência Médica, num...

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) vai também este ano colocar em funcionamento 24 novas ambulâncias e substituir outras 41, num total de 65 novos meios, num investimento estimado em 3,5 milhões de euros.

O aumento do número de ambulâncias permitirá “mais de 1.000 turnos de oito horas mensais”, mais de 12 mil turnos por ano, segundo dados divulgados hoje na apresentação, em Lisboa, do novo modelo de constituição de Postos de Emergência Médica (PEM) e do plano para renovação da frota do INEM num prazo de cinco anos.

Segundo o presidente do INEM, vão existir “320 postos de emergência médica ativos” em todo o país, ficando apenas a descoberto o concelho de Castro Marim porque não tem corporação de bombeiros.

O objetivo desta medida “é criar melhores condições para que os operacionais no terreno tenham condições para prestar o socorro que as populações precisam”, nomeadamente em caso de acidente e doença súbita, disse Luís Meira.

No final da cerimónia, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, destacou, em declarações aos jornalistas, a importância do protocolo, assinado entre a Liga dos Bombeiros Portugueses e o INEM, para renovar mais rapidamente as frotas, que “em muito casos estão ausentes ou degradadas”.

Mas o protocolo também permitirá estabelecer, em vez de competição, um “novo clima de cooperação, num país que tem poucos meios, que não é rico”, e em que “todas as vontades importam para servir melhor as populações”, disse o ministro.

Relativamente à renovação da frota, Adalberto Campos Fernandes disse que o objetivo é que, ”até 2021, toda a frota seja renovada e substituída”.

“Há equipamentos em circulação que têm 15 anos”, disse o ministro da Saúde.

De acordo com o presidente do INEM, há neste momento 316 ambulâncias que estão entregues aos bombeiros e à Cruz Vermelha Portuguesa, no âmbito de protocolos de estabelecimentos de PEM.

Além disso, há mais de 100 ambulâncias de emergência médica e de suporte imediato de vida. “No total, estamos a falar de uma frota que ultrapassa as 400 unidades”, disse Luís Meira.

Com o protocolo, os bombeiros vão poder adquirir as viaturas e “ultrapassar os constrangimentos a que e legislação obriga e que impõe uma morosidade que não é compatível com as necessidades do socorro”, salientou Luís Meira, exemplificando que “o último processo de aquisição de ambulâncias demorou quase dois anos”.

Para o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Soares, hoje foi dado um “passo muito importante para melhorar a vida dos portugueses”.

“O protocolo permite transferir competências do INEM, como a aquisição de viaturas, para os bombeiros, o que aligeira o processo e afirma uma confiança no parceiro bombeiros”, disse Jaime Soares aos jornalistas.

“Valeu a pena andar durante muitos anos a pugnar por determinadas situações, que vieram a concretizar-se”, rematou Jaime Soares.

Também para o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, foi “dado um passo importantíssimo” na cooperação entre os bombeiros e o INEM.

“O país não pode desperdiçar tempo nem energias com conflitos inúteis, esse tempo, na minha opinião, terminou hoje”, sublinhou Jorge Gomes, acrescentando: Hoje vivemos “um novo tempo de congregação de esforços com um objetivo maior, proteger a saúde dos portugueses e socorrê-los com eficácia nas urgências”.

XII Simpósio Internacional de Aleitamento Materno
Realizou este fim-de-semana em Florença (Itália) o XII Simpósio Internacional de Aleitamento Materno

O encontro esteve centrado em três eixos principais: os componentes únicos e diferenciais do leite materno, a sua importância nos bebés prematuros e os resultados recentes de estudos de investigação básica realizados sobre o leite materno. As diferentes palestras responderam a muitas das dúvidas que mães, pais e profissionais da saúde têm sobre o leite humano e o aleitamento materno. Com base nos últimos avanços no âmbito da investigação nestes campos, desmentiram ou confirmaram muitos dos paradigmas que se utilizam na sociedade atual em torno desta prática.

Com os principais temas tratados no XII Simpósio Internacional de Aleitamento Materno, foi elaborado o seguinte decálogo de verdades e mentiras sobre o leite humano e aleitamento materno:

1. Cerca de 80% dos bebés em todo o mundo são alimentados exclusivamente com leite humano durante os primeiros seis meses de vida.

Falso. Segundo afirmou a Dra. Diane Spatz, professora do Perinatal Nursing e professora de Nutrição Helen M. Shearer da Faculdade de Enfermaria da Universidade da Pensilvânia (Estados Unidos), apesar das sucessivas recomendações de instituições e especialistas sobre os benefícios do leite humano, menos de 40% dos bebés no mundo são alimentados exclusivamente com leite humano. Além disso, Diane Spatz explicou na sua apresentação, “Increasing capacity for the provision of evidence-based human milk and breastfeeding support”, os diferentes projetos que se têm desenvolvido nos Estados Unidos, Tailândia e na Índia com o objetivo de valorizar os benefícios do leite humano e aumentar as taxas de amamentação.

2. Impedir aos pais o acesso à sala de prematuros traduz-se em menores taxas de aleitamento materno, menor desenvolvimento do bebé e aumento da insegurança e ansiedade dos pais.

Certo. Incorporar o contacto e cuidado dos pais ao programa neonatal ensina-lhes como cuidar melhor dos seus bebés prematuros. O médico Shoo Lee, da Universidade de Toronto e do Hospital Mount Sinai de Toronto (Canadá), explicou o funcionamento do Modelo de Atenção Integrada da Família, um estudo multicêntrico aplicado no Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Este modelo permitiu que os pais participem, desde o nascimento, de forma plena no cuidado do bebé prematuro, graças tanto ao seu envolvimento pessoal como ao da equipa da Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN).

3. O leite humano pasteurizado com o método Holder conserva todas as suas propriedades bioativas.

Falso. Caso o leite humano seja administrado ao bebé nas 24 horas seguintes à extração, não requere um tratamento térmico prévio, nem que se realize um cultivo de rotina. No caso dos bancos de leite materno, o leite humano é submetido a um processo de pasteurização (aquecer o leite a 62,5°C, durante 30 minutos), mediante o método conhecido como Holder, que garante a segurança microbiológica mas que destrói numerosas propriedades nutricionais e bioativas do leite humano.

O médico Guido E. Moro, da Associação Italiana de Bancos de Leite Humano, transmitiu na sua apresentação, “Processing of donor human milk: is there something better than Holder pasteurization?“, as investigações que estão a ser desenvolvidas para superar as limitações que o método Holder de pasteurização pressupõe. Uma alternativa que parece melhorar este processo é a pasteurização rápida: aquecer o leite humano a 72°C, entre 5 e 15 segundos. Este método, denominado High-Temperature Short-Time (HTST), já está estabelecido na indústria alimentar e começou a ser testado no leite humano. De facto, a equipa de Moro utilizou um dispositivo (HTST) desenhado especificamente para os bancos de leite humano. Na sua avaliação não se detetou crescimento de microrganismos patogénicos ou bactérias depois da pasteurização, comparativamente ao método Holder. Além disso, o conteúdo de imunoglobulina A secretória (anticorpo que evita que agentes patogénicos entrem no corpo), lisozima e lípase (enzimas) foram significativamente maiores no leite pasteurizado com HTST. Como tal, este método demonstrou ser mais eficaz, para manter as ditas propriedades, do que o método Holder.

4. O leite humano é apenas uma fonte de nutrição para a criança em crescimento. A fórmula infantil substitui-o facilmente com os mesmos ingredientes.

Falso. O leite humano proporciona benefícios para a saúde do bebé a longo prazo, como: menos obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. Estes benefícios não são fornecidos pelo leite de fórmula. O médico Bo Lönnerdal, do Departamento de Nutrição e Medicina Interna da Universidade da Califórnia (Estados Unidos), explicou na sua palestra,“Bioactive milk proteins and their impact on infant health and development”, que o leite humano tem proteínas fundamentais para o desenvolvimento do bebé, como a lactoferrina, a α-lactoalbumina, com propriedades fundamentais para o correto desenvolvimento e proteção do intestino delgado; proteínas da membrana dos glóbulos gordos do leite, com propriedades anti-infeciosas; e a osteopontina, implicada na função imunológica e, possivelmente, também no desenvolvimento do cérebro.

Além disso, Donna Geddes, professora associada da Faculdade de Ciências da Universidade de Western Austrália (Austrália), explicou que recentes investigações das crianças pré-termo alimentadas predominantemente com leite humano mostram um melhor crescimento do cérebro, maior coeficiente intelectual, memória, rendimento académico e função motora aos sete anos de idade. Estes benefícios provêm de propriedades do leite humano que não estão presentes no leite de fórmula, segundo expôs na sua palestra “Sucking dynamics of preterm infants in the NICU”.

5. O leite materno é igual em todos os mamíferos. O leite humano e o leite de vaca têm aproximadamente o mesmo número de oligossacáridos (açúcares).

Falso. A composição do leite materno raras vezes é a mesma para as distintas espécies, pelo que uma variação substancial entre os indivíduos parece influenciar a sobrevivência e bem-estar infantil, segundo afirmou a médica Katie Hinde, professora associada do Center for Evolution and Medicine da Universidade Estatal do Arizona (Estados Unidos), na sua apresentação “Species-specific features of primate milk”.

De facto, há variações substanciais. A seleção natural tem sido a encarregada de modelar uma “receita biológica” específica do leite materno nos mamíferos, de modo a apoiar as prioridades de desenvolvimento dentro do contexto socio-ecológico de cada espécie. No caso dos primatas, o papel do leite é substancialmente diferente em aspetos como a eliminação dos vírus, o perfil de glicanos e a proteoma do leite. No leite de vaca, até ao momento, os científicos identificaram aproximadamente 40 oligossacáridos (açúcares), ao passo que o leite humano tem mais de 200. Estes oligossacáridos servem como pré-bióticos, estimulando a digestão infantil, destruindo bactérias intestinais nocivas e ativando o sistema imunológico do bebé.

6. Os recém-nascidos prematuros carecem de uma estrutura craniofacial desenvolvida que lhes permita pegar no peito. Obrigá-los a amamentar pode provocar uma má-formação permanente da estrutura craniofacial.

Falso. Um bebé prematuro que desenvolva gradualmente a força do vácuo e a coordenação de chupar-engolir-respirar para amamentar pode ajudar a sua estrutura craniofacial a desenvolver-se ao longo de uma trajetória mais normal e saudável. Além disso, segundo afirmou a médica Geddes, a má oclusão reduz-se em cerca de 68% nos bebés que tenham sido amamentados.

7. Fomentar o contacto pele com pele entre as mães e os recém-nascidos na maternidade e na unidade de neonatologia reduz a morte súbita dos recém-nascidos nas primeiras horas e dias depois do parto.

Certo. O contacto pele com pele imediatamente depois do parto favorece a adaptação metabólica cardiorrespiratória e térmica além de propiciar a colonização da pele do trato gastrointestinal do recém-nascido com microorganismos não patogénicos da mãe.

Na sua exposição, o médico Riccardo Davanzo, da Área de Pediatria e Neonatologia do Hospital Madonna delle Grazie de Matera (Itália) e da Área de Neonatologia do Instituto de Saúde Materno-Infantil do IRCCS Burgo Garofolo de Trieste, transcreveu os resultados do protocolo de melhores práticas implementado neste último centro, com o objetivo de prevenir o Colapso Neonatal Repentino e Inesperado (SUPC, pelas siglas em inglês), ou morte súbita. A morte súbita pode afetar os recém-nascidos nos primeiros sete dias e, particularmente, nas duas primeiras horas de vida.

Este protocolo inclui diferentes aspetos, como: informação oral e escrita pré-natal e pós-natal inicial aos pais; avaliação periódica (posição, cor e respiração) do recém-nascido aos 10, 30, 60, 90 e 120 minutos de vida pelos enfermeiros e/ou o pediatra no bloco partos; o desânimo de partilhar a cama, o estímulo do contacto pele com pele apenas quando as mães estão completamente despertas, para evitar o risco de morte súbita do bebé; e, finalmente, não deixar as mães sozinhas com o bebé nas primeiras horas depois do nascimento.

8. O aleitamento materno poderia prevenir a morte por cancro de até 25.000 a cada ano.

Certo. A médica Catharina Svanborg, responsável do departamento de Microbiologia, Imonulogia e Glicobiologia do Institute of Laboratory Medicine da Universidad de Lund (Suécia), que tem investigado durante mais de 15 anos os benefícios do leite humano contra o cancro de mama, explicou na sua apresentação, “HAMLET from serendipity to the clinic”, as características de HAMLET, um complexo anti tumoral formado por proteínas e lípidos (α-lactoalbumina e ácido oleico).

A sua potência contra o cancro provem do seu mecanismo de ação, já que induz a apoptose (morte celular programada) em células tumorais sem afetar as células saudáveis. Assim, HAMLET elimina mais de 40 linfomas e carcinomas diferentes in vitro. A nível mundial, morrem quase 100.000 crianças menores de 15 anos a cada ano. Cerca de 40% desses cancros são leucemia ou linfoma, e o aleitamento materno pode reduzir em 64% o risco desses cancros infantis. O leite humano também está associado a reduções dramáticas no risco de cancro de mama para as mães que amamentam.

9. Para um bebé nascido pré-termo o leite humano, seja doado ou materno, é a melhor opção.

Falso. Os bebés prematuros evoluem de forma mais satisfatória se ingerem leite da própria mãe fortificada. Se esta opção não é possível, o leite doado e o leite de fórmula são, por esta ordem, as melhores alternativas. Assim expôs o médico Luigi Corvaglia, professor associado da UCIN do Hospital S. Orsola Malpighi da Universidade de Bolonha (Itália), durante a sua intervenção no XII Simpósio Internacional de Aleitamento Materno.

Além disso, na sua palestra, “Human milk benefits for preterm infants in the NICU”, Corvaglia, frisou que os problemas de peso dos bebés prematuros podem ser abordados seguindo um protocolo individualizado de fortificação.

10. O aleitamento materno facilita a poupança de custos para os Serviços Nacionais de Saúde.

Certo. Embora apenas 10% da população neonatal anual nasça prematura, a nível mundial, o tratamento hospitalar dos neonatos prematuros representa cerca de 50% de todos os custos de atenção da saúde do recém-nascido. Segundo os dados do estudo “The Health economic value of feeding human milk to preterm infant”, elaborado pelo York Health Economics Consortium (YHEC), da poupança total estimada por criança que seja alimentada com leite materno, cerca de 64,5% (670,6€) aplica-se ao período durante o qual a criança permanece hospitalizada na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN) e os 35,5% restantes (369€) estariam vinculados à redução de doenças a longo prazo e complicações após alta hospitalar.

Segundo o relatório Euro-Peristat, Portugal é um dos países da Europa com maior taxa de bebés prematuros, na proporção de um a cada 13 nascimentos, pelo que nascem anualmente no nosso país cerca de 7.736 crianças prematuras. A poupança de custos estimada para Portugal, tendo por base as conclusões do estudo, ascenderia a 8,04 milhões de euros anuais.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Entidade Reguladora da Saúde
A Entidade Reguladora da Saúde está a estudar a prática da transferência de doentes oncológicos do privado para o público a...

“É uma área que se está a estudar e a recolher informação junto dos prestadores públicos e depois iremos buscar informação junto dos privados”, afirmou hoje a presidente da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), Sofia Nogueira da Silva, durante uma audição na comissão parlamentar de Saúde, respondendo aos deputados que levantaram a questão dos doentes com cancro transferidos a meio do tratamento.

Nos últimos anos têm sido muitos os doentes que, seguidos em instituições privadas através de seguros de saúde, tiveram de interromper tratamentos e ir para as unidades públicas, mas a verdadeira dimensão do problema não é conhecida ainda.

Este ano, a Entidade Reguladora da Saúde emitiu um parecer a recomendar que os hospitais privados informem os doentes dos custos dos tratamentos.

O ministro da Saúde tem considerado lamentável e mesmo cruel esta transferência de doentes e disse no mês passado no parlamento que quer avançar com uma iniciativa legislativa para impedir esta transferência de doentes.

Sobre outros temas, na comissão parlamentar de hoje, a presidente da ERS afirmou que quer contratar este ano 27 trabalhadores e sublinha que atualmente o organismo tem apenas os "recursos mínimos", o que "limita muitíssimo" a sua atividade.

A responsável frisou que tem havido "fortes limitações ao crescimento" do regulador, que tem 60 trabalhadores mas necessitaria do dobro para o cumprimento cabal da sua missão.

Apesar de ter verba e autonomia financeira, a ERS necessita de autorização da tutela para recrutar pessoal, um processo que se tem vindo a revelar demorado ao longo dos anos.

Sofia Nogueira da Silva espera que este ano sejam contratados 27 novos funcionários e pretende que nos próximos dois anos haja contratações adicionais, referindo uma “necessidade absolutamente flagrante de crescer”.

Os deputados da comissão de saúde questionaram a presidente da ERS sobre o relatório de auditoria do Tribunal de Contas, que em janeiro foi divulgado, e que detetou excedentes de tesouraria.

O Tribunal considerou que as receitas oriundas das taxas cobradas pela ERS aos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde têm sido “substancialmente superiores” aos custos operacionais. Aliás, estas taxas originaram a acumulação de excedentes de tesouraria no total de 16,9 milhões de euros que seriam suficientes para financiar a atividade da ERS durante quase quatro anos.

Na perspetiva da presidente da ERS, as receitas têm vindo a subir porque houve alargamento das competências, enquanto a despesa não tem aumentado, muito pelas limitações à contratação de pessoal.

Sobre a questão concreta de se as taxas aplicadas aos prestadores de saúde são excessivas, Sofia Nogueira da Silva lembrou que as taxas são definidas por portaria e não pelo regulador e avisou que cortar a receita da ERS pode impedir o cumprimento da sua missão.

Estudos revelam
O leite humano, além dos numerosos benefícios que traz ao crescimento e desenvolvimento da saúde ideal do bebé, também tem um...

Demonstrou-se a eficácia dos componentes do leite humano na destruição de até 40 tipos distintos de células cancerígenas, incluindo tumores cerebrais e da pele, entre outros. Nos bebés amamentados provou-se o seu papel protetor e de defesa face ao risco de crescimento de tumores. Mesmo assim, múltiplos estudos asseguram os benefícios do aleitamento materno também para as mães, podendo reduzir o risco de cancro de mama até cerca de 30%; e, em laboratório, as células tumorais do cancro da bexiga e do cólon, este último um dos tipos mais frequentes de cancro em Portugal, reagiram face ao leite humano induzindo o seu desaparecimento e reduzindo o tamanho dos tumores.

Perante esta perspetiva, o prometedor avanço da investigação com leite humano no campo da oncologia foi um dos temas tratados no XII Simpósio Internacional de Aleitamento Materno, realizado em Florência (Itália), nos dias 7 e 8 de abril, e que reuniu profissionais relacionados com o aleitamento materno, como pediatras, neonatólogos ou responsáveis das Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN) dos hospitais.

O cancro é a segunda causa de morte em Portugal e a quinta a nível mundial, pelo que a investigação para a sua prevenção e tratamento integram parte da prioridade dos grupos de investigação. Após a realização de ensaios in vitro e in vivo, tanto com amostras animais como humanas, o potencial do leite humano apresenta-se como uma possível fonte de tratamento do cancro em adultos. O principal expoente desta investigação encontra-se na Universidade de Lund na Suécia. A médica Catharina Svanborg, responsável do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Glicobiologia do Institute of Laboratory Medicine deste centro, explicou os últimos avanços alcançados neste campo na no XII Simpósio Internacional de Aleitamento Materno, sob o título “HAMLET from serendipity to the clinic”.

Uma proteína do leite humano combate as células tumorais
A equipa de Svanborg descobriu o mecanismo através do qual o leite humano combate as células dos tumores, uma função da qual se encarrega uma proteína componente do leite, a lactoalbumina. A sua junção com um ácido gordo forma um complexo denominado HAMLET (lactoalbumina alfa humana letal para células tumorais) que induz a morte das células tumorais, respeitando as células saudáveis. Um fator essencial para a prevenção nos bebés e para o futuro desenvolvimento de tratamentos.

Uma das zonas onde se mais testou a efetividade deste complexo como tratamento anti tumoral foi na bexiga. Os ensaios realizados com pacientes com cancro evidenciaram a redução dos tumores em muito pouco tempo. Após a substituição do tratamento com fármacos atuais pelos componentes do leite humano, foi possível observar em cinco dias a eliminação de células tumorais através da urina. Além disso, as mudanças registadas no tamanho e na aparência dos tumores abrem espaço para se prosseguir a investigação desta linha terapêutica.

Quanto ao cancro do colón, a experimentação com ratos constitui a base para futuras investigações. Em laboratório demonstrou-se que os tumores reduzem o seu tamanho a uma média de 60%, aumentando a esperança de vida dos animais em 40 pontos conceituais. Por sua vez o potencial preventivo do leite humano manifesta-se num menor aparecimento de tumores e metástases nos ratos saudáveis. Futuras investigações irão basear-se nesta premissa para desenvolver fármacos que diminuam o risco de tumores nas pessoas mais vulneráveis ou com mais antecedentes.

O objetivo da equipa de Catharina Svanborg é levar a cabo um ensaio clínico a grande escala com uma amostra significativa de pacientes, focando naqueles tipos de cancro para os quais ainda não se definiu uma cura totalmente efetiva.

Proteção face ao cancro de mama
Por detrás do aleitamento materno também se escondem benefícios para as mães, que têm sido evidenciados por numerosos estudos científicos. Sendo o cancro de mama o primeiro, em número de casos nas mulheres em Portugal, assume um maior significado realçar a importância de amamentar nos primeiros anos de vida dos recém-nascidos, já que o risco das mulheres desenvolverem cancro de mama diminui graças ao aleitamento.

A investigação atual evidencia que 12 meses de amamentação estão relacionados com uma redução do risco em cerca de 4,3%, com efeito acumulativo. Desta forma, uma mulher que amamente três filhos, durante dois anos cada um, terá cerca de 25,8% menos de probabilidades de desenvolver cancro de mama. De igual modo, foram publicados resultados a favor de uma maior taxa de sobrevivência em pacientes de cancro de mama em mulheres que deram de mamar.

Nos países desenvolvidos, as fracas taxas de aleitamento materno estão relacionadas com uma maior incidência de cancro. Em Portugal apenas metade (50%) das mães elegem o leite materno para os seus filhos durante os primeiros três meses. Pelo contrário, o cancro de mama afeta uma em cada nove mulheres, segundo dados da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC). Da ciência insistem que, mesmo nos casos de mulheres com antecedentes familiares desta doença, é possível reduzir em cerca de 59% o risco do aparecimento de tumores antes da menopausa graças ao aleitamento materno.

Os investigadores reforçam, aliás, a importância de se continuar a investigar o leite humano, uma vez que os seus benefícios estão sendo muito mais amplos do que seria esperado.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, assegurou hoje que o pagamento das horas extraordinárias a 75% aos médicos...

A reposição integral do pagamento das horas extraordinárias para todos os clínicos é uma das reivindicações dos sindicatos médicos que levaram à convocação de uma greve para os dias 10 e 11 de maio.

Em declarações aos jornalistas, à margem da cerimónia de apresentação do novo modelo de constituição dos Postos de Emergência Médica, o ministro explicou que está em tramitação legislativa uma alteração ao decreto-lei da execução orçamental, que prevê o pagamento das horas extraordinárias, “embora de uma forma diferenciada”.

“Nós já afirmámos aos sindicatos que irá haver uma alteração a esse decreto-lei, para que não haja nenhum tipo de exceção e ela seja aplicada a todos os profissionais”, disse Adalberto Campos Fernandes.

“Isso está em tramitação legislativa, ocorrerá dentro de dias, e, portanto, a 01 de abril os efeitos [retroativos] estão garantidos e a alteração que foi negociada e comunicada aos sindicatos está assegurada”, sustentou.

Sobre a convocação da greve pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM), o ministro disse que “muitas das reivindicações” que apresentam “são justas e vão ser acolhidas”, apesar de algumas poderem não ser já.

O ministro disse ainda compreender “muito bem aquilo que é a retórica sindical, a retórica política e os exercícios que se fazem para negociar”.

“Nós estamos a negociar, não vejo nos sindicatos nenhuma má-fé, e tenho a certeza que esse espírito de negociação, que continua a existir, vai permitir que na semana em que o papa nos visita e que Portugal está virado para a maior concentração de visitantes num espaço de tempo muito curto, os sindicatos serão os primeiros a perceber que os médicos terão dificuldade em parar a sua atividade”, frisou.

Os sindicatos estão contra a falta de concretização de medidas por parte do Governo e têm reclamado a reposição integral do pagamento das horas extraordinárias para todos os médicos.

Na segunda-feira, divulgaram uma carta ao ministro da Saúde na qual mostravam o desagradado pela proposta de calendário e temas de negociação entre Governo e estruturas sindicais.

“As promessas ministeriais continuam a não ter tradução em atos concretos e em medidas de solução dos problemas existentes. As reuniões ditas negociais não passam de simulacros e de passar o tempo", afirmam os dirigentes do Sindicato Independente dos Médicos e da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), numa nota divulgada aos jornalistas no final do encontro.

Professores
O Governo acatou a recomendação do provedor de Justiça sobre a adoção de medidas que garantam juntas médicas regulares e a...

A recomendação do provedor, de 07 de dezembro de 2016, visava a aplicação de medidas com vista à extinção da omissão de realização de juntas médicas de verificação de doença em diversos serviços regionais e a divulgação, junto das escolas, de orientações que garantam o respeito pelo regime aplicável aos trabalhadores em situação de doença prolongada.

“Por despacho da secretária de Estado Adjunta e da Educação, foi acolhida a posição (…) sobre o regime a adotar nos casos de trabalhadores afetados por doença prolongada que não são submetidos a junta médica por razões que não lhes são imputáveis”, refere a Provedoria em comunicado.

O Governo informou também que estão em curso diligências para ultrapassar os constrangimentos que têm impedido a realização regular de juntas médicas nalguns serviços regionais de educação.

No entender do provedor de Justiça, “a omissão de realização de juntas médicas de verificação de doença, para além de ilegal, produz, desde logo, danos relevantes no plano da economia e eficiência que devem nortear a atividade administrativa, incluindo aquela em que a Administração Pública reveste a qualidade de empregadora”.

A recomendação foi emitida após queixas recebidas por este órgão do Estado por não serem realizadas com a regularidade devida juntas médicas, constrangimentos “nuns casos motivados pela omissão da designação, pelo Ministério da Saúde, do médico que deve integrar as juntas e, noutros, por razões ligadas a falta de disponibilidade orçamental para a contração de médicos”.

Cuidados de saúde
O universo de beneficiários vai ser alargado. A dúvida é saber qual o desconto que terão de pagar e se haverá restrições na idade.

Atualmente, há cerca de 100 mil pessoas a trabalhar para o Estado que não têm direito à ADSE porque não têm um contrato de trabalho em funções públicas. A intenção, para já, é abrir o sistema aos trabalhadores dos hospitais EPE que têm contrato individual ou a trabalhadores de outras empresas públicas nas mesmas circunstâncias. A ideia é que os novos beneficiários paguem uma contribuição para poderem usufruir da ADSE. O valor a pagar será semelhante aos 3,5% exigidos aos atuais beneficiários titulares, escreve o jornal Público.

ADSE alargada a todos os cônjuges a troco de desconto
Neste momento, a ADSE só abrange os cônjuges dos beneficiários titulares que não descontem para outros sistemas (o caso das domésticas, por exemplo). A ideia é que todos os cônjuges (mesmo os que trabalham no sector privado) possam beneficiar da ADSE, pagando uma contribuição que poderá oscilar entre os 2,5% e os 2,8% (um modelo semelhante ao que vigora na Assistência na Doença aos Militares). Liberato Baptista já disse que está prevista uma matriz em função da idade, do género e do rendimento que irá definir os valores mínimos mensais a pagar. A grande questão que aqui se coloca, além do valor do desconto, é saber se haverá restrições à inscrição do cônjuge em função da idade. Alguns sindicatos defendem que não pode haver qualquer restrição, enquanto outros defendem que haja um limite mínimo (abaixo dos 65 anos), para garantir sustentabilidade ao sistema.

Filhos entre 26 e 30 anos podem beneficiar mas pagam
Agora a ADSE abrange os filhos dos beneficiários até aos 26 anos, desde que continuem a estudar, sem que seja preciso pagar qualquer contribuição adicional. A proposta de regulamento prevê que a proteção vá até aos 30 anos, sem ser obrigatório que os filhos estejam a estudar, mas desde que não trabalhem e vivam com os pais. Este benefício exigirá o desconto de um determinado montante mensal que poderá oscilar entre os 20 e os 25 euros. Alguns sindicatos entendem que este desconto representa um aumento indireto da contribuição dos beneficiários, dado que além do desconto de 3,5% o titular terá de pagar um valor fixo pelos filhos entre os 26 e os 30 anos.

Aumentar a proteção nas grandes despesas
Numa entrevista à revista Forbes, o presidente da ADSE defende que a médio prazo é preciso olhar para os benefícios e para o equilíbrio entre a pequena e a grande despesa. É que a ADSE oferece uma proteção ampla quando estão em causa despesas mais baixas (uma consulta custa 3,99 euros ao beneficiários), enquanto na grande despesa essa proteção é relativamente menor. Num internamento, por exemplo, o beneficiário paga do seu bolso 80 a 190 euros. Liberato Baptista defende que nos pequenos cuidados há espaço para fazer mudanças.

Novo regime abre a porta a unidades próprias
A ADSE é um regime que financia a prestação de cuidados de saúde (através do regime convencionados ou do regime livre), mas não tem unidades de saúde próprias. Como a criação do instituto da ADSE, no início de 2017, abre-se a porta a que isso possa acontecer, mas a decisão terá de ser discutida com os representantes dos beneficiários. A hipótese chegou a estar no plano de atividades para 2015, nomeadamente a “criação experimental” de unidades de cuidados de saúde primários e a prestação de serviços de medicina no trabalho, mas nunca foram dados passos nesse sentido.

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