Organização Mundial da Saúde
As vacinas evitaram pelo menos 10 milhões de mortes entre 2010 e 2015, e protegeram muitos milhões de pessoas de doenças como o...

O impulso global para acabar com a poliomielite atingiu a sua fase final, havendo apenas três países que ainda estão a trabalhar para erradicar esta doença debilitante, adianta a Organização Mundial da Saúde (OMS) em comunicado.

O ambicioso Plano de Ação Global de Vacinas, que tem como o objetivo melhorar o acesso às vacinas em todas as regiões do mundo e, assim, prevenir milhões de mortes até 2020, começou forte, mas está a ficar para trás.

Perante esta situação, a Organização Mundial da Saúde desafia os líderes de saúde mundiais a fazerem da vacinação uma das maiores histórias de sucesso da medicina moderna.

Segundo a OMS, as vacinas têm sido uma das maiores histórias de sucesso da medicina moderna.

A OMS estima que pelo menos dez milhões de mortes tenham sido evitadas entre 2010 e 2015, graças às vacinações realizadas em todo o mundo.

“Muitos milhões de vidas foram protegidas do sofrimento e incapacidade associados a doenças como pneumonia, a diarreia, tosse convulsa, sarampo e poliomielite”, sublinha no comunicado.

A Organização Mundial de Saúde salienta ainda que programas de imunização bem-sucedidos também permitem que as prioridades nacionais, como a educação e o desenvolvimento económico, se concretizem.

A vacinação é um dos meios mais baratos e eficazes de prevenir doenças infeciosas graves.

Desde a criação do Programa Expandido de Imunizações (PEI) da Organização Mundial de Saúde, os níveis de imunização com as seis vacinas infantis básicas - difteria, tosse convulsa, tétano, poliomielite, sarampo e tuberculose -, subiram de 5% no início da década de 1980 para cerca de 80% em todo o mundo atualmente.

Benefícios da Suplementação
A falta de vitamina D tem sido considerada um dos muitos fatores favorecedores do aparecimento de as

Para compreendermos os benefícios da vitamina D precisamos primeiro de conhecer as suas funções. Quem o afirma é a pediatra Carla Rêgo, que destaca a redução do risco de doenças crónicas “tais como doenças auto-imunes, neurológicas, cancro e doença cardiovascular” como um dos seus principais benefícios.

“A vitamina D é conhecida como a «vitamina do sol» mas é uma pro-hormona essencial ao equilíbrio do metabolismo do cálcio e do fósforo”, começa por explicar.

No entanto, “para além deste importante papel, a vitamina D regula a expressão de mais de 200 genes e tem receptores nas células de quase todos os orgãos” significando que o seu bom funcionamento depende dos níveis circulantes desta vitamina.

 “A vitamina D aumenta a absorção de cálcio e fósforo no intestino, aumenta a mineralização do osso, induz a diferenciação de células do nosso sistema imunológico, interfere na resposta inflamatória e na condução neuromuscular, inibe a proliferação de células tumorais, pelo que é fácil entender que, para além de ser fundamental para a adequada construção do tecido ósseo, esta é apenas a ponta do iceberg, uma vez que atualmente estão descritos muitos outros benefícios para a saúde”, assegura a especialista.

Deste modo, refere que, mais do que falar de benefícios, importa falar das consequências associadas ao seu défice.

De acordo com a professora de Pediatria, durante a gestação e infância, por exemplo, baixos níveis desta vitamina estão associados a efeitos adversos durante a gravidez como pré-eclampsia, diabetes gestacional ou menor desenvolvimento neurológico do feto.

Asma, diabetes tipo 1, artrite reumatóide, cancro, doença cardiovascular ou osteoporose “e, em casos severos, raquitismo” são as principais complicações durante a infância e idade adulta.

“Por possuir receptores nas células de todos os orgãos, está diretamente associada, no adulto, à saúde mental, cardiovascular, inflamatória, neoplásica, entre outras”, acrescenta referindo, deste modo, que o seu défice pode condicionar todos os órgãos e sistemas “sendo pois determinante a existência de níveis adequados desde antes a gravidez”.

Asma, alergias e infeções agudas das vias respiratórias são apontadas como outras das consequências de um aporte deficitário desta vitamina.

“A sua associação à eficiência do sistema imunológico e ao desenvolvimento do pulmão, ainda durante a vida fetal, poderá justificar esta associação”, afirma a especialista.

“A asma e as infeções virícas e bacterianas poderão ser reduzidas na dependência de um adequado status de vitamina D", uma vez que esta induz a produção de proteínas antimicrobianas e antivirais, "reduzindo o risco de infeção e modulando a resposta inflamatória das vias aéreas”.

Por outro lado, a pediatra refere ainda a existência de alguns estudos que demonstram uma associação entre níveis baixos de vitamina D e maior risco de tuberculose. “Assim, a suplementação com vitamina D está associada a redução da taxa de infeções respiratórias e de infeção por Mycobacterium tubercolisis (agente da tuberculose), razão pela qual é histórica a administração de óleo de fígado de bacalhau aos doentes internados em sanatórios”, justifica.

Estilo de vida e alimentação podem comprometer aporte de vitamina D

Cerca de 90% da vitamina D que o organismo necessita provém da síntese cutânea pelo que os médicos aconselham a “usar o sol” com prudência de modo a garantir o aporte cutâneo adequado. “Exposição solar diária ou, no mínimo, cerca de quatro vezes por semana aproximadamente 15 minutos, das pernas e braços, sem protetor solar e durante o período de menor radiação (manhã cedo ou final do dia)”, recomenda Carla Rêgo.

“Os restantes 10% devem ser fornecidos pela alimentação variada e equilibrada que inclua o consumo ocasional de peixe gordo (salmão, sardinha, arenque, cavala...), fígado de peixe, óleo de fígado de bacalhau (1 colher de chá), gema de ovo, cogumelos e produtos lácteos (leite, iogurte e queijo)”, acrescenta a especialista.


 “Usar o sol com prudência mas sem medo", aconselha a pediatra 

As doses diárias para ingestão alimentar recomendadas desta vitamina variam de acordo com a idade. “Durante o primeiro ano de vida são de 400 UI/dia, dos 1 aos 70 anos entre 600 a 800 UI/dia  e a partir dos 70 anos de 800 UI/dia”, explica a pediatra.

Deste modo, e tendo em conta as principais fontes de vitamina D é, de acordo com esta especialista, fácil concluir que um estilo de vida sedentário, sem atividades ao ar livre e uma alimentação pouco varidada e “com elevado consumo de alimentos processados”, sejam consideradas como as principais causas para o seu défice “num indivíduo saudável”.

Os sintomas de carência desta vitamina são, habitulamente, quase imperceptíveis. “São subtis, pelo que a maioria das pessoas não se apercebe, e resultam da interferência da vitamina D na função dos diferentes orgãos e sistemas orgânicos”, esclarece a médica pediatra.

Maior susceptibilidade a infeções (víricas ou bacterianas), fadiga excessiva e cansaço fácil (frequentemente associados a dor muscular difusa), dores ósses e fraturas frequentes, depressão ou alterações de humor são alguns dos sinais que indicam um aporte deficiente da vitamina.

A sua suplementação deve, no entanto, ser sempre efetuada por indicação clínica e de acordo com prescrição do médico “após confirmação analítica de carência ou défice”.

“Em crianças e adolescentes saudáveis, idealmente deve promover-se um estilo de vida ativo e uma alimentação variada e equilibrada, de forma a suprir adequadamente a vitamina D necessária à saúde”, reforça a Carla Rêgo referindo que em cada consulta deve ser avaliado o estilo de vida da criança/adolescente e família “de forma a detetar comportamentos de risco de ocorrência de défice”.

“Nesse caso, pelo menos nos meses de primavera, outono e inverno  deve ser realizada suplementação com a dose recomendada para a idade”, indica.

“Muito embora o limite de segurança seja bem superior às doses recomendadas de ingestão diária, o certo é que doses excessivas podem ter consequências nefastas, nomeadamente a nível renal. Há pois que pensar que poderão resultar consequências graves para a saúde por uma suplementação desajustada”, deixa como advertência final. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sarampo
A ministra da Presidência considerou hoje que o surto de sarampo deve ser visto "com serenidade e não passa...

"A questão deve ser vista com serenidade e não passa necessariamente por medidas proibicionistas. Vai ser avaliada, com recurso ao conhecimento científico, provavelmente também discutida no parlamento", respondeu Maria Manuel Leitão Marques aos jornalistas na conferência de imprensa do Conselho de Ministros de hoje quando questionada sobre as medidas a adotar a propósito do sarampo.

De acordo com a ministra da Presidência, a informação científica "mostra que Portugal está até numa boa situação em matéria de prevenção nesse domínio e até comparado com outros países onde a vacinação é obrigatória não está em pior situação, está em melhor".

"Isto apenas para mostrar que aquilo que somos levados a pensar por um caso dramático e muito triste, sobretudo para a família que perdeu a sua filha, não deve levar a decidir-nos em cima da hora sem reflexão necessária, que deve ocorrer em torno destas matérias", ressalvou.

Maria Manuel Leitão Marques acrescentou ainda que o ministro da Saúde "também vai acelerar um pouco a medida que estava prevista no Simplex 2016, mas apenas para o final do ano, do boletim de vacinas eletrónico".

"Este vai permitir um conhecimento mais simples por parte das escolas se a criança está ou não vacinada do que o atual suporte para essa informação", concretizou.

Direção-Geral da Saúde
A vacina contra o sarampo pode ser administrada a crianças a partir dos seis meses de idade e até aos 12 meses, mas...

A vacina contra o sarampo (VASPR) é gratuita e está no Programa Nacional de Vacinação (PNV) e é administrada a crianças com 12 meses (primeira dose) e com cinco anos (segunda dose).

Para crianças a partir dos seis meses e antes dos 12 meses, a vacina pode ser administrada mas só mediante prescrição médica em suporte papel. O mesmo acontece para a segunda dose da vacina quando dada antes dos cinco anos.

Segundo uma nova orientação hoje emitida pela Direção-Geral da Saúde (DGS), esta situação de vacinas administradas antes do tempo previsto no PNV mediante prescrição já estava prevista, para situações especiais, no próprio programa.

A DGS recomenda que a prescrição destas vacinas deve ser “devidamente ponderada” pelo médico, “tendo em consideração a situação clínica e epidemiológica em cada momento e em particular em situações de pós-exposição”.

A autoridade de saúde recorda ainda que a vacina administrada antes dos 12 meses não é considerada válida em termos de calendário vacinal. Assim, as crianças menores de 12 meses a quem tenha sido administrada a vacina devem ser revacinadas quando fizerem os 12 meses, respeitando o intervalo mínimo de quatro semanas entre doses.

A DGS indica ainda que a vacina deve estar acessível em todos os pontos de vacinação no país e deve ser administrada sem bloqueios administrativos e sem qualquer pagamento por parte do utente conforme o que está definido no PNV.

Portugal regista atualmente um surto de sarampo que já infetou pelo menos 21 pessoas, tendo levado à morte de uma jovem de 17 anos, que não se encontrava vacinada.

A melhor medida de prevenção contra o sarampo é a vacinação, estando contemplada no Programa Nacional mas que não tem caráter obrigatório.

Direção-Geral da Saúde
Os utentes que não sabem do seu boletim de vacinas podem seguir o rasto da sua atividade vacinal consultando o centro de saúde...

Teresa Fernandes, da Direção de Serviços da Prevenção e Promoção da Saúde da Direção-Geral da Saúde (DGS), disse que quando um utente não sabe onde está o seu boletim de vacinas deve consultar o centro de saúde onde as recebeu.

Essa unidade de saúde tem o registo da vacinação dos utentes, inicialmente recolhido em papel e mais tarde em suporte informático.

No caso dos utentes mudarem de centro de saúde, a nova unidade deve solicitar àquela onde as vacinas foram administradas a informação sobre a atividade vacinal do utente.

Em relação ao sarampo, doença que regista um surto epidémico em Portugal, onde 21 pessoas estão confirmadas como infetadas com o vírus (Morbillivirus measles), Teresa Fernandes esclareceu que as pessoas que nasceram antes de 1970 são consideradas inócuas, pois tiveram sarampo ou contacto com a doença.

Os nascidos após 1970, e para os casos de utentes que não tiveram a doença e não receberam ainda a vacina, é recomendada a vacinação, adiantou Teresa Fernandes, que pertence à equipa de coordenação do Programa Nacional de Vacinação.

O Boletim Individual de Saúde – Registo de Vacinações, conhecido como boletim de vacinas, assinala todas as vacinas administradas desde o nascimento da pessoa.

Na altura do nascimento de uma criança é entregue aos pais juntamente com o Boletim de Saúde Infantil e Juvenil que se destina ao registo dos factos mais importantes relacionados com a saúde da criança e do jovem.

Até ao final do ano, os boletins de vacinas vão passar a ser digitais para a globalidade da população, o que permitirá o registo eletrónico e possibilitará a qualquer médico aceder à vacinação de um utente em todo o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Sarampo
Uma petição a defender a vacinação obrigatória já recolheu mais de 1.100 assinaturas, segundo o documento divulgado no ‘site’...

No texto da petição, que aparece no topo da lista das últimas petições criadas no ‘site’ Petição Pública, os signatários defendem que “é cada vez mais importante alertar as pessoas para a necessidade de vacinar as crianças”, depois de na quarta-feira ter sido conhecida em Portugal a primeira morte por sarampo, de uma jovem de 17 anos que não estava vacinada.

“Por uma questão de saúde pública, não queremos que exista um retrocesso civilizacional no que à evolução médica diz respeito”, recordam os signatários da petição, que até às 08:25 tinha recolhido 1.122 assinaturas, algumas de médicos e outros profissionais de saúde.

Para defender a obrigatoriedade das vacinas incluídas no Programa Nacional de Vacinação, os signatários lembram que “estas mesmas crianças não vacinadas (…) podem ser foco de infeção para quem tem um sistema imunitário fraco ou para quem não pode ser, de todo, vacinado” e reconhecem que “muitos dos casos que agora surgem de doenças para as quais já há vacinas não se prendem, diretamente, com os movimentos antivacinação”.

“Porque não queremos voltar a temer doenças como a tuberculose, o sarampo, a escarlatina ou a tosse convulsa (…), vimos pedir que seja pensada a obrigatoriedade da vacinação de todas as crianças – e apenas das vacinas que constam do Plano Nacional de Vacinação, que sabemos ser um dos mais robustos da Europa”, defende a petição.

Na quarta-feira morreu a jovem de 17 anos infetada com sarampo que estava internada no Hospital Dona Estefânia, depois de ter sido contaminada por uma bebé de 13 meses.

A jovem, segundo o ministro da Saúde revelou numa conferência de imprensa na Direção-Geral da Saúde (DGS), não estava vacinada.

Depois deste acontecimento, a DGS veio aconselhar as escolas a afastarem dos estabelecimentos de ensino por um período de 21 dias qualquer membro da comunidade escolar que, depois de exposto ao vírus do sarampo, recuse ser vacinado.

“Os delegados de saúde verificam a existência de contacto com um doente em fase de contágio e sugerem, quando indicada, a vacinação. Nestes casos, e perante a recusa da vacinação de qualquer membro da comunidade escolar, em situação de pós-exposição, aconselha-se a não frequência da instituição durante 21 dias após o contacto”, refere uma orientação publicada na quarta-feira na página oficial da DGS.

Esta orientação surgiu depois de os diretores das escolas públicas terem pedido que a DGS emitisse para os estabelecimentos de ensino uma circular para tranquilizar os ânimos relativamente às vacinas dos alunos, sobretudo por causa do sarampo.

Referindo que a imunidade de grupo protege toda a comunidade, incluindo “as poucas crianças que, por circunstâncias específicas, não estão vacinadas”, a orientação às escolas sublinha, ainda assim, que é “importante que todas as crianças sejam vacinadas, para benefício próprio e da população em geral”.

Apesar de recomendar um afastamento temporário nas escolas, no caso de recusa de vacinação pós-exposição ao vírus, a DGS insiste que “não há razões para temer uma epidemia de grande magnitude, uma vez que a larga maioria das pessoas está protegida”.

Também na quarta-feira, depois de ser divulgada a morte da jovem de 17 anos, a DGS anunciou a criação de um endereço de correio eletrónico através do qual as escolas podem esclarecer dúvidas relativamente aos casos de sarampo: [email protected]

De acordo com os últimos números divulgados pela DGS, foram notificados em Portugal “46 casos de sarampo, dos quais 21 confirmados e 15 em investigação” e “nos restantes 10 casos foi já excluído o diagnóstico de sarampo”.

Em relação aos casos confirmados, a maioria (57%) dos casos não apresentam registo de vacinação (12 casos).

Nove dos casos são profissionais de saúde, entre estes dois sem registo de vacinação.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, geralmente benigna mas que pode desencadear complicações e até ser fatal. Pode ser prevenida pela vacinação, que em Portugal é gratuita.

Pelo menos 14 países europeus têm registado surtos de sarampo desde o início deste ano, com a Roménia a liderar o número de casos, com mais de quatro mil doentes em seis meses.

Público e privado
A Ordem dos Médicos vai definir tempos padrão de consultas por especialidade que terão de passar a ser cumpridos nos serviços...

Segundo o bastonário, a ideia é definir para cada especialidade um tempo padrão de consultas, que se traduz num tempo mínimo de intervalo entre marcação de consultas.

“A definição das boas práticas médicas é uma atribuição da Ordem dos Médicos. Nesta perspetiva, é óbvio que a Ordem vai definir o que são as boas práticas, que terão de ser cumpridas no serviço público e privado. Vamos definir com bom senso, colégio [de especialidade] a colégio, com base também no que são os indicadores internacionais”, explicou o bastonário, Miguel Guimarães.

O bastonário tem assumido, desde que tomou posse em fevereiro, a sua preocupação com a perda de qualidade da relação entre médico e doente e com a humanização dos cuidados de saúde, frisando que os tempos de consulta são cada vez mais curtos.

Os tempos padrão serão definidos de acordo com cada especialidade, mas tem de haver definição clara de um mínimo de intervalo entre a marcação de cada consulta.

“Se definirmos que o tempo mínimo [de intervalo entre consultas] é tal, então quer dizer que não pode ser menos que isso. Se for de 15 em 15 minutos, uns doentes vão demorar 10, outros 20 e outros 30. Mas os doentes vão ser marcados de x em x tempo para dar tempo aos médicos para estarem com os doentes”, disse Miguel Guimarães, a título exemplificativo, sem qualquer referência real aos minutos a definir.

O bastonário reconhece que na medicina geral e familiar a escassez de tempo com o doente é particularmente complicada, porque os médicos de família abarcam um conjunto vasto de conselhos ao doente e de cuidados.

Centro de Investigação em Biomedicina
O investigador Clévio Nóbrega, do Centro de Investigação em Biomedicina da Universidade do Algarve, foi distinguido pela...

O cientista, de 38 anos, dedicou a última década a investigar o grupo das doenças de poliglutaminas, nas quais se incluem as doenças de Huntington e de Machado-Joseph, uma doença neurodegenerativa rara que tem a sua maior prevalência a nível mundial na ilha das Flores, nos Açores.

Naquela ilha açoriana uma em cada 140 pessoas sofre da doença, cuja incidência é notória também em países como os Estados Unidos da América ou o Brasil, disse Clévio Nóbrega, que, além de professor naquela universidade, é também o responsável pelo laboratório de Neurociência Molecular e Terapia Genética da Universidade do Algarve (UAlg).

A doença genética, que não tem cura, foi descrita na década de 1990 e apesar de já se conhecerem as causas que levam ao seu aparecimento, os cientistas querem perceber em detalhe o processo de evolução da doença, que causa a morte 15 a 20 anos depois de aparecer.

"Queremos perceber o que funciona mal a nível celular e que leva à morte dos neurónios e as formas de conseguir parar ou travar a progressão da doença", disse o investigador, sublinhando que já se concluiu que há uma mutação num gene que conduz a uma malformação de uma proteína.

Segundo Clévio Nóbrega, essa malformação leva a que "muitas coisas funcionem mal nas células, quase em cascata", até que os neurónios morrem e o objetivo é saber "em que pontos desta cascata" se pode atuar para atrasar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos doentes.

O galardão, que visa reconhecer a excelência da investigação desenvolvida na área da Neuroquímica, será entregue em 22 de agosto em Paris, garantindo ao investigador a participação, como conferencista convidado, no Congresso da Sociedade Internacional de Neuroquímica.

De acordo com o cientista, a investigação em Portugal "está bem", apesar das dificuldades em obter financiamento, de ter que lidar com a competição e com a frustração de anos à espera de resultados.

"É motivador, mas também não é fácil", conclui, sublinhando que Portugal "está na vanguarda do que se faz nesta área, no mundo".

Clévio Nóbrega licenciou-se em Biologia na Universidade da Madeira, de onde é natural, doutorou-se em Barcelona e esteve na última década no Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra.

O investigador leciona também, pelo primeiro ano, no Departamento de Ciências Biomédicas e Medicina da UAlg.

Sarampo
A Direção-Geral da Saúde aconselhou as escolas a afastarem dos estabelecimentos de ensino por um período de 21 dias qualquer...

“Os delegados de saúde verificam a existência de contacto com um doente em fase de contágio e sugerem, quando indicada, a vacinação. Nestes casos, e perante a recusa da vacinação de qualquer membro da comunidade escolar, em situação de pós-exposição, aconselha-se a não frequência da instituição durante 21 dias após o contacto”, refere a orientação da Direção-Geral da Saúde (DGS) publicada na página oficial do organismo.

Os diretores das escolas públicas já hoje tinham pedido que a DGS emitisse para os estabelecimentos de ensino uma circular para tranquilizar os ânimos relativamente às vacinas dos alunos, sobretudo por causa do sarampo, que provocou a morte de uma adolescente de 17 anos.

Na orientação, assinada pelo diretor-geral, Francisco George, recorda a elevada cobertura vacinal da população para o sarampo e que “por esta razão, e também pela imunidade de grupo, a probabilidade de propagação do vírus é muito reduzida, incluindo em meio escolar”.

Referindo que a imunidade de grupo protege toda a comunidade, incluindo “as poucas crianças que, por circunstâncias específicas, não estão vacinadas”, a orientação às escolas sublinha, ainda assim, que é “importante que todas as crianças sejam vacinadas, para benefício próprio e da população em geral”.

“Como é habitual, no ato de matrícula e sua renovação deve ser verificado se a vacinação recomendada está em dia; se não estiver, os pais devem ser aconselhados a ir ao centro de saúde para atualização das vacinas”, lê-se no documento da DGS.

Apesar de recomendar um afastamento temporário nas escolas, no caso de recusa de vacinação pós-exposição ao vírus, a DGS insiste que “não há razões para temer uma epidemia de grande magnitude, uma vez que a larga maioria das pessoas está protegida”.

A DGS já tinha anunciado a criação de um endereço de correio eletrónico através do qual as escolas podem esclarecer dúvidas relativamente aos casos de sarampo: [email protected]

Doze dos 21 casos de sarampo confirmados em Portugal no atual surto epidémico são de pessoas sem vacina contra a doença, entre os quais dois profissionais de saúde que não estavam vacinados, informou a DGS.

De acordo com um comunicado com a atualização dos números do sarampo foram notificados “46 casos de sarampo, dos quais 21 confirmados e 15 em investigação” e “nos restantes 10 casos foi já excluído o diagnóstico de sarampo”.

Em relação aos casos confirmados, a maioria (57%) dos casos não apresentam registo de vacinação (12 casos).

Nove dos casos são profissionais de saúde, entre estes dois sem registo de vacinação.

A maioria dos casos ocorreu em adultos com idade superior a 20 anos (13 casos), quatro em crianças com idade inferior a um ano e três casos no grupo etário entre um e quatro anos.

Dos 21 casos confirmados, 13 ocorreram na região de Lisboa e Vale do Tejo, sete na região do Algarve e um caso na região norte.

Direção-Geral da Saúde
Doze dos 21 casos de sarampo confirmados em Portugal no atual surto epidémico são de pessoas sem vacina contra a doença, entre...

De acordo com um comunicado assinado pelo diretor-geral da Saúde, Francisco George, com a atualização dos números do sarampo, foram notificados “46 casos de sarampo, dos quais 21 confirmados e 15 em investigação. Nos restantes 10 casos foi já excluído o diagnóstico de sarampo”.

Em relação aos casos confirmados, a maioria (57%) dos casos não apresentam registo de vacinação (12 casos).

Nove dos casos são profissionais de saúde, entre estes dois sem registo de vacinação.

A maioria dos casos ocorreu em adultos com idade superior a 20 anos (13 casos), quatro em crianças com idade inferior a um ano e três casos no grupo etário entre um e quatro anos.

Dos 21 casos confirmados, 13 ocorreram na região de Lisboa e Vale do Tejo, sete na região do Algarve e um caso na região norte.

Estudo
O uso do vinagre como remédio para as picadas das alforrecas, nas costas espanholas, é adverso, a melhor solução é limpar a...

Em comunicado, os biólogos do instituto de Ciências do Mar (ICM-CSIC) de Barcelona fizeram este aviso depois da publicação de um artigo científico na revista ‘online’ suíça “Toxins”, realizado pela universidade do Havai.

O estudo foi feito com duas espécies de alforrecas - animal aquático de corpo mole e gelatinoso, com tentáculos que, após o contacto, podem injetar uma espécie de espinho - muito perigosas que habitam na costa do Havai e da Austrália.

Tratam-se das alforrecas da classe ‘Cubozoa’, a ‘alatina alata’, que habita nas costas do Havai, e a espécie de alforreca mais perigosa do mundo ‘Chironex fleckeri’, comum nas águas australianas.

“Nenhuma destas espécies de alforrecas se encontram nas águas espanholas, lá só habitam espécies de alforrecas que não têm o perigo das espécies tropicais citadas”, explicaram os biólogos do ICM-CSIC.

As investigações da universidade do Havai, realizadas utilizando novos ensaios, confirmam os efeitos positivos do uso do vinagre nas picadas das alforrecas muito perigosas.

No entanto, as espécies que habitam as costas espanholas, e que chegam à portuguesa, não pertencem a esta classe de alforrecas perigosas, geralmente, só fazem pequenas picadas. São na maioria da classe ‘Schyphozoa’, como por exemplo a espécie ‘Pelagia noctiluca’.

Os resultados preliminares do projeto concluíram que, em caso de uma picada pela ‘Pelagia noctiluca’, a aplicação do vinagre “é contraproducente porque provoca a descarga imediata das células urticantes [células capazes de injetar um espinho minúsculo]”, disseram os investigadores.

Pelo contrário, a aplicação de água do mar “não gera a descarga das células urticantes, por isso este é o remédio recomendado para a picada das alforrecas [nas costas espanholas]”, acrescentaram.

O hospital Clínico de Barcelona e o ICM-CSIC realizam este projeto de investigação com o apoio da fundação bancária “A Caixa”, na qual se estuda a eficácia dos remédios contra as picadas das alforrecas.

1.500 milhões de pessoas afetadas
Governos, doadores privados e organizações como a Fundação Bill e Melinda Gates prometeram hoje 812 milhões de dólares (764...

Em 2012, a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Banco Mundial, doadores, a Fundação Bill e Melinda Gates e 13 empresas farmacêuticas comprometeram-se em Londres a fazer todo o possível para controlar, eliminar e erradicar até 2020 dez das 18 doenças tropicais negligenciadas, patologias que afetam cerca de 1.500 milhões de pessoas em todo o mundo.

“Não estamos a 100% em relação a todos os objetivos que fixámos, mas foram cinco anos realmente bons e temos feito muitos progressos”, disse Bill Gates em conferência de imprensa, em Genebra.

A Fundação Bill e Melinda Gates irá investir ainda 335 milhões de dólares (315 milhões de euros) durante os próximos quatro anos para apoiar vários programas, tanto no desenvolvimento de medicamentos como para o controlo do vetor (o parasita transmissor da doença).

No seu relatório sobre as doenças tropicais negligenciáveis, hoje publicado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) refere que a luta contra estas patologias conseguiu enormes progressos na última década, avanços que podem ser ameaçados se não se atuar contra os fatores de pobreza e subdesenvolvimento que favorecem a aparição destas doenças.

Estas doenças afetam cerca de 1.500 milhões de pessoas no mundo e, apesar de algumas das mais conhecidas serem a febre dengue, doença de chagas e a doença do sono, a raiva ou a lepra, as mais prevalentes são a filariose linfática, que pode provocar a cegueira, e a helmintíase (infeção intestinal causada pelo contacto com terra contaminada com fezes).

Não existem dados sobre mortos, uma vez que na maioria dos casos as pessoas morrem por transtornos derivados da doença, mas não se contabilizam como tal.

Seminário Transcultural
Seminário Transcultural decorre até sexta-feira na Escola de Coimbra. Finalistas aprendem a administrar cuidados culturalmente...

São 328 estudantes da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) que, amanhã (20 de abril), se juntam a oito professoras europeias para conhecerem a realidade dos sistemas de saúde dos países de onde provêm as docentes convidadas: Bélgica, Noruega, Estónia e Alemanha.

Entre as 9h00 (boas-vindas) e as 18h00, nas instalações da ESEnfC (Auditório do Polo A), os finalistas do curso de licenciatura em Enfermagem vão discutir e analisar, com as docentes visitantes, alguns dos fatores culturais que interferem na saúde e nos cuidados de saúde e de Enfermagem.

A iniciativa enquadra-se na Seminário de Enfermagem Transcultural - “Cultural awareness in nursing” que hoje começou e que termina sexta-feira (21 de abril) com o painel “Migration, walls and bridges: Nursing in a global world” (Migração, muros e pontes: a Enfermagem num mundo global) – entre as 9h00 e as 12h00, também no Polo A, na Avenida Bissaya Barreto, em Celas).

Este seminário, coordenado pela professora doutora Ananda Maria Fernandes, deverá permitir ao estudante comparar, contrastar e analisar a informação relacionada com o desenvolvimento da Enfermagem e da educação em Enfermagem nesses países, no sentido de aumentar as suas competências para prestar cuidados culturalmente congruentes e culturalmente específicos, além de melhorar o potencial dos futuros profissionais para o exercício da Enfermagem além-fronteiras, em contextos multiculturais.

Analisar os fatores históricos, sociológicos e ideológicos que influenciam a saúde e a doença, bem como o impacto que têm no planeamento e promoção da saúde, explorando criticamente o papel, status e funções do enfermeiro nos diversos países, são outros objetivos.

São convidados internacionais para este seminário as professoras Liv Utne, Liv Berit (Bergen University College, Noruega), Marge Mahla, Anne Vahtramäe (Tartu Health Care College, Estónia), Hilde Curinckx, Ellen Westhof (UC Leuven Limburg, Bélgica), Rainhild Schäfers e Melanie Schellhoff (Hochschule für Gesundheit, Alemanha).

Jovens
Entre Abril e Junho o projeto Geração Saudável, desenvolvido pela Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas da Ordem dos...

Esta iniciativa de promoção e educação para a saúde dirigida à geração mais jovem, mas também aos professores, familiares dos alunos e à população em geral, passará por regiões como Alentejo, Oeste e Lisboa até ao final do ano letivo de 2016/2017, em estabelecimentos escolares públicos ou privados, percorrendo mais de 25 localidades e cerca de 30 escolas. No total, o projeto prevê que no ano letivo 2016/2017 sejam visitadas mais de 65 Escolas e abrangidos mais de 12.500 alunos, 600 professores e 2.000 pessoas entre população geral e profissionais de saúde.

As temáticas abordadas são bienais, sendo que este ano a formação está focada na área da Diabetes e do Uso Responsável do Medicamento. A Diabetes é uma das maiores preocupações nacionais, já que os dados mais recentes mostram que a incidência desta doença está a aumentar na população mais jovem. “Os dados mais recentes sobre a Diabetes em Portugal revelam que se verificou um crescimento na ordem dos 13,5% na prevalência da diabetes entre 2009 e 2015, pelo que este tipo de iniciativas são extremamente relevantes para aumentar a consciência da população mais jovem sobre a adoção de estilos de vida mais saudáveis” refere Ema Paulino, presidente da Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas da Ordem dos Farmacêuticos.

O projeto Geração Saudável tem, ainda, como propósito a valorização do papel do farmacêutico na sociedade, como interveniente ativo no âmbito da saúde pública, através da realização de ações de formação dinâmicas e versáteis, tendo já contactado, desde o arranque do projeto, com mais de 120 escolas dos Distritos de Lisboa, Setúbal, Santarém, Portalegre, Évora, Beja e Faro. No ano letivo de 2015/2016 foram envolvidas mais de 14.500 pessoas, entre os quais alunos e professores. “Todas as temáticas tiveram muito boa aceitação por parte da comunidade escolar, com uma grande participação e curiosidade. A Diabetes demonstrou ser um tema que continua a ter a maior pertinência e sobre o qual continuam a existir muitas dúvidas e mitos por esclarecer” menciona Ema Paulino.

O projeto teve início no mês de Janeiro de 2012 e, desde então, a Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas mantém-se empenhada no desenvolvimento e dinamização do projeto Geração Saudável, promovendo um aumento do número de escolas a cada ano letivo, e um constante desenvolvimento de conteúdos e parcerias que auxiliem o Projeto a crescer.

Para informações adicionais ou sugestões sobre o Projeto Geração Saudável é possível visitar a página de Facebook desta ação.

Morte relança debate sobre vacinação
O sarampo provocou hoje em Portugal a morte a uma jovem de 17 anos, que não estava vacinada, sendo a única vítima mortal de um...

Este recente surto de sarampo em Portugal e na Europa está a abrir a discussão na opinião pública sobre a necessidade de instituir a obrigatoriedade das vacinas do Programa Nacional de Vacinação, que são gratuitas mas não obrigatórias.

Perguntas e respostas sobre o sarampo:

O que é o sarampo?
O sarampo é uma doença altamente contagiosa causada por um vírus, sendo mesmo das infeções virais mais contagiosas. Geralmente é propagada pelo contacto direto com secreções nasais ou da faringe e por via aérea.

Como se manifesta?
Manifesta-se pelo aparecimento de pequenos pontos brancos na mucosa oral cerca de um ou dois dias antes de surgirem erupções cutâneas, que inicialmente surgem no rosto.

Como é a incubação da doença?
O período de incubação pode variar entre sete a 21 dias, o contágio dá-se quatro dias antes e quatro dias depois de aparecer o exantema (erupções cutâneas).

Que complicações causa?
O sarampo tem habitualmente uma evolução benigna, mas pode desencadear complicações como otite média, pneumonia, convulsões febris e encefalites. Pode ser grave e até levar à morte. Os adultos têm geralmente a doença mais grave que as crianças.

Atualmente ainda se morre de sarampo?
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2015 morreram em todo o mundo mais de 134 mil pessoas devido ao sarampo, o que significa 367 óbitos diários e 15 por hora.

Qual a proteção contra o sarampo?
A vacinação é a principal medida de proteção contra o sarampo. As vacinas conseguiram mesmo reduzir a mortalidade por sarampo em quase 80% entre 2000 e 2015 a nível mundial. A OMS estima que tenham sido prevenidas pela vacinação 20,3 milhões de mortes nesse período.

Como é vacinação em Portugal?
A vacina contra o sarampo é gratuita e está incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV), devendo ser dada em duas doses, aos 12 meses e aos cinco anos. Contudo, não é obrigatória porque não há vacinas obrigatórias em Portugal. É altamente recomendada pelas autoridades de saúde, médicos e pediatras, devendo ser cumpridas as duas doses nas idades indicadas no Programa de Vacinação.

Desde quando existe vacina do sarampo em Portugal?
A vacinação organizada começou em 1973, com uma campanha de vacinação de crianças entre os um e os quatro anos, que vigorou até 1977. Em 1974, a vacina foi incluída no PNV em uma dose e em 1990 foi introduzida uma segunda dose da vacina.

Qual o nível de imunização em Portugal?
Portugal tem uma elevada taxa de imunização contra o sarampo, que ronda os 95%. Consideram-se já protegidos contra o sarampo as pessoas que tiveram a doença ou que têm duas doses da vacina, no caso de menores de 18 anos, e uma dose quando se trata de adultos.

Como começou o atual surto de sarampo?
A OMS alertou para um surto de sarampo na Europa em março deste ano, que na altura afetava pelo menos sete países, indicando que muitos casos surgiam em crianças cujos pais tinham optado por não vacinar os filhos.

No dia 7 de abril, o Centro Europeu de Controlo de Doenças indicava que pelo menos 14 países europeus têm registado surtos de sarampo desde o início deste ano, com a Roménia a liderar o número de casos, com mais de quatro mil doentes em seis meses, desde meados de 2016.

Além de Portugal, registaram surtos de sarampo a Áustria, Bélgica, Bulgária, Espanha, Dinamarca, França, Alemanha, Hungria, Islândia, Itália, Suíça e Suécia.

Qual foi o primeiro caso deste surto identificado em Portugal?
O primeiro caso terá surgido num doente não vacinado que terá sido infetado na Venezuela.

Organização Mundial da Saúde
O sarampo, que hoje vitimou uma jovem de 17 anos em Portugal, causou mais de 130 mil mortes em todo o mundo num só ano, em 2015...

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicados em março e que se reportam a 2015, morreram 134.200 pessoas devido ao sarampo a nível mundial.

A vacinação - que em Portugal é gratuita, estando no Programa Nacional de Vacinação, mas não obrigatória – contribuiu para uma queda de quase 80% da mortalidade por sarampo entre 2000 e 2015 a nível global.

Em 2015, cerca de 85% das crianças em todo o mundo tinham uma dose da vacina contra o sarampo no primeiro ano de nascimento, quando em 2000 essa taxa era de 73%.

Um relatório da OMS estima que entre 2000 e 2015, a vacina contra o sarampo tenha prevenido 20,3 milhões de mortes, tornando a “vacinação do sarampo uma das melhores conquistas em termos de saúde pública”.

De acordo com os vários relatórios sobre doenças de declaração obrigatória, entre elas o sarampo, entre 2006 e 2014, Portugal registou 19 casos de sarampo – quase todos importados – quando, desde janeiro deste ano até hoje, já houve pelo menos 21 casos confirmados além de outros 18 em investigação.

Em 2016, Portugal recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS), um diploma que oficializava o país como estando livre de sarampo, até porque os poucos casos registados nos últimos anos tinham sido contraídos noutros países.

Com a vacinação gratuita das crianças, a partir de 1974, e sobretudo com a introdução de uma segunda dose de vacina em 1990, o sarampo acabou por se tornar quase uma doença esquecida ou invisível.

Mas entre 1987 e 1989 tinham sido notificados em Portugal 12 mil casos, contabilizando-se 30 mortes.

O sarampo é uma das infeções virais mais contagiosas e, apesar de habitualmente ser benigna, pode ser grave e até levar à morte, avisa a Direção-geral da Saúde (DGS).

A doença manifesta-se pelo aparecimento de pequenos pontos brancos na mucosa oral cerca de um ou dois dias antes de surgirem erupções cutâneas, que inicialmente surgem no rosto.

Segundo a norma clínica emitida pela DGS na semana passada, as complicações do sarampo podem incluir otite média, pneumonia, convulsões febris e encefalite.

Os adultos têm, normalmente, doença mais grave do que as crianças e os doentes imunocomprometidos podem não apresentar manchas na pele.

O sarampo, que é evitável pela vacinação, transmite-se por via aérea e pelo contacto direto com secreções nasais ou da faringe de pessoas infetadas.

Com um período de incubação que pode variar entre sete e 21 dias, o contágio dá-se quatro dias antes e quatro dias depois de aparecer o exantema (erupções cutâneas).

Consideram-se já protegidas contra o sarampo as pessoas que tiveram a doença ou que têm duas doses da vacina, no caso dos menores de 18 anos, e uma dose quando se trata de adultos.

A vacinação é a principal medida de prevenção contra o sarampo, sendo gratuita e incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV). As crianças devem ser vacinadas aos 12 meses e repetir a vacina aos cinco anos.

“Alerta-se, desde já, para a necessidade de os pais vacinarem os seus filhos sem hesitação, uma vez que as vacinas estão disponíveis no país”, referiu a DGS numa nota hoje emitida, um alerta que tem repetido de forma constante.

A vacinação organizada contra o sarampo em Portugal iniciou-se em 1973, com uma campanha de vacinação de crianças entre um e quatro anos, que vigorou até 1977.

Especialista
O especialista em Saúde Pública Mário Durval defendeu hoje que, mesmo que houvesse algum problema relacionado com a vacina...

A vacinação é "a opção correta, aliás, a vacina tem sido dada a milhões de portugueses, a milhões de crianças e não há notícias de problemas", disse Mário Durval, comentando a situação atual em Portugal, com 21 casos de sarampo confirmados desde janeiro de 2017, e a morte de uma jovem com a doença.

Sobre eventuais riscos da vacinação, respondeu que, "mesmo que houvesse algum risco, o risco de não dar [a vacina] é muito maior", salientando que "não há nada que não tenha risco".

Uma jovem de 17 anos, que não estava vacinada, morreu hoje com sarampo no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), desde janeiro de 2017 e até hoje foram confirmados 21 casos de sarampo em Portugal, havendo outros 18 casos em investigação.

Questionado pela Lusa acerca das preocupações que lhe suscitam estes casos, o antigo presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública referiu "a existência de algumas crianças que não estão vacinadas e, portanto, podem contrair a doença, e em particular porque existem bolsas mais ou menos localizadas e pode haver contágios".

No entanto, "tirando isso, não haverá certamente uma magnitude muito grande do problema", acrescentou.

O especialista explicou que a esmagadora maioria das pessoas com 40 anos estão vacinadas e aquelas com mais de 40 anos "tiveram quase todos sarampo", portanto já não terão outra vez.

Mário Durval defendeu que os serviços públicos de saúde têm as estruturas de vacinação e é através delas que devem chegar aos pais, nomeadamente para informá-los e esclarecer todas as dúvidas.

"É evidente que, se houvesse aquilo que eu proponho que são as equipas de família em que há médicos e enfermeiros para 'x' pessoas, era muito mais fácil", realçou.

Acerca das regras existentes relacionadas com a obrigatoriedade de ministrar as vacinas, o especialista apontou que, "eventualmente, poderia haver uma legislação mais apertada do ponto de vista de responsabilizar os pais em caso de doença dos filhos por falta de vacinação, mas não é esse o caso ou, pelo menos, não se vislumbra ainda essa situação".

O sarampo é uma doença geralmente benigna mas que pode desencadear complicações e até ser fatal.

Pelo menos 14 países europeus têm registado surtos de sarampo desde o início deste ano, com a Roménia a liderar o número de casos, com mais de quatro mil doentes em seis meses.

De acordo com o diretor-geral da Saúde, Francisco George, a Itália acaba de notificar 1.500 casos, 10% em enfermeiros e médicos, mas em 90% as pessoas a quem foi diagnosticada esta condição não estavam vacinadas.

Segundo o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa), o número de países europeus com casos de sarampo foi crescendo no início deste ano e quase todos eles terão ligação ao surto que começou na Roménia em fevereiro de 2016.

Além de Portugal, registaram surtos de sarampo a Áustria, Bélgica, Bulgária, Espanha, Dinamarca, França, Alemanha, Hungria, Islândia, Itália, Suíça e Suécia.

Ministro Educação
O ministro da Educação disse hoje que a exigência das vacinas em dia para efeitos de matriculação nas escolas “não é uma...

“O mais importante é a informação às famílias de que este surto tende a estabilizar”, sublinhou Tiago Brandão Rodrigues em declarações aos jornalistas, no final de uma visita à Escola Básica de Solum Sul, em Coimbra, destinada a assinalar o arranque do terceiro período letivo.

A Direção-Geral de Saúde (DGS) vai enviar hoje a todas as escolas do país uma nota sobre o surto de sarampo para “tranquilizar as famílias”, segundo o ministro da Educação.

O governante afirmou que “todas as escolas vão receber” essa informação da DGS sobre a doença, salientando que o atual registo de vários casos de sarampo em Portugal é um problema que “tende a estabilizar”.

“É preciso deixar esta mensagem de tranquilidade às famílias”, declarou.

Tiago Brandão Rodrigues adiantou que as consequências do atual surto de sarampo para os jovens e crianças “não são de perigo”.

Uma jovem de 17 anos, que não estava vacinada, morreu hoje com sarampo no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa.

Segundo a Direção-Geral da Saúde, desde janeiro de 2017 e até hoje, foram confirmados 21 casos de sarampo em Portugal, havendo outros 18 casos em investigação.

Houve ainda oito casos suspeitos, mas as análises feitas pelo Instituto Ricardo Jorge deram negativo para sarampo.

A DGS criou um endereço de correio eletrónico através do qual prestará informações sobre o sarampo aos representantes da comunidade escolar.

A DGS recorda ainda que a Linha Saúde 24 (808242424) “assegura, como habitualmente, respostas concretas às questões colocadas pelo telefone”.

Os diretores das escolas públicas já tinham manifestado vontade de a DGS emitir para os estabelecimentos de ensino uma circular para tranquilizar os ânimos relativamente às vacinas dos alunos, sobretudo por causa do sarampo.

No comunicado, a DGS reafirma que “não há razões para temer uma epidemia de grande magnitude, uma vez que a larga maioria das pessoas está protegida”.

Na Escola Básica de Solum Sul, que pertence ao Agrupamento de Escolas Eugénio de Castro, estudam cerca de 300 alunos do pré-escolar e do 1º ciclo.

Tecnologia
As tecnologias vão evoluindo e as pessoas vão acompanhando. E a saúde não é exceção. Hoje em dia, a maioria das pessoas...

E estas práticas são ainda mais comuns em problemas que não são físicos e em jovens e adolescentes, o que demonstra como pode vir a ser a saúde num curto prazo de tempo. A prática clínica mostra que cada vez mais a psicologia é procurada através da internet. As consultas por Skype, mensagens de whatsapp ou Messenger são já uma constante na vida de muitos psicólogos.

Bárbara Ramos Dias, psicóloga clínica revela “Sou muito procurada para acompanhamento online, principalmente por alguns grupos específicos, como é o caso dos emigrantes e adolescentes. No caso dos primeiros, esta procura existe essencialmente porque ao viverem fora do seu país por vezes têm pouco à vontade com a língua, preferem exprimir os seus sentimentos em português. Quase diariamente falo com emigrantes de todos os cantos do mundo".

“No caso dos adolescentes, a procura da psicologia através das novas tecnologias é uma forma de quebrarem as barreiras e o medo de irem a uma consulta com um psicólogo. O online permitiu-nos estar mais próximo e ajudar os doentes, também a sentirem-se mais acompanhados”, acrescentou Bárbara Ramos Dias.

As patologias dos adolescentes mais comuns neste tipo de consultas e acompanhamento são crises de ansiedade, ataques de pânico, perturbação do sono, stress, e baixa auto-estima. Trata-se de uma geração que sofre cada vez mais com o bullying e que encontra nestas plataformas uma maneira de confrontar os seus problemas sem ter a necessidade de o fazer cara a cara.

Para a psicóloga clínica a distância não torna a relação impessoal. Muito pelo contrário, pois o acompanhamento digital do paciente permite quebrar barreiras e estabelecer uma ligação empática própria entre terapeuta/utente.

Brexit
A Comissão Europeia garantiu hoje que as agências da União Europeia com sede no Reino Unido deixarão o território britânico...

“As agências da UE devem estar baseadas no território da UE. A decisão de mudar a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e a Autoridade Bancária Europeia (EBA) cabe aos 27”, declarou na conferência de imprensa diária de hoje o porta-voz do executivo comunitário, Margaritis Schinas.

A Comissão fechou desta forma a porta à intenção de Londres de manter as agências sedeadas em território britânico mesmo depois da saída do Reino Unido do bloco europeu, que deverá concretizar-se no espaço de dois anos.

O mesmo porta-voz reforçou que “o Reino Unido não terá uma palavra a dizer na (futura) localização das agências”, devendo as autoridades britânicas limitar-se a facilitar a transição.

Margaritis Schinas sublinhou que a saída das agências do Reino Unido não faz parte das negociações sobre o ‘Brexit’ que estão prestes a ter início, mas antes uma “sequência” da saída do Reino Unido da União Europeia, decidida em referendo realizado em junho de 2016.

Já várias cidades manifestaram publicamente o seu interesse em receber as duas agências: Barcelona, Dublin, Amesterdão, Milão e Estocolmo, entre outras, são candidatas a acolher a EMA; Paris e Frankfurt aspiram a receber a sede da EBA.

Lisboa foi mais além da manifestação do interesse em acolher a Agência Europeia do Medicamento, e o ministro da Saúde foi a Londres onde realizou uma visita àquele organismo.

No âmbito dessa visita, em janeiro, Adalberto Campos Fernandes, adiantou que o Governo está a preparar facilidades administrativas para a transferência da EMA de Londres para Lisboa.

A EMA, fundada em 1993, tem como missão promover a excelência científica na avaliação, supervisão e monitorização da segurança dos medicamentos desenvolvidos por empresas farmacêuticas e cuja utilização se destina à União Europeia.

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