Estudo
O veneno de um género de pequenos peixes habitantes de recifes de coral oferece possibilidades no desenvolvimento de novos...

Os blénios 'dentes-de-sabre' do género 'Meiacanthus', que não ultrapassam os 10 centímetros de comprimento, alimentam-se essencialmente de plâncton e algas, mas enfrentam agressivamente predadores muito maiores, utilizando dois dentes caninos no maxilar inferior que têm na base glândulas que segregam veneno, que os investigadores descobriram ter uma composição química complexa integrando componentes semelhantes à heroína.

"Estes peixes injetam os outros com péptidos (agregados de moléculas de aminoácidos) opióides que atuam como a heroína ou a morfina, inibindo a dor em vez de a causarem. É um veneno quimicamente notável", afirmou o principal autor do estudo, Brian Fry, da universidade australiana de Queensland.

"O veneno torna os peixes mordidos mais lentos e entorpecidos ao atuar nos centros nervosos suscetíveis às substâncias opióides", refere Brian Fry no artigo que dá conta do estudo, publicado na revista Current Biology, e que envolveu também investigadores da universidade holandesa de Leiden, das universidades britânicas de Liverpool, Bangor e Anglia Ruskin e da universidade internacional Monash.

Os investigadores testaram as propriedades do veneno dos pequenos peixes em ratos de laboratório.

Os medicamentos à base de opióides sintéticos são poderosos no combate à dor intensa, provocada por cancros por exemplo, mas provocam altos níveis de dependência.

Estudos publicados em revistas científicas têm dado conta também do potencial do veneno de um molusco marinho da família dos cones como alternativa a medicamentos opióides no controlo da dor.

Brian Fry defende que o estudo sobre o veneno dos blénios "é um excelente exemplo das razões por que a natureza deve ser protegida", para que não desapareçam espécies aparentemente insignificantes mas que poderão dar origem a novos medicamentos.

A família dos blénios (‘Blenniidae’) inclui mais de 400 espécies, distribuídas por 58 géneros, presentes em águas quentes e temperadas nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico.

Em Portugal existem várias espécies de blénios - de um género distinto dos blénios dentes-de-sabre -, que são frequentemente considerados cabozes, apesar de serem de uma família diferente, e também conhecidos pelo nome comum 'Marachomba'.

OMS
Mais de 300 milhões de pessoas vivem com depressão, a principal causa de problemas de saúde e de incapacidade laboral no mundo,...

De acordo com um comunicado da Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão aumentou mais de 18 por cento entre a população mundial em dez anos, entre 2005 e 2015.

As novas estimativas foram divulgadas a uma semana do Dia Mundial da Saúde, que se comemora a 07 de abril.

A OMS, que lançou em outubro uma campanha de sensibilização sobre a depressão, lembra que a falta de apoio para pessoas com perturbações mentais e o medo do estigma social evitam que muitos doentes acedam aos tratamentos necessários para levarem uma vida saudável e produtiva.

A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, assinala, citada no comunicado, que "estes novos números são um sinal de alerta para todos os países repensarem as suas abordagens para a saúde mental".

A Organização Mundial de Saúde salienta o pouco investimento dos governos na saúde mental, realçando que quase 50 por cento das pessoas com depressão não são tratadas, mesmo nos países mais ricos, e que, em média, 03 por cento dos orçamentos da saúde se destinam a programas de saúde mental.

Por cada dólar (0,93 cêntimos) investido no tratamento da depressão e da ansiedade existe um retorno de quatro dólares (3,72 euros) em melhor saúde e capacidade de trabalho, sustenta a OMS.

A depressão aumenta o risco de doenças cardíacas, da diabetes e do suicídio, sendo uma doença mental caracterizada por tristeza persistente e falta de interesse em atividades diárias.

Normalmente, as pessoas com depressão têm ausência de energia, alterações no apetite, ansiedade, diminuição da concentração, inquietação, sentimentos de culpa ou desespero e pensamentos suicidas.

Principal causa de morte em Portugal
O Acidente Vascular Cerebral é responsável por 6 milhões de mortes em todo o mundo.

Em 2014 ocorreram em Portugal 105.219 óbitos, mantendo-se o AVC como principal causa de morte, responsável por 11% do total.

As novas abordagens do AVC na fase aguda, tecnicamente inovadoras, mediaticamente aliciantes, inegavelmente válidas e importantes, não são no entanto responsáveis pela progressiva diminuição da incidência do AVC e da sua inerente mortalidade (redução 46% numa década no nosso país) e morbilidade. Estas são consequentes sim a medidas de prevenção de âmbito populacional.

Temos de fazer mais e melhor…

Por promoção de saúde ou prevenção primordial entende-se estratégias visando a população em geral que previnam o desenvolvimento de factores de risco para AVC e outras doenças vasculares. Por prevenção primária entende-se estratégias direccionadas para indivíduos já com um ou mais factores de risco significativos e bem documentados para AVC e outras doenças vasculares.

Sabemos o que deve se feito, temos de conseguir transmiti-lo de forma eficiente, resultando na modificação de comportamentos numa larga escala populacional.

Devemos fazê-lo nos dois planos:

Ao nível da prevenção primordial, mediante a educação para a saúde com modificação de comportamentos, visando um estilo de vida saudável:

1.      mantendo actividade física

2.      equilibrando o consumo calórico com a actividade física

3.      parando a epidemia do sal e do açúcar

4.      valorizando uma dieta saudável (como a dieta mediterrânea) usando produtos frescos, de época e produzidos localmente, com:

•         consumo predominante de azeite como gordura alimentar

•         redução do consumo de sódio (sal), gordura saturada, ác gordos trans e colesterol

•         usando grande diversidade de vegetais e frutos frescos, leguminosas, nozes (nuts) e cereais integrais

•         consumo moderado de peixe, marisco e carne de aves

•         consumo moderado de vinho tinto à refeição

•         baixo consumo de carne vermelha e alimentos processados

•         baixo consumo leite e doces, incluindo refrigerantes e outros alimentos com adição de açúcar (nomeadamente o perigo dos “cereais” infantis…)

O grande segredo: diversidade, frugalidade e escolha de um estilo de vida saudável

Será sempre fundamental uma intervenção específica na cessação tabágica e no controlo da obesidade.

Sendo que 74% do risco de AVC é atribuível a alterações comportamentais, inverter estes números está na nossa mão.

A doença ateromatosa é uma doença sistémica e responsável por cerca de 90% dos AVC isquémico ou hemorrágicos ocorridos em todo o mundo.

A relação entre os principais factores de risco (comportamentais, ambientais ou metabólicos), a doença ateromatosa e o AVC é

•      biologicamente plausível

•      contínua e progressiva em termos de gravidade e duração

•      consistente entre os estudos e em todas as populações estudadas

•      independente de outros factores de risco estudados

Os factores de risco demonstram, relativamente ao AVC:

•      uma associação forte (preditiva de AVC)

•      etiologicamente significativa (causal)

Assim, em termos de prevenção primária, importa detectar e tratar, em termos populacionais e de modo custo efectivo, os principais factores de risco para AVC e outras doenças vasculares (hipertensão arterial, tabagismo, diabetes mellitus, dislipidémia, fibrilhação auricular…).

É mediante educação populacional para a saúde (estilo de vida saudável), divulgação, prevenção, reconhecimento, detecção e intervenção terapêutica precoce nos principais factores de risco vascular, que podemos, a longo prazo, reduzir a incidência e prevalência do AVC, que se mantém como principal causa de morte e morbilidade em Portugal.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Previna-se
Estima-se que cerca de 30% das mortes associadas a cancro podem ser prevenidas, alterando alguns com

A incidência das doenças oncológicas na população mundial tem aumentado nos últimos anos. A Organização Mundial de Saúde (OMS)  prevê que o número de novos cancros suba de 14 milhões por ano em 2012 para 22 milhões nas próximas duas décadas.

Alguns tumores parecem estar associados a fatores de risco modificáveis como sejam a alimentação não equilibrada e o estilo de vida pouco saudável.

Cerca de 30% das mortes associadas a cancro podem ser prevenidas, modificando determinados comportamentos e evitando ou diminuindo a exposição a carcinogéneos (substâncias ou compostos associados ao aumento do risco de cancro) conhecidos.

Os seguintes conselhos podem ajudar a minimizar o risco de desenvolvimento de cancro associado a estes fatores de risco:

1. Vacine-se 

O vírus do papiloma humano (HPV) é um vírus que se transmite por contacto sexual. A infecção por HPV está associada ao desenvolvimento de determinados tipos de cancro. A vacina contra o HPV reduz a probabilidade de desenvolver cancro da orofaringe (amígdalas, base da língua e palato),  do colo do útero, do ânus e outros cancros raros, como da vagina, da vulva e do pénis. Sempre que possível , a vacina deve ser administrada antes do início da vida sexual. No entanto, a proteção parece existir mesmo quando administrada posteriormente. Consulte o seu médico para poder saber mais acerca de quando e como se pode vacinar.

Os vírus da Hepatite B e C estão associados ao desenvolvimento de cancro do fígado. A vacinação contra o vírus da Hepatite B é uma estratégia de minimização do risco.

A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), é também um factor de risco para o desenvolvimento de cancro, por exemplo do colo do útero. Infelizmente ainda não existe vacinação disponível.

2. Perca o excesso de peso

A obesidade parece estar associada a cerca de 20% dos cancros. O aumento do índice de massa corporal em 5Kg/m2 está associado a um aumento de risco dos seguintes cancros: cancro da mama, endométrio (útero), cólon, próstata, vesícula biliar, rim, tiroide, ovário, colo do útero e leucemia.  

3. Evite abusar do açúcar e das bebidas açucaradas 

O consumo de açúcar, nomeadamente através das bebidas enlatadas/gaseificadas, com elevado conteúdo de açúcar, está associado a um aumento do risco de desenvolver hipertensão, colesterol e triglicerídeos elevados, resistência à insulina e diabetes.. A resistência à insulina, sobretudo, está associada ao aumento do risco de cancro.

4. Tenha uma alimentação variada 

Adopte uma dieta variada e rica em cereais integrais, leguminosas, frutas e legumes frescos. Este é um dos principais conselhos na prevenção das doenças oncológicas. Embora nem todos os cancros sejam provocados por uma má alimentação, seguir a pirâmide alimentar fazendo uma alimentação equilibrada ajuda a prevenir algumas doenças que podem aumentar o risco de desenvolver cancro. Evite as gorduras hidrogenadas, os fritos, os alimentos processados, o excesso de sal e os doces.

5. Não abuse de carne vermelha/processada

De acordo com um estudo da International Agency for Research on Cancer, o aumento da carne vermelha e carne processada está associado ao aumento do risco de cancro do colo-rectal. Neste estudo, por cada 50 gramas de carne processada ingerida diariamente, o risco de desenvolver cancro colo-rectal aumentava 18%. Por outro lado, o consumo de 100 gramas de carne vermelha por dia, aumentava o risco de desenvolver cancro do colo-rectal em  17%.

6. Não fume

O tabagismo é o mais importante factor de risco modificável associado ao cancro. O tabaco está associada a cerca de 21% de todos os cancros a nível mundial. É o principal factor de risco de cancro do pulmão, aumentando o risco em 10 a 20 vezes. Cerca de metade dos fumadores morre em consequência de doenças associadas ao tabaco, perdendo em média 13 anos de vida devido a este hábito.  O tabaco está associado a um grande número de cancros, nomeadamente, cavidade oral, esófago, pâncreas, fígado, rim, colo do útero, cólon e bexiga.

7. Evite bebidas alcoólicas

O consumo excessivo de álcool está diretamente associado ao desenvolvimento de cancro do fígado. Outros tipos de cancro parecem estar também associados ao consumo do álcool, nomeadamente o cancro da cabeça e pescoço, cancros gastrointestinais (esófago, cólon), cancro do pâncreas e cancro da mama.

8. Consulte o médico com regularidade

Consulte o seu médico assistente quando surgir um sinal ou sintoma de novo, ou seja, que não seja comum para si. A periodicidade dos exames deve ser discutida com o seu médico, uma vez que varia de acordo com as suas queixas, os seus antecedentes pessoais (doenças anteriores) e antecedentes familiares (doenças prévias na família).

9. Pratique exercício físico 

A diminuição da atividade física, parece aumentar o risco de cancro. Um estilo de vida sedentário parece ser responsável por 5% de todas as mortes por cancro. Para os não fumadores, é o mais importante factor de risco modificável. Um estudo japonês demonstrou que a prática de exercício físico está associada à diminuição do risco de cancro do fígado, pâncreas e estômago. Os dados deste estudo mostram que a redução de risco é mais significativa sobretudo no caso do cancro do cólon e da mama.

10. Lave os dentes 

Uma correta higienização da boca é importante. Uma má higiene da cavidade oral parece estar associada a um aumento do risco de desenvolvimento de cancros da cabeça e pescoço.

11. Proteja-se do sol 

A exposição solar prolongada, bem como os dados causados pela radiação ultravioleta (como a que acontece nos solários, por exemplo), aumentam o risco de melanoma, um cancro da pele. Evite a exposição prolongada ao sol, sobretudo nas horas de maior calor, e use protetor solar de acordo com o seu tipo de pele. Caso repare num sinal novo, ou note que um sinal que já tinha mudou de aspecto, por exemplo apresenta assimetria, bordos irregulares, cor diferente da que tinha anteriormente (ou diferente dos outros sinais), dimensão (aumentou de tamanho), hemorragia de novo (sangramento), consulte o seu médico.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Serviço Nacional de Saúde
As receitas médicas sem papel ultrapassam já 95% do total do receituário em Portugal e em alguns dias deste mês foram...

Segundo dados disponíveis no portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS), perto de 100% das instituições do SNS já aderiram à receita sem papel e no setor privado mais de 84% prescrevem receitas eletrónicas.

Na Região Autónoma da Madeira, a prescrição eletrónica desmaterializada de medicamentos já passa os 96% e nos Açores, onde só entrou em vigor a 30 de janeiro, está nos 22%.

“O mês de março tem apresentado valores bastante elevados, atingindo, em alguns dias do mês, mais de um milhão de receitas eletrónicas”, segundo dados do portal do SNS.

Numa receita eletrónica, quando o médico prescreve medicação o doente recebe no telemóvel um código que mostra na farmácia para comprar os medicamentos.

Em termos de poupança de papel, estima-se que num ano de utilização de receita sem papel sejam usadas menos 18 milhões de folhas.

As receitas eletrónicas começaram a ser usadas no ano passado.

Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), responsável pela receita eletrónica, estão a desenvolver um projeto para que os exames de diagnóstico passem a poder ser prescritos também sem recurso a papel e para que os médicos do SNS possam receber os resultados diretamente por via eletrónica.

OS SPMS criaram também uma aplicação para telemóvel onde os utentes podem ter, por exemplo, as guias de tratamento que acompanham as receitas médicas que atualmente já são passadas sem papel.

Boletim polínico
Os pólenes em suspensão no ar vão estar em níveis muito elevados nos próximos dias em todas as regiões de Portugal continental,...

No boletim polínico hoje divulgado, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) prevê que, entre os dias 31 de março e 06 de abril, os pólenes de árvores como o pinheiro, plátano, azinheira ou carvalhos, e das ervas urtiga, azeda e gramíneas, vão estar em níveis muito elevados.

Nos arquipélagos dos Açores e da Madeira os níveis vão estar moderados e baixos, respetivamente.

Os pólenes das ervas e das árvores provocam na primavera reações alérgicas em muitas pessoas, caracterizadas normalmente por espirros, comichões ou falta de ar. Em algumas pessoas podem provocar rinite, conjuntivite ou asma.

Grupo de Ativistas em Tratamentos
A organização não-governamental Grupo de Ativistas em Tratamentos considera que Portugal começou tarde a responder ao surto de...

Segundo o médico do Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) Diogo Medina, o grupo de ativistas, que trabalha na sensibilização para as questões relacionadas com o VIH/SIDA, foi pela primeira vez informado pelos médicos de uma deteção anormalmente elevada de casos de hepatite A em janeiro deste ano.

“O surto epidémico em Portugal é o mais grave, em números, da Europa ocidental, muito superior ao surto em Espanha, Holanda e em outros países”, afirmou.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS) de 01 de janeiro a 29 de março de 2017 foram notificados 115 casos de hepatite A (dos quais, 107 confirmados laboratorialmente) e 58 doentes foram hospitalizados.

Do total, 97% são adultos jovens do sexo masculino, principalmente residentes da área de Lisboa e Vale do Tejo.

Em comparação com Portugal, Espanha tem menos casos (72), o que Diogo Medina atribui a uma resposta mais rápida das autoridades de saúde que, “assim que tiveram conhecimento do surto começaram a vacinar as pessoas” de risco.

Segundo a própria DGS, esta infeção pode ser assintomática, o que o médico do GAT considera que traz um problema adicional, pois “cerca de 30% das pessoas que entraram em contacto com o vírus não vão ter a doença”, mas podem transmiti-la.

A solução passa, segundo Diogo Medina, por vacinar as pessoas em maior risco de adquirir a hepatite A.

Segundo uma orientação da DGS, para a qual o GAT foi ouvido, estão em maior risco homens que fazem sexo com homens com os seguintes comportamentos: sexo anal (com ou sem preservativo), sexo oro-anal, sexo anónimo com múltiplos parceiros, sexo praticado em saunas e clubes e encontros sexuais combinados através de aplicações tecnológicas.

“O médico assistente, através de prescrição médica, pode recomendar a vacinação das pessoas nas circunstâncias referidas”, refere o documento.

São também pessoas em maior risco quem se desloque para áreas endémicas, como Ásia, África, América Central e do Sul sem ter a vacina.

Existem atualmente três estirpes deste vírus a circular na Europa. A estirpe identificada em Portugal teve origem na América do Sul, entrando na Europa por Espanha através de viajantes não vacinados e que contactaram com o vírus naquele continente.

Uma outra começou em Taiwan e chegou à Europa pela Holanda e uma outra estirpe foi detetada na Alemanha, com origem ainda por conhecer.

Em Portugal, os primeiros casos deste surto foram detetados em dezembro, com os primeiros sintomas a terem começado em novembro de 2016.

Diogo Medina disse não compreender como as autoridades de saúde só em março tomaram medidas, como a orientação dirigida aos profissionais de saúde na quarta-feira, uma vez que os médicos começaram a informar o GAT em janeiro.

Para travar o surto, Diogo Medina defende a vacinação de todas as pessoas em maior risco de adquirir a hepatite A, mostrando preocupação com o número de vacinas disponíveis.

Apesar de reconhecer que as vacinas ainda não estão esgotadas, são vários os casos de doentes que regressam ao GAT sem terem conseguido encontrar a vacina prescrita pelo médico nas farmácias a que se dirigiram, disse.

O presidente do GAT, Luís Mendão, recorda que este grupo há anos que defende que a vacina da hepatite A deve ser promovida e distribuída gratuitamente entre pessoas que usam drogas e homens que têm sexo com homens com comportamentos de risco.

Estudo
As medidas para controlo do peso durante a gravidez em mulheres com excesso de peso ou obesidade não influenciam negativamente...

Este dado contraria os pressupostos tidos em conta até à data, segundo os quais "qualquer ganho de peso da mãe" durante esse período poderia ter "um efeito benéfico na densidade óssea das crianças, quer ao nascimento, como mais tarde, na infância", explicou a investigadora do Grupo de Epidemiologia das Doenças Não Transmissíveis do Instituto de Saúde Pública do Porto (ISPUP), Teresa Monjardino.

O resultado referido faz parte do projeto "Maternal weight gain during pregnancy and offspring bone properties: a differential association in overweight women" ("Aumento de peso materno durante a gravidez e as propriedades ósseas descendentes: uma associação diferencial em mulheres com excesso de peso"), desenvolvido pelo grupo do ISPUP.

O objetivo desta investigação, referiu a investigadora, passa verificar o efeito do ganho de peso durante a gravidez na qualidade óssea da criança aos sete anos de idade, com especial enfoque nas mulheres que têm excesso de peso ou obesidade antes de engravidar.

De acordo com Teresa Monjardino, o aumento de peso acima do recomendado pela Direção Geral de Saúde (DGS) durante a gravidez não traz benefícios para os ossos das crianças, quer se tratem de mulheres com peso normal quer mulheres com excesso de peso.

Segundo a investigadora, as recomendações da DGS para uma alimentação saudável e prática de exercício físico durante esse período, indicadas para prevenir doenças metabólicas e cardiovasculares na mãe e na criança, servem também para otimizar a qualidade óssea destas últimas.

Para a obtenção dos dados foram avaliadas 2.200 crianças e as respetivas mães, participantes no "Geração XXI", um projeto iniciado em 2005 que visa acompanhar o crescimento e o desenvolvimento de mais de oito mil crianças nascidas em hospitais públicos da Área Metropolitana do Porto, ao longo da vida.

Por este estudo, Teresa Monjardino foi distinguida no World Congress on Osteoporosis, Osteoarthritis and Musculoskeletal Diseases 2017 (Congresso Mundial sobre Osteoporose, Osteoartrite e Doenças Musculoesqueléticas 2017), com um prémio no valor de 2.500 euros, evento que se realizou em Florença, Itália, entre 23 e 26 de março.

A especialista acredita que esta atribuição permite "aumentar a visibilidade do trabalho" que a equipa está a realizar junto da comunidade científica que se tem dedicado ao estudo da osteoporose e outras doenças musculoesqueléticas.

No estudo participam ainda as investigadoras do ISPUP Teresa Rodrigues, Ana Henriques, Ana Cristina Santos e Raquel Lucas, e Cyrus Cooper, da Universidade de Southampton, no Reino Unido.

Alteração à lei
Ana Sofia Carvalho considera que, antes de ser aprovada qualquer alteração na lei, devem ser melhorados os cuidados de saúde em...

A professora da Universidade Católica do Porto Ana Sofia Carvalho, nomeada recentemente para integrar o Grupo Europeu de Ética em Ciência e Novas Tecnologias, defende que Portugal não está no momento de introduzir mudanças na lei relativa à eutanásia.

Questionada sobre o tema, escreve o jornal Público, no seguimento da sua nomeação para este grupo de trabalho, a também diretora do Instituto de Bioética da Católica afirma que existe um conjunto de questões quanto aos cuidados de saúde que precisam de ser resolvidos antes disso, nomeadamente no sentido de melhorar a relação entre o médico e o paciente.

Embora saliente que este tema não será um dos focos sobre os quais o grupo se irá debruçar, por não fazer "parte da sua missão", a docente refere que as melhorias nos cuidados de saúde devem ser feitas antes "de se pensar, realmente, em permitir que as pessoas peçam para morrer".

Se o fazem, "é por não verem respeitada a sua dignidade em muitas etapas, não só na fase final de vida", acrescentou Ana Sofia Carvalho, que faz ainda parte do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

A docente foi nomeada pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para integrar o Grupo Europeu de Ética em Ciência e Novas Tecnologias (EGE), que conta com 15 individualidades dos países membros, segundo uma nota informativa da Universidade Católica.

O EGE, criado em 1991, é responsável pelo apoio às políticas e à legislação europeia em que as dimensões ética, social e de direitos humanos se cruzam com os avanços científicos e tecnológicos.

O objetivo do grupo, que vai trabalhar diretamente com o comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, é ajudar a Comissão Europeia a encontrar "soluções que respeitem e encorajem o progresso científico e tecnológico", preservando "os valores fundamentais na vida e na cultura da Europa, a partir dos direitos humanos", informa ainda o comunicado da Universidade Católica.

Para a professora, a integração neste grupo, que "está na linha da frente do debate ético a nível europeu" e que tem uma presença "muito significativa", quer na Comissão quer nos países membros, é "um desafio interessante".

Quanto aos temas que serão debatidos pelo grupo, Ana Sofia Carvalho acredita que a questão da integridade científica será um dos primeiros.

Segundo a docente, foi lançado, recentemente, um código de conduta ética para a ciência, por parte da Comissão Europeia, que aborda temas como a fabricação e a falsificação de resultados, bem como plágio, e que tem um conjunto de princípios que devem ser debatidos e, posteriormente, adotados pelos estados membros.

A seleção dos integrantes do Grupo Europeu de Ética em Ciência e Novas Tecnologias foi feita entre cerca de duas mil candidaturas, de todos os países membros.

Estudo
Cientistas da China e dos EUA analisaram dados da poluição do ar para 2007, ano em que tinham dados mais atuais para várias...

A poluição não conhece fronteiras e o que é produzido num local pode afetar não só as pessoas desse sítio como de outros muito distantes. Só em 2007 houve 3,45 milhões de mortes prematuras em todo o mundo por causa de partículas finas no ar. A produção destas partículas, transportadas pela atmosfera, está sobretudo ligada ao comércio internacional — conclui um estudo hoje na revista Nature, na semana em que Donald Trump assinou um decreto para mudar o sector energético nos EUA que afeta a redução das emissões de dióxido de carbono.

Na sua análise, segundo o jornal Público, a equipa tomou como ponto de partida as partículas muito finas em suspensão no ar, com 2,5 micrómetros de diâmetro (cerca de 20 vezes mais finas do que a espessura de um cabelo humano), e que chegam aos nossos pulmões. São estas partículas que estão nas nuvens de poluição. Resultam da produção da energia e de sectores como a indústria, os transportes ou a agricultura e a sua concentração pode ser tanta que reduzem a visibilidade. Contêm substâncias tóxicas que afetam o sistema circulatório e respiratório e têm impacto no sistema nervoso, cardiovascular e imunitário. Estão relacionadas com doenças cardíacas, cancro dos pulmões ou a doença pulmonar obstrutiva crónica.

Ora, num estudo coordenado pelo químico Qiang Zhang, da Universidade de Tsinghua, na China, demonstrou-se que houve cerca de 3,45 milhões de mortes prematuras provocadas por partículas de 2,5 micrómetros de diâmetro. Cerca de 12% dessas mortes (411.100) ocorreram numa região onde a poluição do ar não foi aí produzida e cerca de 22% (762.400) da poluição foi associada diretamente à produção de bens e serviços produzidos numa região e consumidos noutra. “O comércio internacional é uma das questões globalizantes que está mais relacionada com a mortalidade provocada pela poluição do ar onde os bens são consumidos e onde as emissões ocorrem”, lê-se no artigo científico.

Para chegar a estes resultados, a equipa de Qiang Zhang analisou o número de mortes relacionadas com as partículas finas do ar produzidas em 13 regiões do mundo, em 2007. Este foi o ano em que a equipa conseguiu ter dados mais recentes para a sua análise, explicou ao jornal Público Steven J. Davis, da Universidade da Califórnia (EUA) e um dos autores do artigo.

Foi também naquele ano que a China, que tem estado a braços com graves crises de poluição atmosférica, lançou a estratégia Civilização Ecológica, para estudar os impactos da poluição e fazer frente às crises climáticas.

Nos dados analisados pela equipa, só a China cerca de 30.900 das mortes no Leste da Ásia (excluindo a Índia e a China) foram relacionadas com emissões oriundas da China. E houve 47.300 mortes no Leste da Europa que foram relacionadas com emissões da parte ocidental da Europa. Por sua vez, estabeleceu-se uma relação de cerca de 2300 mortes na parte ocidental da Europa com emissões dos Estados Unidos.

“Dada a densidade populacional da China, a intensidade alta das suas emissões, a grande dimensão das suas exportações e a população elevada das regiões suas vizinhas, as exportações chinesas incorporam assim um número maior de mortes do que as exportações de qualquer outra região”, refere o artigo, apontando 64.800 mortes provocadas pela poluição do ar na China.

Outros números preocupantes
E há alguma forma de reduzir a concentração destas partículas fininhas no ar? “Há tecnologias avançadas para controlar a poluição do material particulado de 2,5 micrómetros vindo de centrais elétricas, fábricas, camiões e carros”, diz-nos Steven Davis. “Os custos disto tornam os bens mais caros e enfraquecem o crescimento económico nos países em desenvolvimento. E isso leva à transferência da produção para outros países que têm menos restrições ambientais.” Os governos, acrescenta Steven Davis, estão assim numa “posição difícil” para criar medidas para minimizar os efeitos na saúde humana, pois consideram que isso dificulta o crescimento económico.

Na semana passada, também a revista Nature Climate Change publicou um trabalho científico sobre a concentração de partículas no ar com 2,5 micrómetros, aplicando um modelo de simulação climática. A equipa de Wenju Cai, da Universidade da China para os Oceanos (em Qingdao), concluiu que Pequim está a ser cada vez mais atingida por mais nuvens de poluição: houve um aumento de 10% entre o período de 1948-1981 para o de 1982-2015. Em Janeiro de 2013, realça a equipa, houve uma subida de 50% das nuvens de poluição na capital chinesa face aos valores normais. E, na segunda metade do século XXI, estima-se que esse valor suba 80%.

Este estudo olhou também para as concentrações de partículas finas em 30 cidades chinesas, em Janeiro de 2013. Pequim chegou a atingir os 500 microgramas de partículas finas por metro cúbico no ar, no caso das partículas com 2,5 micrómetros. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a concentração máxima recomendada destas partículas é de 25 microgramas por metro cúbico e que a partir dos 150 microgramas são prejudiciais para a saúde.

Para o meteorologista Renhe Zhang, do Instituto de Ciências Atmosféricas da Universidade de Fudan (China), o aumento da poluição atmosférica em Pequim resulta de uma rápida urbanização e industrialização, segundo um comentário seu na Nature Climate Change. “O aumento dos poluentes antropogénicos [de origem humana] está sem dúvida relacionado com o aumento das nuvens de poluição em toda a China, particularmente em cidades grandes como Pequim.”

Também em 2013 o relatório Global Burden of Disease, da OMS, referia que a poluição atmosférica tinha causado a morte prematura a mais de 5,5 milhões de pessoas em todo o mundo durante aquele ano. A maioria das mortes aconteceu na China (1,6 milhões) e na Índia (1,3 milhões) e nalguns dias os valores de partículas finas por metro cúbico no ar chegaram aos 300 microgramas.

Na China, a maior parte da poluição veio da queima de carvão para produção de eletricidade, enquanto na Índia veio do carvão industrial e do trânsito. Foi também em 2013 que o Governo chinês lançou planos de ação para tentar controlar a poluição do ar, do solo e da água.

A última grande crise de poluição atmosférica na China foi em Dezembro do ano passado e afetou mais de 20 cidades. Em Pequim, as partículas com 2,5 micrómetros atingiram aos 450 microgramas por metro cúbico. Em várias cidades próximas de Pequim chegou-se aos 500 microgramas e em Handan, na província de Hebei, alcançou-se mesmo algo como os 1000.

Estudo
Quanto maior o nível de chumbo no sangue na infância, mais significativa é a redução do quociente de inteligência, afetando o...

As crianças expostas, na década de 1970, a vapores de gasolina com níveis altos de chumbo sofreram uma diminuição significativa do seu quociente de inteligência (QI), segundo um estudo publicado esta terça-feira na revista Journal of the American Medical Association (JAMA).

O estudo foi realizado com 565 crianças nascidas na Nova Zelândia em 1972 e 1973, escreve o Sapo, uma época na qual o combustível ainda continha chumbo. Este país tinha então uma das gasolinas com maior quantidade de chumbo do mundo. Os participantes da investigação foram controlados regularmente desde o nascimento até os 38 anos de idade.

Os cientistas, da Universidade Duke na Carolina do Norte, fizeram exames de sangue nas crianças aos 11 anos para medir os níveis de chumbo, e avaliaram as suas capacidades cognitivas, como o raciocínio e a memória, ao longo dos anos.

Os que tinham mais de 10 microgramas deste metal por decilitro de sangue aos 38 anos tinham, em média, um QI 4,25 pontos menor do que os participantes que estiveram menos expostos a esta neurotoxina. As crianças afetadas também registaram, quando adultos, uma diminuição do seu QI em relação ao que tinham na infância. Segundo o estudo, para cada 5 microgramas de chumbo no sangue, uma pessoa perde cerca de 1,5 pontos de QI.

As crianças no estudo tinham um conteúdo médio de chumbo de 10,99 microgramas/decilitro de sangue aos 11 anos, um nível maior do que o considerado preocupante.

Atualmente, os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos situam o limite de alarme em 5 microgramas/decilitro, um nível que 94% das crianças do estudo ultrapassavam. A gasolina com chumbo foi retirada gradualmente do mercado nos Estados Unidos e da Nova Zelândia entre as décadas de 1970 e 1990, mas ainda é utilizada em alguns países da Ásia e do Oriente Médio.

Declaração de Valeta
Os ministros da União Europeia com responsabilidade no setor dos Transportes comprometeram-se, em Malta, a reduzir em 50% o...

Este compromisso é assumido na Declaração de Valeta, documento assinado na Conferência Ministerial sobre Segurança Rodoviária, organizada pela presidência do Conselho da União Europeia, estando Portugal representado pelo secretário de Estado da Administração Interna, escreve o Sapo.

Os ministros da UE assumiram também o compromisso de dar “particular atenção à mobilidade em bicicleta ou a pé, promovendo a integração da temática nos planos de mobilidade, políticas e medidas de ação de segurança rodoviária e, sempre que possível, promover a construção de infraestruturas dedicadas”. Outra das medidas da Declaração de Valeta passa por “melhorar a segurança dos utilizadores da rede rodoviária, através do desenvolvimento de infraestruturas mais seguras, atendendo à possibilidade de alargar os princípios de gestão segura das redes transeuropeias de transporte à restante rede rodoviária”.

Dar continuidade aos melhores cuidados de saúde pós-acidente, bem como melhor reabilitação e reintegração social das vítimas, e apoiar as forças de segurança responsáveis pela fiscalização rodoviária, nomeadamente no que toca a ações relativas ao excesso de velocidade, condução sob o efeito de álcool ou droga, uso do telemóvel e ausência do uso de equipamento de proteção são outras medidas.

Os ministros da UE comprometeram-se igualmente a avançar com o processo de planeamento setorial da mobilidade urbana, nomeadamente na criação das zonas de limite de velocidade reduzido, como as zonas de 30 quilómetros por hora.

No âmbito da declaração, os ministros solicitam ainda à Comissão Europeia que prepare um novo quadro político para a segurança rodoviária para a década 2020-30, dê “ênfase à proteção dos utilizadores da rede rodoviária, particularmente os grupos mais vulneráveis” e explore “a possibilidade de consolidar o quadro legal relativo à segurança rodoviária, focando na cooperação entre Estados-membros e no reconhecimento mútuo da penalização decorrente das contraordenações cometidas por não residentes, sem prejuízo do estabelecimento de uma base legal apropriada para tal”.

Instituto Nacional de Estatística
Portugal mantém o agravamento do envelhecimento demográfico dos últimos anos, prevendo-se que fique abaixo do limiar dos 10...

O INE definiu quatro cenários de projeção da população: cenário baixo, cenário central, cenário alto e cenário sem migrações, com base em diferentes conjugações das hipóteses alternativas de evolução das componentes de evolução demográfica.

De acordo com o cenário central da projeção, entre 2015 e 2080, Portugal passará dos atuais 10,3 para 7,5 milhões de pessoas, escreve o Sapo.

O número de jovens diminuirá de 1,5 para 0,9 milhões e os idosos de 2,1 para 2,8 milhões.

Face ao decréscimo da população jovem, a par do aumento da população idosa, o índice de envelhecimento mais do que duplica, passando de 147 para 317 idosos, por cada 100 jovens, em 2080.

Segundo a projeção do INE, o índice de envelhecimento só tenderá a estabilizar na proximidade de 2060, quando as gerações nascidas num contexto de níveis de fecundidade abaixo do limiar de substituição de gerações já se encontrarem no grupo etário dos 65 ou mais anos.

Estas tendências, acrescenta o INE, são em geral transversais a todas a regiões (Norte, Centro, Área Metropolitana de Lisboa, Alentejo, Algarve e regiões autónomas da Madeira e dos Açores).

Esta análise como população de base a estimativa provisória de população residente a 31 de dezembro de 2015.

Segundo o INE, os resultados obtidos não devem ser entendidos como previsões, mas sim com um caráter condicional, uma vez que são determinados pelo volume e pela estrutura da população no momento da partida (2015) e pelos diferentes padrões de comportamento da fecundidade, da mortalidade e das migrações, estabelecidos em cada um dos cenários, ao longo do período de projeção.

Estudo
Há muito que os treinos intervalados de alta intensidade correm as bocas do mundo devido aos seus efeitos no emagrecimento. Mas...

A investigação dos cientistas da Mayo Clinic dividiu os participantes do estudo em dois conjuntos (dos 18 aos 30 e dos 65 aos 80) e formou três grupos em cada um deles.

Aos participantes foram atribuídos três tipos de treino ao longo de 72 horas distribuídas por 12 semanas: um fez um treino intervalado de alta intensidade, o outro conclui um treino de resistência e o terceiro fez uma combinação dos dois. No final das 12 semanas, segundo o Sapo, todos os participantes tinham melhorado a sua condição física. No entanto, o estudo conclui que os maiores benefícios foram obtidos pelos que tinham feito os treinos intervalados de alta intensidade.

De acordo com a investigação, os mais novos viram as suas mitocôndrias, as estruturas celulares que produzem energia, aumentar 49%, uma percentagem que subiu para os 69% do caso dos mais velhos. Este grupo também viu reduzido o seu risco de diabetes e de outras doenças associadas.

Segundo os cientistas, a queda na produção de mitocôndrias está diretamente relacionado com o envelhecimento celular.

Por outro lado, Sreekumaran Nair, um dos cientistas da Mayo Clinic, explica à CNN que os treinos intervalados de alta intensidade são eficientes a reverter as mudanças celulares relacionadas com a idade, uma vez que estimulam as células a produzir mais proteínas aumentando assim a produção de energia.

Estudo
Um estudo científico da Universidade de Queensland, na Austrália, vai procurar dar resposta a essa dúvida nos próximos meses....

A Universidade de Queensland, na Austrália, está a desenvolver um programa que pretende perceber até que ponto é que a prática de desporto e de exercício físico pode ajudar vítimas de cancro nos ossos a recuperar. Paula Wilson, investigadora da School of Human Movement and Nutrition Sciences, é a coordenadora de um estudo científico que pretende facilitar a convalescência de pessoas que tenham feito uma cirurgia de substituição de osso, escreve o Sapo.

“Os pacientes com megapróteses [próteses metálicas inseridas cirurgicamente para substituir um osso canceroso] queixam-se muitas vezes de falta de força e de dificuldades de movimento depois do membro ter sido mexido. Nós queremos perceber até que ponto são permanentes e se são uma das consequências inevitáveis do ato cirúrgico e se podem ou não ser treinadas, digamos assim, através da prática de desporto”, justifica a responsável.

“Os resultados do nosso estudo vão fornecer-nos informação mais detalhada para percebermos, por exemplo, se estas pessoas são elegíveis para a prática de um desporto paralímpico”, acrescenta Paula Wilson. Nos últimos meses, procurou um grupo de voluntários. Precisa de entre três a cinco, com idades entre os 15 e os 35 anos, que já tenham feito a operação, para avançar com a experiência.

Cancro nos ossos é raro mas muito mortal
O cancro nos ossos é raro. “Representa menos de 1% de todos os cancros mas é a terceira maior causa de morte relacionada com esta patologia no segmento das pessoas com menos de 25 anos, logo atrás do cancro no cérebro e da leucemia”, realça a investigadora. “Nós sabemos que o exercício [físico] é benéfico para a maior parte das pessoas durante e depois de um tratamento contra o cancro”, informa.

“Outros estudos já nos demonstraram que [a atividade desportiva] melhora a qualidade de vida, minimiza os sintomas de fadiga e ajuda as pessoas a ficarem mais fortes e em forma”, ressalva a cientista. Nos últimos anos, foram muitos os trabalhos científicos que enalteceram os poderes do desporto na prevenção e no tratamento da doença. Em meados de 2016, uma investigação internacional veio defender essa tese.

Divulgada na revista The New England Journal of Medecine, assegura que o excesso de peso, que tem o sedentarismo como uma das causas, aumenta a probabilidade de desenvolver doenças cancerígenas. De acordo com os autores do estudo, que complementa outros tornados públicos na altura, a prática regular de exercício físico reduz em cerca de 20% o risco de cancro do cólon e de mama, de diabetes, de acidente vascular cerebral (AVC) e de doença cardíaca.

Um outro trabalho, tornado público no início do mês de agosto desse ano, apresenta conclusões que apontam no mesmo sentido. A análise, baseada no estudo aprofundado de 174 investigações científicas publicadas entre 1980 e 2016, foi destacada pelo Bristish Medical Journal (BMJ). De acordo com o relatório final, subir escadas durante 10 minutos, aspirar a casa durante 15 minutos ou jardinar durante 20 minutos já ajuda a prevenir essas doenças.

Cientistas do National Cancer Institute e da Harvard Medical School, nos Estados Unidos da América (EUA), em colaboração com outros colegas de vários pontos do mundo, analisaram também 12 estudos que abrangeram 26 tipos de cancro e envolveram 1,44 milhões de pessoas, entre os 19 e os 98 anos, residentes nos EUA e na Europa. O acompanhamento médio dos participantes foi de 11 anos e as conclusões não diferem muito.

A investigação, tornada pública nas últimas semanas, permitiu apurar que a prática de elevados níveis de exercício físico (uma hora e meia por dia, incluindo a atividade desportiva pura e dura e a realização de tarefas que obriguem a algum movimento, como é o caso de andar a pé, aspirar o chão, fazer a cama e/ou jardinar, por exemplo) pode reduzir o risco de 13 tipos de cancro. Saiba quais e em que percentagem:

- Menos 42% de risco de cancro esofágico
- Menos 27% de risco de cancro do fígado
- Menos 26% de risco de cancro do pulmão
- Menos 23% de risco de cancro dos rins
- Menos 22% de risco de cancro do estômago, um dos mais frequentes em Portugal
- Menos 20% de risco de leucemia mieloide
- Menos 21% de risco de cancro do endométrio
- Menos 17% de risco de mieloma
- Menos 16% de risco de cancro do cólon
- Menos 15% de risco de cancro da cabeça e do pescoço
- Menos 13% de risco de cancro do reto e da bexiga
- Menos 10% de risco de cancro da mama, um dos que mata mais mulheres em Portugal

França já o retirou, Portugal ainda o utiliza
Um total de 48 pessoas com cancro tratadas com docetaxel morreram nos 20 anos de comercialização deste fármaco em França,...

Esta decisão mostra que os riscos associados ao remédio "não são insignificantes", embora o docetaxel continue a ser "um medicamento importante no tratamento contra o cancro", que permitiu reduzir a mortalidade ligada a esta doença, ressaltou Dominique Martin, diretor geral da Agência Nacional do Medicamento (ANSM), contatado pela agência de notícias France Presse.

O organismo lançou uma investigação de farmacovigilância em setembro após um "pico de advertências" pela morte de mulheres tratadas contra o cancro de mama, escreve o Sapo. Em Portugal, o medicamento ainda é utilizado mas ainda não foi feito um levantamento público de casos de morte provocada pelo fármaco.

As autoridades de saúde determinaram dois tipos de efeitos secundários (colite e choque séptico) em pacientes que tomavam esse medicamento em qualquer uma de suas formas (Taxotere, da Sanofi, e genéricos).

Após a revisão da incidência dos efeitos secundários em tratamentos para o cancro de mama, pulmão, próstata, estômago e vias aerodigestivas superiores desde o início da sua comercialização, em 1996, até 7 de fevereiro deste ano, "foram reportados 187 casos de colite ou de choque séptico, dos quais 48 resultaram em morte", concluiu a ANSM.

Apesar disso, "os óbitos são incomuns (1 para cada 10.000 pacientes) para um medicamento que permitiu reduzir a mortalidade em um grande número de cancros", ressalta a agência.

O diretor geral da ANSM acrescentou que estão a ser realizadas investigações complementares sobre a qualidade dos produtos. À espera dos resultados de novas análises, "mantém-se a recomendação da não utilização do docetaxel em cancro de mama localizado, operáveis", por precaução.

Em 10 de março, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) anunciou uma série de "análises preliminares" que mostraram que "não existia um aumento da frequência do aparecimento de enterocolite neutropênica" (uma complicação digestiva que pode levar a perfurações no intestino) em pacientes tratados com docetaxel entre janeiro de 2015 e janeiro de 2017.

Infarmed
O Infarmed garante que não faltam vacinas contra o vírus da hepatite A e que o que está a ser feito pelos fabricantes é uma...

“A gestão nem é nacional, é a nível mundial, para evitar precisamente uma corrida às farmácias. Devem ser os médicos a prescrever a vacina a quem precisa e as farmácias, depois, entram em contacto com os fabricantes”, explicou fonte da Autoridade Nacional do Medicamento.

A mesma fonte adiantou que na quarta-feira houve duas reuniões com o Infarmed e os dois fabricantes das vacinas em causa.

Na quarta-feira, na sequência do recente aumento do número de casos de hepatite A notificados na Europa e em Portugal, a Direção Geral da Saúde (DGS) emitiu uma orientação para os profissionais de saúde.

Nesta orientação, a DGS explica que de 01 de janeiro a 29 de março de 2017 foram notificados 115 casos de hepatite A (dos quais, 107 confirmados laboratorialmente) e que 58 doentes foram hospitalizados. Lembra ainda a DGS que do total de casos, 97% são adultos jovens do sexo masculino, principalmente residentes na área de Lisboa e Vale do Tejo (78 casos).

Nas amostras clínicas correspondentes a 55 doentes, a análise do vírus identificou uma estirpe relacionada com viajantes que regressaram da América Central e do Sul, também identificada em Espanha, no Reino Unido, e em outros países europeus.

“Num caso importado foi demonstrada a estirpe associada ao cluster (…) relacionado com um festival de Verão na Holanda e um surto em Taiwan”, explica a DGS.

A infeção por VHA pode ser assintomática, subclínica ou provocar doença aguda, associada a febre, mal-estar, icterícia, colúria, astenia, anorexia, náuseas, vómitos e dor abdominal.

A gravidade da doença aumenta com a idade sobretudo em pessoas que tenham subjacente doença hepática crónica cirrose ou hepatite B ou C crónicas. A hepatite fulminante com insuficiência hepática é rara, ocorrendo em menos de 1% dos casos.

Segundo a DGS, a letalidade é de 0,3-0,6% (aumenta com a idade e atinge 1,8% em doentes com mais de 50 anos). A infeção não evolui para a cronicidade e provoca imunidade para toda a vida.

A vacina contra o vírus da hepatite A não consta do Programa Nacional de Vacinação e, segundo a subdiretora geral da saúde Graça Freitas, tem de ser prescrita por um médico. Em Portugal a vacina é prescrita geralmente no âmbito das consultas do viajante.

OMS
Mais de 500 casos de sarampo foram reportados só este ano na Europa, afetando pelo menos sete países, segundo a Organização...

Alemanha, França, Itália, Polónia, Roménia, Suíça e Ucrânia foram os países onde se detetaram casos, de acordo com um comunicado divulgado esta semana pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O sarampo é uma das doenças infeciosas mais contagiosas, podendo provocar doença grave ou mesmo a morte. É evitável pela vacinação e está, há vários anos, controlada em Portugal.

A diretora regional europeia da OMS, Zsuzsanna Jakab, considerou que esta situação é preocupante “já que o continente europeu registou avanços nos últimos dois anos para eliminar o sarampo”.

A transmissão do vírus já foi interrompida em dois terços dos 53 países da região europeia, mas continua endémica em 14 países.

A Itália e a Roménia são países que mais concentram casos da doença, sendo que a maioria está em áreas com baixa cobertura de imunização. Só na Roménia, foram registados mais de três mil casos desde 2016, com 17 mortes.

Em Portugal, a OMS reconheceu oficialmente a eliminação do vírus do sarampo no verão do ano passo, tendo feito o mesmo para a rubéola.

Consideram-se já protegidas contra o sarampo as pessoas que tiveram a doença ou que têm duas doses da vacina, no caso dos menores de 18, e uma dose quando se trata de adultos.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) tem aconselhado a vacina a todas as pessoas que vão viajar ou participar em eventos internacionais. As vacinas são dadas gratuitamente no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Novas tecnologias no apoio à formação médica em Urologia
O curso pós-graduado em Urologia, URO+, será um curso online, interativo, com transmissão em direto na plataforma digital Dr....

Os estudos demonstram que a sintomatologia do foro urológico tem uma elevada prevalência e impacto na qualidade de vida dos doentes que recorrem aos cuidados de saúde primários. Por esse motivo o curso é centrado no doente e no médico de família, orientado para a prática clinica diária de forma a proporcionar aos médicos de Medicina Geral e Familiar competências úteis na abordagem do doente com este tipo de patologia.

Com esse objetivo, foi elaborado um programa de formação que conta com a coordenação científica de especialistas em Urologia e Medicina Geral e Familiar.

Para Maria João Marques, Medical Manager da Astellas Farma, a criação do curso pós-graduado URO+ “representa o nosso compromisso na formação médica contínua, apoiada por novas tecnologias, de forma a ir ao encontro das necessidades dos médicos de Medicina Geral e Familiar, proporcionando mais oportunidades de aprendizagem e interação entre os cuidados de saúde primários e secundários».

O curso terá a duração de 30 horas e será composto por 6 módulos sob forma de webinar. No final do curso, será concedido um certificado de conclusão aos formandos que completem a avaliação, concluam no mínimo 5 módulos e realizem o exercício complementar entre módulos.

As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas nas plataformas: www.mgfamiliar.net ou em www.drshare.pt, onde também se pode obter mais informação sobre o curso.

31 de março - Dia Nacional do Doente com AVC
No Dia Nacional do Doente com Acidente Vascular Cerebral, A Sociedade Portuguesa de Cardiologia relembra a importância da...

Em Portugal, cerca de 6 pessoas sofrem um Acidente Vascular Cerebral (AVC) por hora, dos quais 3 são fatais. No Dia Nacional do Doente com AVC, assinalado a 31 de março, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) relembra os princípios básicos inerentes à recuperação deste flagelo que afeta, todos os anos, milhares de Portugueses conduzindo, não só, a uma elevada mortalidade como a incapacidade significativa.

No seguimento de um AVC, a reabilitação neuromotora é um processo essencial, e complexo, no restabelecimento das capacidades motoras, e cognitivas dos doentes, permitindo otimizar a qualidade de vida.

Na base do AVC podem estar a hipertensão arterial, a fibrilhação auricular e a doença aterosclerótica, também responsável pelo enfarte do miocárdio, a causa número um de mortalidade na Europa. Também nos doentes com enfarte, a recuperação cardiovascular, designada por Reabilitação Cardíaca, é responsável pela diminuição do risco de recorrência de complicações cardíacas futuras.

Para uma otimização de resultados, a equipa de reabilitação cardiovascular deve ser multidisciplinar, incluindo a integração de médicos especialistas em Cardiologia, Fisiatria, Medicina Interna, Fisioterapeutas, Enfermeiros, Nutrição, Assistentes Sociais e Psicólogos.

A reabilitação cardiovascular permite:

- Reduzir a mortalidade cardiovascular;
- Minorar a reincidência dos eventos cardiovasculares (como o enfarte do miocárdio);
- Melhorar a qualidade de vida;
- Restabelecer a capacidade física (e cardiovascular);
- Diminuir o impacto psicológico da doença (ansiedade e depressão);
- Definir um programa de atividade física/neuromotora de recuperação ajustado às condições individuais do doente.

Para a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, no seguimento de um AVC, tal como no enfarte, é essencial que todos os doentes disponham de um acompanhamento multidisciplinar, no processo de reabilitação cardiovascular. Apenas assim, será possível capacitar os doentes e dar as respostas mais adequadas às suas necessidades.

“A reabilitação cardiovascular abrange não só a capacidade funcional mas também a componente educacional e controlo dos fatores de risco da doença cardiovascular. Através da reabilitação cardiovascular oferece-se, assim, suporte psicológico porque muitos doentes cardíacos sofrem de depressão e ansiedade. Em termos de qualidade de vida, mortalidade e sintomas, os programas de reabilitação cardiovascular estão cientificamente comprovados como sendo altamente benéficos para os doentes e as sociedades em que estão inseridas”.

Assim esclarece a Prof. Ana Abreu, coordenadora do Grupo de Estudos de Fisiopatologia de Esforço e Reabilitação Cardíaca (GEFERC), da SPC, a importância da reabilitação cardiovascular na recuperação dos doentes cardiovasculares.

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