Direção-Geral da Saúde
O número de casos de hepatite A notificados desde o início do ano em Portugal subiu para 199, segundo uma atualização feita...

No passado dia 07, segundo um balanço na altura do diretor-geral da Saúde, Francisco George, estavam notificados 160 casos. Na altura o responsável anunciou o alargamento da vacinação para a hepatite A, no seguimento de um surto da doença.

Há cinco dias o Grupo de Ativistas em Tratamento (GAT) exigiu que as autoridades tomem medidas para adquirir mais vacinas contra a hepatite A, estimando que as 12 mil doses disponíveis não sejam suficientes até ao fim deste ano.

Na mesma altura o Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde) garantiu que Portugal tem “um número adequado” de vacinas contra a hepatite A.

Segundo dados recentes a grande maioria dos doentes notificados são adultos jovens do sexo masculino, principalmente residentes na área de Lisboa e Vale do Tejo.

Hospital Dona Estefânia
A jovem de 17 anos com sarampo, internada no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, faleceu hoje de madrugada, segundo fonte...

De acordo com o Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), a jovem morreu “na sequência de uma situação clínica infeciosa com pneumonia bilateral – sarampo”.

A jovem estava internada desde o fim de semana na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do CHLC – Hospital Dona Estefânia, na sequência de uma pneumonia bilateral – complicação respiratória do sarampo.

“A família acompanhou toda a evolução da situação clínica e o CHLC, com tristeza, lamenta a ocorrência e presta, publicamente, os seus sentidos pêsames”, adianta a nota do Centro Hospitalar enviada à agência Lusa.

O recente surto de sarampo que abrange vários países europeus causou em Portugal pelo menos 21 casos confirmados de sarampo.

Em 2016, Portugal recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS), um diploma que oficializava o país como estando livre de sarampo, até porque os poucos casos registados nos últimos anos tinham sido contraídos noutros países.

Com a vacinação gratuita das crianças, a partir de 1974, e sobretudo com a introdução de uma segunda dose de vacina em 1990, o sarampo acabou por se tornar quase uma doença esquecida ou invisível.

Mas entre 1987 e 1989 tinham sido notificados em Portugal 12 mil casos, contabilizando-se 30 mortes.

O sarampo é uma das infeções virais mais contagiosas e, apesar de habitualmente ser benigna, pode ser grave e até levar à morte, avisa a Direção-geral da Saúde (DGS).

A doença manifesta-se pelo aparecimento de pequenos pontos brancos na mucosa oral cerca de um ou dois dias antes de surgirem erupções cutâneas, que inicialmente surgem no rosto.

Segundo a norma clínica emitida pela DGS na semana passada, as complicações do sarampo podem incluir otite média, pneumonia, convulsões febris e encefalite.

Os adultos têm, normalmente, doença mais grave do que as crianças e os doentes imunocomprometidos podem não apresentar manchas na pele.

O sarampo, que é evitável pela vacinação, transmite-se por via aérea e pelo contacto direto com secreções nasais ou da faringe de pessoas infetadas.

Com um período de incubação que pode variar entre sete a 21 dias, o contágio dá-se quatro dias antes e quatro dias depois de aparecer o exantema (erupções cutâneas).

Consideram-se já protegidas contra o sarampo as pessoas que tiveram a doença ou que têm duas doses da vacina, no caso dos menores de 18 anos, e uma dose quando se trata de adultos.

A vacinação é a principal medida de prevenção contra o sarampo, sendo gratuita e incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV). As crianças devem ser vacinadas aos 12 meses e repetir a vacina aos cinco anos.

“Alerta-se, desde já, para a necessidade de os pais vacinarem os seus filhos sem hesitação, uma vez que as vacinas estão disponíveis no país”, referiu a DGS numa nota hoje emitida, um alerta que tem repetido de forma constante.

A vacinação organizada contra o sarampo em Portugal iniciou-se em 1973, com uma campanha de vacinação de crianças entre os um e quatro anos, que vigorou até 1977. Em 1974, a vacina contra o sarampo foi incluída no PNV e em 1990 foi introduzida uma segunda dose da vacina.

Mais de 500 casos de sarampo foram reportados só este ano na Europa, afetando pelo menos sete países, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que avisa que muitos dos casos de sarampo ocorrem por causa de pais que não querem vacinar os seus filhos.

Instituto Gulbenkian
Cientistas do Instituto Gulbenkian de Ciência descobriram um novo mecanismo para combater bactérias multirresistentes, num...

O estudo, da equipa da cientista Isabel Gordo e que foi financiado pelo Conselho Europeu de Investigação e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, pode ajudar na descoberta de novos antibióticos ou estratégias alternativas contra as bactérias multirresistentes.

Os investigadores identificaram um mecanismo compensatório que “favorece o crescimento de bactérias multirresistentes e que pode ser usado no futuro como um novo alvo terapêutico contra estas bactérias”, segundo um comunicado sobre o trabalho divulgado pelo Instituto Gulbenkian de Ciência.

Em declarações, Isabel Gordo, bióloga e cientista do Instituto Gulbenkian, explicou que o estudo incidiu em bactérias multirresistentes (resistentes a vários antibióticos) e que identificou proteínas que, se forem bloqueadas, podem tornar possível matar essas bactérias.

Explicou a cientista que as bactérias adquirem mutações que fazem com que os antibióticos deixem de funcionar mas ficam debilitadas, pelo que adquirem as mutações compensatórias, o que faz com que seja difícil destruí-las.

A cientista deu como exemplo um automóvel, que seria a bactéria. Ao atingir-se o motor com algo (o antibiótico) o veículo deixa de andar rápido mas adapta-se e continua a andar, e se se atingir o acelerador (segundo antibiótico), haverá também uma adaptação, pelo que o carro continua a andar. O que equipa descobriu, explicou a cientista, foi que há outro alvo (outro mecanismo compensatório que inclui mutações), a embraiagem, que pode no futuro ser atacado e assim fazer parar o automóvel.

“Era completamente desconhecido até agora como é que estas mutações compensatórias evoluem em bactérias multirresistentes, e foi isso que a equipa de Isabel Gordo se propôs a investigar”, refere o comunicado.

Descobriu-se que o ritmo de adaptação compensatória das bactérias E.coli (responsáveis por exemplo pelas intoxicações alimentares) multirresistentes é mais rápido do que nas estirpes que têm apenas uma mutação, e foram identificadas as proteínas chave envolvidas no mecanismo compensatório das bactérias multirresistentes, diz-se no comunicado da Fundação Gulbenkian.

A equipa de investigação prevê que o mecanismo agora descoberto possa ser usado de forma geral em muitos outros casos de multirresistências a fármacos, uma vez que os antibióticos afetam os mesmos mecanismos celulares.

Questionada, Isabel Gordo não fez previsões sobre quando será possível ter um medicamento eficaz para matar as bactérias multirresistentes.

Constitucionalista
O professor catedrático e constitucionalista Paulo Otero considerou que "não há nada na Constituição que proíba a...

Paulo Otero falava numa altura em que existe um surto de sarampo em Portugal, que deixou uma jovem de 17 anos internada nos cuidados intensivos do hospital Dona Estefânia, em Lisboa, e quando é sabido que não existe uma política de saúde que imponha a vacinação obrigatória para certas doenças.

Questionado se a vacinação obrigatória não colide com direitos fundamentais do cidadão previstos na Constituição, Paulo Otero salientou que "é a saúde pública que está em primeiro lugar" em situações de "contágio alargado da doença".

"Estão em causa as crianças e os pais não são os seus donos. As crianças não são propriedade dos pais", frisou o professor catedrático, observando que, em matéria de saúde pública e perigo de contágio, é muito discutível que os pais possam dispor da vontade dos filhos, quando em causa está a sobrevivência das próprias crianças.

Além de não encontrar obstáculos de natureza constitucional que impeçam a vacinação obrigatória para proteção da saúde pública, Paulo Otero reconheceu, no entanto, que é difícil que o Estado possa ser responsabilizado judicialmente pela morte de alguém que contraiu a doença evitável por vacinação.

"O que pode haver é a violação do dever de legislação (do Estado) em tornar obrigatório certo tipo de vacinas", disse, admitindo também que possam ser levantadas questões sobre a responsabilidade civil do Estado em não tornar obrigatória a vacinação contra certas doenças graves e contagiosas.

Quanto ao surto de sarampo em Portugal, Paulo Otero vincou que há "uma atenuante" para o Estado, porque o "surto é anómalo", já que há décadas que não existia nenhum surto desta doença.

O professor catedrático insistiu porém que "não há motivos decorrentes da tutela dos direitos fundamentais que obstem a casos de vacinação obrigatória", embora devendo esta obrigatoriedade estar sempre subordinada ao "princípio da proporcionalidade". Ou seja, não faria sentido, por exemplo, tornar obrigatória em Portugal a vacinação contra uma doença que só existe nos trópicos.

Contactado, o constitucionalista e deputado do PS Bacelar de Vasconcelos assinalou que o tema da vacinação é uma questão "polémica entre as próprias instituições de saúde" e que há "opiniões que se contradizem relativamente à imposição da vacinação obrigatória", nomeadamente quanto a certas "doenças ou surtos epidémicos".

"É sobretudo uma questão de avaliação da epidemia", disse Bacelar de Vasconcelos, para quem "só perante uma ameaça grave em que está em causa a saúde pública" é que se deve ponderar a obrigatoriedade da vacinação.

"Em última análise, a vacinação obrigatória é sempre uma agressão física", considerou o deputado socialista, admitindo contudo que "não há um impedimento constitucional" em tornar a vacinação obrigatória quando "houver um perigo grave para a saúde pública".

"Não havendo essas condições [de perigo para a saúde pública] impor a toda a gente a vacinação obrigatória é ridícula", disse, nomeadamente "perante um surto de sarampo que estava erradicado em Portugal".

Bacelar de Vasconcelos entende que quaisquer medidas que sejam tomadas pelas autoridades sanitárias sobre a vacinação devem ser "proporcionais" à situação que enfrentam, muito embora em "cenários de grave crise epidémica as entidades de saúde pública tenham a possibilidade de adotar medidas excecionais e transitórias que travem a propagação da doença".

Quanto a eventuais responsabilidades criminais ou civis do Estado em situações de morte por ausência de vacinação obrigatória, o constitucionalista considerou que a questão "não se coloca neste momento" e que só uma "negligência grave" poderia fazer repensar o assunto.

Uma jovem de 17 anos com sarampo está internada nos cuidados intensivos do hospital Dona Estefânia, em Lisboa, encontrando-se ventilada, sob sedação e o seu estado clínico é instável.

O hospital recorda que não é prática habitual emitir informação clínica pública sobre doentes internados e que só o faz agora, após autorização da família da doente, a título excecional.

Em Portugal, desde janeiro de 2017 e até ao fim do dia de segunda-feira, foram registados 21 casos confirmados de sarampo pelo Instituto Ricardo Jorge, havendo outros casos ainda em investigação.

Um surto de sarampo tem afetado desde o início do ano vários países europeus.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, geralmente benigna mas que pode desencadear complicações e até ser fatal. Pode ser prevenida pela vacinação, que em Portugal é gratuita.

Dia 21 de maio
A 12.ª edição da Corrida da Mulher deverá juntar a 21 de maio 15.000 mulheres, numa ‘luta’ de cariz social, que nos 11 anos...

A prova, hoje apresentada em Lisboa, conta com mais de 10.000 inscritas, entre as quais as quenianas Gladys Cherono, campeã mundial da meia maratona em 2014, e Filomena Cheych Daniel, segunda classificada na EDP Lisboa, a mulher e a vida, nas edições de 2014 e 2015.

No evento, que juntará figuras públicas de várias áreas da sociedade portuguesa, participará triatleta portuguesa Vanessa Fernandes, medalha de prata nos Jogos Olímpicos Pequim2008.

A corrida, que tem como objetivo a angariação de fundos para a compra de aparelhos de rastreio do cancro da mama, é disputada num percurso de cinco quilómetros, junto ao rio Tejo.

A partir de maio
Os medicamentos para as artrites reumatoide, idiopática juvenil, psoriática e as espondiloartrites passam a ser gratuitos para...

O diploma, publicado em Diário da República, refere que estes fármacos, que beneficiavam de uma comparticipação de 69%, passam a ter um regime excecional de comparticipação específico para os fármacos modificadores da doença reumática.

Na origem desta medida está a morbilidade que estas doenças provocam, assim como as repercussões pessoais e socioeconómicas nos doentes, uma vez que “são doenças de sintomatologia em muitos casos incapacitante e fortemente penalizadora da qualidade de vida dos doentes”.

Estes fármacos só poderão ser prescritos por médicos especialistas em reumatologia e medicina interna e podem ser adquiridos na farmácia comunitária.

A medida entra em vigor em maio.

Aguarda aprovação
O regulamento para a eleição dos representantes dos beneficiários titulares da ADSE está pronto, aguardando a aprovação do...

A versão final do documento, foi enviada na segunda-feira às estruturas sindicais da Administração Pública, que viram nele incluídos alguns dos seus contributos, e está no Ministério da Saúde a aguardar a aprovação formal do Governo.

"Assim que a portaria que aprova este Regulamento Eleitoral for publicada, poderão ser marcadas as eleições e, assim que forem eleitos os representantes dos beneficiários, o Conselho Geral e de Supervisão da ADSE poderá começar a funcionar", disse José Abraão, secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública.

O sindicalista salientou que só depois de o Conselho Geral ser formalmente constituído é que o Governo aprovará o regulamento do beneficiário da ADSE, que irá permitir a entrada dos funcionários com contrato individual de trabalho para este sistema de proteção.

A ADSE foi transformada em Instituto de Proteção e Assistência na Doença, pelo Decreto-Lei n.º 7/2017, de 09 de janeiro, tornando-se num "instituto público de regime especial e gestão participada".

Um dos seus órgãos é o Conselho Geral e de Supervisão, que segundo a portaria do regulamento eleitoral, tem "funções de acompanhamento, controlo, consulta e participação na definição das linhas gerais de atuação do instituto".

Está previsto que este órgão seja composto, entre outros elementos, por quatro representantes eleitos por sufrágio universal e direto dos beneficiários titulares da ADSE, I.P., sendo o processo para eleição fixado pela portaria do membro do Governo responsável pela área da saúde.

Assim, os beneficiários titulares da ADSE vão poder eleger os seus representantes neste órgão através de voto direto e secreto.

As listas concorrentes têm de ser subscritas por 100 beneficiários e a eleição será feita através do método de Hondt.

O Conselho Geral integra ainda representantes do Governo, das três estruturas sindicais da Função Púbica, a FESAP, a Frente comum e a Frente Sindical liderada pelo STE, e de duas associações de reformados e aposentados.

Sistema Traces
Um novo sistema de certificação de produtos biológicos importados entra em vigor esta quarta-feira e, durante seis meses, será...

O novo sistema de certificação eletrónica, tendo em vista uma melhor monitorização da importação dos produtos biológicos, arranca na quarta-feira e durante um período transitório de seis meses usar-se-á tanto a certificação em papel como a certificação eletrónica.

A partir de 19 de outubro de 2017, as importações de produtos biológicos serão cobertas unicamente pelo sistema de certificação eletrónica, segundo uma nota de imprensa da Comissão Europeia.

O sistema foi criado na sequência das recomendações do Tribunal de Contas Europeu e de um pedido dos Estados-membros no sentido de melhorar a monitorização de movimentos de produtos biológicos e dar coerência dos controlos de importação.

Os certificados de importação serão incluídos no sistema informático veterinário integrado (Traces - Trade Control Expert System), o atual sistema eletrónico da União Europeia para o rastreio de produtos alimentares.

O sistema Traces permite aos parceiros comerciais e às autoridades competentes obter facilmente informações sobre os movimentos das suas remessas e acelerar os procedimentos administrativos.

Hospital Dona Estefânia
A jovem de 17 anos com sarampo internada nos cuidados intensivos do hospital Dona Estefânia, em Lisboa, encontra-se ventilada,...

“O Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE (CHLC) informa que uma jovem de 17 anos se encontra internada na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do CHLC - Hospital Dona Estefânia na sequência de uma pneumonia bilateral - complicação respiratória do sarampo”, refere uma nota do centro hospitalar.

O hospital recorda que não é prática habitual emitir informação clínica pública sobre doentes internados e que só o faz agora, após autorização da família da doente, a título excecional.

Só serão emitidas atualizações se o estado clínico da doente o justificar, acrescenta a nota.

Em Portugal, desde janeiro de 2017 e até ao fim do dia de segunda-feira, foram registados 21 casos confirmados de sarampo pelo Instituto Ricardo Jorge, havendo outros casos ainda em investigação.

Um surto de sarampo tem afetado desde o início do ano vários países europeus.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, geralmente benigna mas que pode desencadear complicações e até ser fatal. Pode ser prevenida pela vacinação, que em Portugal é gratuita.

Sete em cada 10 portugueses afetados
A fadiga visual é um problema que afeta sete em cada 10 portugueses, devido à crescente utilização de dispositivos digitais,...

As causas diretas da fadiga visual digital são o uso excessivo de dispositivos digitais (computadores, smartphones, tablets, televisões), o que provoca sintomas como a secura ocular, cansaço, dor de cabeça, dificuldade em focar, lacrimejar excessivo e vermelhidão.

Além dos profissionais que trabalham maioritariamente com computadores, os jovens, millennials e jogadores de videojogos são também os mais afetados por este problema. Duas horas em frente a ecrãs é suficiente para que os utilizadores fiquem em risco de sofrer estas dificuldades devido a um período de tempo prolongado de trabalho a uma distância de leitura tão próxima. Atualmente mais de 50% dos jovens entre os 18 e os 34 anos passam nove horas ou mais por dia com dispositivos digitais. Manter o foco nos dispositivos digitais cria stress no sistema acomodativo do olho, o que pode levar ao cansaço nos olhos e outros sintomas de fadiga visual digital. O desconforto relacionado com o uso de dispositivos digitais está muitas vezes relacionado com a secura ocular e estes utilizadores têm uma taxa de pestanejo reduzida enquanto olham para os monitores, o que resulta em alterações na película lacrimal normal.

Para Fernando Trancoso Vaz, do Grupo Português de Ergoftalmologia da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, o Síndrome da Fadiga Ocular com uso de computador, ou outros aparelhos digitais, é responsável por um número crescente de queixas de desconforto e cansaço ocular (astenopia) que motivam uma observação numa consulta de Oftalmologia. Nem sempre se observa alterações refrativas (óculos) embora os pacientes se queixem de baixa visão sobretudo no fim do dia. É possível hoje com certas medidas, posturais e variações da distância de visão, atenuar os sintomas e aumentar o conforto e produtividade quando do uso desse tipo de dispositivos.

Em Portugal recentemente foram lançadas umas lentes de contacto pioneiras e únicas no mercado, que atuam na redução do esforço que os olhos fazem ao constantemente terem que alternar o foco entre os monitores e proporcionam uma hidratação suficiente para aliviar a secura, os olhos vermelhos e a dificuldade de focar. Estas lentes combinam as inovadoras propriedades óticas, um material avançado em silicone hidrogel e uma superfície suave e naturalmente hidratada para um conforto duradouro. 

Congresso Português de Cardiologia 2017
O maior congresso científico português, o Congresso Português de Cardiologia espera receber mais de 2500 participantes para a...

Albufeira e arredores estão lotados de 22 a 25 de abril com médicos cardiologistas, sobretudo, mas também de outras especialidades, que afluem a este evento, onde a sua maior expetativa é atualizar os seus conhecimentos em medicina cardiovascular, num congresso sob o mote “Inovação, Conhecimento e Arte”. O doente, esse, pode esperar que deste evento saiam novas abordagens no tratamento cardiovascular e novas orientações que possam influenciar positivamente a sua saúde e qualidade de vida!

O Congresso Português de Cardiologia (CPC2017) traz uma nova abordagem na conceção do seu Programa Científico, através da estreia de sessões onde a cooperação entre as diferentes especialidades intervenientes no acompanhamento de doentes cardiovasculares é privilegiada. Assim, será possível encontrar médicos de outras especialidades, como da medicina intensiva, pneumologia, cirurgia vascular, entre outras, a conduzirem sessões científicas otimizadas por esta sinergia e direcionadas a todos estes profissionais de saúde.

Também com o intuito de promover o empreendedorismo e o desenvolvimento da tecnologia aplicada à Cardiologia, o Cardio Arena – Focus on Innovation é a iniciativa que traz à discussão, no dia 24 de abril, o potencial da aplicabilidade futura na prática clínica de seis propostas tecnológicas selecionadas para concurso. Neste espaço espera-se potenciar a tecnologia médica de nacionalidade portuguesa com aplicabilidade na área cardiovascular.

De modo a começar a abordar alguns temas relevantes para a sociedade civil, o CPC2017 propõe-se, ainda, discutir modelos de Gestão Hospitalar. Num debate moderado pela apresentadora Fátima Campos Ferreira, a Cardiologia Portuguesa terá a oportunidade de partilhar a opinião da psicóloga e deputada, Dra. Joana Amaral Dias e da Ex-Ministra da Saúde, Dra. Ana Jorge, que se posicionam a favor duma Gestão Hospitalar Pública, em oposição aos convidados que defendem uma Gestão Hospitalar Privada, Dra. Isabel Vaz, Presidente da Comissão Executiva da Luz Saúde, e Dr. José Baptista, do Hospital dos Lusíadas.

Haverá também oportunidade para celebrar os vinte anos da implementação da técnica de Ablação por via percutânea de Fibrilhação Auricular, assinalando o trabalho pioneiro baseado no isolamento elétrico das veias pulmonares, protagonizado pelo Hospital de Santa Cruz, em Portugal. Por este motivo, o CPC2017 receberá peritos internacionais desta área que falarão sobre estes e outros procedimentos. Assim, o Congresso Português de Cardiologia também saúda a Medicina Portuguesa.

Este evento científico conta ainda com a presença de referências internacionais de excelência: Alain Cribier, pioneiro de um dos procedimentos cirúrgicos mais revolucionários na área cardiovascular, como a Implantação de Válvula Aórtica por via percutânea; Doris Taylor, cientista que tem dedicado a sua carreira ao desenvolvimento de corações biocompatíveis para transplante, recorrendo a terapias celulares com células estaminais; e Keith Fox, fundador da Sociedade Europeia de Cardiologia, entre muitos outros.

Repleto de novidades e abordagens inovadoras, assim se apresenta o CPC2017 que está na contagem decrescente para o maior evento científico da área cardiovascular a decorrer este ano em Portugal!

Mais informações sobre o congresso em http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/congresso-portugues-de-cardiologia-2017.

Infarmed
Objetivo é intensificar cooperação. Hoje Infarmed recebe 11 países europeus para preparar criação de grupo que irá apoiar...

Portugal e Espanha estão a negociar a possibilidade de avançarem em conjunto com a compra de medicamentos. O processo está numa fase inicial, mas já houve troca de correspondência e reuniões preparatórias. O objetivo, segundo o Diário de Notícias, será conseguir preços mais baixos nos medicamentos inovadores e noutros que tenham maior impacto financeiro, com especial destaque para as áreas de oncologia, antivíricos ou medicamentos órfãos (doenças raras). Há mais países europeus a testar sinergias.

Hoje o Infarmed recebe altos representantes de 11 países europeus numa reunião que servirá para preparar para a criação do Grupo de Alto Nível - que resultou das conclusões da reunião de Lisboa que juntou em dezembro vários ministros da saúde europeus -, que irá apoiar os governantes europeus na discussão de soluções para garantir o acesso aos medicamentos inovadores e processos mais transparentes para a discussão dos preços que os governos podem pagar. O próximo encontro de ministros europeus é a 9 de maio, em Malta.

"Este encontro de amanhã [hoje] é mais estratégico, focado no acesso à inovação e na sustentabilidade dos sistemas de saúde. O objetivo é envolver todas as parte interessadas, desde governos, indústria, associações de doentes e académicos, para procurar novas abordagens para avaliar o que é mais valia que está por traz da inovação e a forma como se avalia essa inovação, como se chega ao custo e como se vai financiar. Avançando com este grupo estamos a dar um contributo muito importante com discussão de temas concretos", começa por explicar Rui Ivo, vice-presidente do Infarmed.

Poderá este debate ser a porta para a criação de um processo europeu de compra de medicamentos? "Já existem alguns processos que estão a ser desenvolvidos. Nós estamos a trabalhar com Espanha. As negociações de matérias que têm a ver com a aquisição e ligadas à questão do preço têm mais condições para avançar com conjuntos de países com proximidades regionais ou afinidades de sistemas de saúde", adianta, lembrando que as conclusões do conselho de ministro do ano passado dedicado à saúde já apontavam para a cooperação.

Há duas semanas o diretor-geral da Saúde disse que Portugal e Espanha estavam a estudar a possibilidade de avançarem com uma compra conjunta de vacinas para a hepatite A, por causa do surto que está a afetar os dois países. Rui Ivo explica que o objetivo é mais alargado e focado na inovação e outros medicamentos com grande impacto financeiro, como os oncológicos, antivíricos ou para doenças raras. O processo está na fase inicial, mas já houve troca de correspondência, uma reunião preparatória e em breve irá realizar-se um novo encontro com responsáveis dos dois países.

"Estamos trabalhar para termos uma cooperação mais intensa na área da avaliação e negociação, em termos de haver algumas situações de podermos negociar conjuntamente o financiamento de determinados medicamentos", diz, referindo que este processo tem quatro componentes: identificação conjunta das áreas e de quando vai aparecer inovação, avaliação conjunta ou coordenada dos medicamentos, negociações com vista ao financiamento e processos aquisitivos mais próximos. "Há outras iniciativas, que estamos acompanhar de perto como a que junta Holanda, Luxemburgo, Bélgica e Áustria", acrescenta.

Além de Portugal, na reunião de hoje vão estar presentes representantes da Espanha, Áustria, Grécia, Irlanda, Malta, Holanda, Letónia, Eslovénia, Eslováquia, Itália e Bélgica e das associações nacionais da indústria farmacêutica e de genéricos.

Mais 11 inovadores aprovados
No ano passado Portugal aprovou 51 medicamentos inovadores. Foi um dos maiores números dos últimos anos e incidiu no tratamento de vários tipos de cancro, VIH, doenças reumáticas e neurodegenerativas. Este ano, dos 20 medicamentos com avaliação concluída até ao momento, 11 foram aprovados, com preço e comparticipação definidos e já disponíveis nos hospitais. São para tratamentos oncológicos, um antibiótico, para a hepatite, asma, fibrose cística e hemofilia. Dos restantes, três foram indeferidos e seis arquivados.

Mas em breve serão mais. "O processo reparte-se entre avaliação da Comissão de Avaliação de Tecnologias de Saúde (CATS) e a negociação feita com o conselho de administração do Infarmed. Temos 30 na fase final do CATS e 15 avaliações positivas que estão na etapa final de negociação conducente ao financiamento, face ao que é mais valia que apresenta em relação às terapêuticas comparadoras. São novas substâncias ou novas indicações terapêuticas", diz Rui Ivo. Por lei, o Infarmed tem 75 dias para avaliar o medicamento e mais 30 para a negociação da comparticipação.

O processo de avaliação, explica, passa por "identificar a mais-valia terapêutica do novo medicamento em relação ao comparador, que benefícios adicionais traz em relação aos restantes, que pode ser por exemplo no cancro aumento da sobrevida ou responder a um conjunto de doentes específicos que outros não respondem. O trabalho é consubstanciado com um estudo fármaco económico. Aí é introduzido o elemento orçamental. É preciso avaliar o impacto que esse financiamento tem no SNS. Podemos negociar condições que têm a ver com o preço, mas também outro tipo de aspetos como a limitação de encargos". Os contratos são válidos por dois, mas podem ser renegociados antes se houver justificação para tal.

Direção-Geral da Saúde
Pais que se esqueceram de vacinar filhos, pessoas em situação económica vulnerável ou imigrantes em situação irregular...

Pais que perderam a perceção do risco e se esqueceram de vacinar os filhos. Pais que têm difícil acesso à saúde por razões económicas ou estão em situação irregular em Portugal. Estrangeiros e portugueses que são contra as vacinas. Embora não se saiba o número exato, cerca de 5% das crianças e jovens até aos 18 anos não estão vacinados contra o sarampo, estima a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Tendo em conta que, de acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Estatística (INE), residiam em Portugal, em 2015, cerca de 1 milhão e 900 mil crianças e jovens até aos 18 anos, cerca de 95.600 indivíduos nessa faixa etária (os tais 5%) não estarão vacinados.

Este é o perfil de quem compõe as “bolsas de não-vacinados” que estão a preocupar os especialistas, numa altura em que os casos de sarampo confirmados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge já chegam aos 21, informou a DGS em comunicado esta segunda-feira à noite, e um ano depois de a doença ter sido declarada eliminada em Portugal. Vários outros doentes estão em investigação.

Ao final do dia de segunda-feira, o diretor-geral da Saúde, Francisco George, questionou os “direitos e deveres” dos pais que não fazem vacinação dos filhos pois “essa decisão não põe em risco apenas as próprias crianças”, tem “um reflexo na comunidade”. Também disse que estava a ser estudada a hipótese de baixar a idade da primeira vacina para antes dos 12 meses.

Atualmente, a vacina do sarampo é administrada em duas doses: uma aos 12 meses e uma segunda aos cinco anos. O grupo mais vulnerável é o das crianças entre os 6 e os 12 meses, “pois já não têm os anticorpos maternos e ainda não fizeram a primeira dose”, afirmou ao jornal Público Maria do Ceú Machado, que foi Alta Comissária da Saúde e diretora do departamento de Pediatria do Hospital Amadora-Sintra e foi nomeada no mês passado para a presidência do Infarmed.

95% vacinados
Teresa Fernandes, da equipa de coordenação do Programa Nacional de Vacinação (PNV) da DGS, referiu ao jornal Público que a percentagem de 95% de pessoas vacinadas corresponde a uma média nacional, mas sublinhou que há pequenas comunidades, a nível local, com taxas mais altas de não-vacinados onde o risco aumenta.

Estas comunidades estão em bairros ou são famílias, são “pequenas populações”, afirmou. A DGS sabe onde estão as crianças que não cumpriram o PNV, mas ao jornal Público a especialista preferiu não especificar a sua dispersão geográfica para não lançar o pânico. “A nível local e regional estão a ser desenvolvidas ações” de sensibilização para conseguir a sua vacinação, acrescentou.

As “bolsas de não-vacinação” preocupam os especialistas, já que, como explicou Ricardo Mexia, da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, a existência de um grupo que não esteja vacinado aumenta a probabilidade de contágio e de propagação da doença.

Em 2001, a taxa de vacinação era de 98% e em 2007 tinha baixado para 95%, lembra Ricardo Mexia. A vacina do sarampo tem "imunidade de grupo", ou seja, têm de estar mais de 95% das crianças vacinadas para a população estar protegida, explica, por seu lado, Maria do Céu Machado.

Teresa Fernandes revelou ainda que as taxas mais baixas da cobertura da vacina foram detetadas sobretudo em crianças que tinham sete anos em 2016 e que não receberam a segunda dose.

Para esta especialista, apesar de, a nível europeu e mundial, existirem pais que não vacinam os filhos por serem contra, em Portugal esse fenómeno ainda não gera preocupação. Também Luís Varandas, da Comissão de Vacinas da Sociedade de Infecciologia Pediátrica e da Sociedade Portuguesa de Pediatria, não o considera problemático. “Podemos especular sobre as razões do reaparecimento [do sarampo] mas uma delas prende-se com a própria doença que é altamente contagiosa e não precisamos de muitos casos para se propagar”, comenta. “O outro aspeto são as bolsas de não-vacinação em termos europeus, porque há muito sarampo na Europa. E outro é a mobilidade: alguém que está em período de incubação e se desloque, facilmente transmite a doença. Se todos os anos temos 1% da população que não está vacinada, ao fim de cinco anos temos uma pool de pessoas não imune relativamente alto.”

“Clusters de estrangeiros"
Já Maria do Ceú Machado diz que há “clusters de estrangeiros (sobretudo belgas e alemães) e alguns portugueses que se dizem esclarecidos”, nomeadamente um grupo nos arredores de Lisboa, que opta pela não-vacinação.

Segundo o Centro Europeu de Controlo de Doenças, o sarampo cresceu na Europa e quase todos as situações terão ligação ao surto que começou na Roménia em Fevereiro de 2016, país que lidera o número de surtos com mais de quatro mil casos, diz a Lusa. A agência refere que nos primeiros quatro meses do ano houve mais casos de sarampo em Portugal do que na última década.

As razões do reaparecimento do sarampo em Portugal ainda estão a ser analisadas. Francisco George lembrou que é necessária uma pesquisa grande já que o período em que pode haver contágio antes de aparecerem as erupções na pele é de até quatro dias e a incubação pode chegar às três semanas.

Só a partir de 1990 é que a vacina do sarampo foi generalizada em Portugal – por isso quem nasceu entre 1974 e 1990, em princípio, só recebeu uma dose. Até 1974, quando foi introduzida a vacina do sarampo no PNV, a maioria dos adultos contraía sarampo, pelo que nessa faixa etária há mais pessoas imunes. Neste momento, as recomendações são uma dose para os adultos. Em caso de dúvida sobre se se está ou não vacinado, deve-se vacinar, aconselha Teresa Fernandes.

Grupos vulneráveis
Além das pessoas que não estão vacinadas e das crianças até aos 12 meses, os profissionais de saúde e pessoas que não tiveram segunda dose estão entre os grupos vulneráveis, afirma Luís Varandas. “E quanto maior o tempo de contacto, maior a probabilidade de contrair a doença.” 

A equipa do PNV está a chamar as crianças que não estão vacinadas. A vacinação não é 100% eficaz, mas a probabilidade de alguém vacinado apanhar sarampo baixa significativamente – além de se tornarem menos graves os sintomas, como febre, erupções cutâneas, tosse ou conjuntivite. O sarampo é uma das principais causas de morte de crianças no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). As encefalites, pneumonia e otites que degeneram em surdez são algumas das consequências mais perigosas.

A Teresa Fernandes, da DGS, rejeita a ideia de epidemia. Como a doença foi declarada eliminada pela OMS, “há um número de casos acima do esperado”. Também Luís Varandas não acredita num surto, mas diz que " vai haver mais casos”.

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte
A região Norte será a mais envelhecida do país a partir de 2033 e perderá o estatuto de mais populosa, segundo projeções feitas...

Estas projeções constam do primeiro número do novo boletim “Norte Estrutura” da Comissão de Coordenação da Região Norte (CCDR-N), apresentado no Porto e elaborado com base nas projeções demográficas recentemente atualizadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que “evidenciam claramente uma tendência para a continuação do declínio da população residente e para o agravamento do envelhecimento demográfico”.

Os dados disponíveis para o Norte revelam que esta deverá ser a região “que mais contribui para a diminuição da população residente em Portugal” e que, “durante a década de 50, deverá deixar de ser a região mais populosa, passando esse papel a ser desempenhado pela Área Metropolitana de Lisboa”.

Menos de três milhões de pessoas em 2048
A partir de 2048, a região do Norte deverá passar a ter menos de três milhões de habitantes, face aos atuais 3,6 milhões, precisa a CCDR-N.

Adicionalmente, escreve o Sapo, a partir de 2033 o Norte deverá destacar-se como a região NUTS II portuguesa com a população mais envelhecida, ultrapassando o Alentejo, sendo que dentro de 50 anos a população até aos 64 anos cairá para cerca de metade e o índice de envelhecimento de 2052 até 2080 será de 398 e de 413 idosos (respetivamente) por cada 100 jovens.

Atualmente existem no Norte 140 idosos por cada 100 jovens, número que compara com os 50 a 60 idosos por cada 100 jovens registados no início da década de 90.

Para além das projeções demográficas para o período 2015-2080, o primeiro boletim “Norte Estrutura” analisou ainda a evolução do mercado de trabalho da região entre 2008 e 2016, tendo concluído que os movimentos migratórios de saída de população têm atuado “como um mecanismo de regulação, primeiro fazendo conter o crescimento do desemprego [entre 2008 e 2013] e depois, inversamente, potenciando a sua redução [entre 2013 e 2016]”.

Segundo os dados hoje divulgados, nos últimos oito anos a evolução do mercado de trabalho a Norte caracterizou-se pela diminuição da oferta de mão-de-obra em resultado do efeito combinado do decréscimo da população residente (em cinco sextos decorrente do saldo migratório), do envelhecimento demográfico e da queda das taxas de atividade em alguns grupos etários.

No período, 69% da redução da população ativa ocorreu entre a mão-de-obra masculina.

Se entre 2008 e 2013 houve no Norte uma destruição líquida de emprego, com as menos 236 mil pessoas empregadas na região a significar que dois em cada 15 empregos desapareceram, entre 2013 e 2016 houve uma inversão de ciclo e foram criados 50 mil empregos líquidos.

A indústria transformadora e o comércio foram os setores cujo nível de emprego exibiu uma evolução “marcadamente cíclica”, em oposição à saúde e educação, que quase não perderam ou mesmo aumentaram o emprego, sendo a tendência negativa do emprego “persistente no setor primário” e apresentado a construção e o alojamento/restauração um efeito tardio da inversão de ciclo, ao apenas começarem a aumentar os níveis de emprego em 2016.

De acordo com a CCDR-N, nos últimos três anos a taxa de emprego (dos 20 aos 64 anos) aumentou ao ritmo médio de 1,6 pontos percentuais por ano na região do Norte – mantendo-se, ainda assim, abaixo da média nacional desde 2002 – sendo que, “se nos próximos quatro anos fosse mantido este ritmo, a região chegaria a 2020 com uma taxa de emprego de 74,5%”.

A inexistência de uma “simetria perfeita” entre as variações do emprego e do desemprego no período permitem concluir que nem toda a destruição de emprego entre 2008 e 2013 se traduziu num aumento do desemprego, assim como nem toda a redução do desemprego de 2013 até 2016 foi por criação líquida de emprego: “A explicação reside na diminuição da população ativa”, por sua vez sobretudo explicada pelo saldo migratório, refere a comissão de coordenação.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todo o território de Portugal continental está hoje com nível 'Elevado' de exposição à radiação ultravioleta, de...

O arquipélago da Madeira apresenta risco 'Muito Elevado' e o dos Açores um risco 'Elevado'.

Para as regiões com risco 'Muito Elevado' e 'Elevado', o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('Moderado'), 6 a 7 ('Elevado'), 8 a 10 ('Muito Elevado') e superior a 11 ('Extremo').

Para hoje, o IPMA prevê para Portugal continental, períodos de céu muito nublado, apresentando-se em geral pouco nublado no Algarve. Condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros e trovoada, em especial nas regiões do interior Norte e Centro e durante a tarde.

É ainda aguardada uma pequena subida da temperatura mínima, em especial na região Sul e uma pequena descida da temperatura máxima nas regiões do interior Norte e Centro.

Para os três grupos de ilhas dos Açores, o Instituto prevê períodos de céu muito nublado.

Na Madeira esperam-se períodos de céu muito nublado e uma pequena descida de temperatura.

Direção-Geral da Saúde
O número de casos confirmados de sarampo em Portugal aumentou para 15, havendo mais 11 em investigação, segundo os últimos...

Ontem, em declarações aos jornalistas, o diretor-geral da Saúde, Francisco George, salientou no entanto que não há que temer “uma epidemia em grande escala” nem preocupante, porque pessoas com mais de 40 anos tiveram a doença e por isso estão imunes e os mais jovens também estão imunizados pela vacina.

Dos 15 casos confirmados, precisou o responsável, sete são no Algarve e os restantes na região de Lisboa e o único preocupante é o de uma jovem adolescente internada no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, e que corre perigo de vida.

O diretor-geral falou apenas de um caso grave e explicou que em média por cada 100 casos de sarampo há um “que pode não correr bem”. “A jovem está estável mas numa condição muito difícil em termos de prognóstico”, disse.

Francisco George aconselhou a vacinação das crianças a partir dos nove meses e defendeu que em Portugal se devia fazer um debate sobre a vacinação, para perceber se há pais que não vacinam os filhos e porque não o fazem.

José Gonçalo Marques, pediatra, da comissão técnica de vacinação da DGS, disse que as crianças são o grupo mais afetado no atual surto e salientou que não se trata de uma epidemia no sentido de que a população esteja em risco.

“O (combate ao) sarampo requer uma vacinação superior a 95%. Começamos a ter pais que recusam a vacinação dos filhos. Não atingindo os 95% pode afetar algumas pessoas, incluindo as que não podem ser vacinadas, como grávidas ou imunodeprimidos”, explicou.

O especialista também defendeu que é preciso debater a questão da vacinação em Portugal, nomeadamente o direito que os pais têm de não vacinar os filhos mas também o direito que as crianças têm de ser vacinadas.

Estudo
Os norte-americanos consideram que é mais seguro usar canábis do que opioides para aliviar a dor, segundo resultados de uma...

Um novo estudo da Yahoo/Marist mostra que dois terços dos entrevistados consideram que drogas opioides sintéticas, provenientes do ópio e da heroína e que atuam nos recetores neuronais, como o ‘Vicodin’ ou o ‘OxyCoutin’, são “mais arriscadas” do que a canábis, mesmo quando os medicamentos são prescritos por um médico.

Um quinto dos entrevistados considerou a canábis mais arriscada do que os opioides, enquanto os restantes não tinham a certeza.

A maioria dos que responderam à pesquisa disse que a canábis deveria ser legal para uso médico. No entanto, não estavam confortáveis com as crianças e mulheres grávidas que poderiam usar esta droga para tratar problemas médicos.

A pesquisa foi realizada por telefone a 1.122 adultos em março passado e teve uma margem de erro de cerca de 2,9 pontos percentuais.

Mês do Pulmão
Dispneia, falta de ar, tosse ou cansaço respiratório são os principais sintomas da Doença Pulmonar O

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é actualmente uma das principais causas de doença respiratória, limitando a capacidade para as actividades físicas diárias com consequente perda de qualidade de vida, sendo que as suas agudizações resultam muitas vezes em recurso a consultas urgentes, idas ao serviço de urgência ou internamento.

Em Portugal, a DPOC é a 4ª causa de morte e a 2ª por doença respiratória.

A prevalência da DPOC é semelhante à diabetes, a mortalidade durante o internamento é similar à do enfarte do miocárdio e, no entanto, o conhecimento e valorização da DPOC pelos doentes e famílias é incomparavelmente menor que nessas doenças.

A DPOC resulta da exposição a partículas e gases nocivos, principalmente ao fumo do tabaco.

Cerca de 50% dos fumadores vêm a desenvolver DPOC e 90% dos doentes com DPOC são ou foram fumadores.

Os principais sintomas da DPOC são a dispneia, a tosse e a expectoração.  A tosse e expectoração mantida dias ou semanas é sinal de alerta de que algo não está bem com os seus pulmões.

No entanto, é a dispneia, a falta de ar ou o cansaço respiratório o principal sintoma.

As actividades do dia-a-dia passam a ser difíceis de realizar, por pequenos que sejam os esforços, e cada um vai diminuindo a sua actividade (vai pelo elevador em vez de subir a escada) ou alterando o seu padrão de vida tornando-se mais sedentário, entrando-se num círculo vicioso de menor capacidade e consequente menor actividade.

A perda de capacidade para andar ou subir uma rua ou umas escadas, andar mais lento que os amigos porque se fica com a sensação de sufoco, respiração ofegante ou falta de ar devem conduzir a uma consulta médica o mais breve possível.

Nessa altura, deverá realizar um exame da sua função respiratória - uma espirometria - que irá medir a sua capacidade respiratória, comprovar o diagnóstico e avaliar a gravidade da sua DPOC.

O tratamento da DPOC passa em primeiro lugar pela cessação tabágica, pela vacinação anual (gripe e pneumonia), pela promoção e manutenção da actividade física diária e pelo tratamento farmacológico com medicação inalatória de broncodilatadores.

A combinação destes tratamentos resulta em menor probabilidade de agudizações que são episódios responsáveis pela evolução e agravamento da doença.

O tratamento com broncodilatadores por via inalatória é fundamental na melhoria da dispneia e da capacidade de exercício.

Quando a dispneia e o cansaço respiratório são significativos e comprometem a normal vida diária, sob tratamento farmacológico, deve ser instituída reabilitação respiratória, que consiste em efectuar cinesiterapia (“ginástica”) respiratória e programa de treino de exercício. Este tipo de tratamento é muitas vezes crucial para se recuperar a capacidade funcional para as actividades da vida diária.

Infelizmente, na fase mais avançada da DPOC surge a insuficiência respiratória, em que o pulmão já não consegue oxigenar o organismo de forma adequada.

Nesta altura, a DPOC tem de ser tratada com recurso a Oxigenoterapia de Longa Duração (pelo menos 16 horas por dia).

Actualmente, com o desenvolvimento tecnológico existem equipamentos muito leves e portáteis que proporcionam que o doente faça a sua vida do dia-a-dia praticamente sem limitação.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Doenças oportunistas em debate no 4º Congresso de Medicina Tropical
As infeções oportunistas mais visíveis nas últimas quatro décadas associam-se à síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA)....

A infeção por VIH continua a aumentar entre os homens que têm sexo com homens (HSH) em Portugal, bem como na Europa e em muitos outros países. No entanto, assiste-se a uma revolução: um comprimido por dia como profilaxia pré exposição, provou ser eficaz na redução da infeção por VIH, nos ensaios clínicos e nos estudos já realizados em diversos países, uma temática que será abordada na palestra “Profilaxia Pré-Exposição” (PrEP) na prevenção da infeção de VIH” por Maria José Campos, médica do checkpointlx, em Lisboa.

Doenças consideradas novas na sua forma de apresentação aparecem em doentes imunocomprometidos, como resultado de uma situação patológica de base, como é o caso da infeção por VIH, ou de tratamentos que induzem imunossupressão na oncologia e transplantação.

Pneumonia por Pneumocystis jirovecii, tuberculose, toxoplasmose e criptococose, são algumas das doenças oportunistas para as quais a terapêutica antirretrovírica de combinação diminuiu substancialmente a sua incidência, continuando, no entanto, a causar morbilidade e mortalidade nos doentes infetados por VIH.

Os desafios passam por definir e quantificar as populações em risco, desenvolver técnicas de diagnóstico e terapêuticas melhores, bem como estratégias de prevenção.

“Neste 4º Congresso de Medicina Tropical as palestras nas áreas da infeção por VIH e das principais doenças oportunistas associadas, têm objetivos de caráter científico e social ao disseminar a informação existente sobre o estado do conhecimento nestas áreas, quer em Portugal quer nos países da CPLP; ao proporcionar uma plataforma de debate sobre estes temas tão atuais e pertinentes; e ao dedicar-se ao esclarecimento da população em geral e especialmente dos doentes infetados por VIH”, refere a Professora Olga Matos, Vice-presidente do congresso. E reforça: “Estes objetivos fazem, também, parte da missão técnica, científica e pedagógica do Instituto de Higiene e Medicina Tropical e do seu Centro de Investigação sobre Saúde Global e Medicina Tropical (GHTM – Global Health and Tropical Medicine)”.

Risco cardiovascular e diabetes
A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal e a Sociedade Portuguesa de Cardiologia assinaram no dia 13 de abril um...

As pessoas com diabetes têm um risco acrescido, cerca do dobro da população não diabética, de doença cardiovascular. A prevalência das complicações cardiovasculares está relacionada com a duração e controlo da diabetes e da presença de algumas complicações microvasculares, em especial a nefropatia, mas em particular com o controlo dos restantes fatores de risco, como a dislipidémia e a hipertensão arterial, a que se juntam o tabagismo, o sedentarismo e a obesidade.

O acordo assinado pelo presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Miguel Mendes e pelo presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), José Manuel Boavida, tem previsto diversas atividades desde a promoção da investigação científica e de registos, divulgação de estudos e de resultados de investigação, bem como a promoção do debate sobre temas relacionados com a patologia cardiovascular na pessoa com diabetes.

Esta parceria prevê ainda a colaboração científica na organização de ações de formação conjunta, de carácter anual, eventualmente inserida nas respetivas Áreas de Formação Avançada, como a Academia Cardiovascular (SPC) e a Escola da Diabetes.

De acordo com o relatório “Diabetes: Factos e Números” do Observatório Nacional da Diabetes, em 2015, a prevalência estimada da Diabetes na população portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos (7,7 milhões de indivíduos) foi de 13,3%, isto é, mais de 1 milhão de portugueses neste grupo etário têm Diabetes. A este número juntam-se mais de 2 milhões de pessoas com pré-diabetes. De referir ainda, que 30% dos internamentos por AVC são em pessoas com Diabetes, tendo a sua importância relativa aumentado 4.4 p.p. nos últimos 10 anos.

“Com os números que a diabetes atinge em Portugal e no mundo só uma abordagem multidisciplinar poderá ser capaz de lhe responder. A tríade colesterol, hipertensão e diabetes é hoje incontornável na abordagem das doenças cardiovasculares, enquanto causa maior de mortalidade e de morbilidade. Desde os anos 70 que a Cardiologia foi uma das maiores preocupações da APDP. Depois de garantida a sobrevivência, importou prevenir as complicações e aumentar a qualidade de vida das pessoas com diabetes.

Este protocolo com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia é esse reflexo. A proximidade das duas especialidades e o trabalho comum será um importante passo na luta contra a diabetes, quer na sua prevenção quer no seu controlo. É esse o desafio a que queremos responder.”, explica o presidente da APDP, José Manuel Boavida.

Segundo o presidente Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Miguel Mendes, “o combate à diabetes, nas suas vertentes de prevenção e tratamento é provavelmente o principal desafio a vencer na próxima década em Portugal. Preocupa-nos que as atuais gerações jovens devido ao aumento da obesidade e do sedentarismo que condicionam um risco muito elevado de diabetes, possam ver reduzida a sua esperança de vida face à geração atual e que o controlo farmacológico da diabetes já tenha um peso muito significativo na despesa do SNS.”

“Por outro lado, o controlo da diabetes tem sido alvo de mudanças frequentes devido ao lançamento muito frequente de novas classes terapêuticas. Para enfrentarmos este combate, consideramos não ter melhor parceiro que a APDP pela sua história, impacto e profundo conhecimento de que dispõe neste campo”, conclui o responsável pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia. 

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