7 de abril - Dia Mundial da Saúde
A linha de ajuda na área da prevenção do suicídio SOS Voz Amiga, que recebeu 3.701 pedidos em 2016, vai lançar na sexta-feira...

Lançada no Dia Mundial da Saúde, a linha verde (800 209 899) pretende ajudar quem não tem disponibilidade financeira para ligar para o serviço, que funciona diariamente, entre as 16:00 e as 24:00, e que pode ser contactado através dos números 213544545, 912802669 e 963524660.

Este número verde “justifica-se porque, não raramente, acontece as pessoas mandarem-nos um ‘mail’ a pedir para lhe ligarmos porque não têm dinheiro para fazer essa ligação”, disse o presidente da SOS Voz Amiga.

Há também casos em que as pessoas estão a falar com os voluntários da linha e dizem que “têm de desligar porque o saldo está a acabar”, contou Francisco Paulino.

Fundada há 38 anos, a SOS Voz Amiga foi a primeira linha telefónica em Portugal de apoio em situações agudas de sofrimento causadas pela solidão, ansiedade, depressão e risco de suicídio.

Dados do serviço mostram um aumento no número de apelos que quase triplicou entre 2013 e 2016, passando de 1.271 para 3.701, respetivamente.

Em 2013, o serviço registou 1.1271 pedidos, número de subiu para 2.126 em 2014, para 3.433 em 2015, e para 3.701 em 2016, precisam os dados.

Francisco Paulino apontou como um dos motivos para este crescimento as “situações de angústia e de ansiedade provocados por problemas económicos”, decorrentes da crise, e “problemas familiares” resultantes dos mesmos problemas.

A escolha do Dia Mundial da Saúde, que tem este ano como tema a depressão, para lançamento da linha verde deve-se ao facto de muitas pessoas que ligam para o serviço com ideias suicidas estarem numa “fase depressiva”, explicou.

A linha gratuita funcionará todos os dias, numa primeira fase, entre as 21:00 e as 24:00 horas, e “só é possível graças à generosidade da Fundação,

“Já tivemos a linha verde noutros períodos, mas é uma linha que custa dinheiro ao serviço e, infelizmente, o nosso serviço vive, em termos financeiros, apenas de donativos de entidades particulares e de particulares”, disse Francisco Paulino.

Além das dificuldades financeiras, o serviço também tem falta de voluntários, que atualmente são 18.

“Nas campanhas de captação de voluntários, vamos conseguindo muitas pessoas, mas há medida que se vão apercebendo daquilo que nós exigimos, como funcionamos, e quando são confrontados com situações pesadas que apanham ao telefone, não ficam muito tempo connosco”, lamentou o responsável.

Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de depressão, doença que mais contribui para as mortes por suicídio, que chegam a 800 mil por ano em todo o mundo.

Instituto Nacional de Estatística
Menos partos de mães com menos de 25 anos e um aumento de nascimentos de mulheres com 40 ou mais anos foram registados em 2015,...

Segundo estes dados, em 2015 ocorreram 84.584 partos em Portugal, mais 2.993 do que em 2014, mas menos um quarto dos registados em 2005 (108.431).

Nos partos ocorridos em 2015, 98,3% foram de natureza simples (um só nascimento), 1.478 partos gemelares (1,7% do total de partos), dos quais 99,0% com nascimentos duplos e um por cento com nascimentos triplos.

Por idade das mães, mais de um terço ocorreu de mulheres entre 30 e 34 anos (35,2%), 22,4% entre 25 e 29 anos, 24,0% entre 35 e 39 anos, e 5,2% entre 40 e 44 anos.

No mesmo ano, ocorreram 45 partos (0,05%) de jovens com menos de 15 anos e 203 partos (0,24%) de parturientes com 45 ou mais anos.

Instituto Nacional de Estatística
O número de hospitais privados cresceu entre 2005 e 2015 e representa já quase metade do total, tendo aumentado as urgências e...

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), dos 225 hospitais que, em 2015, existiam em Portugal, 114 pertenciam aos serviços oficiais de saúde (110 hospitais públicos e quatro em Parceria Público-Privada) e 111 eram privados (49,3%).

Enquanto no continente a maioria dos hospitais pertencia ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), nas regiões autónomas predominavam os hospitais privados: três hospitais públicos e cinco privados nos Açores e três hospitais públicos e seis privados na Madeira.

Em 2015, foram realizados cerca de 7,3 milhões de atendimentos nos serviços de urgência dos hospitais, 84,8% dos quais em hospitais públicos ou em PPP.

Nos hospitais privados, os atendimentos nos serviços de urgência mais do que duplicaram entre 2005 e 2015, passando de 7,1% para 15,2%.

A doença motivou a maioria dos atendimentos nos serviços de urgência dos hospitais (81,5%).

Os dados do INE indicam ainda que, em 2015, continuaram a aumentar as camas de internamento nos hospitais privados.

Nesse ano, existiam 35.223 camas disponíveis e apetrechadas para internamento imediato de doentes, das quais 68,2% em hospitais públicos ou em PPP (24.027) e as restantes 31,8% em hospitais privados (11.196).

Enquanto os hospitais dos serviços oficiais de saúde registavam, em 2015, aproximadamente menos 4.500 camas de internamento do que em 2005, no mesmo ano verificava-se o aumento de camas nos hospitais privados.

“Quase 90% das camas de internamento dos hospitais públicos ou em PPP no ano de 2015 encontravam-se em enfermarias”, enquanto nos hospitais privados a percentagem de camas de internamento em enfermarias, apesar de maioritária, era inferior a 55%.

Nos privados, “os quartos semiprivados e privados representavam cerca de 40% das camas de internamento (4.629)”, enquanto nos hospitais públicos não vão além das 286 camas.

O INE refere que as especialidades com maior número de consultas médicas na unidade de consulta externa dos hospitais públicos ou em PPP foram a Oftalmologia, seguindo-se a ginecologia-obstetrícia, a cirurgia geral e a ortopedia. Nos privados, foram a ortopedia, a oftalmologia e a ginecologia-obstetrícia.

Ainda em 2015, foram realizadas nos hospitais portugueses 911 mil cirurgias e cerca de 189 mil pequenas cirurgias.

“Cerca de 73% das cirurgias (exceto pequenas cirurgias) foram realizadas em hospitais públicos ou em PPP, das quais 84,2% foram programadas, ou seja, decorrentes de admissões programadas”, lê-se na nota do INE.

Em relação aos hospitais privados, as cirurgias programadas tinham um peso maior: 97,3% do total de cirurgias em 2015.

O mesmo documento aponta para 140 milhões de atos complementares de diagnóstico nos hospitais portugueses, em 2015.

Perto de 92% destes atos foram realizados em hospitais públicos ou em PPP, o que representa um reforço do peso percentual em relação ao ano 2014 e contrasta com a diminuição dos atos complementares de diagnóstico realizados pelos hospitais privados: de 12,8 milhões em 2014 para 11,8 milhões em 2015.

Pelo contrário, foram sobretudo os hospitais privados que aumentaram o número de atos complementares de terapêutica realizados, passando de 6,1 milhões em 2014 para 6,8 milhões em 2015.

Nesse ano, foram realizados cerca de 23,7 milhões de atos complementares de terapêutica, principalmente em hospitais dos serviços oficiais de saúde (71,3%).

Depressão marca Dia Mundial da Saúde
Celebra-se esta sexta-feira, dia 7 de abril, o Dia Mundial da Saúde. Para este ano a Organização Mundial de Saúde escolheu o...

A par com a Ansiedade, complicação igualmente presente nos nossos dias, são facilmente confundíveis. A Depressão é um estado emocional e psicológico, manifestando-se com menos frequência a nível físico. Caracteriza-se sobretudo por um estado de melancolia, tristeza, perda de interesse pela vida e pelo dia-a-dia, fadiga crónica, alterações do peso, alterações do humor, cognição e memória. As principais causas de depressão passam por ansiedade crónica, evento traumático, perda de um ente querido, insatisfação pessoal ou profissional, ou alterações fisiológicas.

A ansiedade é igualmente um estado emocional, psicológico, mas também físico que se caracteriza sobretudo pela preocupação excessiva, constante e, muitas vezes, sem causa aparente. Manifesta-se por ataques de pânico, inquietação, fadiga crónica, excesso de energia, alterações do sono, alterações do humor, alterações hormonais, palpitações e/ou aperto no peito, alterações gastrointestinais, dores musculares sobretudo na zona do pescoço e cervical, medos e fobias. As causas podem ser várias: evento traumático, depressão, má alimentação, stress laboral ou pessoal, entre outras.

Segundo Cátia Amoreirinha, Naturopata no Gabinete de Saúde, “a ansiedade, tal como a tristeza são reações naturais a determinadas experiências. No entanto, devem ocorrer com uma curta duração e ser ultrapassadas num curto espaço de tempo. Se estes estados se prolongarem mais que o habitual e de alguma forma se tornarem incapacitantes, devemos estar alerta e procurar ajuda de um profissional de saúde”.

A Naturopatia é uma vertente da Medicina Complementar que dispõe de métodos próprios de diagnóstico dos desequilíbrios de saúde, como são a depressão e a ansiedade, utilizando práticas de tratamento naturais que visam proporcionar ao organismo as condições necessárias para a recuperação e reequilíbrio da saúde.

Entre outros recursos, a alimentação contribui tanto para a prevenção como para o tratamento e existem nutrientes que são fundamentais para combater a ansiedade e a depressão pelos nutrientes e fitoquímicos presentes. Devemos procurar alimentos frescos, de fácil digestão, ricos em água e fibras, vitaminas e minerais, evitar os açúcares, leite, bebidas excitantes, e as gorduras, e preferir frutas e vegetais.

A ingestão destes alimentos naturais de forma regular ajuda a superar estados de ansiedade e depressão:

  • Leguminosas: alimentos ricos em triptofano e fibras, que ajudam na regulação do humor;
  • Frutas: como o melão, melancia ou abacate que também contém triptofano;
  • Frutos secos: alimentos ricos em triptofano, ómegas, zinco, selénio e magnésio que auxiliam as funções cognitivas e melhoram o humor;
  • Peixe: ricos em ómega 3 que melhoram a função cognitiva e conferem energia;
  • Ovos e Cogumelos: ricos em vitaminas do complexo b que auxiliam nas funções cognitivas, na memória e concentração;
  • Cereais integrais: ricos em vitaminas do complexo b, ferro e fibra, devem fazer parte da dieta diária sobretudo ao pequeno-almoço;
  • Maçã: é um superalimento obtido de uma raiz que contém propriedades fitoquímicas que aumentam a energia, conferem nutrientes necessários ao bem-estar e ao humor. Deve ser tomada ao pequeno almoço, num iogurte ou batido;
  • Mel: um alimento extremamente nutritivo e que aumenta os níveis de seretonina;
  • Infusões: de camomila, passiflora, tília e cidreira.
Portugal
A saúde mental é uma das áreas menos cobertas pelos seguros de saúde em Portugal, sendo residuais as apólices que cobrem...

No final do ano passado, os portugueses beneficiários de seguro de saúde ultrapassavam os dois milhões.

O estudo Basef Seguros (de referência para o sector), da Marktest, revelou que, em setembro de 2016, Portugal tinha 24,6% dos residentes no continente com 15 e mais anos beneficiários de um seguro de saúde.

Apesar do crescimento do setor, a maioria das apólices de seguro de saúde não cobre os serviços na área da saúde mental, a começar pela pedopsiquiatria, pediatria do desenvolvimento, psiquiatria ou psicologia.

O diretor do programa de saúde mental, Álvaro Carvalho, disse ter conhecimento da situação e que a mesma o preocupa, pois poderia ajudar a dar uma resposta à população que tem a possibilidade de usufruir de um seguro de saúde.

Em Portugal, os especialistas têm estimado que a depressão – tema do Dia Mundial da Saúde, que se assinala na sexta-feira - possa afetar anualmente cerca de 400 mil pessoas.

Um dos dados que preocupa os especialistas é o intervalo que medeia entre o início de sintomas da depressão e o tratamento médico, que, em 2014, era em média de cinco anos. Só 35% das pessoas com depressão acedeu a cuidados médicos no primeiro ano de surgimento dos sintomas.

Em termos de tratamento, as normas de orientação clínica recomendam, em primeira linha, a psicoterapia para pessoas com perturbações mentais comuns.

Mas a própria DGS reconhece que esta orientação com vista à psicoterapia é inviabilizada pela escassez de psicólogos clínicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), bem como pelo facto de nem todos os que existem terem formação específica para essas intervenções.

No setor privado, existem vários profissionais nestas áreas, mas são poucas os que aceitam clientes através de seguros de saúde.

Segundo Álvaro Carvalho, as seguradoras tendem a evitar a cobertura nas áreas da psiquiatria e saúde oral, uma vez que “são situações tendencialmente crónicas”.

O especialista em saúde mental lamentou esta situação, mas disse que o próprio Estado aceitou contratos com hospitais Parceiras Público Privada (PPP) que apenas abrangem internamentos, consultas externas e urgências de psiquiatria, deixando de fora as equipas comunitárias, ao contrário do que está definido na lei de saúde mental.

“Quando o próprio Estado tem esta atitude nos hospitais da esfera pública, como os PPP, o que pode fazer em relação aos seguros, que são empresas privadas?”, questionou.

Também a vice-presidente da Ordem dos Psicólogos reconheceu a falta de cobertura de seguros na área da psicologia, até porque “psicólogos não faltam”.

Para Isabel Trindade, seria muito útil a participação das seguradoras na intervenção precoce, uma das fases do Programa de Prevenção da Depressão que esta Ordem vai hoje apresentar em Lisboa.

Este programa, explicou Isabel Trindade, defende dois contextos de intervenção: na comunidade (a começar pelo aumento dos conhecimentos das pessoas sobre a depressão) e nos serviços de saúde (que inicia a intervenção junto das pessoas com risco de depressão).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, em todo o mundo, mais de 300 milhões de pessoas sejam afetadas pela depressão, principal causa de incapacidade a nível mundial.

Amanhã é o Dia Mundial da Saúde e a depressão é a doença em destaque
"Depressão. Vamos falar!" É o mote para assinalar amanhã o Dia Mundial da Saúde, depressão e saúde oral afetam-se...

A má saúde oral é considerado um fator de risco na depressão, sendo que doentes com depressão prejudicam vêm frequentemente a sua saúde oral afetada.

Vários estudos confirmam que doentes de depressão têm mais doenças do foro oral, mas um estudo levada a cabo por uma equipa de investigadores mostra que pessoas com diversas doenças da cavidade oral têm maior probabilidade de vir a sofrer de depressão.

Para Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, “à evidência da prática clínica nos consultórios de medicina dentária juntam-se agora estudos científicos que permitem aprofundar uma relação estabelecida há muito, mas que os dados compilados ajudam a enquadrar, sistematizar e segmentar. A autoestima é determinante na forma como cuidados de nós e pessoas com problemas dentárias têm habitualmente autoestima baixa, são pessoas que evitam sorrir, quando mais rir, que tendem a evitar contactos sociais e que muitas vezes preferem deixar a agravar a situação a tratar-se. Perceber quem são estas pessoas, o que as afeta, como motivá-las e tratá-las é essencial”.

O estudo “The association between poor dental health and depression: findings from a large-scale, population-based study”, liderado por Adrienne O’Neil e Michael Berk, respetivamente das universidades de Deakin e Monash, na Austrália, analisaram os dados de mais de dez mil doentes e concluíram que a depressão está relacionada com fatores objetivos e subjetivos de uma má saúde oral. O estudo também revela que doentes com depressão têm menos cuidados com a saúde oral, como a escovagem dos dentes e o uso de fio dentário. Para os autores é importante ter em conta que a depressão é um fator de risco para a saúde oral e que quanto mais profunda for a depressão maior é a falta de autoestima dos doentes, afetando de forma assinalável a higiene oral diária e consequentemente e de forma negativa a saúde oral.

Este estudo reforça ainda suspeitas de que possa haver uma relação entre a saúde oral e as bactérias, presentes em grande número na boca, e o risco de depressão.

Os autores alertam ainda que, estando provado que a saúde oral é um fator de risco para a depressão, há implicações que têm de ser tidas em conta quer na prevenção quer no tratamento da depressão.

Um outro estudo “Depression, self-efficacy, and oral health: an exploration”, das autoras Megan L. McFarland e Marita Rohr Inglehart, ambas da Universidade de Michigan nos EUA, mostra como a saúde oral pode ser um fator de risco para a depressão.

As autoras analisaram dados de 399 doentes para concluírem que em pessoas com múltiplos problemas de saúde oral a prevalência da depressão é maior e as depressões são mais profundas.

A depressão afeta a capacidade das pessoas lidarem com as tarefas diárias, e, como tal, para as autoras não é surpresa que a depressão possa deteriorar a saúde oral dos doentes.

Apifarma
Conselho Estratégico da Saúde reclama para o sector lei de bases financeira semelhante à da Segurança social. Dívidas vencidas...

Depois de uma quebra acentuada em Dezembro, graças a uma injeção extraordinária de capital, a dívida total dos hospitais públicos à indústria farmacêutica voltou a disparar nos dois primeiros meses deste ano e, em Fevereiro, estava já a crescer a um ritmo médio superior a um milhão de euros por dia. Aumentou 36,6 milhões de euros, ascendendo no total a 844,6 milhões de euros, segundo revelou a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma).

Em Janeiro já tinha aumentado 28,1 milhões face a Dezembro, altura em que a dívida total à indústria farmacêutica estava nos 779,9 milhões. Quanto à dívida vencida (facturas em que o prazo de pagamento acordado entre as partes foi ultrapassado) essa era de 517,8 milhões de euros em Dezembro e aumentou para 597,9 milhões de euros em Fevereiro deste ano.

Estes dados (que incluem as dívidas às empresas farmacêuticas, de medicamentos e de diagnósticos in vitro) foram conhecidos no dia em que o Conselho Estratégico Nacional da Saúde (CNES) — um órgão consultivo da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) que integra várias associações do sector e é presidido, justamente, pelo líder da Apifarma, João Almeida Lopes — voltou a apelar à criação de uma “Lei de Meios do SNS” (Serviço Nacional de Saúde). Trata-se de uma lei de bases financeira semelhante à que existe para a Segurança Social e que, frisa o CNES numa exposição à comunicação social, permitirá uma gestão financeira plurianual.

A dívida do SNS tem estado na berlinda nos últimos tempos. Em Janeiro, o CDS questionou o ministro da Saúde sobre o crescimento da dívida dos hospitais EPE (entidades públicas empresariais) em 2016, que evoluiu globalmente a um ritmo de 27 milhões de euros por mês. O ministro Adalberto Campos Fernandes contrapôs, então, que a dívida se manteve “em linha” com os níveis de 2015. “Não pagamos como vocês também não pagaram”, argumentou o governante.

Os dados agora conhecidos indicam, de facto, que a dinâmica de crescimento da dívida dos hospitais públicos se mantém, mas o ritmo de crescimento acelerou um pouco em Fevereiro. Só neste mês, as dívidas hospitalares em atraso (a mais de 90 dias do prazo acordado) aos diversos fornecedores, que não só indústria farmacêutica, "aumentaram 59 milhões de euros, totalizando 672 milhões de euros", lê-se no documento do CNES. Ficaram, assim, 243 milhões de euros acima do valor registado no período homólogo de 2016, frisa João Almeida Lopes — além das farmacêuticas, há outros fornecedores com pagamentos em atraso, como por exemplo as empresas de dispositivos médicos.

"Uma situação preocupante"
É preciso reconhecer “que há um problema financeiro com a saúde em Portugal”, enfatiza o presidente da Apifarma. Para ilustrar a afirmação, recorda que, segundo os últimos dados da Direcção-Geral do Orçamento (DGO), o valor total das dívidas vencidas (depois de ultrapassado o prazo limite de pagamento acordado entre as partes) dos hospitais públicos voltou a “aumentar 95 milhões de euros” no ano passado em comparação com 2015. E sustenta que, no site da ACSS (Administração Central do Sistema de Saúde), os dados da monitorização dos hospitais EPE apontam para “uma situação preocupante”, com dívidas vencidas de 1.120 milhões de euros no final de Novembro de 2016, um “crescimento de 45 pontos percentuais face ao ano precedente”.

Face a estes números, a exposição do CNES defende que "chegou a hora de relançar" o debate sobre a sustentabilidade e financiamento do sistema de saúde. Comprometendo-se a apresentar, até ao final do primeiro semestre deste ano, um “contributo estruturado para uma inovadora Lei de Meios do SNS”, o conselho convida desde já o Governo, os grupos parlamentares e o Conselho Económico a iniciar uma discussão sobre este tema. O jornal Público pediu uma reação ao Ministério da Saúde, que preferiu não comentar.

A proposta do CNES não é nova. Em Dezembro, alguns dos privados que se juntam no neste organismo já tinham enviado uma carta ao Presidente da República a defender uma lei de meios para o sector. Dias depois, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu os seis bastonários das ordens da Saúde que lhe levaram uma proposta para uma lei de programação na Saúde, que invista mais 1,2 mil milhões de euros no sector, por ano.

O fenómeno de crescimento da dívida dos hospitais também não é de agora. Depois da diminuição significativa nos anos da troika, devido a injeções de capital elevadíssimas (mais de 2 mil milhões de euros), a dívida do SNS à indústria farmacêutica voltou um padrão de crescimento sustentado em 2015 e 2016. Este é um problema recorrente que tem afligido sucessivos Governos que, no mês de Dezembro, injetam dinheiro extra para limpar dívidas. Como fez o Governo de António Costa.

“Há um subfinanciamento crónico do SNS”, sublinha o presidente da Associação Nacional dos Administradores Hospitalares, Alexandre Lourenço, que defende, porém, que não se deve “colocar dinheiro no sistema” de forma indiscriminada, mas sim dirigi-lo para “onde as pessoas mais precisam”.

"O reforço financeiro é essencial, mas é necessário mudar a forma de relacionamento com os fornecedores, com partilha de risco em que exista uma evidência de ganho para o doente", diz Alexandre Lourenço, para quem qualquer plano de meios deve ser acompanhado por um plano de política de saúde que "priorize as áreas de difícil acesso". Há "problemas graves na área dos investimentos, dos equipamentos e dos recursos humanos nos hospitais públicos, mas não é despejando dinheiro para os hospitais que se resolve o problema", conclui.

Atividade Física
A prática de exercício físico traz inegáveis benefícios para a saúde, no entanto, não está isenta de
Mulher com dor no gémeo devido à prática desportiva

O risco de lesão associada à actividade desportiva (profissional ou amadora) desenvolvida seja por questões de saúde, necessidade de relaxar, por prazer ou interesse pessoal ou ainda manutenção e melhoria da condição física, em regime de actividade de lazer ou de competição, é uma realidade presente e que regista um aumento da sua frequência.

Enquanto profissional de saúde na área da Medicina Desportiva, e simultaneamente promotor do desporto e da actividade física na perspectiva da saúde, tenho também o dever de alertar para a segurança na pratica desportiva e dos riscos e lesões que daí possam advir.

O aparecimento das lesões é relevante tendo em conta as várias causas que as originam (elevada exigência física, o desgaste da prática intensiva, a repetição do gesto técnico, etc) e as múltiplas consequências associadas (saúde, económicas, laborais, etc).

Razão pela qual é importante conhecer o tipo de lesões desportivas mais frequentes.

De realçar ainda que por definição as Lesões Desportivas implicam tempos para regresso à actividade desportiva.

Quais são?

Contusão (traumatismo forte)

Trata-se de um forte impacto e que, regra geral, causa uma lesão nos tecidos moles, nos músculos, nos tendões ou articulações. Muitas vezes é também acompanhada de impacto ósseo.

A lesão aparece como uma equimose (sangue aglomerado ao redor da lesão que “marca” a pele) acompanhada de dor e inchaço.

Por vezes a lesão é muito profunda o que determina uma maior extensão lesional.

Estiramento (distensão) e Rotura Musculares

Trata-se de uma lesão muscular que pode ir do alongamento excessivo do músculo ou junção músculo-tendinosa no primeiro caso, até à rotura de fibras musculares (micro, parcial ou completo) no segundo caso.

Estas lesões tanto podem atingir músculos como os tendões e regra geral ocorrem na sequência de um maior esforço ou mesmo esforço extremo.

São normalmente acompanhadas de dores intensas localizadas e normalmente com incapacidade funcional.

Tendinopatia (tendinite)

Trata-se da inflamação de um tendão que usualmente é desencadeada por excessivo esforço exercido na junção músculo-tendinosa e/ou muitas vezes é fruto do excesso de repetições de um mesmo movimento - Lesão por esforço repetitivo L.E.R. (tornou-se também uma importante doença ocupacional).

Por vezes pode ainda evoluir para rotura do tendão.

Caracteriza-se pela presença de dor, hipersensibilidade ao toque, inchaço e limitação funcional dos movimentos.

Entorse e rotura de ligamentos

Estas lesões são provocadas por um excessivo estiramento dos ligamentos e dos outros tecidos estruturais que envolvem e promovem a estabilidade das articulações.

Muitas vezes são causadas por movimentos bruscos, traumatismos, ou ainda uma má colocação osteo articular.

No seguimento das entorses o que mais importa diagnosticar é se os ligamentos foram ou não afectados levando a rotura, uma vez que a estabilidade articular depende fundamentalmente da integridade ligamentar.

Normalmente acompanham-se de intensas dores localizadas, vermelhidão da pele, grande inchaço e grande incapacidade funcional.

Lombalgia (lumbago)

Denomina-se de lombalgia o conjunto de intensas manifestações dolorosas que acontecem na região lombar, decorrentes de traumatismo, posição viciosa ou movimento brusco anormais nessa região (muitas destas lesões ocorrem ao levantar incorrectamente pesos).

Popularmente conhecida como dor nas costas, a lombalgia é uma das maiores causas de incapacidade funcional e morbilidade.

Caracteriza-se pela intensidade da dor, dificuldade na mobilização espontânea e de início repentino.

Uma ultima palavra para o facto das lesões desportivas fazerem parte de um grupo de lesões que são consideradas como das mais comuns na Medicina e relembrar também que o seu tratamento é por vezes difícil, com gastos económicos e de tempo.

Tal justifica que os diferentes tipos de prevenção das lesões é cada vez mais necessária sobretudo para a segurança da população em geral e dos atletas em particular. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Os níveis “muito baixos” de atividade física levam a que existam em Portugal “demasiados idosos obesos”, concluiu Nuno Borges,...

"A população idosa portuguesa é a que menos se mexe", comparativamente à de outros países europeus, explicou o docente da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP), quando questionado sobre os principais problemas que afetam a nutrição dos idosos.

Segundo o docente, o isolamento, a má alimentação, os baixos níveis de exercício físico e a consequente perda de locomoção são os fatores que mais influenciam negativamente o estado nutricional dos idosos portugueses.

Para o especialista, campanhas de sensibilização e programas específicos para esta população seriam duas das possíveis soluções para os problemas indicados, o que lhes permitiria "sair do isolamento" e ter "maior convívio e atividade".

"Há idosos que não conseguem garantir o acesso diário aos alimentos", refere, apontando as condições económicas, o facto de não conseguirem ir sozinhos ao mercado, não terem quem lhes faças as compras, não conseguirem cozinhar ou a dependência de familiares "que lhes falham", como as principais razões.

Nuno Borges é um dos responsáveis pelo estudo Nutrition UP 65, desenvolvido pela FCNAUP, cujo objetivo foi avaliar o estado nutricional dos portugueses com mais de 65 anos e aumentar o conhecimento dos profissionais de saúde, criando mudanças a médio e longo prazo na vida da população idosa.

Também o défice de vitamina D é "excessivamente elevado", acarretando uma série de consequências, principalmente a nível ósseo.

"Apesar de ser um problema nutricional, não se consegue resolver apenas com comida (são poucos os alimentos que contêm essa vitamina) nem com o apanhar mais sol, visto que os idosos não têm a mesma capacidade de síntese desta vitamina", explicou, acrescentando que, no inverno, deverá ser muitas vezes necessário recorrer a suplementos para corrigir os níveis.

O facto de os idosos beberem "pouca água e muito álcool" (resultado do Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física - IAN-AF, apresentado em março), faz com que apresentem níveis de desidratação elevados.

"Temos que convencer esta população a beber mais água, chás e infusões, porque a água que consomem na sopa e noutros alimentos não chega", acrescentou.

O consumo excessivo de sal por parte de 85% desta população é outra situação "preocupante" para Nuno Borges.

"Os idosos consomem cerca de oito gramas diárias de sal, valor elevado quando comparado com o máximo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que são cinco gramas", esclarece.

A redução do consumo do sal, para o investigador, representa a diminuição do risco da hipertensão arterial, uma doença que mais afeta os idosos, e os consequentes acidentes vasculares cerebrais (AVC), que são "a principal causa de morbilidade e mortalidade em Portugal".

Os resultados da avaliação nutricional dos idosos e as recomendações resultantes do Nutrition UP 65 vão ser apresentados hoje, às 14:30, no auditório da Biblioteca Almeida Garrett, no Porto, durante o primeiro Seminário de Nutrição e Envelhecimento, que marca o encerramento do projeto.

As conclusões da segunda vertente do projeto passou pela aposta na formação certificada de profissionais de saúde e de cuidadores que lidam com os idosos, componente que Nuno Borges acredita ser "tão importante como os resultados", também serão hoje divulgadas.

Relatório revela
O número de fumadores diários e mortos devido ao consumo de tabaco aumentaram no mundo desde 1990, apesar dos progressos...

Um homem em cada quatro e uma mulher em 20 eram fumadores quotidianos em 2015, o que representa cerca de mil milhões de pessoas, segundo o relatório ‘Global Burden of Diseases’ (Impacto Global das Doenças), estabelecido por um consórcio de cientistas.

Trata-se, em todo o caso, de uma descida significativa da proporção de fumadores diários em relação à existente há um quarto de século, em 1990, quando era de um homem em cada três e uma mulher em cada 12.

Mas, apesar desta melhoria, o número de fumadores passou de 870 milhões em 1990 para mais de 930 milhões, devido ao crescimento da população mundial. E o número de mortes atribuído ao tabaco – mais de 6,4 milhões em 2015 – aumentou 4,7% durante o mesmo período.

A mortalidade pode aumentar ainda mais, porque as principais companhias de tabaco visam de maneira agressiva novos mercados, em particular nos países em desenvolvimento, previnem os cientistas autores do estudo publicado na revista médica The Lancet.

O tabagismo provoca uma morte em cada dez no mundo. Metade dos óbitos devidos ao tabagismo ocorre em apenas quatro países: China, Índia, EUA e Federação Russa.

Estes países, juntamente com Indonésia, Bangladesh, Filipinas, Japão, Brasil e Alemanha, representam dois terços de consumo mundial do tabaco.

“O tabagismo permanece o segundo fator de risco de morte precoce e invalidez”, a seguir à hipertensão arterial, segundo a autora principal do estudo, Emmanuela Gakidou, do Instituto de Medida e Avaliação da Saúde, na Universidade de Washington.

Estudo
Um recente estudo revela que a Food and Drug Administration aprovou nos últimos cinco anos mais medicamentos em comparação que...

A investigação estudou as concessões autorizadas pela norte-americana Food and Drug Administration (FDA, o órgão responsável pelo controlo de alimentos e medicamentos dos EUA) e comparou-as com a congénere europeia, a European Medicines Agency (EMA).

Entre 2011 e 2015, a FDA aprovou mais medicamentos do que os europeus, 170 contra 144.

A média para a aprovação das drogas foi de 306 na FDA, contra 383 dias na Europa, uma diferença média de dois a três meses.

Em comparação com os europeus, as avaliações foram mais rápidas na FDA para medicamentos para o cancro e doenças do sangue, mas não para outras enfermidades. A FDA também foi mais célere nos designados medicamentos órfãos, para situações relativamente raras.

O trabalho foi publicado no New England Journal of Medicine.

Infarmed
Portugal registou 80 casos de roturas de implantes mamários da empresa Poly Implant Prothese, envolvendo 67 mulheres, após um...

O escândalo rebentou em França, onde, em dezembro de 2011, as autoridades pediram às 30 mil portadoras de implantes mamários da marca Poly Implant Prothese (PIP), em França e no estrangeiro, que os retirem como medida de precaução.

Mais tarde, as autoridades de saúde francesas anunciaram que 20 mulheres com implantes mamários da marca PIP declararam ter cancro.

Em todo o mundo foram cerca de 300 mil as mulheres que colocaram próteses feitas com um gel de silicone não homologado. Destas, mais de 5.000 acabaram por apresentar queixa depois da rutura dos implantes.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) acompanhou o caso em França e começou por aconselhar as mulheres com implantes PIP a consultar um cirurgião ou médico assistente para exames de vigilância.

A 22 de dezembro de 2011, um comunicado deste organismo revelava que cerca de 3% de todas as próteses mamárias implantadas são da marca PIP, estimando-se que 1.500 a 2.000 portuguesas tenham estas próteses implantadas.

No início de 2012, o Ministério da Saúde anunciou que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) assegura a substituição dos implantes mamários com problemas nas mulheres que os tenham colocado nos serviços públicos e por razões de saúde.

Segundo o diretor-geral da Saúde, Francisco George, cada cirurgia para retirar os implantes mamários em mulheres que apresentem complicações deverá custar 1.300 euros ao SNS.

No seguimento das 5.000 acusações, começou a ser julgado em 2013, em Marselha, o megaprocesso do escândalo dos implantes da empresa PIP, que fechara em 2010.

Cinco líderes da empresa PIP foram julgados por burla e fraude agravada devido ao preenchimento dos implantes com um tipo de gel que tinha alto risco de rutura das próteses.

O fundador da PIP, Jean-Claude Mars, de 73 anos, foi a personagem central deste processo, já que no início dos anos 2000 conseguiu fazer desta pequena empresa o terceiro fornecedor mundial de implantes mamários.

Jean-Claude Mars admitiu ter enganado as pacientes mas recusou haver riscos para a saúde dos milhares de mulheres que os colocaram. Em 2016, foi condenado em segunda instância a quatro anos de prisão.

Hoje, o Parlamento Europeu (PE) aprovou, em Estrasburgo, as novas regras propostas pela Comissão Europeia para controlo de dispositivos médicos, como implantes mamários, ‘pacemakers’ e próteses da anca e que visam torná-los mais seguros.

As novas regras têm como objetivo assegurar uma melhor rastreabilidade dos dispositivos médicos e fortalecer a supervisão dos organismos de certificação na União Europeia.

Assembleia da República
A diretora do Programa Nacional para as Hepatites Virais vai explicar ao parlamento as medidas tomadas pelas autoridades...

A audição de Isabel Aldir, pedida com carácter de urgência pelo Bloco de Esquerda, deverá acontecer na próxima semana, refere aquele partido.

O pedido de audição visa, segundo o Bloco de Esquerda (BE), esclarecer “o comportamento e a atuação das autoridades de saúde neste caso e de que forma prepararam o país para enfrentar o surto epidémico que já era visível em outros países europeus”.

Na terça-feira, o diretor-geral da Saúde anunciou que Portugal contabiliza atualmente 138 casos de hepatite A, diagnosticados de um surto que está ainda longe de se considerar controlado.

Francisco George adiantou, em conferência de imprensa, que do início do ano até agora foram diagnosticados 138 casos da doença, com uma grande concentração no final de março. A esmagadora maioria dos casos deste surto é de homens que tiveram sexo anal ou oro-anal desprotegido com outros homens.

O diretor-geral de Saúde lembrou que há uma falta de produção global da vacina para a hepatite A, pelo que há que ser criterioso na administração das vacinas.

No requerimento apresentado pelo BE refere-se que o Centro Europeu de Vigilância Epidemiológica alertou as autoridades europeias para o surto em agosto de 2016, sendo que já nessa altura existia, em Portugal, “um número anormalmente alto de diagnóstico” de hepatite A.

“É, por isso, muito pouco compreensível que só no final de março se tenha emitido uma norma de orientação clínica, que não tenha sido acautelado o stock de vacinas e que não se tenha promovido uma campanha de vacinação junto das populações de maior risco”, concluiu.

Eurodeputados
O Parlamento Europeu aprovou hoje, em Estrasburgo, as novas regras propostas pela Comissão Europeia para controlo de...

As novas regras têm como objetivo assegurar uma melhor rastreabilidade dos dispositivos médicos e fortalecer a supervisão dos organismos de certificação na União Europeia.

Paralelamente, os eurodeputados aprovaram ainda nova legislação sobre os dispositivos de diagnóstico ‘in vitro’, usados em testes de gravidez, ADN ou HIV.

Os dispositivos médicos e dispositivos médicos de diagnóstico ‘in vitro’ abrangem uma vasta gama de produtos, desde artigos de utilização doméstica como pensos rápidos, lentes de contacto e testes de gravidez, a produtos para obturação dentária, máquinas de raios X, pacemakers, implantes mamários, próteses da anca e testes de despistagem do VIH.

As autoridades competentes vão poder fazer inspeções não anunciadas às instalações dos produtores no âmbito das atividades de fiscalização do mercado.

A nova legislação prevê também um maior controlo dos organismos notificados, responsáveis pela avaliação da conformidade dos dispositivos médicos e, no caso de dispositivos médicos de alto risco, como os dispositivos implantáveis, a avaliação da conformidade deverá ser feita não apenas pelos organismos notificados mas também por comités especiais de peritos.

As regras hoje aprovadas pelo Parlamento Europeu foram já negociadas com os governos nacionais.

Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
No âmbito do Dia Mundial da Saúde que se assinala a 07 de abril, cujo tema é a depressão, Francisco Araújo, da Sociedade...

“A depressão aumenta o risco de doenças cardiovasculares e vice-versa; cerca de ⅓ dos doentes que tiveram um enfarte têm depressão e esta aumenta o risco de mortalidade nos doentes com doenças cardiovasculares. A depressão faz com que as pessoas se mexam menos, ganhem peso, e cuidem menos de si, o que pode levar ao abandono da medicação” diz o especialista. Estamos habituados a ligar depressão à doença oncológica, uma vez que a grande maioria de pessoas que têm cancro, de uma forma ou de outra, passaram por um momento depressivo. “Já em algumas doenças crónicas este fator não é muito valorizado” constata Francisco Araújo. Um exemplo disto é interação entre depressão e diabetes, uma vez que é reconhecido que estas duas condições podem estar relacionadas. “A depressão aumenta o risco de aparecimento da diabetes por mecanismos diversos, como o aumento de níveis de cortisol e o aparecimento de depressão pode levar a um pior controlo metabólico no doente com diabetes já estabelecida”.

Desta forma, é importante que tanto o doente como familiares e técnicos de saúde, estejam atentos a sinais de alarme, como as alterações no apetite, no peso e no sono, a perda de interesse pelas atividades que antes lhe davam prazer… A depressão tem cura, quando devidamente reconhecida e tratada, e pode ajudar a controlar o outra doença crónica para a qual o doente procura ajuda médica.

Estudo
Um estudo norte-americano publicado na revista científica The Orthopaedic Journal of Sports Medicine revela que 20% das pessoas...

Estes novos dados vêm reforçar as conclusões de vários estudos que apontam para os perigos que a prática incorreta da modalidade pode trazer para a coluna. “Este é um desporto bastante extenuante que expõe os atletas a um risco grande de lesão. Tenho recebido em consulta vários doentes com queixas relacionadas com a prática de atividades de alta intensidade física.” revela Luís Teixeira, médico ortopedista e presidente da associação sem fins lucrativos Spine Matters, que volta a alertar para a necessidade de acompanhamento profissional na prática de desportos de elevada intensidade.

O CrossFit tem vindo a conquistar adeptos um pouco por todo o mundo e Portugal não é exceção, onde o número de ginásios que oferece a modalidade tem vindo a multiplicar-se nos últimos anos. E se, por um lado, a prática desportiva é fortemente encorajada pelos médicos e fisioterapeutas, por outro, a incidência de lesões no aparelho musculo-esquelético deste tipo de atividades é igualmente uma preocupação. De acordo com o médico ortopedista: “As lesões mais comuns ocorrem nas articulações dos ombros, que estão sujeitas a uma sobrecarga significativa, sobretudo nos exercícios de estabilização e força, e na lombar.” destaca Luís Teixeira. “As lesões não são causadas pelo CrossFit em si, mas sim pela execução inadequada dos movimentos. Como esta modalidade trabalha com movimentos funcionais de alta intensidade é difícil manter uma execução perfeita durante todo o treino, principalmente para quem está a começar. Além disso, as pessoas têm características de fibra muscular diferentes e prazos de recuperação específicos que devem ser respeitados”, alerta o especialista.

Outro estudo do Journal of Strength and Conditioning Research, do Reino Unido, demonstrou que é relativamente comum os praticantes de CrossFit desenvolverem lesões no ombro e coluna - cerca de ¾ dos atletas participantes do estudo mostraram sinais de patologia. Além disso, também têm sido relatados casos de atletas que sofrem de rabdomiólise, uma condição grave que consiste na degradação músculo-esquelética e da consequente libertação de produtos das células musculares para a corrente sanguínea, por via de uma dose exagerada de treino físico.

O CrossFit é um programa funcional de treino que consiste na realização de exercícios com o peso corporal e da combinação de vários exercícios como sprintar, remar, saltar à corda, subir à corda, virar pneus, levantar pesos e carregar objetos pesados. Os treinos são geralmente curtos mas bastante intensos.

Morte súbita
No Dia Mundial da Saúde, 7 de abril, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia lança um filme que o/a vai deixar com vontade de...

A Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) organizou uma ação de rua, em parceria com o Metropolitano de Lisboa, para perceber como reagiriam os portugueses se alguém sofresse um episódio de morte súbita. O resultado, não foi animador, e por isso é importante partilhá-lo consigo.

Recorrendo a dois atores, foi simulado um episódio de morte súbita, e as reações foram muito esclarecedoras: a maior parte das pessoas não sabe como reagir. Quando ocorre um episódio de morte súbita, o impulso de todos nós é ligar o 112, o que, sendo crucial, não basta! Quando ocorre um episódio de morte súbita, o tempo necessário para que ocorra uma lesão cerebral irreversível pode ser inferior a 5 minutos e o INEM raramente chega a tempo de evitar o pior. É nesses momentos que a probabilidade de alguém sobreviver, sem uma lesão cerebral, pode depender de si. Se cada um de nós soubesse manobras de Suporte Básico de Vida, inúmeros casos de morte súbita poderiam sido evitados.

Os factos:
Em Portugal, em média, cerca de 10 mil pessoas vão sofrer morte súbita cardíaca a cada ano que passa, tendo em conta os números da mortalidade cardiovascular. Cerca de 20% da mortalidade global da população ocorre como morte súbita e aproximadamente metade das mortes cardiovasculares devem-se a episódios de morte súbita.

E se alguém sofrer um Episódio de Morte Súbita. Sabe o que fazer? from doctorstv on Vimeo.

O que propõem os Cardiologistas?
Incrementar e potenciar o ensino do Suporte Básico de Vida (SBV) nas escolas, com uma forte vertente prática e fomentar a sensibilização de todos os cidadãos para a importância desta aprendizagem e treino.

Promover uma maior acessibilidade a equipamento apropriado, denominado DAE (desfibrilhador automático externo) em locais públicos, de maior concentração de pessoas, como recintos desportivos, grandes superfícies comerciais, aeroportos e até mesmo na via pública, onde este  a existência de DAE deverá ser considerado um requisito básico de segurança.

Muito mais vezes do que se possa pensar, a possibilidade de salvar uma vida em risco de morte súbita, pode estar nas suas mãos ou de qualquer outro do cidadão comum.

Estudo
Estudo revela que o consumo reforçado de leguminosas reduz significativamente o risco de diabetes tipo 2.

As leguminosas já eram um alimento recomendado para os diabéticos devido aos seus efeitos no controlo glicémico. Agora, um novo estudo revela que comer uma dose diária de lentilhas, grão-de-bico ou feijão, pro exemplo, reduz em 33% o risco geral de desenvolver diabetes tipo 2.

O estudo foi publicado na revista Clinical Nutrition, escreve o Sapo, e destaca o papel das lentilhas, feijões, grão-de-bico ou favas no controlo e prevenção da diabetes tipo 2.

O estudo baseou-se em dados recolhidos a partir de 3.500 pessoas durante quatro anos, durante os quais foram detetados 266 novos casos da doença.

As leguminosas são alimentos ricos em hidratos de carbono de absorção lenta, com grandes quantidades de fibras alimentares, proteína, vitaminas do complexo B e minerais (cálcio, ferro, fósforo, potássio, magnésio).

Estudo
Pessoas que tomaram antibióticos de forma frequente entre os 20 e os 60 anos apresentaram maior frequência de pólipos, pequenas...

O estudo analisou 16.600 mulheres norte-americanas com mais de 60 anos, 1.195 das quais com pólipos ou adenomas colorretais.

Os autores do estudo, publicado na revista do British Medical Journal, observaram que mulheres submetidas a tratamento com antibióticos durante pelo menos dois meses acumulados entre os 20 e os 39 anos tinham 36% mais probabilidade de ter pólipos no colo ou no reto em relação às demais, escreve o Sapo.

Entre as mulheres que receberam antibióticos durante pelo menos dois meses entre os 40 e os 59 anos, a possibilidade de pólipos é 69% maior, segundo os autores do estudo, da Harvard Medical School e da Harvard TH Chan School of Public Health, em Boston.

Antibióticos alteram a flora intestinal
O estudo constata uma situação estatística, mas não estabelece uma relação de causa e efeito entre o consumo de antibióticos e o surgimento de pólipos. Mas esta relação teria uma "explicação biológica plausível", já que os antibióticos alteram a flora intestinal ao reduzir a quantidade e a diversidade das bactérias presentes, explica o estudo.

Outros estudos já observaram a redução de algumas bactérias e a proliferação de outras em pacientes com cancro colorretal. "A estes dados somam-se o que já se conhece sobre a importância da flora intestinal para a nossa saúde", comentou Sheena Cruickshank, especialista em imunologia da Universidade de Manchester, que não participou no estudo.

No entanto, neste estudo, os cientistas não tiveram em conta os hábitos alimentares das mulheres que apresentaram pólipos, nem o eventual impacto da presença de antibióticos na alimentação, provenientes dos tratamentos aplicados a animais de abate. Os antibióticos são "medicamentos essenciais para tratar as infeções bacterianas e, quando utilizados corretamente, podem salvar vidas", acrescenta Cruickshank.

Sociedade Portuguesa de Reumatologia
Em Portugal 70 mil pessoas sofrem desta doença que, se não tratada adequadamente, pode causar uma diminuição de dez anos na...

A Artrite reumatoide é uma doença que causa dor, rigidez nas articulações, inchaço e limitação de movimentos e que afeta principalmente as mãos mas também ombros, cotovelos, pescoço, joelhos, ancas e pés. Os danos causados são irreversíveis e podem levar a incapacidade pela perda de movimentos, inaptidão para o trabalho, elevados custos médicos – muitas vezes é necessário o recurso à cirurgia – e uma muito má qualidade de vida.

"Esta doença é quatro vezes mais frequente na mulher do que no homem, tem em média o seu início em torno dos 40 anos e apresenta como principais limitações a dor, inchaço e deformação progressiva das articulações afetadas, com particular incidência nas mãos", explica em comunicado a Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR).

Os especialistas, segundo o Sapo, alertam que se o tratamento não for adequado, ao fim de 10 anos, 50% dos indivíduos têm de deixar de trabalhar e ocorre uma diminuição da esperança de vida de 10 anos. Por isso, é essencial uma aposta no diagnóstico precoce para um início imediato da terapêutica correta que permita um controlo da atividade da doença.

Entre outros conselhos, os reumatologistas frisam que os doentes devem ser vistos regularmente por um especialista em reumatologia – de preferência trimestralmente – e frisam que conjuntamente com a vigilância da doença, é muito importante eliminar outros fatores de risco de agravamento da doença, como é o caso do tabaco. A prática de exercício físico é uma mais-valia a considerar, sempre acompanhada do controlo dos fatores de risco cardiovascular.

"Existe uma grande variedade de tratamentos que aliviam a dor e reduzem a inflamação, permitindo a paragem da progressão da doença. Para os doentes que não respondem às terapêuticas iniciais estão disponíveis diversos medicamentos produzidos com biotecnologia, designados por terapêuticas biológicos, que provaram também controlar e parar a progressão da doença", adianta ainda a SPR.

Portugal é o único país da Europa que assinala o Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatoide, a 5 de abril.

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